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FUTEBOL COMPETIÇÕES EUROPEIAS

Podia ter
sido melhor
Duas vitórias e duas
derrotas é o saldo desta
jornada, na qual Benfica
e Sporting venceram e
FC Porto e Nacional foram
derrotados. Mas os quatro
adversários das equipas
portuguesas eram bem
diferentes... Pag. 29

Nº 67 < Ano 3 < 18 Setembro 2009 Director: Daniel Santos Quinzenal< Gratuito

IMIGRANTES QUEREM VER PROMESSAS ELEITORAIS CUMPRIDAS

DE OLHO NELES! Faltam apenas nove dias para os portugueses irem às urnas
e escolherem quem irá governar o país que os candidatos,
excepto Sócrates, afirmam estar em muito “mau estado”,
um país a necessitar urgentemente de profundas remode-
lações. Depois de dez debates televisivos, depois de devi-
damente esmiuçadas, pelos “Gatos” e por todos nós, as
que eles pura e simplesmente têm ignorado. Embora as delegações dos
maiores partidos, no Reino Unido, tenham publicitado um sem número de
intenções, o facto é que, lá longe, nos locais decisórios, nada ou quase nada
se discute quanto ao futuro de muitas centenas de milhar de portugueses, que
por acaso até votam, mas que parece estarem votados ao esquecimento. Dia
27 anda a roda... e o prémio só contemplará um dos cinco, pese embora a
políticas de cada um, depois de inúmeras arruadas e algumas agressividade com que Jerónimo, Louçã e Portas tentem convencer os
arruaças, ninguém terá ouvido, ao longo destes muitos dias, da boca eleitores de que há algo mais do que PS e PSD. Ganhe quem ganhar, governe
dos cinco pretendentes a chefe do Governo, qualquer palavra quanto aos emi- quem governar, vamos estar atentos e exigir que, por uma vez, se cumpram
grantes - que eles tentaram, nas férias, cativar - nem quanto aos imigrantes, as promessas. Estamos, todos, de olho neles! Pags. 2, 6, 7, 21, 22, 23 e 27

INTERNACIONAL ENTREVISTAS
CLARA CABRAL ÁGATA GONÇALVES
Xanana Gusmão Escritora Projecto
pode vir a ser preso lança livro ambicioso
Segundo um comunicado do juiz presidente do
Tribunal de Recurso e Conselho Superior da
sobre vivências para servir
Magistratura timorense, ao admitir que libertou em Londres os portugueses
um criminoso de guerra indonésio, Xanana arrisca Pags. 18/19 Pags. 24/25
ser preso de dois a seis anos. Pag. 12

PUB.
2 18 Setembro 2009

ENTRE NÓS
CONSULADO MAIS PERTO DE SI...

Thetford já tem o “Quiosque Consular”


O TEC, de Susana Forte Vaz, já recebeu, nas suas
instalações, em Thetford, o “Quiosque Consular” que vai
permitir aos portugueses nesta região poderem contactar
directamente com vários departamentos públicos em
Portugal e tratarem de alguns assuntos consulares, sem

As minhas razões se deslocarem a Londres.


O acordo, como noticiámos em Maio, assinado com o

A
Consulado Geral em Londres, traz para esta pequena vila
inda não sei se vou votar. Não que tenha aderido ao em Norfolk, uma responsabilidade de maior e o
“Partido Nulo”, um movimento recentemente criado por reconhecimento do trabalho efectuado pelas autoridades
meia dúzia de carolas que querem dar nas vistas e que locais e instituições de solidariedade social em prol da
apela ao não voto dos portugueses, chamando a si a nossa comunidade na região.
descrença e o desânimo dos eleitores que acreditam que Na opinião de muitos dos dirigentes associativos e de
nada muda num país onde as diversas experiências políticas pode- apoio à comunidade, este é um importante primeiro
riam ter feito muito mais por todos os portugueses. Também não passo para aproximar o estado português da sua
serei daqueles que não sabem, ou não querem, reconhecer que o população emigrada, mas reconhecem que ainda há
Portugal de hoje é muito diferente do Portugal de há quinze anos - muito por fazer para melhorar esse apoio e melhorar a
para não recuarmos até ao Marquês de Pombal ou, mesmo, até D. opinião dos portugueses sobre os serviços consulares.
Afonso Henriques. Para mim, passado é isso mesmo, é passado, Para Susana Forte Vaz e a TEC é um justo prémio pelo
embora as suas costas largas permitam que muitos se desculpem, trabalho e dedicação a cerca de mil famílias radicadas na
no presente, com os erros que outros cometeram outrora. É o caso região e o reconhecimento, se bem que tardio, do sucesso
de Sócrates, sempre muito mais preocupado em assinalar a má e importância que este serviço presta à comunidade
governação dos seus antecessores (só os do PSD, claro) do que portuguesa na região.
em analisar a conduta do seu governo, cujo trajecto, gabado a O “Quiosque Consular” é um sistema que trabalha
esmo pelo próprio primeiro-ministro, parece não ter agradado a através do “Consulado Virtual” e possibilita aceder a um
muito boa gente, ao ponto de o PS enfrentar, nas eleições de dia conjunto de serviços e de informações que até hoje só
27, uma hipotética derrota que, a confirmar-se, apenas comprovará eram disponibilizados nos postos e secções consulares compromisso para a deslocação de um funcionário
que as intocáveis e moderníssimas políticas destes últimos quatro portuguesas. Agora, será possível pedir, por exemplo, consular a Thetford, para evitar a deslocação dos utentes
anos, mesmo que escudadas numa maioria absoluta, não satisfi- certidões de nascimento e óbito, casamento, certificados a Londres, no que diz respeito à maior parte dos actos
zeram o povo português. de bagagem, residência ou de importação automóvel consulares presenciais.
Depois destes debates todos, dos comícios, dos fóruns, das arru- online. Para isso basta estar inscrito no posto ou secção Esta operação, que permite o acesso à Internet e aos
adas e das arruaças, ainda não sei se vou votar. É que não sei se consular da área de residência, registado no site e pagar serviços consulares por todos os portugueses, vai
vale a pena votar num país que, há cinco anos, me cerceou a liber- com cartão de crédito pela Internet o documento pedido disponibilizar cerca de 500 “Quiosques Multimédia”, em
dade empresarial ao embargar-me uma revista sobre o que será, posteriormente, enviado por correio para casa. localizações-chave, como associações frequentadas por
Campeonato da Europa de 2004, apenas porque o governo de No entanto, alguns documentos como o passaporte, o um número considerável de portugueses, que poderão
então havia permitido à UEFA que registasse, como sua, a sigla bilhete de identidade ou o futuro cartão do cidadão são desta forma visitar o “Consulado Virtual”. Quanto a
“EURO2004”; não sei se vale a pena votar num país que dá uma presenciais, pelo que o utilizador pode preencher o números, António Braga falou num investimento de 2,5
pequena esmola aos seus antigos combatentes que andaram três documento no site e enviá-los para o respectivo milhões de euros.
anos e meio a bater com os costados no mato, alimentando uma consulado, mas terá que agendar uma visita ao Este é mais um passo importante do TEC que, em
guerra que não era sua; não sei se vale a pena votar num país cuja respectivo Consulado Geral (Londres ou Manchester) conjunto com as autoridades portuguesas, britânicas e
Justiça, decorridos cinco anos, ainda não resolveu um simplicíssi- para terminar o processo. locais, tenta aproximar o maior número de serviços que
mo caso de partilhas, no qual os herdeiros de determinada herança Neste momento está também em formação uma afectam e complicam a boa integração da comunidade de
correm o risco de falecer antes que o processo termine; não sei se organização que, junto a Lisboa, irá negociar um língua portuguesa.
vale a pena votar num país que me obrigou a ir para a reforma aos
55 anos, sofrendo, as penalizações que o Estado está sempre
pronto a aplicar; não sei se vale a pena votar num país onde nem
os reformados estão isentos do famigerado IRS e de outros impos-
tos municipais que sobrecarregam a factura de uma casa que já
Apoios a Fábio continuam a chegar
custa tanto a pagar; não sei se vale a pena votar num país que obri- A grande onda de solidariedade em prol do jovem Fábio Tamiço, para angariar o valor de €15,000, e
ga os seus cidadãos a emigrarem aos 60 anos por já não con- poder viajar até à Moldávia para se submeter a um tratamento que o poderá curar de uma doença fatal,
seguirem, em Portugal, um emprego que ajude a “compor” uma continua em movimento, com entregas em dinheiro, depósitos em conta e a oferta das viagens.
reforma insuficiente... Sinceramente, ainda não sei se vou votar. Eu Se bem que ainda estejam longe dos objectivos, a pouco e pouco os fundos vão crescendo e as ofertas
sei que é um dever cívico, democrático, blá, blá, blá, blá... Eu sei vão tomando volume e a esperança do Fábio vai crescendo. O jovem continua acamado, vítima de um
isso tudo - mas também sei que, como muitos portugueses que tumor craniano que, apesar de já ter sido extraído em operação, precisa de uma terapia especial de
estão cansados de falsas promessas, tenho milhões de razões, recuperação, ministrada por uma clínica na
pessoais e “gerais”, para não votar. Ainda não sei... Moldávia. Os apoios serão para custear esta PUB.
recuperação. Caso contrário, o Fábio pode, a
qualquer momento, desenvolver de novo o
Propriedade e Administração
Portuguese Link Ltd. tumor e não sobreviver.
Sede: 25A Guildhall Street A mãe, Aurélia Correia, explicou-nos que a satellitesystems@hotmail.co.uk
Thetford – Norfolk IP24 2DT - Tel: 01842 764622 viagem terá de ser efectuada o mais www.satellitesystems.com.pt
Delegação: 47 South Lambeth Road depressa possível, e que está disposta, se for Tel: 07958957974 / 07817800119
London, SW8 1RH - Tel: 02075 821155 Fernando Mendes
geral@portuguesemedia.co.uk - sales@portuguesemedia.co.uk
preciso, a pedir ao banco o valor que faltar
para os 15 mil euros necessários.
Direcção Geral: João de Noronha joaonoronha@portuguesemedia.co.uk ; Direcção O nosso jornal continua na esperança que
Administrativa e Comercial: Pedro Fernandes pedrofernandes@portuguesemedia.co.uk ;
Director/Editor: Daniel Santos daniel@portuguesemedia.co.uk ; Direcção Financeira:
este movimento de solidariedade cresça e
Susana Forte Vaz geral@portuguesemedia.co.uk ; Colaboradores: Herlander Cunha consiga captar uma quantia significativa, para
(Comunidades e Movimento Associativo); Alfredo Miranda (Portugal); Marques dos Santos tornar possível a ida do Fábio para a
(Desporto); JCD Gomes; Isilda de Freitas; P. Pereira; J. Bandeira; Opinião: José Bandeira, Moldávia. Reconhecemos que a quantia é
F. Gonçalves da Silva, Valdeiza Costa, Carlos Flores (Fotografia), Isa Alexandre (Moda), Mike alta, mas a nossa ajuda é a última esperança
Silv (Automóvel); Revisão: S. Vaz; Distribuição: Portuguese Link, TNT e EuroMarket ;
Tiragem: 20 mil exemplares distribuídos em 259 localidades na Inglaterra, País de Gales, para este jovem de 23 anos.
Escócia, Irlanda, ilhas de Jersey e Guernsey; Colaboração: Lusa, Agência de Notícias de Quem se quiser juntar aos muitos que já
Portugal, SA contribuíram, seja qual for o montante, deve
depositar a verba na conta da mãe no
Nota da Direcção: A publicidade publicada neste jornal, cadernos e inserções é da inteira responsabilidade
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18 Setembro 2009 11

MADEIRA
ALBERTO JOÃO JARDIM EM DISCURSO NO CANIÇO

“A mim ninguém me cala!”


O presidente do Governo Regional disse, na inauguração de um Porém, disse, «há quem não queira que se façam inaugurações,
caminho municipal no Caniço, que os «traidores» não o podem como se estivéssemos aqui a fazer alguma coisa contra a lei. A lei
impedir de inaugurar. Pois trata-se de um direito e um dever que, em cria-me o dever de informar a população. A Constituição da
seu entender, está em conformidade com a Constituição Portuguesa República é clara: eu devo dar satisfações à população daquilo que
e com a lei. estou fazendo. E, por isso, tenho de fazer as inaugurações. E tenho,
Falando aos populares que se deslocaram ao sítio do Barreiro para portanto, a Constituição e a lei do meu lado».
assistir ao acto inaugural dos melhoramentos introduzidos na Daí que, tal como afirmou, «não vale a pena virem umas criaturas,
estrada, Alberto João Jardim começou por recordar que a história da ainda por cima traidores à Madeira, virem umas criaturas embirrar
Madeira foi feita sempre de dificuldades. Conforme referiu, «toda a que eu faça as inaugurações. E cheios de inveja, porque apesar do
nossa história é isto. Põe-nos dificuldades pela frente e nós mal que nos foi feito, mesmo assim, isto vai para a frente e estamos
reagimos», para depois anunciar que, desde o dia 1 deste mês e até
meados do próximo, estão previstas 66 inaugurações de
a fazer coisas novas».
A única maneira de deixar de fazer inaugurações, e mesmo assim
Hospital do Funchal já fez
empreendimentos públicos e privados.
Por isso, disse o chefe do Executivo madeirense, «se não
assegura que não iam conseguir, «era desembarcar aí os fuzileiros,
me prenderem e me impedirem - mas nessa altura, quem estaria na
141 cirurgias cardiotorácicas
tivéssemos as dificuldades que temos, isto não era façanha nenhuma. ilegalidade eram eles, seriam eles que iam presos, não me podem O Hospital Central do Funchal (HCF)
A façanha está em estarmos asfixiados aqui na Região Autónoma da impedir, segundo a lei, de fazer inaugurações». realizou, até 9 de Setembro do corrente ano, e
Madeira e, mesmo assim, tendo em quatro anos o orçamento de três Face a isso, Jardim alertou esses «traidores»: «não percam tempo. desde o início de 2009, um total de 141
anos e meio - nem sequer -, temos tido a capacidade para não nos E, como dizia o Manuel Alegre, “a mim ninguém me cala”. Eu estou cirurgias cardiotorácicas, sendo que 58 foram
deixarmos sucumbir e fazer da cabeça imaginação e inteligência, nessa. A mim ninguém me cala. E, portanto, pode haver para aí uns torácicas e 83 cardíacas. Um número que não
fazer da vontade força de trabalho e fazermos aqui, por todos os traidores que me queiram calar, a vergonha é deles, a vergonha não envergonha em nada a Região, conforme
cantos da Madeira e do Porto Santo, coisas novas para benefício da é minha». As obras levadas a cabo no Caminho Velho dos Barreiros, admitiu o presidente do Conselho de
população». no Caniço, representaram um investimento da Câmara Municipal de Administração do Serviço de Saúde da
Desta forma também, disse Alberto João Jardim, «a população vê Santa Cruz superior a 164 mil euros. Durante os trabalhos, foram Região. Almada Cardoso admitiu que a média
onde está o dinheiro dos seus impostos. Oxalá que noutras paragens colocadas redes de água potável e águas residuais, redes eléctricas e de cirurgias anda um pouco abaixo do que é
do país a população soubesse onde está o dinheiro dos seus impostos de telecomunicações, para além de terem sido construídos passeios e feito a nível nacional mas sublinhou que a
e onde estão os fundos europeus». uma nova cobertura asfáltica. situação vai melhorar em breve com a
resolução do problema da falta de
anestesistas. Virá uma nova especialista do

Tráfico de droga na discoteca e assalto a hotel Continente, assim como dois colegas
portugueses que trabalham, actualmente, na
Venezuela mas que deverão chegar à Região,
Um homem de 29 anos foi detido pela Divisão Policial do o recepcionista a abrir o cofre. Segundo dados disponíveis, os para trabalhar a cirurgia cardíaca, durante o
Funchal, na passada semana, quando se encontrava no interior de um indivíduos entraram na unidade hoteleira por arrombamento de uma próximo mês de Outubro.
estabelecimento de diversão nocturna na posse de 120 doses porta traseira, surpreendendo o recepcionista que se encontrava Com este reforço e com a abertura de uma
individuais de cocaína e na presumível prática de tráfico de sozinho naquele sector sem que este pudesse reagir. Ainda de acordo segunda sala de cirurgia ambulatória, criam-se
estupefacientes, anunciou ontem a PSP em comunicado. O suspeito com dados recolhidos, os indivíduos entraram de rompante no condições para que o número de cirurgias ao
foi surpreendido pelas forças policiais “em pleno acto de tráfico de edifício e coagiram o funcionário a abrir o cofre sob a ameaça de coração aumente significativamente. Ainda
droga, ao qual foi detectada em sua posse inúmeras embalagens de uma faca, de onde subtraíram uma determinada verba em dinheiro. segundo Almada Cardoso, o Serviço de
cocaína , vulgo “quartas”, correspondendo a 120 doses individuais, Segundo o apurado, os encapuzados, simultaneamente trancaram o Cardiologia vai igualmente ser alvo de obras.
bem como uma quantia monetária superior a 600 euros, a qual foi recepcionista dentro de uma “casa de banho” e puseram-se em fuga Refira-se que no ano passado, foram feitas
igualmente apreendida por presumível proveniência do acto ilícito”, pela mesma porta que arrombaram. 193 cirurgias cardiotorácicas (114 cardíacas e
informou aquela força policial. O detido, natural de Santa Cruz, foi A PSP destacou meios para o local, entre os quais a Unidade de 79 torácicas). Em 2007, o total de cirurgias
presente às autoridades judiciárias, e foi-lhe determinado o regime de Polícia Técnica (UPT) no âmbito das investigações. rondou as 179, sendo que 107 foram
apresentação semanal obrigatória, junto da PSP. Este assalto faz recordar um outro ocorrido recentemente a uma cardíacas e 72 torácicas.
Paralelamente a esta operação, as brigadas da Divisão Policial do pequena unidade hoteleira de luxo, no Funchal. Tal como o JM Em 2006, os valores andaram nas 189
Funchal desencadearam várias acções junto de outras áreas urbanas divulgou na altura, o recepcionista partiu uma perna quando se atirou (total), com 101 cirurgias cardíacas e 88
sensíveis da cidade do Funchal que resultaram na apreensão de por uma janela perante um indivíduo, de cara encoberta, e de luvas, torácicas. Já em 2005, realizaram-se 156
quantidades de pólen de haxixe suficientes para a produção de 2.400 que arrombou a porta a pontapé e entrou naquelas instalações com cirurgias, das quais 113 foram cardíacas e 43
doses individuais. um ferro na mão. Dessa feita, de acordo com informação recolhida torácicas. Em termos de percentagem, 53,5%
Encapuzados assaltam hotel no local, o indivíduo foi ao armário onde se encontrava o cofre e corresponderam a doença coronária, 42,1 á
Dois indivíduos encapuzados assaltaram uma unidade hoteleira, fugiu com este às costas. O recepcionista foi assistido no hospital e patologia valvular, 1,8% à patologia aorta
no Funchal, com o recurso a ameaça de uma arma branca, forçando a Polícia deu início a um processo de averiguações. torácica e 3,5% à patologia congénita.
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18 Setembro 2009 21

COMUNIDADES

Paulo Pisco (PS) e Carlos Gonçalves (PSD) respondem


SE ELEITOS, QUAIS AS TRÊS PRIMEIRAS MEDIDAS QUE TOMAVAM EM RELAÇÃO
À GRAVE SITUAÇÃO DOS PORTUGUESES NO REINO UNIDO?
caderno do governo prevê que a nossa se reparta em três primeira prioridade tem a ver com alargar a

0 domínios essenciais. Em primeiro lugar o cumprimento


do programa do governo, que é um programa ambicioso,
na medida em que, desde logo, pretende uma valorização das
A intervenção dos portugueses residentes no estrangeiro
na vida politica nacional. O reino Unido é um país
onde, aparentemente, vivem mais de 300 mil portugueses e
comunidades portuguesas na própria estrutura do governo, onde é preciso que o recenseamento seja automático, ou seja,
para que os seus problemas e a sua resolução tenham maior sempre que um português trate de um documento no
visibilidade. consulado e apresente um documento de identificação, se faça
Depois, temos de exercer acção no sentido de, em relação a o recenseamento automático. Tal como já se faz em Portugal.
Portugal, fazer com que haja uma maior sensibilidade à Os deveres e direitos dos cidadãos residentes fora de Portugal
questão relacionada com as nossas comunidades e com os devem ser os mesmos dos que vivem no país. Tudo mudaria
portugueses que vivem no estrangeiro. Isso passa por com o recenseamento feito convenientemente no Reino
dirigirmos por levar a administração pública e serviços Unido. Porque apesar de ter mais de 300 mil portugueses, só
públicos portugueses, à sensibilidade e competência adequada cerca de 1,300 podem votar. O que em relação com Paris, por
para tratar dos assuntos dos portugueses residentes no estrangeiro. Para evitar que, para resolver exemplo, que tem mais de 40 mil, é a razão pela qual o governo investe tanto em Paris e
problemas, muitas vezes se depararem com funcionários com má vontade, porque não maltrata tanto a comunidade portuguesa no Reino Unido. É uma questão de interesse político-
conseguem resolver os problemas, com os quais não estão habituados a lidar. partidário.
Por outro lado, utilizando os elementos que as comunidades nos fornecem, da parte dos O facto de vir agora um “Observatório” reduzir a comunidade no Reino Unido dos 300 mil
eleitos, das associações, etc., ajudar para que haja um maior envolvimento e empenhamento para 77 mil, faz-me lembrar alguns regimes há umas décadas atrás, que definiam e decidiam o
cívico dos portugueses nos países de acolhimento. E uma maior aproximação e ligação dos número de habitantes, consoante a necessidade das suas políticas. Todos sabemos que não
portugueses às instituições e administração publica e outras instituições e partidos políticos vivem aqui 77 mil portugueses.
para que, através dessa ligação, os portugueses possam ter maior capacidade de organização e Outra das medidas seria a participação dos emigrantes no voto das autárquicas. Porque os
reivindicação, para que possam estar mais integrados, de modo a que não sintam os problemas, portugueses, normalmente vindos do interior, têm interesses e comparticipam no EMI, imposto
que tradicionalmente os residentes no estrangeiro sentem. E por esta via participar no processo camarário, e, por isso, representam quase 80% das receitas autárquicas. Não é justo que o voto
de tomada de decisão de uma maneira mais activa do que o fazem agora. beneficie apenas 20% dos contribuintes. Por fim, para evitar que a ajuda aos portugueses sejam
O problema do Consulado foi reconhecido pelo governo e por mim mesmo em diversas medidos consoante o voto, temos de colocar as comunidades portuguesas na prioridade da
ocasiões, e gostaria de dizer que, a sua rápida resolução, é uma prioridade do próximo governo política externa. Situação que já se registou, quando o PSD foi governo.
do PS. Iniciámos um processo de reforma, reestruturação consular, que envolveu uma Quem faz politica e está num governo, não deve entender que as decisões só devem ser
requalificação dos consulados cujo objectivo final foi servir melhor os portugueses. Para isso, dirigidas às comunidades que, por razões óbvias, têm mais portugueses recenseados. Por isso,
foi feito uma estruturação consular em várias fases. Começamos pela modernização, se considerarmos colocar as comunidades nas prioridades da política externa, passa a haver a
desburocratização e informatização dos consulados. Houve uma adaptação da estrutura e uma obrigação de tratar todos igualitariamente independente do seu peso político.
definição das missões dos postos consulares, que passou a ser mais produtiva e mais densa no Por fim falamos num problema grave no Reino Unido – no tratamento e falta de visão no
domínio económico, cultural, político, por forma a integrar plenamente a emigração na política atendimento e apoio social do consulado de Portugal, que não trata como devia tratar uma
externa de Portugal. comunidade emigrada, essencialmente por uma manifesta falta de recursos. Eu não posso
Havia problemas graves em alguns consulados e o governo resolveu-os. Fez-se uma admitir minimamente que o secretário de estado diga em Paris que atende os portugueses em
modernização fantástica, no que diz respeito a certos documentos que são obtidos 7 minutos, como noticiou no seu jornal, e que aqui leve sete meses. Não posso permitir que
imediatamente através da aplicação do SIDIC, como sistema SIRIC que comunica, em tempo esteja previsto o recrutamento de mais cinco administrativos para o consulado de Paris, que
real, com todas as conservatórias do país. E esta reforma acabou por atrasar a resolução do tanta falta fazem aqui no Reino Unido. Eu não posso admitir que o consulado de Paris como
problema do consulado de Londres. E é por isso que depois de tudo o que foi feito, o consulado menos de 100 funcionários tenha mais de 20 chefias, um chefe para cada 4 trabalhadores. É
de Londres é, de facto, a prioridade imediata do próximo governo socialista. inacreditável como se pode delapidar dinheiro. Mas enquanto o Reino Unido estava com
Quanto ao recenseamento é ponto assente! Não é um problema do governo, mas sim uma grandes problemas de atendimento ao público e de apoio social, o consulado de Paris recrutou
responsabilidade das comunidades. O recenseamento é um acto voluntário e tem de haver aqui uma técnica, um jurista e está preparado para requisitar mais um técnico todos directamente do
uma atitude. Poderia haver realmente muito mais recenseados se o consulado aqui tivesse ministério, para além dos cinco administrativos e de um cônsul adjunto, coisa que Paris já não
internamente um recenseamento consular automático. Se houvessem indicações nesse sentido tinha há cerca de 15 anos. Por isso nós prometemos, com os meios que tivermos, que são pouco
e os funcionários consulares incitassem as pessoas a recensear-se. Mas por outro lado, é preciso porque este governo deixou o MNE em situação dramática, vamos de forma justa distribuí-los.
que os portugueses ganhem consciência que a inscrição no recenseamento consular permite- No meu círculo eleitoral, se há um país que me preocupa é este. E posso dizer abertamente
lhes ter uma participação activa na política em Portugal e contribuir para determinar os porque fui a única voz que se ouviu, sobre o assunto, neste foi a minha Não porque
governos que são eleitos e as linhas de desenvolvimento que são assumidas. É um acto cívico politicamente me tenha trazido muitos apoios, mas porque se faz justiça a uma comunidade que
louvável e as pessoas não se podem alhear à influência que podem ter em relação a Portugal. necessita realmente de ser apoiada.

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22 18 Setembro 2009

COMUNIDADES
Programa eleitoral da CDU para as comunidades
Do PCP recebemos o seu programa cultura portuguesas nas comunidades portuguesas; diversidade, bem como aos órgãos de informação da nossa
para as comunidades, que se apresenta encerramento e despromoção de consulados de carreira com diáspora desenvolvendo linhas específicas de colaboração
como parte da coligação conhecida por evidentes prejuízos para os utentes; recurso a mecanismos para o desenvolvimento da sua actividade; a garantia de
CDU e se intitula como “a grande força de esquerda, espaço de administrativos e financeiros para dificultar o funcionamento serviços consulares modernos, eficazes e acessíveis, em
convergência e acção unitária de todos quanto aspiram a uma autónomo do Conselho das Comunidades; redução substancial conformidade com os interesses do país e das comunidades e
mudança de política, portadora de um claro projecto de ruptura do porte pago aos órgãos de informação; pôs termo à “conta que respondam eficazmente aos novos problemas decorrentes
com a política de direita e de cujo reforço depende uma viragem poupança emigrante”; manutenção da discriminação dos ex- dos novos fluxos emigratórios, pugnando pela sua eficácia,
na política nacional e a construção de uma nova política e um militares emigrantes na contagem de tempo para efeitos de garantindo não só uma melhor imagem de Portugal mas um
novo rumo para Portugal e para a Diáspora.” reforma”. melhor atendimento à Comunidade; a necessária definição de
Para estas eleições, a CDU defende a necessidade romper “a Como solução, a CDU promete a urgente correcção da uma política para o investimento em Portugal por parte dos
repetida alternância entre PS e PSD – com ou sem o CDS/PP – política de abandono dos sucessivos governos, exigindo a emigrantes, potenciando a captação das suas remessas; a
que há 33 anos nos governa”, e adianta atenção a dar à situação dos
uma nova política para as Comunidades reformados que trabalharam no
Portuguesas centrada em 4 eixos estrangeiro; a adaptação à situação dos
fundamentais: o reconhecimento das emigrantes do regime jurídico para
comunidades portuguesas como um contagem do tempo de serviço dos ex-
vector estratégico para a afirmação e militares, para efeitos de reforma; a
projecção de Portugal no mundo; a criação de um Fundo de Apoio Social,
promoção, expansão e qualificação do de carácter permanente, para os
ensino da Língua e Cultura Portuguesas; emigrantes carenciados; a promoção
a garantia da existência de uma rede consular moderna e divulgação da língua e cultura portuguesas no estrangeiro; a de uma coordenação eficaz na área da Segurança Social, que
qualificada de forma a poder responder às necessidades das melhor utilização dos meios que o Estado português tem ao impeça nos acordos assinados com outros Estados a dupla
várias gerações de portugueses a residir no estrangeiro, bem seu dispor, nomeadamente através do sector público de tributação; o combate eficaz às redes de contratação de mão
como às novas realidades dos movimentos migratórios; uma comunicação social (antenas internacionais da RTP e RDP e de obra em condições de forte precariedade e sobre
política que, a par da defesa da participação política, promova Lusa); a melhor coordenação dos serviços existentes, exploração, através de uma activa acção fiscalizadora junto
a participação cívica, o diálogo com as multifacetadas designadamente no Ministério da Educação e no Ministério das respectivas empresas contratadoras; o respeito pela
estruturas representativas da nossa Diáspora, e, em particular, dos Negócios Estrangeiros/Instituto Camões; o autonomia do CCP, criando as condições técnicas e materiais
respeite a autonomia do Conselho das Comunidades reconhecimento do importante papel que as Associações e indispensáveis ao seu regular funcionamento.
Portuguesas. Comissões de Pais desempenham; o indispensável apoio Por fim, a CDU promete “empenhar-se para alargar o
A CDU acusa depois o PS de ter desprezado “o peso e a efectivo às organizações dos jovens luso-descendentes, esclarecimento e ampliar, na consciência de mais e mais
importância das comunidades portuguesas no todo nacional” e promovendo e apoiando projectos de intercâmbio (no plano portugueses, a convicção de que o reforço da CDU é a garantia
as “consequências negativas de tal política são evidentes nas escolar, cultural e profissional); o apoio ao movimento que abre um caminho de esperança de uma vida melhor para os
seguintes vertentes: desinvestimento no ensino da língua e associativo das comunidades, respeitando a sua identidade e portugueses que vivem dentro e fora do País”.
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18 Setembro 2009 23

COMUNIDADES
Programa eleitoral dO PSD para as comunidades
Hoje publicamos as linhas mestras da política de emigração do PSD, linha das suas preocupações como garante do
que começa por tecer algumas criticas às instituições políticas futuro da nossa relação com a Diáspora; depois, a
portugueses que acusa de “raramente se debruçam sobre a realidade da sensibilização à participação cívica e política das
emigração portuguesa. Na prática,” continua o programa “são cinco nossas Comunidades na vida política nacional e nos países de
milhões de Portugueses, normalmente esquecidos, pouco parecendo acolhimento; a prioridade à elaboração dos estudos indispensáveis para
contar para o presente e o futuro do País”. Continuando por dizer que a alteração do sistema de voto dos portugueses residentes no
“só o PSD tem sabido compreender esta realidade ao longo da sua estrangeiro, adoptando possivelmente o voto electrónico, que permita o
história, conseguindo defender e fazer aprovar diversas soluções combate ao enorme absentismo que se tem verificado; o apoio
legislativas que têm dado um contributo sério para a aproximação entre institucional às celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das
Portugal e as suas Comunidades”. Tais como a atribuição dos direitos Comunidades Portuguesas e do dia 25 de Abril; o desenvolvimento de
de participação política em eleições presidenciais, legislativas e mecanismos de captação de poupanças e investimentos dos
europeias, a criação o Conselho das Comunidades Portuguesas e a RTP Portugueses residentes no estrangeiro, restaurando-se nomeadamente
Internacional, e discutidas questões sociais e de segurança que tanto têm as contas poupança - emigrante extintas pelo actual Governo; assim
afectado as nossas Comunidades”. como a elaboração de estratégias de organização empresarial; depois a
Numa altura em que, num momento particularmente grave para a rede consular deverá ser um instrumento activo de desenvolvimento da
nossa economia, “centenas de milhar de Portugueses se viram de novo nossa política externa, conjugando a relação institucional com a
obrigados a emigrar para poderem ganhar o seu pão e garantirem a comunidade internacional com acções integradas de diplomacia
subsistência das suas famílias”, o actual Governo liderado pelo engº económica e cultural, numa estreita ligação às comunidades
José Sócrates tem vindo a “bombardear” os emigrantes com “um portuguesas; propõe a criação dos “Espaços Portugal”, enquanto
conjunto de medidas sem precedente nem justificação”, extinguindo as consulados de nova geração, capazes de concentrarem e coordenarem
contas poupança; o porte pago para a imprensa regional ser enviada efectivamente as mais diferentes vertentes da nossa acção externa, sem
para as nossas comunidades; tentou limitar a participação eleitoral das esquecer a possibilidade de integrarem no seu seio empresas ou
nossas Comunidades nas eleições para a Assembleia da República associações empresariais e culturais que possam dar um importante
através da generalização do voto presencial; a falta de pluralismo em grande parte da contributo para a defesa dos nossos interesses e a aproximação à nossa Diáspora; o alargamento
comunicação social do Estado, especialmente na RTP Internacional; a falta de da acção consular contará com a rede de associações portuguesas e com os cônsules
acompanhamento dos serviços consulares ao aumento “impressionante” dos fluxos honorários, que serão valorizados e com quem deverão ser estabelecidas novas cumplicidades
migratórios dos cidadãos nacionais, sendo cada vez mais frequentes as situações de de forma a garantir maior eficácia no domínio da protecção consular e da nossa representação
exploração de portugueses no estrangeiro; a ausência dos modelos anunciados para o ensino do externa; a celebração de acordos bilaterais na área da segurança social e em todos os domínios
Português no estrangeiro; a reforma da rede consular veio a aumentar os problemas e as em que estejam em causa os direitos dos cidadãos portugueses que trabalham no estrangeiro;
carências humanas e técnicas; o Instituto Camões e a Direcção Geral dos Assuntos Consulares será retomada a proposta do alargamento da nacionalidade portuguesa aos netos de cidadãos;
e Comunidades Portuguesas foram esvaziados de meios humanos e materiais, estando hoje a introdução do voto dos não residentes nas eleições autárquicas; a reforma do ensino do
seriamente limitados na sua acção em prol da nossa afirmação externa e da nossa ligação às Português no estrangeiro, executando-se a transferência da tutela deste sector para o Instituto
nossas Comunidades; e as medidas anunciadas do Fórum dos Luso-eleitos, a Escola e o Camões e a contratação de professores locais; o apoio aos Portugueses em situações
Consulado Virtual, apresentam resultados extremamente reduzidos. economicamente mais difíceis e mais fragilizados socialmente; a valorização dos órgãos de
Pelo facto, o PSD afirma essencial “garantir a reaproximação entre Portugal e todos os comunicação social das nossas Comunidades, procurando desenvolver-se acções de incentivo
Portugueses que se encontram espalhados pelo Mundo” e, a seu ver, “as Comunidades a programas de intercâmbio e de formação dirigidos aos seus profissionais.
Portuguesas deverão ser uma prioridade absoluta no contexto da nossa política externa, “É para isso que nos candidatamos! E foi para isso que abraçámos esta causa – servir os
devendo o Ministério dos Negócios Estrangeiros reestruturar-se politicamente de modo a que portugueses da Diáspora! Representá-los junto do poder político democrático em Portugal!
“os responsáveis pela nossa diplomacia nos planos políticos, económicos e culturais deverão Levar até aí os seus anseios e necessidades!
alterar radicalmente os seus procedimentos de forma a contemplarem a ligação com as Em nome da verdade, a eles devemos respostas concretas! Não simples discursos, mas
Comunidades Portuguesas.” O PSD defende que os jovens luso-descendentes estão na primeira respostas coerentes e sérias!”

A importância de votar que tragam lucros, em política, os políticos medem o seu sucesso através dos “mercados” de
voto. A nossa apatia e desinteresse pelo voto tem sido paga na mesma moeda pelos políticos.
Enquanto no Reino Unido existem 1200 recenseados aptos a votar, em França existem cerca
Eu vou votar porque me registei e recenseei e, deste modo, estou pronto a fazê-lo em defesa de 90 mil. No Consulado de Paris tratam-se, em sete dias, assuntos que demoram mais de seis
dos princípios por que me pauto e que tenho defendido e escrito nesta publicação. O voto é a meses a tratar em Londres ou em Manchester.
única arma que temos para defender os nossos interesses. Só com ele iremos conseguir a Não vale a pena procurar e recriminar nos outros aquilo que só a nós diz respeito. Basta
importância necessária para que Lisboa olhe para esta comunidade com “apetite” político e faça apenas olharmos no espelho e apontarmos os culpados deste “estado de sítio” – nós próprios.
andar instrumentos que possam garantir o nosso futuro neste país como trabalhadores, Por isso, vou votar. Primeiro, porque não tenho tempo para passar nos cafés a dizer mal dos
contribuintes, cidadãos, indivíduos e acesso a benefícios financeiros e sociais a que temos outros. Depois, porque tenho espelhos em casa. Para além disso, porque acredito poder ser um
direito como residentes e como portugueses. Até agora tudo nos tem passado ao lado, porque dos que assim irá contribuir para derrubar as paredes que hoje nos separam dos poderes centrais.
não somos importantes. Tal como numa empresa o proprietário deseja ter acesso a mecanismos João de Noronha

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Nesta secção procurarei esclarecer as vossas dúvidas


em relação à saúde emocional, familiar e de
relacionamentos interpessoais. Enviem as vossas
perguntas para o e-mail valdeiza@gmail.com
ou mob. 0796 1158 491.

A crónica dos mentirosos Auto-sabotagem


de Roncais de Baixo! Pergunta.
Tenho um problema sério de auto-boicote.
Prezados compatriotas, Noronha! Porém, a estratégia das mentiras tem Nunca acredito que as coisas vão tão bem que
É sempre para nós um grande prazer saber tendência a continuar. nada possa dar errado e acabo, eu mesma,
que muitos foram de férias matar saudades entre Neste entremeio entrou nas fileiras dos travando… aí, de alguma forma as coisas
os seus amigos e familiares tendo regressado já combatentes o nosso grande amigo, Senhor Luís acabam por caminhar para o fracasso… esse
com as baterias carregadas aos seus postos de Gonzaga Barros, que já fez estremecer meia círculo vicioso pode ter fim?
trabalho! Mas fazendo um regresso ao passado dúzia desses fanfarrões que durante as eleições (ACB, Londres).
deparamo-nos com algumas intervenções que de 20 de Abril 2008 traíram com a sua lábia a
vieram já a lume neste periódico, onde sem maioria da Comunidade Portuguesa que vive fora O auto-boicote, auto-sabotagem ou auto-mutilação representa toda a
rebuço alguém criticou o actual conselheiro – de Londres impedindo-a que exercesse o seu capacidade auto-destrutiva de um indivíduo e está muito presente na
António Mota da Cunha, na edição de direito cívico de votar! E qual vai ser o nosso sociedade actual. Apresenta-se de várias formas, entre elas posso citar:
16/03/2007, e logo na edição seguinte de posicionamento nas Eleições Legislativas de obesidade, tabagismo, alcoolismo, depressão com tendência suicida,
30/03/2007, o dito conselheiro com um sorriso de Setembro? Não houve tempo para fazer as síndrome de auto-mutilação, cardiopatias, transtornos de ansiedade, vícios
cacaracá vem cantar de galo acusando o “Inscrições Consulares e Actualizar o em geral, diabetes (com tendência ao agravamento por ausência de cuidado)
Governo Socialista de falta de diálogo aquando Recenseamento”? Houve mais do que tempo! e em muitas outras patologias. Também pode ser observada em
da visita da Deputada Socialista – Maria Carrilho, Faltou-lhes a coragem e a boa vontade para o comportamentos diversos, tais como: perda da moral, dificuldade económica
em que recusaram tê-lo convidado a um jantar, fazer, porquanto o Partido Socialista é cúmplice crónica, preguiça, apatia, agressividade incontrolável, dificuldade de
pagando-se depois da mesma moeda que o de toda esta farsa que se passou dentro da adaptação com o meio, prostituição, libido exacerbada, etc.
aludido conselheiro fez com um militante do SECP, porque em vez de terem diminuído aos Segundo o psicólogo Celso Cruz, existe um aspecto que agrava o quadro
partido trabalhista britânico no Restaurante Consulados e seus funcionários, deveriam ter do auto-boicote (ou síndrome do bode expiatório) que é o prazer sentido pelo
Madeira, que já havia pago adiantado e este dado mais crédito a milhares de cidadãos que seu portador pelo desprazer, pela dificuldade gerada por situações adversas
armado em carapau de corrida indaga que não vivem aquém-fronteiras incentivando mais o que lhe causem sofrimento. A característica principal pode ser extraída do
via o seu nome na lista e quase por poucos Movimento Associativo, assim como a próprio nome da patologia auto-boicote, ou seja, a pessoa não pode dar certo
segundos não se entornou o caldo! Outrossim, no sensibilização das “Inscrições Consulares e em nada. Assim sofre no campo físico, afectivo, intelectual e, até mesmo, no
mesmo periódico de 4/04/2008, quando se Actualização do Recenseamento” a fim de estar espiritual.
começou a preparar as candidaturas para as em dia para as futuras eleições sejam elas quais Entretanto, trata-se de um processo inconsciente. O indivíduo vive numa
eleições do Conselho das Comunidades forem. Neste contexto, é urgente chamar mais batalha diária e todo o seu comportamento, atitudes e sentimentos estão no
compareceram perante a Comissão Eleitoral, três uma vez atenção dos partidos que concorrem às campo da destrutividade, em maior ou menor grau. É o caso das pessoas das
intervenientes das listas concorrentes, onde já de eleições legislativas de Setembro que o quais se diz: Ela não sabe ser feliz”. O indivíduo age sempre no sentido de
início começaram os trâmites e as trafulhices dos abstencionismo deve ser repelido no seio da estragar sua felicidade, sua saúde, etc. Mutas vezes o problema surge devido
embusteiros das Listas “B” e “C”, na intenção de Comunidade, fazendo com que cada cidadão um complexo de culpa ou complexo de inferioridade onde a pessoa sente que
ter negado a constituição de mesas de voto em esteja verdadeiramente conscrito e vote sem não merece que as coisas lhe dêem certo e age, inconscientemente, no
Thetford, Great Yarmouth e Guernsey, alegando receio pondo desde já o seu voto a cantar de galo sentido de estragar tudo e se as coisas lhe estão indo bem, procura de toda
falsas difamações de idoneidade, como se pode no partido que indica para o céu aos pecadores, forma os aspectos negativos da situação e os apresenta como mais fortes do
comprovar pelos dois documentos assinados porque os santinhos vão continuar a votar no que os positivos.
pelos dois representantes! Mas afinal o que é que partido dos profetas da desgraça que conduziu Este é um problema sério e a pessoa que sofre deste mal deve procurar
estes dois trapaceiros ganharam com isto? Portugal à miséria e que abandonou ajuda profissional o mais rápido possível. O psicoterapeuta terá que adoptar
Tiveram algum louvour ou receberam algumas completamente os Portugueses da Diáspora! De um modelo patriarcal de autoridade para quebrar o círculo vicioso no qual
medalhas no Dia de Portugal? Destarte, faltava vós nem conhecidos, nem sonhados, se nesta vive o paciente. Geralmente este tipo de paciente tende a justificar todos as
mencionar a página 26 de 2/08/2008, onde nos empresa a experiência nos ajudar a ter engenho suas atitudes e problemas o que chamamos de “racionalização” e este
deparamos com um episódio composto de quatro e arte! mecanismo de defesa o impede de encarar o problema de frente e,
mentiras da autoria de António Choça, que tem consequentemente, mudar de atitude.
sido desmascarado, não somente pelo Saudações Lusíadas, Não é raro encontrarmos este tipo de paciente em estrutura hipocondríaca
coordenador e agente da Lista “A”, como também F.Gonçalves da Silva & Luis Gonzaga Barros (com mania de doenças). Esta é uma forma simbólica de sempre estar mal,
pelo cabeça da mesma lista, Senhor João de Portuguese Action Group ou a procura de uma patologia que justifique seu mal-estar e de chamar a
atenção de forma negativa, colhendo o amor por meio de piedade social.
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Vira o disco e toca o mesmo


s próximas eleições de 27 de geral do PS. Por outro lado concordo com José regimes comunistas e com alguma e dialogante que tem vindo a ser defendido

A Setembro dominam a actualidade


apesar de podermos falar de uma
certa apatia por parte da nossa
comunidade. A situação é contudo
mais complexa do que parece à primeira vista
e por isso lhe dedico algumas linhas. Em
tempo de eleições lembro-me sempre do velho
Saramago quando diz que na esfera política os
portugueses são chamados a tirar um governo
de que não gostam e a pôr outro de que talvez
venham a gostar. A campanha de ambos
resume-se a charme, simpatia e cosmética e
caracteriza-se pela ausência ideias e de
propostas reais para o país real, não se
desconfiança, justificada ou não. Apesar disso
nestas eleições existem alguns aspectos novos
que podem alterar significativamente o quadro
pós-eleitoral português. A questão da
abstenção parece-me ser um deles e o recente
crescimento do Bloco de Esquerda (BE) a
terceira força política nacional é outro. Estes
pelo líder do BE. Esta mensagem tem vindo a
colher apoios em alguns sectores do PS e pode
apelar para o voto dalguns desencantados e
desiludidos com as alternâncias dos últimos 30
anos. A realidade tem mostrado que o diálogo
das esquerdas é possível e necessário na
procura de pontes de entendimento comum
ditado “vira o disco e toca o mesmo” e penso passando da esfera do banal e do insubstancial. dois aspectos poderão conduzir a um outro e para um projecto político abrangente,
que estas também não serão muito diferentes. Ela não promete nada, ele promete o seu que tem a ver com a revisão das políticas renovado e autêntico. Pessoalmente não
O PS e PSD não são alternativas distintas são melhor. Ambos vão ser derrotados com a liberais e neo-liberais do PS e com a evolução espero grandes alterações mas apenas uma
apenas visões de gestão diferentes. As mesmas pequena diferença que um vai ser mais da actual crise financeira e que por sua vez primeira pedrada no charco do marasmo
grandes linhas com diferenças muitas vezes de derrotado que o outro, mas nenhum terá a tão poderão condicionar um reposicionamento político português, a falta de uma maioria
pormenor. Ricardo Pereira o mesmo do ‘Gato desejada maioria absoluta. Perante a dramática político do PS como alternativa de esquerda. absoluta e a persistência da crise mundial irão
Fedorento’ afirmava no início deste ano que realidade económica portuguesa creio que Em termos económicos a advertência do condicionar o futuro próximo do nosso xadrez
era particularmente irónico que os sociais- tanto o CDS como a CDU têm de uma Norte-americano e Prémio Nobel de político, provavelmente com eleições
democratas vivessem tempos tão difíceis maneira geral os seus eleitorados fidelizados e Economia Joseph Stiglitz para uma evolução intercalares e melhor demarcação das forças
precisamente na altura em que se encontrava tudo indica que continuem a crescer mas não da crise, na qual à recuperação actual poderá políticas com eventuais ajustes e alguns
na política activa aquele que era, porventura, o de forma significativa. Paulo Portas participou seguir-se uma nova recaída não deve ser realinhamentos.
mais bem-sucedido político de sempre do na governação e não deixou saudades e os ignorada. Em termos políticos não é descabido
PSD. Só era pena que ele fosse o secretário- comunistas sofrem ainda com a falência dos relembrar o projecto de uma esquerda alargada José Bandeira

Centro Comunitário Português El-rei D. Sebastião (I)


uitos são, por certo, os que já se Mas, pelos vistos, e pelo andamento da Fernandes) e perdeu as eleições. Não por não comunidade. Mas antes de se saber toda a

M devem ter questionado no que diz


respeito ao Centro Comunitário
Português (e ao meio milhão de
libras disponível) e aos 18 meses
que Lambeth diz termos de esperar – e todos
os ditos e desditos acerca do assunto,
inclusive uma entrevista, ao Palop News, de
carroça, parece que o centro já foi entregue ao
Zé-ninguém, conhecem? O que não quer
dizer que não dê para enviar uns convites às
“altas sociedades” para uns almoços e
jantares, misturados com muita propaganda e
lançar uma quantidade de gente que ninguém
conhece e ganhar uns “trocados” para
ter apostado nos portugueses. Mas por ter
apostado num conselheiro votado pela
maioria dos portugueses. Mas, mesmo assim,
em vez de voltar as costas aos portugueses,
continua a ajudá-los e para poder conviver e
comunicar connosco continua a aprender
português. Não são este tipo de homens que
verdade é preciso festejar, chamar as
ambulâncias, os bombeiros, a TV, as rádios e
a imprensa – tal como num final de
campeonato. Só que este não teve
competição, nem equipas. Só fumo e muito
nevoeiro – tal como o outro que ainda há-de
chegar numa noite de nevoeiro. Já lá vão
António Cunha, que, sobre o centro, diz vão aguentar a crise – lembram-se da canção devemos respeitar, em vez de um bando de séculos e séculos...
perguntar ao Lambeth, porque ele só sabe “Eles comem tudo...” – Pete Bower (Labour), ignorantes? Mas o que têm feito os nossos
que nada sabe. que vive em Stockwell – Alguém conhece??? É a este tipo de homens que devemos dar o representantes para mudarem o rumo das
Por aquilo que fui investigando, e ainda a Isto para não falar de outros “mágicos” de nosso voto (Liberais/conservadores) e não ao coisas? Nada!
“procissão vai no adro”, parece que todos batuta portuguesa que, também, ninguém “Labour”, que se fazem a “amigos” com Nem a embaixada, nem o consulado, nem
acordaram tarde. De uma promessa feita em conhece, quem são, donde vieram e o que os promessas, mas ficam-se pelas promessas e os conselheiros. Então não sabem o que se
2004/05, de dar seguimento em 2008, parece fez “investir” as suas capacidades na pelas palmadinhas nas costas. passa ao seu redor? O que é que estão eles a
que os interessados acordaram tarde demais. emigração! Fala-se no orgulho de termos um centro fazer aqui?
Pois a promessa foi e será feita para caçar os Só que, em Stockwell, quem não conhece o comunitário, só para nós. Dado pelos Anda tudo de mãos dadas à espera que o
votos à nossa comunidade, sacar a câmara à ex-vereador Anthony Bottrol? Um homem trabalhistas. Desde 2004. No entanto, onde “dinheiro” do centro comunitário chegue –
aliança política liberais/conservadores e que sempre deu a cara e olhou pelos está? Será importante? O que é preciso é depois há que o distribuir por todos... os 6 do
agora para a manter “mantendo” a promessa. interesses dos portugueses e, ao fim de dez vender a ideia, o conceito, a capacidade, a costume?
Não custa nada e, se resultou em 2004, anos de trabalho de louvar, teve o azar de união, o projecto – baseado num edifício que
porque não há-de resultar agora em 2009?! apostar no cavalo de batalha errado (Gabriel não existe e se existir não é só para a nossa Luís G. Barros

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