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meses).

Mas o maior problema é, sobretudo, a previsão pela Convenção, em diversos dispositivos, de que vários aspectos
relativos às férias, considerados como de observância obrigatória, imperativa, pela CLT, possam ser derrogados por meio
de cláusula do contrato individual. Assim, o trabalhador sofriria claro prejuízo, pois, invariavelmente, acabaria por aceitar
a derrogação do seu direito por imposição patronal, temeroso de perder o seu emprego. Exatamente por esse motivo as
normas trabalhistas, quase que em sua totalidade, são imperativas, de cumprimento obrigatório pelas partes, pois é a
forma de se assegurar que elas serão efetivamente observadas no plano do contrato individual. Conforme observa
Mauricio Godinho Delgado:

"A Convenção, em diversos momentos, adota conduta normativa francamente oscilante, flexível, valorizando,
sobremaneira, até mesmo a mera pactuação bilateral em contraponto a suas próprias regras, atenuando a
imperatividade já classicamente acolhida no país quanto aos dispositivos regulatórios de férias. Nesse quadro, as
poucas regras efetivamente favoráveis que contém (exclusão dos feriados do cômputo do prazo de férias e pagamento
da parcela proporcional em qualquer situação rescisória) não lhe deferem o status de diploma normativo superior, se
adotado o critério do conglobamento para exame da hierarquia normativa no presente caso. Apenas se adotado o critério
da acumulação, cientificamente menos consistente, conforme se sabe, é que se poderia coletar, de maneita tópica e
localizada, os poucos dispositivos mais favoráveis, fazendo-os prevalecer na ordem jurídica pátria. Não é o que sugere,
porém a teoria de hierarquia de normas jurídica, que vigora no Direito do Trabalho". (grifos nossos) [06]

Assim, consoante a teoria do conglobamento – seguida pela maior parte da doutrina e da jurisprudência e privilegiada
pelo legislador nacional -, a Convenção n. 132 da OIT é, em seu conjunto, menos favorável ao empregado do que as
normas da CLT sobre as férias (arts. 129 a 153). Por esse motivo, no confronto entre os dois diplomas normativos, no
caso concreto, deve ser afastada a incidência da Convenção n. 132 da OIT, devendo ser aplicadas as normas da CLT
sobre as férias anuais remuneradas.

Cumpre ressaltar que a necessidade de se afastar a incidência da Convenção n. 132, no caso em exame, é imposta pela
própria Constituição da OIT. De fato, esta dispõe, em seu art. 19, §8o, que: "em hipótese alguma a adoção de qualquer
Convenção ou Recomendação pela Conferência, ou a ratificação de qualquer Convenção pelo Estado-membro, poderá
afetar qualquer lei, sentença, costume ou acordo que gararanta aos trabalhadores condições mais favoráveis do que
aquelas previstas na Convenção ou na Recomendação" (sem grifos no original). [07]

4.A Convenção n. 132 da OIT na jurisprudência trabalhista

A análise das decisões dos Tribunais trabalhistas acerca da Convenção n. 132 da OIT nos revela que a maioria dos
juízes vêm adotando a teoria do conglobamento, de modo a determinar a inaplicabilidade da Convenção em tela aos
casos por eles julgados. Nesse sentido, confira as decisões do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), da 10a Região
(Distrito Federal), abaixo transcritas:

"EMENTA: INCIDÊNCIA DA NORMA MAIS BENÉFICA. TEORIA DO CONGLOBAMENTO. CONVENÇÃO Nº 132 DA


OIT. INAPLICABILIDADE. Para determinação de qual regra de Direito do Trabalho deve ser aplicada, faz-se necessário
analisar qual fonte normativa é, em seu conjunto, mais favorável ao trabalhador, não sendo permitido pinçar os
dispositivos mais benéficos em regramentos diversos. Sendo a legislação pátria, analisada em sua íntegra, mais
vantajosa que os termos da Convenção nº 132 da OIT, prevalece a norma brasileira, mesmo no tópico em que a regra
internacional seja preferível ao trabalhador, em homenagem à teoria do conglobamento. (...). Um dos princípios basilares
do Direito do Trabalho é o da aplicação da regra mais favorável, em vez de se utilizar da pirâmide de Kelsen de
hierarquia de normas. A doutrina traz duas soluções possíveis para estabelecer a norma incidente. A teoria da
acumulação - ou atomista - firma que, de modo fracionado, sejam selecionadas as regras mais favoráveis dentre várias
fontes normativas. Desta maneira, seria formado um novo conjunto de regras, decorrente do agrupamento daquelas
consideradas mais benéficas. Contudo, a teoria predominante é a do conglobamento - ou incindibilidade. Portanto, para
determinação de qual norma deve ser utilizada, deve-se considerar sua fonte como um todo, não se admitindo pinçar lá
e cá as regras a empregar. (...). Assim, deve-se verificar qual regramento é melhor para os trabalhadores, se o
ordenamento pátrio ou a convenção internacional. (...)Vê-se, pois, que o único aspecto da convenção que se afigura
mais benéfica que a lei nacional é o relativo ao direito à proporcionalidade das férias, independente da causa da rescisão
contratual(...).Constatado que a fonte normativa mais favorável em sua integralidade é o ordenamento jurídico pátrio,
afasto a aplicação dos termos da Convenção nº 132 da OIT para determinar a incidência do contido na legislação
Parcelamento do gozo de férias
Elaborado em 04.2000.

José Soares Filho

juiz do Trabalho aposentado, advogado em Recife (PE), professor universitário, mestre e doutorando em Direito pela
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Sumário: 1. Introdução. 2. Ementa. 3. Fundamentos jurídicos; 3.1. A flexibilização dos direitos trabalhistas: sua natureza
e seu âmbito; 3.2. Os parâmetros estabelecidos pela Convenção n. 132 da OIT. 4. Conclusão.

1.INTRODUÇÃO

Trata-se de honrosa incumbência recebida do Exmo. Sr. Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Doutor
João Luiz Duboc Pinaud, que converteu em indicação o texto do Projeto-de-Lei nº 1.389, de 1999, de autoria do
Deputado Rubens Bueno, e nos designou como relator da matéria junto àquele conspícuo órgão de cultura jurídica dos
advogados brasileiros.

O referido projeto permite o parcelamento das férias do trabalhador em até três períodos de dez dias cada um. Destarte,
altera os artigos 134 e 139 da Consolidação das Leis do Trabalho, da seguinte forma:

a)retira do caput do artigo 134 a expressão "em um só período" e substitui seus dois parágrafos por um único, o que
importa em ampliar-se de 2 (dois) para 3 (três) o parcelamento das férias, cada um de 10 (dez) dias, bem assim excluir o
direito de os menores de 18 anos e os maiores de 50 anos de idade gozarem suas férias sempre de uma só vez;

b)modifica o texto do parágrafo 1º do artigo 139 da Consolidação – que trata das férias coletivas -, para estender a 3
(três) períodos de 10 (dez) dias cada um o gozo intercalado das férias (que era de dois períodos, nenhum deles inferior a
dez dias corridos).

Em sua justificativa, o ilustre parlamentar indica, como objetivo de sua proposta, o de fomentar o turismo nacional e, por
conseqüência, colaborar para o incremento do desenvolvimento econômico nacional. Chama a atenção para a
importância do turismo, como expressiva fonte de renda em nosso país – superando os das indústrias de petróleo,
automóveis e eletrônica; e indica, dentre os motivos que retardam o crescimento do turismo como atividade econômica
entre nós, a lenta expansão do mercado consumidor interno. Diante disso, tendo em vista superar essa dificuldade,
deve-se facilitar a movimentação interna de viagens nos períodos de férias, para o que ele considera indispensável
alterar o atual sistema de concessão das férias escolares, com a concomitante modificação do regime de férias dos
trabalhadores, em sua maioria pais de filhos em idade escolar. Daí, a necessidade de rever, atualizando-os, os
dispositivos da CLT que disciplinam a matéria com previsão de gozo de férias em, no máximo, dois períodos.

Destaca as vantagens que a sistemática ora proposta trará a todos os parceiros nas relações de trabalho. Aos
trabalhadores, pela geração de novos postos de trabalho que o desenvolvimento do turismo propiciará, bem como a
possibilidade de utilização de férias em períodos de menor fluxo turístico, a custo mais baixo - dentre outros. Aos
empregadores, o parcelamento do desembolso concernente aos encargos financeiros inerentes à concessão de férias,
assim como o aumento das vendas nos períodos de baixa estação.

Refere o Deputado Rubens Bueno que o projeto-de-lei em apreço incorpora o sistema de repartição do gozo de férias
adotado pela França e Portugal como meio de desafogar o fluxo de pessoas no período do verão europeu.
Férias individuais e coletivas
Elaborado em 08.2002. Atualizado em 12.2003.

Felipe Siqueira de Queiroz Simões

advogado do escritório Bastos-Tigre, Coelho da Rocha e Lopes Advogados, no Rio de Janeiro (RJ)

O direito de férias é assegurado, constitucionalmente, pelo art. 7º, inciso XVII. A lei ordinária (CLT) regula a matéria nos
arts. 129 a 153. Este direito é aplicado a todos os empregados (rural e urbano), servidores públicos (art. 39, parágrafo 3º
da CF), membros das forças armadas (art. 142, parágrafo 3º, inciso VIII da CF) e empregados domésticos (art. 7,
parágrafo único da CF). Ressalte-se que, neste último, a lei específica (nº 5859/72), limita o direito a férias anuais a 20
dias, contudo entendemos que este dispositivo foi revogado pela CF, em razão do princípio da hierarquia das leis.

Este direito tem como finalidade a preservação e proteção do lazer e o repouso do empregado, a fim de estimular o seu
bem-estar físico e mental, principalmente por razões médicas, familiares e sociais, conforme oportunamente esclarece
Valentin Carrion na obra Comentários a CLT, 2001, 26ª edição, página 139. Complementando este raciocínio, Amaury
Mascaro Nascimento, no livro Iniciação ao Direito do Trabalho, 24ª edição, página 295, afirma que a natureza jurídica das
férias é, em primeiro ligar, a de obrigação de fazer. Sendo assim, cabe exclusivamente ao empregador escolher o
período de concessão de férias, nos termos do art. 136 da CLT. A concessão será por escrito, participada ao empregado,
com antecedência de, no mínimo, 30 dias (art. 135 da CLT), para que ele possa planejar e preparar suas férias. As férias
deverão ser anotadas na CTPS (art. 133, parágrafo 1º da CLT c/c art. 135, parágrafo 1º e 2º da CLT).

Princípios que caracterizam o direito às férias e comentários pertinentes:

1) Princípio da Anualidade - Todo o empregado tem direito a férias, após 12 meses (conhecido como período aquisitivo),
previsto um prazo subsequente para o gozo (chamado de período concessivo), com base nos arts. 129 c/c 130, ambos
da CLT.

1.A - Período Aquisitivo: As férias vencidas são as que se referem ao período aquisitivo já completado e que ainda não
foram concedidas ao empregado. O direito do empregado ao pagamento do valor correspondente pode ser em dobro, se
decorrido o período concessivo.

As férias não concedidas, se pagas em dinheiro, em decorrência da atualização, devem ser remuneradas com base no
salário da época da rescisão (art. 146 c/c art. 142, ambos da CLT). A jurisprudência segue o mesmo raciocínio
(Enunciado 7 do TST: "A indenização pelo não deferimento das férias no tempo oportuno será calculada com base na
remuneração devida ao empregado à época da reclamação ou, se for o caso, à da extinção do contrato".)

Diferenças básicas entre férias vencidas e férias proporcionais: 1.a 1) As férias vencidas (chamadas, também, de
integrais) são sempre devidas e pagas, pois constitui-se em direito adquirido do empregado, independentemente da
causa da rescisão contratual (dispensa com ou sem justa causa do empregado ou do empregador; aposentadoria;
falecimento do empregado; ou pedido de demissão. 1.a 2) As férias proporcionais referem-se ao pagamento em dinheiro
pelo período aquisitivo não completado em decorrência da rescisão do contrato de trabalho. Para pagamento com
empregado com mais de 1 ano de caso aplica-se a regra do art. 146, parágrafo único da CLT, e para aqueles com menos
de 1 ano, aplica-se o disposto no art. 147 da CLT.

Em resumo, afirmamos que somente o empregado que comete justa causa, tendo mais, ou menos, de um ano no
emprego, perde o direito às férias proporcionais. Contudo, o terá quando pedir demissão, quando despedido sem justa
causa, qualquer que seja o seu tempo de serviço, como também no término do contrato a prazo.

Vejamos os seguintes Enunciados oriundos do Tribunal Superior do Trabalho sobre a matéria:

Enunciado 328 - O pagamento das férias, integrais ou proporcionais, gozadas ou não na vigência da Constituição da
República de 1988, sujeita-se ao acréscimo do terço previsto em seu art. 7º, inciso XVII).

Enunciado 141 - Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado não
fará jus ao aviso prévio, às férias proporcionais e à gratificação natalina do ano respectivo.
Pagamento antecipado da retribuição do mês de
férias:
Ponto frágil da rede de proteção ao salário

Elaborado em 07.2006.

Celso de Barros Filho

Pós-graduando em Direito Processual Civil, auditor fiscal do Trabalho

O trabalho tem importância indiscutível para o homem, como garantia de sua sobrevivência. O salário é elemento
indispensável à realização desse fim e corresponde ao objetivo nuclear do contrato individual de emprego.

Traduzindo bem a importância das parcelas salariais, Maurício Godinho Delgado [01] afirma que elas "(...) têm se
constituído em tema central das lutas trabalhistas nos últimos dois séculos, magnetizando parte expressiva do potencial
de articulação e organização dos trabalhadores no contexto empregatício".

Sua natureza essencialmente alimentar se direciona tanto à pessoa do obreiro como aos seus dependentes. Tem
recebido particular tratamento do ramo especializado do Direito, que busca mecanismos para preservar-lhe a função. Foi
erigido em seu entorno um sistema de salvagurada destinado a assegurar sua integridade e intangibilidade,
considerando seus aspectos imediato (preservação da dignidade humana, com a satisfação de necessidades essenciais)
e mediato (indutor social e econômico).

Na avaliação de José Augusto Rodrigues Pinto [02], "o sistema é tão compacto que, embora vise, em última análise, à
proteção do empregado, em sua condição de economicamente fraco, chega a proteger o salário contra atos
imprevidentes do próprio empregado".

Esclarecendo sobre a imprevidência do empregado, aquele ilustre membro da Academia Nacional de Direito do
Trabalho [03] sintetiza oportuna lição de Orlando Gomes e Élson Gottschalk, para quem ela

"(...) se manifesta nos gastos excedentes da previsão orçamentária que o valor do salário permite, geralmente
representados pela aquisição de supérfluos ou o exagero com as despesas de lazer.(...) Em suma, a proteção se faz
sentir sobre o salário quando as formas contratuais levem o empregado a despojar-se, pura e simplesmente, em favor de
outrem, do crédito salarial, frustrando-lhe a função alimentar e evidenciando a imprevidência de seu beneficiário".

O direito positivo brasileiro, entretanto, desconsiderou a dogmática protetiva, ao ser alterada a época para a quitação da
remuneração de férias. O Decreto-Lei nº 1.535/77 modificou todo o respectivo capítulo da CLT. Introduziu um
cronograma de pagamento diferenciado, rompendo com a periodicidade estipulada pela própria Consolidação: o trintídio
(art. 459, caput). Essa inovação tem rendido sérias conseqüências à vida financeira e social do empregado, não
abordadas pela doutrina juslaboralista.

A vivência por dez longos anos como operador do Direito Material do Trabalho, realizando exame presencial das relações
de emprego, possibilitou que o autor consolidasse uma visão mais pragmática sobre a aplicação do feixe de normas
protetivas. Acredita-se que essas modestas credencias possam autorizar a audácia da abordagem da matéria deste
breve estudo.

O inconformismo em questão está direcionado para os efeitos da combinação entre as disposições dos artigos 145 e 142
do estatuto laboral. Resulta das mesmas que as verbas destinadas ao sustento da célula familiar devem ser antecipadas
ao empregado até dois dias antes do período de fruição das férias.

Com tal insensatez pretendeu o legislador ordinário que o empregado promovesse um inimaginável exercício de
ginástica em seu orçamento doméstico e lançasse mão de um numerário já comprometido com despesas essenciais
para também patrocinar atividades de lazer.

Não bastasse isso, lhe impôs um prolongado jejum financeiro, de pelo menos dois meses, até o próximo aporte de
doutrina » direito do trabalho » férias
RECOMENDE ESTE TEXTO VERSÃO PARA IMPRIMIR
A controvérsia acerca da duração das férias do
empregados domésticos após a Convenção nº
132 da OIT
Elaborado em 08.2004.

Bruno Herrlein Correia de Melo

advogado no Rio de Janeiro (RJ), atuando no setor trabalhista do FOG&N Advogados Associados, pós-graduado em
Direito do Trabalho e Processo Trabalhista pela Universidade Gama Filho (UGF)

Em 5 de outubro de 1.999, foi editado o Decreto nº 3.197, que incorporou os termos da Convenção nº 132 da
Organização Internacional do Trabalho ("OIT") ao ordenamento jurídico brasileiro. Assim, o Brasil finalmente ratificou as
normas sobre férias anuais remuneradas dessa convenção internacional, que havia sido concluída desde 24 de junho de
1.970. (1)

Nesse sentido, primeiramente, se faz necessário esclarecer qual o marco inicial da vigência de uma convenção
internacional, assinada pelo Brasil, em nosso Direito interno. Para alguns, a vigência desses tratados internacionais
multilaterais teriam vigência imediata em nosso ordenamento, integrando-o tão logo fosse assinado o tratado.

Porém, com a devida vênia dos internacionalistas que entendam em contrário, discordamos dessa teoria, pois para a
assinatura da convenção, no plano internacional, somente se faz necessária concordância do poder executivo, e nosso
ordenamento jurídico expressamente abraça a tripartição dos poderes, equilibrada e harmonicamente entre si. (2)
Destarte, aceitar que uma convenção internacional teria eficácia no ordenamento interno a partir de sua assinatura,
representaria uma afronta ao sistema de checks and balances (freios e contrapesos) consagrado na Constituição
Federal.

De outra forma, outros acreditam que a assinatura da convenção se restringiria a um compromisso assumido por um
Estado antes os demais signatários, uma norma programática, que integraria o ordenamento pátrio somente depois de
devidamente ratificada pelo Congresso Nacional. (3) Assim, sendo observada a submissão da norma à apreciação e
aprovação de outro Poder da República, que não apenas o Executivo.

Visto isso, resta claro que a eficácia da Convenção no 132 da OIT no Direito brasileiro tem como dies a quo a publicação
do Decreto nº 3.197/99. Não obstante, ainda se faz salutar a resolução de outro impasse, qual seja o da posição
hierárquica da norma internacional ratificada através de decreto legislativo face ao direito interno.

Sabe-se que a Constituição Federal Brasileira silenciou acerca do status dos tratados internacionais, dessa maneira
convém interpretar analogicamente as disposições constantes na Carta Magna relacionados à hierarquia dos textos
convencionais. Nesse diapasão, embora exista posicionamento doutrinário que defenda a inclusão dos tratados como
normas supraconstitucionais, urge inicialmente considerar que, como o Supremo Tribunal Federal ("STF") pode declarar
a inconstitucionalidade de tratado internacionais, (4) estas normas internacionais ficam hierarquicamente abaixo da
Constituição Federal, uma vez que seria absurdo declarar a inconstitucionalidade de uma norma hierarquicamente acima
da Constituição.

Ademais, o texto constitucional também indica que cabe ao Superior Tribunal de Justiça ("STJ") julgar, em recurso
especial, a contrariedade ou negação de vigência a tratado ou lei federal, posicionando ambas no mesmo patamar, de
forma a indicar a equivalência entre os tratados e as leis ordinárias. (5) Da mesma maneira, o Recurso Extraordinário n.º
80.004-SE consagrou o entendimento de que entre tratados internacionais e leis internas brasileiras, de caráter ordinário,
FÉRIA
S
Férias é o período de descanso anual, que deve ser concedido ao empregado após o exercício de atividades por um
ano, ou seja, por um período de 12 meses, período este denominado "aquisitivo".

As férias devem ser concedidas dentro dos 12 meses subseqüentes à aquisição do direito, período este chamado de
"concessivo".

DIREITO ÀS FÉRIAS

CRITÉRIO DE FALTAS A CONSIDERAR NA PROPORÇÃO DE FÉRIAS

As faltas não justificadas se computam individualmente, não se somando o desconto do DSR, nem se somam horas
de atraso quebradas ou meio-período.

PERDA DO DIREITO

Perderá o direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:

- deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subseqüentes à sua saída;

CANCELAMENTO OU ADIANTAMENTO DE FÉRIAS

O início das férias só poderá ser cancelado ou modificado pelo empregador, desde que ocorra necessidade imperiosa,
e ainda haja o ressarcimento ao empregado dos prejuízos financeiros por ele comprovados, conforme Precedente
Normativo TST 116, adiante reproduzido:

EXCEÇÕES:

O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares.

Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no
mesmo período, desde que não haja prejuízo para o serviço.

PRAZO PARA PAGAMENTO

O pagamento das férias, do adicional de 1/3 (um terço) constitucional e do abono pecuniário deverá ser feito até dois
dias antes do início do período de férias. Neste momento, o empregado dará quitação do pagamento, em recibo, no
qual deverão constar as datas de início e término do respectivo período.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DURANTE O PERÍODO DE FÉRIAS

O empregado em gozo de férias não poderá prestar serviços a outro empregador, exceto quando já exista contrato de
trabalho regularmente mantido com aquele.
FÉRIAS E DOENÇA

O empregado que ficar doente durante as férias não terá seu período de gozo suspenso ou interrompido.

FÉRIAS E AVISO PRÉVIO

O empregador deverá computar como tempo de serviço para efeito de férias o prazo do aviso prévio trabalhado e do
indenizado, conforme determina o artigo 487, parágrafo 1º da CLT.

EMPREGADOS COM MENOS DE 12 MESES DE SERVIÇO


O empregado só fará jus às férias após cada período completo de 12 meses de vigência do contrato de trabalho. Se o
mesmo solicitar dispensa antes deste período, na rescisão contratual não receberá qualquer verba a título de férias,
salvo Convenção ou Acordo Coletivo em contrário.

CONTRATO DE TRABALHO SUSPENSO

Caso durante o período aquisitivo tenha ocorrido suspensão do contrato de trabalho (exemplo: concessão de licença
não remunerada), o empregado não perde o direito às férias, pois o período de suspensão pára a contagem.

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