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NÚMERO UM .

JAN 007

CAPA
EDITORIAL
Beijo
foto de Ângelo Fernandes

FICHA TÉCNICA

Director de Arte e Conteúdos


Ricardo Galésio

Colaboradores
Ana Elisa
Ângelo Fernandes
Filipa Amaro
Juliana Reis
Lambros FisFis
Lomografia Portugal
Maria Curta
Nicolas Poirier
Pedro Palrão
Sara Toscano
Tiago Sem-Medo

Agradecimentos
José Pedro Tavares
Lomografia Portugal
Metropolitano de Lisboa
FLYMOON
ME TO THE
ALEJANDRO GONZÁLEZ IÑÁRRITU
um
EL NEGRO
A cara de louco ninguém lha tira. O génio também não.
O México está-lhe no sangue e nos filmes. Foi sempre assim desde que iniciou a sua
carreira em 1984 como DJ numa rádio famosa da capital mexicana. Durante alguns
anos foi isso que fez, enquanto, simultaneamente, estudava cinema e teatro. No
entanto, o bichinho da rádio suicidou-se passados quatro anos e Alejandro começou a
compor bandas sonoras para longas metragens. Aos vinte e poucos já era convidado
para dar música às histórias de grandes realizadores mexicanos. Talvez se tenha
fartado, e em meados dos fatídicos anos 90, Iñárritu tornou-se produtor, o mais novo,
da maior cadeia de televisão do Mexico, a Televisa. Os talentos eram variados e, como
em todas as outras coisas que fez, superou-se e começou a ter sucesso na área. Tanto,
que, passado pouco tempo, criou a sua própria produtora. A Zeta Films dedicava-se
à produção de filmes publicitários, programas de televisão e curtas-metragens. O
estudos não estavam postos de lado e Alejandro continuava a estudar cinema em Los
Angeles com o realizador polaco Ludwik Margules. Foi nesta altura, em 1995, que
realizou e produziu o seu primeiro filme de média duração para a Televisa, “Detras
del Dinero”. Apostado que estava em fazer cinema de qualidade, criou, juntamente
com o guionista Guillermo Arriaga, onze curtas que aprofundavam as diferenças
entre classes na Cidade do México, a dura realidade de pessoas comuns que tinham
marcados em si anos de desigualdades sociais e injustiças naquele país. De todas
estas histórias individuais, Iñárritu e Arriaga escolheram três para desenvolver em
pormenor e dar-lhe o destaque que mereciam. Assim nasceu a primeira longa duração
de Alejandro, “Amores Perros”, um retrato do México profundo, afiado e estilizado,
sendo facilmente perceptível a forma como as pessoas se afectam e comunicam.
foto de Gabriela Saaverdra

“Amor Cão” (em português) fez com que Iñárritu alcançasse um êxito internacional,
sendo nomeado para o Óscar para Melhor Filme Estrangeiro em 2001. Um ano mais
tarde participou num filme polémico, aliando-se a outros realizadores como Wim
Wenders ou Mira Fair para relatar os acontecimentos de 11 de Setembro de 2001, o
“11’09’01”. Rapidamente o seu nome se espalhou pela indústria cinematográfica e
os convites das grandes produtoras não se fizeram esperar.
(continua)
I HAVE A DREAM
dois
NON SENSE
Fui à rua do Carmo comprar coisas. Não havia. Desinteressei-me. Desci a escadas que
davam acesso ao patamar inferior. Encontrei, sem nada, os três pintarolas do segundo
esquerdo que estão sempre a cantar Buraka Som Sistema aos altos berros e não me
deixam dormir. Agradeci-lhes pelo prémio, sem me esquecer da família. Olhei em
frente para ver se não vinha gente e saltei o muro. A piscina estava vazia. Despi-me
logo e comecei a nadar em golfadas. A Carmen chegou e ensaiou comigo a ópera de
logo à noite. Estava ansiosa pela estreia. No Maria Matos não aceitavam atrasos e as
castanhas tinham que estar quentinhas. Mas nunca estavam. Era uma pena. Saí da
piscina e nem deu tempo para comer os Chocapic, corri logo para o táxi azul que me
esperava no portão. A árvore ia acender dali a minutos e nem a permanente tinha
feito aos cabelos. No bairro não gostam de fazer permanentes. Não sei porquê. Peguei
no microfone e cantei o meu tema preferido dos Ena Pá 2000. Mas sem as asneiras
porque eu gosto de coisas mais limpinhas. Os sapatos derreteram e os pés ficaram
Iñárritu não resistiu aos apelos tentadores da máquina gigante de Hollywood e congelados. Olhei para o relógio e era tarde. Tarde de mais para estudar. O exame era
realizou para a Universal Pictures o “21 grams”, trocando os não-tão-conhecidos- difícil e eu não estava nada confiante do resultado. Só tinha rês horas para o fazer.
na-altura-mas-que-já-vão-aparecendo actores mexicanos, como Emilio e Gael, por Talvez não desse tempo para ir aos pastéis ou para o croissant de chocolate na outra
estrelas mais requisitadas, Sean Penn e Naomi Watts. Não obstante, as histórias ao lado da Brasileira. Faltava tudo. Tive que pedir ajuda. Contratei sete figurantes
contadas continuaram a denunciar as fragilidades sociais que se fundiam umas nas para me ajudarem nos papéis principais. Tive que fazer eu tudo porque eles não
outras. Sem pensar muito no assunto, Alejandro González Iñárritu tinha começado apareceram. Mesmo antes de entrar em palco, recebi um telefonema anónimo da
uma triologia que acaba com o seu último filme, estreado em Portugal no passado Direcção Geral de Impostos a dizer que o jantar estava pronto. Quando estava prestes
dia 28 de Dezembro, “Babel”, produzido pela Paramount Vantage. “Babel” está a adormecer, acordei.
dividido em três capítulos e conta a vida de pessoas diferentes mas que têm elos de
ligação entre si, à semelhança dos filmes anteriores, e dispersa-se entre cenários tão
variados como Marrocos ou Tóquio.
“El Negro”, como é tratado, sabe que os seus filmes mexem com as pessoas e fazem
mexer a engrenagem, sem nunca perder o lado da provocação e da realidade. E sabe
que assim continuará.
O génio ninguém lho tira. A cara de louco também não.
três
O que é que um licenciado em literatura inglesa, nascido numa quinta em Vermont e
que planta girassóis gigantes consegue criar, de extraordinário, no mundo das artes
performativas?
Foi esta a pergunta que me levou a ver o espectáculo de Moses Pendleton, Sun
Flower Moon, da companhia de bailarinos ilusionistas MOMIX.

A obra, mágica, é tão diversificada como o seu próprio criador: um pouco de dança,
um pedaço de teatro, uma dose de ilusionismo, fragmentos de histórias, acrobacias,
devaneios…

O palco, negro.
Entre espectadores e bailarinos, projectam-se, como num caleidoscópio, imagens de
uma Natureza ora simétrica ora desordenada.
E os bailarinos, de preto e branco, criam ilusões de óptica, explorando o uso da luz
negra: um bailarino de branco esvoaça pelo palco, suspenso no ar pelos braços de um
A PRETO E BRANCO bailarino vestido de preto, invisível.

MOMIX
Anémonas gigantes flutuam.
Entram, a fazer acrobacias, duas pernas, no palco. O tronco da bailarina, a negro, não
é reconhecível.
texto de Sara Toscano E depois chegam meios-corpos, criaturas de uma perna só, pessoas que, incompletas
pela luz, se transformam, pela arte, em seres extraídos de algum desenho fantástico
de Moebius ou do velho videoclip de Daft Punk “Around the world”.

Quando se vê MOMIX, o que é que se vê?


A imaginação de cada espectador filtra, decifra e participa nesta criação. Logo, Eu vejo
uma flor a abrir, Tu vês o sol a despontar, Ele vê uma aranha que se espreguiça, Nós
vemos a rosácea da Sé de Lisboa…

www.mosespendleton.com
foto de Max Pucciariello
DONA ROSA
texto de Ricardo Galésio
qua
PRETA TU
A Dona Rosa era daquelas mulheres grandes. Aconchegantes. Tinha um peito enorme Todos os dias Dona Rosa saía de manhã cedo para comprar coisas. O dinheiro já não
e um rabo generoso. Era preta a Dona Rosa. De um preto escuro. Bonito, o preto da dava. A sorte é que ela comia pouco. E as roupas era a própria quem as costurava
Dona Rosa. Tinha um sorriso largo e uns dentes brancos, grandes como ela. Vestia na velha máquina Singer. A batata estava cara e o velho puré com espinafres que
cores garridas, de contrastes. Estampas com girassóis amarelos e fundo bordeaux. gostava foi rareando, substituído aos poucos por arroz de cenoura ou arroz só.
Saia verde garrafa com uma prega à direita. A da esquerda tinha-se perdido com o Sempre que regressava a casa, com os sacos na mão, cada vez menos e mais vazios,
tempo. Os lábios sempre vermelhos. Faziam-na sexy, dizia ela num tom sério. E era os miúdos da rua treze pegavam em pedras da calçada, das pequenas, e faziam
mesmo. pontaria ao rabo de Dona Rosa. Ela ria-se, disfarçando a crescente antipatia que ia
Dona Rosa vivia numas águas furtadas num dos bairros da cidade. A casa não era sentindo por eles. E dia após dia, o Chicol, o Panzeg e o Zartid, continuavam a acertar-
grande, mas chegava-lhe. Desde que Sô Simão tinha fugido para a Argentina, que lhe em cheio nas nádegas enormes, e ela cada vez disfarçava menos e se enervava
ela vivia sozinha. Não se importava. Era mulher suficiente para se cuidar. Nunca tinha mais. Estava farta dos meninos do coro que implicavam com as suas formas, com a
precisado do traste para nada. A única coisa que Sô lhe tinha dado, o filho Bolbot, sua roupa, com tudo o que gostava. Um dia, farta do fartote, pegou numa mala azul,
desaparecera na Guerra dos Heróis em mil nove sessenta e sete. Há pouco tempo, bolorenta, que tinha, abriu-a e encheu-a de coisas importantes. Despediu-se e nunca
numa carta escrita por Bolbot na altura, Dona Rosa lera “Mãe preta, as coisas por mais apareceu no bairro. Ouve-se dizer que foi morar para os subúrbios calmos de
aqui estão zamgumbindo, o prior que veio connosco, para nos aconselhar, perdeu-se Siguma. Mas ninguém sabe ao certo o que lhe aconteceu.
de amores por uma nativa e vivem agora numa cabana suja perto de Zamorat. Eu já
não sei o que faça. Apetece-me sair daqui”. Depois disto nunca mais ela ouviu falar
do filho.
cinc

foto de Jochen Viehoff


texto de Maria Curta

HAVERÁ UM DIA QUE EU NÃO VOU ESTAR CÁ.


E TU, PERTO, VAIS PERCEBER A DANÇA DO MUNDO
DE SEMPRE. E AS CONVERSAS TRISTES. E OS RISOS
DESCONTROLADOS. E AS FLORES COR-DE-ROSA EM
CIMA DO PALCO. MAS SÓ UM DIA.
A dança pode ser tudo. Está na rua, com as pessoas. Os seus movimentos são a fonte
e conseguem renovar-se com o tempo. São repetidos e inspiradores. O ritmo pulsado
das cidades levam-na ao seu mundo, às formas de si, às coisas dos outros e ao gosto
mundano. É aí que vai beber e se mostra, atordoada, mas feliz.
Nasceu em Solingen, nos anos quarenta. O seu pai tinha um restaurante nesta cidade
alemã, e Pina Bausch passava o tempo todo a olhar para as pessoas. A interiorizar
os seus gestos, a maneira como se exprimiam, o seu modo de falar. Desde muito
pequena que aprendeu a funcionar como uma esponja que absorvia tudo o que a
rodeava, transformando movimentos do quotidiano em gestos fluidos, em coreografias
que inventava. O seu gosto pela dança levou-a a ingressar na Folkwang School, em
Essen, de onde saiu três anos depois, já formada. Uma bolsa de estudo fez com que
Bausch trocasse a Alemanha pelos Estados Unidos, mais propriamente pela famosa
Juilliard School of Music de Nova Iorque. Passou três anos a aprender, a dançar com
os melhores, a fazer sempre melhor e a ser exigente consigo mesma. No entanto,
em 1962, o seu antigo professor de Essen, Kurt Jooss, convidou-a a integrar a nova
companhia que tinha fundado, a Folkwang-Ballett. Pina Bausch regressa ao seu país e
cresce como bailarina, dançando com coreógrafos de todo o mundo. Em 1968 iniciou
a sua carreira de coreógrafa, com “Fragment”. A sua visão diferente do que a dança
podia ser gerou polémica, não a poupando de assobios durante os espectáculos,
ofensas e ameaças. Mas não foi isso que a fez mudar de rumo. Certa do que queria
fazer, Pina Bausch assumiu a direcção artística do Folkwang-Ballett de 1969 até 1973,
inovando em cada coreografia que estreava, num estilo que chamou a atenção de
bailarinos em todo o mundo, e que foi denominado de teatro-dança. Em 73 aceitou
o convite para ser directora do Wuppertaler Tanztheater, que mais tarde mudou de
nome para Tanztheater Wuppertal Pina Bausch. Até hoje.
Pina Bausch estabelece parcerias com várias cidades do mundo. Instala-se com a
Companhia num determinado sítio e aí permanecem até a coreografia estar pronta.
Foi o caso de Lisboa, em 1998, quando nasceu “Masurca Fogo”, espectáculo criado
para a Expo 98.
Ela conversa com os bailarinos e, em conjunto, criam a coreografia. Partem de
emoções que sentem, de experiências que já viveram ou querem viver e começam a
dançar. Por vezes Bausch questiona-os sobre coisas, várias coisas, e eles respondem
a dançar, conseguem que a resposta seja mais concreta e assertiva se for a dançar.
foto de Jochen Viehoff

Atropelam-se, por vezes. Criam situações imaginárias, avançam sobre os espaços


perdidos e dão-lhes forma. Olham nos olhos e são muitos num só. Chegam lá com
um simples gesto do braço ou com um movimento de anca mais acentuado. Pina
Bausch transforma todas aquelas respostas numa dança exploradora e imagética. A
dança de Pina Bausch.
ESPLANADA
texto de Pedro Palrão
seis
AO SOL
- “Já ninguém morre por amor!” – sussurrou antes de soprar um fio ténue de fumo
pela boca e pelas narinas – “Onde é que chegámos…já ninguém morre por amor!”
– continuou para sugar o cigarro que se aproximava do final.
- “Querias que eu morresse por ti?” – questionou-a ele. Estava desconcertado com a
pergunta, mas ainda assim esboçou uma curva num dos cantos da boca enquanto
afastava os fios de fumo que se haviam dirigido a ele pelo ar.
- “Morrias?” – continuou ela, olhando sempre em frente, nem sequer desviando por
segundos o olhar de encontro a ele – “Se eu te pedisse morrias por mim?”
- “Isso não seria morrer por amor…” – respondeu ele, desfazendo o sorriso leve que
lhe desenhava os lábios – “…seria um mero capricho teu, egoísta, próprio da menina
mimada que tu és!” – o tom era amistoso, mas as palavras espelhavam incredulidade
e uma certa revolta – “Morreria por ti se a tua vida dependesse da minha morte…ou
se calhar não…”
- “Vacilas na resposta…”- interrompeu ela sem se incomodar com as palavras por ele
proferidas.
- “Teria de estar na própria situação para o saber de verdade, não sei se estaria
disposto a dar a minha vida por ti” – continuou ele, sem mudar a cadência do discurso
– “Podia sempre encontrar alguém depois de ti…podia sempre preferir a vivência
do desgosto de não te ter do que a total ausência de sentimentos…do que o escuro
negrume no qual se emerge pensando no suposto ponto final dactilografado pela
mão da morte.”
- “Quer dizer que não me amas?” – ela continuava com as mãos posicionadas como
se ainda segurasse o cigarro, embora o já tivesse apagado.
- “Não sei a razão dessa pergunta…a tua resposta seria a mesma a semelhante
pergunta feita por mim a ti…ou não?” – ambos sabiam que sim, mas mesmo assim
deixaram-se ficar em silêncio por breves instantes como que esperando uma resposta
que sabiam ser qual era…talvez um instinto que falasse mais alto e os levasse a
refutar o que sentiam dentro de si – “Claro que te amo…” – continuou ele como se
não tivesse parado de falar – “Mas de que serviria o meu amor se me tivesse de
matar por ti…não o irias sentir depois…e se morresses, fá-lo-ias sabendo do que citadina onde estavam naquela tarde de verão, secara-lhe as réstias de lágrimas
sentia por ti.” arrepanhando-lhe a pele da cara. O tom de voz tornara-se calmo, sincero. Finalmente
- “E se me quisesses e eu não te quisesse a ti? Matavas-te com o desgosto?”- expelira o que continha dentro de si.
continuou ela, vertendo distraída as últimas pingas negras, restantes do café que - “Então é isso que te tem afastado de mim…não vou negar que te noto distante
bebera quando chegaram, para cima do pires. Parecia submersa na procura sinistra há algum tempo.” – o olhar dele disfarçava mal a surpresa que o havia tolhido –
de o matar com palavras…ou de o saber morto à custa do amor por ela em qualquer “Apanhaste-me de surpresa, não o consigo esconder…mas…não sei que diga” – a
momento passado – “Alguma vez te passou pela cabeça isso?” voz embargava-se-lhe, tremia com o esforço de reter as lágrimas que queriam ser
- “Que raio de perguntas são essas?” – replicou ele num tom impaciente – “Queres ver- derramadas – “Queres então acabar tudo? Queres que te deixe…? Disse-te que não
me morto a qualquer custo…ou pelo menos é isso que dás a entender” – continuou tinha a certeza se morreria por ti, mas tenho a certeza de que não quero que tu
retomando um tom calmo, deixando flutuar as palavras para que formassem uma morras por mim.”
nuvem em volta deles – “Queres sabê-lo, pois então digo-te. Sim, passou-me pela - “Prefiro ter tempo para pensar “ – os olhos dela procuravam os dele, que fugiam
cabeça antes de estarmos juntos…um mero rasgo de pensamento de não de ter agora procurando o chão, procurando as suas mãos que se esfregavam e contorciam
cortava-me por dentro e impelia-me a matar-me…lançar-me num escuro qualquer que nervosamente – “Dás-mo?”
me privasse do sofrimento que era olhar-te sem te ter. Aí o tens.” – soava inalterado, - “Claro!” – respondendo levantou-se. Olhou-a e sorriu-lhe sinceramente, ao que
embora sentisse no peito a gravidade das palavras que lhe haviam perpassado os ela retribuiu. A mão dele procurou então a cara dela. Os seus dedos afagaram-lhe
lábios – “E acho (não o posso afirmar com toda a certeza) que o mesmo pensamento calorosamente a pele, e num instante os lábios trémulos dele beijaram os dela. Tudo
me trespassaria a mente e o coração se, agora que te tenho, te deixasse de ter.” se passou como que numa dança coreografada. Parecia que ambos sabiam o que
– finalizou num desvio de olhar furtivo para a figura dela. Reparou que chorava. As fazer. Assim, pacientemente, ela recebeu o beijo, deixando-se invadir pelo calor que
lágrimas rolavam-lhe do canto dos olhos pintados, e tocavam-lhe ao de leve nos agora sentia provir dele. Olhando-o nos olhos disse-lhe:
lábios finos que lhe atenuavam os contornos marcados da cara. - “Obrigado…o tempo dirá o que vai acontecer. Mas façamos uma promessa…” – ele
- “Não me vais perguntar porque estou a chorar?” – perguntou ela, ignorando os acenou receoso de pronunciar qualquer palavra que o pudesse fazer desmoronar. Ali
olhos dele – “Pensei que tivesses algo a dizer, já que eu não sou capaz de o dizer!” de pé, deixava-se inclinar para ela – “Não nos matemos…qualquer um de nós…se
- “Porque estás a chorar?” – perguntou-lhe ele, afagando-lhe a mão pousada no braço algo realmente morrer que seja o que tínhamos, para que possamos continuar as
da cadeira. Os seus dedos estavam quentes de serem banhados pelo sol do final da nossas vidas.”
tarde, mas ela sentia-os frios na pele, olhando os olhos dele não se viu reflectida… Ele voltou-se e afastou-se da mesa dela. Ao longe ela ainda conseguiu distingui-lo
arrepiou-se antes de limpar as lágrimas e se endireitar na cadeira soltando a mão dos a limpar os olhos. Estava agora serena. Sentia-se infinitamente mais leve, sentia o
dedos dele. Os lábios entreabriram-se para uma golfada de ar antes de expulsar o que sangue a correr-lhe mais veloz, a ruborizar-lhe a face de um calor que jorrava de
lhe ia dentro…lhe corria desenfreadamente nas veias na ânsia de ser expelido…lhe dentro de si. Inspirando profundamente sorriu.
revolvia os pulmões na esperança de sair abraçado a uma expiração profunda… - “A menina quer mais alguma coisa?” – perguntou o empregado que por ali dançava
- “Estou a chorar porque também me passou pela cabeça morrer ou matar-me entre as mesas.
por ti…mas não por não te ter, não se a tua vida dependesse da minha morte… - “Por enquanto não. Quero só ficar aqui a gozar o sol na esplanada.” – varrida pela
simplesmente passa-me pela cabeça todos os dias…mas por tu me quereres, por brisa que novamente soprava acendeu um cigarro e fitou o céu sorrindo. Estava
ainda estar contigo, te deixar teres-me…por ser cobarde e não ser capaz de me viva.
desprender de ti…” – enquanto falava a leve brisa quente, que revolvia a esplanada
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sete
fotos de Ângelo Fernandes

UNTITLED
ROSTOS DA CIDADE
texto de Ana Elisa
oito
SEETADINO
Trabalho aqui há cinco anos. Só arrumador há mais anos. Antes trabalhava no Campo B.I.
Pequeno. Aqui há mais clientes, já tenho clientes fixos, já me deixam as chaves. Até José Pedro Tavares
jogo no Euromilhões com uma cliente minha. É 50/50. 42 anos
Já estou farto disto. Até várias mulheres já me disseram que sou mal empregue para Parque do Atrium Saldanha, Lisboa
este tipo de trabalho. Devia andar noutras andanças. E isto não é para me gabar.
O que eu gostava era de indústria hoteleira. Ter um hotel? Eh pá, também não é
preciso tanto. Mas basicamente estou à espera de um dinheiro da herança do meu
pai para sair desta vida.
Aqui todos gostam de nós. As pessoas não gostam é dos drogados. Mas não há
ciência nenhuma. É sermos simpáticos e de confiança. Agora, riscar carros e essas
coisas não, isso é para quem anda a roubar. Eu se arranjar trabalho vou trabalhar que
tenho saúde. Aqui é dinheiro para comer, tabaco, viver. Não é para droga. E se formos
simpáticos as pessoas pagam melhor. Às vezes até dão gorjetas de cinco euros.
Não sei, são muitos carros, muitos. Alguns são fixos e ficam o dia todo. Outros vão
saindo, entrando. Não sei.
Agora tou a dormir num centro de acolhimento em Chelas. Mas já estive em casas,
no Algarve, no Brasil oito anos. Daí sim, tenho saudades.
Olha, gostava de ter um carro que nunca estacionei aqui, um Ferrari desportivo, ou
um Lamborghini, que só estacionei uma vez.
Gosto de Lisboa, sim. É a minha terra. Gosto das pessoas. Mas acho que se vive
melhor noutros sítios. Não gosto que me tratem por você. Gosto que me tratem por
tu. É o que eu sou. Você só no Brasil, que é tu, cá em Portugal.
Mas isto é para a SIC?
nove

“It’s a wonderful life”


texto de Lambros FisFis

MERRY

MOVIES
Christmas and the holiday season have been an inspiration to hundreds directors,
screen writers, and producers since the birth of Hollywood. The reason is that Christmas
is a magical season, one closely connected with words like angels, miracles, snow,
presents, wishes, love, Santa Claus, family, vacations, carols, Christmas trees, sledges,
reindeers, (coca-cola of course) and many more. And let’s face it, who wouldn’t want
to see a movie which has these things in it. The target group ranges from 1 to 101
years old and that is the beauty of them.
The fact that is that in the majority of these movies, there are no bad, disappointed
and sad characters, no people that get psychologically hurt, no socially dysfunctional
groups, no violence, blood or drugs. We will never see a horror Christmas tale titled
“Santa the killer 3”, the world will never be threatened by nuclear destruction on
Christmas Eve, and no aliens will try to hide underneath the Christmas tree. That is
because although thousands of people watch these kinds of movies all year round in
Christmas they put their foot down and say: “no way! What are you thinking!”.
When the doors of the cinema open and we come out we always have a big smile,
we are enchanted we love everybody and for around 90 minutes we really felt that
we were kids again. These movies depict o happy, optimistic and loving version of
the world.
With a quick search in cinema books and the internet one can find more than 1000
movies related with Christmas. My 3 all time classics are the following. Frank Capra’s
“It’s a wonderful life”, Chris Columbus’s “Home alone” and Tim Burton’s “The nightmare
before Christmas”.

The 1946 movie “It’s a wonderful life” apart from ranking eleventh in the A.F.I.
(American Film Institute) list of best films of the century holds also the record for the
movie which has aired most times in American television. Many fans consider it part
of their Christmas tradition. It was filmed a bit after the great depression in a time
where the need for ideals and values in American society where urgent.

(continua)
cartaz “Nightmare before Christmas”
Still this movie 60 years later offers some of the most optimistic points of view
regarding family, friendship and personal happiness. The story is simple: An angel in
order to obtain his wings helps a compassionate but despairingly frustrated family
man who is on the verge of committing suicide by showing what life would have
been like if he never existed. This drama, fantasy, romance, family, Christmas movie
holds inside it a big part of the magic of Christmas and the quality of old movies.
Favorite quote: Dear George, Remember no man is a failure who has friends.
Thanks for the wings! Love Clarence.

Chris Columbus’s “Home Alone” (1990) is for my generation maybe the most
memorable Christmas movie. The hero of the movie played by Macaulay Culkin does
exactly what most of us would want to do at that age. Have the house for ourselves
and do all the things our parents forbid us (jumping on the bed, eating ice cream in the
morning and many more). This is as the tagline of the movies says a family comedy
without the family. The big laughs come when 2 burglars played magnificently by Joe
Pesci and Daniel Stern decide to rob Macaulay Culkin’s home. The Christmas family
embrace comes when the kid realises that he really misses his family and wishes to
reunite with them.

Finally my all time favorite the 1993 animation film by Tim Burton ,”Nightmare before
Christmas” offers a magical tour to Christmas land through the eyes of Jack Skeleton
the pumpkin king of the Halloween town. This movie is a feast for the eyes as Tim
Burton creates a world on screen which could easily come from a child’s dream.
The beauty of this film is that it takes you on a journey back to your childhood and
makes you remember the first magical feeling when you heard about the concept of
Christmas and all the things that made you love this holiday. After all Jack Skeleton
is nothing but a kid discovering things like snow, carol, colorful lights, decorations,
Santa Claus, and presents while trying to figure out the meaning of Christmas.
texto de Juliana Reis

OU À DESCOBERTA DOS MUTANTES QUE ACREDITAM

2007
dez
META MORPHÉS
1 2

Mudanças, quem não as tem, quem não as faz, quem não as vive, quem não o “Acreditamos que podemos mudar as coisas à nossa volta de acordo com os nossos
é. Deslocamos objectos, modificamos gestos, transformamos olhares, alteramos desejos – acreditamos porque de outra forma não vemos um desfecho favorável. Não
linguagens, trocamos de roupa, substituímos vícios, variamos de comportamentos, pensamos no desfecho que geralmente ocorre e que acaba também por ser favorável:
renovamos divisões. E nesta altura do calendário, muitos somos os que decidem incapazes de mudar as coisas de acordo com os nossos desejos, gradualmente acabam
renovar, recomeçar, limpar, fazer tudo de novo como se de uma metamorfose se por ser os nossos desejos de mudar. A situação que esperávamos conseguir alterar
tratasse. porque parecia intolerável, acaba por perder importância. Incapazes de ultrapassar o
obstáculo que estávamos absolutamente determinados em conseguir, a vida dá-lhe
Impomo-nos objectivos, projectamos metas a alcançar, delimitamos marcas reais ou a volta e impele-nos para trás, e é então que, se nos virarmos e olharmos o passado
imaginárias que localizam e identificam um fim, um termo, um limite, aquilo que à distância, já mal o reconhecemos, de tão imperceptível que se tornou.”
queremos atingir, conquistar, realizar.
Marcel Proust, Em Busca do Tempo Perdido
Aquele rapaz que encontrei na praia de Morgim, em Goa, há 6 anos atrás, disse-me
“o ser humano é a espécie que possui a maior capacidade de adaptação” e é esta
faculdade que fez de nós o que somos hoje: mutáveis porque mudamos cada vez
mais com facilidade, porque somos instáveis, inconstantes, volúveis em todos os
aspectos da nossa personalidade.

Mudamos de opinião consoante os interesses, mudamos de roupa consoante a ocasião,


mudamos de expressão consoante as emoções, mudamos de cidade consoante as
nossas aspirações. Mudamos porque nada à nossa volta se mantém, porque tudo tem
um fim e porque a verdadeira constância está para além do nosso alcance e resume-
se às infindáveis ondas de influência variáveis que giram em torno de cada corpo.

Mudar de forma é natural e traduz-se nas diversas tipologias existentes, nos diversos
traços que o tempo delineia. O que falta para além da vontade de definir metas, à
qual nos predispomos nesta altura do calendário, é voltar a acreditar profundamente. 1. Do grego “metá” que significa “além de; para além de”. Elemento de formação de palavras,
Acreditar que é possível mudar de cidade e abrir horizontes, acreditar que somos de origem grega, que exprime a ideia de mudança, união, transformação e nível superior.
capazes de largar esses vícios e nos tornarmos livres, acreditar que o presente é
o futuro e por isso ousar arriscar mais, lançar novos desafios, sermos plenamente 2. Grego significa “forma”
autênticos e trilhar até ao fim.
TU GUSTO
texto de Tiago Sem-Medo onz
MI GUSTO
Há pouco tempo vi um documentário sobre o Moby na Dois. Desde a infância nos
subúrbios de Nova Iorque até se ter tornado no músico de sucesso que é hoje. Houve
uma coisa que me chamou a atenção. Quando ele lançou o “Go”, o single que o fez
tocar nas mais badaladas pistas de dança norte-americanas, as críticas dos meios
especializados definiam-no como uma das maiores promessas da nova cultura
electrónica. A New York Times Magazine chegou a considerá-lo como um dos jovens
com menos de trinta anos que podiam mudar o mundo. Depois do êxito, Moby lançou
“Animal Rghts”, que, para ele, é o melhor álbum que fez até hoje mas, segundo
palavras do próprio, um ataque suicida à sua carreira já que conduzia a sonoridade do
seu trabalho para áreas diferentes das que o lançaram. A crítica crucificou o álbum e o
público, que tinha vibrado com “Go”, não aderiu. Em todas as revistas de música e em
todos os jornais, o “Animal Rights” era considerado um fracasso em termos musicais.
Foi a pior fase da carreira de Moby. Mesmo assim, este continua a ser o seu disco
preferido. Mais tarde lançou “Play”, talvez o seu álbum de maior sucesso. A crítica
voltou a arrasá-lo. Tinha perdido toda a credibilidade e agora era difícil voltar ao topo.
Uma conceituada revista especializada deu-lhe zero pontos em dez possíveis. Moby
reagiu oferecendo os direitos das suas músicas para filmes publicitários. Em poucas
semanas eram vários os anúncios que passavam a sua música (quem não se lembra
do anúncio da Super Bock no Centro Histórico de Guimarães com o “Why does my
heart feel so bad?”), transformando-se, rapidamente, de produto musical decadente
em sucesso internacional.
Até que ponto somos nós influenciados pela massa? Até onde vai o nosso gosto
individual e começa o colectivo? Quem é que decide o que vai vender e o que não
vai? Assusta-me o facto de não termos autonomia suficiente para decidirmos do que
gostamos, assusta-me esta manipulação invisível. É como se fossemos um telemóvel,
a nossa autonomia dura pouco e utiliza a energia formatada do carregador. Cada vez
mais são as grandes empresas, as Corporations, que nos indicam o caminho, o melhor
caminho. Reflectem os nossos gostos, moldam-nos enquanto seres de consumo. E o
pior é que nós acreditamos que realmente gostamos de amarelo e não do azul, que
gostamos mais de xis e não gostamos de ípsilon, que queremos muito aquilo e o que
o outro fez não presta. É mais fácil que decidam por nós. Será?
texto de Nicolas Poirier
doz
traduzido por Juliana Reis

Montréal en hiver, ce n’est pas que des jolis flocons de neige tout blancs… c’est aussi Montreal no inverno, não é só a beleza branca dos flocos de neve...é também vento
des vents à faire glacer sur place des ours polaires et du froid humide, parfois traître que faz gelar em pose qualquer urso polar, e frio húmido, por vezes traidor, sempre
et vicieux à coup sûr. vicioso.

Observons les gens… Observemos as pessoas...


Une nouvelle loi anti-tabac en vigueur depuis cet été interdit désormais de fumer Uma nova lei anti-tabaco em vigor desde o verão passado proíbe de fumar em
dans tout espace public, même dans les bars. Jusqu’ici, peu de gens se plaignaient; todos os espaços públicos, mesmo nos bares. Até agora, poucas tinham sido as
les fumeurs sortaient sur les trottoirs entre deux verres et avaient tout le loisir de queixas; os fumadores saíam para os passeios entre dois copos e tinham toda a
socialiser loin du vacarme des bars et de la musique des discothèques. À la limite, liberdade de socializar longe do ruído dos bares e da música das discotecas. De
c’était une nouvelle manière de rencontrer des gens et de créer des contacts. Les certo modo, surgia como uma nova forma de conhecer pessoas e de criar contactos.
montréalais se sont donc montrés très « relax » face à cette situation; régulièrement Os residentes mostraram-se muito “relax” com esta situação; regularmente os
les trottoirs devenaient très animés, parfois davantage que le bar lui-même. Mais, passeios tornavam-se muito animados, às vezes mais ainda que o próprio bar. Mas,
depuis que l’automne frais s’est transformé en hiver frrrrroid, ces rencontres se passent desde que o fresco do Outono se transformou em frrrrrrio invernal, esses encontros
beaucoup moins dans l’esprit de convivialité. C’est maintenant qu’on reconnaît les são cada vez menos passados num espírito de convívio. É nestas alturas que se
vrais « accros » et les autres.... Qui veut faire la file au vestiaire pour récupérer son reconhecem os verdadeiros “accros” dos outros...Quem é que quer realmente passar
manteau, aller à contre-courant au travers des personnes qui font la queue pour o seu tempo na fila do bengaleiro para recuperar o casaco, ir contra a corrente entre
entrer et repasser par cette marée humaine pour revenir, retrouver son ticket, la file, os que fazem fila para entrar em direcção à saída e voltar a fazer o mesmo percurso
le manteau ect. Et tout ça pour quoi? Pour se les geler à -30 degrés en tirant des em sentido contrario para voltar, procurar o bilhete, as filas, o casaco, etc...E tudo
bouffées du bout des lèvres sur un minable bout de cigarette … isto para quê? Para gelar a -30ºC enquanto se inspiram bafos com a ponta dos lábios
na miserável ponta de um cigarro...

Conclusion : Conclusão:
Franchement, je vous le dis, ce n’est plus trop « hot » d’être fumeur à Montréal. Sinceramente, já não é muito “hot” ser fumador em Montreal.
Ici, c’est bien connu, un taxi sur deux est un Haïtien (l’autre est un Marocain!). Je Aqui, como é sabido, um em cada dois taxistas é do Haiti (o outro é marroquino).
marchais dans la rue par l’une de ces premières journées froides et j’aperçois soudain Enquanto caminhava pelas ruas num destes dias de gelo, deparei-me com um cenário
un portrait tout à fait frappant en passant devant l’un des plus gros hôtel de la rue absolutamente surpreendente em frente a um dos maiores hotéis da rua Sherbrooke;
Sherbrooke; alors que tout le monde court, le nez caché dans le col du manteau et enquanto toda a gente corre com o nariz escondido atrás da gola do casaco e o
le regard bas, les chauffeurs de taxis sortent de leur voiture pour discuter. Ils sont olhar assente no chão, os taxistas saem dos carros para conversar. São três haitianos,
trois Haïtiens, ils parlent fort en créole, le manteau détaché, les gestes passionnés, que falam crioulo aos altos berros, o casaco desabotoado e bem aberto, os gestos
tout à fait à l’image de leur culture. Ils s’exclament haut et fort et ils éclatent de rire apaixonados à imagem do seu calor cultural. Falam alto e acabam por dar umas
à l’unisson... L’un d’entre eux semble même vouloir dénouer le noeud de sa cravate, gargalhadas sincronizadas...Um deles até levanta as mãos como se fosse desfazer o
comme s’il avait chaud... on arrive facilement à les imaginer tous les trois auprès de nó da gravata de tanto calor que parece sentir...é fácil imaginá-los aos três ao pé da
la plage, à Port-aux-Princes. Comme quoi avoir le sang chaud, c’est avoir du soleil praia em Port-aux-Princes. Neste caso, ter o sangue quente é ter o sol no coração...
dans le coeur...

Conclusion : Conclusão:
Pire que le temps froids, il y a les gens froids. Pior que o tempo frio, são as pessoas frias.

e le temps froids,
Pire qu gens froids.
il y a les
fotos de Ricardo Galésio

LOMO PROJECT
trez
METRO
www.lomografiaportugal.com
LAUREAR
cat
A PEVIDE
LISBOA LONDRES
EXPOSIÇÃO EXPOSIÇÃO
Amadeo de Souza-Cardoso - Diálogo de Vanguardas Alan Fletcher - 50 years of graphic work (and play)
A mais completa exposição sobre Amadeo de Souza-Cardoso, incluindo obras de Depois da morte de um dos mais conhecidos designers gráficos do mundo, o Design
alguns dos maiores artistas do seu tempo, cedidas por importantes museus de todo Museum decidiu fazer uma retrospectiva do seu trabalho.
o mundo. Até 18 de Fevereiro, das 10h00 às 17h45 no Design Museum
Até 14 de Janeiro, das 10h00 às 22h00 (Sextas-feiras até às 24h00) no CAMJAP da
Fundação Calouste Gulbenkian PARIS
ESPECTÁCULO EXPOSIÇÃO
Stomp We’re Treating Each Other Just Like Strangers - Meredyth Sparks
Conhecidos em todo o mundo, os Stomp criam música a partir de objectos comuns, A fotógrafa norte-americana apresenta fotografias de rock stars tiradas nos anos 60 e
como baldes, vassouras e tampas de caixotes do lixo. 70, como as de David Bowie, Blondie ou Iggy Pop.
16 a 31 de Janeiro, 17h00 e 22h00 no Auditório dos Oceanos do Casino de Lisboa Até 25 de Janeiro na Galerie Frank Elbaz

CONCERTO OSLO
Brad Mehldau Solo
EXPOSIÇÃO
O famoso pianista de jazz vem a Portugal mostrar a sua versatilidade como músico.
The Child as an Artist
24 de Janeiro, 21h00 no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém
O único museu do mundo dedicado à arte criada pelas crianças apresenta uma
selecção de trabalhos de crianças de todo o mundo, onde são abordadas questões
PORTO sobre o que é a arte e o que nos leva a criá-la.
CONCERTO
Laurent Filipe
O conhecido compositor e trompetista, que colabora regularmente com Jacinta,
apresenta o seu mais recente álbum “Ode to Chet”.
13 de Janeiro, 22h00 na Sala 2 da Casa da Música
NOVA IORQUE
EXPOSIÇÃO
New York at Night: Photographs from the Collection
Exposição dedicada às várias perpsectivas de 25 fotógrafos sobre a cidade de Nova
Iorque durante a noite.
Até 5 de Março no Lobby do MoMA (The Museum of Modern Art)

ALKMAAR
CONCERTO
Cristina Branco - Tribute to Amalia
A cantora portuguesa conhecida internacionalmente (até mais do que em Portugal)
apresenta o seu novo disco de homenagem a Amália Rodrigues.
27 de Janeiro, às 20h30 no Theater de Vest

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explodingdog.com/ Desenhos a partir de frases dos outros.
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photo.nineaem.com/ Fotografias de Pep Karsten.

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