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O DOMÍNIO DA CARTOGRAFIA PELOS ESCOLARES

COSTA, Ana Luísa da – Universidade Federal de Juiz de Fora –


Graduanda em Geografia – analuisadacosta@hotmail.com

LIMA, Suellen Cristina de Souza – Universidade Federal de Juiz de


Fora – Graduanda em Geografia – suellen-geo@hotmail.com

OLIVEIRA, Clarissa Reis – Universidade Federal de Juiz de Fora –


Graduanda em Geografia - clarissa_reoli@hotmail.com

SILVA, Ana Camila da – Universidade Federal de Juiz de Fora –


Graduanda em Geografia - acamila.inhan@hotmail.com

Introdução

O estudo da Cartografia deve estar presente desde as séries iniciais, onde deve ocorrer a
alfabetização cartográfica que é fundamental para todo o restante do processo de aprendizagem
SIMIELLI (1999). No entanto, observamos que muitas vezes ocorre uma deficiência neste período que
conduz a maiores dificuldades no aprendizado dos alunos nas séries posteriores. Espera-se que os
alunos da antiga 5ª série (atual 6º ano) em diante já tenham obtido no decorrer de sua escolaridade
formal anterior, as noções de uma alfabetização cartográfica. Neste sentido, o seguinte trabalho trata-se
de um parecer sobre o domínio da linguagem cartográfica em uma escola de ensino básico. Segundo
CASTROGIOVANNI (2003) a Cartografia é

“[...] o conjunto de estudos e operações lógico-matemáticas,


técnicas e artísticas que, a partir de observações diretas e da
investigação de documentos e dados, intervém na construção de
mapas, cartas, plantas e outras formas de representação, bem
como no seu emprego pelo homem. Assim, a cartografia é uma
ciência, uma arte e uma técnica”.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais

“A cartografia pode oferecer uma variedade enorme de


representações para o estudo dos lugares e do mundo.
Fenômenos naturais e sociais poderiam ser estudados de forma
analítica e sintética. É interessante ensinar os alunos a realizar
estudos analíticos de fenômenos em separado mediante os mapas
temáticos, tais como: clima, vegetação, solo, cultivos e agrícolas,
densidades demográficas, indústrias etc. Ao mesmo tempo,
realizar analogias entre esses fenômenos e construir excelentes
sínteses. A possibilidade de realizar associações entre esses
fenômenos nos permitirá uma melhor caracterização dos espaços
geográficos. Isso também pode garantir a explicação e a

1
compreensão não somente dos lugares isolados e próximos, mas
também da pluralidade dos lugares do mundo.” (p.76 – 77)

A Dra. Rosely Sampaio Archela em sua tese de doutorado (2000) considera que:

“Para Joly (1990), é a arte de conceber, de levantar, de redigir e


de divulgar os mapas”.

[...]

Segundo Taylor (1994), é a disciplina que trata da organização,


apresentação, comunicação e utilização da geo-informação nas
formas gráfica, digital ou tátil incluindo todos os processos, desde
o tratamento dos dados até o uso final na criação de mapas e
produtos relacionados com a informação espacial.

[...]

As concepções apresentadas sobre a definição de Cartografia


retratam, sobretudo, posturas teóricas e metodológicas
diferentes. Verificamos ao longo do tempo - principalmente nos
últimos anos sob a influência de novos recursos tecnológicos -
que o conceito passou a considerar a possibilidade de elaboração
dos mapas e de outros documentos cartográficos, não somente na
forma analógica, mas também digital. Isto deu origem à
utilização de uma nova linguagem como computação gráfica,
cartografia automatizada ou cartografia digital.”

É fato que a Cartografia vem sofrendo mudanças ao longo dos anos principalmente em meados
do século XX com o desenvolvimento de novas tecnologias como a aerofotogrametria o sensoriamento
remoto e, posteriormente, o geoprocessamento. Essas mudanças vão gerar uma modificação nos
usuários dos materiais cartográficos, tanto naquele que usa a Cartografia para consultar caminhos, rotas
e mapas, quanto nas gestões públicas nos âmbitos ecológicos, urbanístico e de planejamento das
cidades. Neste caso, esta gama de ferramentas existentes que supostamente estão ao alcance de
professores e alunos poderão resultar em diferentes utilizações, o que muda é a intenção e a
qualificação do usuário. Essas ferramentas estão cada vez mais apuradas e visam maior comodidade,
precisão e acessibilidade aos mapas. Dentre elas, podemos citar o aparelho de GPS, antes um
instrumento militar que hoje vem sendo usado nas diferentes instâncias com uma precisão cada vez
maior (O GALILEU, sistema de posicionamento global europeu tende a popularizar ainda mais o uso
do GPS e com a maior precisão possível, visto que não terá nenhuma interferência militar); o “Google
Earth”, que se trata de um software disponível para download na Internet, que permite a localização de
qualquer ponto desejado a partir de imagens de satélite montadas sobre o globo terrestre; o
2
“Wikimapia”, que utiliza as mesmas bases do “Google Earth”, porém está disponível diretamente em
um site; e por fim as diferentes imagens de satélites disponíveis na Internet, como por exemplo, as
encontradas no INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre outros. O uso dessa gama de
ferramentas tecnológicas depende de um banco de dados comumente conhecido como SIG (Sistema de
Informações Geográficas). Estes dados possuem uma gama de informações registradas que dão suporte
aos softwares citados acima de localizarem e representarem um monumento no espaço,
disponibilizando assim, base de dados para a elaboração dos mapas e a projeção em imagens de
satélites.

As diferentes ferramentas supracitadas são tão úteis quanto os livros didáticos no ensino de
Cartografia, se forem utilizadas corretamente. Além disso, algumas dão suporte ao aluno de responder
questões simples, como a localização de pontos comerciais, escolas e postos de saúde em seu bairro e o
melhor caminho entre sua casa e algum destino em questão, de acordo com sua escala.

Instrumento pedagógico, o livro didático contribui para o processo de ensino e aprendizagem,


assim como na formação do indivíduo. Além de buscar atender as propostas curriculares, o livro
também deve atender as necessidades do aluno. Ferramenta de grande importância neste processo, o
livro auxilia o professor, sendo, portanto um aliado para o ensino. Deve-se ressaltar que o livro didático
é um recurso imprescindível para o ensino, cabendo ao professor fazer esta mediação,
complementando-o quando necessário. Muitas vezes, nesse material encontra-se defasado,
apresentando definições conceituais errôneas e conteúdos desatualizados. Refletindo sobre a
Cartografia presente nos livros didáticos de Geografia, avalia-se que, em suma, o conteúdo apresentado
tem um caráter generalista, proporcionando noções básicas de projeções cartográficas e as diferentes
visões de mundo, escalas para a representação espacial, os mapas e as coordenadas geográficas,
variando sua abordagem de acordo com a série do aluno. Muitas vezes, a introdução da Cartografia
presente nos livros aborda atividades corriqueiras, próximas ao aluno, porém o professor nem sempre
trabalha com estas questões. Desta forma, a Cartografia pode se apresentar para os alunos como um
conteúdo sem sentido, onde eles não conseguem enxergar alguma aplicabilidade.

É importante considerar que para o planejamento de qualquer atividade que de alguma forma se
relacione com o espaço físico que habitamos (seja para análises técnicas, com objetivo de se fazer
turismo ou simplesmente no trajeto de casa para o colégio), é imprescindível o conhecimento deste
espaço. Nesse contexto, é necessário que algumas formas de visualização de qualquer porção da

3
superfície física do planeta sejam desenvolvidas. E a essa representação denominamos mapa (Joly,
1976).

Justificativa

Este trabalho apóia-se na importância que a linguagem cartográfica tem na formação do aluno
enquanto sujeito leitor e intérprete da mesma. Porém, questiona-se o ensino desta linguagem, a qual
parece não passar aos alunos a Cartografia como algo que lhes servirá para sua formação. Ao mesmo
tempo, indaga-se sobre o papel que as novas tecnologias exercem ou deixam de exercer no ensino da
Cartografia.

A pesquisa encontra-se em fase inicial e, portanto, seus resultados são parciais.

O público alvo desta pesquisa são alunos da educação básica conjuntamente com seus
professores. Os questionários foram aplicados em uma escola que possui tradição e referência de
ensino em Juiz de Fora (MG). A escolha de uma instituição particular procura instigar o fato das
condições materiais serem suficientes ou não no ensino da Cartografia. Outras instituições particulares
não aceitaram a pesquisa, não apresentando motivos.

Justifica-se ainda, trabalhar com 7º ano do Ensino Fundamental e 2º ano do Ensino Médio pelo
fato dos mesmos já terem trabalhado com Cartografia em seus respectivos anos anteriores.

Objetivos

Geral: Observar o ensino da Cartografia no conteúdo de Geografia em uma escola particular de


Juiz de Fora.

Específicos:

- Analisar questionários respondidos pelos alunos de 7º ano do Ensino Fundamental e 2º ano


do Ensino Médio, assim como os questionários aplicados aos professores dos respectivas
anos.
- Verificar qual a concepção de Cartografia que os alunos possuem.
- Mostrar a visão dos professores sobre o ensino de Cartografia.
- Questionar sobre o uso de novas ferramentas tecnológicas no ensino;

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- Apontar se o ensino da Cartografia encontra-se massificado pelo cumprimento do programa
(planejamento de curso).

Metodologia

Primeiramente, foi realizado um levantamento bibliográfico sobre o assunto. Em seguida, foram


formulados questionários (Anexos 2 e 3), cujas aplicações são de suma importância nesta pesquisa, na
medida em que possibilitam a obtenção da opinião dos alunos sobre o que eles pensam sobre
Cartografia; se a Cartografia tem alguma aplicabilidade em suas vidas, seja direta ou indiretamente; se
a Cartografia é aplicada em alguma outra disciplina na escola; e saber o que eles possuem de noção
espacial em relação à localização no município de Juiz de Fora (MG), de acordo com o Mapa dos
Setores Urbanos de Juiz de Fora, do censo do IBGE do ano 2000 (Anexo 1). Para os professores
também foram aplicados questionários, para que eles mostrem seu ponto de vista sobre o ensino de
Cartografia e suas relações com a alfabetização cartográfica, os outros conteúdos da Geografia, os
instrumentos utilizados, a própria vivência, o trabalho das séries anteriores, o livro didático e as novas
tecnologias relacionadas à Cartografia. Discursaremos sobre as informações presentes nestes
questionários, expondo nossas conclusões diretamente ligadas a eles.

Estes questionários foram analisados da seguinte forma:

- Dos alunos:

Para análise e interpretação das respostas do questionário para alunos aplicado ao 7° ano do
Ensino Fundamental e para os alunos do 2º ano do Ensino Médio, considerou-se a definição de
Cartografia de CASTROGIOVANNI.

Nas questões 1, 2 e 3, agrupou-se as respostas dos alunos de acordo com os vocabulários


utilizados.

Na questão 4, houve diferença de critério nas análises de 7º ano do Ensino Fundamental e do 2º


ano do Ensino Médio. Para o 7º ano, as respostas que continham setores urbanos fronteiriços foram
aceitas. Para o 2º ano, apenas o setor urbano exato foi aceito.

- Dos professores:

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Os questionários dos professores, por serem mais aprofundados e subjetivos, são neste trabalho
relatados. As análises feitas sobre os mesmos estão voltadas para um perfil geral dos professores acerca
do Ensino de Cartografia, de acordo com as respostas apresentadas ao longo das sete perguntas
formuladas.

Desenvolvimento

1. 7º ano do Ensino Fundamental

Tratando-se de dezenove alunos na faixa etária de 11 a 13 anos, priorizou-se na correção a


objetividade e clareza das respostas e não o alicerce técnico (no sentido de linguagem científica
observado na definição de conceitos), que foi valorizado no método de correção dos alunos do 2° ano
do Ensino Médio.
1.1. Primeira questão
Na primeira questão, a análise se dividiu em duas etapas, sendo a primeira “O que é
Cartografia” e a segunda “Para que ela serve”. Dos dezenove questionários aplicados a esta turma, oito
alunos responderam que Cartografia seria o “estudo dos mapas e das localizações”, cinco alunos
responderam que a Cartografia seria apenas “o mapa” e um aluno respondeu ser “o mapa e o GPS”.
Cinco alunos não responderam.

Tabela 1: Respostas do 7º ano para a questão “O que é Cartografia”?


ESTUDO DOS MAPAS E O MAPA O MAPA E O GPS NÃO RESPONDERAM
DAS LOCALIZAÇÕES
8 5 1 5

Quanto à pergunta “Para que ela serve?”, catorze alunos responderam que o objetivo da
Cartografia seria para “localização e orientação” e cinco alunos responderam que a Cartografia serviria
para “localização”.
Tabela 2: Respostas do 7º ano para a questão “Para que ela serve?”
LOCALIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO LOCALIZAÇÃO
14 5

Nota-se, portanto, que a referência direta dos alunos sobre Cartografia é de localização, sendo
citada por todos. O mapa também aparece como elemento importante na Cartografia, mas em catorze
vezes que foi citado, em oito apareceu relacionado à localização. A orientação é também um outro
termo bastante utilizado pelos alunos quanto à utilidade da Cartografia.

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1.2. Segunda questão
Na segunda questão, a pergunta relacionava-se ao fato do aluno aplicar ou não a Cartografia em
alguma atividade cotidiana. Sendo assim, oito alunos responderam não aplicá-la, enquanto dez
responderam utilizar a Cartografia para viagens, localização na própria cidade e no trajeto casa-escola e
apenas um aluno respondeu aplicar a Cartografia nos estudos de mapas.

Tabela 3: Respostas do 7º ano para a segunda questão


VIAGENS, LOCALIZAÇÃO NA ESTUDOS DE MAPAS NÃO APLICAM
PRÓPRIA CIDADE E NO TRAJETO
CASA-ESCOLA
10 1 8

Mais uma vez, a localização aparece como principal elemento da Cartografia. É importante
ressaltar a questão de oito alunos afirmarem não aplicar a Cartografia em alguma atividade cotidiana,
sendo que na primeira questão, todos afirmaram que a mesma serve para localização. Pergunta-se: estes
oito alunos não se localizam e estão apenas reproduzindo um discurso apreendido em sala de aula?
Outra observação que se faz é em relação ao aluno que respondeu estudar os mapas. Este aluno
realmente utiliza esta prática ou, mais uma vez, reproduz um discurso?

1.3. Terceira questão

A terceira questão perguntava se o aluno utiliza a Cartografia em outra atividade na escola.


Quatro alunos responderem utilizar a Cartografia na disciplina de História com objetivo de localizar
determinados lugares; um aluno respondeu utilizar a Cartografia na aula de Artes para elaboração de
mapas; um aluno não especificou em qual disciplina utilizaria a Cartografia, mas justificou que a utiliza
com o objetivo de localizar determinados lugares; treze alunos responderam não utilizar a Cartografia
em outra atividade na escola.

Tabela 4: Respostas do 7º ano para a terceira questão


HISTÓRIA, COM AULA DE ARTES PARA OBJETIVO DE NÃO UTILIZAM
OBJETIVO DE ELABORAÇÃO DE MAPAS LOCALIZAR
LOCALIZAR DETERMINADOS
DETERMINADOS LUGARES
LUGARES
4 1 1 13

A localização novamente aparece como elemento em destaque na Cartografia, sendo


apresentada na resposta do aluno que não soube dizer em qual atividade escolar conseguia aplicar a

7
Cartografia. A disciplina História aparece na resposta de quatro alunos como outra via de se utilizar a
Cartografia. Sendo assim, é de se questionar o fato de treze alunos afirmarem não aplicar a Cartografia
em outra atividade escolar.

1.4. Quarta questão

Na quarta questão, o aluno deveria transcrever qual o bairro mora e em qual estuda e
posteriormente indicar estas regiões no mapa de Juiz de Fora. O mapa representava as regiões urbanas
da cidade e cada setor era representado numericamente. Alguns pontos estavam assinalados no mapa
como a APA da Mata do Krambeck, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e o Parque da
Laginha, o que também auxiliava os alunos na localização, além da Avenida Rio Branco representada
na legenda. Como já citado anteriormente, houve diferença de critério nas análises de 7º ano e do 2º
ano para esta questão. Para o 7º ano, as respostas que continham regiões urbanas fronteiriças foram
aceitas. Para o 2º ano, apenas a região urbana exata foi aceita.

Sendo assim, dos dezenove alunos da 7º ano, três indicaram corretamente no mapa apenas a
região em que mora e cinco apenas a região em que estudam. Apenas dois alunos acertaram onde
moram e onde estudam simultaneamente. Sendo assim, nove alunos erraram as duas respostas.

Tabela 5: Respostas do 7º ano para a quarta questão


ACERTARAM ONDE ACERTARAM APENAS ACERTARAM APENAS ERRARAM AS DUAS
MORAM E ONDE ONDE ESTUDAM ONDE MORAM RESPOSTAS
ESTUDAM
2 5 3 9

Um parecer geral sobre os questionários dos alunos de 7º ano é de que eles não estavam muito
preocupados com a forma da resposta que iriam dar, mas sim em conseguir transmitir o que pensavam
sobre Cartografia. E o resultado disso, aqui exposto, é de que a localização apareceu como primordial
em suas considerações. Mas mesmo assim, na quarta questão, somente 10 entre 19 alunos conseguiram
localizar pelo menos uma das referências propostas, ainda que se tenha considerado as regiões
fronteiriças.

2. 2º ano do Ensino Médio

Nos questionários aplicados aos alunos do 2º ano do Ensino Médio nas respostas dadas por eles
observa-se uma maior abrangência no vocabulário em todas as perguntas. O que de fato era esperado,
já que os alunos estão na faixa de 15 a17 anos.

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2.1. Primeira questão
Assim como se procedeu para os alunos do 7º ano, a primeira questão foi divida em duas etapas,
sendo a primeira “O que é Cartografia” e a segunda “Para que ela serve”. Dos trinta questionários
aplicados a esta turma, dez alunos responderam que Cartografia seria o “estudo de mapas”; cinco
alunos responderam ser “produção de mapas”; quatro alunos responderam que a Cartografia seria
“produção e estudo de mapas”, três responderam ser um “meio utilizado para localização”; três alunos
responderam ser uma “área da Geografia”; três alunos responderam ser uma “parte da Geografia
relacionada a mapa”; um aluno respondeu ser a “representação do espaço”; um aluno respondeu ser um
“meio”, mas sem explicar o que isso significa. Nenhum aluno deixou de responder à questão.
Tabela 6: Respostas do 2º ano para a questão “O que é Cartografia?”
ESTUDO DE MAPAS PRODUÇÃO DE PRODUÇÃO E ESTUDO DE MEIO UTILIZADO PARA
MAPAS MAPAS LOCALIZAÇÃO
10 5 4 3

ÁREA DA PARTE DA REPRESENTAÇÃO DO UM “MEIO”


GEOGRAFIA GEOGRAFIA ESPAÇO
RELACIONADA A
MAPA
3 3 1 1

O mapa aparece como elemento principal no estudo da Cartografia pelos alunos do 2º ano. É
notável a diferença de vocabulário presente nas respostas destes alunos, que se mostra mais específico
em relação ao o que é Cartografia, tanto que as respostas aqui se separaram em oito categorias,
enquanto as do 7º ano, em apenas quatro. De todas as respostas dadas pelos alunos do 2º ano, apenas
quatro delas seguiram a definição aceita neste trabalho, considerando que a Cartografia seria,
concomitantemente, o estudo e a produção de mapas.

Quanto à pergunta “Para que ela serve?”, dezoito alunos responderam que a Cartografia serve
para “localização”; três apontaram “orientação”; dois apontaram “interpretação de mapas”; um apontou
“produção de mapas”; um apontou “orientação e localização” juntos; um apontou “análise, orientação e
construção do mapa”; um apontou “diversas maneiras como estudo”, sem explicar; um apontou
“diversas atividades geográficas” sem explicar; dois não responderam.

Tabela 7: Respostas do 2º ano para a questão “Para que ela serve?”


“LOCALIZAÇÃO” “ORIENTAÇÃO” “INTERPRETAÇÃO DE MAPAS” “PRODUÇÃO DE MAPAS”
18 3 2 1

9
“ORIENTAÇÃO E “ANÁLISE, “DIVERSAS MANEIRAS NÃO RESPONDERAM
LOCALIZAÇÃO” ORIENTAÇÃO E COMO ESTUDO”
CONSTRUÇÃO DO
MAPA”
1 1 1 2
SOMA 29
Assim como apontado pelo 7º ano, a localização também é ressaltada nas respostas do 2º ano,
obtendo mais da metade das mesmas. A resposta considerada mais completa “análise, orientação e
construção do mapa”, apareceu apenas uma vez, mesmo que 10 alunos tenham indicado a Cartografia
como o estudo dos mapas na pergunta anterior.

2.2. Segunda questão


Na segunda questão “Você utiliza a Cartografia em alguma atividade cotidiana? Qual?”, os
alunos responderam o seguinte:
Oito alunos responderam não utilizar a Cartografia em atividades cotidianas; oito responderam
aplicar na “localização”; quatro responderam aplicar em “viagens”; três responderam aplicar em
“buscas”; dois responderam aplicar em “orientação e viagem”; um respondeu aplicar em “localização e
viagem”; um respondeu aplicar em “procura e atividade em sala” um respondeu “Localizar algum lugar
e verificar distância”; dois não responderam.
Tabela 8: Respostas do 2º ano para a segunda questão
NÃO UTILIZA LOCALIZAÇÃO VIAGENS BUSCAS ORIENTAÇÃO E
VIAGEM
8 8 4 3 2
LOCALIZAÇÃO E PROCURA E NÃO LOCALIZAR ALGUM
VIAGEM ATIVIDADE EM RESPONDERAM LUGAR E VERIFICAR
SALA DISTÂNCIA
1 1 2 1

O número de categorias nesta resposta também aumenta em relação ao 7º ano, e novamente a


localização é a mais citada. O termo “viagens” também aparece bastante nas respostas, sozinho e
associado com os termos “orientação” e “localização”. O aluno que respondeu “procura e atividade em
sala” pode ter sua resposta em questão: Será que ele considera atividade em sala como uma atividade
cotidiana? Talvez sim, considerando que não foi especificado na pergunta que a atividade seria feita
fora da escola.
2.3. Terceira questão
Na terceira questão, “Você utiliza a Cartografia em outra disciplina da escola? Como?”, sete
alunos afirmaram utilizar a Cartografia em “História e localização”; sete alunos em “História”; três em
“Matemática, escalas e áreas”; três em “Matemática (com escalas) e História”; dois em Geometria; um

10
em Matemática e História; um em “Matemática (com escalas) e História (com localização); um em
“História e análise”; um em “História, análise e localização”; quatro disseram não utilizar.

Tabela 9: Respostas do 2º ano para a terceira questão


HISTÓRIA E LOCALIZAÇÃO HISTÓRIA MATEMÁTICA, MATEMÁTICA (COM GEOMETRIA
ESCALAS E ESCALAS) E
ÁREAS HISTÓRIA
7 7 3 3 2
MATEMÁTICA (COM HISTÓRIA HISTÓRIA, MATEMÁTICA E NÃO UTILIZAM
ESCALAS) E HISTÓRIA (COM E ANÁLISE ANÁLISE E HISTÓRIA
LOCALIZAÇÃO) LOCALIZAÇÃO
1 1 1 1 4

Das dez categorias que aparecem nesta pergunta, sete apresentam a História como a principal
disciplina na qual a Cartografia é utilizada, totalizando vinte e um alunos. A Matemática também
aparece com frequência, totalizando dez alunos afirmando utilizá-la na disciplina, sendo que um deles
especificou a Geometria. O que se indaga em relação a estas duas últimas é o fato de onde está sendo
feita a utilização da Cartografia: se ela é que está sendo utilizada na Matemática e Geometria, ou se a
Matemática e a Geometria é que estão sendo utilizadas nas aulas de Cartografia.
2.4. Quarta questão
Em relação à 4ª questão, na qual os alunos teriam que indicar em qual bairro moram e em qual
bairro estudam, quinze alunos acertaram, na mesma resposta, o bairro em que moram e em que
estudam; quatro acertaram apenas onde estudam; três acertaram apenas onde moram; nove erraram as
duas respostas. Mesmo havendo errado as duas respostas, estes nove alunos indicaram regiões urbanas
próximas das áreas de onde moram e estudam.
Tabela 10: Respostas do 2º ano para a quarta questão
ACERTARAM ONDE ACERTARAM APENAS ACERTARAM APENAS ERRARAM AS DUAS
MORAM E ONDE ONDE ESTUDAM ONDE MORAM RESPOSTAS
ESTUDAM
15 4 3 9
SOMA: 31
Os alunos do 2º ano mostraram um maior domínio em relação à localização, validando as suas
afirmações, que davam a esta uma maior importância dentro da Cartografia.
Percebe-se, ao ler as respostas dos alunos de 2º ano, que eles apresentam maior domínio quanto
à elaboração das respostas e ao conteúdo. Uma possível explicação disso pode estar nas vivências
desses alunos, não somente no âmbito escolar, mas nas atividades cotidianas.

11
3. Professores

3.1. Professor A – 7º ano:


O professou A, na primeira questão, em relação às suas considerações sobre alfabetização
cartográfica, afirmou ser “de suma importância mostrar como nosso planeta está em constante
transformação. Transformação até mesmo tecnológica para análises dos mapas, uso de aparelhagem
moderna e todo o circuito de conhecimento que está diretamente ligado ao conhecimento cartográfico e
suas relações entre o lugar e a paisagem”. Na segunda questão, sobre a aplicação da Cartografia em
outros conteúdos da Geografia, respondeu que “Alguns livros didáticos utilizam métodos cartográficos
com maior abrangência. Nos falta tempo para programar exercícios práticos, pois essa é a melhor
maneira de ensinarmos a ciência cartográfica”. Na terceira questão, em relação aos instrumentos
utilizados, afirmou utilizar mapas e vídeos. Na quarta questão, referente à utilização em algum outro
momento da vida, responde “No cotidiano, utilizamos a cartografia, desde um simples olhar para o
horizonte até o nosso deslocamento diário”. Na quinta questão, em relação à chegada dos alunos da
série anterior, considera os alunos “Fracos, pois não temos condições de desenvolver numa 5ª série um
amplo trabalho de conhecimento cartográfico devido a vários fatores que atrapalham tal aprendizado,
como a falta de tempo para desenvolvermos melhor o conteúdo, pois temos apenas duas aulas por
semana”. Na sexta questão, sobre a abordagem do livro didático, o professor responde que é “de
maneira positiva, pois os autores tentam passar informações positivas e abrangentes em todas as séries
trabalhadas.” Na sétima questão, referente às novas tecnologias presentes na Cartografia, o professor
afirma “Não quero ser repetitivo, mas a falta de um maior tempo para trabalhar com os alunos é
altamente prejudicial a um bom desempenho do conhecimento cartográfico.”

3.2. Professor B – 2º ano:


O Professor B, na primeira questão respondeu “Penso que a alfabetização cartográfica é
fundamental para despertar o aluno sobre a idéia de espaço. Espaço que orienta, que localiza e produz
mecanismos de contemplar o espaço real”. Na segunda questão, colocou que “Em muitos conteúdos, o
uso da Cartografia é ferramenta essencial para a compreensão dos conteúdos programáticos, pois há
preocupação do autor em identificar e quantificar o espaço analisado. Mas, em algumas obras, não há
qualquer esclarecimento específico sobre o conteúdo trabalhado”. Na terceira questão, o professor
afirmou utilizar com freqüência o Atlas, cartas, maquete, etc. Afirmou usar também, o quanto possível,
o laboratório de informática da universidade à qual a escola pertence. Na quarta questão, afirmou que é
fundamental empregar a Cartografia “em simples observações que vão desde o movimento aparente do
12
sol e os mecanismos de variação das sombras dos objetos. Até mesmo quando pratico atividades físicas
ao ar livre, me oriento sobre a necessidade de utilizar ou não óculos escuros dependendo do horário e
trajeto que percorro”. Na quinta questão, o professor considera que muitos dos alunos “são dedicados e
têm uma percepção muito significativa, assim dominam razoavelmente os conceitos trabalhados.
Alguns não estão e/ou são preocupados em identificar os fatos trabalhados”. Na sexta questão, o
professor considera a abordagem do livro didático “apenas razoável, uma vez que prioriza informações
escritas e não tem uma dinâmica mais concreta sobre o uso de análises cartográficas”. Na última
questão, o professor afirma que “Qualquer recurso que auxilie o aprimoramento do ensino é
fundamental. Quem me dera ter esta possibilidade. Quem não gostaria de aplicar em suas aulas
recursos ultramodernos no ensino de Cartografia?”.
Em relação aos depoimentos dos professores, o Professor A considera a importância da
Cartografia no cotidiano e faz uso de recursos didáticos que trabalhem com a mesma, mas mostra
empecilhos em relação ao seu ensino, como a falta de tempo para as aulas de Geografia e para o ensino
da Cartografia; a não-contribuição do livro didático em relação ao uso da Cartografia nos diversos
conteúdos da Geografia (apesar de discorrer positivamente em relação aos livros no ensino da
Cartografia em si) e o despreparo dos alunos recém-chegados do 6º ano. Este professor deixa claro que
a Cartografia é importante, mas apontam que as questões institucionais limitam o seu trabalho em
relação ao ensino da Cartografia.
O Professor B mostra-se mais entusiasmado com o ensino de Cartografia, mesmo que este possa
conter adversidades, como ele mesmo aponta, em relação aos alunos que não apresentam interesse em
aprender, às condições institucionais que nem sempre permitem o uso de determinados recursos
didáticos em aula e ao livro didático, que prioriza o texto ao invés de trabalhar com a Cartografia
utilizando outros métodos. Apesar dessas condições, as afirmações em relação ao seu cotidiano, no
qual emprega a Cartografia; à alfabetização cartográfica, que ele considera como fundamental para
despertar a idéia de espaço; à utilização da Cartografia em outros conteúdos da Geografia, que se faz
como ferramenta essencial e, finalmente, ao uso de outros recursos no ensino, mostram que para ele, a
Cartografia não é apenas mais um capítulo, unidade ou conteúdo da Geografia, mas sim, uma
ferramenta que se faz necessária no cotidiano e em outros conteúdos escolares.
Há de se considerar que os professores trabalham com turmas de diferentes faixas etárias, o que
pode influenciar no emprego do conteúdo. Entende-se também que os professores apresentam posturas
diferentes, de acordo com suas vivências no campo docente.

13
Conclusão

Ainda que o presente trabalho esteja em fase inicial, sendo trabalhado em apenas uma
instituição, conforme justificado, e duas turmas, pode-se observar alguns resultados. Inicialmente, o
ensino da Cartografia como algo aplicável ao cotidiano foi questionado e, posteriormente, comprovado
pela pesquisa, já que oito em dezenove alunos do 7° ano do Ensino Fundamental afirmaram não aplicar
a Cartografia em qualquer atividade cotidiana. Em relação à mesma questão no 2º ano do Ensino
Médio, oito entre trinta afirmaram o mesmo. Desta forma, pode-se concluir que a Cartografia é pouco
utilizada pelos alunos, ou estes não conseguem identificar o seu uso no cotidiano.
Quanto à idéia inicial sobre o uso de novas tecnologias e o acesso das mesmas pelos alunos e
professores, não só na escola como também em casa, observa-se o seguinte fato: nenhum aluno citou
em suas respostas algo sobre o uso de novas tecnologias cartográficas, seja na escola ou fora dela, nem
mesmo o tão difundido “Google Earth”, ainda que não tenham sido questionados de forma objetiva. O
que nos leva a crer que novas tecnologias de ensino da Cartografia não tenham sido inseridas nas aulas,
ou não de forma suficiente para que eles assimilem as mesmas sem serem indagados de forma direta. Já
os professores destes mesmos alunos, chegaram a citar a importância das novas tecnologias para a
complementação do ensino cartográfico. Porém, ratificam a idéia anterior de que essas tecnologias são
pouco utilizadas nas salas de aula por vários motivos. Contudo, os professores afirmam não deixar de
passar teoricamente a importância dessas tecnologias cartográficas em suas aulas, chegando a lamentar
a falta de tempo para maiores atividades práticas. Desta forma, observa-se que o fato de uma instituição
ser particular não garante todos os recursos necessários à potencialização do ensino, no caso, da
Cartografia. Embora tenhamos ainda um espaço amostral limitado, que não nos permitiu nesta fase
inicial obter parâmetros comparativos com uma instituição de ensino público ou mesmo privado.
De uma forma geral, o ensino de Cartografia nesta escola mostrou-se eficiente, visto que os
alunos apresentaram certo domínio do conteúdo, embora tenham usado um vocabulário de pouca
expressividade acerca do assunto, e tenham associado primordialmente a Cartografia à localização
(principalmente no 7° ano do Ensino Fundamental). O ensino também se mostrou eficiente no 2° ano
do Ensino Médio, uma vez que os resultados obtidos demonstram um razoável domínio cartográfico.
Conclui-se, portanto, que o tempo de cumprimento de programa nem sempre suficiente, as
novas tecnologias pouco utilizadas no ensino da Cartografia, entre outros fatores, refletem nas
respostas dos alunos, indicando que a Cartografia tem sua importância dentro do ensino de Geografia,
mas que ainda não consegue ser totalmente incorporada a outras aplicações, seja dentro ou fora da
escola.

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Pensemos, assim, sob uma perspectiva de mudança, de aplicarmos, enquanto professores de
Geografia, a constante utilização da Cartografia tal como aprendemos no momento da graduação, e não
nos deixarmos adaptar ao modelo escolar, no qual a Cartografia quase sempre aparece como apenas
mais uma unidade de um conteúdo programático, e não como uma possibilidade de o aluno
compreender e entender o espaço geográfico nas suas diversas caracterizações.

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Referências Bibliográficas:
ARCHELA, R. S. Análise da cartografia brasileira: bibliografia da cartografia na geografia no
período de 1935-1997. São Paulo, 2000. Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo.
CASTROGIOVANNI,A.C. O misterioso mundo que os mapas escondem. In:
CASTROGIOVANNI,A.C. et alli (orgs). Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. 4ed Porto
Alegre: UFRGS/AGB Seção Porto Alegre, 2003.
IBGE. SETORES URBANOS – ZONA URBANA DE JUIZ DE FORA. Censo, 2000.
JOLY, F. La Cartographie. Paris: PUF, 1976. 276 p.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA – Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental. Brasília, 1998.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA – Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília, 1998.
SIMIELLI, M.E.R. Cartografia no ensino fundamental e médio. In: CARLOS, A.F.A. (org) et alli.
A Geografia na sala de aula. 8ed. São Paulo: Contexto, 2007.

Bibliografia consultada:
ALMEIDA, R.D. & PASSINI, E. Y. O Espaço Geográfico - Ensino e Representação. 15ed São Paulo:
Contexto, 2006.
CAVALCANTI, L.S. Geografia e Práticas de Ensino. Goiânia: Alternativa, 2002.
FONSECA, F.P. & OLIVA, J.T. A Geografia e suas linguagens: o caso da cartografia. In: CARLOS,
A.F.A. (org) et alli. A Geogafia na sala de aula. 8ed. São Paulo: Contexto, 2007.
PASSINI, E.Y. Alfabetização cartográfica. In: PASSINI, E,Y. et alli. Prática de ensino de Geografia
e estagio supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007.

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ANEXOS
Anexo 1

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Anexo 2

QUESTIONÁRIO APLICADO EM ALUNOS PARA FINS DE PESQUISA

1) Na sua opinião, o que é Cartografia e para que ela serve?

2) Você consegue aplicar a Cartografia em alguma atividade cotidiana? Qual?

3) Você utiliza a Cartografia em outra disciplina da escola? Como?

4) Em que bairro você mora e em qual estuda? Indique os números correspondentes


de acordo com o mapa.

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Anexo 3

QUESTIONÁRIO DO PROFESSOR

1) Quais são suas considerações sobre a alfabetização cartográfica?

2) Como você vê a aplicação da Cartografia nos mais diversos conteúdos da


Geografia?

3) Quais instrumentos você utiliza para o ensino de Cartografia?

4) Você utiliza a Cartografia em algum outro momento da sua vida? Acha isso um
fator motivador a ser repassado aos alunos?

5) Como você acha que os alunos chegaram da série anterior, na qual a Cartografia
foi aprendida?

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6) Como a Cartografia é abordada no livro didático utilizado pela escola?

7) Em relação as novas tecnologias presentes na Cartografia, você vê aplicabilidade


das mesmas para seus alunos?

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