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Vista aérea de
Petrópolis
(Quitandinha)
Distribuição espacial do
Foto:
Arquivo
crescimento populacional dentro
Fundação CIDE
e fora da R egião Metropolitana
Região
do Rio de Janeiro
Por Dr. Rainer Randolph

E
xpansão da metrópole do Rio de Janeiro – um novo padrão de
urbanização?
É amplamente conhecido, hoje, que as grandes metrópoles brasileiras,
em especial São Paulo e Rio de Janeiro, deixaram de apresentar aquelas
Revista de Economia Fluminense

altas taxas de crescimento populacional, uma das características principais da urba-


nização brasileira desde a década de 60. Houve, conforme os Censos de 1991 e
2000 do IBGE, uma nítida mudança da distribuição do aumento populacional, tanto
no entorno imediato, ou seja, na própria Região Metropolitana, como também no
mais distante, que se pode chamar de área perimetropolitana. (Randolph 2005).
Essa mudança do padrão de distri- determinado padrão de urbanização João de Meriti têm até um saldo migra-

Região em foco
buição do crescimento está sendo nos distritos mais distantes do centro. tório negativo durante a década de 90
amplamente discutida no Brasil, na Partimos do pressuposto de que um – apesar de ainda apresentarem um
América Latina e também em outros crescimento mais rápido na periferia de pequeno crescimento anual (menos do
países do mundo. A grande dúvida dos Petrópolis não pode ser simplesmen- que 1%). Há, no outro extremo, aque-
analistas a respeito desses fenômenos te entendido como suburbanização; les municípios cujo crescimento
é se a mudança do padrão espacial do nem no seu sentido clássico (norte- populacional ainda supera 2% ao ano.
crescimento populacional dá origem a americano) do deslocamento de cer- Esses, com exceção de Japeri e Quei-
um nova forma de urbanização ou se tas camadas médias da população local mados, apresentam também taxas lí-
significa meramente a extensão da para áreas verdes fora do centro tradi- quidas de migração acima de 1% ao
metrópole para áreas mais distantes e cional, nem como “sub”urbanização no ano e configuram claramente uma se-
amplas. Não vamos entrar neste de- sentido do deslocamento de popula- gunda periferia dentro da periferia me-
bate no presente trabalho (vide ções de menor poder econômico para tropolitana.
Randolph 2003). áreas (semi-rurais) com infra-estrutura Observa-se na Tabela 2 (pág. 31)
Nossa intenção é apresentar alguns urbana precária, como discutido já por que, nas áreas chamadas perimetro-
dados a respeito do caso da Região politanas, há, em comparação com os
Metropolitana e área perimetropolitana A Região Serrana números da Região Metropolitana e,
do Rio de Janeiro, que possam dar uma na sua totalidade particularmente, do município do Rio
idéia a respeito das mudanças referen- de Janeiro da tabela anterior, taxas rela- 29
tem um desem-
tes às taxas de crescimento popula- tivamente altas de crescimento nas duas
cional no período entre 1991 e 2000 penho pior do regiões costeiras, em particular em al-
e da distribuição desse crescimento que a Região guns municípios da Região dos Lagos:
entre município-núcleo, demais muni- Metropolitana, em ambas o crescimento anual da po-
cípios da Região Metropolitana e área mas alguns muni- pulação entre 1991 e 2000 ultrapassa
perimetropolitana. Levanta-se, a partir até 8% em alguns casos. Uma grande
cípios mostram
daí, a hipótese de que esse novo pa- parte dos municípios situa-se na faixa
drão territorial do crescimento taxas de cresci- entre quase 4 a 6 ou 7% ao ano, ou
populacional resulta também em um mento e desloca- seja, bem superior àquelas encontra-
novo padrão de urbanização, que foi mento modera- das dentro da Região Metropolitana.
chamado na bibliografia de “contra-ur- dos acima da A Região Serrana na sua totalidade
banização”. tem um desempenho pior do que a
A verificação (ou não) dessa hipó-
média estadual. Região Metropolitana, mas alguns mu-
tese não pode ser realizada de uma nicípios mostram taxas de crescimen-
Limonad (1996) a respeito dos muni-
maneira indiferenciada para todos os to e deslocamento moderadas acima
cípios no interior fluminense, na déca-
municípios que constituem a área peri- da média estadual. As taxas, aqui, não
da de 90.
metropolitana do Rio de Janeiro. Para são tão altas assim como se observa
aprofundar debate e análise focamos, na Tabela 2: em geral ficam entre 2 a
na segunda parte do presente ensaio, Comparação entre Taxas de 2,5 %. Petrópolis e Teresópolis, dois
o caso do Município de Petrópolis1. Crescimento dentro e fora da centros importantes dessa região, não
Observam-se, para este município, for- Região Metropolitana do Rio chegam a alcançar 2%.
ma e área do crescimento populacional de Janeiro Notando, assim e ainda sem mui-
que é expressão e resultado de um Uma análise do comportamento to aprofundamento, os movimentos
dos municípios integrantes da Região da população carioca e fluminense na
1
Esse trabalho é um dos resultados de
Metropolitana na Tabela 1 (pág. 30)
Revista de Economia Fluminense

uma pesquisa financiada por CNPq, década de 90 (e aqueles que vieram


CAPES e FAPERJ sobre “Novas Formas mostra como a taxa de crescimento de fora do Estado), parece que o cres-
de Urbanização em Áreas Perimetro- anual (e também a taxa líquida de mi-
politanas”, realizada no Laboratório cimento populacional – como uma pri-
Oficina Redes&Espaço – LabORE – do gração) vai aumentando com a distân-
meira e precária aproximação do pro-
Instituto de Pesquisa e Planejamento cia do município-núcleo da metrópole.
Urbano e Regional da UFRJ e coorde- cesso de urbanização – aponta para
Rio de Janeiro, Niterói, Nilópolis e São
nada pelo autor. um novo padrão territorial da ocupa-
Tabela 1
Região em foco

Taxa média
Regiões de governo Taxa líquida de Taxa de crescimento
geométrica de
e municípios migração (%) vegetativo (%)
crescimento anual (%)

Estado 1,30 0,19 1,11


Região Metropolitana 1,12 0,06 1,06
Nilópolis -0,31 -1,41 1,10
São João de Meriti 0,60 -0,85 1,46
Niterói 0,58 -0,27 0,85
Rio de Janeiro 0,74 -0,13 0,87
Duque de Caxias 1,67 0,12 1,56
Paracambi 1,18 0,13 1,05
Tanguá 1,27 0,13 1,15
São Gonçalo 1,49 0,28 1,21
30 Nova Iguaçu 1,97 0,57 1,40
Belford Roxo 2,09 0,65 1,44
Japeri 2,67 0,77 1,90
Queimados 2,37 0,85 1,51
Magé 2,57 1,01 1,56
Itaboraí 3,34 1,74 1,60
Seropédica 2,48 1,74 0,73

Guapimirim 3,44 1,80 1,64


Fonte: Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE.

ção urbana; há um deslocamento para cidades menores (de alto para baixo Um Novo Padrão de Urbani-
áreas urbanas periféricas, tanto no in- na hierarquia urbana). Neste sentido, zação? A Distribuição do
terior, como – e mais acentuadamen- contra-urbanização acontece a um ní- Crescimento Populacional
te – na franja da Região Metropolitana. vel intermediário entre movimentos de entre Áreas Urbana e Rural
Sem querer – e poder – aprofun- migração locais e a redistribuição de po- no Município de Petrópolis
dar a análise a respeito desses dados, pulação entre (macro) regiões. Em con- Apesar de que, como vimos antes,
pode-se imaginar que estejamos dian- dições territoriais, contra-urbanização no Município de Petrópolis não se ob-
te de um processo de “contra-urbani- pode ser entendida como a divisão servam maiores taxas de crescimento
zação” que pode ser definido, segun- entre localidades urbanas e rurais. Esta populacional ou de migração líquida, a
do Lindgren (2002: 4), como uma “for- migração não significa que a população investigação desse caso parece interes-
ma particular de dispersão da popula- perde suas ligações e laços com a cida- sante e instigante por oferecer um con-
ção”: a desconcentração é um dos pro- de-núcleo (metrópole); pelo contrá- junto de fenômenos que o tornam úni-
cessos que está na sua base. Essa con- rio, seu deslocamento representa uma co e talvez paradigmático entre os de-
Revista de Economia Fluminense

tra-urbanização se distinguiria da subur- intensificação e interação contínua en- mais municípios do universo maior da
banização por significar uma dispersão tre as localidades envolvidas e uma investigação da área perimetropolitana
a longa distância. Ela não só envolveria maior expansão das estruturas socio- do Rio de Janeiro.
um deslocamento populacional a maio- espaciais que ainda incluem sem igual Para iniciar a discussão sobre o caso
res distâncias, mas também no interior (ou similar/familiar) significados socio- de Petrópolis, recorremos a um estu-
do sistema urbano, da maior cidade a culturais e padrões. do de La Rovere e Carvalho (2006)
Região em foco
Tabela 2

Taxa média
Regiões de governo Taxa líquida de Taxa de crescimento
geométrica de
e municípios migração (%) vegetativo (%)
crescimento anual (%)

Estado 1,30 0,19 1,11


Região Serrana* 1,01 -0,13 1,14
Petrópolis 1,28 0,21 1,08
São José do Vale do Rio Preto 2,47 0,97 1,50
Teresópolis 1,51 0,09 1,42
Areal 2,08 0,43 1,65
Miguel Pereira 2,32 1,32 1,00
Paty do Alferes 1,87 0,44 1,43
Região dos Lagos 4,31 2,83 1,48
Araruama 3,83 2,23 1,61
Armação dos Búzios 8,68 6,43 2,25
Arraial do Cabo 2,06 0,73 1,34
31
Cabo Frio 5,81 3,84 1,96
Cachoeiras de Macacu 2,12 1,04 1,07
Casimiro de Abreu 3,94 1,85 2,09
Iguaba Grande 7,20 6,24 0,95
Maricá 5,71 4,49 1,22
Rio das Ostras 8,02 6,55 1,47
São Pedro da Aldeia 4,54 2,85 1,69
Saquarema 3,68 2,47 1,21
Região da Costa Verde 3,47 1,48 1,99
Angra dos Reis 3,76 1,85 1,91
Itaguaí 3,40 0,99 2,41
Mangaratiba 3,72 2,35 1,37
Parati 2,37 0,67 1,70
Fonte: Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE.
* Observação: nossa regionalização inclui alguns municípios da Região Centro-Sul Fluminense.

que apresenta, em número recente dos empregos em Petrópolis está con- ções econômicas de Petrópolis no se-
dessa revista, no contexto de uma pre- centrada nos setores de comércio e tor industrial são a fabricação de pro-
ocupação sobre o papel das instituições serviços que são responsáveis por dutos alimentícios e bebidas, têxteis e
no desenvolvimento local, estrutura e aproximadamente 64 % do emprego confecções e máquinas e equipamen-
evolução econômicas dos Municípios total (Tabela 3, pág. 32). tos”. (La Rovere, Carvalho 2006: 33)
de Petrópolis e Teresópolis, que são Uma análise desagregada dos da- As atividades que empregam me-
responsáveis por cerca de 62% do dos sobre as atividades econômicas, nos pessoas são as da Indústria
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Produto Interno Bruto da Região Serra- feita a partir da Relação Anual de Infor- Extrativa Mineral e da Agropecuária;
na do Estado do Rio de Janeiro. mações Sociais (Rais) do Ministério do queremos chamar a atenção especial-
Em relação ao caso que nos inte- Trabalho, mostra que “há uma clara mente para este último setor, que
ressa aqui, La Rovere e Carvalho predominância das atividades ligadas ao responde por apenas 827 emprega-
(2006: 33) apontam as seguintes ca- turismo (alojamento e alimentação) no dos ou 1,5 % do total dos empregos
racterísticas econômicas: a maior parte setor de serviços. As principais voca- no município.
Tabela 3 pessoas que, conforme o censo, mo-
Região em foco

Emprego raram na zona rural daquele distrito em


Atividade % 1991. Mas mesmo em termos abso-
em Petrópolis
lutos, um aumento da população rural
Administração Pública 4.708 9,0
em mais de 6.200 pessoas, em nove
Agropecuária 827 1,5
anos, é surpreendente.
Comércio 10.982 21,0 Obviamente, essa nova “população
Construção Civil 1.543 2,9 rural” não é composta por agricultores
Indústria de Transformação 11.391 21,9 ou pessoas que ganham seu sustento
no campo; novamente, podemos re-
Indústria Extrativa Mineral 38 0,1
meter ao trabalho de Limonad (1996),
Serviços 21.046 40,4
que encontrou essa “população urba-
Serviços de Utilidade Pública 1.543 2,9 na” morando em área rural, em outros
Total 52.078 100,0 municípios do Estado fluminense, já na
Fonte: Fundação CIDE. Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro (2004). década de 90.
No caso de Petrópolis, o fenôme-
Em princípio, essa baixa participa- pulação urbana e população rural, no não pode ser resultado exclusiva-
ção do setor agropecuário não seria obtém-se a Tabela 4, pág. 33, com mente do deslocamento da população
32 muito surpreendente, quando se pen- dados tanto dos Censos 1991 e dentro do próprio município, entre dis-
sa em Petrópolis como município de 2000 do IBGE (FIBGE 2002), como trito-sede e distritos periféricos. Pelas
vocação turística, como os dados men- também da Contagem de População próprias características turísticas do
cionados anteriormente sugerem. Mas do IBGE, de 1996. município e, especialmente, do turis-
a comparação desses dados recentes No período de 1991 a 2000, o mo de fim de semana e de segunda
sobre o emprego com dados crescimento da população nos distri- residência da população carioca, o cres-
censitários a respeito do crescimento tos do centro (sede) e na sua vizinhan- cimento populacional pode ter a ver,
populacional em determinadas áreas ça imediata (Cascatinha2 ) está abaixo entre outras razões, com a transfor-
do município indica fenômenos que do crescimento dos três distritos mais mação dessas segundas em primeiras
não parecem de tão fácil compreen- distantes. Entre os demais distritos, des- residências, como já argumentamos
são. Pois, à primeira vista contradito- taca-se Itaipava, com um aumento em outra parte (Randolph 2005).
riamente, esse baixo nível de empre- populacional com mais de 4% ao ano É, portanto, pela própria história do
go agrícola está acompanhado por um no período em pauta. município e pela crescente instalação
expressivo crescimento populacional Mas o que merece nossa especial de segundas residências pelas classes
em algumas áreas rurais dos distritos atenção é a diferenciação do crescimen- média e alta cariocas que se pode en-
mais distantes da sede do município. to entre a população que se localiza e tender esse “paradoxo” do aumento
Em relação à população total do reside dentro do perímetro urbano e a da população rural sem a presença de
município, o aumento em Petrópolis população que reside em área rural. atividades agropecuárias significativas.
foi de 1,28% ao ano no período en- Nos distritos 3, 4 e 5, o aumento da Este processo, que está na própria ori-
tre 1991 e 2000; com isto, situa-se população rural supera o da população gem da cidade, sofre uma significativa
ligeiramente abaixo do crescimento urbana; ou ainda, em Itaipava e Pedro aceleração com o aprimoramento das
populacional do Estado do Rio de Ja- do Rio, houve uma ligeira redução da ligações entre Rio de Janeiro e
neiro (1,30% ao ano), mas superior população urbana e taxas expressivas Petrópolis e Petrópolis e Juiz de Fora.
ao crescimento na própria Região Ser- de crescimento da população rural. No Na medida em que as rodovias foram
rana (1,01% ao ano) e bem superior caso de Itaipava, o altíssimo valor de sendo melhoradas, culminando na du-
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ao do município do Rio de Janeiro, que crescimento de 47 % ao ano deve-se, plicação da Washington Luís em finais
ficou em 0,74% ao ano (dados do em parte, ao reduzido número de 195 da década de 70, houve um sensível
IBGE; vide Tabela 2, pág. 31). 2
O distrito de Cascatinha abrange tam- melhoramento da acessibilidade, que
Quando se desagregam esses bém áreas mais distantes do centro, incentivou a ocupação de veraneio fun-
dados para os cinco distritos e se in- como, por exemplo, o bairro de Araras;
damentalmente nas áreas próximas às
não podemos aqui considerar essas di-
troduz uma diferenciação entre po- ferenciações. principais rodovias.
Tabela 4

Setor em foco
Município
tx cresc.a.a. 1991 1996
Distritos de Pop. 1991 1996 2000
1991-2000 1996 2000
Petrópolis
Petrópolis Total 164.816 169.618 181.638 1,09 0,58 1,73

Região
Sede
Petrópolis Urbana 164.816 169.618 181.638 1,09 0,58 1,73
Cascatinha Total 56.937 63.419 61.939 0,94 2,18 -0,59
2
Cascatinha Urbana 56.937 63.419 61.939 0,94 2,18 -0,59
Itaipava Total 13.088 14.261 18.862 4,14 1,73 7,24
3 Itaipava Urbana 12.893 13.998 12.436 -0,40 1,66 -2,91
Itaipava Rural 195 263 6.426 47,45 6,17 122,33
Pedro do Rio Total 12.572 14.085 14.549 1,64 2,30 0,81
4 Pedro do Rio Urbana 8.063 9.634 7.824 -0,33 3,62 -5,07
Pedro do Rio Rural 4.509 4.451 6.725 4,54 -0,26 10,87
Posse Total 8.055 8.286 9.549 1,91 0,57 3,61
33
5 Posse Urbana 6.371 6.700 6.834 0,78 1,01 0,50
Posse Rural 1.684 1.586 2.715 5,45 -1,19 14,38
FIBGE: Censos de 1991 e 2000 e Contagem de População de 1996

Nota-se, portanto, um padrão ende o significado dos “espaços de Bibliografia


bastante heterogêneo dentro do pró- lazeres” em suas relações com a pro-
FUNDAÇÃO CIDE, Anuário estatís-
prio município; cada um dos distritos dução e reprodução social e sua tico do Estado do Rio de Janeiro Rio de
(e em parte bairros) é produto de potencialidade de oferecer uma certa Janeiro: Cide, 2004.
FUNDAÇÃO IBGE, Censos
uma determinada fase de diferentes “qualidade” para aqueles que estão vi- demográficos de 1991 e 2000. Rio de
formas de ocupação – desde o “ve- vendo no (e querendo “fugir” do) “es- Janeiro: IBGE 1995, 2002.
LA ROVERE, R. L., CARVALHO R.
raneio imperial”, passando por um paço quantitativo” das grandes cidades L., Instituições e desenvolvimento local
na Região Serrana Fluminense. Revista de
“período aristocrático” de Itaipava, até e regiões metropolitanas. A “natureza” Economia Fluminense, n. 5, setembro de
casas menos suntuosas, porém bas- – o “campo” – torna-se um elemento 2006, pp. 32-37.
LIMONAD, E. Os lugares da urbani-
tante confortáveis – de uma certa clas- constituinte para essa própria expan- zação - O caso do interior fluminense. Tese
se média nos dois distritos mais dis- são perimetropolitana que procura de doutorado, São Paulo: Universidade
de São Paulo, 1996.
tantes: Pedro do Rio e Posse. oferecer “soluções” para aqueles que LINDGREN, U. Counter-urban migration
Assim, a ocupação de áreas ru- querem fugir dos problemas que as- in the Swedish urban system. Umea (Sweden):
CERUM, 2002, Working Paper, 57.
rais do Município de Petrópolis nos solam a metrópole. RANDOLPH, R. Utopia burguesa ou
distritos onde há a maioria de em- Em síntese, não se pode descar- revolução urbana? Transformações da or-
ganização territorial e novas formas ur-
preendimentos imobiliários e a im- tar a possibilidade de que essas for- banas em áreas perimetropolitanas do
Rio de Janeiro. Anais do XI Encontro Na-
plantação de loteamentos e condo- mas de ocupação das áreas periféri- cional da Associação de Pesquisa e Pós-
mínios em tempos mais recentes, cas e rurais do município por segun- Graduação em Planejamento Urbano
e Regional – ANPUR - Salvador / Bahia,
por um lado, e a predominância dos das residências não podem dar ori- 2005.
Revista de Economia Fluminense

setores e serviços, por outro, não gem a novas formas de urbanização, RANDOLPH, R., GOMES, P.H.O.
Expansão da metrópole e áreas perime-
significa nenhuma contradição ou à medida que começam a ser ocupa- tropolitanas: continuidade ou ruptura? O
oposição. Ao contrário, uma se ex- das permanentemente (Randolph, contexto de uma investigação do entor-
no do Rio de Janeiro. Anais do XII En-
plica pela outra quando se compre- Gomes 2007). contro Nacional da Associação de Pes-
quisa e Pós-Graduação em Planejamen-
to Urbano e Regional – ANPUR –
Belém, 2007 (em prelo).
Dr. Rainer Randolph. Professor Titular do IPPUR / UFRJ e Pesquisador do CNPq.

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