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UNIMESP / FIG - CENTRO UNIVERSITARIO

METROPOLITANO DE SÃO PAULO

CURSO : CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PROFESSOR : SERGIO

PLANEJAMENTO DA PERÍCIA E PERÍCIA CONTÁBIL


COMO PROVA JUDICIAL

Daniela - RA 20429
Fernando - RA 19932
7º C – Guarulhos , jun/2009
INTRODUÇÃO

O instrumento da perícia contábil é utilizado para a comprovação da verdade, que


irá somar dúvidas do poder judiciário. Perícia esta que se caracteriza pela objetividade,
precisão, clareza, fidelidade e pela concisão.
Busca-se um objeto que pressupõe oferecer trabalhos que transparecessem a
competência resultante da aplicação de conhecimentos técnicos, com base na legislação,
nas normas, na ética e na moral do profissional.
É preciso que o perito aplique imparcialidade e honestidade ao executar seus
trabalhos. É preciso ainda conhecimentos na área contábil, o que ajudará o perito a ter
discernimento e ética. Ao final, será entregue ao juiz um laudo pericial, que terá o intuito
de somar as dúvidas do poder judiciário para auxiliar na prolatação da sentença.
A perícia contábil é de extrema importância para o judiciário pois traz autenticidade
do fato contábil. Dentro deste sentido, dos tópicos acima citados, apresentaremos o tema
proposto neste trabalho que, servirá de avaliação ara esta disciplina.
1. A PERÍCIA CONTÁBIL E SUA COMPOSIÇÃO

Temos que a perícia é utilizada como meio de prova para a verdade, e isto porque
consiste em responsabilidade para averiguar os fatos e deles extrair a veracidade sobre a
matéria que foi periciada. E será no desenrolar dos trabalhos periciais que as duvidas
serão dirimidas as duvidas do judiciário, onde as questões propostas serão sanadas
quando da emissão do laudo pericial.
A norma contábil esclarece que a perícia contábil é pois um conjunto de
procedimentos técnicos e científicos destinados a levar à instancia decisória elementos de
prova necessária a subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil e
parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a
legislação específica no que for pertinente.

A contabilidade confere à perícia a qualidade de apresentar a devida compreensão sobre


dúvidas acerca do patrimônio, seja de pessoa física ou jurídica.
A perícia abrange tudo o que está acerca da matéria analisada, devendo ser considerados
todos os elementos pertinentes à formação de opinião. o método de uma perícia como
sendo basicamente analítico, e salienta a extrema necessidade de:

1. identificar-se bem o objetivo;


2. planejar competentemente o trabalho;
3. executar o trabalho baseado em evidências inequívocas, plenas e totalmente
confiáveis;
4. ter muita cautela na conclusão e só emiti-la depois de que se esteja absolutamente
seguro sobre os resultados.
5. concluir de forma clara, precisa, inequívoca.

A perícia objetiva converte os fatos alegados na causa, em opinião procedente da


verdade. Estabelecida a base em emitir tal afirmação, poderá o perito atender à
solicitação que torna a lide essencial, que é a de ofertar a convicção sobre os
acontecimentos relacionados à causa. Depois disso, poderá atribuir a deliberação, que
permita, a partir do relato realizado pelo profissional designado para a função, apresentar
decisão inequívoca.
O conhecimento do objeto da perícia pressupõe oferecer trabalhos que analisem a
competência resultante da aplicação de conhecimentos técnicos, com alicerces na
legislação e nas normas pertinentes, e na ética e moral inerente à pessoa do profissional.
A apreciação, por parte do perito, requer o emprego de imparcialidade e honestidade.
2. O PLANEJAMENTO

A perícia tem seu planejamento ligado à cautela e depende do profundo conhecimento


que o perito possui sobre o objeto da perícia para relacionar o tempo que será necessário
para exercer o trabalho de maneira precisa. O planejamento é uma etapa em que o perito-
contador e o perito-contador assistente fazem uma estimativa de prazos e uma relação
dos procedimentos a serem desenvolvidos ao longo do curso do trabalho.
As Normas Técnicas da Perícia Contábil, Resolução 858/99 do Conselho Federal de
Contabilidade, quando se refere ao planejamento, em seu item 13.2.1.2 determina que

o planejamento da perícia é a etapa do trabalho pericial na qual o Perito-Contador ou o


Perito-Contador Assistente estabelecem os procedimentos gerais dos exames a serem
executados no Processo Judicial, Extrajudicial ou Arbitral para o qual foi nomeado,
indicado ou contratado pelas Partes, elaborando-a a partir do exame do objeto da Perícia.

O planejamento da perícia Judicial Contábil requer que o perito tenha um nível


conveniente de conhecimento contábil, o que o possibilitará exercer seu trabalho com
discernimento e ética, resultando na supressão da questão.
A preocupação com o planejamento retrata o cuidado indispensável que se deve ter com
os prazos e a importância em considerar todos os aspectos ligados ao objeto da perícia
A perícia nasce da necessidade de suprimir dúvidas, e apresentar de forma clara e
concisa informações que possam ser indispensáveis ao magistrado. Assim, tem como
uma de suas características a imparcialidade, o que exige a realização de um trabalho
aprimorado, que seja considerado eficiente e eficaz, no que se refere a elucidar a questão
litigiosa. Para isso, é indispensável que seja realizada com esmero e considere como
apoio procedimentos que se destinem ao objetivo.
Estes procedimentos estão ligados ao método envolvido nas descobertas acerca do
assunto, com a finalidade de fundamentar a opinião do perito, tornando as informações
confiáveis. Os procedimentos abarcam o exame, a vistoria, a indagação, a investigação, o
arbitramento, a mensuração, a avaliação e a certificação.
As Normas Brasileiras de Contabilidade enfocam cada um dos procedimentos e assim os
definem:

13.4.1.1. O exame é a análise de livros, registros das transações e documentos.


13.4.1.2. A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação,
coisa ou fato, de forma circunstancial.
13.4.1.3. A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores
do objeto da perícia.
13.4.1.4. A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou
parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstancias.
13.4.1.5. O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por
critério técnico.
13.4.1.6. A mensuração é o ato de quantificação física de coisas, bens, direitos e
obrigações.
13.4.1.7. A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações,
despesas e receitas.
13.4.1.8. A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil
pelo perito contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a
este profissional.

Cada um dos procedimentos focaliza um determinado tipo de estudo, seja este realizado
com o intuito de analisar coisa ou pessoa ligada à questão que procede a causa.
Quaisquer que sejam os fatos, a perícia deve total conhecimento sobre os mesmos, de tal
forma que sua interpretação seja inerente à verdade.
Os procedimentos devem preservar a imparcialidade e a garantia de que são estritamente
confiáveis, tornado passíveis de um julgamento justo. É uma seqüência lógica que
permite desvendar eventos pertinentes à matéria, para que somente depois o profissional
possa contemplar os interessados com opinião centrada nos aspectos que originaram a
perícia.
Outro aspecto considerável é o proceder ético do profissional quanto à realização da lide.
O juiz defere a perícia e necessita que o profissional, ao qual depositou total confiança,
aja de acordo com o que é reto, seguindo os padrões estabelecidos por lei e pela própria
moral inerente ao perito.
Para realizar uma perícia, é necessária a realização de diligências que se tratam de
acontecimentos de fundo investigativo, relacionados a determinado trabalho na esfera
judicial e necessárias para esclarecimentos do objeto da lide. Mesmo tratando-se de
serviço judicial, acontece fora dos tribunais.
A idoneidade da prova pericial depende da seriedade da lide, razão esta que faz com o
perito seja responsabilizado pela junção de fatos que resultem em uma deliberação
restrita da matéria fática.
A perícia refere-se a um exame minucioso de fatos controversos, que aplaca toda a
averiguação da matéria, na busca de promover resultado sólido, com prova materializada
através dos fundamentos encontrados com a apuração dos eventos. A influência
determinante está no ponto em que a técnica e a ciência, aplicadas sobre a causa do
litígio, propaga esclarecimentos e produz prova a partir da deliberação conclusiva.
Em suas atribuições, o trabalho pericial tem como limite o objeto da ação. A razão de se
realizar a perícia está na ampla possibilidade de solver questões duvidosas. A elucidação
não é um meio em que se trabalha, mas a conseqüência da realização plena, propiciando
convicção tanto em relação à interpretação fática quanto à resolução aposta no laudo. A
perícia contábil, no domínio de sua abrangência, pode assumir caráter no âmbito arbitral,
extrajudicial ou judicial.

3 PROVA PERICIAL.
Os principais meios de prova admitidos em processos judiciais pela legislação
brasileira são: depoimento pessoal, confissão, exibição (de documento ou coisa),
testemunho, perícia, inspeção judicial. A Perícia Contábil é, portanto, considerada um
meio de prova de grande valor.

A prova pericial contábil tem como objetivo mostrar a verdade dos fatos do processo
na instância decisória e é utilizada se o objeto da questão o requerer.

A prova pericial é obtida mediante procedimentos determinados pela Resolução do


CFC 858/99 – Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC-T 13.4.1, da Perícia Contábil.

“Os procedimentos de Perícia Contábil visam fundamentar as conclusões que


serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer contábil, e abrangem total ou
parcialmente, segundo a sua natureza e complexidade da matéria, exame, vistoria,
indagação, investigação arbitramento, mensuração, avaliação e certificação.”

• O exame é a análise dos livros comerciais de registros, os documentos fiscais e


legais, enfim todos os elementos ao alcance do profissional, preferencialmente os
que tenham capacidade legal de prova. O perito, todavia, compulsa também
componentes patrimoniais concretos (dinheiro, títulos, mercadorias, bens móveis,
veículos, etc), além de tais elementos, lida, ainda, com instrumentações, como
normas, cálculos, regulamentos, etc.

• A vistoria é um exame pericial, mas distingue-se dele pela origem e por seus
efeitos. Por ela se confirmam estados e situações alegadas por interessados, para
reclamar direitos, defender-se de acusações, justificar e comprovar atos e, em
oposição, por aqueles que sustentam obrigações de terceiros, acusam ou
pretendem garantir seus direitos.

• A indagação é o ato pericial de se obter testemunho pessoal de quem tem


conhecimento de atos e fatos pertinentes a matéria.

• A investigação é uma técnica pericial abrangente, que tem por finalidade detectar
se houve sobre determinado fato, procedimento que obscurece a verdade, como:
fraude, má-fé, dolo, erro, etc.

• O arbitramento é a técnica que se utiliza de procedimentos estatísticos para


estabelecer valores e procedimentos analógicos para fundamentar o valor
encontrável.

• A mensuração é o ato de quantificação física de coisas, bens, direitos e


obrigações.

• A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações,


despesas e receitas. É a constatação do valor real das coisas por meio de cálculos
e análises.

• A certificação está contida no laudo, que, por ser efetuado por um profissional
habilitado formal e tecnicamente, é merecedor de fé pública.

Todos os meios são válidos para que o perito forme a sua opinião, evidenciando
sempre a verdade dos fatos, porém, não se esquecendo de sua conduta ética.

O perito contábil em qualquer trabalho que venha desenvolver, terá acesso a todos
os documentos necessários para a elaboração do laudo pericial, inclusive, em alguns
casos poderá solicitar o depoimento dos envolvidos.

4. PERÍCIA JUDICIAL CONTÁBIL

A perícia se define pela peculiaridade de apresentar uma exposição fiel dos fatos,
contemplada por esclarecimentos pertinentes à questão.
A perícia judicial objetiva sanar questões técnicas pertinentes à contabilidade. A
averiguação dos fatos resulta na possibilidade de afirmar com segurança exatidão,
sanando as dúvidas inerentes ao litígio e oferecendo informações de caráter elucidativo
perante a causa.
A realização do trabalho pericial respeita a ordem precedida em lei, são nas normas
emanadas do CFC e da legislação contida no CPC, que se apresenta o desenvolvimento
de como deve ser realizada a prova.
Na fase preliminar, a parte interessada requer ao juiz a perícia, e este por sua vez a
defere e escolhe o perito de sua confiança. A seguir, é o momento em que as partes
devem formular seus quesitos e indicar os assistentes técnicos. Os peritos são
cientificados da indicação, propondo os honorários e requerendo o depósito. Com isso, o
juiz estabelece prazo, local e hora para o início.
A fase operacional determina os acontecimentos iniciando a perícia e as diligências, deste
ponto decorre todo o curso do trabalho pericial, resultando na elaboração do laudo com as
devidas conclusões.
A fase final, com o termino dos trabalhos em torno da lide, o profissional responsável
assina o laudo, que é entregue mediante protocolo, no mesmo cartório em que retirou os
autos do processo.
Fica a cargo de o magistrado promover um julgamento justo que aponte para a
honestidade em todas as fases do processo, garantindo a equidade dos direitos
reservados às partes. A legitimidade da relação jurídica é o que propõe a extinção das
irregularidades em torno do objeto da perícia, cabendo ao juiz satisfazer as necessidades
processuais, ressalvando o cumprimento metódico das normas em observância da lei.
A instauração do processo se faz quando uma das partes, denominada autor, fazendo uso
de diretos pertinentes a si invoca a tutela da lei, para ver sua pretensão satisfeita. Diante
disso, caberá ao juiz deferir ou não a petição inicial, ou seja, a tramitação do processo,
analisando se estão presentes as condições da ação. O processo após o deferimento da
inicial correrá até uma possível perícia.
No processo estão presentes os quesitos que são questões formuladas pelas partes ou
pelo juiz com a finalidade detentora da verdade. Pelo fato de terem relação direta com a
produção da prova pericial, devem manter seus objetivos focados no objeto da perícia e,
por conseguinte, obedecer a uma seqüência lógica que leve a dúvida à exaustão.
O perito do juízo, ao responder os quesitos, submete-os ao entendimento das partes,
devidamente assistidas por seus peritos assistentes. Esses assistentes técnicos podem,
por sua vez, discordar da opinião do perito nomeado pelo magistrado.
Através do questionário emitido por réu e autor, o perito em uso dos plenos poderes
conferidos a ele pela lei, pode desvincular irregularidades em torno da matéria periciada.
No caso da perícia judicial contábil, o perito contador tem sob sua tutela a
responsabilidade de formar convicção, a partir do questionamento realizado pelas partes
e pelo juiz.
CONCLUSÃO

Como mostrado, a perícia é um instrumento a serviço da verdade, creditando aos fatos


apurados a certeza de que exalam a veracidade. Para meio judicial, a perícia contábil é
importante, pois apresenta a autenticidade do fato contábil, perdurando seus efeitos em
torno da averiguação. Ao perito contador cabe a responsabilidade de proferir opinião
arraigada no conhecimento inerente à experiência devotada pelo tempo em que exerce a
profissão contábil.
O grande valor do trabalho pericial junto à decisão judicial está comprovada na própria
redação do Código de Processo Civil (2006), fator determinante que regula a evocação da
prova no desenvolvimento do processo. A exclusividade da prova pericial resulta do fato
de servir ao magistrado como forma de identificação da verdade, expressamente
motivada no laudo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. RESOLUÇÃO 857/99. Normas


profissionais do perito. Disponível no site:
http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=6.
______. RESOLUÇÃO 858/99. Da Perícia Contábil. Disponível no site:
http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=6.
BRASIL. Código de Processo Civil. (2006) In: CAINE. Mario. Vade Mecum, Acadêmico de
Direito. CD Rom. ER 007 VCD. Prod. Monodisc. São Paulo: Editora Rideel, 2007. 1CD.
______. RESOLUÇÃO 1.050. Impedimento. Disponível no site:
http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=6.

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