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Centro Universitário Geraldo Di Biase

Fundação Educacional Rosemar Pimentel


Pró-Reitoria Acadêmica
Faculdade de Direito

RESCISÃO INDIRETA POR PARTE DO EMPREGADO

Ismaili Candioto Faria

Volta Redonda, 2008.


Centro Universitário Geraldo Di Biase
Fundação Educacional Rosemar Pimentel
Pró-Reitoria Acadêmica
Faculdade de Direito

RESCISÃO INDIRETA POR PARTE DO EMPREGADO

Monografia elaborada pelo discente Ismaili Candioto Faria


da Primeira Turma de Direito do UGB/FERP, para a
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, sob
a orientação da Professora Janaina Siqueira Paes.

Volta Redonda, 2008.


RECISÃO INDIRETA POR PARTE DO EMPREGADO

Ismaili Candioto Faria

Monografia apresentada ao Curso de Direito do Centro Universitário Geraldo Di Biase,


Campus Aterrado, Volta Redonda, submetida à aprovação da Banca Examinadora como parte
dos requisitos necessários à obtenção da condição de graduação em Direito:

Aprovado(a) pela banca:

Professora Orientadora Janaína Siqueira Paes

Professora

Professora

Grau

Volta Redonda, 2008


Dedico este trabalho, primeiramente à minha família (pai,
mãe, irmã), pelo constante incentivo, por serem minha
fortaleça por depositarem em mim a fé e esperança por
mais esta realização e conquista. Agradeço também aos
amigos, que em todos os momentos do curso dividiram
comigo a alegria e as tristezas de ser um acadêmico de
Direito.
Tenho que agradecer primeiramente a Deus por ter me
dado a oportunidade de poder realizar o sonho de
conseguir concluir um ensino superior. A todas as pessoas
pessimistas que sempre diziam que eu nunca conseguiria
concluir o curso.(Está ai a minha resposta; a sua inveja é
que me fortalece) A minha amada família meu pai e ídolo
Sr.Maurino Carlos Faria pela muitas horas em que pensei
em desistir ele sempre vinha com uma palavra de força e
incentivo e me dizia que ninguém vence na vida sem
sacrifícios, que por um período se dispôs deixando de
fazer realizações para si o pagamento das mensalidades da
faculdade. A minha mãe e idola Sra. Alda Candioto
Rodrigues Faria do qual sempre em suas orações pedia
para que Deus me iluminasse e me desse força para
concretizar este sonho que, com carinho e atenção me
ajudou a tornar a pessoa que sou hoje. E que me ensinou a
ser digno e ter caráter. E como ela sempre diz: “FOI EU
QUE LHE DEI A VIDA”. A minha irmã Naiara Candioto
Faria pela força e apoio na hora em que precisei de sua
ajuda. Meus amigos de serviço que sempre dispuseram de
seu tempo em me ajudar na hora em que precisava,
principalmente trocando de horário para que eu pudesse
fazer as provas. Aos amigos de faculdade que com a graça
de Deus foram postos em meu caminho, pela atenção,
incentivo, apoio e compreensão. Em especial um pequeno,
mas grande grupo de amigos que se tornaram parte da
minha família e que hoje com certeza não sei mais viver
sem a companhia deles chamados carinhosamente de a
“Máfia”. Finalmente agradeço à minha orientadora
Professora Janaína Siqueira Paes que com sutileza,
inteligência e um toque feminino conseguiu transformar o
presente estudo em realidade.
“Educai as crianças, para que não seja necessário punir
os adultos”.
Pitágoras

“Não ligo que me olhem da cabeça aos pés, porque nunca


farão minha cabeça e nunca chegarão aos meus pés”.
Bob Marley

“Não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas


defenderei até a morte o vosso direito de dizê-las”.
Voltaire
RESUMO

FARIA, Ismaili Cadioto. Recisão Indireta Por parte do Empregado. 33 pág. Monografia
apresentada ao Curso de Direito do Centro Universitário Geraldo di Biase. Volta Redonda,
2008.

A sociedade convive com a exploração desde muito tempo atrás, porém os problemas com
relação à exploração de mão de obra só começaram efetivamente a aparecer após a Revolução
Industrial, onde inúmeros empresários vieram a explorar pessoas de diversas idades, sendo
mulheres, homens e crianças, os submetendo a diversos riscos para que a sua produção
crescesse não importando com o bem estar de seus empregados. Neste período os
trabalhadores trabalhavam durante horas e ganhavam pouquíssimo pelo seu trabalho. A
constituição dos direitos trabalhistas organizou o sistema trabalhista no Brasil, com o objetivo
de diminuir a exploração de mão de obra, existem diversos artigos que servem para proteger o
trabalhador contra os abusos e os maus tratos. Atualmente apesar da existência desta
constituição ainda existem inúmeros trabalhadores no Brasil principalmente de classes mais
pobres que sofrem com a exploração imposta por grandes empresários de diversos setores no
país.

Palavras chave: Contrato – Empregado – Rescisão.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.

2. EVOLUÇÃO DOS DIREITOS TRABALHISTAS.

2.1.A Conquista dos direitos trabalhistas.

2.2.A Conquista dos direitos trabalhistas no Brasil.

2.3.Exploração de mão de obra na atualidade no Brasil.

3. DIREITOS E DEVERES DO EMPREGADO E DO EMPREGADOR COM


RELAÇÃO AO CONTRATO DE TRABALHO.

3.1.Empregado.

3.2.- Empregador.

4. RESCISÃO CONTRATUAL.

5. CONCLUSÃO.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem a finalidade de fazer uma análise reflexiva sobre a rescisão indireta
do contrato de trabalho. A escolha do tema se deu devido à necessidade de estar mostrando
para os empregados e a sociedade em geral os seus direitos com relação à rescisão de contrato
por justa causa numa relação de trabalho forçosamente interrompida por circunstâncias extra
contratuais.
Hoje existem inúmeras pessoas que não tem conhecimento sobre o presente assunto de
rescisão indireta, isso é preocupante, pois por conseqüência disso inúmeros empregados são
injustiçados em muitas empresas por não conhecerem os seus direitos.
A palavra rescisão significa anulação de um contrato proposto por uma empresa,
porém existem duas formas de anulação de contrato existentes. No projeto que será
apresentando, a origem e os conceitos serão expostos como um parâmetro para o trabalho e no
segundo capítulo o processo de exploração será também abordado dando ênfase à questão de
mandar o empregado embora sem justa causa que estará mais claro o próximo tópico.
A primeira é quando a rescisão é feita sem justa causa, que seria no caso de o
trabalhador optar por trabalhar em outra empresa e por isso, ter que desfazer o contrato com a
empresa atual, ou por desistência do cargo e por alguma falta grave cometida pelo empregado.
A segunda é quando a rescisão é feita por justa causa que é quando o empregador comete
faltas graves contra seus empregados. Para esse tipo de rescisão existem leis, porém hoje no
Brasil poucas pessoas têm conhecimento delas onde será abordado no segundo capítulo.
Este assunto desconhecido por muitas pessoas é algo de estrema importância, pois é
uma forma de o empregado desistir do contrato sem a perca dos seus direitos devido ao abuso
que eles são submetidos pelos seus empregadores.
No primeiro capítulo será abordado a evolução histórica dos direitos do trabalho, os
principais aspectos da história do trabalho humano, desde os mais remotos tempos, passando
pelo triste período do trabalho escravo até chegar-se aos dias de hoje, onde o trabalho humano
é objeto de ampla proteção, tanto no mundo como no Brasil.
Ao longo dos anos o homem evoluiu em sua capacidade. Com a evolução desta
capacidade o homem fez inúmeras descobertas e inúmeras conquistas dentre elas, está o
direito trabalhista que durante muito tempo foi algo que não existia, porém atualmente depois
de muita luta e esforço de grandes homens pelos seus direitos hoje os trabalhadores
conseguem obter a segurança de seus direitos.
No segundo capítulo será abordado o contrato individual do trabalho juntamente com
os direitos e deveres tanto do empregador quanto empregado com vista de evidenciar a sua
importância para a relação de trabalho existente entre empregado e empregador.
Diante de um contrato de trabalho o empregado e empregador formam uma relação de
trabalho nesta relação estão contidas obrigações deveres impostas para que tanto o empregado
quanto o empregador não sejam injustiçados. Serão apresentados os conceitos legais e
doutrinários que definem o contrato de trabalho.
No terceiro capítulo serão abordados os principais direitos que incidem sobre a
rescisão contratual juntamente com os deveres do trabalhador e do empregador. Serão
abordados os conceitos e também as normas jurídicas com relação à rescisão contratual.
Para o presente de monografia foram levantadas as seguintes hipóteses: quais as
formas de rescisão contratual adotadas no ordenamento jurídico trabalhista brasileiro e quais
os principais direitos que incidem no momento da rescisão do contrato de trabalho.
2. A EVOLUÇÃO DOS DIREITOS TRABALHISTAS

A evolução humana vem sendo acompanhada de conquistas históricas que de certa


forma são hoje fundamentais para a vida humana. A sociedade hoje vive de uma forma bem
mais justa justamente pelo fato de haver leis que trouxeram a justiça para a sociedade. Ao
contrário de antes hoje a lei não é determinada apenas pelo simples ato de falar e obedecer,
mas existem cláusulas judiciais que determinam exatamente os direitos e deveres de cada um.
Ao longo dos anos o trabalho se fez constante na vida humana, a necessidade de
alimentar –se fez com que o homem busca –se sua sobrevivência através do trabalho da caça
desde os tempos primitivos. A busca pela sobrevivência fez com que o homem progredisse em
suas ferramentas de trabalho e assim facilitasse o seu meio de vida.
A exploração humana começou a existir justamente pelo fato de se buscar inovações.
As inovações em suas armas de caça determinavam exatamente quem iria ter mais facilidade
para caçar ou não consequentemente quem iria obter o alimento. Como nem todos os
habitantes terrestres não tinham a mesma capacidade alguns progrediram e de certa forma
criaram grupos que hoje seriam chamados de máfia da exportação. A caça que antes era de
todos passou a ser apenas dos mais poderosos e os mais fracos consequentemente teriam que
optar ou por procurar outro lugar para caçar ou então trabalhar por comida. Boa parte das
pessoas preferia ser explorada a passar fome e foi então que começou a exploração de mão de
obra no mundo.
De acordo com Arnaldo Sussekind (200:27) os mais valentes e os chefes,
que faziam maior número de prisioneiros, não podendo utilizar a todos em
seu serviço pessoal, passaram a vendê-los, trocá-los ou alugá-los. Aos
escravos eram dados os serviços mais exaustivos não só por essa causa
como, também, porque tal gênero de trabalho era considerado impróprio e
até desonroso para os homens válidos e livres.
A Exploração de pessoas mais pobres e necessitadas sempre foi um referencial na vida
humana boa parte de conquistas hoje no processo da evolução humana é resultado de anos
árduos e difíceis de exploração de mão de obra. A discriminação social também um processo
que acompanha a evolução humana seja ela por condições físicas ou sociais. Todos estes
fatores foram responsáveis pelo processo de exploração de mão de obra e acompanhou a
evolução em todas as civilizações antigas.
Antigamente o que se podia perceber é que o trabalho escravo era visto como algo
natural e indispensável para se viver. Os exploradores reconheciam que se não fossem os
trabalhadores as civilizações e os povos não poderiam progredir, porém apesar de acharem
desta forma não os gratificava de nenhuma forma, pois acreditavam que alguns nasceram para
ser reis e outros para serem explorados. Diante destes conceitos o escravo se tornava
propriedade exclusiva do patrão e infelizmente não tinha diretos trabalhava apenas por
comida algo que em muitos casos nem lhe era concedido.
No decorrer da evolução humana, já nos tempos medievais, a escravidão se fazia
presente, principalmente no tempo do feudalismo, onde os senhores feudais quando da
conquista de novos territórios, acabavam por escravizar os povos vencidos.
Quanto mais fraca era a população mais rapidamente era vencida e explorada, no
período feudal a população foi explorada até mesmo pela igreja que vendia objetos religiosos
enganando as pessoas dizendo que se dessem tudo que tinham a Deus seriam recompensadas
por ele.
A busca pelo lucro e pelo ato de estar sempre acima um do outro em questões
financeiras sempre levou o ser humano a explorar, abusar, enganar os outros em busca de seus
próprios benefícios e aqueles que possuíam o dinheiro tinham com eles total razão e nunca
eram contrariados, pois o ato de possuir terras e ter muitos bens ou não era algo que
determinava quem mandava e quem obedecia.
Ainda no período da Idade Média, outra forma de submissão, um pouco diferente da
escravidão passou a ser utilizada, era a denominada servidão. Os servos, não propriamente um
escravo na sua concepção, já que não era tido como um objeto, mas, no entanto, não eram
plenamente livres, já que em troca do uso da terra e da proteção oferecida pelo senhor feudal,
trabalhavam para este, entregando-lhe como forma de pagamento, parte da sua colheita.
Este tipo de exploração empregado na Idade Média foi algo que mudou um pouco as
condições trabalho melhor dizendo camuflou. As pessoas eram iludidas que teriam suas
próprias terras e nelas poderiam plantar o que quisessem, porém as terras que uma vez foram
compradas geravam lucro maior para quem ás vendeu do que para quem as comprou. Com
isto mesmo em suas próprias terras os trabalhadores eram explorados trabalhavam muito e
não viam lucro algum de seu trabalho.
Mesmo com excessiva exploração de mão de obra as pessoas começavam a reivindicar
os seus direitos, a exploração de mão de obra dos senhores feudais durou até o fim da Idade
Média e desapareceu em decorrência de “grandes perturbações, ora decorrentes das
epidemias, ora das Cruzadas, davam ensejo não só a fuga de servos como à alforria”.
A Revolução Francesa, com seus ideais de Igualdade, Liberdade e Fraternidade, foi
marcante para a abolição da servidão em boa parte da Europa, menos da Rússia, onde esta
prática perdurou até meados do século XX. Com ela vieram manifestações e pedidos de
igualdade que de certa formam não solucionaram completamente a servidão mais
contribuíram e muito para que as pessoas viessem a ter consciência de liberdade.
Antes do fim do processo de servidão haviam pessoas que não eram nem servos e nem
escravos, cujo o trabalho ficou conhecido por corporações de oficio cujas atividades eram
desempenhadas por pessoas que fugiam dos campos e do poder exercido sobre eles pelos
senhores feudais, fenômeno este que contribuíram para a o surgimento das cidades, em
especial nas cidades que mantiveram a liberdade.

De acordo com Nascimento (2001: 37). Com as corporações de ofício da


Idade Média as características das relações de trabalho ainda não permitiram
a existência de uma ordem jurídica nos moldes com que mais tarde surgiria o
direito do trabalho. Houve, no entanto, uma transformação: a maior
liberdade do trabalhador. Nas corporações de artesãos agrupavam-se todos
os artesãos do mesmo ramo em uma localidade. Cada corporação tinha um
estatuto com algumas normas disciplinando as relações de trabalho.

As corporações de oficio foram o inicio de um processo de liberdade e garantia dos


direitos dos trabalhadores que ainda não possuía normas judiciais, porém já fazia com que a
população tivesse um conceito breve do que era igualdade, liberdade e que tivessem
esperança de ter uma justiça eu tratasse dos seus direitos de forma justa.
Nesta estrutura das corporações de ofícios, os mestres ocupavam a condição de donos
ou proprietários das oficinas e ascendiam a esta posição após as aprovações impostas pelos
regulamentos do grupo corporativo ao qual pertencia, demonstrando habilidade e capacidade
na realização de uma determinada “obra mestra”. Os mestres correspondiam aos
empregadores da atualidade. A categoria dos companheiros era formada por homens livres
que auxiliavam o mestre no desempenho das suas atividades e recebiam dos mestres a
contrapartida, ou seja, um salário. Já a categoria dos aprendizes era composta por menores
que adquiriam dos mestres os conhecimentos e métodos.
Havia, ainda neste período histórico, outra espécie de relação trabalhista, que era
denominada de locação, que apresentavam duas modalidades, a locação de serviços e a
locação de obra ou de empreitada. Na primeira modalidade uma pessoa assumia, perante outra
pessoa, a obrigação de prestar-lhe determinados serviços, por um lapso de tempo e em troca
de um pagamento. Na segunda modalidade de locação, a locação de obra, uma pessoa se
obrigava a efetuar uma determinada obra para outra pessoa em contra partida de determinada
quantia.
Mesmo com todos esses passos para a igualdade as idéias de escravidão e exploração
de mão de obra abolidas na Europa ainda continuarão perpetuando por um longo tempo e
começaram a ganhar força com a descoberta do continente americano que foi onde as terras
eram exploradas principalmente por portugueses e espanhóis que mantiveram práticas
escravistas como forma de obtenção de mão de obra com vistas a explorar as terras
descobertas.

2.1. A Conquista dos Direitos Trabalhistas

O direito do trabalho ao longo dos anos foi surgindo e tem sua origem nas novas
concepções que surgiam no meio da sociedade. Com a Revolução Industrial e o começo de
uma nova era em que o capitalismo iria gerar todo o necessário para a vida o trabalho deixou
de ser um meio somente de exploração e passou a ser uma forma lucro.

De acordo com Nascimento (2001:46) o direito do trabalho nasce com a


sociedade industrial e o trabalho assalariado. As razões que determinaram o
seu aparecimento são econômicas, políticas e jurídicas. A principal causa
econômica foi a Revolução Industrial do século XVIII, conjunto de
transformações decorrentes da descoberta do vapor como fonte de energia e
da sua aplicação nas fábricas e meios de transporte. Com a expansão da
indústria e do comércio, houve a substituição do trabalho escravo, servil e
corporativo pelo trabalho assalariado em larga escala, do mesmo modo que a
manufatura cedeu lugar à fábrica e, mais tarde, à linha de produção.

Além do aspecto econômico, que contribuiu para a formação do Direito do Trabalho,


como ferramenta pacificadora dos conflitos originários da nova ordem que se estabelecia
entre os patrões e os empregados, houve o aspecto político, ou seja, o Estado, que no inicio da
Revolução Industrial era Liberal, passou a uma nova condição, denominada de Neoliberal, na
qual o Estado, que antes não intervia nas relações contratuais, econômicas e trabalhistas,
passou a interferir ativamente nestas relações. Esta intervenção se apresentou inicialmente por
meio de um Estado corporativo e socialista, cuja atuação se dava de maneira muito autoritária.
Foram implantados órgãos que surgiram para garantir os direitos dos trabalhadores que
associados em seus sindicatos, pleiteavam normas que regulassem e protegessem a classe
trabalhadora, quanto às condições de trabalho, contra aos abusos praticados pelos
empregadores, que expunham os trabalhadores a condições subumanas, a jornadas de trabalho
abusivas a salários indecentes, além da exploração do trabalho das crianças e das mulheres,
condições estas desprovidas de garantias contra acidentes e doenças, além do desemprego, fez
surgir às primeiras regulamentações das questões envolvendo as relações entre empregadores
e empregados.

De acordo com Nascimento (2001:49) essas modificações contribuíram


decisivamente para a idéia de justiça social, cada vez mais difundida como
reação contra a questão social. Dentre as fontes do pensamento que mais
amplamente defenderam a idéia de justiça social está à doutrina social da
Igreja Católica, através dos seus documentos denominados Encíclicas, como
a Rerum Novarum (19981), que iniciou uma linha desenvolvida até os
nossos dias com a Laborem Exercens (1981).

A justiça social foi um meio de implantar direitos aos trabalhadores, foi uma forma de
fazer a vida dos trabalhadores ser mais digna sem explorações. O motivo pelo qual foi criada
está longe simplesmente pelo fato de que as pessoas de poder começaram a se compadecer e
resolver garantir direitos aos trabalhadores, o fato que fez com que fosse criada foi
unicamente a reivindicação dos trabalhadores que com o passar do tempo começaram a se
manifestar e sendo maioria se não tivesse um entendimento imediato dos seus pedidos eles
poderiam prejudicar de certa forma a burguesia.
As primeiras leis trabalhistas tinham como objetivos reprimir o trabalho de menores
que também eram explorados até determinada idade, além de obstar o trabalho das mulheres
em locais em circunstâncias compatíveis com as condições físicas delas.
O primeiro texto constitucional a trazer em seu conteúdo, dispositivos de proteção ao
trabalhador, no mundo, foi a Constituição do Mexido de 1917, na qual o legislador daquele
país dispôs a respeito da jornada de trabalho, sendo que esta deveria ser de 8 horas diárias e
não poderia ultrapassar a 7 horas em se tratando de trabalho noturno; proibia a contratação de
menores de 12 anos, além de disciplinar o trabalho dos menores de 16 anos a 6 horas no
máximo; instituiu o descanso semanal; garantiu o trabalho das gestantes; criou um salário
mínimo a ser pago aos trabalhadores, além de garantir o direito à igualdade salarial; passou
dar garantias aos trabalhadores acidentados; garantiu o direito à sindicalização e à greve;
implantou os institutos da conciliação e da arbitragem como forma de resolução dos conflitos
trabalhistas; criou as indenizações quando da rescisão do contrato de trabalho e, instituiu os
direitos assistenciais aos trabalhadores.
Esta postura legislativa, de introduzir direitos de ordem trabalhista nos textos
constitucionais, ficou conhecida como “constitucionalismo social”, que trazia como principal
ideologia o entendimento de que uma das mais importantes atribuições do Estado é
proporcionar e promover a “Justiça Social” junto aos seus cidadãos.

De acordo com Nascimento (2001:53). A segunda Constituição foi à da


Alemanha, a de Weimar (1919), que repercutiu na Europa, considerada a
base das democracias sociais. Disciplina a participação dos trabalhadores
nas empresas, a criação de um direito unitário do trabalho, a liberdade de
coalizão dos trabalhadores para a defesa e melhoria das suas condições de
trabalho, o direito a um sistema de seguros sociais, o direito de colaboração
dos trabalhadores com os empregadores na fixação dos salários e demais
condições de trabalho e a representação dos trabalhadores na empresa.

Aos poucos os trabalhadores foram conquistando seu espaço em diversas localidades


do mundo e assim foram adquirindo direitos que hoje existem para protege – los da
exploração e do abuso da mão de obra como forma de lucro excessivo e trabalho escravo.

2.2. A Conquista dos Direitos Trabalhistas no Brasil.

Hoje no Brasil existem inúmeras leis que asseguram o direito do trabalhador, porém
houve um período no Brasil em que não havia direito algum para os trabalhadores.
No Brasil no final do século XIX, a imigração e abolição da escravatura dinamizaram
formação de um mercado de trabalho nas onde as indústrias começariam a desenvolver se. A
mão de obra nas grandes indústrias principalmente em São Paulo no século XX era
constituída de pessoas que vinham como imigrantes em sua maioria da Itália e da Espanha. A
maior parte desses imigrantes vinham com o intuito de se desenvolver no Brasil para depois
mais tarde voltarem ao seu pais.
Sem ter nenhuma garantia em suas empresas os operários imigrantes tinham condições
precárias de vida. Viviam nos bairros fabris, em precárias habitações coletivas (cortiços) ou
em vilas controladas pelos patrões.
Eram submetidos a longas jornadas de trabalho em condições insalubres. Mulheres e
crianças também não eram poupadas tinham que trabalhar com a mesma carga horária dos
homens, porém com salários menores, viviam em disciplina rígida, multas e constantes
ameaças.
Mesmo sendo uma parte da população desprezada em sua maioria devido as suas
condições de vida e também pelo trabalho forçado muitos trabalhadores criaram manifestos
greves, a maior greve em geral atingiu cerca de 50 mil trabalhadores e ocorreu em São Paulo
no de 1917.
Durante esse período de exploração vários movimentos foram criados como
Socialismo, Anarquismo e em 1922 foi fundado o Partido comunista todos esses movimentos
buscavam uma vida melhor para as pessoas uma forma de igualdade em que não houvesse
exploração de mão de obra e que as pessoas pudessem viver em condições melhores de vida.
Mesmo com tanta luta pela igualdade o operário não tinha muito poder de expressão e
nem voz ativa diante dessas situações. Infelizmente a política de igualdade e vida digna
imposta pelos trabalhadores não era aceita e aqueles que lutavam pelos seus direitos eram
vistos pelo governo como pessoas de conduta nociva e se fosse pegos eram deportados do
país sem chance de defesa.
Getulio Vargas no ano de 1930 assumiu o poder. Durante o período de 1930 a 1945
Vargas implantou a política trabalhista que inspirada na Carta de Del Lavoro da Itália
revolucionou a vida dos empregados criando as leis trabalhistas que viriam para acabar com o
sofrimento imposto pelos donos das empresas.
Dessa forma o governo atraiu o apoio dos trabalhadores, controlou o movimento
operário para evitar a expansão das idéias de esquerda e criou condições para o
desenvolvimento industrial sob égide do nacionalismo.
Getulio Vargas criou o Ministério do Trabalho, Indústrias e Comércio e a Justiça do
Trabalho para arbitrar conflitos entre patrões e empregados. Instituiu uma extensa legislação
de caráter assistencialista para o proletariado urbano, apresentando se como doador dessas
idéias incorporadas a Constituição de 1934 e, posteriormente organizadas na CLT
(Consolidação das leis de trabalho - 1943). Os diretos trabalhistas também foram frutos do
governo Vargas como: carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias
remuneradas.
Com muita luta ao passar dos anos não só Getulio Vargas como também muitos
trabalhadores que morreram nessa batalha lutaram para conquistar os diretos que hoje
beneficiam o operariado nas empresas, porém se não for feito o uso desses direitos eles ficam
perdidos diante da sociedade. Existem muitas pessoas que sofre hoje na atualidade por não
saberem que os direitos trabalhistas foram criados para protege – las contra os maus tratos e a
exploração.

2.3. Exploração de Mão de Obra na Atualidade no Brasil

A falta de conhecimento das leis que beneficiam os trabalhadores em caso de maus


tratos tem levado muitos a exploração de mão de obra.

De acordo com Alysson Alves (2007) no Brasil as condições de vida hoje são precárias
para a maior parte da população, milhares de famílias vivem na miséria por falta de
oportunidade de emprego e até mesmo por má qualificação profissional. Muitas empresas no
Brasil têm se aproveitado dessa situação para estarem explorando seus empregados que por
não terem muitas oportunidades aceitam qualquer tipo de oferta que lhes é proposta.
O desemprego e a falta de oportunidades nas pequenas e médias cidades paraibanas
têm transformado os municípios como São Vicente do Seridó, Soledade, Fagundes,
Cajazeiras, Tavares, Princesa Isabel e São Bento em minas de mão de obra braçal e barata
para empreiteiras usinas e empresas de grande porte instaladas nos estados de São Paulo.
Cerca de duas mil pessoas saem de suas casas em busca de um emprego digno
oferecido pelas empreiteiras de São Paulo para que possam sustentar suas famílias e ter uma
condição de vida melhor, porém infelizmente quando chegam só encontram ilusões,
exploração e condições subumanas de trabalho. Só esse ano a delegacia regional do trabalho
DRT da Paraíba registrou cerca de 1.164 certidões autorizando a saída de trabalhadores e esse
valor não é único, pois existem muitas pessoas que saem das cidades clandestinamente sem
nem ao menos serem autorizadas.
As promessas de salário para os empregados variam de 800 a 600 reais por mês,
porém a realidade do trabalho é outra completamente diferente. Alguns trabalhadores relatam
que são tratados como animais, servem comida azeda aos operários, os alojamentos
fornecidos aos operários ficam debaixo de lonas e ali eles ficam expostos ao sol e chuva na
maior parte do tempo. No meio da plantação de soja que é aonde eles trabalham são
submetidos a uma jornada de trabalho de mais de 18 horas por dia tendo direito a apenas uma
refeição diária, ou seja, trabalho escravo.
Isso são apenas situações encontradas na Paraíba, porém existem inúmeros outros
lugares no Brasil em que há exploração de mão de obra não só com operários, mas também
com crianças e mulheres.
Um estudo feito pelo Instituto Observatório Social divulgado nesta quinta 16 de abril
de 2008 revela que grandes multinacionais como Faber – Castell, Basf e ICI Paints foram
flagradas explorando a mão de obra infantil no Brasil. Essas empresas compram talco das
empresas Minas Talco e Minas Serpentinito, que utilizam crianças na mineração da pedra
sabão, em Mata dos Palmitos comunidade onde habitam cerca de 300 pessoas na zona rural de
Ouro Preto (MG).

A pedra sabão é utilizada em remédios, tintas, cerâmica de naves espaciais,


cosméticos, borrachas, papéis, sabão e lápis escolares além de ser material para artesanato.
A poeira do talco contém amianto, material utilizado em telhas e caixas d’água
proibido em diversos paises pelo prejuízo que pode causar a saúde. A inalação desse produto
pode causar câncer de pulmão, da pleura (membrana do pulmão) e do peritônio (membrana
interna do abdômen).
Trabalhadores para estarem em contato com esse talco de acordo com a CLT teriam
que estar devidamente protegidos contra esse reagente químico com roupas especiais e
máscaras para evitarem o contato com esse tipo de produto químico.
Isso não acontece, pois além de serem crianças o que é um crime grave estar
explorando o trabalho infantil também deixam as crianças expostas a um produto que é muito
prejudicial à saúde.
Em 2003 um estudo da professora Olívia Maria de Paula Bezerra, da Faculdade de
Nutrição da Universidade Federal de Ouro Preto constatou que muitos artesãos de pedra –
sabão em Mata dos Palmitos, inclusive crianças apresentavam sintomas de talcoasbestose –
excesso de asbesto ou amianto, no pulmão e alertava para a necessidade de medidas imediatas
para saúde dos trabalhadores que deveriam ser adotadas. Infelizmente não existe
acompanhamento médico para essas pessoas e o diagnóstico é camuflado por médicos da
região que na maioria das vezes ganham das grandes empresas para não estarem informando
sobre a situação de saúde dos habitantes do povoado.
Na constituição Federal, a proteção aparece no artigo 7°, XXXIII, quando proíbe o
trabalho noturno, perigoso ou insalubre ao menor de 18 anos e de qualquer trabalho ao menor
de 16 anos, salvo se aprendiz a partir de 14 anos.
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3. DIREITOS E DEVERES DO EMPREGADO E DO EMPREGADOR COM


RELAÇÃO AO CONTRATO DE TRABALHO.

Atualmente o contrato de trabalho pode ser entendido por alguns trabalhadores como
um beneficio, pois é um documento que permite tanto ao empregado quanto ao empregador
os seus direitos prescritos em lei tendo em vista não permitir que haja de forma alguma abuso
de poder ou exploração de mão de obra e até mesmo falta do cumprimento de qualquer
promessa inclusa dentro do documento. É importante lembrar que o contrato trabalhista é algo
de extrema importância, mas não é apenas um direito e também um dever que o empregado
possui e o empregador também.
Relação de trabalho pode ou não resultar de um contrato de emprego, só que ao
contrário do que ocorre na relação de emprego, este contrato deriva das normas contidas no
Código Civil, no título referente à locação de coisas, sendo as prestações, neste caso, com
limite temporal e prévia individualização. Este contrato civil não faz criar uma relação de
emprego, mas uma relação de trabalho, subordinado às normas civis e não às normas
trabalhistas. Hoje, o contrato de trabalho civil repousa em certo desuso, especialmente em
vista das normas trabalhista específicas para a regulamentação do trabalho. No entanto existe
um movimento de alguns estudiosos do direito em defesa da aproximação do direito civil ao
direito do trabalho, especialmente no que diz respeito à autonomia de vontades, que existe, de
forma bastante latente nos contratos cíveis e que nos contratos trabalhistas encontra-se
bastante limitada pela lei, em vista, especialmente, da proteção que deve ser dada aos
trabalhadores, um dos princípios básicos da legislação trabalhista.
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De acordo com Delgado (2007 p.321) existem outras relações de trabalho


gestadas na dinâmica social muito próximas, do ponto de vista jurídico
social à relação empregatícia, mas que com ela não se confundem . Há um
vinculo jurídico que apesar de contar, do ponto de vista prático, com os
elementos configuradores da relação de emprego, recebem da ordem jurídica
uma excludente legal absoluta. É o que se passa com os servidores
administrativos das entidades estatais de direito público.

Existem relações de trabalho firmadas sem que sejam seguidas ou levadas em


consideração nenhuma da norma jurídica (civil ou trabalhista), fazendo parte da chamada
economia informal, porém, quando existem os pressupostos legais necessários à configuração
do contrato realidade, constitui então em uma relação de emprego. Esta prática, atualmente
muito difundida, representa o enfraquecimento da relação de emprego como garantia e
decorre do fato de, hoje, haver uma diminuição da disciplina contratual do direito do trabalho.
Muitos autores, inclusive, vêm negando a existência da figura do contrato, defendendo sua
substituição pelo conceito de relação de trabalho.
A partir deste conceito, o empregado deixaria de contratar com o empregador e
passaria a integrá-lo em uma instituição, seja qual for, a empresa. Abandonam, a idéia de
contratualidade do direito do trabalho, passando a defender sua institucionalização. Trata-se
esta nova mentalidade de um erro de conceituação, posto que a admissão de um trabalhador
em uma determinada empresa pressupõe um acordo de vontades, o que por definição legal
representa um contrato, mesmo que tal contrato implique, como de regra acontece na seara
trabalhista num ato de adesão, mas ainda que um contrato de adesão, ao qual se subordina
“juridicamente” o trabalhador, representa um acordo que deve seguir certas imposições legais
para sua validade. Isto porque o contrato de trabalho segue o princípio da proteção que é
aquele que se refere ao critério fundamental que orienta o direito do trabalho, pois este, ao
invés de inspirar-se num propósito de igualdade, responde ao objetivo de estabelecer um
amparo preferencial a uma das partes: o trabalhador.

De acordo com Delgado (2007; p.81) o direito do trabalho fixou para o


sistema trabalhista, conferiu-lhe certa medida de civilidade, inclusive
buscando eliminar as formas mais perversas de utilização da força de
trabalho pela economia.

Além das considerações acima formuladas, é importante lembrar que trabalhador não é
empregado, não recebe salário, mas sim vende sua força produtiva por um preço e, como tal,
vê-se mais do que nunca submetido às regras injustas de um mercado onde a dignidade
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humana está sendo sobrepujada, cada vez mais, pela força do capital. Outra implicação, talvez
ainda mais grave, surge do fato de que as normas celetistas foram formuladas para a proteção
do empregado, não do trabalhador sem contrato, sem carteira assinada, sem vínculo jurídico.
Essas normas beneficiam significativamente o trabalhador, mas só tem o verdadeiro valor se
houver um documento no caso contrato que de fato contenha todos os acordos prescritos de
acordo com a lei. Neste plano, há outra relação política que parece concorrer, do ponto de
vista jurídico, como relação de emprego, embora essa concorrência seja mais aparente do que
verdadeira. Trata-se das situações mais envolventes a trabalhadores prestadores de serviço de
cooperativas de mão-de-obra. No entanto existem casos em que há uma relação de trabalho
fundamentada e parâmetros legais, porém em alguns casos não está é importante que o
intérprete aplicador de direito saiba reconhecer as diferentes relações empregatícias.
Com relação aos contratos de trabalho, geradores da relação de emprego legalmente
concebida, as exigência legais, como pressupostos de validade são, via de regra, as que dizem
respeito ao salário, local da prestação, jornada de trabalho e tipo de atividade desenvolvida na
empresa. Estas determinações visam suprir a necessidade de proteção do empregado, posto
encontrar-se em posição de inferioridade econômica em relação ao empregador. DELGADO
(2007).
O contrato de trabalho pressupõe a liberdade de contratar ou não; a igualdade dos
contratantes no plano jurídico; e o respeito à palavra empenhada, à fé contratual: dignifica a
pessoa humana do trabalhador. A noção de contrato traduz a idéia de uma união para produzir
e do trabalho livremente aceito.
Segundo o autor o contrato, por sua vez, implica na obediência imposta ao interesse da
empresa, de que participa o empregado: mais fortemente que a noção clássica do contrato,
acentua a subordinação de homens pertencentes a uma classe social e a manutenção da
servidão sob a forma do salariato.
Há autores que apesar de admitirem o contrato de trabalho, defendem a idéia de que
ele deve corresponder à realidade para que resulte em uma relação jurídica de trabalho, ou
seja, sustentam que esta apenas se concretiza a partir da prestação real do serviço objeto do
contrato. É o que chamam de contrato-realidade. Para Delgado, entretanto, em tendo sido
firmado o contrato, passa a produzir conseqüências jurídicas, ainda que não cumpridas as
obrigações nele previstas. Isto ocorre porque o contrato de trabalho é um contrato
excepcional, que visa antes de tudo a proteger o empregado, parte contratante
economicamente mais débil. Pode, portanto, o empregado propor uma ação de cobrança
contra o empregador para recebimento de salários e demais direitos, mesmo que não tenha
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havido qualquer prestação real, fundamentando-se tal assertiva no art. 4.º, da CLT. O contrato
de trabalho produz efeitos jurídicos posto que dele resultam uma relação de direito. É
caracterizado pela criação de uma situação jurídica subjetiva.
Do contrato deriva o instituto da estabilidade, que nada mais é que o direito que tem o
empregado de não ver extinto o contrato por vontade unilateral do empregador. Quer dizer,
em sendo o contrato um acordo bilateral de vontade só pode sofrer resilição por acordo das
partes.
A resilição unilateral colide com o princípio da força obrigatória dos contratos e
depende da lei, ou de novo acordo de vontade dos contratantes, além de sempre constituir uma
causa anormal de extinção por ser forçada. Não há como se negar que em se tratando de
contrato de trabalho por tempo indeterminado difícil fica vislumbrar uma causa normal de
extinção, posto que nele não existe termo previsto ou execução específica, como ocorre nos
contratos firmados por tempo determinado. Acontece que os contratos por tempo
indeterminado seguem o princípio protetivo, já que, conforme dito em outras ocasiões, ao
trabalhador, parte contratante mais fraca, interessa continuar no emprego, até porque isto não
deixa de ser uma necessidade vital. Assim, após o contrato de trabalho atingir um determinado
tempo de duração, passa a obedecer à regra de que seu desfazimento dependerá da vontade
das partes.
A resilição de contrato de empregado estável, da mesma forma que a resilição
unilateral do contrato de trabalho, é uma manifestação do direito potestativo, dependendo, no
entanto de uma sentença judicial constitutiva, quando se tratar de empregado civil, e de
inquérito administrativo, quando se tratar de funcionário público. Ambas as formas
representando os instrumentos controladores do direito potestativo.

3.1. Empregado

O conceito de empregado pode ser entendido como, toda pessoa natural que contrate,
tácita ou expressamente , a prestação de seus serviços a um tomador, a estes efetuados com
personalidade onerosidade, não eventualidade e subordinação.
Quando o contrato é tácito, a simples prestação de serviços, sem qualquer
formalização, não é óbice a que se considere pactuado um vinculo empregatício entre tomador
e prestador de trabalho (desde que presentes os elementos fático-jurídicos da relação de
emprego, obviamente).
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De acordo com a CLT existem inúmeros direitos que beneficiam o trabalhador e os


asseguram de qualquer irregularidade ou exploração. Atualmente por existirem leis a
exploração já não se estende como antigamente, porém a ocorrência de pessoas sofrendo com
exploração de mão de obra ainda cresce grandemente principalmente em áreas mais carentes
que é onde as pessoas precisam de uma remuneração mesmo que seja mínima para sobreviver.
No Brasil existem diversos tipos de empregados e a cada um a lei apresenta diferentes
formas de estar garantindo o direito destes e também auxiliando para que não haja injustiça no
ambiente de trabalho.

2.2. Empregador

Empregador define-se como a pessoa física, jurídica ou ente despersonificado que


contrata a uma pessoa física a prestação de seus serviços, efetuados com pessoalidade,
onerosidade, não eventualidade e sob sua subordinação.
A noção jurídica de empregador, como se percebe, é essencialmente relacional à de
empregado: existindo esta última figura no vínculo laboral pactuado por um tomador de
serviços, este assumirá, automaticamente, o caráter de empregador na relação jurídica
consubstanciada.
De acordo com a CLT a definição celetista de empregador conduz a algumas reflexões
adicionais. Diz o art 2° da CLT que empregador é a empresa, individual ou coletiva, que,
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalariada e dirige a prestação pessoal
de serviços (art. 2°, CLT). Completa o § 1° do mesmo artigo que equiparam-se (sic!) ao
empregador, para efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as
instituições sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores como empregador.
Na verdade, empregador não é a empresa ente que não configura, obviamente, sujeito
de direitos na ordem jurídica brasileira. Empregador será pessoa física, jurídica ou ente
despersonificado titular da empresa ou estabelecimento. Tanto o empregador como o
empregado são atores importantes no contrato de trabalho, pois é para eles que as leis
trabalhistas existem.
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4. RESCISÃO CONTRATUAL.

Quando se fala em rescisão é necessário entender que há uma grande diferença entre
rescisão e cessação, pois apesar de os nomes serem diferentes existe certa confusão sobre a
definição dos termos rescisão e cessação.
A cessação do contrato de trabalho pode ser entendida como o fim do período em que
o empregado trabalhou dentro da empresa, onde o prazo final do contrato acabou e o
empregado agora será dispensado, porém mesmo com o fim do contrato o empregado não
deixa de ter os seus direitos garantidos de acordo com a CLT. E estes direitos são:

Art. 146. Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será
devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente
ao período de férias cujo direito tenha adquirido.

Parágrafo único. Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de


serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à
remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção
de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias.

Art. 147. O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo contrato de
trabalho se extinguir em prazo predeterminado, antes de completar 12 (doze) meses de
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serviço, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de conformidade


com o disposto no artigo anterior.

Art. 148. A remuneração das férias, ainda quando devida após a cessação do contrato
de trabalho, terá natureza salarial, para os efeitos do art. 449.

No caso da questão rescisória é importante saber que é uma situação em que há a


necessidade de cancelar o contrato, devido a algum tipo de violência ou abuso cometido
contra o trabalhador, é importante ressaltar que nesses casos a lei trabalhista é drástica ao
analisar os diferentes casos que podem ocorrer. Diante da importância do fato da rescisão
também é importante mencionar que existem casos em que o empregado deixa a desejar com
a empresa em que trabalha neste caso também há rescisão de contrato só que por parte da
empresa. Abaixo é possível analisar os diferentes os artigos da CLT com relação à rescisão.
Art. 477. É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a
terminação do respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para cessação das
relações de trabalho, o direito de haver do empregador uma indenização, paga na base da
maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa.
§ 1º. O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão do contrato de trabalho,
firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com a
assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho.
§ 2º. O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja a causa ou
forma de dissolução do contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela paga ao
empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas, relativamente às
mesmas parcelas.
§ 3º. Quando não existir na localidade nenhum dos órgãos previstos neste artigo, a
assistência será prestada pelo representante do Ministério Público ou, onde houver, pelo
Defensor Público e, na falta ou impedimento destes, pelo Juiz de Paz.
§ 4º. O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado no ato da homologação
da rescisão do contrato de trabalho, em dinheiro ou em cheque visado, conforme acordem as
partes, salvo se o empregado for analfabeto, quando o pagamento somente poderá ser feito em
dinheiro.
§ 5º. Qualquer compensação no pagamento de que trata o parágrafo anterior não
poderá exceder o equivalente a 1 (um) mês de remuneração do empregado.
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§ 6º. O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de


quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos:
a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; ou
b) até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quando da
ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento.
§ 7º. O ato da assistência na rescisão contratual (§ § lº e 2º) será sem ônus para o
trabalhador e empregador.
§ 8º. A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de
160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor
equivalente ao seu salário, devidamente corrigido. Pelo índice de variação do BTN, salvo
quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora.
§ 9º. (Vetado.)
Art. 478. A indenização devida pela rescisão de contrato por prazo indeterminado será
de l (um) mês de remuneração por ano de serviço efetivo, ou por ano e fração igual ou
superior a 6 (seis) meses.
§ lº. O primeiro ano de duração do contrato por prazo indeterminado é considerado
como período de experiência, e, antes que se complete, nenhuma indenização será devida.
§ 2º. Se o salário for pago por dia, o cálculo da indenização terá por base 30 (trinta)
dias.
§ 3º. Se pago por hora, a indenização apurar-se-á na base de 220 (duzentos e vinte)
horas por mês.
§ 4º. Para os empregados que trabalhem à comissão ou que tenham direito a
percentagens, a indenização será calculada pela média das comissões ou percentagens
percebidas nos últimos 12 (doze) meses de serviço.
§ 5º. Para os empregados que trabalhem por tarefa ou serviço feito, a indenização será
calculada na base média do tempo costumeiramente gasto pelo interessado para realização de
seu serviço, calculando-se o valor do que seria feito durante 30 (trinta) dias.
Art. 479. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa
causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade,
a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.
Parágrafo único. Para a execução do que dispõe o presente artigo, o cálculo da parte
variável ou incerta dos salários será feito de acordo com o prescrito para o cálculo da
indenização referente à rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
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Art. 480. Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato,
sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse
fato lhe resultarem.
§ lº. A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado
em idênticas condições.
§ 2º. (Revogado pela Lei 6.533, de 24.5.1978.)
Art. 48l. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória
do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja
exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos
por prazo indeterminado.
Art. 482. Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do
empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o
empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada sem julgado, caso não tenha
havido suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer
pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria
ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o
empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de
outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
Parágrafo único. Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado à
prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios contra a
segurança nacional.
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Art. 483. O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida


indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários
aos bons costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor
excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua
família, ato lesivo da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de
legítima defesa, própria ou de outrem;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma
a afetar sensivelmente a importância dos salários.
§ lº. O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato,
quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do serviço.
§ 2º. No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado
ao empregado rescindir o contrato de trabalho.
§ 3º. Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu
contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no
serviço até final decisão do processo.
Art. 484. Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de
trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa
exclusiva do empregador, por metade.
Art. 485. Quando cessar a atividade da empresa, por morte do empregador, os
empregados terão direito, conforme o caso, à indenização a que se referem os arts. 477 e 497.
Art. 486. No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por
ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que
impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará
a cargo do governo responsável.
§ l º. Sempre que o empregador invocar em sua defesa o preceito do presente artigo, o
tribunal do trabalho competente notificará a pessoa de direito público apontada como
responsável pela paralisação do trabalho, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, alegue o que
entender devido, passando a figurar no processo como chamada à autoria.
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§ 2º. Sempre que a parte interessada, firmada em documento hábil, invocar defesa
baseada na disposição deste artigo e indicar qual o juiz competente, será ouvida a parte
contrária, para, dentro de 3 (três) dias, falar sobre essa alegação.
§ 3º. Verificada qual a autoridade responsável, a Junta de Conciliação ou Juiz dar-se-á
por incompetente, remetendo os autos ao Juiz Privativo da Fazenda, perante o qual correrá o
feito nos termos previstos no processo comum.
Como resultado direto do contrato de trabalho passa o empregado a ser subordinado ao
empregador. Não cria um estado de sujeição pessoal, mas de subordinação jurídica. A
dependência econômica em que, via de regra, o trabalhador encontra-se frente ao tomador de
serviço, da mesma forma, não implica em sujeição. O direito do trabalho nasceu justamente
para retirar a sujeição pessoal e econômica que até então existia nas relações trabalhistas. A
subordinação jurídica do empregado em relação ao empregador repousa essencialmente na
faculdade que este tem de utilizar-se da força de trabalho daquele, para atingir o fim constante
no contrato de trabalho. Tal subordinação, desse modo, não é indeterminada, mas determinada
ao tipo de trabalho especificado no acordo firmado entre as partes. A prestação devida pelo
empregado encontra-se delineada pela vontade do empregador, que assumindo os riscos do
empreendimento tem reconhecido seu direito de, no curso do contrato e dentro dos seus
limites, definir como e quando o trabalho será realizado. Essa subordinação está relacionada
apenas a relações contratuais que também necessitam estar enquadrada de acordo com a CLT,
pois caso não haja o cumprimento dela seja pelo empregador ou pelo empregado a rescisão
será feita e as medidas de punição para ambos serão tomadas conforme os artigos descritos na
CLT.
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5. CONCLUSÃO

Este trabalho objetivou analisar questões envolvendo a exploração do trabalho e


também a rescisão do contrato. Com os inúmeros fatos analisados foi possível concluir que a
exploração ainda existe em boa parte do país, porém em proporções menores do que
antigamente. Em alguns casos a população é explorada por falta de recursos e meios para que
possa sobreviver, em outros a falta de conhecimento sobre os benefícios que estão contidos na
lei faz com que trabalhadores se submetam as condições lastimáveis de trabalho. O que é
possível concluir diante de inúmeros fatos é que quanto mais se aumentam o número de
indústrias no país, a exploração de mão de obra aumenta mesmo que esteja em alguns casos
oculta aumenta, pois as mais diversas fábricas exploram trabalhadores. O empregador
continua a ter o poder e o dever de empregar. Porém, enquanto o poder se mantém, o dever
diminui, pois cada vez procura-se empregar menos, com isso as pessoas acabam necessitando
cada vez mais de trabalho e por terem que sustentar suas famílias acabam se submetendo ao
que aparece como oferta e que na maioria dos casos é oferta de exploração. Para resolver todo
esse problema primeiramente o trabalhador tem que entender que ele é digno de seu trabalho,
ou seja, o que ele faz tem valor e merece ser recompensado por isso, por outro lado há também
a necessidade de oferecer as pessoas mais pobres condições para que não se submetam a tais
explorações.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Alysson. Exploração de Mão de obra www.cut.org.br.Publicado em 11 de julho de


2007, acesso em 15 de maio de 2008.

DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo 2007.

LEITE, Carlos, Curso Processual do Trabalho. Rio de Janeiro, 2007.

NASCIMENTO, Amauri. Iniciação ao direito do trabalho. São Paulo, 2001.

PAOLI, Maria Célia. Trabalhadores e Cidadania: Experiência do Mundo Político na


História do Brasil Moderno, Estudos Avançados,1989.

SUSSEKING, Arnaldo. Instituições de Direito de trabalho, São Paulo 2000.

SÜSSEKIND, Arnaldo. A Justiça do Trabalho 55 anos Depois, Revista Ltr., v. 60, n. 07.
Julho 1996.

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