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1. Questões preliminares.
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Quem, partindo de um núcleo familiar, constrói o seu
próprio paradigma, por aproximação ou distanciamento à
realidade matriz, opta em Portugal pelo Casamento. O
Casamento é o modelo a partir do qual se reproduz a
institucionalização dos padrões de vida e de afectos entre
nós. A generalidade dos portugueses não prescinde dele,
quando opta por laços de união mais intensos.
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Indo mais longe, veremos adiante que muitos outros
direitos decorrem e se preterem pelo parentesco, de acordo
com estas balizas apontadas, e que são muitas vezes
fundamentadas no decoro (moral social). Estou a pensar no
casamento entre tio e sobrinha (colaterais no terceiro grau,
como também veremos), vedado por razões que não são
apenas estas, de ordem biológica, mas que exigem
ponderações advenientes do laço de sangue, aliás muito
próximo.
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Parentesco na linha recta descendente: estabelece o
relacionamento entre pais e filhos, avós e netos, bisavós e
bisnetos…Há sempre um progenitor de que todos provêm.
A contagem do grau depende do número de pessoas
relacionadas, omitindo um dos progenitores. Por esta via
concluímos que pai e filho são ascendente/descendente no
1º grau; bisneto/bisavô ascendentes/descendentes no 4º
grau.
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[Os esquemas que surgem em segundo e terceiro lugar
reportam-se, claro está, a situações de colateralidade].
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A União de Facto, consagrada hoje na Lei 7/2001, depois
de um processo de constituição algo turbulento, dá
testemunho de que é assim.
2.O Matrimónio
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confronta essa discussão, que depois faremos, com o
problema de saber em que medida esta eventual ampliação
do conceito para além dos limites em que a lei ordinária
(Livro da Família, Código Civil) o recorta é injuntiva face ao
legislador ordinário, ou representa um quadro de referência
mais amplo das suas possibilidades de actuação
legiferante. Um quadro que se mostre permissivo de outros
modelos de casamento mais amplos, assentes em
pressupostos que rompam o espartilho do actual regime
vertido no Código Civil.
_ é um contrato;
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direito à liberdade. Diria que a consideração do homem
como “ser com os outros”
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sentido. Antes admite vários. Haverá casamento válido
desde que o projecto de vida comum implique vida
conjunta, lealdade recíproca. E se é certo que a ligação
sexual e o intuito procriativo estarão presentes na maioria
dos casos, não hão-de estar necessariamente. E porque
esta porta que agora se abre, relativamente ao que era
antes imposto pelo Matrimónio católico, é muito ampla, o
seu carácter problemático ergue-se como um tributo à
plasticidade da nova figura.
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plano da constitucionalidade, cumprirá em todo o caso
conceder na certeza de que é uma possibilidade anunciada
pelo próprio conceito legal de casamento.
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por motivos compreensíveis. Só no caso da superveniência
do problema marital se estaria ante uma situação
reclamando a aplicação do regime da extinção da
sociedade conjugal através do Divórcio.
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pessoas e bens terá direito a perceber alimentos da
herança, posto que deles prove necessidade e os venha
reclamar. Em linguagem sucessória diremos que não é este
unido de facto um herdeiro legitimário ou forçado, ou
sequer um legatário, mas um mero credor da herança.
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momento de constituição e extinção é tão difícil; por isso
suscita tantas dificuldades a sustentação do decurso de
dois anos, pedra angular no processo aquisitivo dos direitos
decorrentes da União, sobretudo por morte de um dos seus
membros (artigos 2º, 3º, 8º);
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