Professional Documents
Culture Documents
Da liberdade a0 sol; de luz s'esmaltam Qs teus jardins. Virei dos mais distantes Olimas cada anno ver quanto s'exaltam Glorias desta alma, a tio dos céus querida t Eu virei ao descanso d’estas purasCANTO DECIMO. Sombras tranquillas, a cansada vida Juncto a ti descansar; deixar torturas ; Sorrir aos céus ; sem f traigno ter medo, 48 doce o estar is sombras innocentes, ‘Aos sagrados rumores, aos olentes Sopros vitaes e virgens do arvoredo. Quio leve'e brandamento s’embalangam Qs ramos de oiro, do ar 4 transparencia ! Bem qual os coragdes quando descansam’ ‘A esta isengdo cheirosa de innocencia. Os cabellos da tua meninice, Que\sio crespos diamantes das estrellas, Engrinaldam-te a fronte de meiguice, ‘Tendo no peito as sempre-vivas bellas Dalabancoaa dnelee dikavertinaaia Pharol divino 4s syrtes e 20s abrolhos— Sempre que s’ ergue um tumulo na vida, Um anjo desce 6 n’elle fita os olhos | Ei irradia 0 anjo-luz na treva-tumulo, Qual a de um iris gloriosa palma, Clamando hosanna 4s cerra¢des do otmulo, Doce estendendo ao horizonte a calma. Qh nfo me desampares, minha filha, J4 68 tio 86 de tantos que o amuram! B yejo em teus preclaros olhos brilha Da morte « claridade! se ulegraram Escarlatas manhans nos tio candentes Labios teusn’esta febre! Nao ainda, Oh! nao me desampares 4s serpentes De horrenda noitidio de morte infinda | ‘Nas sombras de Manhattanville, quando ‘Humido e cheio de melancholia, E os acoitados pinheiraes resoando Escutam-se os insectos, longo o dia; Que é longo ¢ umbroso 0 dia de tristeza, Que 0 passado assoberba ao corasiio, ‘Eu me recolho e estou da natureza Nos seios de incantada solidito: Entiio d'outrora 0 coraciio te chama, Das musas do silencio ¢ da familia, i do caro sentir n’esta hora, filha, ‘Que, de tao doce, é dolorosa € se ama, Pois, quando o outomno sobre a terra cae, Ouyindo os sinos de Manhattanyille,"0 GUESA. Quando scismares 4 tardinha exile, Sejam saudades tuas de teu pae ! io tenho a quem deixar-te sobre a terra, Mo descrente me achei dos filhos seus— Do mundo eu sigo para além da Serra ; Tu destes Edens seguirds p’ra os céus, “Pobres folhas de outomno! a mio queem palma Bormou-yos é off’receu na primavera, Jf nilo existe: @ vos conservo n’alma, Doce lembranga que saudades gera. . . “ Coitada a ‘estrella verde’! entre os sulgueiros Crystallino rochedo, os teus cabellos Sao da cascate as ondas em luzeiros, Tua alma eterna mais que os astros bellos | “ Niio—niio—porque ao sorrir da natureza, A tanta flor, & tanta mocidade, ‘Veem os presentimentos, e antepesa Dor, que certa virt. Fatalidade , . , *<1o outomno os bellos dias se passaram, # dé esperar cansaste’: © entilo disseras “Triste da “estrella verde” !’ 1 consolaram. Tua alma esp'rangas—que ‘nas primayeras “ Voltam 0s passarinhos,’ quando as rosas Plorescem do Shario. Oh! harmonias Do passado, que em horas desditosas Lembrais o tempo dos felizes dias | 7} os passarinhos voltardo, 6 meiga, E yoltardo as sombras 4 ramagem: Porém d'esp'rangas antes foras cega Do que veres voltar ao que em romagem “Passou. Mas niio receies que a ‘verde estrella” Seja esquecida. Tu nao sabes, dize, O que é ter-se adorado uma alma bella Cheia de amor, d’infancia, de doidice ‘ da Rarsxa e em Pants ‘Lot? 0 fugitivo de Sopoma:) —No Eapirito-Sancto d'eseravos Ha somente um Imperador ; No dos livres, verso Reverso, i tudo coroado Senhor! Geiticeiras de Kixe-Anrnur e vidente Fosrzn em Waurvners de dia;) —When the battle’s lost and: twon— —Lhat will be ere the set of sun— —Puddock catis: Anon J— Fair is foul, and foul ia fair : Hover through the fog and filthy air f (Swepzxnono respondendo depois :) —Ha mundos futuros: reptiblica, Christianismo, oéus, Lohengrin. Sao mundos presentes: Patentes, k Venderbilt-North, Sul-Seraphim, (Ao fragor de Tucu6 encalha Haxpnicx-Hupsox ; os Ixpros yendem aos Houtaxpezes a ilha de Max~ HATTAN malassombrada :) —A Meia-Lua, proa p’ra China, Esté crenando em Tappan-Zee. . .CANTO Domo. Hoogh moghenda Heeren .. . Pois tirem Por guildens sessenta. .. Yea! Yea! ‘CPhotophonos-estylographos direitos sagrados de defeza :) —Na luz a yor humanitaria : Odio, niio; consciencia e rasio; Nao pornographia ; Tsaias Em biblica viviseceio! Qlrmmmares & prova de amigos toxicums :) —Qual Jesus 0 agoita-peccados, Carrega com elles: por Deus! Da cruz ama o Guesa Esta empreza, Dos vossos em bem ¢ dos seus ! {‘Imegintria imprensa’ em maré-yazante oogando @ cabeca :) —Desde Hayes, tudo prospera, Menos viyer de sensagio : Maos 4 obra!. . . ‘i nfo éacellent O président” Pois 6 um kranky, um papio! (Kanes fazendo camas-ratoeivas; sister Newooar- y SHAPYEY :) —‘ Masher Hratd some stain in ’t wants: ’ Walta cerviz ... vampiro! ao meio . . « O! O1 OF cocktail! =Paga bail, Qu... nio ha diabo mais feio! Surge frighter vermina Gurreau; risadas a um tiro de polvora sécca em Fourt-Juzy:) —Bennbennesses business little ‘ Remove him, 0 magno rascal | =‘ Church-Loyer-Stalwart,? Um Mayorte, Faz bala do heraldeo jornal! (Supanarisras, Carns, Oxsantyos, contra Ganyrerp ! corner * —Cuidado, 6 vés, co'os sinking-faces Cassius-Romano, Lincoln, ‘Lot’!© GUESA, =A taes, Sul, nem Roma, Ou Sodoma, Resistem |—Valente Guiteau ! (Blores cobrindo & quéda das fractas :) —IJndas evitara a difama Se abrisse logo subsexipgio, ‘Nem féra traidor, Em fayor Dé José, Maria e Joio ! CFreeloves passando a votar em seus maridos :) —De Americanos o unico Emerson } Nao quer prezidencias, 0 atroz! =0? bem justigados, | Estados ec! Melhoram p'ra vos e p'ra nos! (Avocanyrricas visdes .- . calumniosas :) —Pois, ‘ tendo a Besta patas d’ urso,’ } Tn God we trust ¢ 0 Dragio, | # 08 falsos-prophetas Bennettas Tone, o Theologo eo da Ev'lugio! (Apedrejatiores do ocenso; Indio estuporado 4 clara~ boya magnetics :) —Mataciies . . . ao so] retro-raios . .. Lady Brown, algum te alcangou? ==Danteo trombeteiro Brojeiro Que ao gato harauto hydrophobou! (Assnssinos alegres engordandonos plafends da cadeia ) _ —Oh, que bons beefsteacks! regalos Do ‘instrumento bom de Lordy"! Quo os musicos nobres ‘Aos pobres Defendam ’squecidos assim ! (Puxaowrs “on ovolution? sentimental ; Henatn ‘on involution’ estomacal :) —Aromas, Christios desperdigam1 =Miais vale o um pobre, caldeirioGANTO DECIALO. De oreo, favinhs win barrel fooketatd —61 0! ‘Ganist co! "indigestito ! @agé Lucazcta antiga; moderna christa vonnora —Romana loba a Collatinus Vinga, em si cravando o punhal! = Yankee ursa s'embolsa Co'a solfa Dos assassinos de Paschoal! (Hiaxx.-Hasn comendo 0 enxofre de Sonoma; Manwoom- torcendo os bigodes :) —Hstomacal . . . até que sonhas) Com ‘Lot'e os ‘anjos’, ou Abrahiio ! =0nu Jam’-Benne’-Gord’, A quem chorda Do Guiteau espera! .. ah! gil-Jam’ ! (@Voltam feiticos contra feiticsiros’; mios divinas offerecendo 0 ‘copo-d'agua-Duus’ aos ‘que teem: s@de de justicn’ :) —O0’ burglars, Gomorrha e Sodoma Fugiram os queridos dos ous! No sulphur quedando B estoirando Os Sodom6es e'08 Gomorrheus | y (Dois reverendos espatifando-se ao clario do fogo celeste :) —‘ Beecher gorilla Gomorrheorum’” Com ‘ Talmage supersti¢io?, ‘Teem, teem o sabor D'este amor De sulphur em conflagraciio ! (Consciencias perante a historia substituindo aos destruidos NaTunans :) —Chumbando Booths aos réis-‘ gorillas,’ A raga melhoram de cér: 0 negro Aifricano, Amer’ cano Ja € peau-rouge / sera brancor!252 © GUESA. (Dx. Tarsicz; Mussns. Doxova & Co. curtindo pelles ’ variegadas humanas :) —Gentlemen: disciplo ‘inspirado’, A Beecher nfo vende Guiteau ! =De Steuart 0 coiro Pesa oiro Em polimento, em moroccd !. . izy. Bezcrsn vendo subscripgio antes ‘giaddening the siférers) esensagio ap6s ‘saddening the glads,’ nio cré mais na palayra, ‘recommenda sabio 4 congre- gagio’ e monta em ‘seu bicycle’ :) ¥ —Some stain is in that new business Que pear-soap nffo pode lavar ! Washwomen ‘nodoam * E entoam : * Herald-Flood-Fund,’ a ensaboar!.. (Outros alagados salyando-se na columna ‘666’ do templo de Kux :) —Agrippina ¢ Roma-Manhéttan Em rwm e em petroleo a inundar Herald-o-Nero acceso facho E borracho, ‘Mie-patria ensinando a nadar!. . Nuwanx ‘dosed’-girl, aux bois dormante, expirando :) —Judeus negociam em Christos ; Beliaes do em morte moral; Cowboys em Arthurs ; Em Stewarts . . i ‘Em Garfields e em Guesas . . . Heral’ (Animated torrid-Zone—Exerson proprietario a in- cendios; G. Dras nos fire-proofs marea :) —Do chaos sejam ecchos chaéticos, Qual creacito de Jehovah | =A Plato, Inglaterras ; Palmeiras A? torrida-zona-sabii | q' Logendario France’ divorciando a duas ‘ilhas dos améres’; elas :) —Dos Bebados”... ‘das Marandubas’. .. Miss Manhittan! Dom Maranhio!OANTO DEOIAO. =A ortigas estrigas Cantigas 86... Cruseiro co? Ursas terfio! ((Oxrp-Pank'-Pixp zeloso da sua sapucaya ; a Vox:) —Borracha . |. tanto! alma-cachaca .... Tanto! tanto... cada mulher! De qual natureza EB’ o Guesa?.. =Doeu mais 4 ‘Brief’ que Webstér! .. (Ursa no cio espesinhando ‘dahlias "violets © despo~ jando Hrawamza morto-apostolo,) Jossrnus Dei- jando-Ihe a mio, ‘spiritual’ 2) —' Tam wordly! . . never speak Spanish #” =She-Bear . . « Birdies valham-me, Deus! « « —Nem Messrs. Donovan 2 Renovam Coirdes sanctos-Bartholomeus??.. . (Gospitalidade yenenosa; eccho, dos prelos do Linno :) —‘ Merry Wives’ |! Katies!) asarmas!.. Gamas-fogo, . . . fogo no én! ==Respondam aos frades ‘As madres... “Terremoto’ noite no céu!.« (Ursa em loucura; Josmenus, embrulhado na seoundwm-artom bordada tunica do céntauro, inter ‘preta os pesadelos de Pxamaé 1) —Yankees diamantes, ‘ five” Nessus... ‘Vinganga, Bunucho Potiphar! ‘Lindas ursitas Serio maldictas ‘D'ursas-mores, que hio deyorar!.. Gilectricas sweethearts & § sohool-roud= system” prefer- indo o pira-raios de Braxsxix +) —Poota é cysne, oh!. . nfo porque cants, ‘Mas pela ideal lentidio Com. que anda a amores, ‘Horrores De Lalas que préicticas silo! . -paeeoeoes sont sameeeeseeoee 0; GUESA. (Gentimentaes doctoras carbonisando 0 coragio do Guesa :) —Que escorra sangue, no veneno.. . =Um ‘morango’!—Oh .. . todo oiro e dor. . =Fossilpetrifique | —AlL... nao fique Sem gloria o Inca:e o astro sem flor. . . (A Vou, ida dos anjos—vinda dos vampires :) —WNapoledo sem mais estrella, ... Nuvem de corvos em Moscow, Ring-negro horizonte, Na fronte Foi-the a coroa que obumbrou ! (Hspato safe-guardando $2 do viltimo @ nunca-nato quingnagenario personal de ‘Hoxounanua’ ; police- man lisongeando-Ihe a golla do business caat:) —(Is there any hope for parvenu ?* =Com certeza nito, Sir Burglér / Patentes fazendo, Por ‘ shadows roendo* Da prima columna os ‘dollars?! . . (Dox-Papno & meia noite na soirée do N.Y. Hunaxp :) —No Solimées esta é a hora Em que a luz se apaga e tambem ‘Turemisam taes Personaes: Quaes no Hudson... . bravos! Jam’-Benn’! (Silvios dedos rutilando ao typographar em yernaculo da ‘Baxpemé-zermentaps’; Poza extactico; a Voz :) —Grandes sfio gracas e thesoiros De Balthazar-Imperador! . . =Que treme ahi sans-culottes Quijotes P. . —Mant—Tesst1—Pharés, Senhor! . . (Corners’= reporters ‘on evotution? ; Gonn-TAx- Bux ‘flesh and devil? : > —' Le rot stamuse’ . -..a08 ‘ald ranks” Gratis nao trabalha ninguem ...CANTO DRoIsC0. T (cortezia) Ao servidor paga-se bem .. . (Forcas Giabeticas-caudinas, mordomos destribuindo $5,000:) B —Jogou o Guesa esta quantia; Damos-I'a n6s, © sem jogar: Cérte a Bennette A’ ineia noite ; Bom riso & carne popular. (H2rarp advogando a causa chim-commercinl: —In- God-awe-trust ‘not worth its price, A gregt swindle is silver dollar’ | -8e em Deus.nés cremos, Descremos: Amor pagado ha mér pagar. . (Barbaros In-noc-sioxo-vinews; Ancronus curyado ante 0 Cruzumo:) —P'ra que q’rias Pari, Urso-Yankee, qv it y Que 86 tem borracha por Deus? . =Cruz-Cariova, Praguay venceste? , . Os Celestes Sio muito mais nossos que teus! . . (Rei julgado limpo fora, © sujo dentro do seu reino: ) = Liberal’; ‘flying '; ‘nem tom domingo, Visita tudo !’="P'ra, Inglez yer; Mais'val “Joanna a douda', Que 4 roda Ao menos énsina a varrer ? Cteporters-provaris how to get‘ God? 2) —Com réis 6 fazendo realezas ; Com presidentes, Sensagao ; Com Vanderbilte 2 Dynamites Go'os Indios; sombrinha e trovfo ! QMlagnetico-kalleidoscopicos sonhos de Navoreko ante'a campanha de Warxienoo :) —Very Smarts! 01 O! very smarts! Vos godmakers, ein a0 valor!© GUESA. Hariutos de tretas, Caretas, Nao vos sobe o incenso na cor? ... Gosewan londo christianissimos personats & appli cando a Zow people, lot punishment? :) —‘Paperaxplain. Certainly, though terrible’ . . Siencia heraldea, “paradise lot’... A ‘purring match! ! And task! and task f Chinoi-Bennett & ‘wiping post? /. . (Vampiros das trevas, offerecendo o imperio do mundo; DioauNxs optando pelo banho'do oceano :) —‘ Tight bird (seeks ‘ thousand”)! ‘Smoke’ ‘makes millions” ! ‘@idadio” da grande nacio? .. Ni tentai a Deus, Christos meus... —! Vale’ You morre ou paga um ‘milhfo’! _ (Gentlerien (saltimbancos) embureando apés Diocunus ; commandante duplicando os placards do steamer :) —Ou paga de amor tanta gloria Hee (Carinho houve mais que ninguem He | Dos pedreiros-livres i Oirives).. . ; | = Servant”, olhar p'r’os’. . . gentlemén ... hs si (O pae de ‘Tsao? alevantando o dedo ante a proposta \ @almas dos principes de Sopoats :) | —Turei ao Senhor-Deus-Altissimo ’ | Vasco Vinganga: cia! pois, da tua mio H Nei um fio... figas! é Noo digas: | / Enriquecemos a Abrahito! | (Giritlemen (pellotiqueiros) na catastrophe; Hunrs len- || gos-verdes ensugundo 08 ollios-mortos de Saxsio:) 1 —Do Gnesa a Pharsalia explorada, Wie is N'um ‘corner? espremido o auctor, « j Di oirio | =A musa Cafusa Dalila traiu-o. . . que horror !CANTO DECIMO. (O Guxsa sorteado em Orry-Harn ; Canpipz- Vouramm :) —Jurado do todas Americas, Qual Columbus sou cidadao. Biblio; . . com Jacob €0 café Dos—Nas vodas de Can&, Jesus & fonte, Ou no templo a leval-os qual um Vandalo ? Segue ao Pocta o Philosopho—estalaram ‘Todas da america harpa as grandes chordas! D’Emerson pensador a filha 4s bordas Do tum'lo e 0s lirios de Platio acharam.CANTO DECIMO-PRIMEIRO- 1878. Acalmon a tormenta; pereceram Os que a estes mares hontem se arrisearam > Vivem os que, por um amor, temeram 3 dos céus os destinos esperaram, —Quando Cértez partin para a conquista Do imperio colossal de Monteznma, Creou antes o desespéro; 6 a vista Foi desapparecendo, sub a espuma Do Golfo, em chamma a frota, que era esp’ranga- Deusa dos timoratos: para a aurora, Tal vai, rotos os lacos d’ allianga O peregrina, do oecidente agora: —Se vencedor o Guesa? Ao dosespéro Organisado, a terra estremedia : Cumpre 0 sol 0 dever de sol co’ o din; * De amor a grande aceiio move-a o Pealterio ! Floreja. Os continentes s’encadciam, dos dois lados do isthmo, em murmiro Monotono ¢ prophetico psalmieiam Os dois oceanos. Ouye-se o futuro. “Salve, oceano Pacifico |—xesoa A voz do grande mar a natureza!” Sublime d’enthusiasmo qual Balboa, Ora aos mares do sul s’¢leva o Guesa. Alteroso vapor o espera ao largo, Iumi: forte cidadella, ‘Onde commanda o Inglez. Doce lethargo! Ondas mansas, ditosas! noite bella Abrazando ardentias, luminosas, Rindo ao lume das aguas. Navegando, Longes de Panam via as ruinosas ‘Torres, que esto nas sombras ayultando, Ahi da linha, que foi tragada outrora, Somente viu-se'o tenebroso lado *© GUESA. (Braztes d’honor que o aventureiro adora), De morte; e ainda nfo yiu-se o abengoado De luz (que sempre tho tardia aclara !) Do congresso ideal, do arbitro humano Da paz, que a ser principio consagrara 0 piblico direito americano. aes outra vereis, linha equatoria fnindo os mares, dividindo as terras ‘A dois immensos povos euma o gloria » De confederagbes: a Sul, das serras Andeas ¢ os aureos valles do Amazonas, Representa-a Bolivar; tendo a Norte Industriosa, Washington ; ¢ as zonas Deas a. cada polo, irmis e fortes. fem é debalde que o planeta gyra, Dando formas 20s novos continentes: Um amplo coragio o austral, que sente; E o boreal pulmoes, o que respira. E esta ¢ a patria central vicosa amante, Que a tanta gloria nos convida e anima, Golombia do equador! raga latina, ‘Tio sonhadora qual o Gruesa Exrante ! Deus, que seri? Sem ser qual foi Pizarro Por ambigio mundana aventureiro, ° que sera que ao invisivel carro, ‘Triumphal bello o incanto, prisioneiro Ao anjo arrasta, victima cantando ‘Na candura fortissima, aos destinos ? ‘Nilo sfio do mundo applausos, 6 escutando ‘Vai da eterna harmonia internos hymnos ! E sem ser qual Pizarro ¢ Hernandes-Cértez A’ conquista de imperios por faganha, O Guesa é yencedor qual os mais fortes E os mais leaes n’esta moral cam posigdes o mundo lhe off’recera, he acenara co’as honras; e do mundo Fugindo ¢ de tacs honras, ai! soffrera Dos homens o desdem fallaz e immundo! A’ noite no Pacifico modula ‘A Voz ignota que accompanha ao Guesa, Emquanto incende a vaga ¢ ao largo onduls, Phosphoroso fulgor. .A’ natureza NeOANTO DEcrMCO-PRIMCEIRO. ‘Sentimentos renascem, qual a franca Mao que apertando nossa mio nos vibra, Ou a setines sensitiva e branca, Ou a callosa mio que abala e libra, —Oh, jistica divina! que d'incantos No hanrado justo, no piedoso forte! Chora-lhe 0 eoragiio co’ os doces prantos: Dos gozos celestines, indo p'ra morte! “Tal @ do Indio a selvagem probidads : ini de Tupan dios sentenca E deixamiir 0 Gace Wiberanase Porque elle, 4 hora, viri na gloria immense ‘Da tribu, que 0 espera silenciosa, Estando todos assentados, vendo Dos altares i roda a detencosa, Sombra solar— ‘* Ahi vem o Indio correndo !’” Dos phantasmas das velas entre o jégo -Embalado nos ares, se diviza : Que yermelho carbunclo arde de fogo No coragito de Taurus, Meiga brisa -Respira das manhans. «" esta bonanga, Por estas horas, do casal partia. No seu cayallo branco, em que descansa ; Caravans dos servos a seguia “Cantando nos caminhos perfumados, Que por alvo arcial longos se abriam . A’snovas lavras @ aos curraes dos gados Aonde tudo, aonde todos a queriam. “Mas, oh, Deus! quanta dor a nos pecien pa Acordar sem’ os céus da Mile « estando Deserta a casa 6 o Pae a 80s, serenos Olhos azues, a eschola preparando! “«Passava-se a esoutar o dia inteiro A voz do carro cantador, que vinha; Wella s6 se falava, em verdadeiro Amor, até a volta de a noitinha. ‘A este luar de crystal, por estas horas De vaporosa clara prata, as alvas Do matutino lunar, quando nas layras Brilha o orvalho, e a campa das auroras© GUESA. “Desporta, ¢ 4 madrugada os gallos cantam Despertando ao trabalho ; e os mansos, lentos,. Lacteos bois, e os carreiros que alevan e Yozes, resoando a selva antes dos ventosy- “Hi o deserto equador, e a branca estré re os bacuraus aos saltos ; 0 horizonte Cheio de todos cantos da alvorada, a (Cheias as grotas do trovilo das fontes— 3 “KE vaga a yaga, embala-se o oceano, Nem fazem mais que um mar todas asondas 5: Um outro, o vagas tho gentis tio doudas, | s, O coragio ao coragio humano. i ya «ff hoje o anniversario de tua morte: Que annos passaram ? Nem eu sei ja quantes £ Sei bem que tenho d’ella a vida e a sorte, ,, Porque da morta nos eternos prantos “Sinto felicidade. Hu choro ainda, Tenho chorado muito a tua ausencia + ‘i ‘Como este amor, esta saudade infinda « i Pode o amparo nos ser e forca immensal . , ““Da chamma sacrosancta de tuaalma _,, y,- Stelevou meu espirito juvente; ae Ae E a musa foste do cantar dolente Em que verto meu sangue e é minha palma.’ E aquella a Mie biblica, a formosa, Quo aos seus meigos herdeiros abengoando, Ergue-se a0 romper d’alva e trabalhosa feliz, thesoiros amontoando ; A que morre, dos filhos rodeiada, © velho, se nfio guarda vinvo o rennloy Ai Velle! esta ¢ a Mie, a 86 lembrada Dos escravos e a 86 da casa o exemplo, Que ainda lagrymas tem depois da morte— Os olhos d’elin nunca s’enxugaram As perolas corriam ; qual o forte Cadaver, nunca os vivos irradiaram ! Escutava, disseram, niio dormia : & era divino, era luzente o pranto ‘Qual quem j4 visse e annunciasse o incanto),- uando'o que foi-Ihe Benjamin sentia Conchegar-se tristinho a que o conforta qual quem conversaya com sua mieCANTO DECIMO-PRIMEIRO. 277 E que entendessem-se, a mudez abi morta Ea mudez d’shi viva, orphaé-manhan! ‘De lucto n’estes dias, solitario Via-se ao Guesa, as sombras, jejuando, A orar n'alma, no intimo sacrario Dos lares paternaes.—Se estais olhando , AS Passa uma sombra diaphana e tio pura A extinguir-se através da noite etheres, Das grandes sombras na distancia obscura Passa outra sombra, longs da primeira. —Ora, de terra em terra o sempre ausente, _ Sem mais vér patria alguma que o contente, Ledo incanta-se aos mimos da belleza E Welles desincanta-se—ai do Guesa'} -Ai quem do mundo assim, e seu mau grado, Correndo as zonas for, qual em procura D’outro amor, doutros homens, d’ outro estado, Ou doutro sol, ou d’outra sepultura ! Auras, qnaes da Vict6ria, acariciavam Com mysteriogo heijo 4 bella fronte Lzenegros cabellos; escutayam Ouyidos, longas yozes do horizonte: Magnas horas da calma a natureza, As rézes gemebundas abatiam, Tristes mugidos a enseinde enchiam Quando, da patria, 4 yela dava o Guesa. -O genio ea formosura, as mais gloriosas oroas do Creador, adolescendo; . | A divina moral, o alvor e as rosas, © que ha mais bello aquem e além, prendendo. Nas estrellas da mnarngads agora Ha d'essa joven luz, do orystallino Doce tin-tin de caps que abre aurora, Da luz que daya a0 Dante amor diyino : A luz sere ‘a luz que os poetas deixam Na terra, quando partem-se do mundo: Sio\0 consdlo a todos que se queixam, Tendo de todos 0 soffrer profundo, A vida ¢ 0 sentimento destribuen— Deus! parece, onde esto, que nito so more! Sao qual a fonte; ¢ a luz que d'eles corre, Se extincta, ha treya e os homes prostituem.© GUESA. Quando as estrellas, scintillada a esphera, ‘Da luz radial rabiscam todo 0 oceano, Que uma brisa gentil de primavera, Qual alya duna os alvejantes pannos, Candida assopra,—da hora adamantina Velando, nauta do convés, o Guesa Amava-a solidio, doce bonina Que abre e As doiradas alvoradasreza. Ora, no mar Pacifico renascem. Os sentimentos, qual depois de um sonho Os olhos de um menino se comprazem Grande-abertos aos céus de luz risonhos. Vaste amplidio—immensidade—illudem, Concayos céus, profunda redondeza Do mar em luz—quilo amplos se confundem: Na paz das aguas e da natureza! ‘Nom uma vaga, nem florio d’espuma, Ou yela ou iris A grandiosa eins Onde eu navego aiation de Numa) Qual navegava dentro da minha alma! Eis-me nos horizontes luminosos ! Eu vejo, qual eu via, os mundos Andes, ‘Terriveis infinitos tempestuosos, Nuvens fluctuando—os espectaclos grandes— Fin, imaginacio divina! abrazo Do pensamento eterno—eil-o magnifico Aos Andes, que ondam alto a0 Chiniborazo, Aos raios d'Inti, A yoz do mar Pacifico! ‘Ondam montanhas, rebentadas curvas Langando umas sobre outras, éneas, turvas, ‘Ante o manto extensissimo de prata De uma nuvem, quio limpida e quito grata !: Ondam ermos, rochedo alto e selvagem ; S’estende o cortinado, a aurea teiagem ; Sempre véu-luz a cada negra vaga Dresses abysmos, onde até se apaga ‘Do dia o resplendor mais fulguroso, De reverbero 4 ausencia ; 6 mais rarcia Ceruleo, tio sagrado, tao saudoso— Névoa, espiritual, etherea areia ! Pureza ora | a0 pensamentoQANTO D£crtO-FRINEMO. O mystico velamenque nfo arde, Doce qual as soiddes do sentimento Quvindo voz celeste que nos brade— QO’ Lamartina! oa candidos paizes Vejo, os longes além-mundos sonhados, Onde os fortes revivem, que felizes Sto da tribu e dos seus sempre lembrados. As Rees formosas, onde as alas Habitam, dos guerreiros, quo luctaram A existencia, onde estao no Deus das calmas E ’hi tranquillos na gloria descansaram | Caem trevas dos céus ; amphitheatros ‘Viio densas nuvens removendo 4 proa; Do relampago as armas, nave 6 mastros E tudo, ameagam co’o trovilo que atron, Tarde estes cus despertam, que nos tomam Pelo immigo invasor, e as cataractas Rompem hiemaes em Guayaquil e assomam ‘Ao Guesa, om vez de amor, sombras ingratas- Diria-se que os genios da revdlta ‘Apagam toda aurora, toda estrella Mesmo em céus do Equador— ‘*Satanea escolta, ‘Sustai o corso em minha patria bellal’’ ~ Quando em Colombia lampejara a fronte, Que a dos voleses dos An¢es mais formosa, Aclaron-se do Sul todo o horizonte Qual disco immenso de urie ardente rosa! Os de Castel viso-réis pararam, Continuadores de Pizarro; ea hist6ria Os heroes de Bolivar comecaram Do glorioso porvir. Honro a memoria De Lamar, Santander, Sucre, Abreu-Lima, ‘Dos k6ndores da chamma ¢ da fragura, Inmios d’armas, e d’esse o mais d’estima ‘Ao Libertador, de Paez. Na amargura A este eu vi, j4 tio 86 Tico dos loiros D'octogenarias cans e dos cuidados De alyas mos, s6s do cu meigos thesoiroe Que ao fim da vida amparam desterrados. ‘A oragio escutei do qoeibund; Que entoavam-the 4 hora d’agonia,280 0 GUESA. Entre o estertor que ao armancar do mundo Aquella humana gloria despedia, . —Hptrar? sair da eternidade?—Oh, quanto, ito nfo custa ae nosso, Deus perder-nos Parecem, cada anciar ¢ cada pranto, Novo abrago de adeus, ternos! mais ternos! ‘Das bellas armas recontava a histéria, Alimpando a ferrugem ; solucava Abragado a uma lanca, que foi gloria Da Independencia, ¢ que elle mais amava. ‘Com ella em riste, horizontal deitado Do seu cavallo aos flancos, o Ihanero, Qual meteoro rompendo, ao trago ibereo. Sobre 6s campos deixaya fulminado ! Se alguem ng patria chorda lhe feria, Todo aquelle rochedo, qual se féra Toondo pelo raio, estremecia; ‘ Avante! ayante! a liberdade! a aurora! —E olyidou tito amada Venezuela, Que orgulhosa o nomeara, a0 descontente, Qual superabundasse alfaya d’ella, Qu fosse o exilio a mumia do presente, Titan o scelerato—Kotopixi ‘La das nuvens s’cleva aleyantado Tal um que, desyianda, s'encontrasse Nao pertencer a terra, ou d’ella odiado : E’ annel desertor, clo estupendo Rebelde da cadeia, negrejante Pelos céus infinitos : sente, vendo-o O espiritualista, o repto. f Nas distantes Encofibradas cimas quasi-ethereas Dos Andes, ber¢o do Inca e monumento, ‘Bella nagio perden-se em idas éras, Que era um qual-populoso firmamento. Na direceio dos tumulos, o Guesa. Ao longo vai das serras navegando Qual, d’ellas 4 mudez, rendida presa, Dias, immensos dias, sempre olhando. E ondam montanhas, trovoar de erebros Montes, abarrancando 0 andeo destrico,CANTO DEoIMo-PRintEro. Desde o azul mar ao edu azul—vertebros Sobrepostos do mundo e mundo dorso— Cordilheira eternal ! eternos, grandes & Altares !—alva transparente névoa,! Ha no assombroso pelago dos Andes __ Tris extranho; 6 um qual-poder, sem trégoa Avultando no espa¢o—as aniladas Diaphanas soiddes do nimbo andino, Onde sua alma habitara, sagradas Formasdo Ether! _ E sempre 0 algenta, fino )Cortinado suspenso aos duros montes; Eo vago, o fumarento, a profundeza Dos que sito-Ihes os proprios horizontes; H immensos dias sempre olhando o Guesa. Assim nayegou elle 0 mar Pacifico: , Aprendendo o silencio, da montanha; Das aguas, esta calma; ¢ que em viu mystico Meio occulta-se a gloria andea, ! Modestia dos rochedos: s6s a imitam Qs fortes de virtude e diyindade, _ Que, resplendores se Iho! a fronte agitam, Guardam no peito a dor e & virgindade, Por fléreas zonas d’equatorias calmas, Da serra 4 sombra, ha paz e forca hayida. Da Regitio-Desolada, longe, onde almas Morrem, ‘ar, ondas sem signal de vida ’— Por *hi veiu Pizarro, ou vindo, oh, Zak! De Kuro-Siwo, T¥phon lh? inspirara | Quem andou por aqui foi Manko-Kapak, - Que um reino meigo paraisal fundara, ~O homem forte: adorou silencioso, Cerrados olhos qual quem ’st4 no templo Tnterno, eterno ; @ forte e tao piedoso De si mesmo, e¢ a si mesmo sendo exemplo ; Sentin-se, Inti existindo, estandoem Deus, * Sentiu ser em Deus-Alma necessaria’ Sua existencia, nuvem que precaria ‘Erra animada a limpidez dos céus, Ao Coragio—que elle ora contemplaya Com a stiencia, que yé mais claramente.282 0 GtESA. ‘Mais sonda o abysmo seu, mais luz achava — Era na infancia um homem-deus vidente. Na deusa dos mortaes nfo creu, na esp’ranca > Creu fé, na gratidio que niio esquece, Pores € a saudade, ¢ a lembranca E o divo amor, que 0 outro é d’interesse. Emtanto, é da esperanca um sentimento De justica futura, que o incanta ; Mas, antes que a visio de julgamento, Gren fe, e houve resignacio, a sancta. Meditando, sentia terra o cerebro Onde a idéa, qual arvor’, se Ihe enfinca = E recem-nado, do terreno verbo Sentiu-se em Deus e ergueu a fronte d’Inca ! Nevosa-nedea espuma, o lago-oriente, Brilhava ent Titikaka 0 albor do dia. Elle partiu p’ra o oeste. © Sol ponente, Bem quando da coroa desprendia Grandes, qual gloriosos pensamentos, Relampagos nos céus ceruleos ermos, Alli Mano, 4] ‘anko, i jornada pondo termos, Langou da capital.os fundamentos. Eos sonhos todos, todos se cumpriram— * Cumprem-se todos, todos !—do passado, VWé-80 0 porvir; os astros que sorriam. Em nds, depois os vemos, incantados ! B é do Guesa a existencia do futuro ; Viver nas terras do porvir, fo Guesa Compraz, se alimentar de pio venturo, Grengas do Além, no amor da Natureza > Fecundas terras, onde Ihe chuvia Eterno pensamento, irradioso, Crystallino, a que ao Sol ideal o dia Ortivo incasio abriu, doce e formoso! YVelemos, pois. Do Rimac, o susurro ; ‘Na Cordilheira, os limpidos luares; Do rosto da Limeiia, 0 croceo, puro, Incantador brancor—amo-lhe os ares Graciosos, o ameno branco-fosco De angelica dogura, qual se senteCANTO *DECINO-PRIMEIRO. No aroma as formas 6 este docemente Riso-sem-rir da flor. Amo comvosco, Comvosco ler as ‘tradicdes’ dos Incas: E os extrangeiros a estes arruinaram, B arruinario a vos—ai, que ainda vingas Em terra-prata e ciro, que exploraram, Tu, moral floripondio d’este’ clima ! 0 oiro andino da tua juventude, Quasi exhaurido ; praca d’armas Lima; Sentinellas postadas, solitude Creando a silvos; militar goyérno, Que forgas ha, tito sd, que veom da espada ; Imprensa, broma ; ingloria egroja-inferno ; De sangue 4 eschola prictica, a toirada. Pois .. . nada ensinam decepgoes da Franga, Que esmagada » sangrar vin-se debaixo Dos pés dontra nagio, que niio descansa De sciencia 6 de moral. . . Vamos ao Acho: A’ luz dominical das tardes quentes Na arene andam, aos dois, aos tres, aos quatro, Bandarilheiros auro-reluzentes ; E do horizonte do amplo amphitheatro Levam-se, espumam ondas populares, Nessa alegria atroz dos elementos Pelos nautragios ao furor dos ares, ‘Ou 208 triumphos humanos ¢ sangrentos. —Surde um louco! da escuridito, o escuro, Ao flammeo sol da arena, cago 6 fero, Nas cruzes encravado espinho duro, Porque é preciso dor e desesptro— Para! os aureos espectros, 4 negaca Movem brilhantes veus: fixa-0s 0 toiro, Parte! © as furias © as forcas, quo espedaga Contra sombra fallaz, veloz pelloiro, Estorce-se! Hil-o, da ilusio primeira Das miragens, ficando-Ihe pendentes Lindas settas\do collo 6 uns tio luzentes Fios de sangue, Irisam-se bandeiras, D'aqui, d’alli; estrondos d’algazarra’ Endoidam-n’o | celle parte, é raio! you, Vai, contra uma, contra ontra! Ao muro esbarra 3: ‘Um yéu tomou; sua loucura o coroa,284 © GUESA. Assim tresloucam, por divertimento, * Da cheirosa manada o nobre guarda, Oh, cobardia !) do homem o alimento, 'o arado a forga, a mansidiio sagrada, -—De quanto vem d' Iberia sois tio dignos, Semibarbaros poyos? glorios, mocos, Sem nacional Futuro nem destinos Na americana communhio ditosos ?— Dangam, passam phantasticos e vivos. Desatinado, tonto o toiro, muge; Luze 0s cornos, abaixa, eleva altivos, Parte | settas lh’encraya o espectro e fuge. Mordida salta a victima a ventura! Applausos troam, todos yéus se agitam; Escarya 0 chiio; esbofa uma onda impura Dé sangue ede odio; os membros lhe palpitam ; De odio, oh! que inferno tenebroso dentro Nao esti Vaquelle mudo! que avelluda, Que irri¢a hirsuto—vyede o vago centro D’ermo vidrado olhar e e bocca immunda Que'a lingua pendurou! Cae um centauro; Jaz um mortono p63 no via-o 0 toiro ; Ventre rdto um cayallo, exférgo mauro, Derramando intestinos, tenta inglorio Fugir; trémulo, cae (e a ferradura ‘08 donosos corceis fora. de prata)— ‘Morra!” . . obrado geral contra a candara D'um gladiador que, a matadores, mata! E esmaltando-se o férvido horizonte Do iris dos veus—se é de vinganca a furia, — Ao chegar ‘franco ¢ liberal’ Almagro ‘Ao ‘piedoso” Pizarro ?— ‘Esta gemendo : ‘Momento este & na vide, om que so sonte Ja ter assaz vivido ; emtunto, a morte, Que horror, Deus! quando triste e descontente Esti-se, ou j4 do mundo, ou j@ da sorte, ‘Do sempre-doce amor, ou ja da gloria! ‘Tudo principiou-se e inacabado Nao quizera deixar-se nada 4 historia Que a vicios d’outrem nos fara lembrado— *Dos céus no firmamento 4 noite yé-se O funesto signal . . . que féra visto Antes que Huayna’ os turmlos descesse . .\. ? Presentia Atahualhpa. Ou causa disto, ‘Ou a0 formoso culto dos catholicos, Da oragiio do Senhor quando escutaya, Os tito sagrados, meigos, melancholicos Sons, que Jesus dirias que chegaya. —E quem nifo sente a divindade augusta Das magnas calmas do celeste canto ? Aquelle @ salvo, que na vide escuta E em si recolhe do Homem-Deus 0 pranto. Qual na espessura de sonora selva, Os sons em miestas vagas s’escoavam No abysmo d’aquella alma—a grande treva, ‘A oujo umbror os echos augmentavam ! Ai quem ’st sub a forea dos eobardes ! Ou panico, ou dos crimes a consciencia, Do quanto de bestial e de maldades Practicam, de loucura e de indecenciaCANTO DECIMO-PRIIEIRO. Ou, talvez, offendidos do despréso Com que o real prisioneiro, ora acordado, Os via e ‘tinha-os em tio pouco prego,” 5 que, a cubiga © ao vicio escravisados, Sd 4 traicno da polvora venciam, EB squillo que era respeitoso 6 sancto, Melhorar nao sabendo, polluiam ; ‘Ou (dos aventureiros desincanto) Receiando a vinganca do futuro ;— Na traga ou no terror, jogam a sorte Do Inca infeliz, Baptizam-n'o. Hm seguro’ Choram-n’o e dio . . . ‘suavissimo’ garrote. ‘A tela que alli vejo desenhada B do pincel e creagio de um genio: ‘Tragedia-carnaval, oh! depravada Piedade! orar satanico e obsceno | Bebo o mortal pallor do misanthropo— Olhai o analphabeto! olhai aqu Do neon nyo encommendando 0 corpo! Ba soldadesca ignobil, que repelle Loucas esposas do Inca em desespéro, Que huiyam, que irrompem, a0 solemnisarent Do morto a gloxia, com seu vivo entérro, Com elle vivas a se sepultarem | Nada teem com os céus o terremoto : A terra niio se abrin n’este momento ! —0 invasor apossou-se do aureo-ignoto ‘Alli subyerso pelo fundamento. B oscilla o espirito: a desobediencia. Dos filhos?. . a do rei as leis do imperio?.. .. Causas eternas de profunda sciencia ‘Em que sempre um reptil entra terceiro! Quem apagou o Sol foi Pachakémal Aluz, no coragio de Huayna accesa: De Platiio a Reptblica tanto ama; Sentia-se Jesus na natureza : Louco o yelho Chaletchima o intendia (Que nao intende'a religitio do branco), Das fogueiras na chamma ainda dizin : «Pachakamak ¢ 0 Deus'c 0 Rei é Manko!”298 0 GuEsa. Porém, yéde o Marquez; medi-o a palmo: Alto contempla e austero ao jasticado Por vicios e por crimes; . . alto e calmo, Dos processos ¢ as leis que hio condemnado. . - Mereé clos céus, no throno de oiro os Andes Jamais viram seus Incas lavradores Voltados para o Sol, qual estes grandes Para a civ'lisagito! | Pios actores, A mentira, 0 adulterio, o latrocinio Eram descouhecidos n’este noyo ; Eo Testamento do Ideal-Divino, ts Nao d’outro, ¢ que esperaya o mundo novo. \. Mais um Eden, porém, yiu-se perdido, B este ja tendo educagio politica E piiblica opiniao e um throno erguido; Mas, cra ainda Eden, e a legenda é biblica E vé-se a historia a inearnacio da tincta Bramindo ao reviver de taes semblantes, Nio ja da morte, mas, que os céus ahi pinta Destribuindo e justigas . . . os tractantes ! ‘Quanto allivio n'aquellas consciencias, f Que premiam, castigam, que, mau grado, Cumprem o seu dever!.. duras sentengas.. . Mas, quem reina... 4 justica tem-se atado .. . “Ai, entiio, juizes bons, agora aos yossos ?? Delirou Felippilho. ‘Ao claro os vemos, Andam recto caminho os sendo nossos!’ Responsaram dogmaticos. Oremue— Piedosamente os olhos requebrando, Tal Pilatus as mios layaya: 0 oiro Dos Andes a amontoar estes estando, E 0 outro a zelar de Crsar o thesoiro. —E odeia-se e admira 0 mesmo tempo ; Wem presenga de tanta magnitude ‘H sofftida miseria, o pensamento Indaga: era loucura? era virtude ? E eu 4 luz dos crepusculos de Lima Vim meditar, a quéda dos imperios A este incanto dulcissimo do clima Que abre em albéres limpidos, fagueiros, Wiio antes, mas depois do sol, qual aiaCANTO DEOIMO-PRIMEIRO Do dia amanhecendo ; ou do reflexo Metallico dos cumes e a magi: Das sem-chuva regioes, o ar amplo e terso. Aurea antenoite-albor! tardes-auroras! Immaculado nimbo, onde a negrura Terra, fluctnando yes suspensa e pura A natureza !—Deus, mesmo a estas horas! Da noite, em Titikaka, no horizonte ‘A pratoiada espuma, a alva som mancha, Do Sol niio recolhéra o andino monte Mais, as Jagrymas de oiro em Korikancha. Gandida heliclatria! Chaska; Quilla, A @'Inti esposa e mie de Mama-Oklho ; F essa, a que mais o firmamento anila, Do Guesa a estrella, que o incanta e eu lho: Omnipotente Aleyone! que o levas ‘As ‘ doces influencias’ para a eterna Patria sua, a que a voz, rude ou materna, Do deserto através, ou luz ou trevas, Quando parece o enternecendo o mundo ‘Meigo ao prazer ou a dor, brada e desperta-of Dispersam-se Cruzeiros—tu, deserta-o, Estrella omnipotente, o’ Deus profundo! Creras a sombra ser do incasio imperio Que estampa-se nos céus sempre is trindades, Sempre amostrando o incantador mysterio D’essa gloria ideal que faz saudades + E qual em Réymi, toda a terra féres, ‘estivos dius, regozijo ¢ cantos, Qual dos jardins dos Incas os fulgéres, Abrindo yio-se os aereaes helianthos : ‘Transluzir das manhans do imperio-aurora ! Aureo crepuse’lo, bella claridade ! —Kaxamarka ou Junin ?—a esta mesma hora Raion tambem, depois, a liberdade ! Vibrai, harpas de Olmedo! em Laurikocha ‘Onda nasce que ouviu, que ao oriente *$ta proclamando a gloria do occidente Gerta, que florescera em Chinchaikocha -Apos o cyclo. . . que um destino o marca, ara a8 reyolugocs.200 © GUESA. Cante outra lyra, Dos viso-réis os tempos e os da Parca Da inquisigiio, que odeio e nao me inspira : ‘Materia vil A labareda ardida ; Depois, ainda a labareda o espirito— Deus de terror, que chammas n’outra vida Para a queima immortal, Deus-Infinito ! Nom leia osso cantor sobre as celagens Dos crepusculos de oiro, o oiro somente Que ora yé-se, depois das rapinagens; Mas, nos das ruinas, unico presente:, Esgotos, tantas vezes revolvidos, nflo ficar grio de oiro d’entre a ossada Do sepulchro dos Incas; @ esquecidos Goragées . . . Proseguindo a nobre estrada, ‘Honro a Reptiblica, onde escuto a histéria Dos aureos tempos do formoso imperio— ‘Um floripondio . . . triste para aurora ; ‘Um orepuse'lo . . . mui Jedo a ser mysterio; 0 yarayi dos poetas, nas alfombras Do valle. . . emmudecendo a tarde amena ; Quando a noite escutando ouvis. . . ‘las sombras De cien sigtos sollozan con ta Ikkena !? Cresceram © morreram geragdes— ao prazo veiu o Deus da independencia E da vinganca:—Como da clemencia Dos Incas falam doves ‘ Tradicoes”! «Sti San-Martin o protector magnanimo Dictando as sibias leis de liberdade ‘Ao escrayo, ao Indio, a quanto no desinimo Medrava colonial sem dignidade, Porém—quem anda ainda ao romper d’alva Pelo flanco'a correr de Kondorkfnki, Realistas ? Patriotas P—Quem vos salva, Guerreiros de La-Serna? de Yupanki ? —H ainda nem do Inglez, nem do Argentino A.palma triumphal? © que liberta ‘Kondor dos Andes, 0 co'o dom divino De accender amor patrio, além desperta : Bia, Bolivar! a0 Colombiano Pertence coroa de melhor hist6ria, De Junin, d’Ayakucho ao fléreo plaino,CANTO D£CIMO-PRIMEIRO. A ferro frio a fltima victéria ! A gue deu-nos a sombra perfumada "estes da Wxposigio jardins formosos Na florindo; e d’immortaes aos 08808, Do Pantheon a calma consagrada— ‘Salve ! salve! esperanga do futuro, Repfiblica social, 0’ revivente Sempre-Phenix ! phantastico ¢ obscuro, Eo que nfo houra a allianga e foi deserente, E a decadencia vendo, esmorecera ; Em vez do—eia ! reagir !—da liberdade Constante, que renova primavera, Flor, forea, crengas, luz e mocidade! —Sonha-se o monumento mais remoto Vilido, e eis abalado monumento, Mais pelo explorador que o terremoto ; Menos dos céus, que pelos movimnientos / E & do reformador a hora que bate, Pelo educar severo da consciencia Que em si yenera os seus, nem trae nem late Qual o eile popular sem Deus nem crenga. —Mas, onde as foreas de Jesus nos templos, Ahi s6 grandiosos como yelha Hespanha ? Um ritual impotente (nada a exemplos De Lacordair’) que ao peito opprime, acanba. Esta é a cathedral—dandio chaotico Do monachal phantasma, em Dom-Dizarro Firma a pedra angular, que ainda despotico, Da calcinagio negra sua, 0 outro Guiar parece da desgraca : amigo, Possivel niio ¢ mais o tempo yosso, Bigot com polyoma 8 4 patria o abrigo, Ou em vos heis de ver d’ella 0 destréco, O' descuidosos cidadios! presinto-o Nieste iucauto desconjunctar dos membros, Que nao é¢ o progresso; e no ciro extincto Pelo oiropel; e, triste ainda. o relembro, Na palayrada, ao aportar, grosseira Que ouve-se entre os do poyo, co’o desgésto De quem nit vé-se em terra, hospitaleira, Assim depois nio visse 0 incanto opposta = Foi que, onde o terremoto & permanente E perturbam volcdes a natureza,302 0 GUESA. Por lei occulta, ahi precisamente Doces horas de paz fruira 0 Guesa. A mesa o vi de Phidias, aurea a tarde— Quilo meigo o coragito do estatuario! Do marmore o candor da-the lealdade, Dentro da pedra aluz de um lanpadario, Jantou-se nos jardins, a brisa, aos mares, Aos aromas} feliz era o extrangeiro Entre fraternos peitos; ¢ nos ares A andina Iua—um mundo feiticeiro ! Mas, volta a cathedral, desce 0 cavouco— ‘Oh! cauchemar de noite sem aurora! Cinza nefasta do tremendo louco ! (Via o Guesa ao passado tal qual fora) ‘Tumulos gemem : o da mite de Nero E o dos Incas; o de Pizarro aggrava, Qual de si projectando umbror funerco Ea que a bella nagio cimbia © deprava | ‘Sera que as fundagoes, dos fundadores Hajam d’eternisar na terra a essencia ? oO cneane é Washington, senhores, E uma « America, unica existencia ! “Eu as ruinas niio vi de Kosko ou Quito, E vojo as do arrufnador inglorins; De quem fazer nito soube, nao cogito, Porém, nas leis dos clus intrausitorias: “Nas pragas, a Bolivar, a Colomics, Vejo que todos contemplando param ; Es'envergonham dos /ierocs ribombos Que a0 candido heliolatra esmagaram !” HE em pé deante @aquella immensa, poeira Que o tempo a desfazer demora tanto, Sentiu a reversiio . . . . réta caveira, Dum lado; d’outro o do Inca exhausto pranto : “. , . Plantavaia tribu uma aguia veladora— Ai! fructifica ....” HE viu-se extranho e@ pallido Sentimento que apiada 6 se deplora) im misanthropo, do cayouco esqualido, Sair—qual d’outra (enfo de port} audiencia Diesp'xanga, outrora (toxicon funereo !) Nos dias le oiro e rosas da innocencia, Que eram incanto do moral imperio.is CANTO DECIMO-PRIEIRO. ‘Mesmo a esta hora!) Fatal foi o decreto; Do sangue, pelo sangue fora a posse; F esse marcial conquistador exército, Conquistado - . . . porém, perdido achou-se. Cropuse’los de Junin, de Kaxamarka, Quando é traido Atahualhpa e a liberdade Vinga Bolivar,—dos mystévios, o’ area Aereal de saudosa claridude;— Quadro de Inz, que pinta em cada din Do Inca a desgraca, a anoitecer auroras,— Sou tambem ao momento d’harmonia Que volta a natureza, dadas horas ! Magnetica frescura alvorecente, ‘Luz dos céus de agafrao d’homereo incanto, Bella antenoite austral—tio docemente Ser com tanta tristeza, causa espanto! EE eu a este claraio mystico e opalo Amo eserever do Guesa a longa hist6ria, Do Pacifico 4 voz, da terra ao abalo, A aura dos Andes, dos yolcées a gloria. Dos Andes sobre o throno de oiro, calmas YVejo as sombras dos Incas, éneo o aspecto: Manko-Kupak 0 genio-dous, co’ as pal Bemfeitoras do Sol, que silo-Ihe o sceptro. , Sinchi-Roka, depois, o que zeloso Firma as leis ¢ em provincias esquartela, ‘Tahuantinsayu. O canho glorioso Lhoke-Yupanki, é a terceira estrella, Depois, ¢ Mayta-Kapak o benigno -Vencedor, que perdoa, que sovcorre, © Apurimak vence e é ja divino Que, practicando a charidade, morre. U filho, honra do pae, 0 continta Kapak-Vupinki. EH Inca-Roka a este Honra e abrilhanta a longa vida sua Co! as reformas. Do reino tio celeste, Wito digno ¢ Yahuar-Huakak indolente, Porém, quéo digno 0 filho, esse fragueiro Huirakocha, pastor, heroe, vidente, Que a conquista prediz pelo extrangeiro. “Titu-Manko-Pachakutek a essa hora Ha a mais vasta coroa e é qual um deus304 © GUESA. Reversor do universo. Yupinkio honra, Ainda a mais gléria conduzindo os seus. Honra-o, continuador, Tupak-Yupank. Qual o Primeiro é o Gltimo, Huayna eterno. —E Hniskar e Atahualhpa e o joven Manko, Que nao honraram 0 coragilo paterno— Porque? Como predisse-o Huirakocha ; E Huayna-Kaépak o sentia, vendo J4 do Desconhecido a grande tocha, Mas, outro o modo de accendel-a crendo. Oh, debalde Sephilossphos. meditam. Na infancia altiva de um paiz tao bello, Se 08 apostolos bons, que o Deus imitam, Viessem—o amor yiesse do Evangelho! Tinha vindo Moysés, que Manko o fora, Faltando vir Jesus; yeiu Castela Him nome delle : e d’esta vez agora, Quem é@ a Vida, foi a morte. A estrella Do Sol,—o amor e a luz da natureza,— E a innocencia comendo em pratos de oiro— Quanta miseria! O coragiio de um Guesa Inearnagio de todos os thesoiros, De alegria, pureza, adolescencia,— Era a off’renda dos céus! meiga virtude Do sacrificio de candor, ¢ sciencia De religiiio que ensina mansuetude! —Sacro fogo dos templos, apagaram ; Sacras virgens do Sol, prostituiram ; ‘Aos sanctos sacerdotes, dispersaram Nas serras—d’elles a seus cies nutriram. E essa é a do Inca mais formosa gloria: Destruigio, antes que infimos costumes ; B o destruidor, » continuar a historia, Houve de transplantar os proprios numes. Nao hayia o homicidio, o adulterio, A suspeita, o engano, a fome, o roubo, A perfidia, a prostituigio, no imperio Do Inca divino, justiceiro e probo. D'Inti era o mundo que s'estava olhando ; B, pois todo astro ou frecha os céus remonta, Inti era do Desconhecido, o estando© CANTO DECIMO-PRIMEIRO. Em tudo'e ainda querendo a béa conta. Manko era d’In Iho; € 0 povo, do Inca: E qual em Titikaka a onda resplende A’ presenca de Manko 6 ri-so 6 brinca, ‘Vé-se—do amor filial tudo depende, Qual nas leis do Sinai, se practicadas, ‘Ao modo d'Tnti o Inca se portava ; Mas, diz: ‘do vasto craneo as incantadas Virtudes d'outro amor, quem th’inspirava ?” Vem, o’ Platto, fundar tua Reptiblica, Eis a patria edenal, nativo o crente, Do socialista a lei, tua e tio pudica 5 de Jesus guiando, 20 Deus vivente ! Jesus na Patria-Dous, que delle essa ora, A eterna patria’ que nos guarda ao seio— Paulo! Paulo! 0 mysterio so descerra, Que em seculos de horror pesar-nos veiu! E qual os fabulosos deuses irritos Deram logar a Deus, que é Unidade, Tal as‘almas de luz, pantins-espiritos, Dario logar a essa Alma-Divindado: Do Unitario Jesus. responsavel Ser do genero humano . . , aterra o homem, O educado sensual, louco e yendayel, A quem os céus, que a vida dito, consomem | Da cronca dos assombros (adiuntavam) Passaram a'do amor; @ eterna vida Era um deus-coragiio o Sol, que amava-og La da cerulea Hanan. Dizem: perdida ‘Tel-a, on tel-a (depois da morté) salva, . Esquece ou nao a uma alma peregrina; E existir n’Alma-Dotis, .. quem, aos eds @alva, Deixou d'estar sentindo a luz divina?’, . E @ahi virtude resulton ao imperio Sem vir das lettras, mas, da humana ‘Sciencia, Qual os Andes por céus de um Clima ethereo E contendo 0 oiro puro da innocencia, Portanto, a meditar s’inclina a fronte = Ordem dos céus on causa Vimpiedade Porque desapparece o aureo horizonte Qual miragem solar?306 © GUESA) «; Com que sandade Contemplo a do erepusculo em seu bergo D'estes céus a que os Incas s’elevaram! Notai-lhe o divorciado iresco-terso, Dos aureos dias, que p'ra os eéus yoaram ! Occasos de Junin, de Kexamarke, Luz a que abrem-se as paginas da historia Ea de ecto aos tempos, que demarca A florir, d’esta terra o oprobrio ea gloria, Quilo, quao formosos sois! auro-opalisam, Um reino d’Hanan-Pacha aberto e nove, As fléres d’ Yukfy! os cus matizam, Co’a transi¢iio que ha na indole do poyo— Ha no engracado rosto da Limenia Dvestes lacteos romanticos albéres, Angelica a dogura, a alyura amena, Naty margaridas ¢ os oldres. —Oh, doce clima da doirada tarde, Quando Tahuantinstiyu dividido Foi pela rosa, na senil edade, Do coragio de um pac! on. . . destruido. Nio ¢ no amor que esta sabedoria— ‘Ahi lombra 0 occaso as xuinas d’essa templo Rotos umbraes, do Deus que se sentia Bo 6d gloria que vé-se © ou 8d contemplo. Tinha o Inca em Riymi com o arado de oiro © anno rural, rasgando a terra, aberto : Geremonia que em si 2naior thesoiro Continha, do que os montes ¢ os desertos, E das nuyens o Sol glorificava Ao homem natural, a‘flor tio doce Desabrochando, qual o Deus a amava, Sem que mistér nascer demoyo fosse, Da propria consciencia perseguido ‘Viu-se ahi, mudo divagando a praca, Confessar-se o que havia delinguido, Nio yiesse d'elle ao seu paiz desgraca, Era a moral candura, o homem na crent Fsem saber mentir—Como as leis do Eram simples entio, n’aurea innocencia Do homem que ja trabalha e que inda brinca -Oh, se das sciencias a conquista fora!CANTO DECIMO You might also like
Shoe Dog: A Memoir by the Creator of NikeFrom EverandShoe Dog: A Memoir by the Creator of NikeRating: 4.5 out of 5 stars4.5/5 (537) The Yellow House: A Memoir (2019 National Book Award Winner)From EverandThe Yellow House: A Memoir (2019 National Book Award Winner)Rating: 4 out of 5 stars4/5 (98) The Subtle Art of Not Giving a F*ck: A Counterintuitive Approach to Living a Good LifeFrom EverandThe Subtle Art of Not Giving a F*ck: A Counterintuitive Approach to Living a Good LifeRating: 4 out of 5 stars4/5 (5794) The Little Book of Hygge: Danish Secrets to Happy LivingFrom EverandThe Little Book of Hygge: Danish Secrets to Happy LivingRating: 3.5 out of 5 stars3.5/5 (400) Grit: The Power of Passion and PerseveranceFrom EverandGrit: The Power of Passion and PerseveranceRating: 4 out of 5 stars4/5 (588) Elon Musk: Tesla, SpaceX, and the Quest for a Fantastic FutureFrom EverandElon Musk: Tesla, SpaceX, and the Quest for a Fantastic FutureRating: 4.5 out of 5 stars4.5/5 (474) A Heartbreaking Work Of Staggering Genius: A Memoir Based on a True StoryFrom EverandA Heartbreaking Work Of Staggering Genius: A Memoir Based on a True StoryRating: 3.5 out of 5 stars3.5/5 (231) Hidden Figures: The American Dream and the Untold Story of the Black Women Mathematicians Who Helped Win the Space RaceFrom EverandHidden Figures: The American Dream and the Untold Story of the Black Women Mathematicians Who Helped Win the Space RaceRating: 4 out of 5 stars4/5 (895) Team of Rivals: The Political Genius of Abraham LincolnFrom EverandTeam of Rivals: The Political Genius of Abraham LincolnRating: 4.5 out of 5 stars4.5/5 (234) Never Split the Difference: Negotiating As If Your Life Depended On ItFrom EverandNever Split the Difference: Negotiating As If Your Life Depended On ItRating: 4.5 out of 5 stars4.5/5 (838) The Emperor of All Maladies: A Biography of CancerFrom EverandThe Emperor of All Maladies: A Biography of CancerRating: 4.5 out of 5 stars4.5/5 (271) Devil in the Grove: Thurgood Marshall, the Groveland Boys, and the Dawn of a New AmericaFrom EverandDevil in the Grove: Thurgood Marshall, the Groveland Boys, and the Dawn of a New AmericaRating: 4.5 out of 5 stars4.5/5 (266) On Fire: The (Burning) Case for a Green New DealFrom EverandOn Fire: The (Burning) Case for a Green New DealRating: 4 out of 5 stars4/5 (74) The Unwinding: An Inner History of the New AmericaFrom EverandThe Unwinding: An Inner History of the New AmericaRating: 4 out of 5 stars4/5 (45) The Hard Thing About Hard Things: Building a Business When There Are No Easy AnswersFrom EverandThe Hard Thing About Hard Things: Building a Business When There Are No Easy AnswersRating: 4.5 out of 5 stars4.5/5 (345) The World Is Flat 3.0: A Brief History of the Twenty-first CenturyFrom EverandThe World Is Flat 3.0: A Brief History of the Twenty-first CenturyRating: 3.5 out of 5 stars3.5/5 (2259) The Gifts of Imperfection: Let Go of Who You Think You're Supposed to Be and Embrace Who You AreFrom EverandThe Gifts of Imperfection: Let Go of Who You Think You're Supposed to Be and Embrace Who You AreRating: 4 out of 5 stars4/5 (1090) The Sympathizer: A Novel (Pulitzer Prize for Fiction)From EverandThe Sympathizer: A Novel (Pulitzer Prize for Fiction)Rating: 4.5 out of 5 stars4.5/5 (121) Her Body and Other Parties: StoriesFrom EverandHer Body and Other Parties: StoriesRating: 4 out of 5 stars4/5 (821)