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TRATAMENTO DOCUMENTAL

(CIRCUITO DO DOCUMENTO)

Texto: Júlio Nogueira


Revisão: Aldina Ribeiro

“Um dos meios de particular alcance para o desenvolvimento


dos serviços prestados por parte das bibliotecas é, como se
sabe, a cooperação. Na realidade, a troca de experiências, a
divulgação de informações à distância, a complementaridade
na selecção dos fundos, a circulação das espécies, etc.,
tornaram-se hoje em dia uma necessidade crescente, face ao
elevado número de livros e documentos produzidos e à
sempre maior variedade e especificidade dos interesses
manifestados pelo público utilizador.”

Cabral, Luís; Real, Manuel - A Biblioteca Pública: Aspectos


Tipológicos e Linhas Gerais da sua Evolução. Lisboa: Associação
Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, 1982,
p. 11.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 1/79


SUMÁRIO

Introdução
Selecção e Aquisição
Representação de Assuntos
Indexação
Definição
Ferramentas de Apoio Disponíveis
Manual SIPORbase
Lista de Cabeçalhos de Assunto para Bibliotecas
Tesauros
Método Provisório
Classificação
Definição
Cronologia das Classificações Bibliográficas
Classificação de Harris
Classificação Decimal de Dewey
Classificação Expansiva de Cutter
Classificação da Biblioteca do Congresso
Classificação Decimal Universal
Classificação de Assuntos
Classificação dos Dois Pontos
Classificação Bibliográfica de Bliss
Classificação Internacional de Rider
Classificação para Bibliotecas Chinesas
Informação Complementar sobre Classificações
Método Provisório
Cotação
Definição
Antecedentes – Síntese
Emprego da CDU em Cotas
Sistemas de Cotação
Quadro Comparativo
Método Provisório
Catalogação
Definição
O Formato UNIMARC
Notas sobre o UNIMARC
Proposta de Siglas
UNIMARC-Autoridades
Método Provisório
Arrumação
Conclusão
Bibliografia Técnica Básica

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 2/79


INTRODUÇÃO

O acervo de uma biblioteca é constituído, entre outro material, por documentos. Os documentos
podem apresentar-se em vários tipos de suporte de informação: papel (impresso, policopiado ou
manuscrito), vídeo, cd, cd-rom, dvd, electrónico, etc.

Assim sendo, o termo «biblioteca», bem ou mal empregue, já não se restringirá ao seu sentido
etimológico («-teca-» ou compartimento, depósito, sala, móvel = alojamento de/para «-biblio-» ou
livro), passando a abranger «bedeteca», «hemeroteca», «ludoteca», «mediateca», etc., e, por
extensão, no presente texto, «centro de recursos educativos» ou quaisquer outras designações
adoptadas pelos estabelecimentos de ensino.

Para além da acepção mais corrente, faz-se uso do termo «colecção», em ciências documentais,
para designar o conjunto de documentos que se apresentam num tipo específico de suporte de
informação: colecção de vídeos, colecção de cds, colecção de documentos electrónicos...

As colecções são objecto de tratamento documental. O tratamento documental consiste na


selecção, aquisição, [marcação de posse], indexação, classificação, atribuição de cotas ou
cotação, catalogação e arrumação.

Por respeito às normas nacionais, Regras Portuguesas de Catalogação ou RPC, e internacionais,


International Standard Bibliographic Description ou ISBD (Descrição Bibliográfica Internacional
Normalizada), a catalogação, ou descrição documental, deve ser invariável em qualquer
biblioteca. O mesmo não acontece com os demais procedimentos do tratamento documental, que
ficam a critério de cada biblioteca.

A título ilustrativo, veja-se o tratamento dado a Os Lusíadas em seis bibliotecas seleccionadas


para o efeito:

Catalogação: Camões, Luís de, 1524?-1580


Os lusíadas / Luís de Camões. - [edições não coincidentes nas seis bibliotecas]
Indexação
Biblioteca do Congresso –
Biblioteca Municipal de Odivelas Literatura portuguesa-epopeia
Biblioteca Nacional da Alemanha Belletristik
Biblioteca Nacional de Lisboa –
Biblioteca Nacional de Pequim [Autores estrangeiros]
[Poesia portuguesa]
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro –
Classificação
Biblioteca do Congresso PQ9198
Biblioteca Municipal de Odivelas 821.134.3-13
Biblioteca Nacional da Alemanha 59
Biblioteca Nacional de Lisboa 821.134.3-13"15"
Biblioteca Nacional de Pequim I552.131/C149/TF
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro 19
869.1
Cotação
Biblioteca do Congresso PQ9198 .A2 1979
Biblioteca Municipal de Odivelas 82.POR-1 CAM
Biblioteca Nacional da Alemanha A 49355
Biblioteca Nacional de Lisboa CAM. 1093 V.
Biblioteca Nacional de Pequim I552.131/C149/TF
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro I-150,7,42

Alguns elementos da catalogação e o facto de três bibliotecas não efectuarem a indexação


aquando da entrada de documentos são as únicas correspondências exactas encontradas entre

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as seis bibliotecas. Qualquer bibliotecário, ao assumir funções, deve conhecer o motivo deste
tratamento diferenciado.

O presente texto visa fornecer, a professores e auxiliares de acção educativa com funções nas
bibliotecas escolares de Odivelas, noções sobre as fases do tratamento documental, as quais
deverão ser complementadas através de encontros personalizados, sempre que os professores
assim o entenderem.

SELECÇÃO E AQUISIÇÃO

Sob a rubrica «Fundo Documental», na página http://www.rbe.min-edu.pt/index.htm, o Gabinete


da Rede de Bibliotecas Escolares (GRBE) ocupa-se, em pormenor, das duas fases iniciais do
tratamento documental, selecção e aquisição, pelo que resta apenas complementar a informação
ali veiculada com algumas fontes de notícias bibliográficas infantis e juvenis, que se julga
poderão vir a ser úteis no processo de selecção e aquisição de documentos.

Na página http://www.rbe.min-edu.pt/pnl/livros_recomendados.htm do GRBE, o texto «LER +:


Plano Nacional de Leitura» divulga uma lista documentos seleccionados e particularmente
adequados a cada ano de escolaridade.

No topo da página http://www.leitura.gulbenkian.pt/ da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG),


encontram-se os apontadores «Catálogo», «Rol de Livros», «Livros da Minha Vida» e «Boletim
Cultural», cujas listas respectivas contêm uma grande variedade bibliográfica, acompanhada, em
algumas, por recensões e notas críticas.

O Serviço de Apoio à Leitura (SAL) do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB),
página http://sal.iplb.pt/index1.php, publica o «Guia de Orientação à Leitura», actualmente com
uma selecção de 150 títulos, divididos por cinco áreas temáticas e três faixas etárias, entre os
seis e os doze anos de idade. O SAL anuncia a ampliação do Guia para breve.

A página http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/infantil/links.htm, do «Projecto Vercial», é dedicada à


literatura infantil, e a página http://guida.querido.net/naveg.htm, «Escritores de Sonho(s)», traz
notas biográficas e bibliografia sumária de escritores portugueses de literatura infantil e juvenil.

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) fornece o acesso à sua base de dados
e à lista de páginas electrónicas dos seus associados, bem como o acesso à pesquisa
bibliográfica de todas as publicações por estes editadas, na página http://www.apel.pt/. Toda esta
informação é também publicada em cd-rom, em edições actualizadas anualmente, com a
vantagem de se poderem efectuar pesquisas por vários pontos de acesso ou expressões de
pesquisa: assunto, ano de publicação, editoras, autores, títulos, etc.

Sob a cota «PE. LIT», na sala de leitura infantil da Biblioteca Municipal D. Dinis (BMDD), podem
ser encontradas as publicações:
- Histórias para Gente de Palmo e Meio: Literatura Portuguesa para Crianças e Jovens,
ISBN 972-8695-01-2;
- A Literatura Infanto-Juvenil na Viragem do Século: Obras Publicadas pela Primeira Vez
em Portugal entre 1999 e Abril de 2001, ISBN 972-8436-25-4;
- Literatura para a Infância e a Juventude: Sugestões de Leitura, ISBN 972-8436-02-5;
- Malasartes: Cadernos de Literatura para a Infância e a Juventude, ISSN 0874-7296
(inclui recensões e notas críticas);
- O Mar nos Livros para Crianças: Recolha Bibliográfica, Lisboa, Câmara Municipal, [2000];
- Vamos Ler! Vamos à Biblioteca!, ISBN 972-98605-2-1; e
- Viajar nos Livros: Guia Orientador de Leitura, ISBN 972-8436-36-X.

Na sala de leitura de adultos da BMDD, tem-se acesso ao boletim anual Ler: Livros & Leitores, da
Fundação Círculo de Leitores, e, sob a rubrica «Literatura Infantil e Juvenil», na página
http://www.cm-odivelas.pt/Extras/BMDD/abc_bibliotecas.asp#6 da BMDD, existe uma lista de
ligações a páginas nacionais e estrangeiras, com alguma bibliografia.

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Ainda relativamente à BMDD, o SABE coloca ao dispor dos professores bibliotecários
interessados a listagem completa das colecções existentes na sala de leitura infantil, bem como
na sala de leitura juvenil.

É importante registar que a aquisição faz-se, não só através de compra, como também por meio
de permuta e de recepção de ofertas. E, numa época que se caracteriza pela chamada
«explosão da informação» ou «explosão documental», é primordial estabelecer formas de gestão
integrada das colecções, como, por exemplo, pela implementação do empréstimo
interbibliotecas, que se torna viável com a criação de um catálogo colectivo.

A BMDD, através do SABE, propõe-se assumir a tarefa de construção desse catálogo colectivo,
visando criar condições para que o empréstimo interbibliotecas possa vir a ser uma realidade, se
os estabelecimentos de ensino de Odivelas assim o desejarem.

REPRESENTAÇÃO DE ASSUNTOS

As duas fases de que se falará a seguir, indexação e classificação, têm a ver com a análise de
documentos, no sentido de determinar o(s) assunto(s) básico(s) de que tratam, e merecem
uma nota introdutória especial conjunta, na forma de adaptação de um trecho do texto O
Conhecimento e a sua Representação, da autoria de Alice Ferry de Moraes e Etelvina Nunes
Arcello, em conformidade com o que se segue:

“Na descrição do conteúdo de um documento, são utilizadas palavras que condensam o


assunto e o identificam com o objectivo de facilitar a recuperação e a transferência do
conhecimento. Estas palavras são representações de representações (textos, conceitos)
e consequentemente guias parciais e imperfeitas. São hierarquizadas de acordo com
correntes teórico-metodológicas. São, ainda, condensadas em classificações
bibliográficas que, além de serem utilizadas na arrumação de documentos em
estantes, pretendem organizar o conhecimento nelas reproduzido.

As representações são baseadas em acções sociais, reflectem momentos históricos,


teorias, ideologias e culturas, e, embora se aproximem da realidade, podem ter
«leituras» diversas. O mercado de informações exige que haja equivalência formal nas
representações para que haja um «construtor» sociocultural. A representação não deve
alterar o objecto representado, mas isto torna-se impossível na medida em que a
representação é uma «leitura» do objecto.”

O objectivo desta introdução é ressaltar o valor de que se revestem as duas fases mencionadas e
a consequente atenção redobrada que lhes deve ser dada.

INDEXAÇÃO

Definição

Pôr em ordem alfabética, ou em outra ordem, qualquer série de palavras ou frases destinada a
auxiliar a localização de informações específicas, é a acepção corrente do termo «indexação».
Esta definição não se distancia muito do significado em ciências documentais: operação
destinada a representar, através de uma linguagem documental ou natural, o resultado da
análise de um documento, visando a sua recuperação. A operação pode fazer-se de três
modos distintos: automático, analítico e sintético.

Na indexação automática, a representação do conteúdo do documento é feita através da


selecção automatizada de termos extraídos do próprio documento, operação que, por exemplo,
torna possível a pesquisa à Internet.

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Na indexação analítica, a representação é feita através da selecção de termos significativos,
provenientes da linguagem natural numa determinada área do saber, selecção esta obtida com
recurso à análise de conteúdo do próprio documento.

Na indexação sintética, ao contrário, a selecção de termos significativos é feita a partir de


fontes lexicais pré-estabelecidas como, por exemplo, listas de cabeçalhos de assunto e
tesauros (assume-se preferência pelas formas aportuguesadas de thesaurus e thesauri).

O tesauro caracteriza-se pela utilização de uma linguagem documental controlada, baseada nas
estruturas hierárquicas de uma ou diversas áreas do conhecimento, em que os elementos são
representados por termos da linguagem natural e as relações entre estes termos são, por sua
vez, representadas por sinais convencionais.

Uma lista alfabética de cabeçalhos de assuntos diferencia-se de um tesauro pela estrutura de


lista aberta, não hierarquizada.

A indexação pode ainda ser pré ou pós-coordenada. A indexação pré-coordenada representa o


conteúdo de um documento com recurso a uma ordem pré-estabelecida, facto que não se
verifica na indexação pós-coordenada.

Estes e outros conceitos chave encontram-se sob a rubrica «Gestão de Sistemas Documentais
III – Glossário», na página da Escola Superior de Educação de Lisboa,
http://www.eselx.ipl.pt/curso_bibliotecas/documentaisIII/glossario.htm, visto que a obra que lhes
serviu de base, Dicionário do Livro, de Maria Isabel Faria e Maria da Graça Pericão, está
esgotada.

Ferramentas de Apoio Disponíveis

Salvo informação em contrário, por consulta efectuada ao GRBE, bem como a bibliotecas
municipais que contam com o SABE já há algum tempo estabelecido, verificou-se a
inexistência de uma ferramenta de trabalho, em português de registo europeu, especificamente
adequada à indexação de documentos em bibliotecas escolares.

Existe informação de iniciativas individuais de professores bibliotecários que se encontram a


elaborar listas de assuntos; não foi possível, no entanto, confirmar essa informação até ao
presente momento.

Um ou outro software de gestão de bibliotecas, existentes no mercado, utilizam tesauro ou lista


de cabeçalhos instalados. Desconhece-se, porém, se estas linguagens documentais atendem
às necessidades específicas das bibliotecas escolares, designadamente quando se trata de
utilizadores de bibliotecas dos estabelecimentos de ensino básico.

Seria bastante louvável se os professores com funções em bibliotecas escolares de


estabelecimentos de ensino de Odivelas, com o apoio dos demais docentes e do SABE,
pudessem levar a cabo esta empresa.

A tarefa certamente seria de execução simples, pela existência do Manual SIPORbase,


publicação da Biblioteca Nacional de Lisboa (BNL), que pormenoriza linhas de orientação no
sentido da normalização da linguagem documental em sistema de indexação português, bem
como pela Lista de Cabeçalhos de Assunto para Bibliotecas, adaptação à língua e ao contexto
cultural portugueses da obra Choix de Vedettes Matières à l’Intention des Bibliothèques, de
Martine Blanc-Montmayeur e Françoise Danset, que de igual modo poderia servir de base para
a concretização deste projecto.

Manual SIPORbase

O Manual SIPORbase é o resultado de uma iniciativa do Grupo de Trabalho de Indexação da


BNL, que teve início em 1986, com o objectivo de criar um sistema de indexação para a
constituição do catálogo alfabético de assuntos na BNL.

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A partir de 1989, o Manual ganhou maior consistência com o estabelecimento do Projecto CLIP –
Compatibilização de Linguagens de Indexação em Português, que se traduz na cooperação entre
o Grupo da BNL e grupos de profissionais de bibliotecas especializadas, no sentido do
aprimoramento e uniformização das linguagens documentais usadas para cada área temática
nas várias bibliotecas.

O Manual reflecte a opção pelo método analítico, ou seja, os termos de indexação são
seleccionados a partir da análise de conteúdo dos documentos, bem como pela linguagem de
indexação pré-coordenada.

Para uma melhor compreensão do que é a indexação pré-coordenada, torna-se necessário


introduzir as definições que se seguem (Manual SIPORbase, p. 5-9, entre outras):

O termo indexação é um nome ou locução nominal, próprio ou comum, convencionado para a


representação uniforme de um conceito ou denominação de uma entidade.

O cabeçalho, elemento da linguagem documental que representa um assunto, pode ser


constituído por apenas um termo de indexação, caso de um assunto simples expresso por um só
conceito, ou por dois ou mais termos de indexação pré-coordenados, caso de um assunto
complexo expresso por mais de um conceito. Assim, o cabeçalho pode apresentar-se de duas
maneiras: subdividido ou não subdividido.

O cabeçalho não subdividido pode ser formado por um substantivo, por expressão adjectiva,
prepositiva ou conjuntiva, ou com qualificador parentético:

- Substantivo – Medicina,
- Expressão adjectiva – Medicina preventiva,
- Expressão prepositiva – Medicina do trabalho,
- Expressão conjuntiva – Médicos como escritores, e
- Qualificador parentético – Português (língua).

O cabeçalho subdividido é formado pelo cabeçalho principal, que representa o assunto básico, e
subdivisão(ões), que representa(m) aspecto(s) ou faceta(s) do assunto básico.

O Manual admite quatro tipos de subdivisão que, quando ocorrem em simultâneo, devem
apresentar a ordem que se segue: Cabeçalho principal, subdivisão de assunto, subdivisão
geográfica, subdivisão cronológica, subdivisão de forma:

Reumatologia–congressos–Europa–Séc. 20–[programas]

Este cabeçalho é o exemplo da indexação pré-coordenada, ou seja, a coordenação é elaborada


pelo bibliotecário no processo de indexação. A diferença entre esta e a indexação pós-
coordenada deve-se apenas ao facto de os elementos constitutivos do exemplo anterior serem
todos considerados cabeçalhos principais, não se admitindo subdivisões, ou seja:

- Reumatologia,
- Congressos,
- Europa,
- Séc. 20, e
- Programas.

A coordenação neste último caso, francamente mais complexa, terá de ser feita pelo utilizador, no
acto de pesquisa ao catálogo de assuntos, com recurso a operadores booleanos.

O Manual orienta ainda no sentido da construção de uma estrutura de referências da linguagem


documental, em número de quatro, para controlo da sinonímia e estruturação semântica do
vocabulário: referências de substituição, referências hierárquicas, referências associativas e
referências gerais «VT» (ver também); assim como de notas explicativas.

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1. As referências de substituição servem de ligação entre termos sinónimos, que conduz do termo
rejeitado para o termo de indexação autorizado, através da colocação de «UP» (usado por) sob o
cabeçalho autorizado e de «USE» sob o termo rejeitado:

CASAMENTO
UP Matrimónio

MATRIMÓNIO
USE Casamento

2. As referências hierárquicas servem de ligação entre dois cabeçalhos imediatamente próximos


na hierarquia de assunto a que ambos pertencem, estabelecendo uma relação recíproca de
níveis semânticos de generalidade/especificidade, através da colocação das abreviaturas «TG»
(termo genérico) sob o cabeçalho específico e «TE» (termo específico) sob o cabeçalho genérico:

EDUCAÇÃO DE ADULTOS
TG Educação

EDUCAÇÃO
TE Educação de adultos

3. As referências associativas servem de ligação entre dois cabeçalhos que têm entre si
afinidades semânticas que não são de natureza hierárquica ou de equivalência, estabelecendo
uma relação recíproca de associação, através da colocação da abreviatura «TA» (termo
associado) sob cada um dos cabeçalhos da associação:

VENENOS
TA Toxicidade

TOXICIDADE
TA Venenos

4. As referências gerais «VT» (ver também) servem para remeter de um cabeçalho para um
grupo de outros cabeçalhos relacionados:

GESTÃO
VT Administração
VT Marketing

5. Por fim, o Manual orienta no sentido da elaboração de notas explicativas (NE) sob cabeçalhos
obscuros, ambíguos ou demasiado latos, destinadas a esclarecer e/ou limitar o âmbito do seu
uso, bem como para manter coerência na sua aplicação:

INDEXAÇÃO (Economia)
NE Aplica-se a documentos sobre os ajustamentos periódicos do valor nominal de certas
grandezas económicas (por exemplo, os salários) a acompanhar a taxa de inflação,
para que se mantenha constante o seu valor real.

Lista de Cabeçalhos de Assunto para Bibliotecas

Ao usar a Lista de Cabeçalhos, o bibliotecário estará, em parte, a fazer opção pelo método
sintético, uma vez que, após a análise de documentos em processo de indexação, poderá
representar o(s) assunto(s) por meio da selecção de termos significativos retirados de uma fonte
lexical pré-estabelecida: a própria Lista de Cabeçalhos. No entanto, dado que a Lista não é
exaustiva, ficando ao critério do bibliotecário acrescentar cabeçalhos e subcabeçalhos, quando
estes não se encontrem na Lista, o método passa então a analítico.

De resto, a Lista integra praticamente todas as linhas de orientação do Manual SIPORbase. De


registar apenas o facto da Lista estabelecer simultaneamente dois níveis de vocabulário para um
mesmo assunto, tendo em vista a sua utilização em bibliotecas com públicos diferenciados.

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Deste modo, a par de «cardiologia» (terminologia científica), encontra-se «coração» (linguagem
natural corrente). As diferentes formas de cabeçalho para um mesmo assunto são ligadas por
remissivas do tipo «ver também».

A título ilustrativo, transcrevem-se a seguir dois exemplos retirados da Lista:

1. Educação

EDUCAÇÃO
VT Ensino
VT Pedagogia
VT no domínio de aplicação
Educação–categorias sociais
VER Categorias sociais–educação. Ex.: Crianças–educação
Educação–economia
Educação–história
Educação–nome de lugar–datas
Educação–política
Educação–psicopedagogia
Educação–sociologia
Educação–teoria
EDUCAÇÃO CÍVICA
EDUCAÇÃO DE ADULTOS
EDUCAÇÃO ESPECIAL
Educação especial–categorias sociais
Educação especial–profissões
EDUCAÇÃO FÍSICA
VT Desportos–ensino
EDUCAÇÃO MORAL
EDUCAÇÃO PERMANENTE
VT Formação permanente
EDUCAÇÃO POPULAR
EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR
VER Ensino pré-escolar
EDUCAÇÃO RELIGIOSA
VER Religiões–ensino
EDUCAÇÃO SEXUAL
VER Sexualidade–educação

2. Ensino

ENSINO
VT Educação
VT Escola
VT Pedagogia
VT no domínio de aplicação
Ensino–apoio
Ensino–categorias sociais
Ensino–custos
Ensino–democratização
Ensino–história
Ensino–informática
Ensino–inovação
Ensino–investigação
Ensino–legislação
Ensino–liberdade
Ensino–manuais
Ensino–materiais
Ensino–métodos

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Ensino–nome de lugar–datas
Ensino–organização
Ensino–política
Ensino–profissões
Ensino–programas
Ensino–reformas
Ensino–sociologia
ENSINO À DISTÂNCIA
VT Auto-aprendizagem
VT Cursos por correspondência
ENSINO AGRÍCOLA
VER Ensino profissional
ENSINO ASSISTIDO POR COMPUTADOR
ENSINO AUDIOVISUAL
VT Audiovisuais–ensino
ENSINO BÁSICO
ENSINO ESPECIAL
Ensino especial–crianças deficientes
Ensino especial–profissão
ENSINO PARTICULAR
ENSINO PRÉ-ESCOLAR
ENSINO PRIMÁRIO
ENSINO PRIVADO
ENSINO PROFISSIONAL
VT Escolas profissionais
ENSINO PROGRAMADO
ENSINO PÚBLICO
ENSINO SECUNDÁRIO
ENSINO SUPERIOR
VT Escolas superiores
VT Universidades
ENSINO TÉCNICO
VER Ensino profissional

Tesauros

Existe uma série de tesauros em língua portuguesa, sendo praticamente todos eles
especificidades de determinadas áreas da ciência ou áreas profissionais, destinados a bibliotecas
e centros de documentação e informação especializados, como, por exemplo, o TEE (Tesauro
Europeu da Educação), sucessor do EUDISED (Sistema Europeu de Documentação e
Informação para a Educação), e sucedido pelo TESE (Tesauro Europeu dos Sistemas
Educativos).

O EUROVOC (ISSN 1725-4345) será talvez o único tesauro abrangente com edição em língua
portuguesa no padrão europeu.

A elaboração de um tesauro destinado à indexação de documentos em bibliotecas escolares é


simples. Uma vez que a época dos enciclopedistas ficou bem para trás no tempo, o
empenhamento de docentes das várias disciplinas é fundamental e o único condicionalismo para
o êxito da empreitada.

A título ilustrativo, efectuar-se-á uma demonstração parcial do processo de elaboração de um


tesauro:

1. Objectivo – estabelecer linguagem documental controlada com base em estruturas


hierárquicas e de relações referentes a uma determinada área do conhecimento, cujos elementos
serão representados pela terminologia da especialidade e em que as relações serão
representadas pelas abreviaturas que se seguem:

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 10/79


CHAVE
NE Nota explicativa
TA Termo associado
TE Termo específico
TG Termo genérico
UP Usado por [termo rejeitado]
USE Use [termo autorizado]

Os termos polissémicos e/ou relativos a outras áreas do conhecimento serão seguidos de


qualificadores parentéticos, com o objectivo de delimitar-lhes a aplicação.

2. Âmbito – «Literatura».

3. Princípios gerais – tentar-se-á conciliar a divisão genológica tradicional com contributos


teóricos modernos e optar-se-á inicialmente por reunir tudo o que se refira a correntes, escolas,
estilos, movimentos, períodos, tendências... sob «história literária», visto verificar-se, entre
especialistas, alguma falta de uniformidade no emprego desta terminologia específica.

4. Fontes – recorrer-se-á basicamente à bibliografia que se segue:

Moisés, Massaud – A Criação Literária: Poesia. 13.ª ed. rev. São Paulo: Cultrix, 2003.
Moisés, Massaud – A Criação Literária: Prosa. 16.ª ed. rev. e aumentada. São Paulo: Cultrix,
1982.
Paz, Olegário; Moniz, António – Dicionário Breve de Termos Literários. Lisboa: Presença, 1997.
Reis, Carlos – O Conhecimento da Literatura: Introdução aos Estudos Literários. Coimbra:
Almedina, 1995.
Reis, Carlos; Lopes, Ana Cristina M. – Dicionário de Narratologia. 6.ª ed. Coimbra: Almedina,
1998.

5. Definição – «literatura» é a arte que consiste no uso estético da linguagem, na produção de


obras literárias.

6. Procedimento – gradual, partindo do geral para o particular:

Literatura
TG Arte
TA Língua

Língua*
TA Literatura

Literatura
TG Arte
TE Crítica literária
TE História literária
TE Literatura comparada
TE Obras de referência
TE Teoria literária
TA Língua

Literatura
TG Arte
TE Crítica literária
TE História literária
TE Literatura comparada
TE Obras de referência
TE Teoria literária
TA Língua
Crítica literária
TG Literatura

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TE Análises literárias
TE Recensões críticas
NE Estudo analítico-interpretativo do texto literário, dotado de instrumentação teórica e
metodológica, de acordo com o contexto histórico-cultural em que se insere bem como
com a intenção do seu autor
História literária
TG Literatura
TE Correntes literárias
TE Épocas literárias
TE Escolas literárias
TE Estilos de época
TE Movimentos literários
TE Períodos literários
TE Tendências literárias
TA Historiografia
Obras de referência
TG Literatura
TE Bibliografias literárias
TE Dicionários literários
TE Enciclopédias literárias
Teoria literária
TG Literatura
TE Criação literária
TE Estilística (literatura)
TE Estruturalismo
TE Formalismo russo
TE Géneros literários
TE Modos literários
TE New criticism
TE Semiótica (literatura)

E assim sucessivamente...

7. Resultado Preliminar:

A Águia
TG História literária
Adágios
USE Aforismos
Adivinhas
TG Géneros híbridos
UP Enigmas
Aforismos
TG Géneros híbridos
UP Adágios
UP Anexins
UP Apotegmas
UP Ditados
UP Máximas
UP Provérbios
UP Rifões
UP Sentenças
Albas
TG Cantigas de amigo
UP Alvas
Alvas
USE Albas
Anais literários
TG Literatura periódica
UP Anuários literários

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Análises literárias
TG Crítica literária
TA Recensões críticas
NE Análise descritiva dos elementos constitutivos da obra literária com finalidade didáctico-
pedagógica
Anexins
USE Aforismos
Anuários literários
USE Anais literários
Apartes
TG Monólogos
Apotegmas
USE Aforismos
Arcádia Lusitana
TG História literária
UP Arcádia Ulissiponense
Arcádia Ulissiponense
USE Arcádia Lusitana
Arcadismo
USE Neoclassicismo
Arremedilhos
TG Dramas medievais
Autobiografias
TG Historiografia
TA Romances autobiográficos
Autos
TG Dramas medievais
TE Autos de moralidade
Autos de moralidade
TG Autos
Bailadas
TG Cantigas de amigo
UP Bailias
Bailias
USE Bailadas
Banda desenhada
TG Géneros híbridos
Barcarolas
TG Cantigas de amigo
UP Marinhas
Barroco
TG História literária
Bibliografias literárias
TG Obras de referência
Bildungsroman
USE Romances formativos
Biografias
TG Historiografia
TE Biografias analíticas
TE Biografias narrativas
TE Biografias romanceadas
Biografias analíticas
TG Biografias
Biografias narrativas
TG Biografias
Biografias romanceadas
TG Biografias
TA Romances biográficos
NE Biografias baseadas em factos reais e documentados
Boletins literários

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TG Literatura periódica
Canções
TG Poesia lírica
TE Cançonetas
TE Rondéis
TE Seguidilhas
Canções de gesta
USE Poesia épica
Cançonetas
TG Canções
Cantares de gesta
USE Poesia épica
Cantigas
TG Poesia lírica
TE Cantigas de amigo
TE Cantigas de amor
TE Cantigas de escárnio e maldizer
TE Cantigas de tear
TE Poesia lírica galego-portuguesa
Cantigas de amigo
TG Cantigas
TE Albas
TE Bailadas
TE Barcarolas
TE Cantigas de romaria
TE Pastorelas
Cantigas de amor
TG Cantigas
UP Cantigas de mestria
UP Desacordos
Cantigas de escárnio e maldizer
TG Cantigas
Cantigas de mestria
USE Cantigas de amor
Cantigas de romaria
TG Cantigas de amigo
Cantigas de Santa Maria
TG Poesia lírica galego-portuguesa
Cantigas de tear
TG Cantigas
Cantigas trovadorescas
USE Poesia lírica galego-portuguesa
Cartas
TG Epistolografia
TA Correspondência
Ciclo romanesco
USE Série romanesca
Classicismo
TG História literária
Comédias
TG Drama (literatura)
Conceptismo
TG História literária
Concretismo
TG História literária
Conferências do Casino
TG História literária
Confissões
TG Historiografia
Construtivismo

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 14/79


TG História literária
Conto
TG Narrativa
TE Contos de fadas
TE Contos etiológicos
TE Contos exemplares
TE Contos fantásticos
TE Contos populares
UP Narrativas
Contos de fadas
TG Conto
Contos de ficção científica
USE Ficção científica
Contos etiológicos
TG Conto
Contos exemplares
TG Conto
TA Novelas exemplares
Contos fantásticos
TG Conto
TA Romances fantásticos
Contos policiais
USE Policial
Contos populares
TG Conto
UP Contos tradicionais
Contos tradicionais
USE Contos populares
Correntes literárias
TG História literária
TA Épocas literárias
TA Escolas literárias
TA Estilos de época
TA Movimentos literários
TA Períodos literários
TA Tendências literárias
Correspondência
TG Epistolografia
TA Cartas
Criação literária
TG Teoria literária
TA Escrita criativa
Criacionismo
TG História literária
Crítica literária
TG Literatura
TE Análises literárias
TE Recensões críticas
NE Estudo analítico-interpretativo do texto literário, dotado de instrumentação teórica e
metodológica, de acordo com o contexto histórico-cultural em que se insere bem como
com a intenção do seu autor
Crónicas de cinema
TG Crónicas de imprensa
Crónicas de imprensa
TG Literatura periódica
TE Crónicas de cinema
TE Crónicas de moda
TE Crónicas desportivas
TE Crónicas literárias
TA Crónicas históricas

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 15/79


Crónicas de moda
TG Crónicas de imprensa
Crónicas desportivas
TG Crónicas de imprensa
Crónicas históricas
TG Historiografia
UP Cronicões
Crónicas literárias
TG Crónicas de imprensa
Cronicões
USE Crónicas históricas
Cubismo
TG História literária
Dantismo
TG História literária
Decadentismo
TG História literária
Desacordos
USE Cantigas de amor
Diálogos
TG Géneros híbridos
Diários
TG Historiografia
TA Romances diarísticos
Dicionários literários
TG Obras de referência
Discursos
TG Géneros híbridos
Ditados
USE Aforismos
Ditirambos
TG Poesia lírica
Drama (literatura)
TG Géneros literários
TE Comédias
TE Dramas de actualidade
TE Dramas de terror
TE Dramas didácticos
TE Dramas históricos
TE Dramas íntimos
TE Dramas medievais
TE Dramas musicais
TE Dramas populares
TE Dramas românticos
TE Melodramas
TE Monólogos
TE Récitas (drama)
TE Revistas (drama)
TE Sátiras (drama)
TE Tragédias
TE Tragicomédias
TA Poesia dramática
TA Teatro
UP Modo dramático
UP Peças teatrais
NE Texto literário que se destina a servir de base à representação teatral
Dramas de actualidade
TG Drama (literatura)
Dramas de terror
TG Drama (literatura)

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 16/79


Dramas didácticos
TG Drama (literatura)
Dramas históricos
TG Drama (literatura)
Dramas íntimos
TG Drama (literatura)
Dramas medievais
TG Drama (literatura)
TE Arremedilhos
TE Autos
TE Entremezes
TE Farsas
TE Milagres
TE Mimos
TE Mistérios
TE Momos
TE Paródias
Dramas musicais
TG Drama (literatura)
TA Melodramas
UP Musicais
Dramas populares
TG Drama (literatura)
Dramas românticos
TG Drama (literatura)
Écoglas
TG Poesia bucólica
TE Écoglas bucólicas
TE Écoglas piscatórias
UP Égoglas
Écoglas bucólicas
TG Écoglas
Écoglas marítimas
USE Écoglas piscatórias
Écoglas piscatórias
TG Écoglas
UP Écoglas marítimas
Égoglas
USE Écoglas
Elegias
TG Poesia lírica
TE Prantos
UP Poesia elegíaca
Elmanismo
TG História literária
Enciclopédias literárias
TG Obras de referência
Encómios
USE Panegíricos
Enigmas
USE Adivinhas
Ensaios
TG Géneros híbridos
TA Romances ensaísticos
Entremezes
TG Dramas medievais
Entrevistas
TG Historiografia
Epigramas
TG Poesia satírica

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 17/79


Epistolografia
TG Historiografia
TE Cartas
TE Correspondência
TA Romances epistolares
Epitáfios
TG Poesia satírica
Epitalâmios
TG Odes
Época clássica
TG Épocas literárias
Época contemporânea
TG Épocas literárias
Época medieval
TG Épocas literárias
Época moderna
TG Épocas literárias
Épocas literárias
TG História literária
TE Época clássica
TE Época contemporânea
TE Época medieval
TE Época moderna
TA Correntes literárias
TA Escolas literárias
TA Estilos de época
TA Movimentos literários
TA Períodos literários
TA Tendências literárias
Epopeias (narrativa)
TG Narrativa
Epopeias (poesia épica)
TG Poesia épica
Escolas literárias
TG História literária
TA Correntes literárias
TA Épocas literárias
TA Estilos de época
TA Movimentos literários
TA Períodos literários
TA Tendências literárias
Esparsas
TG Poesia lírica
Estilística (literatura)
TG Teoria literária
TA Estilística (gramática)
Estilos de época
TG Teoria literária
TA Correntes literárias
TA Épocas literárias
TA Escolas literárias
TA Movimentos literários
TA Períodos literários
TA Tendências literárias
Estruturalismo
TG Teoria literária
Estudos literários comparados
USE Literatura comparada
Eufuísmo
TG História literária

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 18/79


Expressionismo
TG História literária
Fábulas
TG Narrativa
Farsas
TG Dramas medievais
TE Farsas de bobos
TE Farsas satíricas
Farsas de bobos
TG Farsas
Farsas satíricas
TG Farsas
Ficção
USE Narrativa
Ficção científica
TG Conto
TG Novela
TG Romance
UP Contos de ficção científica
UP Novelas de ficção científica
UP Romances de ficção científica
Filintismo
TG História literária
Folhetins
TG Romance
TA Literatura periódica
UP Romances de folhetim
Formalismo russo
TG Teoria literária
Fotonovelas
TG Literatura periódica
Futurismo
TG História literária
Géneros híbridos
TG Géneros literários
TE Adivinhas
TE Aforismos
TE Banda desenhada
TE Diálogos
TE Discursos
TE Ensaios
TE Historiografia
TE Literatura erótica
TE Literatura panfletária
TE Literatura periódica
TE Literatura popular
TE Literatura religiosa
TE Narrativas de naufrágio
TE Narrativas de viagem
TE Sátira (géneros híbridos)
TE Sermões
Géneros literários
TG Teoria literária
TE Drama (literatura)
TE Géneros híbridos
TE Narrativa
TE Poesia
TA Modos literários
Geração da Presença
TG História literária

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 19/79


Geração de 70
TG História literária
Geração de 90
TG História literária
Geração de Orpheu
TG História literária
UP Segundo modernismo português
Gongorismo
TG História literária
Hinos
TG Poesia lírica
História literária
TG Literatura
TE A Águia
TE Arcádia Lusitana
TE Barroco
TE Classicismo
TE Conceptismo
TE Concretismo
TE Conferências do Casino
TE Construtivismo
TE Correntes literárias
TE Criacionismo
TE Cubismo
TE Dantismo
TE Decadentismo
TE Elmanismo
TE Épocas literárias
TE Escolas literárias
TE Estilos de época
TE Estruturalismo
TE Eufuísmo
TE Expressionismo
TE Filintismo
TE Futurismo
TE Geração da Presença
TE Geração de 70
TE Geração de 90
TE Geração de Orpheu
TE Gongorismo
TE Imagismo
TE Impressionismo
TE Interseccionismo
TE Maneirismo
TE Modernismo
TE Movimentos literários
TE Naturalismo
TE Neoclassicismo
TE Neogarretismo
TE Neopaganismo
TE Neo-realismo
TE Nouveau roman
TE Nova Arcádia
TE Parnasianismo
TE Paulismo
TE Períodos literários
TE Petrarquismo
TE Pós-modernismo
TE Pré-romantismo
TE Primitivismo

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 20/79


TE Quatrocentismo
TE Questão Coimbrã
TE Quinhentismo
TE Realismo
TE Renascença Portuguesa
TE Romantismo
TE Saudosismo
TE Seiscentismo
TE Sensacionismo
TE Setecentismo
TE Simbolismo
TE Surrealismo
TE Tendências literárias
TE Ultraísmo
TE Ultra-romantismo
TE Vorticismo
TA Historiografia
Historiografia
TG Géneros híbridos
TE Autobiografias
TE Biografias
TE Confissões
TE Crónicas históricas
TE Diários
TE Entrevistas
TE Epistolografia
TE Memórias
TA História literária
Humor
USE Sátira (géneros híbridos)
Idílios
TG Poesia bucólica
Imagismo
TG História literária
Impressionismo
TG História literária
Interseccionismo
TG História literária
Jornais literários
TG Literatura periódica
Lais
TG Poesia lírica
Lendas
TG Narrativa
Lírica
USE Poesia lírica
Literatura
TG Arte
TE Crítica literária
TE História literária
TE Literatura comparada
TE Obras de referência
TE Teoria literária
TA Língua
Literatura comparada
TG Literatura
UP Estudos literários comparados
Literatura de cordel
USE Literatura popular
Literatura erótica

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 21/79


TG Géneros híbridos
Literatura oral
USE Literatura popular
Literatura panfletária
TG Géneros híbridos
UP Panfletos
Literatura periódica
TG Géneros híbridos
TE Anais literários
TE Boletins literários
TE Crónicas de imprensa
TE Fotonovelas
TE Jornais literários
TE Revistas literárias
TA Folhetins
TA Recensões críticas
Literatura popular
TG Géneros híbridos
UP Literatura de cordel
UP Literatura oral
UP Literatura tradicional
Literatura religiosa
TG Géneros híbridos
Literatura tradicional
USE Literatura popular
Madrigais
TG Poesia bucólica
Maneirismo
TG História literária
Marinhas
USE Barcarolas
Máximas
USE Aforismos
Melodramas
TG Drama (literatura)
TA Dramas musicais
Memórias
TG Historiografia
Milagres
TG Dramas medievais
Mimos
TG Dramas medievais
Mistérios
TG Dramas medievais
Modernismo
TG História literária
Modo autobiográfico
TG Modos derivados
Modo biográfico
TG Modos derivados
Modo bucólico
TG Modos derivados
Modo cómico
TG Modos derivados
Modo dramático
USE Drama (literatura)
Modo elegíaco
TG Modos derivados
Modo épico
TG Modos derivados

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 22/79


Modo histórico
TG Modos derivados
Modo lírico
USE Poesia
Modo narrativo
USE Narrativa
Modo novelístico
TG Modos derivados
Modo trágico
TG Modos derivados
Modos derivados
TG Modos literários
TE Modo autobiográfico
TE Modo biográfico
TE Modo bucólico
TE Modo cómico
TE Modo elegíaco
TE Modo épico
TE Modo histórico
TE Modo novelístico
TE Modo trágico
Modos literários
TE Modos derivados
TA Géneros literários
Momos
TG Dramas medievais
Monólogos
TG Drama (literatura)
TE Apartes
Movimentos literários
TG História literária
TA Correntes literárias
TA Épocas literárias
TA Escolas literárias
TA Estilos de época
TA Períodos literários
TA Tendências literárias
Musicais
USE Dramas musicais
Narrativa
TG Géneros literários
TE Conto
TE Epopeias (narrativa)
TE Fábulas
TE Lendas
TE Novela
TE Prosa poética
TE Romance
UP Ficção
UP Modo narrativo
UP Prosa
UP Prosa narrativa
Narrativas
USE Conto
Narrativas de naufrágio
TG Géneros híbridos
Narrativas de viagem
TG Géneros híbridos
TA Romances de viagem
Naturalismo

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 23/79


TG História literária
Neoclassicismo
TG História literária
UP Arcadismo
Neogarretismo
TG História literária
Neopaganismo
TG História literária
Neo-realismo
TG História literária
UP Novo realismo
UP Realismo sociológico
New criticism
TG Teoria literária
Nouveau roman
TG História literária
UP Novo romance
Nova Arcádia
TG História literária
Novela
TG Narrativa
TE Novelas de cavalaria
TE Novelas exemplares
TE Novelas picarescas
TE Novelas sentimentais
Novelas de cavalaria
TG Novela
TA Romances de cavalaria
Novelas de ficção científica
USE Ficção científica
Novelas exemplares
TG Novela
TA Contos exemplares
Novelas picarescas
TG Novela
TA Romances picarescos
Novelas policiais
USE Policial
Novelas sentimentais
TG Novela
TA Romances sentimentais
Novo realismo
USE Neo-realismo
Novo romance
USE Nouveau roman
Obras de referência
TG Literatura
TE Bibliografias literárias
TE Dicionários literários
TE Enciclopédias literárias
Odes
TG Poesia lírica
TE Epitalâmios
TE Odes amorosas
TE Odes anacreônticas
TE Odes bucólicas
TE Odes cívicas
TE Odes horacianas
TE Odes pindáricas
TE Odes privadas

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 24/79


Odes amorosas
TG Odes
Odes anacreônticas
TG Odes
UP Odes báquicas
Odes báquicas
USE Odes anacreônticas
Odes bucólicas
TG Odes
Odes cívicas
TG Odes
Odes horacianas
TG Odes
Odes pindáricas
TG Odes
Odes privadas
TG Odes
Panegíricos
TG Sermões
UP Encómios
Panfletos
USE Literatura panfletária
Parnasianismo
TG História literária
Paródias
TG Dramas medievais
Paródias (géneros híbridos)
USE Sátira (géneros híbridos)
Pastorelas
TG Cantigas de amigo
Paulismo
TG História literária
Peças teatrais
USE Drama (literatura)
Períodos literários
TG História literária
TA Correntes literárias
TA Épocas literárias
TA Escolas literárias
TA Estilos de época
TA Movimentos literários
TA Tendências literárias
Petrarquismo
TG História literária
Poemas em prosa
TG Poesia
TA Prosa poética
Poesia
TG Géneros literários
TE Poesia alegórica
TE Poesia bucólica
TE Poesia caligramática
TE Poesia concreta
TE Poesia descritiva
TE Poesia didáctica
TE Poesia dramática
TE Poemas em prosa
TE Poesia épica
TE Poesia experimental
TE Poesia herói-cómica

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 25/79


TE Poesia lírica
TE Poesia satírica
UP Modo lírico
Poesia alegórica
TG Poesia
Poesia auditiva
TG Poesia experimental
Poesia bucólica
TG Poesia
TE Madrigais
TE Écoglas
TE Idílios
UP Poesia pastoril
Poesia caligramática
TG Poesia
UP Poesia visual
Poesia conceptual
TG Poesia experimental
Poesia concreta
TG Poesia
Poesia descritiva
TG Poesia
Poesia didáctica
TG Poesia
Poesia dramática
TG Poesia
TA Drama (literatura)
Poesia elegíaca
USE Elegias
Poesia épica
TG Poesia
TE Epopeias (poesia épica)
UP Canções de gesta
UP Cantares de gesta
UP Poesia heróica
Poesia espacial
TG Poesia experimental
Poesia experimental
TG Poesia
TE Poesia auditiva
TE Poesia conceptual
TE Poesia espacial
TE Poesia linguística
TE Poesia respiratória
TE Videopoesia
Poesia heróica
USE Poesia épica
Poesia herói-cómica
TG Poesia
Poesia linguística
TG Poesia experimental
Poesia lírica
TG Poesia
TE Baladas
TE Canções
TE Cantigas
TE Ditirambos
TE Elegias
TE Esparsas
TE Hinos

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 26/79


TE Lais
TE Odes
TE Rondós
TE Sextinas
TE Sonetos
TE Vilancetes
UP Lírica
Poesia lírica galego-portuguesa
TG Cantigas
TE Cantigas de Santa Maria
TE Serranilhas
UP Cantigas trovadorescas
UP Poesia trovadoresca
Poesia pastoril
USE Poesia bucólica
Poesia respiratória
TG Poesia experimental
Poesia satírica
TG Poesia
TE Epigramas
TE Epitáfios
TE Serventeses
Poesia trovadoresca
USE Poesia lírica galego-portuguesa
Poesia visual
USE Poesia caligramática
Pós-modernismo
TG História literária
Prantos
TG Elegias
Pré-romantismo
TG História literária
Primitivismo
TG História literária
Prosa
USE Narrativa
Prosa narrativa
USE Narrativa
Prosa poética
TG Narrativa
TA Poemas em prosa
TA Romances líricos
Prosa satírica
USE Sátira (géneros híbridos)
Provérbios
USE Aforismos
Quatrocentismo
TG História literária
UP Quatrocentista
Quatrocentista
USE Quatrocentismo
Questão Coimbrã
TG História literária
Quinhentismo
TG História literária
UP Quinhentista
Quinhentista
USE Quinhentismo
Realismo
TG História literária

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 27/79


Realismo sociológico
USE Neo-realismo
Recensões críticas
TG Crítica literária
TA Análises literárias
TA Literatura periódica
NE Apresentação relativamente breve, impressionista, de teor descritivo e, regra geral,
dominada por um propósito judicativo
Récitas (drama)
TG Drama (literatura)
Renascença Portuguesa
TG História literária
Revistas (drama)
TG Drama (literatura)
UP Teatros de revista
Revistas literárias
TG Literatura periódica
Rifões
USE Aforismos
Romance
TG Narrativa
TE Ficção científica
TE Folhetins
TE Romances autobiográficos
TE Romances barrocos
TE Romances biográficos
TE Romances bucólicos
TE Romances cabalísticos
TE Romances cor-de-rosa
TE Romances de acção
TE Romances de aventuras
TE Romances de cavalaria
TE Romances de costumes
TE Romances de educação
TE Romances de espaço
TE Romances de espionagem
TE Romances de família
TE Romances de formação
TE Romances de guerra
TE Romances de personagem
TE Romances de tese
TE Romances de viagem
TE Romances diarísticos
TE Romances didácticos
TE Romances ensaísticos
TE Romances epistolares
TE Romances exóticos
TE Romances fantásticos
TE Romances filosóficos
TE Romances formativos
TE Romances frescos
TE Romances góticos
TE Romances históricos
TE Romances impressionistas
TE Romances introspectivos
TE Romances líricos
TE Romances negros
TE Romances picarescos
TE Romances polifónicos
TE Romances políticos

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 28/79


TE Romances propagandísticos
TE Romances psicológicos
TE Romances realistas
TE Romances religiosos
TE Romances rurais
TE Romances satíricos
TE Romances sentimentais
TE Romances simbólicos
TE Romances sociais
TE Romances tendenciosos
TE Romances urbanos
TE Romances virtuosos
TE Série romanesca
Romances autobiográficos
TG Romance
TA Autobiografias
Romances barrocos
TG Romance
Romances biográficos
TG Romance
TA Biografias romanceadas
NE Biografias fictícias
Romances bucólicos
TG Romance
Romances cabalísticos
TG Romance
Romances cor-de-rosa
TG Romance
Romances de acção
TG Romance
Romances de aventuras
TG Romance
Romances de cavalaria
TG Romance
TA Novelas de cavalaria
Romances de costumes
TG Romance
Romances de educação
TG Romance
Romances de espaço
TG Romance
Romances de espionagem
TG Romance
Romances de família
TG Romance
Romances de ficção científica
USE Ficção científica
Romances de folhetim
USE Folhetins
Romances de formação
TG Romance
Romances de guerra
TG Romance
Romances de personagem
TG Romance
Romances de tese
TG Romance
Romances de viagem
TG Romance
TA Narrativas de viagem

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 29/79


Romances diarísticos
TG Romance
TA Diários
Romances didácticos
TG Romance
Romances ensaísticos
TG Romance
TA Ensaios
Romances epistolares
TG Romance
TA Epistolografia
Romances exóticos
TG Romance
Romances fantásticos
TG Romance
TA Contos fantásticos
Romances filosóficos
TG Romance
Romances formativos
TG Romance
UP Bildungsroman
Romances frescos
TG Romance
Romances góticos
TG Romance
Romances históricos
TG Romance
Romances impressionistas
TG Romance
Romances introspectivos
TG Romance
Romances líricos
TG Romance
TA Prosa poética
Romances negros
TG Romance
Romances picarescos
TG Romance
TA Novelas picarescas
Romances policiais
USE Policial
Romances polifónicos
TG Romance
Romances políticos
TG Romance
Romances propagandísticos
TG Romance
Romances psicológicos
TG Romance
Romances realistas
TG Romance
Romances religiosos
TG Romance
Romances rurais
TG Romance
Romances satíricos
TG Romance
Romances sentimentais
TG Romance
TA Novelas sentimentais

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 30/79


Romances simbólicos
TG Romance
Romances sociais
TG Romance
Romances tendenciosos
TG Romance
Romances urbanos
TG Romance
Romances virtuosos
TG Romance
Romantismo
TG História literária
TE Pré-romantismo
TE Ultra-romantsmo
Rondéis
TG Canções
Rondós
TG Poesia lírica
Sátira (géneros híbridos)
TG Géneros híbridos
TA Sátiras (drama)
UP Humor
UP Paródias (géneros híbridos)
UP Prosa satírica
Sátiras (drama)
TG Drama (literatura)
TA Sátira (géneros híbridos)
Saudosismo
TG História literária
Seguidilhas
TG Canções
Segunda geração romântica
USE Ultra-romantismo
Segundo modernismo português
USE Geração de Orpheu
Seiscentista
USE Seiscentismo
Seiscentismo
TG História literária
UP Seiscentista
Semiótica (literatura)
TG Teoria literária
TA Semiótica (linguística)
Sensacionismo
TG História literária
Sentenças
USE Aforismos
Série romanesca
TG Romance
UP Ciclo romanesco
Sermões
TG Géneros híbridos
TE Panegíricos
Serranilhas
TG Poesia lírica galego-portuguesa
Serventeses
TG Poesia satírica
UP Serventésios
Serventésios
USE Serventês

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 31/79


Setecentismo
TG História literária
UP Setecentista
Setecentista
USE Setecentismo
Sextinas
TG Poesia lírica
Simbolismo
TG História literária
Sobrerrealismo
USE Surrealismo
Sonetos
TG Poesia lírica
Super-realismo
USE Surrealismo
Surrealismo
TG História literária
UP Sobrerrealismo
UP Super-realismo
Teatros de revista
USE Revistas (drama)
Tendências literárias
TG História literária
TA Correntes literárias
TA Épocas literárias
TA Escolas literárias
TA Estilos de época
TA Movimentos literários
TA Períodos literários
Teoria literária
TG Literatura
TE Criação literária
TE Estilística (literatura)
TE Estruturalismo
TE Formalismo russo
TE Géneros literários
TE Modos literários
TE New criticism
TE Semiótica (literatura)
Tragédias
TG Drama (literatura)
Tragicomédias
TG Drama (literatura)
Ultraísmo
TG História literária
Ultra-romantismo
TG História literária
UP Segunda geração romântica
Videopoesia
TG Poesia experimental
Vilancetes
TG Poesia lírica
Vorticismo
TG História literária

Finda a fase preliminar, direcciona-se a atenção no sentido de apurar estruturas hierárquicas e de


relações, o que se traduz, por exemplo, em resolver situações de redundância/sinonímia que
muito provavelmente existirão na tipologia atribuída ao «romance», bem como em procurar o
auxílio de um especialista de confiança que se disponha a dar apoio na hierarquização correcta
dos termos colocados primariamente sob «história literária».

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 32/79


Dado que os termos abaixo indicados integram-se noutras áreas do conhecimento, ficariam
provisoriamente destacados, a fim de que, concluída a tarefa acima, as áreas respectivas fossem
tratadas com prioridade:

Arte*
TE Literatura
Língua*
TA Literatura
Escrita criativa*
TG Língua
TA Criação literária
TA Géneros literários
Estilística (gramática)*
TA Estilística (literatura)
Semiótica (linguística)*
TA Semiótica (literatura)
Teatro*
TA Drama (literatura)
NE Arte de representar dramas, lugar onde se representam dramas ou se dão espectáculos

O tesauro é uma ferramenta de apoio superior à lista alfabética de assuntos, pelo maior controlo
que exerce sobre a linguagem documental através da estrutura de referências (de substituição,
hierárquica, associativa e geral), e, no processo de indexação, dá maior segurança ao
bibliotecário que se sente pouco à vontade relativamente a determinadas áreas do conhecimento.

Método Provisório

Numa fase inicial propõe-se fazer uso da Lista de Cabeçalhos de Assunto para Bibliotecas na
indexação de documentos destinados ao catálogo colectivo da Rede Concelhia de Bibliotecas
Escolares.

Posteriormente será apresentado às escolas do concelho de Odivelas o projecto de elaboração


de um tesauro integrado, que abranja todos os conteúdos, do 1.º ao 12.º ano de escolaridade.

CLASSIFICAÇÃO

Definição

A classificação define-se como estruturação de conceitos em classes e subclasses de modo a


exprimir as relações semânticas existentes entre os conceitos, com recurso a uma linguagem
documental pré-definida, representada através de notações, também elas pré-definidas.

A notação é um código que representa o assunto de que trata o documento e, consoante o


aspecto ou conteúdo, pode ser designada como: alfabética, alfanumérica, binária, decimal,
estruturada, hierárquica, léxica, numérica, ortográfica, sistemática, etc.

A classificação tem como objectivo a organização, por assunto, de documentos em estantes ou


noutras formas de armazenamento e de catálogos, manuais ou automatizados, visando a
recuperação de informação através de consulta por meio de códigos de assunto, e, ainda, a troca
de informação entre agências bibliográficas, nacionais e internacionais.

Estas funções fazem maior sentido em bibliotecas cujas colecções, em número de espécies,
ascendem às dezenas ou centenas de milhar. No entanto, o ideal seria que, mesmo em
bibliotecas com essas dimensões, a classificação fosse sempre complementada com a
indexação, bem como com um sistema de atribuição de cotas de fácil assimilação, e, também,
com um sistema de orientação gráfica, por forma a tornar o contacto directo com os documentos
(browsing) aprazível.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 33/79


Com base nesta afirmação, seria razoável questionar o emprego de um sistema de classificação
em bibliotecas de menor escala, como, por exemplo, em bibliotecas escolares, já que os
processos de indexação e de cotação, bem como o sistema de orientação gráfica poderiam, em
sentido mais amplo, ser considerados redundantes. Acontece, no entanto, que os sistemas de
indexação, de cotação e de orientação gráfica são habitualmente criações locais, específicos
para cada biblioteca em função do público alvo ou utilizadores.

Tendo em consideração a troca de informação entre agências bibliográficas, bem como a


rotatividade de pessoal afecto às bibliotecas escolares, por vezes não sendo possível identificar
os critérios adoptados pelos professores bibliotecários antecessores, é essencial o uso de uma
linguagem controlada e universal para a recuperação de documentos por representação de
assunto. O melhor método, nestas situações, é sem dúvida fazer uso de um sistema de
classificação.

Cronologia das Classificações Bibliográficas

1545 – Classificação de Gesner


1595 – Classificação de Maunsell
1627 – Classificação de Naudé
1691 – Classificação de Leibniz
1814 – Classificação de Horne
Classificação de Brunet
1836 – Classificação do Museu Britânico
1842 – Classificação de Merlin
1843 – Classificação de Garnier
1852 – Classificação de Schleiermacher
1854 – Classificação de Palermo
1857 – Classificação da Sociedade Real
1859 – Classificação de Edwards
Classificação de Trubner
1870 – Classificação de Harris*
1871 – Classificação de Schwartz*
1876 – Classificação Decimal de Dewey*
1882 – Classificação de Smith
Classificação Racional de Perkins*
1888 – Classificação de Hartwig*
1889 – Classificação de Fletcher*
Classificação do Colégio Sion, de Londres*
1890 – Classificação de Bonazzi*
Classificação Expansiva de Cutter*
1894 – Classificação de Quinn-Brown
Classificação de Rowell*
1895 – Classificação de Sonnenschein
1896 – Classificação de Ogle
1898 – Classificação Ajustável de Brown*
1899 – Classificação da Biblioteca do Congresso*
1900 – Classificação de Richardson (Universidade de Princeton)*
1901 – Classificação Científica Internacional*
1905 – Classificação Decimal Universal*
1906 – Classificação de Assuntos de Brown*
1933 – Classificação dos Dois Pontos de Ranganathan*
1940 – Classificação Bibliográfica de Bliss*
1961 – Classificação Internacional de Rider*
1975 – Classificação para Bibliotecas Chinesas*

Esta cronologia resulta de adaptação feita a partir de uma tradução do artigo “Rethinking on the
Concepts in the Study of Classification”, de Prithvi Nath Kaula, publicado em Herald of Library
Science, Varanasi, 23 (1-2) Jan.-Apr. 1984, p. 30-44, e que se encontra na página
http://www.conexaorio.com/biti/kaula/index.htm.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 34/79


As classificações assinaladas com asterisco diferenciam-se das demais por se apoiarem em
esquemas de notações, o que permite o seu emprego na organização de documentos em
estantes. Seleccionam-se, entre as classificações com esquema de notações, por serem um
pouco mais desenvolvidas, as consideradas mais importantes, quer por terem exercido influência
sobre outras classificações, quer por as tabelas respectivas serem abrangentes e universais
relativamente às áreas do saber, quer ainda por serem as mais usadas actualmente.

Classificação de Harris

A Biblioteca Escolar Pública de Saint Louis, que mais tarde viria a tornar-se a Biblioteca Municipal
de Saint Louis, foi fundada em 1865, e desde a primeira hora contou com a colaboração de
William Torrey Harris (1835-1909), que procurou criar um sistema de organização de
documentos, cujos resultados foram publicados, primeiramente, num artigo de autoria do próprio
Harris, em The Journal of Speculative Philosophy, Saint Louis, (4) Apr. 1870, sob o título de
“Book Classification”, e, em seguida, pela Biblioteca Escolar Pública de Saint Louis, sob o título
de Catalogue, Classified and Alphabetical, of the Books of the St. Louis Public School Library, St.
Louis, Missouri Democratic Book and Job Print, 1870.

A Classificação de Harris (Harris Classification) ou CH, que foi influenciada pela filosofia
hegeliana, conforme o artigo de Eugene E. Graziano, “Hegel's Philosophy as Basis for the Dewey
Classification Schedule”, publicado em Libri, Copenhagen, 9 (1) 1959, p. 45-52 , e que pode ser
consultado na página http://www.autodidactproject.org/other/hegelddc.html, contém as seguintes
classes e subclasses principais:

Classes e Subclasses Âmbito


1 Ciências
2-5 Filosofia
6-16 Teologia
17 Ciências sociais e políticas
18-25 Jurisprudência
26-28 Política
29-31 Ciências sociais
32-34 Filologia
35 Ciências naturais e artes industriais
36-40 Matemática
41-45 Física
46-51 História natural
52-58 Medicina
59-63 Artes industriais e comércio
64 Arte
65 Belas artes
66-68 Poesia
69-70 Prosa de ficção
71-78 Miscelânea literária
79 História
80-87 Geografia e viagens
88-96 História
97 Biografia
98-100 Apêndice. Generalidades

Classificação Decimal de Dewey

Este sistema, inspirado na classificação de W. T. Harris, foi criado em 1876 pelo norte-americano
Melvil Dewey (1851-1931), quando exercia funções de bibliotecário no Colégio Amherst,
Massachusetts, e desde então foi objecto de 22 grandes revisões, a mais recente realizada em
2004.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 35/79


A Classificação Decimal de Dewey (Dewey Decimal Classification) ou CDD organiza o
conhecimento em dez classes principais, tendo cada classe principal dez divisões e cada divisão,
dez secções. Na sua origem, a CDD continha dez classes, cem divisões e cerca de mil secções.

Com excepção de «Generalidades» e «Obras de ficção», os documentos são classificados com


extensões que indicam a relação entre assuntos, lugar e tempo a que o assunto se refere, e tipo
de material em que o documento se apresenta. As notações são expressas com um mínimo de
três dígitos e a sua extensão pode ser indefinida, mas sempre com recurso a um ponto decimal a
cada grupo de três dígitos. Assim, se o documento trata de «economia» (330) na «Europa» (+94),
o assunto é representado pela notação «330.94», e se o documento é um «jornal» (+005, auxiliar
de tipo de material) que aborda assuntos específicos dos «Estados Unidos» (973), a notação
será «973.005».

Por tratar-se de uma classificação decimal, deve ser dada especial atenção à ordenação
numérica, pois subentende-se que qualquer notação inicia-se por «0.», embora não estejam
expressos. A ordenação correcta das notações «626», «620.2» e «620.199» será portanto:
«620.199», «620.2», «626».

Tabelas principais da CDD:

Classes e Subclasses Âmbito


000 Informática. Informação. Generalidades
000 Generalidades
010 Bibliografia
020 Biblioteconomia e ciências da informação
030 Enciclopédias gerais
040 [Não atribuída]
050 Séries em geral e índices respectivos
060 Organização em geral e museologia
070 Comunicação social, jornalismo e publicação
080 Colecções em geral
090 Manuscritos e obras raras
100 Filosofia. Psicologia
100 Filosofia. Psicologia
110 Metafísica
120 Epistemologia
130 Fenómenos paranormais
140 Sistemas e pontos de vista filosóficos
150 Psicologia
160 Lógica
170 Ética
180 Filosofia clássica, medieval e oriental
190 Filosofia moderna ocidental
200 Religião
200 Religião
210 Teologia natural
220 Bíblia
230 Teologia cristã
240 Moral cristã e teologia moral
250 Igreja e ordens religiosas
260 Teologia social cristã
270 História da igreja cristã
280 Denominações cristãs e seitas
290 Religião comparada
300 Ciências sociais
300 Ciências sociais
310 Estatísticas em geral
320 Ciências políticas
330 Economia

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 36/79


340 Direito
350 Administração pública
360 Serviço social. Associações
370 Educação
380 Comércio. Comunicações. Transporte
390 Usos e costumes. Etiqueta. Folclore
400 Língua
400 Língua
410 Linguística
420 Inglês. Inglês arcaico
430 Línguas germânicas. Alemão
440 Línguas de origem latina. Francês
450 Italiano. Romeno. Rético
460 Espanhol. Português
470 Latim
480 Línguas helénicas. Grego clássico
490 Outras línguas
500 Ciências
500 Ciências naturais. Matemática
510 Matemática
520 Astronomia e ciências relacionadas
530 Física
540 Química e ciências relacionadas
550 Geologia
560 Paleontologia. Paleozoologia
570 Biologia
580 Botânica
590 Zoologia
600 Tecnologia
600 Ciências aplicadas
610 Medicina
620 Engenharia
630 Agricultura
640 Economia doméstica
650 Gestão
660 Engenharia química
670 Indústria
680 Indústrias específicas
690 Engenharia civil
700 Arte. Entretenimento
700 Arte
710 Urbanismo
720 Arquitectura
730 Artes plásticas. Escultura
740 Desenho. Artes decorativas
750 Pintura
760 Gravura
770 Fotografia
780 Música
790 Entretenimento. Espectáculos
800 Literatura
800 Literatura. Retórica
810 Literatura americana em língua inglesa
820 Literatura inglesa e em inglês arcaico
830 Literatura em línguas germânicas
840 Literatura em língua latinas
850 Literatura italiana, romena e rética
860 Literatura espanhola e portuguesa

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 37/79


870 Literatura latina
880 Literatura grega clássica
890 Literatura em outras línguas
900 História. Geografia
900 História. Geografia
910 Geografia. Viagens
920 Biografia. Genealogia. Heráldica
930 História antiga
940 História da Europa em geral
950 História da Ásia em geral
960 História de África em geral
970 História da América do Norte em geral
980 História da América do Sul em geral
990 História geral de outras regiões

Classificação Expansiva de Cutter

Sob a influência da CDD, Charles Ammi Cutter (1837-1903) deu início, em 1880, à implantação
de um sistema próprio na organização dos documentos da biblioteca do Ateneu de Boston, onde
foi bibliotecário por mais 23 anos. No princípio da década seguinte, apareceram os primeiros
esquemas do seu sistema, Classificação Expansiva de Cutter (Cutter Expansive Classification) ou
CEC, de que foram publicados cinco volumes sem que o trabalho tivesse sido concluído, devido
ao falecimento do seu criador.

Classes principais da CEC:

Classes Âmbito
A Generalidades (enciclopédias, publicações periódicas, publicações institucionais)
B-D Filosofia. Psicologia. Religião
E, F, G Biografia. História. Geografia. Viagens
H-J, K Ciências Sociais. Direito
L-T Ciência e Tecnologia
U-VS Assuntos Militares. Desporto. Entretenimento
VT, VV, W Teatro. Música. Arte
X Filologia (com notação auxiliar a indicar a língua a que o assunto se refere)
Y Literatura (com notação auxiliar a indicar a língua e o género).
Ex.: YY – Literatura norte-americana em língua inglesa; YYP – Poesia norte-
americana em língua inglesa
Z Biblioteconomia. Bibliografia

As notações da CEC são elaboradas tendo em conta as seguintes convenções:


- Primeira linha – representa o assunto,
- Segunda linha – representa o autor (em letras iniciais maiúsculas) e eventualmente o
título (em letras iniciais minúsculas),
- Terceira linha – data de edição, e
- Quarta linha – indica se o documento é uma tradução ou um trabalho de crítica sobre o
autor e/ou obra.

Dimensões de lombadas, números de volumes e de exemplares são precedidos de ponto (.),


sinal de adição (+) e barra oblíqua (/) respectivamente. Para especificar assuntos, juntam-se
dígitos convencionais às notações com o objectivo de representarem o âmbito geográfico a que o
documento se refere. Assim sendo, e tendo em consideração que «83» representa os Estados
Unidos, a notação «F83» aplica-se a «História dos Estados Unidos», «JU83» a «Política norte-
americana» e «WP83» a «Pintura norte-americana».

Classificação da Biblioteca do Congresso

Este sistema foi desenvolvido a partir de 1899 por Herbert Putnam (1861-1955), com a
colaboração de Charles Ammi Cutter, criador da CEC, motivo pelo qual a Classificação da

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 38/79


Biblioteca do Congresso (Library of Congress Classification) ou CBC mantinha, na origem,
semelhanças com o sistema de Cutter.

A CBC, amplamente usada em bibliotecas universitárias e especializadas dos Estados Unidos e


de inúmeros países, contém 21 classes principais, em conformidade com o quadro que se segue:

Classes Âmbito
A Generalidades
B Filosofia. Psicologia. Religião
C Ciências auxiliares da história. Historiografia
D História Antiga. História Universal
E História da América
Esta classe é subdivida por dígitos e não por letras como as demais
classes
11-143 América
151-889 Estados Unidos
F História da América
Esta classe é subdivida por dígitos e não por letras como as demais
classes
1-975 História regional dos Estados Unidos
1001-1145.2 América Britânica (incluindo o Canadá)
América Holandesa
1170 América Francesa
1201-3799 América Latina. América Espanhola. História do Brasil
G Geografia. Antropologia. Entretenimento
H Ciências sociais
J Ciências políticas
K Direito
L Educação
M Música
N Arte
P Língua. Literatura
Q Ciências
R Medicina
S Agricultura
T Tecnologia
U Ciência militar
V Ciência naval
Z Bibliografia. Biblioteconomia. Recursos de informação em geral

Em 1939, quando Putnam deixou o cargo de bibliotecário do Congresso, apenas a classe «K»
(direito) e partes da classe «B» (filosofia e religião) não estavam ainda desenvolvidas.

Classificação Decimal Universal

Os bibliógrafos belgas Paul Otlet (1868-1944) e Henri La Fontaine (1854-1943), ao resolverem


criar uma bibliografia universal, depois de fundarem, em 1895, o Instituto Internacional de
Bibliografia, decidiram traduzir a CDD para francês com o objectivo de esta servir-lhes como
forma de ordenar, por assunto, a bibliografia citada.

O resultado, publicado entre 1905-1907 sob o título de Manuel de Répertoire Bibliographique


Universel, excedeu a mera tradução pelas adaptações e ampliações que efectuaram. O sistema
belga, conhecido por Classificação Decimal Universal (Universal Decimal Classification) ou CDU,
é usado em toda a Europa e conta com grande adesão em Portugal.

Existem três formatos de CDU: tabela integral, tabela média e tabela abreviada. De registar que a
tabela completa conta com cerca de 220 mil notações e a média, pouco mais de 60 mil. Em
língua portuguesa, no entanto, apenas as variantes média e abreviada foram publicadas. A

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terceira edição da tabela abreviada (ISBN 972-565-395-5), publicada em 2005 pela BNL,
baseada na tabela média em língua inglesa, é a mais actualizada.

Segue-se um resumo das tabelas principais da última edição portuguesa (p. 11-34):

Classes e Subclasses Âmbito


Generalidades. Ciência e conhecimento. Organização. Informação.
0 Documentação. Biblioteconomia. Instituições. Publicações
00 Prolegómenos. Fundamentos da ciência e da cultura
01 Ciência e técnica bibliográfica. Bibliografias. Catálogos
02 Biblioteconomia. Bibliotecas
Organizações e outras formas de cooperação. Instituições.
Academias. Congressos. Sociedades. Organismos científicos.
06 Exposições. Museus
08 Poligrafias. Obras em colaboração
Manuscritos. Obras notáveis, raras, devido a certas particularidades
extrínsecas tais como a escrita, a encadernação, as gravuras, material
09 em que foram impressas
1 Filosofia. Psicologia
11 Metafísica
13 Filosofia da mente e do espírito. Metafísica da vida espiritual
14 Sistema e pontos de vista filosóficos
16 Lógica. Epistemologia. Teoria do conhecimento. Metodologia da lógica
17 Filosofia moral. Ética. Filosofia prática
2 Religião. Teologia
21 Religiões pré-históricas e primitivas
Religiões do Extremo Oriente. Taoísmo. Confucionismo. Religiões da
22 Coreia, Japão, etc.
23 Religiões da Índia. Hinduísmo. Bramanismo. Vedismo, etc.
24 Budismo
Religiões do mundo antigo (Egipto, Mesopotâmia, Grécia, Roma,
25 Maias, Astecas, Incas, etc.)
26 Judaísmo
27 Cristianismo. Igrejas e denominações cristãs
28 Islamismo
29 Movimentos espirituais modernos
Ciências sociais. Estatística. Política. Economia. Comércio. Direito.
Administração pública. Forças armadas. Assistência social. Seguros.
3 Educação. Etnologia
Teorias, metodologias e métodos nas ciências sociais em geral.
30 Sociografia
31 Estatística. Demografia. Sociologia
32 Política
33 Economia. Ciência económica
34 Direito. Jurisprudência
35 Administração pública. Assuntos militares
Protecção das necessidades materiais e mentais da vida. Serviço
36 social. Ajuda social. Segurança social. Habitação. Consumo. Seguros
37 Educação
Etnologia. Etnografia. Usos e costumes. Tradições. Modo de vida.
39 Folclore
5 Matemática. Ciências naturais
50 Generalidades sobre as ciências puras
51 Matemática
52 Astronomia. Geodesia. Astrofísica. Investigação espacial
53 Física
54 Química. Cristalografia. Mineralogia
55 Ciências da terra. Ciências geológicas
56 Paleontologia

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57 Ciências biológicas em geral
58 Botânica
59 Zoologia
6 Ciências aplicadas. Medicina. Tecnologia
60 Questões gerais referentes às ciências aplicadas
61 Ciências médicas
62 Engenharia. Tecnologia em geral
Agricultura. Ciências agrárias e técnicas relacionadas. Silvicultura.
63 Explorações agrícolas. Exploração da vida selvagem
64 Ciências domésticas. Economia doméstica
65 Gestão e organização da indústria, do comércio e da comunicação
66 Tecnologia química. Indústrias químicas e relacionadas
67 Indústria, artes industriais e ofícios diversos
68 Indústrias, artes e ofícios de artigos acabados ou montados
Indústria da construção. Materiais para construção. Procedimentos e
69 práticas de construção
7 Arte. Recreação. Entretenimento. Desporto
Planeamento territorial. Planeamento regional, urbano e rural.
71 Paisagens, parques, jardins
72 Arquitectura
73 Artes plásticas
74 Desenho. Design. Artes e ofícios aplicados
75 Pintura
76 Artes gráficas. Gravura
77 Fotografia e processos similares
78 Música
79 Divertimentos. Espectáculos. Jogos. Desportos
8 Língua. Linguística. Literatura
80 Questões gerais referentes à linguística e à literatura. Filologia
81 Linguística. Línguas.
82 Literatura
9 Geografia. Biografia. História
Geografia. Exploração da terra e de países. Viagens. Geografia
91 regional
94 História em geral

As notações da CDU podem ser complementadas por tabelas auxiliares, constituídas por dígitos,
sinais de pontuação gráfica e letras, em conformidade com os exemplos que se seguem (p. 35-
110):

. Subdivisão As notações são habitualmente formadas por séries de até


- três dígitos, após as quais um destes sinais gráficos é
‘ introduzido para dar continuidade às notações.
Ex.: «821.134.3» – Literatura portuguesa.
A notação «82» corresponde a Literatura em geral;
«821.1/.8», Literatura de línguas individuais; «821.13»,
Literatura em línguas românicas; e «821.134» corresponde
a Literatura em línguas ibero-românicas.
+ Coordenação. Adição Serve para ligar notações não consecutivas em caso de
assunto composto, quando não exista uma notação simples
para o assunto composto.
Ex.: «(469+594.75)» – Portugal e Timor.
/ Extensão consecutiva Serve para ligar notações consecutivas, quando o assunto
é amplo.
Ex.: «772/777» – Processos fotográficos (equivale a 772,
773, 774, ..., 777, e notações subordinadas).
: Relação simples Serve para ligar notações de assuntos com mesmo grau de
importância.
Ex.: «51:53» – Matemática e Física ou «53:51» – Física e

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 41/79


Matemática.
[] Subgrupos Serve para estabelecer subgrupos nos casos em que as
notações principais estão ligadas pelo sinal de adição ou
dois pontos, a representar assunto complexo.
Ex.: «341.24:347.24[460+469]» – Acordo internacional
entre Portugal e Espanha sobre direitos relativos à água.
:: Ordenação Serve para fixar a ordem das notações, designadamente
em sistemas informáticos.
Ex.: «77.044 : : 355.4» – Fotografia de guerra.
= Auxiliar comum de língua Serve para indicar a língua na qual o documento está
escrito, ou para formar auxiliar comum de raça, grupo
étnico ou nacionalidade (adiante).
Ex.: «=134.3» – Português (língua).
(0...) Auxiliar comum de forma Serve para indicar a forma como o documento se
apresenta.
Ex.: «(035)» – Manuais. Compêndios.
(1/9) Auxiliar comum de lugar Serve para indicar o âmbito geográfico de um assunto.
Ex.: «323.1(594.75)» – Autonomia de Timor.
(=...) Auxiliar comum de raça, Serve para indicar a nacionalidade ou grupo étnico a que o
grupo étnico e assunto básico se refere.
nacionalidade Ex.: «(=134.3)» – Portugueses (povo).
“...” Auxiliar comum de tempo Serve para indicar a data ou o período de tempo a que o
assunto básico se refere.
Ex.: «“192”» – Década de 20 (1920-1929).
* Especificação de assunto Serve para introduzir a notação que não existe na CDU.
com notação que não Ex.: «630*432» – Prevenção e controlo de incêndios
pertence à CDU florestais. «*432» é notação extraída de Forest Decimal
Classification.
A/Z Especificação em ordem Serve para especificar nome ou acrónimo a que o assunto
alfabética básico se refere.
Ex.: «821.134.3Camões» – Obra literária de Luís de
Camões.

Classificação de Assuntos

James Duff Brown (1862-1914), nascido em Edimburgo, Escócia, foi um dos pioneiros a defender
o livre acesso às estantes, bem como relativamente à deslocação do eixo “universo do
conhecimento” para “universo dos conceitos” em matéria de classificação, o que antecipa e
procura dar solução ao fenómeno da interdisciplinaridade, problema com que os bibliotecários se
debatem na classificação de documentos.

Em colaboração com John Henry Quinn (1860-1941), publicou, em 1894, a Classificação de


Quinn e Brown (Quinn-Brown Classification), que reviu e publicou em 1898, sob o título de
Classificação Ajustável (Adjustable Classification).

A Classificação de Assuntos (Subject Classification) ou CA, na qual sua filosofia ganha maior
relevo, foi publicada em três edições: 1906, 1914 e, postumamente, em 1939.

Classes principais da CA:

Conceito Âmbito Classes


Matéria e Energia Generalidades A
Ciências físicas BCD
Vida Ciências biológicas EF
Ciências médicas e etnológicas GH
Biologia económica e artes domésticas I
Pensamento Filosofia e Religião JK
Ciências sociais e políticas L
Registo Língua e Literatura M

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Géneros literários N
História e Geografia O–W
Biografia X

Brown propôs que a organização dos assuntos fosse feita de forma independente do ponto de
vista em que eram tratados, ou seja, todos os documentos que abordassem o conceito «Rosa»,
por exemplo, deveriam manter-se num mesmo sítio, quer este conceito fosse tratado do ponto de
vista biológico, botânico, histórico, geográfico, ético, das artes decorativas, emblemático, poético,
etc. Esta ideia mais tarde evoluiu para «organização por centros de interesse», patente no
sistema de cotação em uso na Rede de Bibliotecas Públicas de Oeiras, por exemplo.

Este tipo de organização reflecte-se de forma sintética em três tipos de notação:


- Intraclasses – Cães (F918) e Gatos (F952) = «F918+952» ou «F952+918»,
- Interclasses – Apostas (L933) em Corridas de cães (F944) = «L933+F944» ou
«F944+L933»,
- Tabela auxiliar de forma de apresentação, tempo, ponto de vista, atributos, etc., que se
aplica a qualquer assunto ou subdivisão de assunto.

A tabela auxiliar da CA dividi-se em duas partes: ordem alfabética, e ordem numérica precedida
de um ponto (.). Assim, «Economia nas Universidades» recebe a notação «A180.760», em que
«A180» representa «Universidades» na tabela principal e «.760», o ponto de vista «Economia»
na tabela auxiliar.

Classificação dos Dois Pontos

A Classificação dos Dois Pontos (Colon Classification) ou CDP foi criada em 1933 por Shiyali
Ramamrita Ranganathan (1892-1972), quando exercia funções de bibliotecário na Biblioteca da
Universidade de Madras, Índia. Caracteriza-se como classificação analítico-sintética ou de
facetas, proporcionando alto grau de autonomia ao bibliotecário.

A CDP faz uso de 42 classes principais que podem ser associadas, no processo de classificação,
a letras, números e sinas gráficos. Apresenta-se, a seguir, o quadro com as classes principais da
CDP, incluindo algumas subclasses:

Classes e Subclasses Âmbito


A Generalidades
1 Universo do conhecimento
2 Biblioteconomia
3 Ciência do livro
4 Jornalismo
B Matemática
B1 Aritmética
B13 Teoria dos números
B2 Álgebra
B23 Equações algébricas
B25 Álgebra superior
B3 Análise
B33 Equações diferenciais [equação] , [grau] , [ordem] : [problema]
B331,1,2:1 Soluções numéricas (:1) de ordenação (331) linear (,1) segunda
ordem (,2) equações diferenciais
B37 Variáveis reais
B38 Variáveis complexas
B4 Outros métodos
B6 Geometria
B7 Mecânica
B8 Física matemática
B9 Matemática astronómica
C Física
C1 Fundamentos da física

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C2 Propriedades da matéria
C3 Som
C4 Calor
C5 Luz e radiação
C6 Electricidade
C7 Magnetismo
C8 Hipóteses do cosmo
D Engenharia
E Química
F Tecnologia
G Biologia
H Geologia
HX Mineração
I Botânica
J Agricultura
L Medicina
LZ3 Farmacologia
LZ5 Farmácia
M Artes industriais
Ð Espiritualidade e misticismo
N Arte
NA Arquitectura [estilo] , [utilidade] , [parte] : [técnica]
ND Escultura [estilo] , [figura] ; [material] : [técnica]
NN Gravura
NQ Pintura [estilo] , [figura] ; [material] : [técnica]
NR Música [estilo] , [música] ; [instrumento] : [técnica]
O Literatura
P Linguística
Q Religião
R Filosofia
S Psicologia
T Educação
U Geografia
V História
W Ciências políticas
X Economia
Y Sociologia
Z Direito

Para além das classes principais, a CDP faz uso de cinco categorias primárias ou facetas,
representadas por sinais de pontuação gráfica, para pormenorizar a classificação, a saber:

Sinal Faceta
, Personalidade
; Matéria ou propriedade
: Energia
. Espaço
‘ Tempo

O assunto «investigação sobre a cura por raio X da tuberculose pulmonar realizada na Índia em
1950» resultaria na notação «L, 45; 421: 6; 253: f. 44’ N5», que se traduz por «Medicina,
Pulmões; Tuberculose: Tratamento; Raio X: Investigação. Índia’ 1950».

Classificação Bibliográfica de Bliss

Por julgar que a CBC fora criada para uso específico na Biblioteca do Congresso e, por este
motivo, não podendo ser considerada padrão para aplicação noutras bibliotecas, bem como por
não apreciar a CDD, Henry Evelyn Bliss (1870-1955) criou e começou a utilizar, a partir de 1908,

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 44/79


um sistema próprio para classificar documentos na biblioteca do Colégio da Cidade de Nova
Iorque, onde trabalhava.

A Classificação Bibliográfica de Bliss (Bliss Bibliographic Classification) ou CBB, publicada em


quatro volumes, entre 1940 e 1953, faz uso de letras, maiúsculas e minúsculas, inclusivamente
em itálico na forma normal e invertida, números e grande variedade de sinais gráficos, excepto o
ponto decimal por ser o sinal base da CDD.

Os princípios que presidem a CBB são: localização alternativa, em que os documentos de um


determinado assunto podem ser arrumados em mais de um lugar desde que os responsáveis da
biblioteca se decidam por esta opção e que dela façam uso de forma coerente e consistente;
notações concisas e breves; organização do conhecimento baseada nas especialidades
académicas; e possibilidade de os assuntos irem passando gradualmente de tema a tema por
forma a manterem as mesmas relações de proximidade que têm na realidade. Deste modo, no
entender de Bliss, encontrava-se solução para os problemas de organização de bibliotecas com
diferentes tipos de necessidades.

Classes principais da CBB:

Classes Âmbito
1 Introdução e tabelas auxiliares
2/9 Generalidades. Prolegómenos. Ciência e conhecimento. Informação. Tecnologia
A/AL Filosofia e lógica
AM/AX Matemática. Estatística
AY-B Ciências em geral. Física
C Química. Engenharia química
D Espaço. Geologia
Astronomia
Geologia
Geografia
E/GQ Ciências biológicas
E Biologia
Bioquímica
Genética
Virologia
F Botânica
G Zoologia
GR Agricultura
GU Veterinária
GY Ciência ambiental
H Antropologia física. Saúde. Medicina
I Psicologia. Psiquiatria
J Educação
K Sociedade. Ciências sociais. Sociologia. Antropologia social
L/O História. Arqueologia. Biografia. Viagens
P Religião. Ocultismo. Moral. Ética
Q Bem-estar social. Criminologia
R Política. Administração pública
S Direito
T Economia. Gestão
U/V Tecnologia. Engenharia
W Entretenimento. Arte. Música
X/Y Língua. Literatura

Embora seja uma criação norte-americana, a CBB apenas teve êxito no Reino Unido e em
poucos países de língua oficial inglesa. Uma segunda edição revista, conhecida como CBB2, é
desenvolvida no Reino Unido desde 1977.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 45/79


Classificação Internacional de Rider

Ainda jovem, Fremont Rider (1885-1962) tornou-se discípulo e colaborador directo de Dewey,
vindo mais tarde a integrar a Comissão Consultiva da CDD, onde exerceu funções de conselheiro
ao longo de vários anos, razão pela qual teve sempre um apreço muito especial por este sistema
de classificação, nomeadamente na sua forma original.

Após deixar o cargo de bibliotecário na Universidade de Wesleyan, Middletown, no Connecticut,


Rider fundou a biblioteca genealógica Godfrey Memorial Library, dando continuidade ao trabalho
que vinha desenvolvendo e que culminou com a publicação, no ano de 1961 em edição de autor,
da Classificação Internacional de Rider, mais propriamente Rider’s International Classification for
the Arrangement of Books on the Shelves of General Libraries, ou CIR.

A síntese que se segue deve-se à colaboração de Stephen Rice, que seleccionou e facultou
cópia de algumas páginas com informações essenciais de um dos exemplares da CIR
pertencentes às colecções da Biblioteca Estadual de Connecticut, onde Rice é bibliotecário.

No prefácio à “pré-edição” de 1961, como o próprio autor a designava, Rider deixou bem patente
os fundamentos que o levaram à criação da CIR (p. [XI]-XXXIII):

1. Dicotomia entre «classificação bibliográfica» ou bibliographical classification e «sistema de


cotação» ou library classification. – Todas as classificações existentes até então
desempenhavam as duas funções enunciadas, o que Rider considerava ser um erro.

O objectivo básico da classificação bibliográfica é possibilitar o acesso por assunto às dezenas


de milhares de documentos especializados que, ano após ano, são publicados por milhares de
fontes e que dão entrada, consoante a área específica do conhecimento, nas bibliotecas
especializadas e nos centros de documentação e informação.

As subdivisões de classes que vão ao ínfimo pormenor, apoiadas por tabelas auxiliares várias,
têm interesse e prestam-se à missão e finalidade das bibliotecas especializadas e centros de
documentação, mas não são o meio mais adequado para a organização de documentos nas
estantes das bibliotecas genéricas.

Rider questionava a expansão excessiva das subclasses da CDD, que chegou ao ponto de, em
determinada edição, contemplar “notações individuais para cada osso dos dedos das mãos”,
distanciando-se do seu objectivo inicial, ou seja, organizar e recuperar documentos em
bibliotecas genéricas de forma eficiente e célere, razão do êxito que granjeou logo à primeira
edição.

A diferença mais significativa, porém, entre um sistema de cotação adequado às bibliotecas


genéricas e uma classificação bibliográfica qualquer, segundo Rider, reside no facto de o
primeiro, depois de criado, poder considerar-se estável por um número razoável de anos,
enquanto que a segunda é, na sua essência, extremamente efémera, necessitando de revisões
extensivas a cada um ou dois anos. Quanto maior o pormenor de determinada classe ou
subclasse, mais depressa esta classe ou subclasse se torna obsoleta.

2. Princípio da subdivisão. – Numa biblioteca genérica, apenas faz sentido separar um conjunto
de obras que se encontram reunidas, se o seu número assim o justificar.

Se, em determinada biblioteca genérica, há cinco obras sobre anatomia dos órgãos respiratórios
do corpo humano, das quais três tratam do «sistema respiratório» como um todo, uma do
«diafragma» e outra da «traqueia», mais proveito terão e mais económica será a organização, se
estiverem reunidas sob a cota que corresponde a «sistema respiratório» do que sob três cotas
diferenciadas.

Os utilizadores que procurem por documentos sobre «sistema respiratório» como um todo
encontrarão reunidas todas as obras existentes sobre o assunto num mesmo lugar na estante,
enquanto o utilizador que queira desenvolver um trabalho específico sobre a «traqueia» tenderá
provavelmente a fazer uma pesquisa no catálogo de assuntos através dessa palavra chave.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 46/79


Vinte era o número de obras que Rider considerava razoável sob uma mesma cota, antes que se
começasse a pensar em as subdividir em mais de uma cota. É preciso ter em atenção que
algumas obras são constituídas por mais de um volume e é suposto existirem dois exemplares de
cada obra numa biblioteca genérica.

3. Princípio da proporcionalidade. – As classificações deveriam manter equidade interna


relativamente ao número de subdivisões de que cada classe principal se compõe.

Para Rider, todas as classificações falharam neste aspecto, ora por não terem antecipado o
amplo desenvolvimento das ciências ocorrido no século passado, o que impossibilita qualquer
tentativa de proporcionalidade no caso das classificações decimais, por exemplo (escusado será
dizer que o número de ciências autónomas é superior a dez), ora por subdividirem classes e
subclasses até à exaustão em prejuízo de outras, o que leva a uma distribuição desigual dos
documentos nas estantes.

A obsolescência de algumas “ciências” também resultou no desaparecimento de um número


considerável de subdivisões na CDD, de que a subclasse «040» e respectivas subdivisões no
quadro a ela referente acima transcrito é exemplo, assim como o é também a classe «4» na
CDU, que se encontra completamente vazia.

A desproporção resulta na maior extensão e complexidade de um determinado número de


notações/cotas e na distorção das relações de proximidade entre assuntos.

O facto é que cerca de metade dos documentos nas bibliotecas genéricas dizem respeito às
áreas da literatura, história e geografia, enquanto existem subdivisões noutras áreas com pouca
ou nenhuma hipótese de virem a ser algum dia preenchidas por um documento sequer.

Segundo Rider, a causa mais evidente da desproporção encontrada nas classificações recaía na
visão de mundo tendenciosa de seus criadores. A maior parte delas foi elaborada sob a forte
influência da cultura protestante anglo-saxónia, baseada nos Estados Unidos, razão pela qual, ao
tempo de Rider, a CDD fornecia 3705 subdivisões geográficas para os Estados Unidos e apenas
1430 subdivisões geográficas para o resto do planeta, bem como 480 subdivisões para a religião
cristã e cerca de 110 subdivisões para todas as outras religiões.

Bem a propósito, convém referir que a 3.ª e mais actualizada edição portuguesa da CDU
reformula inteiramente a classe «2», relativa aos assuntos «religião» e «teologia», no sentido de
expurgar preconceitos. Os bibliotecários que passarem a fazer uso desta edição, em substituição
de edições anteriores, terão de atribuir novas cotas aos documentos dessa classe e de os
reorganizar na(s) estante(s).

4. O problema das tabelas auxiliares. – Rider considerava o uso indiscriminado das tabelas
auxiliares por parte dos bibliotecários como uma das fontes principais da criação de «comboios»
(na gíria profissional actual), ou seja, cotas com notações desnecessariamente extensas, apesar
de, nas próprias classificações, ser aconselhada ponderação no uso destas tabelas.

Veja-se o exemplo do assunto «plantas de água doce do lago Pontchartrain» que, de acordo com
a CDD, e representado com a subdivisão geográfica auxiliar completa, resultava na cota
«581.929.763.64». Ao contrário de uma biblioteca especializada em «botânica», seria pouco
provável a existência de inúmeras obras sobre «plantas de água doce nos Estados Unidos»
numa biblioteca genérica, e, assim, bastava ao classificador usar a subdivisão geográfica auxiliar
de país, o que resultaria na cota «581.929».

Rider afirmava ter dado solução a este problema ao integrar nas notações, com muita
moderação, os símbolos relativos a lugares e a outras seis subdivisões auxiliares. Infelizmente,
não é possível conferir a afirmação dada a inexistência de exemplos nas cópias da CIR a que se
teve acesso.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 47/79


5. Notações “puras”. – A grande vantagem da CDD relativamente às suas congéneres, na opinião
de Rider, era o facto de fazer uso de um símbolo apenas, ou seja, números árabes, na
representação de assuntos.

No outro extremo da comparação, posicionava-se a CDP de Ranganathan, devido à grande


variedade de sinais gráficos, letras e números usados nas notações, o que, para Rider, tornava
bastante complexa a intercalação ou ordenação de documentos nas estantes.

Citava, para o efeito, o exemplo de notação baseada na CDP para o assunto «convenção dos
cirurgiões da Associação Nacional dos Caminhos de Ferro dos Estados Unidos», ou seja:

L: 4: 7m 73: M88

Imaginava ele o esforço a ser empregue na ordenação de um documento com essa cota entre
outros dois com as cotas:

L: 4: 7d 81: P54

L: 5: 7m 73: B42

6. Localização alternativa de tópicos. – Rider afirmava que, quanto mais pormenorizada fosse
uma classificação, maior era a probabilidade de serem atribuídas notações diferenciadas a um
mesmo tópico em função de ligeiras variações de ponto de vista.

Explicava a afirmação através de dois exemplos retirados da 16.ª edição da CDD: «evasão
fiscal», que podia ser representado pela notação «343.33» (direito fiscal) ou «364.133»
(crimilonogia); e «miastenia», que podia ser representado pela notação «616.744» (medicina) ou
«618.927.44» (pediatria).

Rider argumentava que os utilizadores não têm interesse em ver as três ou quatro obras que uma
determinada biblioteca genérica eventualmente terá sobre «evasão fiscal» separadas em duas ou
mais estantes, distantes entre si. Os especialistas das quatro áreas indicadas entre parênteses
acima sabem, de antemão, que encontram um maior número de documentação sobre «evasão
fiscal» ou «miastenia», mais actualizada e de melhor qualidade, nas bibliotecas especializadas
respectivas.

Assim sendo, para que o sistema de cotas de uma biblioteca genérica desempenhe a sua função
com eficiência, de acordo com Rider, é essencial que as notações sejam breves, simples e
“puras” ou representadas por apenas um símbolo, alfabético ou numérico.

7. Letras ou números. – Tendo em consideração que, numa biblioteca genérica, poderiam estar
ordenadas cerca de vinte obras sob uma mesma cota, quando a biblioteca atingisse a sua
capacidade máxima de armazenamento, Rider optou por elaborar cotas através da combinação
de três letras em vez da combinação de quatro números árabes.

Esta opção deve-se ao facto de um menor número de letras (princípio da concisão) se prestar a
um maior número de combinações que os algarismos árabes:
- Três letras – 26 x 26 x 26 = 17576 x 20 obras/cota = 351520 obras no total
- Quatro algarismos – 10 x 10 x 10 x 10 = 10000 x 20 obras/cota = 200000 obras no total

Desta forma, Rider julgava retomar a simplicidade inicial da CDD, somada à maior potencialidade
da notação alfabética. Toda e qualquer notação seria constituída por apenas três letras do
alfabeto sem recorrer a quaisquer outros artifícios.

Segue-se o quadro com as 26 classes principais da CIR, incluindo um exemplo de subclasse:

Classes Âmbito
A Generalidades
B Filosofia. Psicologia
C Religião

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D História universal. História da América
E História da Europa
F História de outros continentes
G Geografia geral. Geografia da América
H Geografia da Europa
I Geografia de outros continentes
J Ciências sociais
K Direito
L Economia
M Ciências políticas. Administração pública
O Comércio. Indústria
P Assuntos militares. Transportes. Comunicação
Q Ciências físicas
R Química. Tecnologia química
S Engenharia
T Ciências biológicas
U Medicina
UW Terapêutica
UWA Terapêutica. Farmacodinâmica. Acção dos fármacos
em órgãos
UWB Fármacos que afectam o sistema digestivo. Laxantes.
Purgantes. Eméticos. Emolientes. Digestivos, etc.
UWC Fármacos do sistema respiratório. Expectorantes.
Béquicos
UWD Fármacos do sistema circulatório. Estimulantes.
Coagulantes. Anticoagulantes. Transfusões de sangue.
Transfusões de plasma
UWE Antipiréticos. Febrífugos. Alterantes. Tónicos
UWF Fármacos do sistema urogenital. Diuréticos.
Antidiuréticos. Afrodisíacos. Lactogénicos
UWG Fármacos do sistema nervoso. Analgésicos.
Antiespasmódicos. Hipnóticos. Estimulantes.
Narcóticos. Anódinos. Tranquilizantes
UWH Anestésicos
UWI Fármacos da pele. Emolientes. Escaróticos.
Adstringentes. Desodorizantes
UWJ Métodos de aplicação de fármacos. Oral. Rectal.
Inalação. Intravenoso. Subcutâneo. Intramuscular
UWK Terapêuticas especiais
UWL Fototerapia. Terapêutica com raio ultravioleta.
Terapêutica com raio infravermelho
UWM Termoterapia. Crioterapia.
UWN Pneumoterapia
UWO Radioterapia
UWP Mecanoterapia
UWQ Hipnose
UWR Terapia ocupacional
UWS Hidroterapia. Balneoterapia
UWT Dieta
UWU Toxicologia
... ...
V Agricultura. Economia doméstica
W Arte. Música
X Língua
Y Literatura europeia
Z Outras literaturas

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 49/79


Logo no início do prefácio, Rider afirmava que a publicação da CIR “não era um convite à
reclassificação”, posto não acreditar que merecesse tamanho investimento de recursos humanos
e materiais, e, pelo facto de admitir a impossibilidade de qualquer sistema de classificação
alcançar a perfeição, julgava preferível que as bibliotecas mantivessem os sistemas adoptados,
fossem eles a CDD, a CBC ou outros igualmente consistentes.

Tencionava, sim, o seu acolhimento por parte das bibliotecas que fossem criadas de raiz, por
bibliotecas existentes que ainda não tivessem adoptado qualquer sistema de classificação ou por
bibliotecas existentes com sistemas francamente inadequados e que, a partir de determinada
data, passassem a classificar as novas aquisições com o seu sistema, sem procederem à
classificação retroactiva.

O facto de ter surgido quando os principais sistemas de classificação (CDD, CBC, CDU, CBB e
CDP) estavam já bastante consolidados nos vários continentes, e juntando-se a este factor a
morte de Rider no ano seguinte ao seu lançamento, justifica talvez a completa falta de êxito ou
mesmo o desconhecimento generalizado da CIR.

Não deixa de ser irónica a sua sorte, visto ter sido a primeira, e porventura única, classificação
vocacionada especificamente “para a organização de livros nas estantes das bibliotecas
genéricas”. A CIR seria digna de uma consulta mais atenta, se houvesse em Portugal um
exemplar disponível, mesmo se policopiado.

Classificação para Bibliotecas Chinesas

Publicada inicialmente em 1975, a Classificação para Bibliotecas Chinesas (Chinese Library


Classification / Classification for Chinese Libraries) ou CBC vai já na quarta edição, revista,
actualizada e ampliada. Esta classificação é adoptada em praticamente todas as bibliotecas da
República Popular da China, das escolares às universitárias, públicas e especializadas, passando
também a ser usada, a partir de 1999, para catalogação na fonte.

Com 22 classes principais e cerca de 44 mil notações, a CBC apresenta a configuração que se
segue:

Classes Âmbito
A Marxismo. Leninismo. Maoísmo. Teoria de Deng Xiaoping
B Filosofia. Religião
C Ciências sociais
D Política. Direito
E Ciências militares
F Economia
G Cultura. Conhecimento. Educação. Desporto
H Língua. Linguística
I Literatura
J Arte
K História. Geografia
N Ciências naturais
O Matemática. Física. Química
P Astronomia. Geologia
Q Biologia
R Medicina. Higiene
S Agricultura
T Tecnologia industrial
U Transporte
V Aviação. Aviação espacial
X Ciência ambiental
Z Generalidades

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Informação Complementar sobre Classificações

CA:
http://www.dsoergel.com/670/BrownClassificationBegtholSIGCR-04.ppt

CBB:
http://www.sid.cam.ac.uk/bca/bchist.htm

CBC:
http://www.loc.gov/marc/sourcecode/classification/classificationsource.html
http://www.loc.gov/catdir/cpso/lcco/lcco.html
http://geography.miningco.com/library/congress/bllc.htm

CDD:
http://www.anthus.com/CyberDewey/CyberDewey.html
http://library.thinkquest.org/5002/?tqskip1=1
http://www.oclc.org/dewey/support/program/default.htm
http://www.oclc.org/dewey/support/program/license.htm
http://www.oclc.org/dewey/resources/summaries/default.htm
http://www.oclc.org/dewey/resources/tutorial/
http://www.oclc.org/dewey/

CDU:
http://www.udcc.org/outline/outline.htm
http://www.ibict.br/secao.php?cat=Venda
http://www.udcc.org/mrf.htm
http://www.udcc.org/news.htm

CDP:
http://www.slais.ubc.ca/courses/libr517/winter2000/Group7/colon.htm
http://www.innvista.com/society/education/info/classif.htm
http://www.answers.com/main/ntquery?method=4&dsid=2222&dekey=Colon+classification&gwp=
8&curtab=2222_1

IFLA – International Federation of Library Associations and Institutions ou Federação


Internacional de Associações de Bibliotecários e Instituições (vários documentos sobre
classificações):
http://www.ifla.org/search/search.htm
http://www.ifla.org/VII/s29/index.htm

Método Provisório

O SABE propõe-se utilizar a CDU, edição de 2005, no catálogo colectivo da Rede Concelhia de
Bibliotecas Escolares, com notações até três dígitos, salvo algumas áreas do conhecimento, que
terão necessariamente de ser melhor desenvolvidas.

Os professores bibliotecários procederão depois, nos catálogos individualizados, às adaptações e


alterações que julgarem necessárias, ou mesmo substituí-la por um outro sistema de
classificação.

COTAÇÃO

Definição

“Sinal, letra ou número que serve para classificar as peças de um processo” é uma das várias
definições existentes do termo «cota», a partir da qual deriva, nas RPC (p. 3), o sentido de
“indicação para localizar o documento e/ou notação sistemática...”.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 51/79


Cota é o código alfabético, numérico, imagético, cromático ou misto que tem como função
identificar e singularizar um documento nas colecções da biblioteca, com o objectivo de fornecer
um meio coerente, eficaz e célere para a sua recuperação.

Assim sendo, a cota deve vir indicada numa etiqueta autocolante, que é afixada, de maneira
explícita e de modo a não sobrepor-se a informações de interesse, na lombada do documento, ou
na caixa de arquivo do documento, ou noutro meio de acondicionamento do documento. Deve
ainda vir indicada, no espaço a ela reservado, no catálogo bibliográfico ou noutro meio de
pesquisa e acesso.

Antecedentes – Síntese

1. No reinado de Assurbanipal (Assíria, 669-627 a. C.), no palácio de Níneve, próxima à actual


Mossul, no Iraque, foi criada a primeira biblioteca sistematizada de que há conhecimento. Foi
possível identificar a forma como os documentos eram organizados pela disposição com que
cerca de 22 mil tabuinhas (placas) de argila foram encontradas no sítio arqueológico.

As colecções distribuíam-se por salas de acordo com o assunto. Algumas salas eram destinadas
a acondicionar documentos sobre história e administração, outras sobre religião e magia, e ainda
outras sobre geografia, ciências, poesia, etc. Havia inclusivamente uma sala de reservados, cujo
acesso era condicionado por armazenar documentos contendo segredos de Estado. À entrada de
cada sala, havia uma tabuinha a indicar o assunto geral a que ela se destinava, e cada grupo de
tabuinhas continha uma citação breve para identificar o assunto específico dos documentos.

2. Calímaco (ca 305-240 a. C.) criou o primeiro catálogo sistemático de que há registo, conhecido
por Pinakes, ao organizar cerca de 120 mil rolos de papiro, dos mais de 1 milhão que se estima
existissem na Biblioteca de Alexandria, conforme as categorias do conhecimento de Aristóteles,
que incluía filosofia primeira (metafísica), filosofia prática (ética e política), poética (poesia épica,
tragédia e comédia), física, lógica, psicologia, retórica, biologia, zoologia, história natural, etc., e
em ordem alfabética de autores, de acordo com a tipologia: poetas, jurisconsultos, filósofos,
historiadores, oradores, etc.

3. Do século I a. C. ao século IV, as bibliotecas romanas estavam, na sua maioria, organizadas


em duas secções: latim e grego.

4. Nas bibliotecas monásticas, da alta Idade Média, efectuava-se a ordenação dos códices por:
Bíblia, padres da Igreja, teologia, literatura clássica, história, medicina, etc.

5. Com a generalização do modelo do Renascimento Carolíngio na baixa Idade Média, as


bibliotecas universitárias passaram a organizar-se em conformidade com as sete artes liberais,
repartidas no trivium ou disciplinas formais: gramática, retórica, dialéctica ou, mais tarde, filosofia;
e no quadrivium ou disciplinas reais: aritmética, geometria, astronomia, música, e, mais tarde, a
medicina.

6. A partir de 1870, com o surgimento das classificações com esquema de notações, estas
passam a ser utilizadas em cotação de documentos.

De registar que, de acordo com a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura (Lisboa, Verbo, 1992,
vol. 5, coluna 668), Eduardo Alves de Sá foi pioneiro em Portugal na utilização da CDU, apesar
de a ter usado em bibliografia e não propriamente na elaboração de cotas. Este emprego está
documentado em “A Classificação Decimal e o Catálogo Universal”, que serve de introdução à
Bibliografia Jurídica Portugalensis, publicada por E. A. de Sá em 1898.

Emprego da CDU em Cotas

Tendo em consideração que em Portugal é prática corrente utilizar a CDU como meio de
elaboração de cotas, este método será, a seguir, tratado de modo mais desenvolvido.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 52/79


O grau de especificidade para o fim em vista e/ou o número de documentos existentes numa
biblioteca irá determinar a selecção de uma das duas variantes (tabela média ou tabela
abreviada) da CDU, como ferramenta de trabalho.

1. Para melhor esclarecer a afirmação, veja-se o caso de uma biblioteca especializada em certo
ramo do conhecimento – de uma faculdade de engenharia, por exemplo. É natural que os
documentos, neste tipo de bibliotecas, sejam organizados, por assunto básico, ao pormenor.

Deste modo, o bibliotecário responsável pela indexação, classificação e cotação, nessa biblioteca
especializada, ao tratar o documento Modelação e Simulação da Transferência de Calor em
Arranjos de Permutadores para a Análise da Eficiência de Caldeiras, da autoria de Paulo Manuel
Ferrão Canhoto, poderia eventualmente ter chegado à conclusão de que «transferência de calor»
é o assunto básico da obra.

Se fizesse uso da CDU, tabela média, o passo seguinte seria procurar, nessa tabela, a notação
que representa o assunto atribuído; neste caso, a classificação corresponderia a «621.1.016.4»,
por ser a notação que melhor se ajusta:

Notação Âmbito de Aplicação


6 Ciências aplicadas. Medicina. Tecnologia
62 Engenharia. Tecnologia em geral
621 Engenharia mecânica em geral. Tecnologia nuclear. Engenharia eléctrica.
Maquinaria
621.1 Máquinas térmicas em geral. Geração, distribuição e utilização de vapor.
Máquinas a vapor. Caldeiras
621.1.01 Teoria das máquinas térmicas. Aspectos mecânicos. Assuntos relacionados com
a teoria dos gases e vapores. Saturação. Sobre-aquecimento. Expansão.
Condensação. Assuntos relacionados com a teoria do calor. Aspectos
termodinâmicos. Eficiência. Potência. Testes de desempenho
621.1.016 Assuntos relativos à teoria do calor
621.1.016.4 Temperatura das máquinas e instalações. Transferência de calor. Perdas
térmicas

Por fim, se os documentos, nessa biblioteca especializada, fossem organizados nas estantes em
conformidade com a classificação da CDU, a obra citada, após ter sido devidamente etiquetada
com a cota «621.1.016.4», seria colocada na estante correspondente, junto aos outros
documentos com cota idêntica, em ordem alfabética de último apelido de autor, e em ordem
alfabética de título se existissem outros documentos do mesmo autor sob essa cota.

Para simplificar esta série de ordenações, é comum juntar as três primeiras letras do último
apelido do autor e as três primeiras letras do título à notação da CDU. Dessa forma, a cota
passaria a apresentar a configuração:

621.1.016.4 Can*Mod

Não obstante tratar-se de uma biblioteca especializada, este grau de especificidade, aplicado à
cotação, apenas faz sentido se o número de documentos arrumados sob a mesma cota ou o
interesse dos utilizadores assim o justificar. Cabe ao bibliotecário responsável fazer esta
avaliação e ir, de modo gradativo, retirando um dígito à sequência da notação, por forma a obter
a cota mais adequada.

2. É muito pouco provável que uma obra dessa natureza fosse seleccionada e adquirida para
integrar as colecções de uma biblioteca de carácter mais genérico. Mas, ainda no campo das
suposições, se, por meio de oferta por algum motivo irrecusável, a obra acabasse por dar entrada
numa biblioteca genérica, na qual se fizesse uso da CDU, tabela abreviada, o assunto básico
obviamente teria de ser o mesmo. Quanto à classificação do documento, a notação ficar-se-ia em
«621.1.01», nível hierárquico mais baixo encontrado na tabela abreviada:

Notação Âmbito de Aplicação


6 Ciências aplicadas. Medicina. Tecnologia

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 53/79


62 Engenharia. Tecnologia em geral
621 Engenharia mecânica em geral. Tecnologia nuclear. Engenharia eléctrica.
Maquinaria
621.1 Máquinas térmicas em geral. Geração, distribuição e utilização de vapor.
Máquinas a vapor. Caldeiras
621.1.01 Teoria das máquinas térmicas. Aspectos mecânicos. Assuntos relacionados com
a teoria dos gases e vapores. Saturação. Sobre-aquecimento. Expansão.
Condensação. Assuntos relacionados com a teoria do calor. Aspectos
termodinâmicos. Eficiência. Potência. Testes de desempenho

Nessas mesmas bibliotecas genéricas, é habitual, no processo de atribuição de cotas, estas não
transporem os três dígitos, salvo algumas poucas excepções, como, por exemplo, em
documentos sobre psicologia, cuja notação menos extensa é 159.9.

Dessa forma, à obra em questão atribuir-se-ia a cota:

621 Can*Mod

A obra seria, de seguida, arrumada junto a outros documentos cujo assunto básico estaria directa
ou hierarquicamente relacionado com engenharia mecânica em geral, tecnologia nuclear,
engenharia eléctrica e maquinaria.

3. Tendo em consideração o que foi exposto acima, se um estudante de direito procurar pela obra
Glossário de Direito do Trabalho e Relações Industriais, de autoria de Mário Pinto, na biblioteca
geral da sua universidade, é possível que o documento se encontre sob a cota:

349.2 Pin*Glo

Na tabela abreviada da CDU, a notação «349.2» seria a mais apropriada:

Notação Âmbito de Aplicação


Ciências sociais. Estatística. Política. Economia. Comércio. Direito. Administração
3 pública. Forças armadas. Assistênca social. Seguros. Educação. Etmologia
34 Direito. Jurisprudência
349 Ramos especiais do direito. Assuntos jurídicos diversos
349.2 Direito do trabalho
349.22 Relações contratuais. Contrato de trabalho
Condições de trabalho. Salários. Responsabilidade material nas condições de
349.23 trabalho. Horário de trabalho
Circunstâncias do trabalho. Saúde e higiene. Restrições de trabalho. Trabalho em
349.24 casa

«Pin» são as três primeiras letras do último apelido do autor e «Glo», letras iniciais do título.

4. De registar que um determinado assunto pode ser tratado sob pontos de vista diferentes, o que
requer uma atenção redobrada por parte do bibliotecário, e, na CDU, esta situação pode
exemplificar-se do modo que se segue:

Âmbito de Aplicação Notação


Electricidade (Física) 537
Electricidade (Engenharia) 621
Electricidade: instalações (Construção Civil) 696

Âmbito de Aplicação Notação


Universo (Astronomia) 524
Universo (Filosofia) 125
Universo: origem (Metafísica) 113

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Âmbito de Aplicação Notação
Vestuário (Economia Doméstica) 646
Vestuário (Etnografia) 391
Vestuário (Indústria) 687

Tendo em consideração este tipo de situação e a pensar nos bibliotecários menos familiarizados
com as notações, seria digno de apreço se as edições da CDU em Portugal fossem sempre
acompanhadas de um segundo volume com o índice alfabético remissivo respectivo, tal como
acontece com as congéneres de outros países. Na BMDD, por exemplo, tem-se por vezes de
recorrer ao índice alfabético da edição em língua francesa, publicado em Bruxelas no ano de
1973, com o inconveniente óbvio de sua desactualização.

Vozes críticas quanto ao emprego da CDU como forma de elaborar cotas, e não só, avolumaram-
se no decorrer do último século, nomeadamente pela enorme e célere evolução do
conhecimento. Novas áreas do saber foram criadas, de que a informática é paradigma, outras
conquistaram autonomia e os estudos interdisciplinares multiplicaram-se.

Apesar das revisões anuais de que é objecto, a CDU sofre, no entender dos oponentes, de
obsolescência crónica, para além da rigidez característica de um sistema baseado em décimas.
Sobre o assunto, propõe-se a leitura do artigo de Manuel Montenegro, “A CDU, Monstro Pré-
histórico das Classificações?”, publicado em Páginas A e B, Lisboa, (4) 1999, p. 71-91.

Sistemas de Cotação

O sistema de cotação deve ser estabelecido em função da missão, finalidade e público alvo ou
utilizadores da biblioteca. A maneira mais directa de fundamentar esta afirmação será descrever
sumariamente alguns sistemas em aplicação.

1.º Exemplo

A Biblioteca Nacional de Lisboa (BNL) tem como atribuições reunir, preservar e difundir o
património documental português.

As colecções da BNL são constituídas por mais de 2,6 milhões de espécies que, em grande
parte, dão entrada na BNL através da aplicação da Lei do Depósito Legal, cuja origem remonta
ao Alvará de 12 de Setembro de 1805, e que consiste na obrigatoriedade de os impressores
enviarem à BNL onze exemplares do que se publica em Portugal. A BNL mantém um exemplar e
encarrega-se de distribuir os exemplares restantes pelas bibliotecas beneficiárias do Depósito
Legal. Um número tão considerável de documentos exige uma preocupação acrescida quanto à
gestão de espaço.

Já que a conservação dos documentos é uma das finalidades da BNL, o acesso aos documentos
é condicionado e faz-se através da intermediação de seus funcionários. A concluir a
caracterização, os utilizadores frequentes da BNL são maioritariamente investigadores,
professores e estudantes universitários.

De acordo com Gina Rafael, Chefe da Divisão de Aquisições e Processamento da BNL, “o


sistema de cotação”, adoptado na biblioteca, “advém de uma correspondência existente entre a
tabela CDU (notações) e algumas siglas criadas para o efeito”. Estas siglas são usadas nas cotas
em substituição das notações da CDU.

As colecções da BNL distribuem-se por oito pisos de depósitos e, segundo a mesma


responsável, em conformidade com o quadro que se segue:

Piso Sigla Âmbito CDU


2.º HG História e Geografia classe 9
BR Brito Rato (doação)
...

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3.º L. Literatura classe 8
FA Fialho de Almeida (doação)
...
4.º SC (S)ciências Civis classe 3
BA Belas Artes classe 7
...
5.º PP Publicações periódicas
6.º RE Revista Estrangeira
7.º SA (S)ciências e Artes classes 1, 5 e 6
B Bibliografia classe 01
...
8.º REL Religiões classe 2
P Poligrafia classe 0
9.º CG Continuações Gerais classe 02
(obras em vários volumes cujas colecções ainda não
estão todas completas; particularidade da BNL)
BAD Biblioteconomia

Para além de uma das siglas do quadro acima, é atribuído um número sequencial de ordem de
entrada a cada exemplar, independentemente do(s) assunto(s) básico(s) que o documento
contém.

Ainda através de informação facultada por Gina Rafael, junta-se a letra «A», «V» ou «P» à cota,
no sentido de identificar uma de três secções de fileiras de estantaria distribuídas em cada piso,
cujos espaços entre divisões (ou prateleiras) correspondem a três dimensões de lombada:

Secção Dimensões
A Lombadas com mais de 30 cm
V Lombadas entre 21 a 30 cm
P Lombadas até 20 cm

Assim sendo, através da pesquisa ao catálogo da BNL, actualmente com mais de 1,3 milhões de
registos, pode encontrar-se um exemplar da obra Glossário de Direito do Trabalho e Relações
Industriais, de Mário Pinto, com a cota:

SC 75189 V

«SC» indica tratar-se de um documento sobre ciências civis, a remeter para o 4.º piso, onde
documentos sobre esse assunto geral são depositados.

«V» indica tratar-se de um documento com lombada de dimensões intermédias, ou seja, entre 21
a 30 cm, a remeter para a secção de estantes assinaladas com essa letra.

«75189» indica a localização exacta do documento relativamente à(s) fileira(s) de estantes


assinaladas com a letra «V», localização esta apoiada por um sistema de orientação gráfica.

2.º Exemplo

A Mediateca da Caixa Geral de Depósitos (MCGD) caracteriza-se como um centro de


documentação que visa fornecer informação actualizada aos seus utilizadores, internos e
externos, em grande parte ligados à área da economia e das finanças, em regime de acesso livre
às estantes.

Por tratar-se de um centro de documentação especializado, o quadro de siglas para a formação


de cotas da MCGD reflecte o facto:

Sigla Âmbito
CIE Centro de Informação Europeia
DI Direito

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EC Economia
EM Empresas
GE Gestão
IF Informação, Organização e Informática
RE Obras de Referência
SF Finanças e Sistema Financeiro
ST Estatísticas

Os documentos impressos em suporte papel, por exemplo, seleccionados e adquiridos em


função das áreas de especialização da MCGD, recebem na etiqueta da cota uma das siglas do
quadro acima e um número de ordem de entrada na estante ou grupo de estantes reservadas a
cada uma dessas áreas.

A obra Glossário de Direito do Trabalho e Relações Industriais, de Mário Pinto, poderia receber a
cota:

DI 3493

«DI» indica que o documento integra a área do direito e «3493» indica a posição na estantaria
reservada a essa área.

Este sistema de cotação permite ao utilizador interessado em «finanças e sistema financeiro»,


por exemplo, que procure pelas novidades editoriais dessa área, ir direito à última estante em
processo de preenchimento assinalada com a sigla «SF», para consultar os últimos documentos
ali arrumados, pois estes serão os que deram entrada na MCGD mais recentemente, o que
revela a preocupação acrescida dos funcionários em facilitar o acesso a informações mais
actualizadas.

Com a disseminação do acesso livre às estantes, a organização de documentos por «centros de


interesse» dos utilizadores ganha cada vez mais terreno.

Sobre este conceito, propõe-se a leitura da comunicação de Filipe Leal, “A Organização dos
Fundos Documentais da Biblioteca Pública”, apresentada ao 5.º Congresso Nacional de
Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, e publicada em 1994 pela Associação Portuguesa
de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas (APBAD), no 1.º volume das Comunicações. O
tema é retomado pelo mesmo autor no artigo “O Fio de Ariane: A Organização do Conhecimento
nas Bibliotecas Públicas”, publicado em Leituras: Revista da Biblioteca Nacional de Lisboa, 3 (2)
Out. 1997-Abr. 1998, p. 127-57.

3.º Exemplo

A Rede de Bibliotecas Públicas de Oeiras (RBPO), em regime de livre acesso às estantes,


alterou o seu sistema de cotação, antes com base nas notações da CDU, para «centros de
interesse» dos seus utilizadores.

Foi feito um trabalho prévio de análise, tendo como ponto de partida estatísticas de consulta
presencial e de empréstimo domiciliário, inquéritos levados a cabo para o efeito, e tendo em
conta ainda as sugestões de aquisição, que resultou na reorganização dos documentos pelos
seguintes centros de interesse: Ambiente, Arte, Banda Desenhada, Cinema, Coleccionismo,
Cozinha, Direito, Ficção Científica, Informática, Música, Pedagogia Infantil, Poesia, Romance,
Teatro, Saúde e Bem-Estar, Viagens, etc.

Adoptam-se maioritariamente letras no novo sistema de cotação, em grupos de três, formando as


iniciais de «centro de interesse», «subdivisão do centro de interesse» e as iniciais do «último
apelido de autor» ou, no caso de obras anónimas, iniciais de «título» do documento.

Na RBPO, a obra Glossário de Direito do Trabalho e Relações Industriais, de Mário Pinto, recebe
a cota:

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 57/79


DIR DIR-TRA PIN

«DIR» indica tratar-se de uma obra sobre direito (centro de interesse), «DIR-TRA» indica tratar-se
de direito do trabalho (subdivisão do centro de interesse) e «PIN» são as três primeiras letras do
último apelido do autor da obra (Pinto).

Seguem-se mais dois exemplos de aplicação desse sistema:

- A Criança e a Nova Pedagogia, de João Gomes Pedro – «P&F PED PED» – Pais e Filhos;
Pedagogia; Pedro; e

- Socialização Primária e Prática Pedagógica, de Ana Maria Morais... [et al.] – «CIE-EDU TEO-
EDU SOC vol. 2» – Ciências da Educação; Teoria Educacional; Socialização (neste caso, a
entrada principal faz-se pelo título, por tratar-se de obra com mais de três autores), e indicação do
volume.

Este sistema é tão simples de assimilar que o utilizador medianamente familiarizado, ao deparar-
se com a cota «POE POE-POR CAM», se aperceberá do conteúdo dos documentos que a
trazem afixada, ou seja, «POE» = poesia; «POE-POR» = poesia portuguesa; «CAM» = iniciais de
último apelido de autor.

Quadro Comparativo

Tendo em consideração o documento Glossário de Direito do Trabalho e Relações Industriais, de


Mário Pinto, bem como os diferentes tipos de biblioteca onde esse documento poderia ser
encontrado, e com base nos exemplos apontados, obter-se-iam formas diversificadas de cotação:

Tipologia Cota
Biblioteca Nacional SC 75189 V
Biblioteca Municipal DIR DIR-TRA PIN
Biblioteca Universitária 349.2 Pin*Glo
Biblioteca Especializada DI 3493
Biblioteca Escolar ...

Método Provisório

Não se procedeu à demonstração de exemplos de aplicação do sistema de cotação em


bibliotecas escolares, no sentido de manter coerência com o que ficou exposto até ao momento
no presente texto. Esta é a fase na qual o SABE não deve interferir.

Não existe um modelo ideal de cotação, a não ser aquele que se baseia na observação e análise
directas dos utilizadores a que a biblioteca se destina. O mais importante é elaborar um sistema
próprio, coerente e que sirva aos reais interesses dos utilizadores.

Por fim, o sistema de cotas deve sempre vir complementado com um sistema de orientação
gráfica que forneça aos utilizadores, logo à entrada da biblioteca, uma síntese do que esta tem a
oferecer, e, ao longo de todo o seu percurso ou trajecto, indicações graduais de pormenor, até ao
nível mais próximo do objecto de interesse desse público alvo, que se espera obtenha êxito
naquilo que procura.

Assim sendo, o espaço no catálogo colectivo destinado à cota manter-se-á sem preenchimento, a
aguardar que os professores bibliotecários enviem à BMDD listagens das cotas atribuídas em
cada biblioteca, a fim de serem acrescentadas nos registos respectivos.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 58/79


CATALOGAÇÃO

Definição

Consiste em inscrever em catálogo elementos identificativos e descritivos, recolhidos dos


documentos que integram as colecções da biblioteca, com vista à recuperação de informação. A
recolha é feita observando-se o que determinam as Regras Portuguesas de Catalogação ou RPC
e a Descrição Bibliográfica Internacional ou ISBD.

As RPC, primeiramente publicadas em 1984, têm como objectivo geral “a normalização dos
procedimentos catalográficos em Portugal” e, como objectivos específicos, “definir os elementos
de identificação e de descrição dos documentos de bibliotecas”, “determinar os elementos
necessários à descrição desses documentos” e, ainda, “fixar a forma de apresentação desses
elementos”. Uniformidade, simplificação e analogia são os princípios que presidem às RPC (p.
107).

A ISBD, publicação da IFLA surgida pela primeira vez em 1971, caracteriza-se como um conjunto
de princípios cujo objectivo é permitir a difusão internacional de informação bibliográfica,
inclusivamente através da permuta de registos. São em número de dez as variantes da ISBD:

- ISBD (A): Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada para Monografias Antigas


(Livros Antigos ou qualquer publicação até ao ano de 1800).
- ISBD (CF): Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada para Ficheiros de
Computador.
- ISBD (CM): Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada para Material Cartográfico.
- ISBD (CR): Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada para Séries e Outros
Recursos Contínuos.
- ISBD(ER): Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada para Recursos Electrónicos
(CD-ROM, DVD, Disquete com Software, documentos da Internet).
- ISBD (G): Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada Geral. A primeira edição
data de 1977 e não se destina a ser usada de forma directa na catalogação. Seu
objectivo é reunir todos os elementos presentes em cada uma das variantes para servir
como documento de apoio a grupos de trabalho que visam aprimorar as variantes
existentes ou criar novas variantes, se necessário.
- ISBD(M): Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada para Publicações
Monográficas (Livros). Publicada em 1971, foi portanto a primeira da série.
- ISBD (NBM): Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada para Material Não-Livro.
- ISBD (PM): Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada para Pautas Musicais.
- ISBD (S): Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada para Publicações em Série
(Publicações Periódicas: Jornais, Revistas, Boletins, Anuários, Relatórios, etc.).

Dado que os catálogos automatizados variavam de formato consoante os países de origem, foi
preciso que a IFLA criasse um formato de permuta para que o objectivo da ISBD pudesse
alcançar êxito. O UNIMARC, que veio a público em 1977, é disso o resultado. MARC é acrónimo
de machine-readable catalogue.

Assim, a partir dessa data foram desenvolvidos esforços no sentido, quer de converter os
formatos nacionais em UNIMARC quer de o adoptar como formato nacional em países sem
formato próprio. Portugal foi um dos primeiros a adoptar o UNIMARC como formato nacional.

Em 1981, publica-se a ISO 2709, que normaliza o formato de dados para permuta de informação
bibliográfica em banda magnética.

Os softwares de gestão de bibliotecas portugueses mais conhecidos usam o formato UNIMARC e


aplicam a ISO 2709:1996. É possível capturar registos de bases de dados bibliográficas mesmo
entre softwares diferentes, se esta aplicação estiver instalada em ambos os programas. Como
consequência, o tempo empregue na fase de catalogação é menor, o que permite aos
bibliotecários em geral, e aos professores bibliotecários em particular, desenvolverem outras
actividades, designadamente relacionadas com animação e dinamização das bibliotecas.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 59/79


O Formato UNIMARC

A tendência actual é de que a catalogação seja feita directamente em softwares de gestão de


bibliotecas que, através de folhas de recolha diferenciadas, consoante o tipo de suporte
documental, contêm etiquetas parametrizadas em conformidade com as RPC e ISBDs,
devidamente identificadas e, via de regra, com pontuação e outros sinais gráficos automatizados,
para além de outras funcionalidades que tornam a tarefa de catalogação mais célere.

Uma vez que o UNIMARC é o formato base dos principais softwares de gestão de bibliotecas em
uso em Portugal, a fase da catalogação será desenvolvida a seguir com recurso a este formato.

Existe uma série de campos no UNIMARC, alguns deles inclusivamente de preenchimento


automático. Para que o modelo de folha de recolha que se segue não fique demasiado extenso,
seleccionam-se, do modelo UNIMARC completo, os campos e subcampos de preenchimento
obrigatório ou mais utilizados. Quanto a pormenores de preenchimento, eles são referidos mais
adiante.

UNIMARC
(Selecção)
Blocos Designação
0-- Bloco de identificação
Campo Designação
010 Número internacional normalizado dos livros
Subcampo Designação
^a ISBN
011 Número internacional normalizado das publicações em série
^a ISSN
1-- Bloco de informação codificada
100 Dados gerais de processamento
^a Dados gerais de processamento
101 Língua da publicação
^a Língua do texto, banda sonora, etc.
^b Língua do texto intermédio quando o documento não é
traduzido do original.
^c Língua do documento no original.
102 País de publicação.
^a País de publicação.
2-- Bloco de informação descritiva
200 Título e menção de responsabilidade.
^a Título próprio.
^b Indicação geral da natureza do documento.
^d Título paralelo.
^e Informação de outro título.
^f Primeira menção de responsabilidade.
^g Outras menções de responsabilidade.
205 Menção da edição.
^a Menção da edição.
^f Menção de responsabilidade relativa à edição.
^g Outras menções de responsabilidade relativas à edição.
206 Campo específico de alguns tipos de materiais: material cartográfico –
dados matemáticos.
^a Menção dos dados matemáticos.
207 Campo específico de alguns tipos de materiais: publicações em série –
numeração.
^a Numeração: indicação de datas e volumes.
^z Fonte de informação da numeração.
210 Publicação, distribuição, etc.
^a Lugar da edição, distribuição, etc.
^c Nome do editor, distribuidor, etc.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 60/79


^d Data da publicação, distribuição, etc.
215 Descrição física.
^a Indicação específica da natureza do documento e extensão
da espécie.
^c Outras indicações físicas.
^d Dimensões.
^e Material acompanhante.
225 Colecção.
^a Título próprio da colecção.
^i Nome de uma parte ou secção.
^v Indicação do volume.
3-- Bloco de notas.
300 Notas gerais.
^a Texto da nota.
303 Notas gerais relativas a informação descritiva.
^a Texto da nota.
326 Notas de periodicidade (publicações em série).
^a Periodicidade.
327 Notas de conteúdo.
^a Texto da nota.
4-- Bloco de entradas relacionadas.
488 Outras obras relacionadas.
^a Autor.
^t Título.
5-- Bloco de títulos relacionados.
500 Título uniforme.
^a Título uniforme.
6-- Bloco de assuntos.
606 Nome comum usado como assunto.
^a Elemento de entrada.
^x Subdivisão de assunto.
^y Subdivisão geográfica.
^z Subdivisão cronológica.
675 Classificação Decimal Universal (CDU).
^a Notação.
^v Edição.
^z Língua da edição.
7-- Bloco de responsabilidade intelectual.
700 Nome de autor-pessoa física (responsabilidade intelectual principal).
^a Palavra de ordem.
^b Outra parte do nome não tomada para palavra de ordem.
^c Elementos de identificação ou distinção.
^f Datas.
701 Nome de autor-pessoa física (co-responsabilidade intelectual principal).
^a Palavra de ordem.
^b Outra parte do nome não tomada para palavra de ordem.
^c Elementos de identificação ou distinção.
^f Datas.
^4 Código da função.
702 Nome de autor-pessoa física (responsabilidade intelectual secundária).
^a Palavra de ordem.
^b Outra parte do nome não tomada para palavra de ordem.
^c Elementos de identificação ou distinção.
^f Datas.
^4 Código da função.
710 Nome de colectividade-autor (responsabilidade intelectual principal).
^a Palavra de ordem.
^b Subdivisão.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 61/79


^c Elementos de identificação ou distinção.
^d Número do grupo-eventual.
^e Local do grupo-eventual.
^f Data do grupo-eventual
711 Nome de colectividade-autor (co-responsabilidade intelectual principal).
^a Palavra de ordem.
^b Subdivisão.
^c Elementos de identificação ou distinção.
^d Número do grupo-eventual.
^e Local do grupo-eventual.
^f Data do grupo-eventual
^4 Código da função.
712 Nome de colectividade-autor (responsabilidade intelectual secundária).
^a Palavra de ordem.
^b Subdivisão.
^c Elementos de identificação ou distinção.
^d Número do grupo-eventual.
^e Local do grupo-eventual.
^f Data do grupo-eventual
^4 Código da função.
8-- Bloco de uso internacional.
856 Localização e acesso electrónico.
^u URL (Uniforme Resource Location).
^z Informação para o público.
9-- Bloco de uso nacional.
966 Existências.
^c Número de exemplares.
^l Sigla da biblioteca.
^p Cota.
^s Preço.
^x Modalidade de aquisição.
^5 Empréstimo interbibliotecas.
^6 Empréstimo domiciliário.
^7 Leitura de presença.

Notas sobre o UNIMARC

Sugere-se, primeiramente, o preenchimento de folhas de recolha diferenciadas, consoante a


tipologia dos documentos, que alguns softwares trazem já instaladas, tais como:
- Artefactos a Três Dimensões e “Realia”,
- Material Cartográfico – Impresso,
- Material de Projecção e Vídeo,
- Material Gráfico – Fotografias, Cartazes, Etc.,
- Monografias – Produtos de Computador,
- Monografias – Texto Impresso (MTI),
- Multimédia,
- Publicações em Série (STI),
- Registos Sonoros – Musicais, e
- Registos Sonoros – Não Musicais.

Ao aceder a uma destas folhas, surgem as etiquetas específicas de cada tipo de suporte no
monitor, nomeadamente as de preenchimento obrigatório ou mais usadas nessa catalogação
específica.

Para além da catalogação em si mesma, este procedimento torna mais fácil a tarefa de
inventariação e permite exercer um melhor controlo das colecções relativamente ao planeamento
de novas aquisições. Para o efeito, há bibliotecas que, inclusivamente, mantêm bases individuais
para cada tipo de suporte documental, a par da base bibliográfica principal ou geral.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 62/79


Passa-se às indicações sobre preenchimento de blocos, campos e subcampos que se julga
possam trazer alguma dificuldade:

100 – Subcampo «a»: Dados gerais de processamento – A «data da entrada no ficheiro» é o


elemento mais importante a preencher neste subcampo. Preenche-se com a data em que o
registo foi originalmente criado, na forma normalizada para datas: AAAAMMDD.

Ex.: ^a20060816 (ou seja, 16 de Agosto de 2006)

Este preenchimento é automático em alguns softwares.

101 – Língua da publicação


^a - Língua do texto, banda sonora, etc.
^b - Língua do texto intermédio quando o documento não é traduzido do original.
^c - Língua do documento no original.

Subcampo «a»: Preenche-se com o código da língua do documento que está a ser catalogado.

Ex.: ^apor (ou seja, língua portuguesa).

Se o documento a catalogar está na língua original, o preenchimento dos outros subcampos


não tem cabimento.

Assume automaticamente o código «por» em alguns softwares.

Subcampo «b»: Preenche-se, se for caso disso, com o código da língua da publicação
intermédia, que serviu de base para a tradução.

Ex.: ^beng (ou seja, língua inglesa).

Trata-se, neste exemplo, de tradução portuguesa da tradução inglesa de uma publicação


originalmente publicada em japonês. O preenchimento deste subcampo não tem cabimento,
se o documento a catalogar foi traduzido directamente do original.

Subcampo «c»: Preenche-se com o código da língua do documento original.

Ex.: ^cjpn (ou seja, língua japonesa).

102 – Subcampo «a»: País de publicação – Preenche-se com o código do país de publicação do
documento.

Ex.: ^aPT (ou seja, Portugal).

Assume automaticamente esse código em alguns softwares.

200 – Título e menção de responsabilidade. Corresponde à zona do título e da menção de


responsabilidade nas RPC.
^a - Título próprio.
^b - Indicação geral da natureza do documento.
^d - Título paralelo.
^e - Informação de outro título (subtítulo).
^f - Primeira menção de responsabilidade.
^g - Outras menções de responsabilidade.

Subcampo «b»: Serve para indicar a classe genérica de material a que o documento pertence,
isto é, o tipo de suporte, quando não se tratar de monografia ou publicação em série.

Ex. 1: ^bregisto vídeo (cassete VHS).

Ex. 2: ^bdocumento electrónico (DVD).

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 63/79


Ex. 3: ^bregisto sonoro (CD).

Ex. 4: ^bregisto multimédia (CD-ROM).

Veja-se a ISBD correspondente: ISBD (A), ISBD (CF), ISBD (CM), ISBD (CR), ISBD(ER),
ISBD (NBM) e ISBD (PM).

Subcampo «f»: Mencionam-se até três autores, ou, se o documento tiver mais de três autores
nesta mesma função, menciona-se apenas o nome em primeiro plano na página de título.

Ex.: ^fGonçalves Crespo... [et al.].

Neste exemplo, o documento tem mais de três autores e o nome de Gonçalves Crespo é
expresso com maior relevo na página de título do documento.

Acrescentam-se reticências (...) e a abreviatura latina et al. (entre outros), para indicar que a
obra foi escrita por mais de três autores.

O nome do(s) autor(es) é preenchido na mesma forma em que vem expresso na página de
título do documento.

Subcampo «g»: Aplicam-se as mesmas regras do subcampo «f» acima, relativamente ao número
de intervenientes em cada função.

Ex.: ^gcompil. [de] Nuno Marques... [et al.].

Nuno Marques exerce a função de compilador no documento que está a ser catalogado.

A preposição «de» foi acrescentada pelo bibliotecário e, por esta razão, deve ser colocada
entre parênteses rectos, para indicar que não vem expressa na página de título do
documento.

Este subcampo repete-se para separar funções diferenciadas.

205 – Menção da edição. Corresponde à zona da edição nas RPC.

Subcampo «a»: Faz-se menção da edição apenas se o documento a catalogar não for uma 1.ª
edição.

Ex.: ^a3.ª ed. abrev.

206 – Campo específico de alguns tipos de materiais: material cartográfico – dados matemáticos.
Corresponde à zona específica de alguns documentos nas RPC.

Subcampo «a»: Faz-se menção da escala, projecção, coordenadas e equinócios, com a


pontuação da ISBD (CM).

207 – Campo específico para alguns tipos de materiais: publicações em série – numeração.
Corresponde à zona da numeração nas RPC.
^a – Numeração: indicação de datas e volumes.
^z – Fonte de informação da numeração.

Sucampo «a»: Destina-se à numeração (primeiro e último números) e/ou datas limites do
primeiro e último números, conforme as RPC e ISBD (S).

Ex.: ^aAno 1, n.º 1 (Jan.-Mar. 1933)-Série II, n.º 23 (Out.-Dez. 1942).

A biblioteca possui três números esparsos de uma revista que há muito deixou de ser
publicada.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 64/79


Sucampo «z»: Trata-se da referência à fonte de informação, sempre que este elemento não seja
retirado do próprio documento.

Ex.: ^zPublicações Periódicas do Porto na Primeira Metade do Século XX.

Esta obra foi a fonte da informação descritiva contida no subcampo «a» acima.

210 – Publicação, distribuição, etc. Corresponde à zona do pé de imprensa nas RPC.

Sucampo «d»: Data da publicação, distribuição, etc. Preencher, por esta ordem, data de edição,
ou data do copyright, ou data do Depósito Legal, ou data da distribuição, etc.

Ex. 1: ^d2004 (ou seja, data de edição, retirada da página de título).

Ex. 2: ^dD. L. 2005 (ou seja, data do Depósito Legal).

215 – Descrição física. Corresponde à zona da colação nas RPC.

Subcampo «a»: Indicação específica da natureza do documento e extensão da espécie.

Serve para indicar o nome do tipo específico de material a que o documento pertence e/ou
uma indicação do número de unidades materiais que o constituem.

Ex. 1: ^a1 cassete (VHS) ca 93 min.

Ex. 2: ^a1 disco óptico (DVD) 122 min.

Ex. 3: ^a2 discos (CD) 180 min.

225 – Colecção. Corresponde à zona da colecção nas RPC.

3-- – Bloco de notas (campos 300 a 345). Corresponde à zona das notas nas RPC.

300 – Subcampo «a»: A informação colocada neste subcampo apenas é recuperável em


pesquisa na variante de texto livre, o que resulta em “ruído”. A fim de evitar o “ruído”, pode
colocar-se entre “bicos” (<>) a palavra ou expressão do texto da nota, que se quer recuperar em
pesquisa por palavra, variante de pesquisa mais célere e eficiente.

Ex.: ^aOferta de <Isabel Ribeiro>.

Recuperar este tipo de informação pode ser importante, para prestação de contas ou
prestação de homenagem aos benfeitores da biblioteca, por exemplo.

303 – Subcampo «a»: No caso das publicações em série, correntes, cujo primeiro número não
integra as colecções da biblioteca, faz-se uso deste subcampo para indicar em que foi baseada a
descrição contida no subcampo «a» do campo «207».

Ex.: ^aDescrição baseada em: N.º 24 (Jul.-Set. 1995).

Trata-se de uma revista que já ia no n.º 24, mas que a biblioteca apenas teve oportunidade de
a assinar nesse momento. A partir do n.º 24, o bibliotecário chegou à conclusão de que a
publicação teve início em 1989. O subcampo «a» do campo «207» provavelmente foi
preenchido do modo que se segue: ^aN.º 1 (Out.-Dez. 1989)-.

326 – Subcampo «a»: Indica-se a(s) periodicidade(s) da publicação em série. Caso haja
alteração na periodicidade, é necessário recorrer ao subcampo «b», para indicar as datas de
periodicidade.

Ex.: 326 ^aDiário^b2004-


326 ^aSemanal^b2002-2003

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 65/79


Trata-se de um jornal que, nos anos de 2002 e 2003, era publicado semanalmente, e que
passou, em 2004, a ser publicado diariamente.

Neste caso, não só foi necessário recorrer ao subcampo «b», como também foi preciso repetir
o campo «326».

488 – Este campo é utilizado para ligar o documento a catalogar a um outro existente no catálogo
da biblioteca, designadamente noutro suporte. Os dados a recolher neste campo referem-se à
obra com a qual se quer fazer a ligação e não com a obra em processo de catalogação.

O Dvd do filme O Senhor dos Anéis está a ser catalogado e pretende-se fazer a ligação do
registo desse dvd com o registo, existente no catálogo, da obra (monográfica ou em suporte
papel) de J. R. R. Tolkien, na qual o filme se baseou:

^a – Autor (nome pela ordem directa).

Ex.: ^a John Ronald Reuel Tolkien.

^t – Título.

Ex.: ^t<O >senhor dos anéis.

Observação: Artigos e algarismos (árabes, ordinais e romanos), em início de título próprio, são
sempre colocados entre “bicos” (<>).

500 – Subcampo «a»: A biblioteca pode optar por preencher este subcampo com o título mais
conhecido, quando uma obra é publicada sob títulos diferentes, designadamente em casos de
traduções.

Uma mesma obra de Emily Brontë foi traduzida para português sob os títulos: O Alto dos
Vendavais, A Colina dos Vendavais, O Monte dos Vendavais e O Morro dos Ventos Uivantes.

Os títulos que aparecem na página de título dos documentos entram no subcampo «a» do
campo «200» dos registos respectivos e o título corrente ou pelo qual a obra é mais conhecida
entra no subcampo «a» do campo «500» desses mesmos registos.

A obra citada de Emily Brontë é mais conhecida em português sob o título de O Monte dos
Vendavais:

Ex.: ^a<O >monte dos vendavais.

606 – A BMDD optou por usar apenas o campo 606, “nome «comum» usado como assunto”,
para todo e qualquer tipo de assunto, não obstante existirem outros campos relacionados com
assunto:
- 600: nome de pessoa usado como assunto,
- 601: nome de colectividade usado como assunto,
- 602: nome de família usado como assunto,
- 604: autor/título usado como assunto,
- 605: título usado como assunto,
- 607: nome geográfico usado como assunto, e
- 610: termos de indexação não controlados.

Esta opção deve-se ao facto de a BMDD fazer uso da indexação pré-coordenada, com base
na Lista de Cabeçalhos de Assunto para Bibliotecas em articulação com o Manual
SIPORbase, conforme mencionado anteriormente.

O campo «606» é preenchido com termos que devem estar em conformidade com o sistema
de indexação utilizado na biblioteca.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 66/79


Ex.: Se documento a ser catalogado traz o resultado dos censos realizados à população de
Portugal no ano de 2001, tendo sido indexado por «População-censos-Portugal-2001», os
subcampos do campo «606» devem ser preenchidos nessa mesma ordem:

^aPopulação^bcensos^yPortugal^z2001

675 – Classicação Decimal Universal (CDU).


^a – Notação.
^v – Edição.
^z – Língua da edição.

O documento a ser catalogado é a própria CDU, edição de 2005:

Ex.: ^a025.45.

A notação do exemplo dado corresponde ao âmbito: “Classificações com notações baseadas


nos números árabes do sistema decimal. Classificações decimais (por exemplo: CDU, CDD)”.

Ex.: ^v2005.

A notação expressa no subcampo «a» foi retirada da edição mais actualizada da CDU.

Ex.: ^zpor.

O português é a língua dessa edição.

Se um outro sistema de classificação for usado em lugar da CDU, o campo «675» não é
preenchido e, em seu lugar, preenche-se:
- 676: para a Classificação Decimal de Dewey,
- 680: para a Classificação da Biblioteca do Congresso, ou
- 686: para outras classificações.

7-- – Bloco de responsabilidade intelectual. Sugere-se a consulta ao ficheiro de autoridade da


BNL, página http://pacweb.bn.pt/autores.htm, para entradas autorizadas de nomes que se
destinam a este bloco, e propõe-se a consulta à publicação da IFLA, Names of Persons: National
Usages for Entry in Catalogues, para apelidos estrangeiros, caso estes não estejam
contemplados no ficheiro da BNL.

700 – Preenche-se este campo com o nome do autor singular, ou com o nome do autor que
aparece com maior relevo ou que é mencionado na página de título em primeiro plano, se o
documento é da autoria de até três autores.

Não tem cabimento o preenchimento deste campo e do campo «701», caso o documento tenha
mais de três autores; apenas o campo 702, nesta circunstância, é preenchido.

O nome é preenchido de modo indirecto e na forma autorizada, mesmo que na página de título
venha grafado de outra maneira:
- subcampo «a» – último apelido,
- subcampo «b» – nome(s) próprio(s) e apelido(s) restante(s),
- subcampo «c» – abreviatura «pseud.», se for caso disso, a indicar que se trata de um
pseudónimo usado como entrada autorizada,
- subcampo «f» – data de nascimento e de morte, separadas por hífen, se não se tratar de
um pseudónimo.

Exemplos:

Sophia de Mello Breyner (forma do nome na página de título)


^aAndresen,
^bSophia de Mello Breyner,
^f1919-2004

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 67/79


Bernardo Soares
^aPessoa,
^bFernando,
^f1888-1935

Neste exemplo, O Livro do Desassossego, de Bernardo Soares, um dos heterónimos de


Fernando Pessoa, é o documento que está a ser catalogado. O nome Bernardo Soares entra
no subcampo «f» do campo «200», mas, no campo «700», entra a forma autorizada, tanto
para documentos assinados com o nome real quanto para os documentos assinados por
heterónimos.

Atenção especial deve ser dada a apelidos compostos e apelidos de origem estrangeira, que
devem figurar no subcampo «a». Exemplos:

Camilo Castelo Branco


^aCastelo Branco,
^bCamilo,
^f1825-1890

Isabel Corte-Real
^aCorte Real,
^bIsabel,
^f1945-

Manuel Vázquez Montalbán


^aVázquez Montalbán,
^bManuel,
^f1939-2003

John Le Carré
^aLe Carré,
^bJohn,
^cpseud.

701 – Adoptam-se os mesmos critérios de preenchimento do campo «700» e acrescenta-se o


subcampo «4», que se preenche com o código de função, o qual, neste campo, apenas pode ser
«070», ou seja, código de autor. Em alguns softwares, o menu de códigos de função surge no
monitor assim que é dada entrada no subcampo «4», bastando apenas seleccionar o código
adequado. O campo repete-se se existir um terceiro autor.

702 – Adoptam-se os mesmos critérios de preenchimento do campo «700» e acrescenta-se o


subcampo «4». Este campo é usado para dar entrada de nomes colocados no subcampo «g» do
campo «200». É também usado para indicar o nome do autor que é expresso com maior relevo
ou em primeiro plano na página de título de documentos com mais de três autores. O campo é
repetível.

710 – Aplica-se a mesma regra do campo «700», relativamente ao número de autores.

Preenche-se o subcampo «a» com o nome da instituição, privada ou autónoma, e o subcampo


«b», se for caso disso, com a designação da subunidade orgânica. Repete-se o subcampo «b»,
se a subunidade orgânica, por sua vez, se subdividir. Exemplo:

Instituto de Estudos Clássicos da Universidade de Coimbra


^aUniversidade de Coimbra.
^bFaculdade de Letras.
^bInstituto de Estudos Clássicos

Os orgãos governamentais ou entidades oficiais têm entrada pelo designativo geográfico


respectivo. Exemplos:

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 68/79


Instituto Português do Livro e das Bibliotecas
^aPortugal.
^bMinistério da Cultura.
^bInstituto Português do Livro e das Bibliotecas

Mário Soares
^aPortugal.
^bPresidente da República,
^c1986-1996 (Mário Soares).

Este último exemplo é válido para documentos oficiais, assinados, por exemplo, por Mário
Soares no exercício das funções de presidente. Obras de carácter privado, mesmo que
publicadas no período do mandato, devem entrar pelo nome de pessoa física.

Exemplos de colectividade-autor grupo eventual:

Seminário Internacional sobre Bibliotecas Escolares, Fundação Calouste Gulbenkian, 25 de


Setembro de 2006
^aSeminário Internacional sobre Bibliotecas Escolares,
^eLisboa,
^f2006

III Congresso da Sociedade Portuguesa de Estatística


^aCongresso da Sociedade Portuguesa de Estatística,
^d<3= 3>,
^eGuimarães,
^f1995

711 – Aplicam-se as mesmas regras do campo «710» e acrescenta-se o código de função no


subcampo «4». O campo repete-se se existir um terceiro autor.

712 – Aplicam-se as mesmas regras do campo «710» e acrescenta-se o código de função no


subcampo «4».

856 – Preenche-se para fazer hiperligação a um outro documento que traz informação
complementar sobre o documento que está em processo de catalogação.

O documento a ser catalogado é uma obra de Maria Alberta Menéres e o bibliotecário quer
integrar, no registo, a biografia da autora.

Em pesquisa na Internet, o bibliotecário encontra a biografia da autora na página do IPLB


(Instituto Português do Livro e das Bibliotecas).

Este endereço é colocado no subcampo «u», mas, no catálogo ao qual os utilizadores têm
acesso, apenas aparece a mensagem colocada no subcampo «z»:

Ex.: ^uhttp://www.iplb.pt/pls/diplb/!get_page?pageid=402&tpcontent=FA&idaut=1717721&tipo
=&format=NP405.

Ex.: ^zClique aqui para ver a biografia da autora.

966 – Subcampo «l»: Sigla da biblioteca. Veja-se, adiante, a proposta de atribuição de siglas para
as bibliotecas escolares de Odivelas.

Subcampo «p»: Se o documento é publicado em mais de um volume, inclui-se esta informação


nas cotas e repete-se o subcampo.

Ex.: ^p030 GRA v. 01


^p...
^p030 GRA v. 36.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 69/79


No exemplo acima, a biblioteca possui os primeiros 36 volumes da Grande Enciclopédia Luso-
Brasileira de Cultura, documento que está a ser catalogado, e repetirá o subcampo «p» igual
número de vezes para indicar cada volume existente.

Repete-se, de igual forma, o subcampo «p», se for caso disso, de acordo com o número de
exemplares indicado no subcampo «c».

Ex.: ^p030 GRA v. 01 ex. 01


^p030 GRA v. 01 ex. 02
^p...
^p030 GRA v. 36 ex. 02.

Foi indicado no subcampo «c» que a biblioteca possui dois exemplares de cada volume da
mesma enciclopédia.

Subcampo «x»: Modalidade de aquisição.

Ex. 1: ^xCompra

Ex. 2: ^xOferta

Ex. 3: ^xPermuta.

Subcampo «5»: Empréstimo interbibliotecas – O código «0» autoriza-o (pode ser emprestado) e o
código «1» inviabiliza-o (não pode ser emprestado).

Subcampo «6»: Empréstimo domiciliário – Codificação idêntica ao subcampo «5», acima.

Subcampo «7»: Leitura de presença – Codificação idêntica ao subcampo «5», acima.

Proposta de Siglas

No preenchimento do subcampo «l» do campo «966» do UNIMARC, “sigla da biblioteca”, o ideal


seria usar os códigos numéricos atribuídos pela DREL. Estes, no entanto, não seriam de fácil
identificação por parte dos utilizadores do catálogo colectivo da Rede Concelhia de Bibliotecas
Escolares, designadamente os mais jovens.

Assim sendo, apresenta-se a proposta de atribuição de siglas para as bibliotecas escolares dos
estabelecimentos oficiais de ensino com sede em Odivelas, em conformidade com a lista que se
segue:

Sigla Estabelecimento de Ensino


EB1A Escola Básica do 1.º Ciclo Amoreira
EB1AMB Escola Básica do 1.º Ciclo António Maria Bravo
EB1AZ Escola Básica do 1.º Ciclo Azenha
EB1BB Escola Básica do 1.º Ciclo Barbosa du Bocage
EB1C Escola Básica do 1.º Ciclo Caneças
EB1C1 Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim de Infância Caneças N.º 1
EB1CDR Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim de Infância Chafariz d’El Rei
EB1CS Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim de Infância Casal da Serra
EB1CV Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim de Infância Cesário Verde
EB1DD Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim de Infância D. Dinis
EB1EQ Escola Básica do 1.º Ciclo Eça de Queirós
EB1F3 Escola Básica do 1.º Ciclo Famões N.º 3
EB1F4 Escola Básica do 1.º Ciclo Famões N.º 4
EB1JV Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim de Infância João Villaret
EB1MF Escola Básica do 1.º Ciclo Mello Falcão
EB1ML Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim de Infância Maria Lamas
EB1MM Escola Básica do 1.º Ciclo Dr. Mário Madeira
EB1MMV Escola Básica do 1.º Ciclo Maria Máxima Vaz

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 70/79


EB1O5 Escola Básica do 1.º Ciclo Odivelas N.º 5
EB1O7 Escola Básica do 1.º Ciclo Odivelas N.º 7
EB1OB Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim de Infância Olival Basto
EB1PMC Escola Básica do 1.º Ciclo Professora Maria Costa
EB1QC Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim de Infância Quinta da Condessa
EB1QD Escola Básica do 1.º Ciclo Quinta das Dálias
EB1QP Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim de Infância Quinta da Paiã
EB1QSJ Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim de Infância Quinta de São José
EB1RS Escola Básica do 1.º Ciclo Rainha Santa
EB1SL Escola Básica do 1.º Ciclo Serra da Luz
EB1VF Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim de Infância Veiga Ferreira
EB1VG Escola Básica do 1.º Ciclo Vale Grande
EB23AB Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Avelar Brotero
EB23AG Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos António Gedeão – Arroja
EB23C Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Castanheiros
EB23CP Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Carlos Paredes
EB23IP Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Isabel de Portugal – Odivelas
EB23P Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Pombais
EB23PO Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Pontinha
EB23VS Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Vasco Santana
EPADD Escola Profissional Agrícola de D. Dinis
ESBF Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico Braamcamp Freire
ESC Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico Caneças
ESO Escola Secundária Odivelas
ESPA Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico Pedro Alexandrino
ESR Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico Ramada
JIA Jardim de Infância Arroja
JIAC Jardim de Infância Álvaro de Campos
JIGE Jardim de Infância Gil Eanes
JIRG Jardim de Infância Roque Gameiro

Adoptou-se o critério da ordem alfabética nos casos em que houve coincidência de letras iniciais,
assinalados a negrito na lista.

UNIMARC-Autoridades

É uma ferramenta bastante útil em bibliotecas de médias e grandes dimensões, pois permite uma
maior uniformidade e controlo dos pontos de acesso de pesquisa «autor» e «assunto». Este
ficheiro permite também a elaboração de entradas remissivas.

Faz-se uso do bloco «2--» para cabeçalhos autorizados e do bloco «4--» para cabeçalhos não
autorizados. Se o utilizador efectuar pesquisas através dos cabeçalhos não autorizados, são
automaticamente remetidos para os documentos com cabeçalhos autorizados, sob condição de
que as formas rejeitadas tenham sido previamente contempladas no bloco «4--». Os cabeçalhos
que dão entrada no bloco «5--», também autorizados, servem de base para remissivas do tipo
“ver também”.

UNIMARC-Autoridades
(Selecção)
Blocos Designação
2-- Bloco do cabeçalho autorizado
Campo Designação
200 Cabeçalho – nome de pessoa; corresponde aos campos «700», «701» e
«702» da base bibliográfica principal
Subcampo Designação
^a Palavra de ordem.
^b Outra parte do nome não tomada para palavra de ordem.
^c Elementos de identificação ou distinção.
^f Datas.

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 71/79


210 Cabeçalho – nome de colectividade; corresponde aos campos «710»,
«711» e «712» da base bibliográfica principal
^a Palavra de ordem.
^b Subdivisão.
^c Elementos de identificação ou distinção.
^d Número do grupo-eventual.
^e Local do grupo-eventual.
^f Data do grupo-eventual
250 Cabeçalho – assunto; corresponde ao campo «606» da base bibliográfica
principal
^a Elemento de entrada.
^x Subdivisão de assunto.
^y Subdivisão geográfica.
^z Subdivisão cronológica.
4-- Bloco das referências de substituição (termos rejeitados); remete para o cabeçalho
autorizado
400 Cabeçalho – nome de pessoa.
^a Palavra de ordem.
^b Outra parte do nome não tomada para palavra de ordem.
^c Elementos de identificação ou distinção.
^f Datas.
410 Cabeçalho – nome de colectividade
^a Palavra de ordem.
^b Subdivisão.
^c Elementos de identificação ou distinção.
^d Número do grupo-eventual.
^e Local do grupo-eventual.
^f Data do grupo-eventual
450 Cabeçalho – assunto
^a Elemento de entrada.
^x Subdivisão de assunto.
^y Subdivisão geográfica.
^z Subdivisão cronológica.
5-- Bloco das referências gerais VT; contém cabeçalhos autorizados relacionados com o
cabeçalho do bloco «2--» acima, com o qual se estabelecerá ligação do tipo «ver
também».
500 Cabeçalho – nome de pessoa; corresponde aos campos «700», «701» e
«702» da base bibliográfica principal
^a Palavra de ordem.
^b Outra parte do nome não tomada para palavra de ordem.
^c Elementos de identificação ou distinção.
^f Datas.
510 Cabeçalho – nome de colectividade; corresponde aos campos «710»,
«711» e «712» da base bibliográfica principal
^a Palavra de ordem.
^b Subdivisão.
^c Elementos de identificação ou distinção.
^d Número do grupo-eventual.
^e Local do grupo-eventual.
^f Data do grupo-eventual
550 Cabeçalho – assunto; corresponde ao campo «606» da base bibliográfica
principal
^a Elemento de entrada.
^x Subdivisão de assunto.
^y Subdivisão geográfica.
^z Subdivisão cronológica.

Passa-se a demonstrar o modo de preenchimento do ficheiro, através de alguns exemplos:

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 72/79


1. UNIMARC-Autoridade – Autor

Ex. 1: Mário Soares


200 Cabeçalho.
Preenche-se este campo com a forma autorizada a que os campos «700», «701» e
«702» da base bibliográfica principal devem corresponder.
^a Soares,
^b Mário,
^f 1924-
400 Pista de referência “Ver”.
Preenche-se, regra geral, com as referências não usadas, expressas nos
subcampos «f» e «g» do campo «200» da base bibliográfica principal, bem como
com outras variantes relativas a formas mais ou menos completas dos nomes,
grafias em desuso, etc.
^a Soares,
^b Mário Alberto Nobre Lopes
510 Pista de referência “Ver também”.
Forma autorizada a que os campos «710», «711» e «712» da base bibliográfica
principal devem corresponder.
^a Portugal.
^b Presidente da República,
^c 1986-1996 (Mário Soares)
510 Repetição
^a Portugal.
^b Primeiro Ministro,
^c 1983-1985 (Mário Soares)
510 Repetição
^a Portugal.
^b Primeiro Ministro,
^c 1978 (Mário Soares)
510 Repetição
^a Portugal.
^b Ministro dos Negócios Estrangeiros,
^c 1977 (Mário Soares)
510 Repetição
^a Portugal.
^b Primeiro Ministro,
^c 1976-1977 (Mário Soares)
510 Repetição
^a Portugal.
^b Ministro dos Negócios Estrangeiros,
^c 1974-1975 (Mário Soares)
510 Repetição
^a Portugal.
^b Ministro dos Negócios Estrangeiros,
^c 1974 (Mário Soares)

Ex. 2: Fernando Pessoa


200 Cabeçalho.
Forma autorizada a que os campos «700», «701» e «702» da base bibliográfica
principal devem corresponder.
^a Pessoa,
^b Fernando,
^f 1888-1935
400 Pista de referência “Ver”.
Preenche-se com as referências não usadas, expressas nos subcampos «f» e «g»
do campo «200» da base bibliográfica principal, bem como, em situações
equivalentes ao presente exemplo, com recurso a fontes de informação externas,

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 73/79


para que se faça a opção adequada entre o nome real e o(s) nome(s) literário(s).
^a Pessoa,
^b Fernando António Nogueira de Seabra
400 Repetição.
^a Caeiro,
^b Alberto,
^c pseud.
400 Repetição.
^a Campos,
^b Álvaro de,
^c pseud.
400 Repetição.
^a Reis,
^b Ricardo,
^c pseud.
400 Repetição.
^a Search,
^b Alexander,
^c pseud.
400 Repetição.
^a Soares,
^b Bernardo,
^c pseud.
Entre outros heterónimos/pseudónimos.

Ex. 3: Instituto Português do Livro e das Bibliotecas


210 Cabeçalho.
Forma autorizada a que os campos «710», «711» e «712» da base bibliográfica
principal devem corresponder.
^a Portugal.
^b Ministério da Cultura.
^b Instituto Português do Livro e das Bibliotecas
410 Pista de referência “Ver”.
Preenche-se com as referências não usadas, expressas nos subcampos «f» e «g»
do campo «200» da base bibliográfica principal, entre outras variantes.
^a Portugal.
^b Instituto Português do Livro e das Bibliotecas
410 Repetição
^a Instituto Português do Livro e das Bibliotecas
510 Pista de referência “Ver também”.
Forma autorizada a que os campos «710», «711» e «712» da base bibliográfica
principal devem corresponder.
^a Portugal.
^b Ministério da Cultura.
^b Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro
510 Repetição
^a Portugal.
^b Ministério da Cultura.
^b Instituto Português do Livro e da Leitura

Os elementos contidos no campo «510» do exemplo acima são designações pelas quais o actual
IPLB passou.

2. UNIMARC-Autoridade – Assunto

Ex. 1: Administração regional


250 Cabeçalho.
Forma autorizada a que o campo «606» da base bibliográfica principal deve

Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares / 2006 74/79


corresponder.
^a Administração regional
550 Pista de referência “Ver também”.
Forma autorizada a que o campo «606» da base bibliográfica principal deve
corresponder.
^a Regiões
^b administração
550 Repetição
^a Regiões autónomas
^b administração

Ex. 2: Agrupamentos escolares


250 Cabeçalho.
Forma autorizada a que o campo «606» da base bibliográfica principal deve
corresponder.
^a Escolas
^b agrupamentos
450 Pista de referência “Ver”.
Preenche-se com as referências não usadas na base bibliográfica principal
^a Agrupamentos escolares

Método Provisório

As regras de catalogação são inúmeras. Mesmo os bibliotecários mais experientes não


dispensam a consulta das RPC e do Manual UNIMARC. Esta tarefa, no entanto, ficará em grande
parte a cargo do SABE, com a criação do catálogo colectivo da Rede Concelhia de Bibliotecas
Escolares.

O modelo de folha de recolha e a série de exemplos apresentados servem aos interesses da


BMDD e reflectem os critérios de tratamento documental por ela adoptados, expressos no
manual de procedimentos respectivo. A missão e finalidade das bibliotecas escolares diferem da
missão e finalidade da BMDD e as colecções das bibliotecas escolares serão eventualmente
mais abrangentes no que diz respeito a tipologias documentais.

O modelo apresentado, no entanto, poderá servir de base para as adaptações e alterações que
os professores bibliotecários julgarem necessárias. Para o efeito, sugere-se a consulta às ISBDs,
com o objectivo de se certificarem a respeito dos campos e subcampos do UNIMARC de
preenchimento obrigatório.

Caso esta consulta não seja possível, sugere-se, como alternativa, a consulta à página
http://rcbp.iplb.pt/, da Rede do Conhecimento das Bibliotecas Públicas; basta seguir os
apontadores «Documentação», «Outros documentos», «Política de descrição documental:
manual de procedimentos de catalogação».

Nesse manual de procedimentos podem ser encontrados modelos de folhas de recolha


específicos para cada tipo de suporte documental, com a indicação de campos e subcampos de
preenchimento obrigatório, embora, mais uma vez, sejam destinados às bibliotecas públicas.

Caberá ao professor bibliotecário de cada biblioteca escolar decidir os critérios de descrição


documental a adoptar. Os resultados provavelmente serão mais satisfatórios se, observada a
autonomia, esta decisão for compartilhada, quer internamente com os órgãos directivos e demais
docentes, quer externamente com os professores bibliotecários dos demais estabelecimentos de
ensino oficial de Odivelas.

ARRUMAÇÃO

Findas as fases de controlo da linguagem e da descrição documentais, nada mais restará que
colocar o documento, que acaba de passar por este processo, num sítio específico da biblioteca,

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fazendo corresponder a cota, indicada na etiqueta que se encontra afixada na lombada desse
documento, com o porta-título relativo ao assunto a que essa cota se refere, o qual se encontra
afixado em determinada prateleira de determinada estante da biblioteca.

Esta fase não será assim tão elementar quanto parece. O procedimento dependerá do tipo de
modelo de biblioteca que se pretende para a comunidade escolar:

- recorrendo à metáfora hiperbólica de Umberto Eco, similar ao modelo que se encontra


em O Nome da Rosa, no qual o bibliotecário é guardião e senhor absoluto, não hesitando
em imolar e imolar-se a deixar que mãos e olhos alheios conspurquem os documentos,

- lugar de castigo, para onde se enviam os alunos indisciplinados,

- simples extensão das salas de aula,

- ou espaço privilegiado de aprendizagem informal (ou auto-aprendizagem) e de lazer =


prazer, onde os utilizadores, de forma autónoma, procuram desenvolver as aptidões
naturais, ao mesmo passo que, de modo mais ou menos subtil, são incentivados a
descobrir e a desenvolver novas aptidões.

Se é este último o modelo que se pretende, deve-se logo à partida dar especial atenção à
selecção de mobiliário, que deverá adequar-se ao principio do livre acesso, como, por exemplo,
estantes de três prateleiras com 1.35 m de altura máxima, no caso de bibliotecas do 1.º
ciclo/jardim de infância, e, relativamente a documentos destinados aos utilizadores mais
pequenos, a primeira prateleira da estante deve ficar a uma altura de cerca de 0.75 m do solo.

Estudos comprovam que, com referência a um utilizador de pé a uma distância de 0.90 m da


estante, quanto mais próximos os documentos estiverem arrumados sob o ângulo de conforto
visual (ou seja, 0.60 m de altura e 0.90 m de largura) e sob o raio de alcance das mãos, maior
será o número de consultas presenciais e de empréstimos domiciliários desses documentos.

Com base nesta informação e como estratégia de motivação à leitura, podem-se arrumar, nessa
área específica das estantes, os documentos considerados de maior relevância educativa e
cultural, como, por exemplo, os documentos que tratem da formação para a cidadania, e arrumar,
nas áreas mais periféricas das estantes, os documentos habitualmente mais requisitados pelos
utilizadores, como é o caso paradigmático dos jogos electrónicos em cd-rom, pois estes os
utilizadores nunca terão problema em encontrar:

Ângulo de conforto visual (Gascuel, p. 104)

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Campo de acuidade visual

Campo de fixação do olhar

Raio de acção preênsil

(Thompson, p. 134)

Relação entre a altura das prateleiras e o número de requisições

% dos documentos requisitados entre cinco a dez vezes


% dos documentos requisitados mais de dez vezes
(Gascuel, p. 105)

Quanto a estes e outros aspectos que podem influenciar a arrumação, designadamente os


relacionados com ergonomia e conservação preventiva em bibliotecas, sugere-se a consulta à
bibliografia que se segue:

Bleton, Jean - O Mobiliário das Pequenas Bibliotecas Públicas. Luanda: Universidade de Luanda,
1971.
Cohen, Aaron; Cohen, Elaine - Designing and Space Planning for Libraries: A Behavioral Guide.
New York: R. R. Bowker, 1979.
Gascuel, Jacqueline - Um Espaço para o Livro: Como Criar, Animar ou Renovar uma Biblioteca.
Lisboa: Dom Quixote, 1987.
Grunberg, Gérald - Bibliothèques dans la Cité : Guide Technique et Réglementaire. Paris : Le
Moniteur, 1996.
Konya, Allan - Libraries : A Briefing and Design Guide. London: The Architectural Press, cop.
1986.
rd
Thompson, Godfrey - Planning and Design of Library Buildings. 3 ed. Oxford: Butterworth
Architecture, imp. 1991.

A par da organização tradicional dos documentos, que apenas deixa ver-lhes a lombada, devem
ser procuradas formas alternativas de exposição, o que se consegue através de caixas para
álbuns, cestos multiusos, “ilhas” como as que existem nas livrarias, etc., de modo a que a capa
dos documentos possa exercer as suas funções em pleno.

Estas formas alternativas servem para a exposição de novas aquisições, ou para dar relevo a
documentos referentes a “efemérides do mês”, assuntos da actualidade, autores específicos,

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áreas de projecto a serem levadas a cabo ao longo do ano lectivo, etc., em regime de
revezamento.

Estas soluções estratégicas implicam um maior comprometimento de espaço relativamente à


área total da biblioteca. No entanto, elas poderão constituir uma excelente opção para fazer
circular e aumentar a consulta dos documentos, nomeadamente os que se encontram arrumados
na primeira e última divisões das estantes, ou seja, mais distanciados do ângulo de conforto
visual e do raio de alcance das mãos.

Uma outra opção, e mais económica, será apostar na qualidade e não na quantidade de
espécies, permitindo aos utilizadores uma voz mais activa quanto à constituição e à actualização
das colecções, através de sugestões de aquisição ou resposta a inquéritos realizados para o
efeito. Deste modo, assegurar-se-ia uma maior utilização dos recursos existentes.

Na generalidade das bibliotecas, a arrumação é feita por tipos de suporte e só então os


documentos são ordenados por assuntos básicos. Acontece que a arrumação e ordenação dos
documentos poderá igualmente ser feita de forma integrada, ou seja, os documentos serão
exclusivamente organizados por assuntos básicos, independentemente do tipo de suporte.

A organização integrada daria resposta à inquietação dos bibliotecários que se preocupam com a
progressiva posição subalterna do livro, na preferência dos mais jovens, face a outros suportes.
Este conceito foi proposto por Jean Riddle Weihs, exactamente em sentido inverso, na obra The
Integrated Library: Encouraging Access to Multimedia Materials, Arizona: Oryx, 1991.

Não será de todo despropositado sugerir a estes bibliotecários, em particular, que lançassem um
olhar retrospectivo sobre a história e antecedentes do livro. No processo da evolução, chegará
eventualmente o momento em que o livro, na forma e nos materiais pelos quais é hoje conhecido,
seja, por sua vez, substituído.

Pode-se à partida apontar alguns inconvenientes da aplicação do conceito de «biblioteca


integrada»: os custos de aquisição de mobiliário adequado, praticamente inexistente no mercado
nacional; os custos de aquisição de caixas, estojos ou capas protectoras, consoante os tipos de
suporte; o comprometimento da conservação preventiva dos documentos, quer pelo manuseio de
materiais justapostos, ora rijos ora flexíveis, quer pelo menosprezo às condições especiais de
acondicionamento que alguns suportes requerem, nomeadamente quanto a uma temperatura
ambiente diferenciada.

Enquanto a maior parte dos documentos deve ser mantida a uma temperatura constante entre os
19º e 21º C, já as películas (fotografia, vídeo, microfilme) devem ser mantidas a uma temperatura
constante de 15º C aproximadamente.

Embora os diferentes tipos de suporte estejam fisicamente separados entre si, com cotas
igualmente diferenciadas, a organização integrada é mesmo assim assegurada, de modo virtual,
no catálogo bibliográfico automatizado, através do correcto controlo das formas autorizadas de
nome de autor, de assunto e de classificação, bem como pelo preenchimento, quando
necessário, dos campos «488» (ligação entre registos) e «500» (título uniforme) no formato
UNIMARC.

Consequentemente, é decisivo garantir o acesso irrestrito ao módulo de pesquisa do catálogo


bibliográfico (não confundir com a base bibliográfica, cujo acesso é reservado aos professores
bibliotecários), pois este é justamente o seu objectivo principal. Daí advém a importância do
catálogo colectivo da Rede Concelhia de Bibliotecas Escolares.

Por fim, não será demasiado reiterar que, na biblioteca de livre acesso, é essencial o uso de um
bom sistema de sinalização para a orientação do utilizador. Esta sinalização pode ser afixada no
solo (direccional), painéis, paredes e tecto, e, relativamente às estantes ou outro mobiliário
destinado à armazenagem de documentos, em porta-títulos de topo, laterais e de divisões.
Desaconselha-se, no entanto, a sua utilização maciça, no sentido de evitar a poluição visual.
Caso não se preveja a utilização de chapas metálicas, existem no mercado fitas adesivas com

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protuberâncias, próprias para a sinalização direccional, adequadas aos utilizadores com
deficiência visual.

O tema da arrumação de documentos muito provavelmente será retomado em textos que


futuramente serão elaborados e apresentados sobre organização e dinamização de bibliotecas.

CONCLUSÃO
Procurou-se, no presente texto, falar de tudo um pouco ou lançar pistas sobre as fases do
tratamento documental, enquadrando-as, quando possível, no contexto das bibliotecas escolares,
sendo constante a preocupação de evitar juízos de valor ou de prescrever metodologias.

A decisão sobre as propostas apresentadas, incluindo as que dizem respeito ao catálogo


colectivo que a BMDD, através do SABE, pretende gerir, cabe exclusivamente aos órgãos
directivos dos estabelecimentos oficiais de ensino de Odivelas, que, para os assuntos
directamente relacionados com as bibliotecas escolares, se assim o entenderem, poderão
designar os professores bibliotecários como interlocutores directos no estabelecimento e
manutenção de contactos, que se prevê sejam vários, com os funcionários afectos ao SABE,
nomeadamente no decurso da automatização dos catálogos bibliográficos de cada biblioteca
escolar e do catálogo colectivo da Rede Concelhia de Bibliotecas Escolares.

Cumpre aqui apresentar agradecimentos especiais à Dr.ª Gina Rafael, da Biblioteca Nacional de
Lisboa, e ao Dr. Stephen Rice, da Biblioteca Estadual de Connecticut, cujo apoio prestado
demonstra a importância de que se reveste a cooperação interbibliotecas e entre os profissionais
da área.

Para solicitações de esclarecimentos, marcação de reuniões, comentários, críticas e sugestões, é


favor estabelecer contacto através do endereço electrónico: Julio.Nogueira@cm-odivelas.pt.

BIBLIOGRAFIA TÉCNICA BÁSICA


Blanc-Montmayeur, Martine; Danset, Françoise – Lista de Cabeçalhos de Assunto para
Bibliotecas. Lisboa: Caminho, 1999.
Faria, Maria Isabel; Pericão, Maria da Graça – Dicionário do Livro: Terminologia Relativa ao
Suporte, ao Texto, à Edição e Encadernação, ao Tratamento Técnico, ... Lisboa:
Guimarães, 1988.
Faria, Maria Isabel; Pericão, Maria da Graça – Novo Dicionário do Livro: Da Escrita ao
Multimédia. Lisboa: Círculo de Leitores, cop. 1999.
IFLA. UBCIM – Names of Persons: National Usages for Entry in Catalogues. München [etc.]: K.
G. Saur, 1996.
IFLA. Steering Group for an Authorities Format – UNIMARC/Autoridades: Formato MARC
Universal para Registos de Autoridade: Versão Provisória. Lisboa: Biblioteca Nacional, 1989.
Portugal. Biblioteca Nacional. Área de Classificação e Indexação – SIPORbase: Sistema de
Indexação em Português: Manual. 3.ª ed. rev. e aumentada. Lisboa: Biblioteca Nacional,
1998.
Portugal. Ministério da Cultura – CDU: Classificação Decimal Universal: Tabela de Autoridade. 3.ª
ed. abrev. Lisboa: Biblioteca Nacional, 2005.
Portugal. Ministério da Cultura – Manual UNIMARC. Lisboa: Biblioteca Nacional, 1999.
Portugal. Ministério da Cultura – Recomendações para a Construção de Registos de Autoridade
de Autor Pessoa Física. 2.ª ed. Lisboa: Biblioteca Nacional, 2005.
Portugal. Ministério da Cultura – Regras Portuguesas de Catalogação - I: Cabeçalhos; Descrição
de Monografias; Descrição de Publicações em Série. 3.ª reimp. Lisboa, Biblioteca Nacional,
2000.

Obs.: A maior parte desta bibliografia pode ser encontrada, sob a rubrica «Publicações
Técnicas», na página http://www.bn.pt/livraria/livraria-pub-tecnicas.htm da Biblioteca Nacional de
Lisboa.

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