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18 a 21 Setembro de 2007
ISSN: 1678‐352X
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT EM UM GRUPO DE
PROFISSIONAIS DA ÁREA DE ENFERMAGEM DE CURITIBA E REGIÃO
METROPOLITANA
Introdução
O Burnout é uma desistência de quem ainda está lá. Encalacrado em uma situação
de trabalho que não pode suportar, mas que também não pode desistir, o trabalhador
arma, inconscientemente, uma retirada psicológica, um modo de abandonar o
trabalho, apesar de continuar no posto. (CODO; VASQUES-MENEZES, 1999.
p.254).
Objetivo
Investigar a prevalência da Síndrome de Burnout e/ou de sintomas característicos da síndrome
em um grupo de profissionais da área de enfermagem de Curitiba e região metropolitana.
Revisão da literatura
Um trabalhador que entra em burnout assume uma posição de frieza frente a seus
clientes, não se deixando envolver com seus problemas e dificuldades. As relações
interpessoais são cortadas, como se ele estivesse em contato apenas com objetos, ou
seja, a relação torna-se desprovida de calor humano. Por outro lado sofre: ansiedade,
melancolia, baixa auto-estima, sentimento de exaustão física e emocional.
(CODO;VASQUES-MENEZES, 1999, p 240).
Todos os enfermeiros sabem que têm uma forte razão social para existirem, pelo que
ninguém pode conceber uma organização de saúde onde tais profissionais não
estejam incluídos. Mas, apesar disso, e muito embora se trate do maior grupo
profissional do setor da saúde, não lhes é, por vezes, dada a oportunidade de
participar nas decisões das suas políticas, seja a níveis mais elevados ou a níveis
mais intermédios. (MARTINS, 2003).
Segundo Martins (2003), não há uma definição única e universal para o sentido da
palavra enfermeiro. Este deve ajudar o doente na satisfação da suas necessidades, apelando
para o auto cuidado e, em caso algum, substituindo a pessoa nas atividades que ela não possa
realizar por si.
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Para Lautert, Chaves e Moura (1999) a enfermagem inclui as funções de cuidar na
saúde e na doença, na sua máxima extensão, desde a concepção até à morte. Este modelo
contempla, assim, a importância dos fatores psicossomáticos e psicossociais da vida, que
afetam a saúde e a doença.
Neste sentido, o objetivo da enfermagem será, pois, a promoção, conservação e
restabelecimento da saúde, dando especial atenção aos fatores biológicos, psicológicos e
sócio-culturais, e com absoluto respeito pelas necessidades e direitos da pessoa a quem se
presta esse tipo de serviço. Ser profissional de enfermagem implica, além do conhecimento de
uma série de técnicas e habilidades, a apreensão das necessidades psicológicas da pessoa
saudável ou doente. (LAUTERT, CHAVES E MOURA, 1999).
O despreparo do enfermeiro ao concluir a graduação é referido por Pinho, Siqueira
e Pinho (2006), para quem os profissionais de saúde não estão preparados para enfrentar a
morte e lidar com os pacientes em fase terminal, pois são preparados para lidar com vidas, e
têm muitas dificuldades para assistir emocionalmente o paciente. Para Perez (2005), a prática
profissional em certas situações está além da cura. Está na esfera de oferecer alívio para o
sofrimento, de poder oferecer melhor qualidade de vida. Para o enfermeiro, aliar ofício e
emoção é um ponto crucial, uma vez que, pela circunstância de seu trabalho junto ao paciente,
pode viver de perto suas dores e seus sofrimentos, e assim ter um envolvimento maior com a
fragilidade humana.
Pode-se concluir, diante do exposto, que a exigência física e psicológica que decai
sobre os profissionais de enfermagem torna-os potenciais vítimas da Síndrome de Burnout.
Material e Método
A amostra, constituída por conveniência, foi composta por 175 profissionais da
área de enfermagem, de ambos os sexos, incluindo enfermeiros, auxiliares de enfermagem e
técnicos de enfermagem atuantes em hospitais da cidade de Curitiba e região metropolitana.
A coleta de dados foi efetuada em 2 hospitais da rede particular e 3 da rede pública
da cidade de Curitiba e região metropolitana, aqui denominados hospital 1, 2, 3, 4 e 5.
Os instrumentos de medida utilizados foram a adaptação brasileira do Maslach
Burnout Inventory, de Christina Maslach (MASLACH, 1994) e um questionário de
caracterização do perfil sócio-demográfico.
1) Maslach Burnout Inventory – MBI: É um questionário auto-administrado, que
apresenta 22 items em forma de afirmações sobre sentimentos e atitudes do profissional em
relação a seu trabalho e seus clientes. Tem uma estrutura tridimensional e a partir dela se
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definem três sub-escalas ou dimensões que compõem a Síndrome, a saber: exaustão
emocional (EE), despersonalização (DE) e reduzida realização pessoal no trabalho (rRP).
A exaustão emocional é entendida como fadiga e perda de recursos emocionais.
Seus elementos descrevem os sentimentos de uma pessoa emocionalmente exausta em relação
ao trabalho. A despersonalização refere-se a uma resposta interpessoal fria ou distanciamento
emocional em relação aos receptores dos serviços ou cuidados do profissional, acompanhada
de um incremento da irritabilidade e de uma perda de motivação na interação com os mesmos.
A reduzida realização pessoal no trabalho contém elementos que descrevem sentimentos de
falta de competência e êxito em relação ao próprio trabalho.
A análise dos escores em EE, DE e RP está baseada nos critérios de classificação
do Núcleo de Estudos e Pesquisas Avançadas na Síndrome de Burnout (NEPASB). Para
interpretar as pontuações é necessário levar em consideração que tanto em Exaustão
Emocional quando em Despersonalização pontuações mais elevadas indicam maior stress
ocupacional, enquanto que a subescala de Realização Profissional tem um incidência inversa
na Síndrome, já que pontuações mais elevadas indicam a existência de menos stress, isto é,
uma maior realização pessoal no trabalho. Os critérios referidos são apresentados no quadro 1
de acordo com o modo de interpretação dos mesmos.
Resultados
Dados sócio-demográficos
A maior parte dos profissionais participantes é do sexo feminino (83,4%). Quase
metade do grupo é casada (47,4% ) e quase um terço (31,2%) é composto por solteiros. Os
técnicos em enfermagem representam 44,6% da amostra, os auxiliares de enfermagem
representam 37,7%, e os enfermeiros (com curso superior de Enfermagem) são 17,7%.
A idade média dos participantes varia de 30,05 (dp: 8,62; mediana: 27,00), num
dos hospitais privados da cidade de Curitiba, a 41,14 (dp= 13,22 e mediana= 43,00), num dos
hospitais públicos situados na região metropolitana. De modo geral os profissionais da
amostra que atuam nos hospitais públicos tendem a ser mais velhos.
Quanto à procedência da amostra, mais de um terço dos participantes representam
o hospital 2, privado da cidade de Curitiba (n=60; 34,3%), pouco mais de um décimo o
hospital 3, também privado, de Curitiba (n=21; 12%), cerca de um quinto representam os
hospitais 1, público, da região metropolitana (n=37; 21,1%), 5, público, da cidade de Curitiba
(n=36; 20,6%), e 4, público, da região metropolitana (n=21; 12%).
Tabela 5: Resultados percentuais nos níveis baixo, médio e alto em Exaustão Emocional (EE),
Despersonalização (DE) e em Reduzida Realização Profissional (rRP)
Dimensão Exaustão Emocional (EE) (n=158)
Classificação Baixo Médio Alto Total
Hospital Fr % Fr % Fr % Fr %
1. Região metropolitana (público) 23 69,7 5 15,2 5 15,2 33 100
2. Curitiba (privado) 21 36,2 19 32,8 18 31,0 58 100
3. Curitiba (privado) 2 11,8 4 23,5 11 64,7 17 100
4. Região metropolitana (público) 6 35,3 6 35,3 5 29,4 17 100
5. Curitiba (público) 9 27,3 9 27,3 15 45,5 33 100
Todos os hospitais 61 38,6 43 27,2 54 34,2 158 100
Dimensão Despersonalização (DE) (n=164)
Classificação Baixo Médio Alto Total
Hospital Fr % Fr % Fr % Fr %
1. Região metropolitana (público) 19 57,6 8 24,2 6 18,2 33 100
2. Curitiba (privado) 15 26,3 20 35,1 22 38,6 57 100
3. Curitiba (privado) 7 36,8 8 42,1 4 21,1 19 100
4. Região metropolitana (público) 5 25,0 7 35,0 8 40,0 20 100
5. Curitiba (público) 10 28,6 9 25,7 16 45,7 35 100
Todos os hospitais 56 34,1 52 31,7 56 34,1 164 100
Dimensão Reduzida Realização Profissional (rRP) (n=151)
Classificação Baixo Médio Alto Total
Hospital Fr % Fr % Fr % Fr %
1. Região metropolitana (público) 13 41,9 10 32,3 8 25,8 31 100
2. Curitiba (privado) 17 33,3 24 47,1 10 19,6 51 100
3. Curitiba (privado) 6 30,0 10 50,0 4 20,0 20 100
4. Região metropolitana (público) 2 12,5 10 62,5 4 25,0 16 100
5. Curitiba (público) 10 30,3 17 51,5 6 18,2 33 100
Todos os hospitais 48 31,8 71 47,0 32 21,2 151 100
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Mais uma vez pode-se perceber que exceto pelo hospital número 1, no qual a maioria
dos participantes (57,6%) obteve pontuação baixa, nos demais predominam as pontuação alta
e média, com destaque para os hospitais 5 e 4, onde ocorrem os percentuais mais elevados no
nível alto de classificação em DE (45,7% e 40%, respectivamente).
Em realização pessoal no trabalho (tabela 5) observa-se que em todos os hospitais é
elevado o percentual de participantes que apresenta baixo ou médio nível de realização
pessoal. No hospital 1 pouco mais de quatro em cada dez participantes (41,9%) apresenta
pontuação baixa nessa sub-escala e quase um terço pontuação média (32,3%). No hospital 2,
quase um terço dos profissionais (33,3%) apresentam pontuação baixa e quase metade
(47,1%) pontuação média. No hospital 3 três participantes em cada dez (30%) apresenta
pontuação baixa e metade (50%) apresenta pontuação média. No hospital 4 encontramos a
menor incidência de profissionais (12%) com baixo nível de realização pessoal no trabalho,
entretanto quase dois terços (62,5%) apresenta pontuação média, demonstrando alguma
insatisfação relacionada ao trabalho. No hospital 5 três em cada dez dos participantes (30,3%)
apresenta pontuação baixa e mais da metade (51,1%) pontuação média em RP.
Finalmente a grande maioria dos participantes, considerando-se todos os hospitais,
apresenta uma pontuação baixa ou média nessa dimensão (cerca de 3 em cada dez e quase
metade, respectivamente), indicando reduzida realização profissional no trabalho ou algum
grau de insatisfação referente ao trabalho.
A figura 1 apresenta os índices percentuais no nível alto de classificação para EE e DE
e baixo em rRP, bem como das combinações de duas ou três dimensões em nível crítico (ou
indicativo de sintomas da síndrome), e ainda dos indivíduos saudáveis, isto é, que não
apresentam níveis críticos em nenhuma dimensão da síndrome.
Burnout 4,7
DE + rRP 3,1
EE + rRP 1,6
EE + DE 17
rRP 21,7
DE 11,6
EE 10,9
29,4
Saudáveis
0 5 10 15 20 25 30
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Figura 1: Índices percentuais no nível alto de classificação, por dimensão e combinações de dimensões
alteradas.
A análise das combinações das três dimensões indica que cerca de três em cada dez
participantes (29,4%) são “saudáveis”, quanto aos sintomas característicos do Burnout, não
apresentando o nível alto de classificação nas dimensões EE e DE e baixo na dimensão rRP .
Um em cada dez (10,9%) apresentam pontuação alta em EE, baixa ou média em DE e alta ou
média em rRP. Pouco mais de um em cada dez profissionais (11,6%) apresentam pontuação
elevada em despersonalização e média ou normal nas demais e um quinto (21,7%) apresentam
reduzida realização pessoal no trabalho (pontuação alta), mas o escore nas demais dimensões
é baixo ou médio. A combinação das dimensões exaustão emocional e despersonalização em
nível alto de classificação, com a terceira dimensão (rRP) em nível alto (normal) ou médio de
classificação, atinge pouco mais de um sexto do total (17%). As combinações de exaustão
emocional e reduzida realização pessoal no trabalho e despersonalização e reduzida realização
pessoal no trabalho, em nível alto de classificação, com a terceira dimensão em nível normal
ou médio, atingem percentuais pouco expressivos (1,6% e 3,1%, respectivamente).
Finalmente aproximadamente um em cada 20 dos participantes (4,7%) apresentam a
Síndrome de Burnout, já que situam-se no nível alto de classificação nas dimensões exaustão
emocional e despersonalização e baixo na sub-escala reduzida realização pessoal no trabalho.
Discussão
De acordo com Codo e Vasques-Menezes (1999), a Síndrome de Burnout envolve
três componentes importantes: exaustão emocional; despersonalização e falta de
envolvimento pessoal no trabalho, dimensões que foram analisadas neste artigo. Os achados
na pesquisa indicam que existe um risco para a Síndrome de Burnout nos hospitais estudados,
visto que a maioria dos profissionais indicou níveis críticos (alto em EE e DE e baixo em
rRP) ou médio em pelo menos duas das dimensões estudadas, apesar de apenas 4,7% dos
pesquisados já apresentarem a Síndrome e de 29,4% apresentarem-se “saudáveis”, vez que
não apresentam nível alto em EE e DE ou baixo em rRP.
Observou-se que há predominância de níveis médio e alto de EE. Conforme Codo e
Vasques-Menezes (1999), a exaustão emocional está comumente relacionada aos sintomas de
fadiga mental e depressão.
A mesma tendência (predominância dos níveis alto e médio de classificação) é
observada na dimensão DE, para Codo e Vasques-Menezes (1999), está relacionada aos
sintomas comportamentais e mentais relacionados ao trabalho, gerando atitudes e
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comportamentos negativos que levam à diminuição da afetividade e do desempenho no
trabalho, ou seja, ocorre a coisificação do trabalho.
Segundo Pita (apud VIEIRA; GUIMARÃES; MARTINS, 1999, p. 221), a equipe de
enfermagem desenvolve "sentimentos muito fortes e contraditórios (...): piedade, compaixão e
amor; culpa e ansiedade; ódio e ressentimento contra os pacientes, que fazem emergir tais
sentimentos, inclusive inveja ao próprio cuidado oferecido ao paciente". Para enfrentar tais
sentimentos os profissionais utilizam mecanismos de defesa tais como a fragmentação da
relação técnico-paciente, a despersonalização e a negação da importância do indivíduo, o
distanciamento e a negação dos sentimentos, procurando exercer controle sobre eles.
A despersonalização, segundo Lautert (1998), é acompanhada por ansiedade,
aumento da irritabilidade e a perda de motivação, como motivações emocionais. Essa variável
está associada a um sentimento de desgaste emocional decorrente da reduzida realização
profissional e de sentimentos de impotência e ineficácia, apresentando uma auto-avaliação
negativa, sentimentos de infelicidade e de insatisfação com o trabalho.
Para Codo e Vasques-Menezes (1999) a falta de envolvimento no trabalho é
conseqüência das atitudes e comportamentos negativos que afetam a habilidade para a
realização do trabalho e as relações com os usuários ou outras pessoas relacionadas ao
trabalho e à organização.
A dimensão reduzida Realização Pessoal no trabalho apresentou predominância nas
pontuações baixas e médias, indicativas de prejuízo no nível de realização profissional em
todos os hospitais. Codo e Vasquez-Menezes (1999) observam que o Burnout é uma
Síndrome relacionada à perda de sentido na relação do profissional com seu trabalho, à perda
de significado do trabalho, o que, na percepção do profissional, torna seu esforço algo inútil.
A Síndrome afeta os profissionais na área de serviços quando em contato direto com os
usuários, situação vivida pelos profissionais da área de saúde.
No ambiente hospitalar, ocorrem fatos que exigem permanente controle de emoções
e sentimentos frente aos pacientes e familiares, bem como o convívio com a doença, com o
sofrimento e a morte, que geram sintomas de sofrimento psíquico no profissional.
Por outro lado, Bianchi (1990) reconhece que o profissional de enfermagem está
submetido a diferentes problemas como: pressões da parte administrativa, convivência com a
falta de definições de responsabilidade, sobrecarga no trabalho, rodízio de horários, plantões,
falta de treinamento ou de orientação profissional adequados, falta de participação em
decisões que afetam a sua prática, dificuldades no relacionamento com a equipe médica, pela
falta de apoio e suporte social e a falta de reconhecimento do trabalho executado.
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Tem sido apontado na litedrapura que as pessoas afetadas por Burnout geralmente
são profissionais altamente motivados, capazes de dedicação exclusiva ao trabalho,
comprometidas com resultados acima do esperado, que reagem ao estresse laboral,
trabalhando ainda mais, até que, em dado momento, entram em colapso, e sentem que não são
recompensadas em relação aos altos desempenhos.
Maslach e Jackson (1981) observam que a percepção de fracasso profissional vem
acompanhada por desmotivação para o trabalho e desejo de abandono imediato do emprego.
Essa característica difere segundo Benevides-Pereira (2002), da anedonia presente na
depressão, em que o indivíduo apresenta incapacidade de sentir prazer de forma global. O
sentimento de insatisfação e desprazer está sempre relacionado somente às suas atividades
profissionais e pode ser resultado da exaustão e da despersonalização, ao perceber que está
lidando com tarefas e pessoas de modo indiferente, o que em nada contribui para uma auto-
avaliação positiva. Os sentimentos de incompetência podem levar o profissional a redobrar os
seus esforços no sentido de enfrentar as dificuldades profissionais, o que contribui para o
aumento da exaustão.
A combinação de duas ou mais das dimensões, nos níveis alto e médio de
classificação, como observado na figura 1, indica o risco para a Síndrome, já que o sentimento
de não estar trabalhando eficientemente aumenta a pressão, o estresse e a insatisfação consigo
mesmo, que se agravam e trazem danos pessoais. E, não raro, atormentado pelo sentimento de
inferioridade, o indivíduo que se sente exausto, resignado e desencorajado. Para que a
situação não se agrave é importante que a pessoa busque ajuda especializada.
Conforme Orlando (1978), o cuidado que profissional direciona ao paciente cultiva
valores humanistas como a fé e a esperança, a sensibilidade, a relação de ajuda, a aceitação
dos sentimentos expressos pelos indivíduos cuidados. A imagem que se faz do trabalho de
enfermagem é o de pessoas prontas para servir, abnegadas, maternais, e preparadas
cientificamente. Essas características são buscadas pelos pacientes e familiares no corpo de
enfermagem, e fazem parte das crenças e valores culturais ligados à profissão.
Entretanto, Figueiredo e Carvalho (1999) enfatizam que o pessoal de enfermagem
precisa explorar a emoção e desenvolver os sentimentos para poder melhor interagir com o
cliente, para que o cuidado oferecido ao paciente seja físico, processual, objetivo e real. Mas
é fundamental manter a visão do profissional cuidador como alguém que, por estar tão
exposto, pode desenvolver problemas relacionados ao trabalho, como a Síndrome de Burnout.
Conclusão
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REFERÊNCIAS