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FACULDADE DE ENGENHARIA
CAMPUS DE BAURU
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Bauru – SP
ii
Junho/2008
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE ENGENHARIA
CAMPUS DE BAURU
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Bauru – SP
Junho/2008
i
RESUMO
ABSTRACT
The present study aims to analyze the impacts in the inventory management
after the implementation of MRP in a confectionary industry, located in Bauru. The
reason of choosing this theme is to assess whether the managing policies
inventories were being properly used before the implementation of MRP and if there
are improvements on the inventories’ costs, which are seen as the main worries in
companies. With the results of this study, is expected to identify possible internal
improvements, with the increase of the stock turn rate (STR) and the possible
progress in the system registers, reducing the security stock, as external too, with
possible negotiations with suppliers about the reduction of lots’ size besides
implementation of kanban with them.
Keywords: MRP, inventory management, kanban, security stock, stock turn rate
(STR).
iii
SUMÁRIO
1
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DE LITERATURA
Planejamento das
Lista de materiais Necessidades de Registros de Estoque
Materiais (MRP I)
Conforme pode ser visto na figura acima, há três entradas para o sistema
MRP I. A primeira trata-se do Plano Mestre de Produção (PMP) que, segundo
ARNOLD (1999), consiste em uma declaração sobre quais itens devem ser
produzidos, as quantidades dos mesmos e as datas de finalização de cada um
6
que cada lista de materiais de nível único mostra apenas seus componentes
imediatos.
Para finalizar, a última entrada para o Planejamento e Necessidades de
Materiais são os Registros de Estoque. Antes de determinar as quantidades
necessárias totais de materiais para atender a demanda, o MRP verifica os estoques
de matérias-primas, semi-acabados e produtos acabados, calculando assim, o que
SLACK et al. (1996) chamam de necessidade líquida. SLACK et al. (1996) ainda
definem os principais arquivos que apóiam a gestão de estoques no sistema MRP:
• Arquivos de itens: cada item tem um código-padrão a fim de
identificá-lo sem causar confusões entre as pessoas que compram o
item e aquelas que o fornecem, além dos que o utilizam no processo
de manufatura. Além do código, o arquivo de itens contém a
descrição do mesmo, a unidade padrão de medida além de seu
custo-padrão.
• Arquivo de transações: registra a entrada no estoque, a saída do
estoque e o balanço de todas as movimentações em tempo real, para
que assim as informações não fiquem defasadas da realidade.
• Arquivo de locais: sistemas de localização de itens específicos em
armazéns e locais de estocagem. Existem sistemas de localização
fixa, onde cada item pode ser identificado em determinado local, ou
sistemas de localização aleatória, que se destacam por garantir a
rotatividade física do estoque, tornando mais simples o sistema FIFO.
Com posse dessas três informações de entrada para o Planejamento das
Necessidades de Materiais – Plano Mestre de Produção, Lista de Materiais e
Registro de Estoques – o MRP inicia o processo de cálculo das quantidades e do
momento das necessidades que irão satisfazer à demanda, ou seja, o cálculo das
necessidades líquidas, conforme figura a seguir (fig. 2).
9
Plano Mestre
de Produção
Registro de
Estoque
Nível 0
Ordens de
trabalho para os
itens de nível 0
Lista de Registro de
Materiais Estoque
Ordens de
Nível 1 trabalho para os
itens de nível 1
Lista de Registro de
Materiais Estoque
Nível 2 Ordens de
trabalho para os
itens de nível 2
Quantidade
Estoque Mínimo
Tempo
Tempo
15
C
GE =
E1 + E 2 (1)
2
16
Sendo:
GE – Giro de estoque
C – Custo das mercadorias
E1 – Estoque do período 1
E2 – Estoque do período 2
3. MATERIAIS E MÉTODOS
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme dito anteriormente, para que fosse possível gerar esta planilha de
projeção de consumo era necessário que, junto da planilha de fórmulas, fosse feita a
planilha de MPS (Master Planning Schedule), a qual é utilizada ainda hoje em Excel
e posteriormente ser transferida para o sistema para assim ser gerada a
necessidade de materiais no mesmo.
A planilha de MPS (Figura 5) é revisada todo mês após o recebimento da
projeção de vendas (forecast) do mercado local e importação. Somando-se as duas,
25
C2
NC = C1 − EI + .ES (2)
d
Sendo:
NC – Necessidade de compra do mês
C1 – Consumo do mês corrente
EI – Estoque inicial do mês corrente
C2 – Consumo do mês seguinte
d – dias útias do mês seguinte
ES – política de estoque de segurança para o material
ID
1 Projeto MRP
2 Define
3 Levantamento d
4 Refine
5 Business bluepr
Fig. 7 – Cronograma do projeto de implantação do MRP
6 Develop
30
ao seu fornecedor, sendo que caso esse dado esteja errado, ao rodar o MRP a
requisição de compra do material não teria o fornecedor, sendo que não é possível
acrescentar e nem alterar o fornecedor manualmente na requisição de compra,
tendo assim que os registros acima estarem sempre atualizados para que os
pedidos sejam enviados aos fornecedores corretos.
Com todas as etapas acima realizadas com sucesso, começaram-se a
realizar os treinamentos aos planejadores para que estivessem preparados para
começar a realizar os testes dentro do ambiente de Qualidade do sistema, utilizado
exatamente para essa funcionalidade, sendo que essa fase serviu para que as
principais dúvidas fossem tiradas antes da implantação efetiva do MRP no ambiente
de Produção do sistema, o qual é utilizado efetivamente pela empresa, fato esse que
ocorreu no início de Setembro de 2007, quando pode-se considerar o MRP como
principal ferramenta de planejamento de materiais para a empresa estudada.
Durante os primeiros meses foram mantidas as planilhas Excel com a
finalidade de comparar os dados gerados pelo sistema com os dados gerados pela
planilha e assim verificar se havia algum erro de cadastro de materiais, que poderia
gerar alguma informação equivocada. Conforme os planejadores se sentiam
seguros, as planilhas eram deixadas de lado e o MRP dentro do sistema passava a
ser a ferramenta exclusiva para o planejamento de materiais.
ACTUAL
Description ACT P01 ACT P02 ACT P03 ACT P04 ACT P05 ACT P06 ACT P07 ACT P08 ACT P09 ACT P10 ACT P11 ACT P12
Matérias Primas Nacional 12.537 12.623 12.701 12.914 12.221 10.697 9.641 9.261 9.102 9.904 9.605 9.050
Matéria Prima Importada 7.835 8.189 8.816 9.027 11.169 10.656 9.912 8.121 7.057 7.457 6.442 8.602
Importação em Transito - Mat. Prima 4.414 4.406 6.725 5.471 3.942 3.704 3.219 3.143 3.407 2.744 4.167 3.018
Peças para reposição 12.214 12.359 12.448 12.498 12.793 12.849 13.046 12.770 12.877 10.497 10.456 10.379
Provisão para Perda de Inventário MP (1.174) (1.216) (1.216) (1.228) (430) (833) (896) (996) (1.050) (1.084) (1.087) (1.691)
117.1 - Raw Material and Consumables 35.825 36.360 39.473 38.682 39.696 37.074 34.922 32.300 31.393 29.518 29.584 29.357
2.026 1.857 1.829 1.762 1.772 1.924 1.885 1.638 2.212 1.835 2.105 1.339
117.2 - Work in progress 2.026 1.857 1.829 1.762 1.772 1.924 1.885 1.638 2.212 1.835 2.105 1.339
(744) (744) (744) (744) (744) (879) (879) (879) (879) (879) (879) (994)
117.4 - Profit in stock provision (744) (744) (744) (744) (744) (879) (879) (879) (879) (879) (879) (994)
117 - Total Stocks 37.107 37.474 40.558 39.700 40.724 38.120 35.928 33.059 32.726 30.475 30.810 29.702
Observa-se para o ano de 2006 custos de estoques que atingem uma média
de torno de R$ 35.500,00. Pode-se considerar esse valor demasiadamente alto,
porém não é correto realizar afirmações precipitadas antes que se façam
comparações com outros dados. Por isso, mais a frente serão mostrados os dados
de 2007 e 2008. Mas antes será analisado o giro de estoque do ano de 2006, sendo
que este, junto com os custos de estocagem, trata-se dos principais indicadores de
gestão de estoques na empresa estudada.
06 A COP 7,5 6,2 6,0 5,1 6,0 5,9 5,8 6,3 5,6 5,6 6,3 5,5
06 A STRCOP Annualised 89,9 82,3 78,9 74,5 74,1 73,5 72,9 73,3 72,6 72,0 72,4 71,9
Inventory 9,3 9,3 10,1 9,9 10,2 9,5 9,0 8,2 8,2 7,6 7,7 7,4
Avg. Inventory 9,7 9,6 9,7 9,7 9,8 9,8 9,7 9,5 9,4 9,2 9,1 9,0
Inventory Turn 9,3 8,6 8,1 7,6 7,6 7,5 7,5 7,7 7,7 7,8 8,0 8,0
Observa-se pelos dados acima, que se tem uma média de giro de estoque
de 8,0, ou seja, durante o período de um ano, o estoque renovou-se, em média, por
oito vezes, número este relativamente baixo. Porém, conforme já dito, não se pode
fazer afirmações sem que haja uma base para comparação. Por isso, a seguir, na
Figura 10, são mostrados os custos de estocagem do fechamento do ano de 2007.
34
2007 LE
Description ACT P01 ACT P02 ACT P03 ACT P04 ACT P05 ACT P06 ACT P07 ACT P08 ACT P09 ACT P10 ACT P11 ACT P12
Matérias Primas Nacional 9.060 10.027 9.988 10.175 9.662 9.964 10.181 8.180 9.132 9.453 8.808 8.586
Matéria Prima Importada 6.220 7.379 8.831 8.903 8.768 8.984 10.616 9.822 8.085 7.944 6.620 7.129
Importação em Transito - Mat. Prima 4.416 4.156 3.865 3.453 3.673 3.465 3.104 2.130 2.587 2.489 2.467 2.202
Peças para reposição 10.199 10.069 10.018 8.921 8.829 8.752 8.661 8.122 7.922 7.493 7.311 6.583
Provisão para Perda de Inventário MP (3.735) (3.764) (3.821) (2.966) (4.902) (4.881) (5.283) (3.927) (4.277) (3.839) (4.577) (3.904)
Raw Material and Consum ables 26.161 27.867 28.880 28.486 26.031 26.285 27.280 24.326 23.449 23.540 20.629 20.595
Produtos em Processo 1.704 1.571 1.820 1.708 1.980 1.896 1.677 1.492 1.410 1.474 1.537 889
Work in progress 1.704 1.571 1.820 1.708 1.980 1.896 1.677 1.492 1.410 1.474 1.537 889
Reval Inv MP y PT (994) (994) (994) (994) (994) (994) (994) (994) (994) (994) (994) (434)
Profit in stock provision (994) (994) (994) (994) (994) (994) (994) (994) (994) (994) (994) (434)
Total Stocks 26.871 28.443 29.707 29.200 27.017 27.187 27.963 24.824 23.864 24.019 21.171 21.051
07 ACT COP 6073 5211 6085 5573 6337 5506 5470 6323 5303 5255 5620 4386
07 ACT STR
COP Annualised 72876 67704 69476 68826 70271 69571 69009 69867 69174 68563 68461 67142
Inventory 6673 7063 7377 7251 6709 6751 6944 6164 5926 5965 5257 5228
Avg. Inventory 6673 6868 7038 7091 7015 6971 6967 6866 6762 6682 6553 6442
Inventory Turn 10,9 9,9 9,9 9,7 10,0 10,0 9,9 10,2 10,2 10,3 10,4 10,4
2008 LE
De scription ACT P01 ACT P02 LE P03 LE P04 LE P05 LE P06 LE P07 LE P08 LE P09 LE P10 LE P11 LE P12
Matérias Prim as Nacional 8.838 8.764 9.754 9.631 10.451 9.937 9.357 9.258 10.906 9.992 9.397 9.554
Matéria Prim a Im portada 6.272 5.821 4.764 4.984 9.187 9.860 7.030 8.284 8.133 7.691 6.602 6.782
Im portação em Transito - Mat. Prim a 2.554 2.691 3.479 4.890 4.266 2.571 4.416 4.306 4.154 3.098 3.337 3.741
Peças para reposição 6.505 6.363 6.255 6.294 6.294 6.294 6.294 6.294 6.294 6.294 6.294 6.294
Provisão para Perda de Inventário MP (3.891) (3.942) (3.952) (4.268) (4.268) (4.268) (4.268) (4.268) (4.268) (4.268) (4.268) (4.268)
Raw Material and Consum ables 20.278 19.696 20.300 21.531 25.930 24.394 22.829 23.874 25.218 22.806 21.362 22.103
Produtos em Proces so 1.012 1.155 1.275 1.534 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500
Work in progress 1.012 1.155 1.275 1.534 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500
Reval Inv MP y PT (434) (434) (434) (434) (434) (434) (434) (434) (434) (434) (434) (434)
Profit in stock provision (434) (434) (434) (434) (434) (434) (434) (434) (434) (434) (434) (434)
Total Stocks 20.857 20.417 21.141 22.632 26.996 25.460 23.896 24.941 26.285 23.873 22.428 23.169
08 ACT COP 5553 5325 5467 6148 6272 5798 6394 6531 6175 6623 5656 4748
08 ACT STRCOP Annualised 66638 65267 65381 67480 69036 69125 70212 71231 71550 72342 71936 70689
Inventory 5363 5250 5436 5819 6942 6547 6144 6413 6759 6139 5767 5958
Avg. Inventory 5363 5307 5350 5467 5762 5893 5929 5989 6075 6081 6053 6045
Inventory Turn 12,4 12,3 12,2 12,3 12,0 11,7 11,8 11,9 11,8 11,9 11,9 11,7
Custos de estoque
40.000,00
35.000,00
30.000,00
25.000,00
R$
20.000,00
15.000,00
10.000,00
5.000,00
0,00
Média
Gráfico 1 – Redução dos custos de 2006
estoques no períodoMde
édia 2007
2006 a 2008 Média 2008
37
Giro de estoque
14,00
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
Gráfico 2 – Redução dosMédia
custos2006 Média
de estoques no período 2007a 2008
de 2006 Média 2008
Entretanto não se pode afirmar que esta melhoria para o ano de 2008 é
exclusivamente devido à implantação da ferramenta MRP. O fato desta ter sido
implantada recentemente impede que seja feita qualquer afirmação em relação a
esta melhoria. Acredita-se que a mesma tenha auxiliado na gestão de estoques,
junto com outras políticas, e com isso a empresa pôde chegar às projeções acima.
Porém qualquer afirmação feita, responsabilizando exclusivamente essa ferramenta
como a responsável pela melhoria, pode ser feita de forma errônea.
Prefere-se adotar a política de que a parametrização do MRP foi então feita
de forma correta e todos os dados do Mestre de Materiais estão corretos,
possibilitando assim que a ferramenta possa auxiliar nessa melhoria. Mas, ao
mesmo tempo, já são vistas possibilidades de melhora com alguns projetos de
“aproximação” dos fornecedores à empresa escolhida para a realização da
pesquisa. Através de políticas de envio de projeções de compras aos fornecedores,
a empresa tem a intenção de que os mesmos possam se planejar antecipadamente
e assim fornecer os materiais conforme a necessidade da primeira, podendo assim
reduzir os estoques de segurança de alguns materiais, principalmente aqueles que
são considerados críticos, com os maiores custos, inseridos no intervalo “A” da
curva ABC.
38
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS