Professional Documents
Culture Documents
Professora
Professora
Grau
FARIA, Ismaili Cadioto. Recisão Indireta Por parte do Empregado. 33 pág. Monografia
apresentada ao Curso de Direito do Centro Universitário Geraldo di Biase. Volta Redonda,
2008.
A sociedade convive com a exploração desde muito tempo atrás, porém os problemas com
relação à exploração de mão de obra só começaram efetivamente a aparecer após a Revolução
Industrial, onde inúmeros empresários vieram a explorar pessoas de diversas idades, sendo
mulheres, homens e crianças, os submetendo a diversos riscos para que a sua produção
crescesse não importando com o bem estar de seus empregados. Neste período os
trabalhadores trabalhavam durante horas e ganhavam pouquíssimo pelo seu trabalho. A
constituição dos direitos trabalhistas organizou o sistema trabalhista no Brasil, com o objetivo
de diminuir a exploração de mão de obra, existem diversos artigos que servem para proteger o
trabalhador contra os abusos e os maus tratos. Atualmente apesar da existência desta
constituição ainda existem inúmeros trabalhadores no Brasil principalmente de classes mais
pobres que sofrem com a exploração imposta por grandes empresários de diversos setores no
país.
1. INTRODUÇÃO.
3.1.Empregado.
3.2.- Empregador.
4. RESCISÃO CONTRATUAL.
5. CONCLUSÃO.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem a finalidade de fazer uma análise reflexiva sobre a rescisão indireta
do contrato de trabalho. A escolha do tema se deu devido à necessidade de estar mostrando
para os empregados e a sociedade em geral os seus direitos com relação à rescisão de contrato
por justa causa numa relação de trabalho forçosamente interrompida por circunstâncias extra
contratuais.
Hoje existem inúmeras pessoas que não tem conhecimento sobre o presente assunto de
rescisão indireta, isso é preocupante, pois por conseqüência disso inúmeros empregados são
injustiçados em muitas empresas por não conhecerem os seus direitos.
A palavra rescisão significa anulação de um contrato proposto por uma empresa,
porém existem duas formas de anulação de contrato existentes. No projeto que será
apresentando, a origem e os conceitos serão expostos como um parâmetro para o trabalho e no
segundo capítulo o processo de exploração será também abordado dando ênfase à questão de
mandar o empregado embora sem justa causa que estará mais claro o próximo tópico.
A primeira é quando a rescisão é feita sem justa causa, que seria no caso de o
trabalhador optar por trabalhar em outra empresa e por isso, ter que desfazer o contrato com a
empresa atual, ou por desistência do cargo e por alguma falta grave cometida pelo empregado.
A segunda é quando a rescisão é feita por justa causa que é quando o empregador comete
faltas graves contra seus empregados. Para esse tipo de rescisão existem leis, porém hoje no
Brasil poucas pessoas têm conhecimento delas onde será abordado no segundo capítulo.
Este assunto desconhecido por muitas pessoas é algo de estrema importância, pois é
uma forma de o empregado desistir do contrato sem a perca dos seus direitos devido ao abuso
que eles são submetidos pelos seus empregadores.
No primeiro capítulo será abordado a evolução histórica dos direitos do trabalho, os
principais aspectos da história do trabalho humano, desde os mais remotos tempos, passando
pelo triste período do trabalho escravo até chegar-se aos dias de hoje, onde o trabalho humano
é objeto de ampla proteção, tanto no mundo como no Brasil.
Ao longo dos anos o homem evoluiu em sua capacidade. Com a evolução desta
capacidade o homem fez inúmeras descobertas e inúmeras conquistas dentre elas, está o
direito trabalhista que durante muito tempo foi algo que não existia, porém atualmente depois
de muita luta e esforço de grandes homens pelos seus direitos hoje os trabalhadores
conseguem obter a segurança de seus direitos.
No segundo capítulo será abordado o contrato individual do trabalho juntamente com
os direitos e deveres tanto do empregador quanto empregado com vista de evidenciar a sua
importância para a relação de trabalho existente entre empregado e empregador.
Diante de um contrato de trabalho o empregado e empregador formam uma relação de
trabalho nesta relação estão contidas obrigações deveres impostas para que tanto o empregado
quanto o empregador não sejam injustiçados. Serão apresentados os conceitos legais e
doutrinários que definem o contrato de trabalho.
No terceiro capítulo serão abordados os principais direitos que incidem sobre a
rescisão contratual juntamente com os deveres do trabalhador e do empregador. Serão
abordados os conceitos e também as normas jurídicas com relação à rescisão contratual.
Para o presente de monografia foram levantadas as seguintes hipóteses: quais as
formas de rescisão contratual adotadas no ordenamento jurídico trabalhista brasileiro e quais
os principais direitos que incidem no momento da rescisão do contrato de trabalho.
2. A EVOLUÇÃO DOS DIREITOS TRABALHISTAS
O direito do trabalho ao longo dos anos foi surgindo e tem sua origem nas novas
concepções que surgiam no meio da sociedade. Com a Revolução Industrial e o começo de
uma nova era em que o capitalismo iria gerar todo o necessário para a vida o trabalho deixou
de ser um meio somente de exploração e passou a ser uma forma lucro.
A justiça social foi um meio de implantar direitos aos trabalhadores, foi uma forma de
fazer a vida dos trabalhadores ser mais digna sem explorações. O motivo pelo qual foi criada
está longe simplesmente pelo fato de que as pessoas de poder começaram a se compadecer e
resolver garantir direitos aos trabalhadores, o fato que fez com que fosse criada foi
unicamente a reivindicação dos trabalhadores que com o passar do tempo começaram a se
manifestar e sendo maioria se não tivesse um entendimento imediato dos seus pedidos eles
poderiam prejudicar de certa forma a burguesia.
As primeiras leis trabalhistas tinham como objetivos reprimir o trabalho de menores
que também eram explorados até determinada idade, além de obstar o trabalho das mulheres
em locais em circunstâncias compatíveis com as condições físicas delas.
O primeiro texto constitucional a trazer em seu conteúdo, dispositivos de proteção ao
trabalhador, no mundo, foi a Constituição do Mexido de 1917, na qual o legislador daquele
país dispôs a respeito da jornada de trabalho, sendo que esta deveria ser de 8 horas diárias e
não poderia ultrapassar a 7 horas em se tratando de trabalho noturno; proibia a contratação de
menores de 12 anos, além de disciplinar o trabalho dos menores de 16 anos a 6 horas no
máximo; instituiu o descanso semanal; garantiu o trabalho das gestantes; criou um salário
mínimo a ser pago aos trabalhadores, além de garantir o direito à igualdade salarial; passou
dar garantias aos trabalhadores acidentados; garantiu o direito à sindicalização e à greve;
implantou os institutos da conciliação e da arbitragem como forma de resolução dos conflitos
trabalhistas; criou as indenizações quando da rescisão do contrato de trabalho e, instituiu os
direitos assistenciais aos trabalhadores.
Esta postura legislativa, de introduzir direitos de ordem trabalhista nos textos
constitucionais, ficou conhecida como “constitucionalismo social”, que trazia como principal
ideologia o entendimento de que uma das mais importantes atribuições do Estado é
proporcionar e promover a “Justiça Social” junto aos seus cidadãos.
Hoje no Brasil existem inúmeras leis que asseguram o direito do trabalhador, porém
houve um período no Brasil em que não havia direito algum para os trabalhadores.
No Brasil no final do século XIX, a imigração e abolição da escravatura dinamizaram
formação de um mercado de trabalho nas onde as indústrias começariam a desenvolver se. A
mão de obra nas grandes indústrias principalmente em São Paulo no século XX era
constituída de pessoas que vinham como imigrantes em sua maioria da Itália e da Espanha. A
maior parte desses imigrantes vinham com o intuito de se desenvolver no Brasil para depois
mais tarde voltarem ao seu pais.
Sem ter nenhuma garantia em suas empresas os operários imigrantes tinham condições
precárias de vida. Viviam nos bairros fabris, em precárias habitações coletivas (cortiços) ou
em vilas controladas pelos patrões.
Eram submetidos a longas jornadas de trabalho em condições insalubres. Mulheres e
crianças também não eram poupadas tinham que trabalhar com a mesma carga horária dos
homens, porém com salários menores, viviam em disciplina rígida, multas e constantes
ameaças.
Mesmo sendo uma parte da população desprezada em sua maioria devido as suas
condições de vida e também pelo trabalho forçado muitos trabalhadores criaram manifestos
greves, a maior greve em geral atingiu cerca de 50 mil trabalhadores e ocorreu em São Paulo
no de 1917.
Durante esse período de exploração vários movimentos foram criados como
Socialismo, Anarquismo e em 1922 foi fundado o Partido comunista todos esses movimentos
buscavam uma vida melhor para as pessoas uma forma de igualdade em que não houvesse
exploração de mão de obra e que as pessoas pudessem viver em condições melhores de vida.
Mesmo com tanta luta pela igualdade o operário não tinha muito poder de expressão e
nem voz ativa diante dessas situações. Infelizmente a política de igualdade e vida digna
imposta pelos trabalhadores não era aceita e aqueles que lutavam pelos seus direitos eram
vistos pelo governo como pessoas de conduta nociva e se fosse pegos eram deportados do
país sem chance de defesa.
Getulio Vargas no ano de 1930 assumiu o poder. Durante o período de 1930 a 1945
Vargas implantou a política trabalhista que inspirada na Carta de Del Lavoro da Itália
revolucionou a vida dos empregados criando as leis trabalhistas que viriam para acabar com o
sofrimento imposto pelos donos das empresas.
Dessa forma o governo atraiu o apoio dos trabalhadores, controlou o movimento
operário para evitar a expansão das idéias de esquerda e criou condições para o
desenvolvimento industrial sob égide do nacionalismo.
Getulio Vargas criou o Ministério do Trabalho, Indústrias e Comércio e a Justiça do
Trabalho para arbitrar conflitos entre patrões e empregados. Instituiu uma extensa legislação
de caráter assistencialista para o proletariado urbano, apresentando se como doador dessas
idéias incorporadas a Constituição de 1934 e, posteriormente organizadas na CLT
(Consolidação das leis de trabalho - 1943). Os diretos trabalhistas também foram frutos do
governo Vargas como: carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias
remuneradas.
Com muita luta ao passar dos anos não só Getulio Vargas como também muitos
trabalhadores que morreram nessa batalha lutaram para conquistar os diretos que hoje
beneficiam o operariado nas empresas, porém se não for feito o uso desses direitos eles ficam
perdidos diante da sociedade. Existem muitas pessoas que sofre hoje na atualidade por não
saberem que os direitos trabalhistas foram criados para protege – las contra os maus tratos e a
exploração.
De acordo com Alysson Alves (2007) no Brasil as condições de vida hoje são precárias
para a maior parte da população, milhares de famílias vivem na miséria por falta de
oportunidade de emprego e até mesmo por má qualificação profissional. Muitas empresas no
Brasil têm se aproveitado dessa situação para estarem explorando seus empregados que por
não terem muitas oportunidades aceitam qualquer tipo de oferta que lhes é proposta.
O desemprego e a falta de oportunidades nas pequenas e médias cidades paraibanas
têm transformado os municípios como São Vicente do Seridó, Soledade, Fagundes,
Cajazeiras, Tavares, Princesa Isabel e São Bento em minas de mão de obra braçal e barata
para empreiteiras usinas e empresas de grande porte instaladas nos estados de São Paulo.
Cerca de duas mil pessoas saem de suas casas em busca de um emprego digno
oferecido pelas empreiteiras de São Paulo para que possam sustentar suas famílias e ter uma
condição de vida melhor, porém infelizmente quando chegam só encontram ilusões,
exploração e condições subumanas de trabalho. Só esse ano a delegacia regional do trabalho
DRT da Paraíba registrou cerca de 1.164 certidões autorizando a saída de trabalhadores e esse
valor não é único, pois existem muitas pessoas que saem das cidades clandestinamente sem
nem ao menos serem autorizadas.
As promessas de salário para os empregados variam de 800 a 600 reais por mês,
porém a realidade do trabalho é outra completamente diferente. Alguns trabalhadores relatam
que são tratados como animais, servem comida azeda aos operários, os alojamentos
fornecidos aos operários ficam debaixo de lonas e ali eles ficam expostos ao sol e chuva na
maior parte do tempo. No meio da plantação de soja que é aonde eles trabalham são
submetidos a uma jornada de trabalho de mais de 18 horas por dia tendo direito a apenas uma
refeição diária, ou seja, trabalho escravo.
Isso são apenas situações encontradas na Paraíba, porém existem inúmeros outros
lugares no Brasil em que há exploração de mão de obra não só com operários, mas também
com crianças e mulheres.
Um estudo feito pelo Instituto Observatório Social divulgado nesta quinta 16 de abril
de 2008 revela que grandes multinacionais como Faber – Castell, Basf e ICI Paints foram
flagradas explorando a mão de obra infantil no Brasil. Essas empresas compram talco das
empresas Minas Talco e Minas Serpentinito, que utilizam crianças na mineração da pedra
sabão, em Mata dos Palmitos comunidade onde habitam cerca de 300 pessoas na zona rural de
Ouro Preto (MG).
Atualmente o contrato de trabalho pode ser entendido por alguns trabalhadores como
um beneficio, pois é um documento que permite tanto ao empregado quanto ao empregador
os seus direitos prescritos em lei tendo em vista não permitir que haja de forma alguma abuso
de poder ou exploração de mão de obra e até mesmo falta do cumprimento de qualquer
promessa inclusa dentro do documento. É importante lembrar que o contrato trabalhista é algo
de extrema importância, mas não é apenas um direito e também um dever que o empregado
possui e o empregador também.
Relação de trabalho pode ou não resultar de um contrato de emprego, só que ao
contrário do que ocorre na relação de emprego, este contrato deriva das normas contidas no
Código Civil, no título referente à locação de coisas, sendo as prestações, neste caso, com
limite temporal e prévia individualização. Este contrato civil não faz criar uma relação de
emprego, mas uma relação de trabalho, subordinado às normas civis e não às normas
trabalhistas. Hoje, o contrato de trabalho civil repousa em certo desuso, especialmente em
vista das normas trabalhista específicas para a regulamentação do trabalho. No entanto existe
um movimento de alguns estudiosos do direito em defesa da aproximação do direito civil ao
direito do trabalho, especialmente no que diz respeito à autonomia de vontades, que existe, de
forma bastante latente nos contratos cíveis e que nos contratos trabalhistas encontra-se
bastante limitada pela lei, em vista, especialmente, da proteção que deve ser dada aos
trabalhadores, um dos princípios básicos da legislação trabalhista.
11
Além das considerações acima formuladas, é importante lembrar que trabalhador não é
empregado, não recebe salário, mas sim vende sua força produtiva por um preço e, como tal,
vê-se mais do que nunca submetido às regras injustas de um mercado onde a dignidade
12
humana está sendo sobrepujada, cada vez mais, pela força do capital. Outra implicação, talvez
ainda mais grave, surge do fato de que as normas celetistas foram formuladas para a proteção
do empregado, não do trabalhador sem contrato, sem carteira assinada, sem vínculo jurídico.
Essas normas beneficiam significativamente o trabalhador, mas só tem o verdadeiro valor se
houver um documento no caso contrato que de fato contenha todos os acordos prescritos de
acordo com a lei. Neste plano, há outra relação política que parece concorrer, do ponto de
vista jurídico, como relação de emprego, embora essa concorrência seja mais aparente do que
verdadeira. Trata-se das situações mais envolventes a trabalhadores prestadores de serviço de
cooperativas de mão-de-obra. No entanto existem casos em que há uma relação de trabalho
fundamentada e parâmetros legais, porém em alguns casos não está é importante que o
intérprete aplicador de direito saiba reconhecer as diferentes relações empregatícias.
Com relação aos contratos de trabalho, geradores da relação de emprego legalmente
concebida, as exigência legais, como pressupostos de validade são, via de regra, as que dizem
respeito ao salário, local da prestação, jornada de trabalho e tipo de atividade desenvolvida na
empresa. Estas determinações visam suprir a necessidade de proteção do empregado, posto
encontrar-se em posição de inferioridade econômica em relação ao empregador. DELGADO
(2007).
O contrato de trabalho pressupõe a liberdade de contratar ou não; a igualdade dos
contratantes no plano jurídico; e o respeito à palavra empenhada, à fé contratual: dignifica a
pessoa humana do trabalhador. A noção de contrato traduz a idéia de uma união para produzir
e do trabalho livremente aceito.
Segundo o autor o contrato, por sua vez, implica na obediência imposta ao interesse da
empresa, de que participa o empregado: mais fortemente que a noção clássica do contrato,
acentua a subordinação de homens pertencentes a uma classe social e a manutenção da
servidão sob a forma do salariato.
Há autores que apesar de admitirem o contrato de trabalho, defendem a idéia de que
ele deve corresponder à realidade para que resulte em uma relação jurídica de trabalho, ou
seja, sustentam que esta apenas se concretiza a partir da prestação real do serviço objeto do
contrato. É o que chamam de contrato-realidade. Para Delgado, entretanto, em tendo sido
firmado o contrato, passa a produzir conseqüências jurídicas, ainda que não cumpridas as
obrigações nele previstas. Isto ocorre porque o contrato de trabalho é um contrato
excepcional, que visa antes de tudo a proteger o empregado, parte contratante
economicamente mais débil. Pode, portanto, o empregado propor uma ação de cobrança
contra o empregador para recebimento de salários e demais direitos, mesmo que não tenha
13
havido qualquer prestação real, fundamentando-se tal assertiva no art. 4.º, da CLT. O contrato
de trabalho produz efeitos jurídicos posto que dele resultam uma relação de direito. É
caracterizado pela criação de uma situação jurídica subjetiva.
Do contrato deriva o instituto da estabilidade, que nada mais é que o direito que tem o
empregado de não ver extinto o contrato por vontade unilateral do empregador. Quer dizer,
em sendo o contrato um acordo bilateral de vontade só pode sofrer resilição por acordo das
partes.
A resilição unilateral colide com o princípio da força obrigatória dos contratos e
depende da lei, ou de novo acordo de vontade dos contratantes, além de sempre constituir uma
causa anormal de extinção por ser forçada. Não há como se negar que em se tratando de
contrato de trabalho por tempo indeterminado difícil fica vislumbrar uma causa normal de
extinção, posto que nele não existe termo previsto ou execução específica, como ocorre nos
contratos firmados por tempo determinado. Acontece que os contratos por tempo
indeterminado seguem o princípio protetivo, já que, conforme dito em outras ocasiões, ao
trabalhador, parte contratante mais fraca, interessa continuar no emprego, até porque isto não
deixa de ser uma necessidade vital. Assim, após o contrato de trabalho atingir um determinado
tempo de duração, passa a obedecer à regra de que seu desfazimento dependerá da vontade
das partes.
A resilição de contrato de empregado estável, da mesma forma que a resilição
unilateral do contrato de trabalho, é uma manifestação do direito potestativo, dependendo, no
entanto de uma sentença judicial constitutiva, quando se tratar de empregado civil, e de
inquérito administrativo, quando se tratar de funcionário público. Ambas as formas
representando os instrumentos controladores do direito potestativo.
3.1. Empregado
O conceito de empregado pode ser entendido como, toda pessoa natural que contrate,
tácita ou expressamente , a prestação de seus serviços a um tomador, a estes efetuados com
personalidade onerosidade, não eventualidade e subordinação.
Quando o contrato é tácito, a simples prestação de serviços, sem qualquer
formalização, não é óbice a que se considere pactuado um vinculo empregatício entre tomador
e prestador de trabalho (desde que presentes os elementos fático-jurídicos da relação de
emprego, obviamente).
14
2.2. Empregador
4. RESCISÃO CONTRATUAL.
Quando se fala em rescisão é necessário entender que há uma grande diferença entre
rescisão e cessação, pois apesar de os nomes serem diferentes existe certa confusão sobre a
definição dos termos rescisão e cessação.
A cessação do contrato de trabalho pode ser entendida como o fim do período em que
o empregado trabalhou dentro da empresa, onde o prazo final do contrato acabou e o
empregado agora será dispensado, porém mesmo com o fim do contrato o empregado não
deixa de ter os seus direitos garantidos de acordo com a CLT. E estes direitos são:
Art. 146. Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será
devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente
ao período de férias cujo direito tenha adquirido.
Art. 147. O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo contrato de
trabalho se extinguir em prazo predeterminado, antes de completar 12 (doze) meses de
16
Art. 148. A remuneração das férias, ainda quando devida após a cessação do contrato
de trabalho, terá natureza salarial, para os efeitos do art. 449.
Art. 480. Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato,
sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse
fato lhe resultarem.
§ lº. A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado
em idênticas condições.
§ 2º. (Revogado pela Lei 6.533, de 24.5.1978.)
Art. 48l. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória
do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja
exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos
por prazo indeterminado.
Art. 482. Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do
empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o
empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada sem julgado, caso não tenha
havido suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer
pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria
ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o
empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de
outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
Parágrafo único. Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado à
prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios contra a
segurança nacional.
19
§ 2º. Sempre que a parte interessada, firmada em documento hábil, invocar defesa
baseada na disposição deste artigo e indicar qual o juiz competente, será ouvida a parte
contrária, para, dentro de 3 (três) dias, falar sobre essa alegação.
§ 3º. Verificada qual a autoridade responsável, a Junta de Conciliação ou Juiz dar-se-á
por incompetente, remetendo os autos ao Juiz Privativo da Fazenda, perante o qual correrá o
feito nos termos previstos no processo comum.
Como resultado direto do contrato de trabalho passa o empregado a ser subordinado ao
empregador. Não cria um estado de sujeição pessoal, mas de subordinação jurídica. A
dependência econômica em que, via de regra, o trabalhador encontra-se frente ao tomador de
serviço, da mesma forma, não implica em sujeição. O direito do trabalho nasceu justamente
para retirar a sujeição pessoal e econômica que até então existia nas relações trabalhistas. A
subordinação jurídica do empregado em relação ao empregador repousa essencialmente na
faculdade que este tem de utilizar-se da força de trabalho daquele, para atingir o fim constante
no contrato de trabalho. Tal subordinação, desse modo, não é indeterminada, mas determinada
ao tipo de trabalho especificado no acordo firmado entre as partes. A prestação devida pelo
empregado encontra-se delineada pela vontade do empregador, que assumindo os riscos do
empreendimento tem reconhecido seu direito de, no curso do contrato e dentro dos seus
limites, definir como e quando o trabalho será realizado. Essa subordinação está relacionada
apenas a relações contratuais que também necessitam estar enquadrada de acordo com a CLT,
pois caso não haja o cumprimento dela seja pelo empregador ou pelo empregado a rescisão
será feita e as medidas de punição para ambos serão tomadas conforme os artigos descritos na
CLT.
21
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SÜSSEKIND, Arnaldo. A Justiça do Trabalho 55 anos Depois, Revista Ltr., v. 60, n. 07.
Julho 1996.