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ViVerde Solido

O vento sopra Esvoaante uma folha paira em esprito Fluente como um calmo rio De guas escuras e impuras.

O tocante destino da folha Que segue na fluidez Se faz vazia pelo vento Causada pelo descontento De um dia a uma rvore pertencer.

Esperando que algum a recolha Rio abaixo a descer To nica, to singular Do que dizer algum sem lar, Sem amor e sem amar.

(Eduardo de Oliveira)

Anlise Inicialmente identificamos os seguintes paralelismos: Vento/Descontento; Lar/Amar; Esvoaante/Tocante; Dia/Vazia; Recolha/Folha; Pertencer/Descer Em seguida, detectamos as ambiguidades presentes no texto, as quais, discorreremos sobre: A palavra folha a ambiguidade principal do texto, porque dela possvel extrair inmeras interpretaes do poema.

O ttulo do poema tambm apresenta ambiguidade, visto que a palavra ViVerde pode ser entendida como Viver de, posto que o eu-lrico permanece solitrio. Ou Vi verde, j que o eu-lrico representado por uma folha. Esvoaante/Tocante: Mostra-se a ambiguidade atravs da relao de oposio semntica que uma palavra tem com a outra, visto que esvoaante representa algo desprendido ou sozinho, j a palavra tocante tem sentido de proximidade, assim havendo uma quebra de acepo. Recolha/Folha: Apresenta ambiguidade, pois a palavra Folha, no contexto, pode ser interpretada de diversas formas. A palavra Recolha, tambm possui sentidos diversos, j que pode assumir o seu sentido comum, denotativo, de pegar algo, ou at mesmo ter um sentido conotativo de acolher algum ou algo.

E por fim analisando o sentido da poesia, como num todo, inferimos que o ViVerde Solido anuncia a recluso amorosa do eu-lrico. Em sntese, apresenta os sentimentos, do eu-lrico, representados pelas aes da folha.

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