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(CIRCUITO DO DOCUMENTO)
Introdução
Selecção e Aquisição
Representação de Assuntos
Indexação
Definição
Ferramentas de Apoio Disponíveis
Manual SIPORbase
Lista de Cabeçalhos de Assunto para Bibliotecas
Tesauros
Método Provisório
Classificação
Definição
Cronologia das Classificações Bibliográficas
Classificação de Harris
Classificação Decimal de Dewey
Classificação Expansiva de Cutter
Classificação da Biblioteca do Congresso
Classificação Decimal Universal
Classificação de Assuntos
Classificação dos Dois Pontos
Classificação Bibliográfica de Bliss
Classificação Internacional de Rider
Classificação para Bibliotecas Chinesas
Informação Complementar sobre Classificações
Método Provisório
Cotação
Definição
Antecedentes – Síntese
Emprego da CDU em Cotas
Sistemas de Cotação
Quadro Comparativo
Método Provisório
Catalogação
Definição
O Formato UNIMARC
Notas sobre o UNIMARC
Proposta de Siglas
UNIMARC-Autoridades
Método Provisório
Arrumação
Conclusão
Bibliografia Técnica Básica
O acervo de uma biblioteca é constituído, entre outro material, por documentos. Os documentos
podem apresentar-se em vários tipos de suporte de informação: papel (impresso, policopiado ou
manuscrito), vídeo, cd, cd-rom, dvd, electrónico, etc.
Assim sendo, o termo «biblioteca», bem ou mal empregue, já não se restringirá ao seu sentido
etimológico («-teca-» ou compartimento, depósito, sala, móvel = alojamento de/para «-biblio-» ou
livro), passando a abranger «bedeteca», «hemeroteca», «ludoteca», «mediateca», etc., e, por
extensão, no presente texto, «centro de recursos educativos» ou quaisquer outras designações
adoptadas pelos estabelecimentos de ensino.
Para além da acepção mais corrente, faz-se uso do termo «colecção», em ciências documentais,
para designar o conjunto de documentos que se apresentam num tipo específico de suporte de
informação: colecção de vídeos, colecção de cds, colecção de documentos electrónicos...
O presente texto visa fornecer, a professores e auxiliares de acção educativa com funções nas
bibliotecas escolares de Odivelas, noções sobre as fases do tratamento documental, as quais
deverão ser complementadas através de encontros personalizados, sempre que os professores
assim o entenderem.
SELECÇÃO E AQUISIÇÃO
O Serviço de Apoio à Leitura (SAL) do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB),
página http://sal.iplb.pt/index1.php, publica o «Guia de Orientação à Leitura», actualmente com
uma selecção de 150 títulos, divididos por cinco áreas temáticas e três faixas etárias, entre os
seis e os doze anos de idade. O SAL anuncia a ampliação do Guia para breve.
A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) fornece o acesso à sua base de dados
e à lista de páginas electrónicas dos seus associados, bem como o acesso à pesquisa
bibliográfica de todas as publicações por estes editadas, na página http://www.apel.pt/. Toda esta
informação é também publicada em cd-rom, em edições actualizadas anualmente, com a
vantagem de se poderem efectuar pesquisas por vários pontos de acesso ou expressões de
pesquisa: assunto, ano de publicação, editoras, autores, títulos, etc.
Sob a cota «PE. LIT», na sala de leitura infantil da Biblioteca Municipal D. Dinis (BMDD), podem
ser encontradas as publicações:
- Histórias para Gente de Palmo e Meio: Literatura Portuguesa para Crianças e Jovens,
ISBN 972-8695-01-2;
- A Literatura Infanto-Juvenil na Viragem do Século: Obras Publicadas pela Primeira Vez
em Portugal entre 1999 e Abril de 2001, ISBN 972-8436-25-4;
- Literatura para a Infância e a Juventude: Sugestões de Leitura, ISBN 972-8436-02-5;
- Malasartes: Cadernos de Literatura para a Infância e a Juventude, ISSN 0874-7296
(inclui recensões e notas críticas);
- O Mar nos Livros para Crianças: Recolha Bibliográfica, Lisboa, Câmara Municipal, [2000];
- Vamos Ler! Vamos à Biblioteca!, ISBN 972-98605-2-1; e
- Viajar nos Livros: Guia Orientador de Leitura, ISBN 972-8436-36-X.
Na sala de leitura de adultos da BMDD, tem-se acesso ao boletim anual Ler: Livros & Leitores, da
Fundação Círculo de Leitores, e, sob a rubrica «Literatura Infantil e Juvenil», na página
http://www.cm-odivelas.pt/Extras/BMDD/abc_bibliotecas.asp#6 da BMDD, existe uma lista de
ligações a páginas nacionais e estrangeiras, com alguma bibliografia.
É importante registar que a aquisição faz-se, não só através de compra, como também por meio
de permuta e de recepção de ofertas. E, numa época que se caracteriza pela chamada
«explosão da informação» ou «explosão documental», é primordial estabelecer formas de gestão
integrada das colecções, como, por exemplo, pela implementação do empréstimo
interbibliotecas, que se torna viável com a criação de um catálogo colectivo.
A BMDD, através do SABE, propõe-se assumir a tarefa de construção desse catálogo colectivo,
visando criar condições para que o empréstimo interbibliotecas possa vir a ser uma realidade, se
os estabelecimentos de ensino de Odivelas assim o desejarem.
REPRESENTAÇÃO DE ASSUNTOS
As duas fases de que se falará a seguir, indexação e classificação, têm a ver com a análise de
documentos, no sentido de determinar o(s) assunto(s) básico(s) de que tratam, e merecem
uma nota introdutória especial conjunta, na forma de adaptação de um trecho do texto O
Conhecimento e a sua Representação, da autoria de Alice Ferry de Moraes e Etelvina Nunes
Arcello, em conformidade com o que se segue:
O objectivo desta introdução é ressaltar o valor de que se revestem as duas fases mencionadas e
a consequente atenção redobrada que lhes deve ser dada.
INDEXAÇÃO
Definição
Pôr em ordem alfabética, ou em outra ordem, qualquer série de palavras ou frases destinada a
auxiliar a localização de informações específicas, é a acepção corrente do termo «indexação».
Esta definição não se distancia muito do significado em ciências documentais: operação
destinada a representar, através de uma linguagem documental ou natural, o resultado da
análise de um documento, visando a sua recuperação. A operação pode fazer-se de três
modos distintos: automático, analítico e sintético.
O tesauro caracteriza-se pela utilização de uma linguagem documental controlada, baseada nas
estruturas hierárquicas de uma ou diversas áreas do conhecimento, em que os elementos são
representados por termos da linguagem natural e as relações entre estes termos são, por sua
vez, representadas por sinais convencionais.
Estes e outros conceitos chave encontram-se sob a rubrica «Gestão de Sistemas Documentais
III – Glossário», na página da Escola Superior de Educação de Lisboa,
http://www.eselx.ipl.pt/curso_bibliotecas/documentaisIII/glossario.htm, visto que a obra que lhes
serviu de base, Dicionário do Livro, de Maria Isabel Faria e Maria da Graça Pericão, está
esgotada.
Salvo informação em contrário, por consulta efectuada ao GRBE, bem como a bibliotecas
municipais que contam com o SABE já há algum tempo estabelecido, verificou-se a
inexistência de uma ferramenta de trabalho, em português de registo europeu, especificamente
adequada à indexação de documentos em bibliotecas escolares.
Manual SIPORbase
O Manual reflecte a opção pelo método analítico, ou seja, os termos de indexação são
seleccionados a partir da análise de conteúdo dos documentos, bem como pela linguagem de
indexação pré-coordenada.
O cabeçalho não subdividido pode ser formado por um substantivo, por expressão adjectiva,
prepositiva ou conjuntiva, ou com qualificador parentético:
- Substantivo – Medicina,
- Expressão adjectiva – Medicina preventiva,
- Expressão prepositiva – Medicina do trabalho,
- Expressão conjuntiva – Médicos como escritores, e
- Qualificador parentético – Português (língua).
O cabeçalho subdividido é formado pelo cabeçalho principal, que representa o assunto básico, e
subdivisão(ões), que representa(m) aspecto(s) ou faceta(s) do assunto básico.
O Manual admite quatro tipos de subdivisão que, quando ocorrem em simultâneo, devem
apresentar a ordem que se segue: Cabeçalho principal, subdivisão de assunto, subdivisão
geográfica, subdivisão cronológica, subdivisão de forma:
Reumatologia–congressos–Europa–Séc. 20–[programas]
- Reumatologia,
- Congressos,
- Europa,
- Séc. 20, e
- Programas.
A coordenação neste último caso, francamente mais complexa, terá de ser feita pelo utilizador, no
acto de pesquisa ao catálogo de assuntos, com recurso a operadores booleanos.
CASAMENTO
UP Matrimónio
MATRIMÓNIO
USE Casamento
EDUCAÇÃO DE ADULTOS
TG Educação
EDUCAÇÃO
TE Educação de adultos
3. As referências associativas servem de ligação entre dois cabeçalhos que têm entre si
afinidades semânticas que não são de natureza hierárquica ou de equivalência, estabelecendo
uma relação recíproca de associação, através da colocação da abreviatura «TA» (termo
associado) sob cada um dos cabeçalhos da associação:
VENENOS
TA Toxicidade
TOXICIDADE
TA Venenos
4. As referências gerais «VT» (ver também) servem para remeter de um cabeçalho para um
grupo de outros cabeçalhos relacionados:
GESTÃO
VT Administração
VT Marketing
5. Por fim, o Manual orienta no sentido da elaboração de notas explicativas (NE) sob cabeçalhos
obscuros, ambíguos ou demasiado latos, destinadas a esclarecer e/ou limitar o âmbito do seu
uso, bem como para manter coerência na sua aplicação:
INDEXAÇÃO (Economia)
NE Aplica-se a documentos sobre os ajustamentos periódicos do valor nominal de certas
grandezas económicas (por exemplo, os salários) a acompanhar a taxa de inflação,
para que se mantenha constante o seu valor real.
Ao usar a Lista de Cabeçalhos, o bibliotecário estará, em parte, a fazer opção pelo método
sintético, uma vez que, após a análise de documentos em processo de indexação, poderá
representar o(s) assunto(s) por meio da selecção de termos significativos retirados de uma fonte
lexical pré-estabelecida: a própria Lista de Cabeçalhos. No entanto, dado que a Lista não é
exaustiva, ficando ao critério do bibliotecário acrescentar cabeçalhos e subcabeçalhos, quando
estes não se encontrem na Lista, o método passa então a analítico.
1. Educação
EDUCAÇÃO
VT Ensino
VT Pedagogia
VT no domínio de aplicação
Educação–categorias sociais
VER Categorias sociais–educação. Ex.: Crianças–educação
Educação–economia
Educação–história
Educação–nome de lugar–datas
Educação–política
Educação–psicopedagogia
Educação–sociologia
Educação–teoria
EDUCAÇÃO CÍVICA
EDUCAÇÃO DE ADULTOS
EDUCAÇÃO ESPECIAL
Educação especial–categorias sociais
Educação especial–profissões
EDUCAÇÃO FÍSICA
VT Desportos–ensino
EDUCAÇÃO MORAL
EDUCAÇÃO PERMANENTE
VT Formação permanente
EDUCAÇÃO POPULAR
EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR
VER Ensino pré-escolar
EDUCAÇÃO RELIGIOSA
VER Religiões–ensino
EDUCAÇÃO SEXUAL
VER Sexualidade–educação
2. Ensino
ENSINO
VT Educação
VT Escola
VT Pedagogia
VT no domínio de aplicação
Ensino–apoio
Ensino–categorias sociais
Ensino–custos
Ensino–democratização
Ensino–história
Ensino–informática
Ensino–inovação
Ensino–investigação
Ensino–legislação
Ensino–liberdade
Ensino–manuais
Ensino–materiais
Ensino–métodos
Tesauros
Existe uma série de tesauros em língua portuguesa, sendo praticamente todos eles
especificidades de determinadas áreas da ciência ou áreas profissionais, destinados a bibliotecas
e centros de documentação e informação especializados, como, por exemplo, o TEE (Tesauro
Europeu da Educação), sucessor do EUDISED (Sistema Europeu de Documentação e
Informação para a Educação), e sucedido pelo TESE (Tesauro Europeu dos Sistemas
Educativos).
O EUROVOC (ISSN 1725-4345) será talvez o único tesauro abrangente com edição em língua
portuguesa no padrão europeu.
2. Âmbito – «Literatura».
Moisés, Massaud – A Criação Literária: Poesia. 13.ª ed. rev. São Paulo: Cultrix, 2003.
Moisés, Massaud – A Criação Literária: Prosa. 16.ª ed. rev. e aumentada. São Paulo: Cultrix,
1982.
Paz, Olegário; Moniz, António – Dicionário Breve de Termos Literários. Lisboa: Presença, 1997.
Reis, Carlos – O Conhecimento da Literatura: Introdução aos Estudos Literários. Coimbra:
Almedina, 1995.
Reis, Carlos; Lopes, Ana Cristina M. – Dicionário de Narratologia. 6.ª ed. Coimbra: Almedina,
1998.
Literatura
TG Arte
TA Língua
Língua*
TA Literatura
Literatura
TG Arte
TE Crítica literária
TE História literária
TE Literatura comparada
TE Obras de referência
TE Teoria literária
TA Língua
Literatura
TG Arte
TE Crítica literária
TE História literária
TE Literatura comparada
TE Obras de referência
TE Teoria literária
TA Língua
Crítica literária
TG Literatura
E assim sucessivamente...
7. Resultado Preliminar:
A Águia
TG História literária
Adágios
USE Aforismos
Adivinhas
TG Géneros híbridos
UP Enigmas
Aforismos
TG Géneros híbridos
UP Adágios
UP Anexins
UP Apotegmas
UP Ditados
UP Máximas
UP Provérbios
UP Rifões
UP Sentenças
Albas
TG Cantigas de amigo
UP Alvas
Alvas
USE Albas
Anais literários
TG Literatura periódica
UP Anuários literários
Arte*
TE Literatura
Língua*
TA Literatura
Escrita criativa*
TG Língua
TA Criação literária
TA Géneros literários
Estilística (gramática)*
TA Estilística (literatura)
Semiótica (linguística)*
TA Semiótica (literatura)
Teatro*
TA Drama (literatura)
NE Arte de representar dramas, lugar onde se representam dramas ou se dão espectáculos
O tesauro é uma ferramenta de apoio superior à lista alfabética de assuntos, pelo maior controlo
que exerce sobre a linguagem documental através da estrutura de referências (de substituição,
hierárquica, associativa e geral), e, no processo de indexação, dá maior segurança ao
bibliotecário que se sente pouco à vontade relativamente a determinadas áreas do conhecimento.
Método Provisório
Numa fase inicial propõe-se fazer uso da Lista de Cabeçalhos de Assunto para Bibliotecas na
indexação de documentos destinados ao catálogo colectivo da Rede Concelhia de Bibliotecas
Escolares.
CLASSIFICAÇÃO
Definição
Estas funções fazem maior sentido em bibliotecas cujas colecções, em número de espécies,
ascendem às dezenas ou centenas de milhar. No entanto, o ideal seria que, mesmo em
bibliotecas com essas dimensões, a classificação fosse sempre complementada com a
indexação, bem como com um sistema de atribuição de cotas de fácil assimilação, e, também,
com um sistema de orientação gráfica, por forma a tornar o contacto directo com os documentos
(browsing) aprazível.
Esta cronologia resulta de adaptação feita a partir de uma tradução do artigo “Rethinking on the
Concepts in the Study of Classification”, de Prithvi Nath Kaula, publicado em Herald of Library
Science, Varanasi, 23 (1-2) Jan.-Apr. 1984, p. 30-44, e que se encontra na página
http://www.conexaorio.com/biti/kaula/index.htm.
Classificação de Harris
A Biblioteca Escolar Pública de Saint Louis, que mais tarde viria a tornar-se a Biblioteca Municipal
de Saint Louis, foi fundada em 1865, e desde a primeira hora contou com a colaboração de
William Torrey Harris (1835-1909), que procurou criar um sistema de organização de
documentos, cujos resultados foram publicados, primeiramente, num artigo de autoria do próprio
Harris, em The Journal of Speculative Philosophy, Saint Louis, (4) Apr. 1870, sob o título de
“Book Classification”, e, em seguida, pela Biblioteca Escolar Pública de Saint Louis, sob o título
de Catalogue, Classified and Alphabetical, of the Books of the St. Louis Public School Library, St.
Louis, Missouri Democratic Book and Job Print, 1870.
A Classificação de Harris (Harris Classification) ou CH, que foi influenciada pela filosofia
hegeliana, conforme o artigo de Eugene E. Graziano, “Hegel's Philosophy as Basis for the Dewey
Classification Schedule”, publicado em Libri, Copenhagen, 9 (1) 1959, p. 45-52 , e que pode ser
consultado na página http://www.autodidactproject.org/other/hegelddc.html, contém as seguintes
classes e subclasses principais:
Este sistema, inspirado na classificação de W. T. Harris, foi criado em 1876 pelo norte-americano
Melvil Dewey (1851-1931), quando exercia funções de bibliotecário no Colégio Amherst,
Massachusetts, e desde então foi objecto de 22 grandes revisões, a mais recente realizada em
2004.
Por tratar-se de uma classificação decimal, deve ser dada especial atenção à ordenação
numérica, pois subentende-se que qualquer notação inicia-se por «0.», embora não estejam
expressos. A ordenação correcta das notações «626», «620.2» e «620.199» será portanto:
«620.199», «620.2», «626».
Sob a influência da CDD, Charles Ammi Cutter (1837-1903) deu início, em 1880, à implantação
de um sistema próprio na organização dos documentos da biblioteca do Ateneu de Boston, onde
foi bibliotecário por mais 23 anos. No princípio da década seguinte, apareceram os primeiros
esquemas do seu sistema, Classificação Expansiva de Cutter (Cutter Expansive Classification) ou
CEC, de que foram publicados cinco volumes sem que o trabalho tivesse sido concluído, devido
ao falecimento do seu criador.
Classes Âmbito
A Generalidades (enciclopédias, publicações periódicas, publicações institucionais)
B-D Filosofia. Psicologia. Religião
E, F, G Biografia. História. Geografia. Viagens
H-J, K Ciências Sociais. Direito
L-T Ciência e Tecnologia
U-VS Assuntos Militares. Desporto. Entretenimento
VT, VV, W Teatro. Música. Arte
X Filologia (com notação auxiliar a indicar a língua a que o assunto se refere)
Y Literatura (com notação auxiliar a indicar a língua e o género).
Ex.: YY – Literatura norte-americana em língua inglesa; YYP – Poesia norte-
americana em língua inglesa
Z Biblioteconomia. Bibliografia
Este sistema foi desenvolvido a partir de 1899 por Herbert Putnam (1861-1955), com a
colaboração de Charles Ammi Cutter, criador da CEC, motivo pelo qual a Classificação da
Classes Âmbito
A Generalidades
B Filosofia. Psicologia. Religião
C Ciências auxiliares da história. Historiografia
D História Antiga. História Universal
E História da América
Esta classe é subdivida por dígitos e não por letras como as demais
classes
11-143 América
151-889 Estados Unidos
F História da América
Esta classe é subdivida por dígitos e não por letras como as demais
classes
1-975 História regional dos Estados Unidos
1001-1145.2 América Britânica (incluindo o Canadá)
América Holandesa
1170 América Francesa
1201-3799 América Latina. América Espanhola. História do Brasil
G Geografia. Antropologia. Entretenimento
H Ciências sociais
J Ciências políticas
K Direito
L Educação
M Música
N Arte
P Língua. Literatura
Q Ciências
R Medicina
S Agricultura
T Tecnologia
U Ciência militar
V Ciência naval
Z Bibliografia. Biblioteconomia. Recursos de informação em geral
Em 1939, quando Putnam deixou o cargo de bibliotecário do Congresso, apenas a classe «K»
(direito) e partes da classe «B» (filosofia e religião) não estavam ainda desenvolvidas.
Existem três formatos de CDU: tabela integral, tabela média e tabela abreviada. De registar que a
tabela completa conta com cerca de 220 mil notações e a média, pouco mais de 60 mil. Em
língua portuguesa, no entanto, apenas as variantes média e abreviada foram publicadas. A
Segue-se um resumo das tabelas principais da última edição portuguesa (p. 11-34):
As notações da CDU podem ser complementadas por tabelas auxiliares, constituídas por dígitos,
sinais de pontuação gráfica e letras, em conformidade com os exemplos que se seguem (p. 35-
110):
Classificação de Assuntos
James Duff Brown (1862-1914), nascido em Edimburgo, Escócia, foi um dos pioneiros a defender
o livre acesso às estantes, bem como relativamente à deslocação do eixo “universo do
conhecimento” para “universo dos conceitos” em matéria de classificação, o que antecipa e
procura dar solução ao fenómeno da interdisciplinaridade, problema com que os bibliotecários se
debatem na classificação de documentos.
A Classificação de Assuntos (Subject Classification) ou CA, na qual sua filosofia ganha maior
relevo, foi publicada em três edições: 1906, 1914 e, postumamente, em 1939.
Brown propôs que a organização dos assuntos fosse feita de forma independente do ponto de
vista em que eram tratados, ou seja, todos os documentos que abordassem o conceito «Rosa»,
por exemplo, deveriam manter-se num mesmo sítio, quer este conceito fosse tratado do ponto de
vista biológico, botânico, histórico, geográfico, ético, das artes decorativas, emblemático, poético,
etc. Esta ideia mais tarde evoluiu para «organização por centros de interesse», patente no
sistema de cotação em uso na Rede de Bibliotecas Públicas de Oeiras, por exemplo.
A tabela auxiliar da CA dividi-se em duas partes: ordem alfabética, e ordem numérica precedida
de um ponto (.). Assim, «Economia nas Universidades» recebe a notação «A180.760», em que
«A180» representa «Universidades» na tabela principal e «.760», o ponto de vista «Economia»
na tabela auxiliar.
A Classificação dos Dois Pontos (Colon Classification) ou CDP foi criada em 1933 por Shiyali
Ramamrita Ranganathan (1892-1972), quando exercia funções de bibliotecário na Biblioteca da
Universidade de Madras, Índia. Caracteriza-se como classificação analítico-sintética ou de
facetas, proporcionando alto grau de autonomia ao bibliotecário.
A CDP faz uso de 42 classes principais que podem ser associadas, no processo de classificação,
a letras, números e sinas gráficos. Apresenta-se, a seguir, o quadro com as classes principais da
CDP, incluindo algumas subclasses:
Para além das classes principais, a CDP faz uso de cinco categorias primárias ou facetas,
representadas por sinais de pontuação gráfica, para pormenorizar a classificação, a saber:
Sinal Faceta
, Personalidade
; Matéria ou propriedade
: Energia
. Espaço
‘ Tempo
O assunto «investigação sobre a cura por raio X da tuberculose pulmonar realizada na Índia em
1950» resultaria na notação «L, 45; 421: 6; 253: f. 44’ N5», que se traduz por «Medicina,
Pulmões; Tuberculose: Tratamento; Raio X: Investigação. Índia’ 1950».
Por julgar que a CBC fora criada para uso específico na Biblioteca do Congresso e, por este
motivo, não podendo ser considerada padrão para aplicação noutras bibliotecas, bem como por
não apreciar a CDD, Henry Evelyn Bliss (1870-1955) criou e começou a utilizar, a partir de 1908,
Classes Âmbito
1 Introdução e tabelas auxiliares
2/9 Generalidades. Prolegómenos. Ciência e conhecimento. Informação. Tecnologia
A/AL Filosofia e lógica
AM/AX Matemática. Estatística
AY-B Ciências em geral. Física
C Química. Engenharia química
D Espaço. Geologia
Astronomia
Geologia
Geografia
E/GQ Ciências biológicas
E Biologia
Bioquímica
Genética
Virologia
F Botânica
G Zoologia
GR Agricultura
GU Veterinária
GY Ciência ambiental
H Antropologia física. Saúde. Medicina
I Psicologia. Psiquiatria
J Educação
K Sociedade. Ciências sociais. Sociologia. Antropologia social
L/O História. Arqueologia. Biografia. Viagens
P Religião. Ocultismo. Moral. Ética
Q Bem-estar social. Criminologia
R Política. Administração pública
S Direito
T Economia. Gestão
U/V Tecnologia. Engenharia
W Entretenimento. Arte. Música
X/Y Língua. Literatura
Embora seja uma criação norte-americana, a CBB apenas teve êxito no Reino Unido e em
poucos países de língua oficial inglesa. Uma segunda edição revista, conhecida como CBB2, é
desenvolvida no Reino Unido desde 1977.
Ainda jovem, Fremont Rider (1885-1962) tornou-se discípulo e colaborador directo de Dewey,
vindo mais tarde a integrar a Comissão Consultiva da CDD, onde exerceu funções de conselheiro
ao longo de vários anos, razão pela qual teve sempre um apreço muito especial por este sistema
de classificação, nomeadamente na sua forma original.
A síntese que se segue deve-se à colaboração de Stephen Rice, que seleccionou e facultou
cópia de algumas páginas com informações essenciais de um dos exemplares da CIR
pertencentes às colecções da Biblioteca Estadual de Connecticut, onde Rice é bibliotecário.
No prefácio à “pré-edição” de 1961, como o próprio autor a designava, Rider deixou bem patente
os fundamentos que o levaram à criação da CIR (p. [XI]-XXXIII):
As subdivisões de classes que vão ao ínfimo pormenor, apoiadas por tabelas auxiliares várias,
têm interesse e prestam-se à missão e finalidade das bibliotecas especializadas e centros de
documentação, mas não são o meio mais adequado para a organização de documentos nas
estantes das bibliotecas genéricas.
Rider questionava a expansão excessiva das subclasses da CDD, que chegou ao ponto de, em
determinada edição, contemplar “notações individuais para cada osso dos dedos das mãos”,
distanciando-se do seu objectivo inicial, ou seja, organizar e recuperar documentos em
bibliotecas genéricas de forma eficiente e célere, razão do êxito que granjeou logo à primeira
edição.
2. Princípio da subdivisão. – Numa biblioteca genérica, apenas faz sentido separar um conjunto
de obras que se encontram reunidas, se o seu número assim o justificar.
Se, em determinada biblioteca genérica, há cinco obras sobre anatomia dos órgãos respiratórios
do corpo humano, das quais três tratam do «sistema respiratório» como um todo, uma do
«diafragma» e outra da «traqueia», mais proveito terão e mais económica será a organização, se
estiverem reunidas sob a cota que corresponde a «sistema respiratório» do que sob três cotas
diferenciadas.
Os utilizadores que procurem por documentos sobre «sistema respiratório» como um todo
encontrarão reunidas todas as obras existentes sobre o assunto num mesmo lugar na estante,
enquanto o utilizador que queira desenvolver um trabalho específico sobre a «traqueia» tenderá
provavelmente a fazer uma pesquisa no catálogo de assuntos através dessa palavra chave.
Para Rider, todas as classificações falharam neste aspecto, ora por não terem antecipado o
amplo desenvolvimento das ciências ocorrido no século passado, o que impossibilita qualquer
tentativa de proporcionalidade no caso das classificações decimais, por exemplo (escusado será
dizer que o número de ciências autónomas é superior a dez), ora por subdividirem classes e
subclasses até à exaustão em prejuízo de outras, o que leva a uma distribuição desigual dos
documentos nas estantes.
O facto é que cerca de metade dos documentos nas bibliotecas genéricas dizem respeito às
áreas da literatura, história e geografia, enquanto existem subdivisões noutras áreas com pouca
ou nenhuma hipótese de virem a ser algum dia preenchidas por um documento sequer.
Segundo Rider, a causa mais evidente da desproporção encontrada nas classificações recaía na
visão de mundo tendenciosa de seus criadores. A maior parte delas foi elaborada sob a forte
influência da cultura protestante anglo-saxónia, baseada nos Estados Unidos, razão pela qual, ao
tempo de Rider, a CDD fornecia 3705 subdivisões geográficas para os Estados Unidos e apenas
1430 subdivisões geográficas para o resto do planeta, bem como 480 subdivisões para a religião
cristã e cerca de 110 subdivisões para todas as outras religiões.
Bem a propósito, convém referir que a 3.ª e mais actualizada edição portuguesa da CDU
reformula inteiramente a classe «2», relativa aos assuntos «religião» e «teologia», no sentido de
expurgar preconceitos. Os bibliotecários que passarem a fazer uso desta edição, em substituição
de edições anteriores, terão de atribuir novas cotas aos documentos dessa classe e de os
reorganizar na(s) estante(s).
4. O problema das tabelas auxiliares. – Rider considerava o uso indiscriminado das tabelas
auxiliares por parte dos bibliotecários como uma das fontes principais da criação de «comboios»
(na gíria profissional actual), ou seja, cotas com notações desnecessariamente extensas, apesar
de, nas próprias classificações, ser aconselhada ponderação no uso destas tabelas.
Veja-se o exemplo do assunto «plantas de água doce do lago Pontchartrain» que, de acordo com
a CDD, e representado com a subdivisão geográfica auxiliar completa, resultava na cota
«581.929.763.64». Ao contrário de uma biblioteca especializada em «botânica», seria pouco
provável a existência de inúmeras obras sobre «plantas de água doce nos Estados Unidos»
numa biblioteca genérica, e, assim, bastava ao classificador usar a subdivisão geográfica auxiliar
de país, o que resultaria na cota «581.929».
Rider afirmava ter dado solução a este problema ao integrar nas notações, com muita
moderação, os símbolos relativos a lugares e a outras seis subdivisões auxiliares. Infelizmente,
não é possível conferir a afirmação dada a inexistência de exemplos nas cópias da CIR a que se
teve acesso.
Citava, para o efeito, o exemplo de notação baseada na CDP para o assunto «convenção dos
cirurgiões da Associação Nacional dos Caminhos de Ferro dos Estados Unidos», ou seja:
L: 4: 7m 73: M88
Imaginava ele o esforço a ser empregue na ordenação de um documento com essa cota entre
outros dois com as cotas:
L: 4: 7d 81: P54
L: 5: 7m 73: B42
6. Localização alternativa de tópicos. – Rider afirmava que, quanto mais pormenorizada fosse
uma classificação, maior era a probabilidade de serem atribuídas notações diferenciadas a um
mesmo tópico em função de ligeiras variações de ponto de vista.
Explicava a afirmação através de dois exemplos retirados da 16.ª edição da CDD: «evasão
fiscal», que podia ser representado pela notação «343.33» (direito fiscal) ou «364.133»
(crimilonogia); e «miastenia», que podia ser representado pela notação «616.744» (medicina) ou
«618.927.44» (pediatria).
Rider argumentava que os utilizadores não têm interesse em ver as três ou quatro obras que uma
determinada biblioteca genérica eventualmente terá sobre «evasão fiscal» separadas em duas ou
mais estantes, distantes entre si. Os especialistas das quatro áreas indicadas entre parênteses
acima sabem, de antemão, que encontram um maior número de documentação sobre «evasão
fiscal» ou «miastenia», mais actualizada e de melhor qualidade, nas bibliotecas especializadas
respectivas.
Assim sendo, para que o sistema de cotas de uma biblioteca genérica desempenhe a sua função
com eficiência, de acordo com Rider, é essencial que as notações sejam breves, simples e
“puras” ou representadas por apenas um símbolo, alfabético ou numérico.
7. Letras ou números. – Tendo em consideração que, numa biblioteca genérica, poderiam estar
ordenadas cerca de vinte obras sob uma mesma cota, quando a biblioteca atingisse a sua
capacidade máxima de armazenamento, Rider optou por elaborar cotas através da combinação
de três letras em vez da combinação de quatro números árabes.
Esta opção deve-se ao facto de um menor número de letras (princípio da concisão) se prestar a
um maior número de combinações que os algarismos árabes:
- Três letras – 26 x 26 x 26 = 17576 x 20 obras/cota = 351520 obras no total
- Quatro algarismos – 10 x 10 x 10 x 10 = 10000 x 20 obras/cota = 200000 obras no total
Desta forma, Rider julgava retomar a simplicidade inicial da CDD, somada à maior potencialidade
da notação alfabética. Toda e qualquer notação seria constituída por apenas três letras do
alfabeto sem recorrer a quaisquer outros artifícios.
Classes Âmbito
A Generalidades
B Filosofia. Psicologia
C Religião
Tencionava, sim, o seu acolhimento por parte das bibliotecas que fossem criadas de raiz, por
bibliotecas existentes que ainda não tivessem adoptado qualquer sistema de classificação ou por
bibliotecas existentes com sistemas francamente inadequados e que, a partir de determinada
data, passassem a classificar as novas aquisições com o seu sistema, sem procederem à
classificação retroactiva.
O facto de ter surgido quando os principais sistemas de classificação (CDD, CBC, CDU, CBB e
CDP) estavam já bastante consolidados nos vários continentes, e juntando-se a este factor a
morte de Rider no ano seguinte ao seu lançamento, justifica talvez a completa falta de êxito ou
mesmo o desconhecimento generalizado da CIR.
Não deixa de ser irónica a sua sorte, visto ter sido a primeira, e porventura única, classificação
vocacionada especificamente “para a organização de livros nas estantes das bibliotecas
genéricas”. A CIR seria digna de uma consulta mais atenta, se houvesse em Portugal um
exemplar disponível, mesmo se policopiado.
Com 22 classes principais e cerca de 44 mil notações, a CBC apresenta a configuração que se
segue:
Classes Âmbito
A Marxismo. Leninismo. Maoísmo. Teoria de Deng Xiaoping
B Filosofia. Religião
C Ciências sociais
D Política. Direito
E Ciências militares
F Economia
G Cultura. Conhecimento. Educação. Desporto
H Língua. Linguística
I Literatura
J Arte
K História. Geografia
N Ciências naturais
O Matemática. Física. Química
P Astronomia. Geologia
Q Biologia
R Medicina. Higiene
S Agricultura
T Tecnologia industrial
U Transporte
V Aviação. Aviação espacial
X Ciência ambiental
Z Generalidades
CA:
http://www.dsoergel.com/670/BrownClassificationBegtholSIGCR-04.ppt
CBB:
http://www.sid.cam.ac.uk/bca/bchist.htm
CBC:
http://www.loc.gov/marc/sourcecode/classification/classificationsource.html
http://www.loc.gov/catdir/cpso/lcco/lcco.html
http://geography.miningco.com/library/congress/bllc.htm
CDD:
http://www.anthus.com/CyberDewey/CyberDewey.html
http://library.thinkquest.org/5002/?tqskip1=1
http://www.oclc.org/dewey/support/program/default.htm
http://www.oclc.org/dewey/support/program/license.htm
http://www.oclc.org/dewey/resources/summaries/default.htm
http://www.oclc.org/dewey/resources/tutorial/
http://www.oclc.org/dewey/
CDU:
http://www.udcc.org/outline/outline.htm
http://www.ibict.br/secao.php?cat=Venda
http://www.udcc.org/mrf.htm
http://www.udcc.org/news.htm
CDP:
http://www.slais.ubc.ca/courses/libr517/winter2000/Group7/colon.htm
http://www.innvista.com/society/education/info/classif.htm
http://www.answers.com/main/ntquery?method=4&dsid=2222&dekey=Colon+classification&gwp=
8&curtab=2222_1
Método Provisório
O SABE propõe-se utilizar a CDU, edição de 2005, no catálogo colectivo da Rede Concelhia de
Bibliotecas Escolares, com notações até três dígitos, salvo algumas áreas do conhecimento, que
terão necessariamente de ser melhor desenvolvidas.
COTAÇÃO
Definição
“Sinal, letra ou número que serve para classificar as peças de um processo” é uma das várias
definições existentes do termo «cota», a partir da qual deriva, nas RPC (p. 3), o sentido de
“indicação para localizar o documento e/ou notação sistemática...”.
Assim sendo, a cota deve vir indicada numa etiqueta autocolante, que é afixada, de maneira
explícita e de modo a não sobrepor-se a informações de interesse, na lombada do documento, ou
na caixa de arquivo do documento, ou noutro meio de acondicionamento do documento. Deve
ainda vir indicada, no espaço a ela reservado, no catálogo bibliográfico ou noutro meio de
pesquisa e acesso.
Antecedentes – Síntese
As colecções distribuíam-se por salas de acordo com o assunto. Algumas salas eram destinadas
a acondicionar documentos sobre história e administração, outras sobre religião e magia, e ainda
outras sobre geografia, ciências, poesia, etc. Havia inclusivamente uma sala de reservados, cujo
acesso era condicionado por armazenar documentos contendo segredos de Estado. À entrada de
cada sala, havia uma tabuinha a indicar o assunto geral a que ela se destinava, e cada grupo de
tabuinhas continha uma citação breve para identificar o assunto específico dos documentos.
2. Calímaco (ca 305-240 a. C.) criou o primeiro catálogo sistemático de que há registo, conhecido
por Pinakes, ao organizar cerca de 120 mil rolos de papiro, dos mais de 1 milhão que se estima
existissem na Biblioteca de Alexandria, conforme as categorias do conhecimento de Aristóteles,
que incluía filosofia primeira (metafísica), filosofia prática (ética e política), poética (poesia épica,
tragédia e comédia), física, lógica, psicologia, retórica, biologia, zoologia, história natural, etc., e
em ordem alfabética de autores, de acordo com a tipologia: poetas, jurisconsultos, filósofos,
historiadores, oradores, etc.
4. Nas bibliotecas monásticas, da alta Idade Média, efectuava-se a ordenação dos códices por:
Bíblia, padres da Igreja, teologia, literatura clássica, história, medicina, etc.
6. A partir de 1870, com o surgimento das classificações com esquema de notações, estas
passam a ser utilizadas em cotação de documentos.
De registar que, de acordo com a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura (Lisboa, Verbo, 1992,
vol. 5, coluna 668), Eduardo Alves de Sá foi pioneiro em Portugal na utilização da CDU, apesar
de a ter usado em bibliografia e não propriamente na elaboração de cotas. Este emprego está
documentado em “A Classificação Decimal e o Catálogo Universal”, que serve de introdução à
Bibliografia Jurídica Portugalensis, publicada por E. A. de Sá em 1898.
Tendo em consideração que em Portugal é prática corrente utilizar a CDU como meio de
elaboração de cotas, este método será, a seguir, tratado de modo mais desenvolvido.
1. Para melhor esclarecer a afirmação, veja-se o caso de uma biblioteca especializada em certo
ramo do conhecimento – de uma faculdade de engenharia, por exemplo. É natural que os
documentos, neste tipo de bibliotecas, sejam organizados, por assunto básico, ao pormenor.
Deste modo, o bibliotecário responsável pela indexação, classificação e cotação, nessa biblioteca
especializada, ao tratar o documento Modelação e Simulação da Transferência de Calor em
Arranjos de Permutadores para a Análise da Eficiência de Caldeiras, da autoria de Paulo Manuel
Ferrão Canhoto, poderia eventualmente ter chegado à conclusão de que «transferência de calor»
é o assunto básico da obra.
Se fizesse uso da CDU, tabela média, o passo seguinte seria procurar, nessa tabela, a notação
que representa o assunto atribuído; neste caso, a classificação corresponderia a «621.1.016.4»,
por ser a notação que melhor se ajusta:
Por fim, se os documentos, nessa biblioteca especializada, fossem organizados nas estantes em
conformidade com a classificação da CDU, a obra citada, após ter sido devidamente etiquetada
com a cota «621.1.016.4», seria colocada na estante correspondente, junto aos outros
documentos com cota idêntica, em ordem alfabética de último apelido de autor, e em ordem
alfabética de título se existissem outros documentos do mesmo autor sob essa cota.
Para simplificar esta série de ordenações, é comum juntar as três primeiras letras do último
apelido do autor e as três primeiras letras do título à notação da CDU. Dessa forma, a cota
passaria a apresentar a configuração:
621.1.016.4 Can*Mod
Não obstante tratar-se de uma biblioteca especializada, este grau de especificidade, aplicado à
cotação, apenas faz sentido se o número de documentos arrumados sob a mesma cota ou o
interesse dos utilizadores assim o justificar. Cabe ao bibliotecário responsável fazer esta
avaliação e ir, de modo gradativo, retirando um dígito à sequência da notação, por forma a obter
a cota mais adequada.
2. É muito pouco provável que uma obra dessa natureza fosse seleccionada e adquirida para
integrar as colecções de uma biblioteca de carácter mais genérico. Mas, ainda no campo das
suposições, se, por meio de oferta por algum motivo irrecusável, a obra acabasse por dar entrada
numa biblioteca genérica, na qual se fizesse uso da CDU, tabela abreviada, o assunto básico
obviamente teria de ser o mesmo. Quanto à classificação do documento, a notação ficar-se-ia em
«621.1.01», nível hierárquico mais baixo encontrado na tabela abreviada:
Nessas mesmas bibliotecas genéricas, é habitual, no processo de atribuição de cotas, estas não
transporem os três dígitos, salvo algumas poucas excepções, como, por exemplo, em
documentos sobre psicologia, cuja notação menos extensa é 159.9.
621 Can*Mod
A obra seria, de seguida, arrumada junto a outros documentos cujo assunto básico estaria directa
ou hierarquicamente relacionado com engenharia mecânica em geral, tecnologia nuclear,
engenharia eléctrica e maquinaria.
3. Tendo em consideração o que foi exposto acima, se um estudante de direito procurar pela obra
Glossário de Direito do Trabalho e Relações Industriais, de autoria de Mário Pinto, na biblioteca
geral da sua universidade, é possível que o documento se encontre sob a cota:
349.2 Pin*Glo
«Pin» são as três primeiras letras do último apelido do autor e «Glo», letras iniciais do título.
4. De registar que um determinado assunto pode ser tratado sob pontos de vista diferentes, o que
requer uma atenção redobrada por parte do bibliotecário, e, na CDU, esta situação pode
exemplificar-se do modo que se segue:
Tendo em consideração este tipo de situação e a pensar nos bibliotecários menos familiarizados
com as notações, seria digno de apreço se as edições da CDU em Portugal fossem sempre
acompanhadas de um segundo volume com o índice alfabético remissivo respectivo, tal como
acontece com as congéneres de outros países. Na BMDD, por exemplo, tem-se por vezes de
recorrer ao índice alfabético da edição em língua francesa, publicado em Bruxelas no ano de
1973, com o inconveniente óbvio de sua desactualização.
Vozes críticas quanto ao emprego da CDU como forma de elaborar cotas, e não só, avolumaram-
se no decorrer do último século, nomeadamente pela enorme e célere evolução do
conhecimento. Novas áreas do saber foram criadas, de que a informática é paradigma, outras
conquistaram autonomia e os estudos interdisciplinares multiplicaram-se.
Apesar das revisões anuais de que é objecto, a CDU sofre, no entender dos oponentes, de
obsolescência crónica, para além da rigidez característica de um sistema baseado em décimas.
Sobre o assunto, propõe-se a leitura do artigo de Manuel Montenegro, “A CDU, Monstro Pré-
histórico das Classificações?”, publicado em Páginas A e B, Lisboa, (4) 1999, p. 71-91.
Sistemas de Cotação
O sistema de cotação deve ser estabelecido em função da missão, finalidade e público alvo ou
utilizadores da biblioteca. A maneira mais directa de fundamentar esta afirmação será descrever
sumariamente alguns sistemas em aplicação.
1.º Exemplo
A Biblioteca Nacional de Lisboa (BNL) tem como atribuições reunir, preservar e difundir o
património documental português.
As colecções da BNL são constituídas por mais de 2,6 milhões de espécies que, em grande
parte, dão entrada na BNL através da aplicação da Lei do Depósito Legal, cuja origem remonta
ao Alvará de 12 de Setembro de 1805, e que consiste na obrigatoriedade de os impressores
enviarem à BNL onze exemplares do que se publica em Portugal. A BNL mantém um exemplar e
encarrega-se de distribuir os exemplares restantes pelas bibliotecas beneficiárias do Depósito
Legal. Um número tão considerável de documentos exige uma preocupação acrescida quanto à
gestão de espaço.
Já que a conservação dos documentos é uma das finalidades da BNL, o acesso aos documentos
é condicionado e faz-se através da intermediação de seus funcionários. A concluir a
caracterização, os utilizadores frequentes da BNL são maioritariamente investigadores,
professores e estudantes universitários.
Para além de uma das siglas do quadro acima, é atribuído um número sequencial de ordem de
entrada a cada exemplar, independentemente do(s) assunto(s) básico(s) que o documento
contém.
Ainda através de informação facultada por Gina Rafael, junta-se a letra «A», «V» ou «P» à cota,
no sentido de identificar uma de três secções de fileiras de estantaria distribuídas em cada piso,
cujos espaços entre divisões (ou prateleiras) correspondem a três dimensões de lombada:
Secção Dimensões
A Lombadas com mais de 30 cm
V Lombadas entre 21 a 30 cm
P Lombadas até 20 cm
Assim sendo, através da pesquisa ao catálogo da BNL, actualmente com mais de 1,3 milhões de
registos, pode encontrar-se um exemplar da obra Glossário de Direito do Trabalho e Relações
Industriais, de Mário Pinto, com a cota:
SC 75189 V
«SC» indica tratar-se de um documento sobre ciências civis, a remeter para o 4.º piso, onde
documentos sobre esse assunto geral são depositados.
«V» indica tratar-se de um documento com lombada de dimensões intermédias, ou seja, entre 21
a 30 cm, a remeter para a secção de estantes assinaladas com essa letra.
2.º Exemplo
Sigla Âmbito
CIE Centro de Informação Europeia
DI Direito
A obra Glossário de Direito do Trabalho e Relações Industriais, de Mário Pinto, poderia receber a
cota:
DI 3493
«DI» indica que o documento integra a área do direito e «3493» indica a posição na estantaria
reservada a essa área.
Sobre este conceito, propõe-se a leitura da comunicação de Filipe Leal, “A Organização dos
Fundos Documentais da Biblioteca Pública”, apresentada ao 5.º Congresso Nacional de
Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, e publicada em 1994 pela Associação Portuguesa
de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (APBAD), no 1.º volume das Comunicações. O
tema é retomado pelo mesmo autor no artigo “O Fio de Ariane: A Organização do Conhecimento
nas Bibliotecas Públicas”, publicado em Leituras: Revista da Biblioteca Nacional de Lisboa, 3 (2)
Out. 1997-Abr. 1998, p. 127-57.
3.º Exemplo
Foi feito um trabalho prévio de análise, tendo como ponto de partida estatísticas de consulta
presencial e de empréstimo domiciliário, inquéritos levados a cabo para o efeito, e tendo em
conta ainda as sugestões de aquisição, que resultou na reorganização dos documentos pelos
seguintes centros de interesse: Ambiente, Arte, Banda Desenhada, Cinema, Coleccionismo,
Cozinha, Direito, Ficção Científica, Informática, Música, Pedagogia Infantil, Poesia, Romance,
Teatro, Saúde e Bem-Estar, Viagens, etc.
Na RBPO, a obra Glossário de Direito do Trabalho e Relações Industriais, de Mário Pinto, recebe
a cota:
«DIR» indica tratar-se de uma obra sobre direito (centro de interesse), «DIR-TRA» indica tratar-se
de direito do trabalho (subdivisão do centro de interesse) e «PIN» são as três primeiras letras do
último apelido do autor da obra (Pinto).
- A Criança e a Nova Pedagogia, de João Gomes Pedro – «P&F PED PED» – Pais e Filhos;
Pedagogia; Pedro; e
- Socialização Primária e Prática Pedagógica, de Ana Maria Morais... [et al.] – «CIE-EDU TEO-
EDU SOC vol. 2» – Ciências da Educação; Teoria Educacional; Socialização (neste caso, a
entrada principal faz-se pelo título, por tratar-se de obra com mais de três autores), e indicação do
volume.
Este sistema é tão simples de assimilar que o utilizador medianamente familiarizado, ao deparar-
se com a cota «POE POE-POR CAM», se aperceberá do conteúdo dos documentos que a
trazem afixada, ou seja, «POE» = poesia; «POE-POR» = poesia portuguesa; «CAM» = iniciais de
último apelido de autor.
Quadro Comparativo
Tipologia Cota
Biblioteca Nacional SC 75189 V
Biblioteca Municipal DIR DIR-TRA PIN
Biblioteca Universitária 349.2 Pin*Glo
Biblioteca Especializada DI 3493
Biblioteca Escolar ...
Método Provisório
Não existe um modelo ideal de cotação, a não ser aquele que se baseia na observação e análise
directas dos utilizadores a que a biblioteca se destina. O mais importante é elaborar um sistema
próprio, coerente e que sirva aos reais interesses dos utilizadores.
Por fim, o sistema de cotas deve sempre vir complementado com um sistema de orientação
gráfica que forneça aos utilizadores, logo à entrada da biblioteca, uma síntese do que esta tem a
oferecer, e, ao longo de todo o seu percurso ou trajecto, indicações graduais de pormenor, até ao
nível mais próximo do objecto de interesse desse público alvo, que se espera obtenha êxito
naquilo que procura.
Assim sendo, o espaço no catálogo colectivo destinado à cota manter-se-á sem preenchimento, a
aguardar que os professores bibliotecários enviem à BMDD listagens das cotas atribuídas em
cada biblioteca, a fim de serem acrescentadas nos registos respectivos.
Definição
As RPC, primeiramente publicadas em 1984, têm como objectivo geral “a normalização dos
procedimentos catalográficos em Portugal” e, como objectivos específicos, “definir os elementos
de identificação e de descrição dos documentos de bibliotecas”, “determinar os elementos
necessários à descrição desses documentos” e, ainda, “fixar a forma de apresentação desses
elementos”. Uniformidade, simplificação e analogia são os princípios que presidem às RPC (p.
107).
A ISBD, publicação da IFLA surgida pela primeira vez em 1971, caracteriza-se como um conjunto
de princípios cujo objectivo é permitir a difusão internacional de informação bibliográfica,
inclusivamente através da permuta de registos. São em número de dez as variantes da ISBD:
Dado que os catálogos automatizados variavam de formato consoante os países de origem, foi
preciso que a IFLA criasse um formato de permuta para que o objectivo da ISBD pudesse
alcançar êxito. O UNIMARC, que veio a público em 1977, é disso o resultado. MARC é acrónimo
de machine-readable catalogue.
Assim, a partir dessa data foram desenvolvidos esforços no sentido, quer de converter os
formatos nacionais em UNIMARC quer de o adoptar como formato nacional em países sem
formato próprio. Portugal foi um dos primeiros a adoptar o UNIMARC como formato nacional.
Em 1981, publica-se a ISO 2709, que normaliza o formato de dados para permuta de informação
bibliográfica em banda magnética.
Uma vez que o UNIMARC é o formato base dos principais softwares de gestão de bibliotecas em
uso em Portugal, a fase da catalogação será desenvolvida a seguir com recurso a este formato.
UNIMARC
(Selecção)
Blocos Designação
0-- Bloco de identificação
Campo Designação
010 Número internacional normalizado dos livros
Subcampo Designação
^a ISBN
011 Número internacional normalizado das publicações em série
^a ISSN
1-- Bloco de informação codificada
100 Dados gerais de processamento
^a Dados gerais de processamento
101 Língua da publicação
^a Língua do texto, banda sonora, etc.
^b Língua do texto intermédio quando o documento não é
traduzido do original.
^c Língua do documento no original.
102 País de publicação.
^a País de publicação.
2-- Bloco de informação descritiva
200 Título e menção de responsabilidade.
^a Título próprio.
^b Indicação geral da natureza do documento.
^d Título paralelo.
^e Informação de outro título.
^f Primeira menção de responsabilidade.
^g Outras menções de responsabilidade.
205 Menção da edição.
^a Menção da edição.
^f Menção de responsabilidade relativa à edição.
^g Outras menções de responsabilidade relativas à edição.
206 Campo específico de alguns tipos de materiais: material cartográfico –
dados matemáticos.
^a Menção dos dados matemáticos.
207 Campo específico de alguns tipos de materiais: publicações em série –
numeração.
^a Numeração: indicação de datas e volumes.
^z Fonte de informação da numeração.
210 Publicação, distribuição, etc.
^a Lugar da edição, distribuição, etc.
^c Nome do editor, distribuidor, etc.
Ao aceder a uma destas folhas, surgem as etiquetas específicas de cada tipo de suporte no
monitor, nomeadamente as de preenchimento obrigatório ou mais usadas nessa catalogação
específica.
Para além da catalogação em si mesma, este procedimento torna mais fácil a tarefa de
inventariação e permite exercer um melhor controlo das colecções relativamente ao planeamento
de novas aquisições. Para o efeito, há bibliotecas que, inclusivamente, mantêm bases individuais
para cada tipo de suporte documental, a par da base bibliográfica principal ou geral.
Subcampo «a»: Preenche-se com o código da língua do documento que está a ser catalogado.
Subcampo «b»: Preenche-se, se for caso disso, com o código da língua da publicação
intermédia, que serviu de base para a tradução.
102 – Subcampo «a»: País de publicação – Preenche-se com o código do país de publicação do
documento.
Subcampo «b»: Serve para indicar a classe genérica de material a que o documento pertence,
isto é, o tipo de suporte, quando não se tratar de monografia ou publicação em série.
Veja-se a ISBD correspondente: ISBD (A), ISBD (CF), ISBD (CM), ISBD (CR), ISBD(ER),
ISBD (NBM) e ISBD (PM).
Subcampo «f»: Mencionam-se até três autores, ou, se o documento tiver mais de três autores
nesta mesma função, menciona-se apenas o nome em primeiro plano na página de título.
Neste exemplo, o documento tem mais de três autores e o nome de Gonçalves Crespo é
expresso com maior relevo na página de título do documento.
Acrescentam-se reticências (...) e a abreviatura latina et al. (entre outros), para indicar que a
obra foi escrita por mais de três autores.
O nome do(s) autor(es) é preenchido na mesma forma em que vem expresso na página de
título do documento.
Subcampo «g»: Aplicam-se as mesmas regras do subcampo «f» acima, relativamente ao número
de intervenientes em cada função.
Nuno Marques exerce a função de compilador no documento que está a ser catalogado.
A preposição «de» foi acrescentada pelo bibliotecário e, por esta razão, deve ser colocada
entre parênteses rectos, para indicar que não vem expressa na página de título do
documento.
Subcampo «a»: Faz-se menção da edição apenas se o documento a catalogar não for uma 1.ª
edição.
206 – Campo específico de alguns tipos de materiais: material cartográfico – dados matemáticos.
Corresponde à zona específica de alguns documentos nas RPC.
207 – Campo específico para alguns tipos de materiais: publicações em série – numeração.
Corresponde à zona da numeração nas RPC.
^a – Numeração: indicação de datas e volumes.
^z – Fonte de informação da numeração.
Sucampo «a»: Destina-se à numeração (primeiro e último números) e/ou datas limites do
primeiro e último números, conforme as RPC e ISBD (S).
A biblioteca possui três números esparsos de uma revista que há muito deixou de ser
publicada.
Esta obra foi a fonte da informação descritiva contida no subcampo «a» acima.
Sucampo «d»: Data da publicação, distribuição, etc. Preencher, por esta ordem, data de edição,
ou data do copyright, ou data do Depósito Legal, ou data da distribuição, etc.
Serve para indicar o nome do tipo específico de material a que o documento pertence e/ou
uma indicação do número de unidades materiais que o constituem.
3-- – Bloco de notas (campos 300 a 345). Corresponde à zona das notas nas RPC.
Recuperar este tipo de informação pode ser importante, para prestação de contas ou
prestação de homenagem aos benfeitores da biblioteca, por exemplo.
303 – Subcampo «a»: No caso das publicações em série, correntes, cujo primeiro número não
integra as colecções da biblioteca, faz-se uso deste subcampo para indicar em que foi baseada a
descrição contida no subcampo «a» do campo «207».
Trata-se de uma revista que já ia no n.º 24, mas que a biblioteca apenas teve oportunidade de
a assinar nesse momento. A partir do n.º 24, o bibliotecário chegou à conclusão de que a
publicação teve início em 1989. O subcampo «a» do campo «207» provavelmente foi
preenchido do modo que se segue: ^aN.º 1 (Out.-Dez. 1989)-.
326 – Subcampo «a»: Indica-se a(s) periodicidade(s) da publicação em série. Caso haja
alteração na periodicidade, é necessário recorrer ao subcampo «b», para indicar as datas de
periodicidade.
Neste caso, não só foi necessário recorrer ao subcampo «b», como também foi preciso repetir
o campo «326».
488 – Este campo é utilizado para ligar o documento a catalogar a um outro existente no catálogo
da biblioteca, designadamente noutro suporte. Os dados a recolher neste campo referem-se à
obra com a qual se quer fazer a ligação e não com a obra em processo de catalogação.
O Dvd do filme O Senhor dos Anéis está a ser catalogado e pretende-se fazer a ligação do
registo desse dvd com o registo, existente no catálogo, da obra (monográfica ou em suporte
papel) de J. R. R. Tolkien, na qual o filme se baseou:
^t – Título.
Observação: Artigos e algarismos (árabes, ordinais e romanos), em início de título próprio, são
sempre colocados entre “bicos” (<>).
500 – Subcampo «a»: A biblioteca pode optar por preencher este subcampo com o título mais
conhecido, quando uma obra é publicada sob títulos diferentes, designadamente em casos de
traduções.
Uma mesma obra de Emily Brontë foi traduzida para português sob os títulos: O Alto dos
Vendavais, A Colina dos Vendavais, O Monte dos Vendavais e O Morro dos Ventos Uivantes.
Os títulos que aparecem na página de título dos documentos entram no subcampo «a» do
campo «200» dos registos respectivos e o título corrente ou pelo qual a obra é mais conhecida
entra no subcampo «a» do campo «500» desses mesmos registos.
A obra citada de Emily Brontë é mais conhecida em português sob o título de O Monte dos
Vendavais:
606 – A BMDD optou por usar apenas o campo 606, “nome «comum» usado como assunto”,
para todo e qualquer tipo de assunto, não obstante existirem outros campos relacionados com
assunto:
- 600: nome de pessoa usado como assunto,
- 601: nome de colectividade usado como assunto,
- 602: nome de família usado como assunto,
- 604: autor/título usado como assunto,
- 605: título usado como assunto,
- 607: nome geográfico usado como assunto, e
- 610: termos de indexação não controlados.
Esta opção deve-se ao facto de a BMDD fazer uso da indexação pré-coordenada, com base
na Lista de Cabeçalhos de Assunto para Bibliotecas em articulação com o Manual
SIPORbase, conforme mencionado anteriormente.
O campo «606» é preenchido com termos que devem estar em conformidade com o sistema
de indexação utilizado na biblioteca.
^aPopulação^bcensos^yPortugal^z2001
Ex.: ^a025.45.
Ex.: ^v2005.
A notação expressa no subcampo «a» foi retirada da edição mais actualizada da CDU.
Ex.: ^zpor.
Se um outro sistema de classificação for usado em lugar da CDU, o campo «675» não é
preenchido e, em seu lugar, preenche-se:
- 676: para a Classificação Decimal de Dewey,
- 680: para a Classificação da Biblioteca do Congresso, ou
- 686: para outras classificações.
700 – Preenche-se este campo com o nome do autor singular, ou com o nome do autor que
aparece com maior relevo ou que é mencionado na página de título em primeiro plano, se o
documento é da autoria de até três autores.
Não tem cabimento o preenchimento deste campo e do campo «701», caso o documento tenha
mais de três autores; apenas o campo 702, nesta circunstância, é preenchido.
O nome é preenchido de modo indirecto e na forma autorizada, mesmo que na página de título
venha grafado de outra maneira:
- subcampo «a» – último apelido,
- subcampo «b» – nome(s) próprio(s) e apelido(s) restante(s),
- subcampo «c» – abreviatura «pseud.», se for caso disso, a indicar que se trata de um
pseudónimo usado como entrada autorizada,
- subcampo «f» – data de nascimento e de morte, separadas por hífen, se não se tratar de
um pseudónimo.
Exemplos:
Atenção especial deve ser dada a apelidos compostos e apelidos de origem estrangeira, que
devem figurar no subcampo «a». Exemplos:
Isabel Corte-Real
^aCorte Real,
^bIsabel,
^f1945-
John Le Carré
^aLe Carré,
^bJohn,
^cpseud.
Mário Soares
^aPortugal.
^bPresidente da República,
^c1986-1996 (Mário Soares).
Este último exemplo é válido para documentos oficiais, assinados, por exemplo, por Mário
Soares no exercício das funções de presidente. Obras de carácter privado, mesmo que
publicadas no período do mandato, devem entrar pelo nome de pessoa física.
856 – Preenche-se para fazer hiperligação a um outro documento que traz informação
complementar sobre o documento que está em processo de catalogação.
O documento a ser catalogado é uma obra de Maria Alberta Menéres e o bibliotecário quer
integrar, no registo, a biografia da autora.
Este endereço é colocado no subcampo «u», mas, no catálogo ao qual os utilizadores têm
acesso, apenas aparece a mensagem colocada no subcampo «z»:
Ex.: ^uhttp://www.iplb.pt/pls/diplb/!get_page?pageid=402&tpcontent=FA&idaut=1717721&tipo
=&format=NP405.
966 – Subcampo «l»: Sigla da biblioteca. Veja-se, adiante, a proposta de atribuição de siglas para
as bibliotecas escolares de Odivelas.
Repete-se, de igual forma, o subcampo «p», se for caso disso, de acordo com o número de
exemplares indicado no subcampo «c».
Foi indicado no subcampo «c» que a biblioteca possui dois exemplares de cada volume da
mesma enciclopédia.
Ex. 1: ^xCompra
Ex. 2: ^xOferta
Ex. 3: ^xPermuta.
Subcampo «5»: Empréstimo interbibliotecas – O código «0» autoriza-o (pode ser emprestado) e o
código «1» inviabiliza-o (não pode ser emprestado).
Proposta de Siglas
Assim sendo, apresenta-se a proposta de atribuição de siglas para as bibliotecas escolares dos
estabelecimentos oficiais de ensino com sede em Odivelas, em conformidade com a lista que se
segue:
Adoptou-se o critério da ordem alfabética nos casos em que houve coincidência de letras iniciais,
assinalados a negrito na lista.
UNIMARC-Autoridades
É uma ferramenta bastante útil em bibliotecas de médias e grandes dimensões, pois permite uma
maior uniformidade e controlo dos pontos de acesso de pesquisa «autor» e «assunto». Este
ficheiro permite também a elaboração de entradas remissivas.
Faz-se uso do bloco «2--» para cabeçalhos autorizados e do bloco «4--» para cabeçalhos não
autorizados. Se o utilizador efectuar pesquisas através dos cabeçalhos não autorizados, são
automaticamente remetidos para os documentos com cabeçalhos autorizados, sob condição de
que as formas rejeitadas tenham sido previamente contempladas no bloco «4--». Os cabeçalhos
que dão entrada no bloco «5--», também autorizados, servem de base para remissivas do tipo
“ver também”.
UNIMARC-Autoridades
(Selecção)
Blocos Designação
2-- Bloco do cabeçalho autorizado
Campo Designação
200 Cabeçalho – nome de pessoa; corresponde aos campos «700», «701» e
«702» da base bibliográfica principal
Subcampo Designação
^a Palavra de ordem.
^b Outra parte do nome não tomada para palavra de ordem.
^c Elementos de identificação ou distinção.
^f Datas.
Os elementos contidos no campo «510» do exemplo acima são designações pelas quais o actual
IPLB passou.
2. UNIMARC-Autoridade – Assunto
Método Provisório
O modelo apresentado, no entanto, poderá servir de base para as adaptações e alterações que
os professores bibliotecários julgarem necessárias. Para o efeito, sugere-se a consulta às ISBDs,
com o objectivo de se certificarem a respeito dos campos e subcampos do UNIMARC de
preenchimento obrigatório.
Caso esta consulta não seja possível, sugere-se, como alternativa, a consulta à página
http://rcbp.iplb.pt/, da Rede do Conhecimento das Bibliotecas Públicas; basta seguir os
apontadores «Documentação», «Outros documentos», «Política de descrição documental:
manual de procedimentos de catalogação».
ARRUMAÇÃO
Findas as fases de controlo da linguagem e da descrição documentais, nada mais restará que
colocar o documento, que acaba de passar por este processo, num sítio específico da biblioteca,
Esta fase não será assim tão elementar quanto parece. O procedimento dependerá do tipo de
modelo de biblioteca que se pretende para a comunidade escolar:
Se é este último o modelo que se pretende, deve-se logo à partida dar especial atenção à
selecção de mobiliário, que deverá adequar-se ao principio do livre acesso, como, por exemplo,
estantes de três prateleiras com 1.35 m de altura máxima, no caso de bibliotecas do 1.º
ciclo/jardim de infância, e, relativamente a documentos destinados aos utilizadores mais
pequenos, a primeira prateleira da estante deve ficar a uma altura de cerca de 0.75 m do solo.
Com base nesta informação e como estratégia de motivação à leitura, podem-se arrumar, nessa
área específica das estantes, os documentos considerados de maior relevância educativa e
cultural, como, por exemplo, os documentos que tratem da formação para a cidadania, e arrumar,
nas áreas mais periféricas das estantes, os documentos habitualmente mais requisitados pelos
utilizadores, como é o caso paradigmático dos jogos electrónicos em cd-rom, pois estes os
utilizadores nunca terão problema em encontrar:
(Thompson, p. 134)
Bleton, Jean - O Mobiliário das Pequenas Bibliotecas Públicas. Luanda: Universidade de Luanda,
1971.
Cohen, Aaron; Cohen, Elaine - Designing and Space Planning for Libraries: A Behavioral Guide.
New York: R. R. Bowker, 1979.
Gascuel, Jacqueline - Um Espaço para o Livro: Como Criar, Animar ou Renovar uma Biblioteca.
Lisboa: Dom Quixote, 1987.
Grunberg, Gérald - Bibliothèques dans la Cité : Guide Technique et Réglementaire. Paris : Le
Moniteur, 1996.
Konya, Allan - Libraries : A Briefing and Design Guide. London: The Architectural Press, cop.
1986.
rd
Thompson, Godfrey - Planning and Design of Library Buildings. 3 ed. Oxford: Butterworth
Architecture, imp. 1991.
A par da organização tradicional dos documentos, que apenas deixa ver-lhes a lombada, devem
ser procuradas formas alternativas de exposição, o que se consegue através de caixas para
álbuns, cestos multiusos, “ilhas” como as que existem nas livrarias, etc., de modo a que a capa
dos documentos possa exercer as suas funções em pleno.
Estas formas alternativas servem para a exposição de novas aquisições, ou para dar relevo a
documentos referentes a “efemérides do mês”, assuntos da actualidade, autores específicos,
Uma outra opção, e mais económica, será apostar na qualidade e não na quantidade de
espécies, permitindo aos utilizadores uma voz mais activa quanto à constituição e à actualização
das colecções, através de sugestões de aquisição ou resposta a inquéritos realizados para o
efeito. Deste modo, assegurar-se-ia uma maior utilização dos recursos existentes.
A organização integrada daria resposta à inquietação dos bibliotecários que se preocupam com a
progressiva posição subalterna do livro, na preferência dos mais jovens, face a outros suportes.
Este conceito foi proposto por Jean Riddle Weihs, exactamente em sentido inverso, na obra The
Integrated Library: Encouraging Access to Multimedia Materials, Arizona: Oryx, 1991.
Não será de todo despropositado sugerir a estes bibliotecários, em particular, que lançassem um
olhar retrospectivo sobre a história e antecedentes do livro. No processo da evolução, chegará
eventualmente o momento em que o livro, na forma e nos materiais pelos quais é hoje conhecido,
seja, por sua vez, substituído.
Enquanto a maior parte dos documentos deve ser mantida a uma temperatura constante entre os
19º e 21º C, já as películas (fotografia, vídeo, microfilme) devem ser mantidas a uma temperatura
constante de 15º C aproximadamente.
Embora os diferentes tipos de suporte estejam fisicamente separados entre si, com cotas
igualmente diferenciadas, a organização integrada é mesmo assim assegurada, de modo virtual,
no catálogo bibliográfico automatizado, através do correcto controlo das formas autorizadas de
nome de autor, de assunto e de classificação, bem como pelo preenchimento, quando
necessário, dos campos «488» (ligação entre registos) e «500» (título uniforme) no formato
UNIMARC.
Por fim, não será demasiado reiterar que, na biblioteca de livre acesso, é essencial o uso de um
bom sistema de sinalização para a orientação do utilizador. Esta sinalização pode ser afixada no
solo (direccional), painéis, paredes e tecto, e, relativamente às estantes ou outro mobiliário
destinado à armazenagem de documentos, em porta-títulos de topo, laterais e de divisões.
Desaconselha-se, no entanto, a sua utilização maciça, no sentido de evitar a poluição visual.
Caso não se preveja a utilização de chapas metálicas, existem no mercado fitas adesivas com
CONCLUSÃO
Procurou-se, no presente texto, falar de tudo um pouco ou lançar pistas sobre as fases do
tratamento documental, enquadrando-as, quando possível, no contexto das bibliotecas escolares,
sendo constante a preocupação de evitar juízos de valor ou de prescrever metodologias.
Cumpre aqui apresentar agradecimentos especiais à Dr.ª Gina Rafael, da Biblioteca Nacional de
Lisboa, e ao Dr. Stephen Rice, da Biblioteca Estadual de Connecticut, cujo apoio prestado
demonstra a importância de que se reveste a cooperação interbibliotecas e entre os profissionais
da área.
♦
Obs.: A maior parte desta bibliografia pode ser encontrada, sob a rubrica «Publicações
Técnicas», na página http://www.bn.pt/livraria/livraria-pub-tecnicas.htm da Biblioteca Nacional de
Lisboa.