A tese central do livro gira em torno da contestação da tradicional
abordagem da semiótica e da lingüística em geral que se atém à análise dos signos apenas nos campos do significante e do significado, desprezando o referente no processo de cognição.
No desenvolvimento da análise, introduz a história de Kaspar Hauser
como exemplificação de uma percepção da realidade de maneira direta, sem interferência da linguagem.
Sua tese é a de que o referente, que geralmente é um conceito
fechado nas abordagens tradicionais da semiologia que significa a coisa real extralingüística, na verdade é também um subproduto do processo de significação numa esfera não verbal, mas da percepção/cognição moldada pela práxis social. O autor propõe portanto que seja também analisado este aspecto quando do estudo dos processos de significação.