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RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2008

Índice
I. HOMENAGEM PÓSTUMA ...................................................................................................... 2
II. 90MENSAGEM DA DIRETORIA EXECUTIVA ................................................................................ 3
III. 80FOMENTO À ASSISTÊNCIA TÉCNICA PESQUEIRA PARA PESCADORES ARTESANAIS E
70AQUICULTORES DOS TERRITÓRIOS NORTE E NOROESTE FLUMINENSE ............................... 09
60
IV. PESCA EXTRATIVA ..................................................................................................................
Leste 12
50
40 1. Vocação Pesqueira Fluminense ...............................................................................
Oeste 12
30 2. Estatística Pesqueira do RJ ......................................................................................
Norte 14
20 3. Terminais Pesqueiros Públicos ................................................................................ 19
10
4. Assistência Técnica e Extensão Pesqueira ............................................................... 21
0
A.Trim
1° Trim 2° Capacitação
3° Trim 4° deTrim
Pescadores ............................................................................ 21
B. Organização Comunitária ............................................................................... 22
C. Cidadania e Projetos Sociais ........................................................................... 23
D. Conservação e Beneficiamento da Produção Pesqueira ................................ 25
E. Crédito Pesqueiro ........................................................................................... 26
F. Educação Ambiental ....................................................................................... 27
G. Ordenamento Pesqueiro ................................................................................ 28
H. Articulação Institucional ................................................................................. 30
V. AQÜICULTURA FLUMINENSE ................................................................................................. 33
1. Potencial Aqüícola Fluminense ............................................................................... 33
2. Assistência Técnica e Extensão em Aqüicultura ...................................................... 36
A. Associativismo e Cooperativismo ................................................................... 36
B. Licenciamento Ambiental ............................................................................... 37
C. Crédito Aqüícola ............................................................................................. 38
D. Piscicultura de Águas Interiores ..................................................................... 38
E. Ranicultura ...................................................................................................... 39
F. Maricultura ..................................................................................................... 41
G. Malacocultura ................................................................................................. 42
VI. PESQUISA PESQUEIRA E AQÜÍCOLA ...................................................................................... 43
1. Unidades de Pesquisa e Linhas de Estudo ............................................................... 43
2. Principais Resultados de 2008 ................................................................................. 43
A. Ecologia e Ecossistemas Costeiros .................................................................. 43
B. Algologia ......................................................................................................... 44
C. Produção e Nutrição de Organismos Aquáticos ............................................. 45
D. Ranicultura ...................................................................................................... 46
VII. MEIO AMBIENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................... 48
VIII. DIVULGAÇÃO DE TRABALHOS DE PESQUISA ......................................................................... 50
IX. PRINCIPAIS PROGRAMAS E REDES DE TRABALHO ................................................................. 50
X. PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS ................................................................................................ 50
XI. RELACIONAMENTO INSTITUCIONAL ...................................................................................... 51
1. Entidades de Representação ................................................................................... 51
2. Entidades de Pesquisa ............................................................................................. 53
3. Entidades de Ensino ................................................................................................ 53
4. Organizações Governamentais de Âmbito Federal ................................................. 53
5. Organizações Governamentais de Âmbito Estadual ............................................... 54
6. Organizações Governamentais de Âmbito Municipal ............................................. 54
7. Organizações não Governamentais ........................................................................ 55

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I- Homenagem Póstuma
Dorival Caymmi
Suíte dos
Pescadores
Dorival Caymmi
Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar
Meu bem querer
Se Deus quiser
Quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer
Meus companheiros
Também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer...
continua...
http://www.youtube.com/watch?v=zBT1kgAVIK4&feat
ure=related

Homenagem Póstuma
Joacy Ferreira Gonçalves
Presidente da Colônia de Pescadores Z-21

8ª Reunião Extraordinária
Comissão de Agricultura Pecuária e
Políticas Rura,l Agrária e Pesqueira
ALERJ
Em 22/09/2008
“Nós temos um privilégio muito grande de
ser Pescador, porque no ministério do
Senhor foram escolhidos 12 pescadores e
aqui nós temos muito mais de 12 para
colocar a pesca do jeito que Deus quer,
porque O PEIXE É O MAIOR ALIMENTO DO
Joacy e pescadores de S. Fidélis, recolhendo peixes
MUNDO – Joacy Ferreira Gonçalves. mortos no Rio Paraíba do Sul, em Nov/08, decorrente
do derramamento de Endosulfan/SERVATIS.

Entrevista O Globo
Em 15/04/2004
"Vimos que o repovoamento estava dando
certo quando fileiras enormes de lagostas
saíram sufocadas pelas margens do rio,
buscando abrigo para fugir daquele
veneno. Em compensação, nosso projeto
voltou à estaca zero. Mas já recomeçamos,
vamos conseguir repovoar esse rio –
acredita Joacy Ferreira Gonçalves,
presidente da colônia" (O Globo, 15/4/04).

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II- MENSAGEM DA DIRETORIA EXECUTIVA


O Estado do Rio de Janeiro é o 3º produtor nacional de pescado marinho. Somos o 2 º
maior produtor de sardinhas do Brasil. A pesca fluminense emprega diretamente um
contingente superior a 60 mil trabalhadores.
A FIPERJ - Fundação Instituto de Pesca do Rio de Janeiro representa a principal
instituição para o desenvolvimento das políticas públicas do Governo do Estado para o
Setor.
Para caminhar rumo à excelência organizacional a Diretoria Executiva da FIPERJ
entende ser essencial a ação institucional estar solidamente orientada para os
seguintes Princípios, Desafios e Objetivos:
Trabalho em Rede
Orientação para Resultados
Profissionalização da Gestão
Ênfase na Parceria com a Sociedade
Atitude e Ambiente Empreendedores
Articulação de Recursos Públicos e Privados
Transparência, Participação e Controle Social
Ao findar o ano em que comemorou seus 21 anos de existência, a Diretoria Executiva
da FIPERJ orgulha-se em apresentar as principais ações empreendidas ao longo de
2008.
A Diretoria da FIPERJ esteve presente em inúmeros momentos de interesse do
Setor, acompanhada de seus profissionais, nas diferentes regiões, pelo interior do
Estado e também na Capital da República, recobrando e estabelecendo novas relações
institucionais. Fazendo-se cada vez mais presente e atuante, é fundamental assumir
seu papel motivador do corpo funcional e representar positivamente a instituição e o
próprio Governo do Estado no espaço setorial,
apresentando-se de forma franca, firme e
propositiva.
Objetivando oferecer condições mínimas
de atendimento para o seu público externo e
interno a Diretoria investiu na melhoria das
condições de sua sede. Foram
redimensionados os espaços, criando um
pequeno auditório, uma nova sala para a
Coordenadoria Financeira e um novo gabinete
para a Diretoria de Pesquisa e Produção. Parte do telhado foi recuperado, instalações
elétricas foram revisadas, extintores de incêndio foram recondicionados e todo o
prédio foi pintado, melhorando sobremaneira a imagem da sede da Instituição, que
ganhou um novo painel de identificação. Tais iniciativas deverão ser estendidas às
unidades descentralizadas, especialmente as de pesquisa que também necessitam
passar por processo de recuperação.

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A celebração de um novo contrato de serviços de telefonia permitiu redução
significativa dos gastos financeiros da Fundação. A economia gerada possibilitou
redirecionar os recursos, de forma a viabilizar a locação de 02 veículos para a melhoria
de atendimento dos diferentes trabalhos da Fundação.
Fatia significativa dos recursos
orçamentários foi utilizada na recuperação e
manutenção da frota de veículos, que
constitui ferramenta básica de trabalho de
campo para técnicos e pesquisadores
desenvolverem as atividades finalísticas da
Instituição. A frota é reduzida e antiga, o que
onera os custos com a sua manutenção. Há,
portanto, necessidade de empreender
esforços no sentido de sua renovação, com o
uso de veículos novos e adaptados às
condições dos ambientes costeiros.
Em 2008 a Fundação organizou uma série de palestras visando a atualização de seus
técnicos, com participação da EMATER-RIO, Defesa Sanitária e Universidade Federal
Fluminense (UFF) através da Faculdade de
Veterinária. Estes eventos foram importantes
tanto para consolidar as parcerias, trocas de
experiências e, sobretudo, a reciclagem/
atualização de sua equipe. Participaram deste
ciclo de eventos 20 técnicos, sendo esses da
FIPERJ e da EMATER-RIO. Entre os temas
abordados citamos: Boas Práticas de Fabricação
e Manipulação de Pescado; Beneficiamento de
Pescado; Educação Previdenciária; Programa
PROSPERAR e sua aplicabilidade nas unidades
de processamento; Legislação e Boas Práticas de Fabricação e Manipulação de
Alimentos.
Ainda neste contexto, a Diretoria de Pesquisa e Produção organizou o I Seminário
de Pesquisa da FIPERJ. Esse seminário teve como objetivo atualizar o grupo de
extensionistas sobre as pesquisas institucionais, para que os mesmos possam
utilizar-se de tais informações durante os trabalhos de Assistência Técnica.

Sob o ponto de vista da regularidade institucional, uma vitória de grande expressão


foi a modificação do Estatuto da Fundação, efetuada através do Decreto no 41.514, de
16 de outubro de 2008, para solucionar uma situação há anos cobrada pelo Tribunal de
Contas do Estado do Rio de Janeiro, TCE-RJ, pois as gestões sucessivas não conseguiam
constituir o Conselho de Administração da FIPERJ. A modificação no estatuto da
Fundação e uma nova composição institucional, mais legítima e representativa, foram
necessárias para restabelecer o Conselho de Administração do Órgão. Todas as
medidas complementares foram adotadas e, a partir de 2009, este Colegiado será
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finalmente restabelecido, possibilitando principalmente a retomada da transparência
administrativa, da prestação de contas ao setor e do controle social.
A FIPERJ também participou efetivamente de pelo menos 4 Audiências Públicas.
Uma delas, promovidas pela ALERJ, através de sua Comissão de Agricultura e Políticas
Agrária e Pesqueira, apresentando painel sobre a Importância do Setor de Aqüicultura
e Pesca no Estado do Rio de Janeiro, que contou com a participação maciça dos
representantes do Setor Pesqueiro Fluminense. As demais foram por conta do
acidente com derramamento do agrotóxico Endosulfan no Rio Paraíba do Sul, nos
municípios de Volta Redonda, Resende e Campos dos Goytacazes.
Em mais um ano a Pesca sofreu grandes prejuízos decorrentes de acidentes
ambientais. Em novembro a indústria de agrotóxico SERVATIS, incompreensivelmente
instalada às margens do rio Paraíba do Sul, o principal rio do estado, deixou vazar 8mil
litros de Endosulfan, um inseticida extremamente tóxico para peixes e outros
organismos aquáticos, dizimando com a pesca de Resende à foz do rio, em São João da
Barra, deixando um rastro de quase 4mil pescadores sem trabalho. A FIPERJ se fez
presente neste momento especialmente difícil e delicado para os pescadores. Com a
devida isenção, acompanhou o caso de perto prestando orientação técnica
especializada e oferecendo seu relatório do caso a diversos órgãos públicos e da
sociedade civil, como o Ministério Público Estadual, a ALERJ, o CREA-RJ, a Secretaria de
Estado do Ambiente, o IBAMA, a imprensa e as entidades de representação da pesca
fluminense.

FORTALECIMENTO DA PARCERIA COM O GOVERNO


FEDERAL

Um dos fatos mais relevantes do ano foi o fortalecimento da parceria com o


Governo Federal.
A FIPERJ vem atuando de forma expressiva de modo a estimular e contribuir com a
participação e representação efetivas dos Pescadores Artesanais e Aquicultores
Familiares e suas comunidades no PROGRAMA TERRITÓRIOS DA CIDADANIA, mais
notadamente no Norte Fluminense. Em 2008, além do público comum, realizamos
trabalhos com comunidades de marisqueiras quilombolas em São Francisco do
Itabapoana, além de pescadores dos assentamentos da reforma agrária de Zumbi dos
Palmares e Tipity, em parceria com o INCRA/Superintendência do RJ.

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Em 2008, inovamos, implementando de forma expressiva o
Projeto Fomento à Assistência Técnica para Pescadores
Artesanais e Aquicultores Familiares do Território da Cidadania
do Norte/Noroeste Fluminense, através de estreita parceria com
o MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO - MDA, pelo
PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA
FAMILIAR - PRONAF. Aproximadamente, 500 pessoas, dentre
Pescadores Artesanais e Aquicultores Familiares, de 7 municípios diferentes,
receberam capacitação profissional e assistência técnica especializadas. O Projeto será
concluído em 2009.
Conforme entendimentos com o mesmo MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO
AGRÁRIO – MDA, através de sua Delegacia Estadual no Rio de Janeiro, a FIPERJ
elaborou um projeto objetivando a reestruturação e o reaparelhamento institucional,
com o intuito de elevar a abrangência da Assistência Técnica e Extensão Pesqueira e
Aquícola Fluminense - ATEPA/RJ. O projeto, encaminhado ao MDA, encontra-se sob
análise na Secretaria Nacional de Agricultura Familiar, em Brasília, podendo, se
aprovado, ser implantado ainda em 2009.
Em agosto de 2008, a FIPERJ foi representada
por quatro técnicos no curso Ater Pesqueira: ações
de Ater com Pescadores Artesanais e Aqüicultores
Familiares, realizado em Florianópolis, SC. Esta
capacitação está inserida na política do MDA, e foi
ministrada por pesquisadores de diversas
universidades, entre elas a Universidade Federal
de Santa Catarina – UFSC, e por técnicos da
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão
Rural de Santa Catarina – EPAGRI. O curso foi importante, uma vez que propiciou tanto
a atualização em termos técnicos, como também enfocou e reforçou aspectos
sociológicos e antropológicos que precisam, cada vez mais, ser incorporados às
práticas dos extensionistas. Além disso, metodologias participativas foram bastante
destacadas e, devido à sua relevância, já foram incorporadas ao trabalho de ATEPA,
realizado pela FIPERJ.
A FIPERJ foi um dos primeiros órgãos do
Governo do Estado plenamente regularizado e
apto a trabalhar com o SICONV – Sistema de
Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do
Governo Federal.
Outra parceria que já está gerando os
primeiros resultados foi a que iniciamos com o
MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA - MPA.
Dentro do Estado, a FIPERJ é entidade oficial reconhecida pelo setor pesqueiro e
pelo MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA - MPA no PROGRAMA TERMINAIS

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PESQUEIROS PÚBLICOS – TPP-Rio de Janeiro, TPP-Angra dos Reis e TPP-Paraty, além
do Centro Integrado de Pesca Artesanal – CIPAR-Niterói.
Através de convite da Diretoria de Ordenamento, Controle e Estatística do
MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA - MPA, a FIPERJ esteve presente nas oficinas
de trabalho de âmbito nacional, credenciando assim o Estado do Rio de Janeiro a
participar do PROGRAMA NACIONAL DE MONITORAMENTO DA PESCA. Assim, no final
do ano, inscrevemos no SICONV o projeto Monitoramento da Pesca Industrial do
Estado do Rio de Janeiro, que resultou na celebração de Termo de Convênio entre a
FIPERJ e o MPA, que marca a retomada da estatística pesqueira por órgão da
administração pública estadual. O projeto possibilitará ao Rio de Janeiro levantar
sistematicamente números reais e oficiais que definirão com a devida clareza a
grandeza da pesca industrial fluminense e a sua relevância como atividade econômica
de nosso Estado. O Convênio já conta com recursos financeiros disponíveis para início
dos trabalhos em 2009.
Da mesma forma, através de nossa ação institucional o Estado do Rio de Janeiro
habilitou-se a participar do PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE HIGIÊNICO-
SANITÁRIO DE MOLUSCOS BIVALVES / PNCMB, junto ao MINISTÉRIO DA PESCA E
AQUICULTURA - MPA. Credenciamos no SICONV o projeto do Programa Estadual de
Controle Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves / PECMB, que será um marco
decisivo para estabelecer os parâmetros fundamentais no controle ambiental sanitário
da produção, que subsidiará os trabalhos de delimitação dos Parques Aquícolas do Rio
de Janeiro, permitindo finalmente desenvolver uma potencialidade do litoral
fluminense ainda pouco explorada: as Fazendas Marinhas.
A FESTA DO PADROEIRO DOS PESCADORES
Durante as comemorações em homenagem ao padroeiro dos pescadores, SÃO PEDRO,
a Diretoria e os técnicos da FIPERJ participaram das festividades e solenidades
religiosas em diversas comunidades pesqueiras (Jurujuba – Niterói, Copacabana – Rio
de Janeiro, Itacuruçá – Mangaratiba, Canal do Itajurú – Cabo Frio), dentre outros,
representando a Instituição.

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O CONSUMO DE PESCADOS NA SEMANA SANTA


Nas semanas que antecederam as comemorações da Semana Santa, a FIPERJ desenvolveu
campanha institucional com as finalidades de:
Estimular o consumo regular pela população de carne de
pescado ao longo do ano inteiro.
Informar à população sobre os benefícios à saúde pelo
consumo da carne de pescado.
Orientar os consumidores quanto à escolha adequada do
pescado de qualidade.
Promover a pesca fluminense, destacando a sua
importância sócio-econômica e ambiental.
Divulgar os trabalhos da FIPERJ em favor do desenvolvimento da pesca no RJ.
Destacar a pesca do Estado do Rio de Janeiro - 3º maior produtor nacional.

Essa é a nova FIPERJ, que, de peito aberto e


espírito renovado, retoma o seu papel institucional,
consolidando-se mais e mais, a cada dia, no cenário
da aqüicultura e da pesca fluminense. E para
registrar as principais atividades desenvolvidas pela
instituição no ano que passou é que temos o
orgulho em apresentar o nosso Relatório de
Atividades 2008, ao tempo em que manifestamos
nossos votos de agradecimento a todos aqueles
que estiveram conosco nessa nova trajetória. A todos o nosso muito obrigado e até
breve.

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III- FOMENTO A ASSISTÊNCIA TÉCNICA PESQUEIRA PARA
PESCADORES ARTESANAIS E AQUICULTORES DOS TERRITÓRIOS
NORTE E NOROESTE FLUMINENSE

A parceria com o Ministério de Desenvolvimento Agrário - MDA proporcionou a


execução do projeto de Fomento a Assistência Técnica Pesqueira para Pescadores
Artesanais e Aqüicultores do Território Norte / Noroeste Fluminense, que tem como
objetivo promover cursos de capacitação e prestar ações de assistência técnica.
Considerando a totalidade do território do Estado
do Rio de Janeiro, as regiões Norte e Noroeste
fluminense reúnem os municípios que apresentam
os menores índices de desenvolvimento humano
(IDH). Tal situação se agrava ainda mais quando se
passa a considerar o fator ambiental, uma vez que
as regiões sofreram por longas décadas os efeitos
nefastos dos ciclos do café e da cana de açúcar.
Desde a época dos primitivos povos indígenas, a
atividade pesqueira existe no litoral norte e ao longo do Rio Paraíba do Sul e seus
afluentes, em ambas as regiões, mantendo-se até os dias atuais, ainda fazendo uso de
técnicas rudimentares de captura e criação.
Raras foram as oportunidades em que políticas públicas foram direcionadas para esse
público, fazendo com que as comunidades pesqueiras sobrevivessem de forma
precária e marginalizadas do processo de desenvolvimento econômico, social e
ambiental.
A assistência técnica e a extensão pesqueira, bem como a capacitação de pescadores
artesanais e aqüicultores e suas famílias, constituem-se em ferramentas de grande
valor para o desenvolvimento da pesca e da
aqüicultura nessas regiões. Tais instrumentos,
implementados com a freqüência e
competência necessárias, poderão elevar os
índices de captura de forma sustentável,
agregando valor à produção e gerando
oportunidades de emprego e renda para as
comunidades de pescadores artesanais e
aqüicultores familiares.
O projeto prevê a realização de 25 cursos de
capacitação de pescadores artesanais e aqüicultores familiares na primeira etapa, e
assistência técnica continuada na segunda etapa. Em 2008, foram finalizados 18 cursos
em 7 municípios diferentes.
São Fidélis: Técnicas de Criação de Rã em Cativeiro (01), Técnicas de Criação de
Peixe em Água Doce (01), Métodos de Comercialização e Conservação de Pescado
(01), Processamento e Beneficiamento do Pescado (01).

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Campos dos Goytacazes: Técnicas de Criação de Rã em Cativeiro (01), Técnicas de
Criação de Peixe em Água Doce (01), Métodos de Comercialização e Conservação de
Pescado (02), Processamento e Beneficiamento do Pescado (01).
Itaocara: Técnicas de Criação de Rã em Cativeiro (01), Técnicas de Criação de Peixe
em Água Doce (01), Métodos de Comercialização e Conservação de Pescado (01).
Santo Antônio de Pádua: Técnicas de Criação de Rã em Cativeiro (01), Técnicas de
Criação de Peixe em Água Doce (01), Processamento e Beneficiamento do Pescado
(01).
São Francisco de Itabapoana: Processamento e Beneficiamento do Pescado (02).
São João da Barra: Processamento e Beneficiamento do Pescado (01).
Métodos de Comercialização e Conservação de Pescado
Período: de 3 a 5 de agosto
Local: Sede da Associação de Pescadores de Ponta Grossa dos Fidalgos (APPGF), em
Campos dos Goytacazes
Público Atendido: 25 mulheres envolvidas direta e indiretamente na atividade
pesqueira.
OBS: foi matéria do Jornal Campista e da TV Record
(Balanço Geral).
Período: 06 a 10 de outubro
Local: em Itaocara
Público Atendido: 20 pescadores
Período: 11 a 13 de novembro
Local: em São Fidélis, Colônia de Pesca Z-21
Público Atendido: 20 pescadores
Período: 25 a 27 de novembro
Local: em Campos dos Goytacazes, Farol de São Tomé
Público Atendido: 20 pescadores
Processamento e Beneficiamento de Pescado
Período: 11 a 14 de agosto
Local: São Francisco do Itabapoana, Alegria dos Anjos
Público Atendido: 25 pescadores artesanais e familiares
Período: 2 a 4 de setembro
Local: São João da Barra, Atafona - Colônia Z-02
Público Atendido: 23 pescadores artesanais e familiares
Período: 8 a 10 de setembro
Local: São Francisco do Itabapoana, Tipity (cozinha escola da Prefeitura Municipal)
Público Atendido: 25 pescadores artesanais e familiares da Lagoa Feia vinculada à
Colônia Z-01
Período: 16 a 18 de setembro
Local: em São Fidélis, Colônia de Pesca Z-21
Público Atendido: 20 pescadores
Período: 30 de setembro a 01 de outubro
Local: em Santo Antônio de Pádua
Público Atendido: 20 pescadores
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Período: 17 a 19 de novembro
Local: Campos dos Goytacazes, Colônia Z-19 em Farol
de São Tomé,
Público Alvo: 32 mulheres que atuam na filetagem de
peixes e/ou descarnando camarões.
Técnicas de Criação de Rãs em Cativeiro
Período: 27 a 29 de agosto
Local: Santo Antônio de Paduá
Público Atendido: 20 pescadores artesanais, aquicultores e familiares
Período: 29 de Setembro a 01 de Outubro
Local: Campos dos Goytacazes
Público Atendido: 20 pescadores artesanais, aquicultores e familiares
Período: 28 a 30 de Outubro
Local: São Fidelis
Público Atendido: 20 pescadores artesanais, aquicultores e familiares
Período: 17 a 19 de Novembro
Local: Itaocara
Público Atendido: 20 pescadores artesanais, aquicultores e familiares

Técnicas de Criação de Peixe de Água Doce


Período: 15 a 24 de Setembro
Local: Itaocara
Público Atendido: 20 pescadores artesanais, aquicultores e familiares
Período: 06 a 17 de Outubro
Local: Santo Antônio de Pádua
Público Atendido: 20 pescadores artesanais, aquicultores e familiares
Período: 31 de Março a 09 de Abril
Local: Santo Antônio de Pádua
Público Atendido: 20 pescadores artesanais, aquicultores e familiares
Período: 05 a 15 de agosto
Local: São Fidélis
Público Atendido: 20 pescadores artesanais, aquicultores e familiares
Período: 18 a 29 de agosto
Local: Campos dos Goytacazes
Público Atendido: 20 pescadores artesanais, aquicultores e familiares
Período: 17 a 19 de Novembro
Local: Campos dos Goytacazes
Público Atendido: 20 pescadores artesanais, aquicultores e familiares
Os cursos de Comercialização e Conservação e de Processamento e Beneficiamento de
Pescado foram importantes tanto no que diz respeito à qualificação dos trabalhadores
da pesca, mas, sobretudo, estimularam os participantes de vários municípios a
fortalecerem suas organizações, constituindo associações e cooperativas para
beneficiamento do pescado.

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Em Itaocara a associação já está constituída
com mais de 20 associados. Em Farol de São
Tomé, no Município de Campos dos Goytacazes,
as esposas dos pescadores que participaram do
curso enviaram uma carta solicitando apoio da
FIPERJ para formalização de uma cooperativa,
tomando como referência uma já existente, em
São João da Barra, a ARTE PEIXE. O mesmo
interesse foi demonstrado pelos pescadores da
Associação de Pescadores de Ponta Grossa dos Fidalgos. Em São Fidélis, os pescadores
propõem o estabelecimento de um ponto de comercialização na Colônia Z-21.

IV- PESCA EXTRATIVA

1 – VOCAÇÃO PESQUEIRA FLUMINENSE


Apesar de contar com apenas 0,5% da superfície territorial brasileira, o Rio de Janeiro é
o Estado que possui uma das mais extensas linhas costeiras do país (850 km),
ocupando a 3ª posição, quando comparado às demais unidades federativas. A faixa
costeira fluminense conta com um contingente de 33 municípios, que representa 19
mil km2 ou 42% da superfície estadual. O RJ possui ainda 04 grandes setores costeiros:
Litoral Sul Fluminense, Litoral da Baía da Guanabara, Litoral da Região dos Lagos e
Litoral Norte Fluminense. São 03 grandes baías
(Ilha Grande, Sepetiba e Guanabara) e 34 lagoas
costeiras de médio e grande porte. Não bastasse
tal realidade, ainda há 450 ilhas, totalizando um
perímetro de mais de 850 km de extensão.
Some-se a todo esse arcabouço a Ressurgência,
fenômeno natural que enriquece as águas da
plataforma costeira fluminense, mantendo alta
diversidade de espécies pesqueiras.
Abrigando o 2º maior mercado consumidor do país, o Estado do Rio de Janeiro tem na
pesca uma importante atividade sócio-econômica, envolvendo um contingente de
pescadores superior a 60 mil pessoas. Além da predominância da pesca artesanal, há
também expressiva representação da pesca
industrial. Tal fato fundamenta a posição de
destaque do RJ, como responsável pela
produção anual de 67 mil toneladas de pescado
marítimo (12,7% da produção nacional),
ocupando a 3ª posição na produção brasileira
de 528 mil t/ano. O valor da produção
pesqueira fluminense em reais chegou a R$182
milhões.

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Outro feito notável e agora melhor compreendido é o consumo per capita de carne de
pescado pela população metropolitana do Rio de Janeiro, que ultrapassa os 20 kg/ano
e equivale aos índices dos países desenvolvidos. Da conhecida e popular sardinha ao
saboroso camarão, os pescadores fluminenses abastecem o mercado interno e ainda
exportam os pescados de maior valor para o mercado internacional.
Com relação ao volume de pescado exportado, o RJ ocupa a 10ª posição no ranking
nacional, tendo exportado cerca de 2,3 mil toneladas (3%) em 2006, significando uma
movimentação de US$ 8,6 milhões. Por outro lado, o estado é o segundo maior
importador de pescado do país, com 40 mil toneladas (22%), o que equivale a US$ 89
milhões.
A esse conjunto de atributos naturais e
vantagens competitivas denomina-se
VOCAÇÃO PESQUEIRA.
E, a exemplo do que ocorre em outras
unidades federadas, há a necessidade de
estabelecer políticas públicas integradas nas
diferentes esferas públicas e privadas para
desenvolver em bases sólidas e sustentáveis
a Vocação Pesqueira do Fluminense.
No plano ambiental é imperioso compreender a necessidades de proteger o ambiente
onde se desenvolve a atividade pesqueira, preservando-a dos efeitos degradantes de
outras atividades que impactam sobremaneira o ecossistema pesqueiro (petróleo,
pressão imobiliária, lançamentos de esgotos urbanos in natura nos corpos hídricos,
etc.) não se limitando as ações ao combate à pesca predatória, apenas.
No plano sócio-econômico, é fundamental
a implantação imediata e definitiva dos
terminais pesqueiros públicos no RJ, uma
vez que a precariedade da infra-estrutura
atual contribui substancialmente para a
pulverização do desembarque e a retração
da atividade como um todo,
desestimulando o setor. É igualmente
fundamental o aprimoramento da
estatística pesqueira e a figuração dos
números do setor na sócio-economia
oficial do governo estadual, sem a qual a atividade é remetida a uma condição
marginal. Não menos importante, o conhecimento científico local da pesca fluminense,
a assistência técnica e a capacitação de pescadores voltados para a profissionalização
do setor é essencial e neste processo a modernização e o reaparelhamento da FIPERJ é
absolutamente fundamental e necessária.

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2 - ESTATÍSTICA PESQUEIRA DO RJ
Para a compreensão das dimensões da pesca fluminense é fundamental o uso da
Estatística Pesqueira como ferramenta, uma vez que a coleta sistemática de
informações é indispensável ao conhecimento e à tomada de decisões de políticas
públicas para a proteção e o desenvolvimento do setor. A coleta de dados confiáveis e
representativos permite a análise de importantes informações sobre o setor, dentre as
quais podemos destacar:

Produção Estadual
Valoração da Produção
Sazonalidade da Produção
Principais Espécies
Nº de Pessoas na Atividade
Perfil Sócio-Econômico
Caracterização da frota
Nº de Embarcações
Artes de Pesca
Perfil Tecnológico
Industrialização

Um dos desdobramentos mais importantes da realização desse trabalho reside na


possibilidade real de figuração dos números do setor nos registros socioeconômicos
oficiais do governo estadual, que atualmente não dispõe dos dados mínimos que
permitam inferir a relevância da atividade, que, omitida, acaba relegada a uma
condição marginal, o que é muito preocupante.
No ano de 2008 a FIPERJ atuou junto à
Secretaria de Agricultura, Abastecimento e
Pesca do Município de Iguaba Grande,
fazendo o controle de desembarque da pesca
artesanal na Lagoa de Araruama. Foram
monitoradas 17 embarcações ao longo dos
meses de maio a dezembro, que pescaram
um volume de 70 toneladas, principalmente
entre as espécies perumbeba, tainha,
carapeba e ubarana. Na tabela 1 estão
apresentados os volumes desembarcados por espécie e por mês.

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Tabela 1: Espécies de pescado desembarcado no Município de Iguaba Grande nos
meses de maio a dezembro de 2008 (em kg).
Espécies Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total
Carapeba 187 186 205 810 1.093 447 0 2.000 4.928
Carapicu 5 5 0 0 0 0 0 0 10
Corvina 0 0 18 5 43 12 0 0 78
Parati/Sauba 15 0 0 0 0 0 0 0 15
Perumbeba 4.709 2.842 3.823 8.774 13.909 6.526 0 10.646 51.229
Robalo 350 102 0 0 149 85 0 215 901
Tainha 7.601 366 118 99 456 123 0 905 9.668
Ubarana 45 404 66 750 1.485 715 0 0 3.465
Savelha 15 0 0 0 0 0 0 0 15
Total 12.927 3.905 4.230 10.438 17.135 7.908 0 13.766 70.309

FONTE: FIPERJ e Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca de Iguaba Grande, 2008.

Outro trabalho desenvolvido na área


de estatística pesqueira ocorreu em
parceria com a Secretaria de Meio
Ambiente e Pesca e a Guarda
Marítima do Município de Cabo Frio,
onde a FIPERJ acompanhou a
produção de pescado junto às três
principais indústrias: Comércio e
Transporte de Pescados Magalhães,
Da Hora Pescados, e Brasfish. As
informações coletadas nas empresas
referentes a uma frota de 48
embarcações, revelaram um volume
de produção de cerca de 11.800 toneladas de pescado de diversas espécies marinhas
(Tabela 2), sendo a sardinha e a cavalinha os principais alvos das pescarias.

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Tabela 2: Produção pesqueira industrial do Município de Cabo Frio em 2008 (em kg).

Espécies Produção (kg) Espécies Produção (kg) Espécies Produção (kg)


abrótea 65.008 congrio 1.318 pampo 3.559
albacora 9 congro rosa 46.011 papa terra 1.352
anchova 135.617 corvina 150.385 parati 160
anchoveta 2.278 dourado 91.449 pargo 261.716
arraia 8.644 emplastro 3.220 parú 926
arraia manteiga 1.738 enguia 965 peruá 1.137
arraia morcego 140 espada 219.320 peruá chinelo 1.014
arraia pintada 1.340 fanagaio 149 pescada 36.007
atum 20.290 galo 527.397 pescada amarela 340
badejo 481 galo penacho 909 pescada perna de moça 80
bagre 1.170 galo prata 521 pirigica 79.199
batata 5.196 garoupa 259 pitangola 1.164
batata da pedra 3.138 goete 7.340 polvo 4.284
bicuda 524 gordinho 4.740 rombudo 171
bonito 124.258 graçainha 10.502 roncador 11.930
bonito cachorro 3.978 guaivira 1.187 saltão 27
bonito pintado 86.547 lacraia 117 sapateira 23
cabrinha 14.631 lanceta 140 sapo 15.214
cação 761 linguado 27.399 sardinha verdadeira 4.677.705
cação aniquim 1.100 linguado areia 2.300 sardinha laje 56.318
cação anjo 19 lula 2.167 sarrão 40
cação barriga dágua 559 maria mole 9.755 serra 53
cação viola 303 marimbá 40 serrinha 15
carapeba 172 marlin 6.162 sororóca 6.093
carapicu 37 marmota 36.046 tainha 63.433
castanha 25.763 meca 11 tira vira 18.576
cavaca 477 merluza 10.072 trilha 5.798
cavala 28.581 michole 6.200 trombeta 1.911
cavalinha 4.470.311 milonga 580 ubarana 11.450
cavalinha do reino 10.131 mistura 65.397 vermelho 121
cherne 3.101 namorado 22.232 xaréu 22
chora chora 1.920 olhete 151 xaréu branco 230
cocoróca 5.385 olho de cão 919 xerelete 269.358
coelho 31 olhudo 2.834 xixarro 21.107
coió 842 palombeta 14.094 Total 11.847.301

FONTE: FIPERJ, 2008.

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Em Angra dos Reis, a Secretaria Municipal
de Pesca já faz um trabalho de coleta de
dados de produção pesqueira há mais de
uma década. O cais de Santa Luzia é um
dos principais portos de desembarque da
pesca industrial no estado, sendo utilizado
também por embarcações de outros
estados, como São Paulo e Santa Catarina.
A estatística pesqueira do município
provou que a produção de sardinha
verdadeira no litoral fluminense se
recuperou em 2008, totalizando 23.370 toneladas só em Angra dos Reis. Essas
informações possibilitaram que o setor argumentasse com o IBAMA, que pretendia
paralisar a pesca desta espécie de vital importância econômica para o Estado do Rio de
Janeiro. A FIPERJ está fechando um termo de cooperação técnica com o município, que
disponibilizou os dados de 2008, conforme a tabela 3.

Tabela 3: Produção pesqueira do Município de Angra dos Reis em 2008 (em kg).
Espécies Total Espécies Total Espécies Total
Atum 2.000 espada 14.500 roncador 15.000
Anchova 17.100 farnangaio 3.000 sardinha boca torta 205.000
Bicuda 35.800 galo 65.900 sardinha lage 155.500
Bonito 75.400 goete 33.100 sardinha verdadeira 23.370.374
camarão rosa 126.494 jaguareçá 8.000 serrinha 16.000
camarão branco 525 lula 7.975 sororoca 11.000
camarão sete barbas 2.484 maria mole 13.000 tainha 161.500
Carapau 227.500 olhudo 3.500 xaréu 17.000
Cavala 13.500 palombeta 46.000 xerelete 81.000
Cavalinha 3.504.000 pampo 1.000 xixarro 29.000
Corvina 196.000 parati 4.000 Total 28.497.752
Dourado 33.100 parú 2.500

FONTE: Secretaria Municipal de Pesca de Angra dos Reis.

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Paralelamente às atividades de assistência à
estatística pesqueira nos municípios, houve uma
articulação institucional junto à Secretaria
Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da
República – SEAP/PR, no intuito de realizar
trabalhos conjuntos para suprir a carência de
informações pesqueiras referentes ao estado
fluminense como um todo. A equipe técnica da
FIPERJ participou da 2ª Oficina de Trabalho para
Desenvolvimento do Plano Nacional de
Monitoramento da Pesca, onde foram apresentadas as experiências bem sucedidas e
em execução ao longo do país, e a necessidade de se desenvolver projetos para os
estados que não possuem um programa de monitoramento da pesca, seja ela
artesanal ou industrial.
Do encontro ocorrido em Brasília, surgiu o Programa de Monitoramento da Pesca
Industrial do Estado do Rio de Janeiro, um convênio entre a FIPERJ e a SEAP/PR, com
investimentos da ordem de R$900 mil, que visa o acompanhamento dos
desembarques da frota industrial do estado, nos municípios de Angra dos Reis, Niterói,
São Gonçalo e Cabo Frio. O projeto, já assinado, terá início no primeiro semestre de
2009, e prevê a contratação de pessoal, para coleta de dados pesqueiros e biológicos,
bem como a aquisição de equipamentos e veículos. Os objetivos do projeto são:
Estimar à produção pesqueira desembarcada e suas oscilações sazonais e espaciais;
Caracterizar a frota quanto aos tipos de petrechos e embarcações utilizadas;
Caracterizar a infra-estrutura quanto à: localização, acesso náutico e viário para
escoamento da produção, fornecimento de insumos, condições sanitárias;
Caracterizar a estrutura da população dos principais recursos pesqueiros quanto às
classes de comprimento-padrão, relação peso/comprimento, comprimento médio
de primeira maturação e proporção sexual;
Descrever os aspectos reprodutivos das espécies-alvo.
Além do convênio em andamento, as expectativas para o ano de 2009 são de
fortalecimento e organização das ações de estatística da pesca artesanal nos diversos
municípios fluminenses.

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3 - TERMINAIS PESQUEIROS PÚBLICOS


Os Terminais Pesqueiros Públicos – TPPs, estão
sendo implementados em todo o país pela
SEAP/PR. São estruturas físicas construídas e
aparelhadas para atender às necessidades das
atividades de movimentação e armazenagem de
pescado e de mercadorias relacionadas à pesca,
podendo ser dotados de estruturas de
entreposto de comercialização de pescado, de
unidades de beneficiamento de pescado e de
apoio à navegação de embarcações pesqueiras.
As atividades básicas realizadas na área de um Terminal Pesqueiro Público são:
Descarga, transporte, manuseio, classificação e pesagem de pescado;
comercialização e armazenagem de pescado;
Fabricação e armazenagem de gelo;
Comercialização de víveres, combustível, petrechos, energia elétrica, água e gelo
para o abastecimento de embarcações pesqueiras;
Aproveitamento industrial de resíduos e rejeitos do manuseio e do beneficiamento
de pescado;
Reparos e manutenções de embarcações pesqueiras;
Formação, capacitação e qualificação de pessoal para o desempenho da atividade
pesqueira e de apoio à atividade pesqueira;
Serviços bancários, de comunicações, de alimentação e ambulatoriais destinados a
atender aos usuários do TPP;
Fiscalização e inspeção do exercício da
atividade pesqueira e das questões
trabalhista, sanitária, aduaneira,
fazendária, ambiental e marítima,
realizadas pelos órgãos competentes, que
exercerão suas funções no TPP de forma
integrada e harmônica.
A falta da construção de um TPP para o Rio de
Janeiro, que ficou sem um entreposto de
pescado desde a desativação do Mercado de
Peixes da Praça XV, prejudica severamente a pesca fluminense.
Atualmente, na Baía de Guanabara, muitas embarcações se utilizam da estrutura atual
da antiga Fábrica de Sardinhas 88, na Ilha da Conceição, em Niterói, que há muito
extrapolou a sua capacidade. É pequena e inadequada, além de ter o seu cais
encurtado a cada dia, devido à expansão e o avanço do setor offshore. Os barcos
pesqueiros encontram-se encurralados, dividindo, no mesmo espaço de cais,
operações simultâneas de desembarque, parqueamento e armação de pesca, o que é
absolutamente inadequado. Tal situação desestrutura e desagrega o setor que, devido

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a falta da infra-estrutura mínima, se vê
estimulado a estabelecer-se em outras
unidades da federação, refletindo prejuízos
para toda a cadeia pesqueira e a economia
fluminense.
O setor é unânime em apontar como
fundamental a implantação imediata dos
Terminais Pesqueiros Públicos no RJ, uma vez
que a precariedade da infra-estrutura atual
contribui sobremaneira para a pulverização do
desembarque e a retração da atividade como um todo. Só na Baía de Guanabara
existem mais de 42 pontos informais de desembarque, dificultando quaisquer ações de
interesse público.
Com a definição de que o TPP-RJ deverá ser construído na localidade da Ribeira, Ilha do
Governador, município do Rio de Janeiro, está sendo desenvolvida uma pesquisa de
viabilidade econômica e ambiental para a implantação da infraestrutura, bem como
levantamento do universo de embarcações que se beneficiará com a obra. Assim que o
estudo for finalizado, a licitação ocorrerá,
prevendo-se um custo total de R$ 60 milhões
(SEAP/PR).
Considerando a importância estratégica do
setor, a Prefeitura de Niterói, através da
Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e
Tecnologia, também obteve o compromisso do
Governo Federal para a construção de um
terminal voltado à pesca artesanal no município,
o CIPAR – CENTRO INTEGRADO DA PESCA ARTESANAL. Ao longo do ano, a FIPERJ
participou de reuniões para discussão das especificações do projeto a ser implantado
na Avenida do Contorno, no bairro Barreto, que contará com inspeção sanitária e
certificação do pescado. O CIPAR de Niterói encontra-se em fase de licitação.
O Governo Federal também lançou edital para ampliar o cais e promover melhorias no
TERMINAL PESQUEIRO PÚBLICO DE ANGRA
DOS REIS, pois, hoje, apenas uma
embarcação por vez pode atracar no
terminal para fazer o desembarque do
pescado.
Em Paraty, obras no futuro CIPAR do
Município já estão em andamento, como a
dragagem para manutenção do calado,
melhoria do cais de atracação e aterramento
da área que receberá as benfeitorias.
TPP - Paraty

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A FIPERJ, como órgão Governamental, voltado para o desenvolvimento do setor
pesqueiro, participa ativamente das discussões dos TPP’s, representando o Governo do
Estado em seus respectivos Conselhos Gestores.

4 - ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO PESQUEIRA


A assistência técnica e a extensão pesqueira
prestadas pelos técnicos da FIPERJ é um dos
pilares da instituição. O repasse de informações
e tecnologias, o aprendizado e a utilização
cotidiana de técnicas e de conhecimentos
objetivam resultar em aumento da produção de
pescado, geração de emprego e renda, proteção
do meio ambiente e melhoria das condições de
vida das comunidades pesqueiras.
Nem sempre os problemas da pesca restringem-se à questão tecnológica. Em muitas
oportunidades é igualmente importante facilitar o acesso aos programas de governo,
como o Óleo Diesel a Preço Subsidiado e às linhas de Crédito específicas, ou mesmo o
conhecimento da Legislação, que envolve a atividade pesqueira e nesse aspecto o
trabalho e a ação de nossos técnicos é fundamental.
Principais Resultados:
Em 2008, foram atendidos diretamente mais de 2.380 pescadores e pescadoras
artesanais, através de ações articuladas, envolvendo entidades relacionadas à pesca,
detalhadas a seguir.

A - CAPACITAÇÃO DE PESCADORES
A FIPERJ através de sua Escola de Pesca Ascânio de
Faria oferece cursos para pescadores artesanais,
seus familiares e a comunidade do entorno.
Oferece a oportunidade de capacitação em
diversos cursos voltados para o setor pesqueiro.
Os cursos oferecidos na Escola de Pesca são
ministrados por técnicos especializados da
Fundação em parceria com a FAETEC.
Cursos Realizados em 2008 na Escola de Pesca Ascânio de Faria:
Processamento de Pescado;
Agente Ambientalista;
Mecânica para Motores Marítimos;
Agente Sanitarista;
Informática Básica;
Auxiliar de Cozinha;
Pâtisserie (doces e salgados).

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Durante o ano de 2008 a atual Diretoria da FIPERJ empenhou-se no sentido de que em
sua Escola de Pesca Ascânio de Faria os cursos oferecidos fossem direcionados ao
pescador profissional, objetivando o aprimoramento e melhoria da atividade no setor.
A oportunidade de participação profissional
através da realização de cursos técnicos em
parceria com a FAETEC onde destacamos as
disciplinas de Processamento de Pescado, Agente
Ambientalista, Mecânica para Motores
Marítimos, que neste ano, formou alunos de
diversos municípios do estado.
Através de parcerias com associações de
pescadores, colônias de pesca, organizações da
sociedade civil, prefeituras, empresas petrolíferas, dentre outras, a FIPERJ também
promove cursos de capacitação nas próprias comunidades pesqueiras.
Principais Resultados de 2008:
Nº de cursos realizados: 36
Nº de alunos capacitados: 845
Nº de Palestras Técnicas Realizadas: 09

B - ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA
Uma ação especialmente relevante e própria do trabalho dos técnicos que prestam a
assistência técnica e que fazem a extensão pesqueira é o apoio e o estímulo à
organização comunitária.
O acentuado nível de competição da vida moderna, frente às diferentes atividades
econômicas pela ocupação do espaço marinho exige dos pescadores capacidade de
organização para exercer representação, sobreviver e ser bem sucedido na vida
profissional, em favor da manutenção de suas atividades laborais.
Nesse universo, o estímulo ao
associativismo e ao cooperativismo, assim
como as demais formas de representação,
viabiliza o pescador, facilitando a
incorporação de tecnologias, a obtenção
de insumos a preços mais favoráveis,
acesso a programas governamentais,
captação de recursos para implantação de
projetos, conservação e beneficiamento da
produção, novos mercados para
comercialização, etc.
Na Costa Verde, por exemplo, a FIPERJ vem desenvolvendo trabalho sistemático de
Assistência Técnica junto aos pescadores vinculados a Associação de Pescadores e
Marisqueiros de Muriqui (APEMAM), tendo estabelecido, conforme a rotina do grupo,

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reuniões semanais. Nestas oportunidades, há divulgação de informações (seguro-
defeso; PRONAF), orientação sobre Boas Práticas de Manipulação e Comercialização de
Pescado, além da articulação, organização e mobilização para retirada de documentos
(carteira de pescador na SEAP/PR) na capital com apoio da Secretaria de Meio
Ambiente, Agricultura e Pesca de Mangaratiba.
Dando continuidade ao apoio à organização comunitária, através da formalização da
Associação Pescadores e Maricultores da Ilha da Marambaia (APEMIM), em 2008 foram
realizadas reuniões no sentido de obter o CNPJ da organização, através da articulação
junto à Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Na Colônia de Pescadores Z-16, de Itacuruçá, a
FIPERJ participou da ação de reunir a
documentação necessária dos pescadores
afiliados para iniciar os tramites legais para o
recebimento do Seguro-Defeso do camarão,
através de atestados de comprovação da
atividade emitidos pela Colônia e declarações
para os maricultores.
Nas regiões dos Lagos e Norte Fluminense, a
FIPERJ colaborou com a Shell do Brasil e a ONG Gaia Social, no sentido de apoiar a
implementação dos projetos gerados a partir do treinamento em Elaboração e Gestão
de Projetos Sócio-Ambientais, e estabelecendo parcerias com entidades da pesca para
a captação de recursos.
Organizações de Pescadores Atendidas em 2008:
Federações: 04
Sindicatos: 02
Colônias de Pescadores: 23
Associações de Pescadores: 17

C - CIDADANIA E PROJETOS SOCIAIS


A FIPERJ iniciou um trabalho cujas ações viabilizaram a inclusão social de comunidades
de pescadores, garantindo acesso à cidadania. Na Costa Verde, o apoio da FIPERJ foi
essencial para a obtenção de diversos documentos elementares, que culminaram na
regularização do pescador para o exercício legal de sua atividade profissional.
Ações como estas permitirão que muitos pescadores se creditem do direito ao seguro
defeso, viabilizando assim a segurança social de suas famílias.
Este trabalho representa mudança da cultura institucional, que apesar da
predominância da natureza técnico-científica de seu trabalho, compreende a
necessidade e a relevância de também desenvolver linha de ação voltada para a
cidadania das comunidades de pescadores, especialmente daquelas sob risco social.
A campanha Rio Contra a Dengue desencadeada pelo Governo do Estado do Rio de
Janeiro em 2008 tem o objetivo de mobilizar toda população para participar do

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movimento de ajuda no combate à proliferação do mosquito transmissor da dengue. A
Direção da FIPERJ orientou a realização de campanhas internas e externas em seus
diversos setores e coordenadorias.
Na área externa da Escola de Pesca foram localizados e eliminados os focos de vetores.
Nas comunidades do entorno, associações de moradores e associação de pescadores
foram distribuídos 5 mil panfletos orientando a população quanto aos procedimentos
para combate ao mosquito.
Outra realidade de risco social bastante
preocupante e atual consiste nos conflitos
que ocorrem no espaço de navegação,
especialmente na Baía de Sepetiba,
envolvendo navios mercantes e barcos de
pesca. Não menos graves são os conflitos de
natureza fundiária, que envolvem
comunidades pesqueiras em diferentes
municípios fluminenses. Em 2008 a imprensa
veiculou notícias de conflitos envolvendo
comunidades pesqueiras, que sofrem pressão para deixarem os locais onde vivem há
gerações. Dos pescadores quilombolas da Marambaia, no Rio de Janeiro, aos artesanais
de Zacarias, em Maricá, urge a necessidade dos Governos Federal e Estadual
promoverem a imediata regularização fundiária dessas comunidades, garantindo-lhes o
direito à moradia e ao trabalho. Não bastassem às zonas de exclusão, impostas pelas
atividades de exploração de petróleo e gás, que, limitam o ambiente pesqueiro,
pressões acirradas da especulação imobiliária e do turismo predatórios restringem o
acesso e expulsam as comunidades pesqueiras dos lugares onde vivem há várias
gerações.
A FIPERJ é uma das poucas instituições governamentais que tem participado das
reuniões preparatórias para a Audiência Pública que trata do projeto do
empreendimento de instalação do Porto Sudeste, para exportação de 50 milhões de
toneladas por ano de minério de ferro. A obra de responsabilidade da Empresa LLX
Sudeste Operações Portuárias SA., prevê a construção de dois berços de atracação e
uma ponte de comunicação ocupando 1200 m de comprimento, além de previsão de
dragagem de 10 milhões m3, sendo 600 mil m3 de material contaminado, e previsão de
derrocamento de 16 mil m3, no canal entre as ilhas da madeira e de itacuruçá, na Baia
de Sepetiba.
As reuniões têm ocorrido desde novembro de 2008 nas Ilhas da Madeira, Marambaia,
Itacuruçá e em Mangaratiba. Os pescadores serão afetados com o aumento das áreas
de exclusão da pesca, maior possibilidade de acidentes entre embarcações devido ao
trânsito crescente, além da alteração da rota de embarcações pesqueiras, por não ser
permitida a passagem embaixo da ponte de ligação da pêra rodoviária com o terminal
marítimo.

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D - CONSERVAÇÃO E BENEFICIAMENTO DA PRODUÇÃO PESQUEIRA


Um projeto estratégico para a FIPERJ é o que estimula a implantação de Pequenas
Unidades de Beneficiamento de Pescado, aproveitando-se da legislação sanitária
estadual vigente para agroindústrias de base familiar. A implantação dessas unidades,
acompanhada de um programa de capacitação profissional fundamentado na
legislação e nas boas práticas de conservação e processamento do pescado, além da
necessária assistência técnica regular, pode representar real possibilidade de
emancipação e melhoria da qualidade de vida para as comunidades pesqueiras, uma
vez que permitirá:
Agregar valor à produção pesqueira;
Gerar postos de trabalho na comunidade;
Melhorar a qualidade do produto;
Eliminar a figura do atravessador;
Obter melhor remuneração pelo produto do
trabalho;
Acessar novos mercados de comercialização,
como a merenda escolar, e Programas
Governamentais de Segurança Alimentar;
Diversificar a produção, evitando-se os desperdícios da captura pela fauna
acompanhante;
Reduzir a pressão sobre os estoques pesqueiros;
Possibilitar a implantação prática do conceito de pesca responsável.

Para atender aos seus objetivos mais relevantes, as iniciativas comunitárias em favor
do processamento da produção pesqueira requerem esforço e apoio institucional para
o necessário salto de qualidade e aprimoramento.
No Município de Cabo Frio, os cursos de Processamento e Beneficiamento de Pescado
aplicados às comunidade pesqueiras pelos técnicos da FIPERJ em parceria com a
Secretaria de Meio Ambiente e Pesca, culminaram na realização do Festival da
Culinária da Pesca. Foram servidos vários pratos, feitos à base de pescado, ensinados
nos cursos.
Na região metropolitana, reuniões e visitas técnicas foram realizadas para apoio à
Associação de Pescadores e Escarnadeiras de Siri da Praia da Luz (APESCASIRILUZ), no
Município de São Gonçalo, visando a melhoria das condições de trabalho das mulheres
e a qualidade do produto comercializado. Articulação com a Universidade Federal
Fluminense (UFF) e o Projeto BEM ALIMENTAR levantaram a demanda da Associação
de construção de uma unidade de processamento na comunidade.

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Na região Norte, a parceria com a Associação de Pescadores Artesanais de Ponta
Grossa dos Fidalgos culminou na elaboração
de dois projetos, sendo um elaborado para o
Programa Rio Rural/BIRD da Superintendência
de Desenvolvimento Sustentável
(SDS)/SEAPPA e o outro elaborado para
atendimento do Edital SEAP-PR/2008 -
Programa de Apoio a Pequenos
Empreendimentos de Organizações Produtivas
de Pescadores Artesanais.
A capacitação profissional, fundamentada na
legislação vigente e nas boas práticas de conservação e processamento do pescado,
viabiliza a produção de produtos de qualidade, melhorando as condições de renda da
comunidade.
Principais Resultados de 2008:
Nº de cursos realizados: 07
Nº de alunos capacitados: 140
Municípios contemplados: 04
Projetos Elaborados de Pequenas Unidades de Beneficiamento de Pescado: 02
Apoio para Obtenção de Registro na Inspeção Sanitária Estadual: 01

E - CRÉDITO PESQUEIRO
Importantes programas de crédito, como o
PRONAF, ainda não conseguem beneficiar a
contento os pescadores artesanais na
mesma proporção que atendem aos
agricultores familiares. Ainda há pouca
tradição do agente financeiro no trabalho
com as linhas de crédito para a pesca,
reconhecendo a necessidade de ajustar
procedimentos específicos para o trabalho
com o crédito pesqueiro. Na grande
maioria das regiões administrativas do
Banco do Brasil em território fluminenses o crédito PRONAF encontra-se vedado, uma
vez que nos poucos projetos de financiamentos vigentes qualquer problema de
quitação influencia diretamente os níveis de inadimplência, interrompendo
automaticamente o acolhimento de novas propostas. Um importante papel a ser
desenvolvido pela FIPERJ consiste na aproximação do público beneficiário com o
agente financeiro, assim como o necessário esclarecimento aos pescadores a respeito
do papel educativo do crédito, evitando-se assim a recorrência dos casos de
inadimplência.

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Em 2008, o Governo Federal emitiu a Medida Provisória nº 432, que instituiu medidas
de estímulo à liquidação ou regularização de
dívidas originárias de operações de crédito
rural. Os pescadores tiveram um canal aberto
com o Banco do Brasil para a renegociação
das dívidas adquiridas pelo PRONAF, nos
casos cobertos pela medida, diminuindo,
assim, os níveis de inadimplência para a
classe, possibilitando maior volume de novos
contratos.
Para beneficiar o maior número possível de
pescadores, a FIPERJ atuou em conjunto com o Banco do Brasil e as entidades de
representação do setor, como a FEPERJ, Colônias e Associações de Pescadores. Em São
Gonçalo, visitas às associações do município ocorreram, visando a orientação dos
beneficiados com empréstimos financeiros. A possibilidade de usos dos diversos
serviços disponibilizados pelo Banco do Brasil e renegociação de dividas foram
divulgadas com distribuição de panfletos, fixação de cartazes e reuniões na Escola de
Pesca Ascânio de Faria.
A FIPERJ, sendo uma entidade legalmente habilitada para emitir DAP’s – Declaração de
Aptidão ao PRONAF, além da elaboração e do acompanhamento da execução de
projetos técnicos, desenvolveu um projeto de ampliação das ações no Território da
Cidadania (Região Norte), com ênfase no incremento do crédito PRONAF Pesca. Como
metas o projeto prevê a execução de cursos e palestras técnicas para orientação ao
crédito responsável, para pescadores artesanais e aqüicultores familiares, além da
capacitação das colônias e associações no acesso direto às linhas de crédito através do
Sistema CFC (Canal Facilitador do Crédito) do Banco do Brasil. Este trabalho é parte de
um projeto maior de Fortalecimento de Comunidades de Pescadores Artesanais e
Aquicultores Familiares através da Revitalização da Assistência Técnica e Extensão
Pesqueira e Aquícola no Estado do Rio de Janeiro, que está em análise técnica junto ao
MDA.

F - EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A educação ambiental representa especial
instrumento para ação direta da FIPERJ em favor
da pesca sustentável e do meio ambiente
saudável, consistindo em importante instrumento
de mudança de comportamento. É uma
ferramenta essencial para sensibilização e adoção
de um modelo de gestão pautado no Código de
Conduta para uma Pesca Responsável proposto
pela FAO.
Na Costa Verde, a FIPERJ participou em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente,
Agricultura e Pesca do Município de Mangaratiba, do evento de limpeza das praias

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Clean up day, repassando noções de educação ambiental e conservação dos
ecossistemas e recursos pesqueiros aos pescadores da comunidade.
Na região Norte, a FIPERJ realizou curso de Educação
Ambiental na Associação de Pescadores Artesanais
de Coroa Grande – APACG, Município de Campos dos
Goytacazes. Nessa ocasião, o grupo de pescadores
apontou a importância de pesquisas direcionadas à
pesca da manjuba, que representa um recurso
pesqueiro de importância econômica, embora venha
sendo capturada de forma desordenada.
O projeto desenvolvido pelos técnicos para atender à demanda, intitulado Subsídios
para o ordenamento pesqueiro da manjuba, Anchoviella lepideniostole, (Fowler, 1911)
no trecho inferior do rio Paraíba do Sul, Campos dos Goytacazes, foi enviado ao
Conselho Nacional de Pesquisa - CNPq para concorrer em edital de seleção de
trabalhos - Edital MCT/CNPq 14/2008 (Edital Universal). Embora não tenha sido
aprovado, o projeto será submetido novamente às instituições de fomento, como por
exemplo, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ)
devido à importância desta pesquisa para ordenamento pesqueiro em nível local e,
sobretudo, por ter sido concebido em conformidade às demandas da comunidade
pesqueira.
Outro projeto elaborado pela equipe técnica da FIPERJ, Recomposição de Manguezal,
envolvendo duas comunidades de pescadores da Baía de Guanabara, RJ, foi enviado à
Coordenação de Responsabilidade Social de FURNAS Centrais Elétricas S.A., está
aguardando parecer.

G - ORDENAMENTO PESQUEIRO
O ordenamento pesqueiro é o conjunto de normas e ações que permitem administrar a
atividade pesqueira, sobre a base do conhecimento atualizado dos seus componentes
biológico-pesqueiros, econômicos e sociais. Deve ser aplicado de forma a conciliar o
princípio da sustentabilidade do recurso pesqueiro com a obtenção de maiores
resultados econômicos e sociais. A equipe técnica da FIPERJ tem participado das ações
voltadas ao ordenamento pesqueiro de determinadas espécies e ecossistemas, a fim de
contribuir com o processo de normatização.
Em 2008 discutiu-se a gestão para o uso
sustentável da sardinha verdadeira, que
sustenta uma importante pescaria na região
Sudeste-Sul, envolvendo diversas frotas com
base nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo
e Santa Catarina e um setor de processamento
de pescado, responsável pela produção de
conservas e sua distribuição em escala
nacional. As capturas comerciais apresentaram
grandes oscilações no decorrer das três últimas décadas do século passado e o início

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dos anos 2000 foi marcado por uma grande redução nas capturas, comprometendo a
viabilidade comercial das pescarias.
O Estado, preocupado com essa grave
situação, vem buscando alternativas ou
caminhos para reverter esse quadro. Assim,
num processo de gestão compartilhado do uso
da sardinha, instituiu o Comitê de Gestão do
Uso Sustentável da Sardinha – CGSS, que ao
tempo em que vem discutindo as questões
emergenciais relacionadas com a grave crise
do uso da espécie, identificou a necessidade
de se adotar um Plano de Gestão do Uso
Sustentável, para este recurso, que, mesmo contemplando aspectos e atividades
urgentes, priorizasse, também, as ações para o médio e longo prazos.
Durante a reunião com representantes do CGSS e pescadores do Estado do Rio de
Janeiro, foram apresentadas as propostas do Subcomitê Científico, que sugeria dentre
outras coisas, a diminuição da frota atuante nesta pescaria, a proibição do uso da
sardinha como isca viva pelas embarcações atuneiras e ampliação do defeso para
traineiras. A FIPERJ apresentou os dados de produção industrial do Município de Cabo
Frio, assim como outras entidades o fizeram, demonstrando que o estoque no litoral
fluminense está em recuperação.
Na região dos Lagos, o processo de
ordenamento pesqueiro se iniciou para dois
ecossistemas de grande importância para a
atividade. A Lagoa de Saquarema, que perfaz
uma área de 24 km2, já foi uma grande
produtora de pescados e crustáceos. A ligação
permanente com o mar através da Barra Franca
possibilita uma melhor circulação e oxigenação
da água, que sofre com a poluição do Rio Bacaxá.
A Lagoa de Araruama é o maior ecossistema lagunar hipersalino em estado
permanente do mundo, com uma área de 220 km 2. A poluição, a diminuição do
espelho d`água pela ocupação desordenada da
orla e o assoreamento, tornaram a pesca mais
difícil. A comunidade, consciente de que a gestão
compartilhada precisa ser exercida com o intuito
de melhorar as condições de sobrevivência do
pescador artesanal, se mobilizou no sentido de se
iniciar um processo de ordenamento pesqueiro.
Uma paralisação das pescarias por 60 dias com
fiscalização efetiva e contínua, entre outubro e
dezembro, agregada às obras de dragagem e abertura de canal para aumentar a
renovação das águas foram importantes para a recuperação do estoque da Lagoa.

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Concomitante à paralisação, reuniões com representantes do Centro de Pesquisa e


Gestão dos Recursos Pesqueiros Lagunares e Estuarinos – GEPERG/IBAMA ocorreram
para acelerar a nova normatização para as Lagoas de Saquarema e Araruama, com
propostas construídas em parceria com as comunidades pesqueiras, entidades
representativas de pescadores e gestores públicos.

H - ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL
Em 2008, com a atuação da FIPERJ na Costa Verde, a instituição passou a ter assento no
Conselho Gestor da Estação Ecológica Tamoios, que abrange os territórios dos
Municípios de Angra dos Reis e Paraty, assumindo a Coordenadoria da Câmara
Temática (CT) de Aqüicultura e Pesca. Entre as metas da CT para 2008 citamos: o
levantamento das artes fixas da Baía da Ilha Grande e estratégias para atender a
demanda do setor pesqueiro no que se refere ao período de defeso do camarão.
Deste modo, a CT organizou uma Reunião
Ampliada, realizada em Paraty para tratar da
unificação do período de defeso das espécies de
camarão que ocorrem nas águas da Baía da Ilha
Grande. Nessa reunião estiveram presentes
representantes do IBAMA/DF (Coordenação de
Ordenamento Pesqueiro) e do IBAMA/RJ, CEPSUL,
FIPERJ, SEAP/RJ, UFF e Secretaria de Pesca de
Paraty. Esta ação culminou com uma série de
reuniões regionais resultando no atendimento da demanda dos pescadores através da
publicação da IN IBAMA nº 189, que estabelece a unificação dos períodos de defeso
das espécies de camarão rosa, branco, sete barbas, barba ruça e santana (vermelho).
Entre as metas para 2009, os representantes da CT demandam a realização de um
Censo Pesqueiro para a Baía da Ilha Grande, proposta que a FIPERJ está se articulando
junto a várias instituições, no sentido de viabilizar.
Outra participação importante dos técnicos com os pescadores se deu através do
Fórum Intersetorial de Gestores Públicos e Representantes das Comunidades
Quilombolas, Assentamentos e Acampamentos Rurais, Indígenas e Pescadores
Artesanais. Este Fórum iniciou suas atividades em 2007 e, em 2008 a FIPERJ foi
convidada a participar, mobilizando o segmento dos pescadores artesanais, os quais
não participavam dos debates até então.
O I Encontro Estadual de Gestores e Representantes das Comunidades Quilombolas,
Indígenas, Assentamentos, Acampamentos, Indígenas e Pescadores Artesanais
consolidou este espaço de debate. Durante o evento cada grupo social elencou
questões prioritárias a serem sanadas junto aos representantes do setor público e,
entre os desdobramentos foram instituídos grupos temáticos (Ambiente, Saúde e
Saneamento, Educação e Cultura, Justiça, Direitos Humanos e Regularização
Fundiária/Habitação, Trabalho, Emprego e Renda e Desenvolvimento Econômico) que

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realizam reuniões periódicas no sentido se
articular e encontrar soluções conjuntas às
demandas de cada grupo social.
Na Região dos Lagos, a FIPERJ atua em parceria
com a Rede Solidária da Pesca do Rio de Janeiro.
Esta rede é uma articulação entre projetos e
instituições que buscam o desenvolvimento
sustentável da cadeia produtiva da pesca, tendo
como base a economia solidária. A Rede
Solidária da Pesca teve inicio em 2006 quando o
Projeto “Pesquisa Ação na cadeia produtiva da Pesca em Macaé (PAPESCA)”/UFRJ se
articulou ao projeto “Peixes, Pessoas e Águas (PPÁgua)” de
Minas Gerais na Bacia do Rio São Francisco e com o Projeto
“Manejo de Recursos Naturais da Várzea Amazônica
(PROVARZEA/IBAMA)”. A partir desta articulação a UFRJ
entendeu a importância dos pescadores fluminenses se
engajarem no movimento, ampliando suas ações para o
estado.
A FIPERJ participou da Organização do I Seminário da Rede Solidária da Pesca no Litoral
Fluminense, que ocorreu em Casemiro de Abreu (Barra do Rio São João). Os pescadores
participaram do evento e se reuniram em Grupos de Trabalho (gerenciamento costeiro,
infra-estrutura, monitoramento e estatística, direitos e benefícios, aqüicultura e
beneficiamento). Os resultados visam propiciar a articulação entre os diversos atores
da pesca com objetivo de gerar ações conjuntas com entidades governamentais e não
governamentais.
Na região Norte, a FIPERJ participa do Comitê de
Articulação Estadual do Programa Federal
“Territórios da Cidadania do Norte Fluminense”.
Esta comissão foi formada no início de 2008 no
sentido de reduzir a distância entre as instâncias
locais (comunidades) e a esfera federal. A partir
desta articulação são viabilizadas ações que
forneçam subsídios para as ações federais de
modo condizente com a realidade de cada
território.
Em âmbito Estadual, há o Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável –
CEDRUS, e suas câmaras técnicas. A Câmara Técnica de Crédito e Agricultura Familiar –
CTCAF tem a finalidade estritamente técnica de avaliar, discutir e propor soluções
técnicas nas análises dos projetos apresentados pelas lideranças de agricultores
familiares, incluindo pescadores. Projetos intermunicipais concebidos baseados da
noção de Território, especialmente o Território da Cidadania Norte, bem como das
regiões Noroeste e Baía da Ilha Grande. As propostas, após aprovação em função da
sua importância social, econômica e técnica, são encaminhadas ao Conselho Estadual

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de Desenvolvimento Rural Sustentável – CEDRUS, para aprovação final. Em 2008, foram
realizadas seis reuniões do CEDRUS, analisados oito projetos, sendo que somente um
foi relativo à pesca.
A FIPERJ participou junto ao Programa Microbacias da Superintendência de
Desenvolvimento Sustentável (SDS/SEAPPA), subsidiando com informações dos setores
pesqueiro e aqüícola, e elaborando uma proposta modelo para a pesca, a qual serviu
de base para o projeto Rio de Janeiro Sustainable Rural Development submentido e
aprovado pelo Global Environment Facility (GEF) /Banco Mundial (BIRD). O projeto visa
incentivar financeiramente o apoio à mudança da racionalidade da produção, visando a
sustentabilidade das cadeias produtivas, gerando aumento da renda combinado com
preservação de recursos naturais e eqüidade social. Cabe ressaltar que as ações com
recursos do Projeto Rio Rural serão conjugadas com outras iniciativas, como o
Programa Federal Territórios da Cidadania.
Entre os componentes do Projeto menciona-se os Incentivos à Produção Sustentável e
à Infra-estrutura para o Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) e, as ações
referentes à atividade pesqueira estarão sob a responsabilidade da FIPERJ, com início
das atividades previstas para o segundo semestre de 2009. A proposta Aprimoramento
das condições de trabalho dos pescadores da Lagoa Feia (Campos dos Goytacazes, RJ)
foi elaborada no âmbito do Programa Rio Rural/GEF da Superintendência de
Desenvolvimento Sustentável (SDS)/SEAPPA para encaminhamento para o Banco
Mundial visando o fortalecimento de comunidades de pescadores, especialmente na
região norte e noroeste fluminenses.
A Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da
Presidência da República – SEAP/PR, lançou em 2008
diversos editais para concorrência de Colônias e
Associações de Pescadores. A equipe técnica da
FIPERJ atuou em parceria com algumas comunidades
que se interessaram em participar dos editais,
prestando assistência técnica para elaboração dos
projetos.
Em conjunto à Associação de Pescadores de Ponta
Grossa dos Fidalgos, em Campos dos Goytacazes, a FIPERJ ajudou no desenvolvimento
de uma proposta para participação do Edital SEAP-PR/2008 - Programa de Apoio a
Pequenos Empreendimentos de Organizações Produtivas de Pescadores Artesanais. O
referido projeto foi habilitado e classificado, ficando apenas no aguardo de
comunicação escrita do órgão oficial para posterior liberação do recurso financeiro.
O apoio à Colônia de Pescadores Z-09, de Magé, na elaboração de proposta para
Cadastramento de Entidades interessadas em implantar Telecentro da Pesca Maré,
referente ao Edital SEAP/PR nº 08/2008, bem como na Escola de Pesca Ascânio de
Faria, no Município de São Gonçalo, estão aguardando parecer.

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V- AQUICULTURA FLUMINENSE

1 – POTENCIAL AQUÍCOLA FLUMINENSE


A aqüicultura exerce um importante papel nos
esforços globais, para eliminar a fome e a
desnutrição através do fornecimento de peixe e
outros produtos aqüícolas, ricos em proteínas
ácidos graxos essenciais, vitaminas e minerais. A
aqüicultura também pode contribuir
significativamente para a redução da pobreza,
geração de renda, criação de oportunidades de
emprego e melhor uso dos recursos naturais.
Com um gerenciamento apropriado, o setor demonstra estar pronto para suprir a
demanda por alimentos de origem aquática durante as próximas décadas, em
conseqüência ao crescimento populacional, aliado à estagnação da produção
pesqueira.
A aqüicultura está em franca expansão no mundo
e tornou-se uma importante fonte de alimentos
para o consumo humano. Tal atividade vem se
desenvolvendo significativamente na América
Latina, onde temos países como Brasil, Chile,
Colômbia, Equador, Honduras, Cuba, México e
Panamá, sendo os mais avançados em tecnologia
de produção, como por exemplo, assentamento
remoto, sistemas de produção com
reaproveitamento de água dentre outros. Das várias espécies cultivadas, as ostras, os
mexilhões, as vieiras, os camarões e os peixes são os mais representativos.
O Brasil possui também um considerável potencial pesqueiro em reservatórios de
águas naturais e artificiais (obras hidrelétricas). Com superfície total de
aproximadamente 5,3 milhões de hectares. A exploração racional e sustentável desses
recursos pesqueiros, bem como o incentivo ao fomento de unidades de tanques redes,
pode possibilitar fonte alternativa de proteína e de renda para a população local.
Em aqüicultura temos as seguintes terminologias:
Algocultura –Cultivo de algas
Carcinicultura – Cultivo de crustáceos
Malacocultura – Cultivo de moluscos
Mitilicultura – Cultivo de mexilhão
Piscicultura – Cultivo de peixes
Pectinicultura – Cultivo de Vieiras
Ranicultura – Cultivo de Rãs
Ostreicultura – Cultivo de ostras

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O Estado do Rio de Janeiro possui características geográficas naturais adequadas a


desenvolver com grande potencial a aqüicultura.

CARACTERISTICAS NATURAIS QUE PROPICIAM A AQUICULTURA NO ESTADO DO RIO


DE JANEIRO.
Clima favorável
Topografia e Tipos de Solos Propícios
Abundantes Recursos Hídricos
Diferentes Regiões Hidrográficas
Grande potencial seja em água doce (Reservatórios e rios), ou salgada (Estuários,
baias e mar aberto)
Litoral recortado, com ambientes propícios para o desenvolvimento da aqüicultura.

Principais entraves ao desenvolvimento da aquicultura no Rio de Janeiro:


Ausência de mecanismos apropriados ao licenciamento ambiental de projetos em
baixa escala de produção e baixo impacto.
Desconhecimento técnico dos órgãos ambientais sobre a atividade
Dificuldade de licenciamento ambiental
Demora na Implementação do plano de desenvolvimento da maricultura
Ausência de parque aqüícolas zoneados para a maricultura

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A extensão e a assistência técnica aquícola, oferecidas pelos técnicos da FIPERJ, visam


o repasse das mais novas tecnologias de cultivo e de criação de organismos aquáticos,
para fins comerciais e sustentabilidade ambiental.
Focados em otimizar e dinamizar as práticas institucionais, o corpo técnico da FIPERJ
utiliza ferramentas didáticas aplicadas durante os cursos teóricos e prático que
ministra, possibilitando uma maior interação, com a meta de constituir fundamentos
essenciais para a difusão dos resultados dos trabalhos operacionalizados

Em 2008 foram atendidos diretamente 1.155 pessoas de 34 municípios fluminenses,


através de ações articuladas, envolvendo diferentes instituições ligadas às
atividades aqüícolas.

As articulações institucionais com entidades locais são fundamentais para o sucesso


da aqüicultura fluminense, e tem sido renovada a cada ano, junto as Secretarias
Municipais de Pesca, Agricultura e de Meio Ambiente, SEBRAE e EMATER – RIO.

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2 – ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO EM AQUICULTURA


A FIPERJ, apóia o setor aqüícola de forma a suprir deficiências da infra-estrutura de
produção e aspectos de qualidade e eficiência da comercialização, que dificultam a
inserção competitiva do aqüicultor no mercado.
Criando estruturas necessárias à integração da produção e consumo aqüícola, com
foco na adequação dos processos produtivos à demanda do mercado interno e
externo; identificando deficiências estruturais que constituam impedimentos para o
desenvolvimento do setor e implementando a capacitação de aqüicultores e de
integrantes da cadeia produtiva, e apoio às escolas agrotécnicas.

Principais Resultados de 2008:


N° de Aqüicultores atendidos: 917
N° de Aqüicultores capacitados: 785
N° cursos e treinamentos realizados: 14
N de técnicos capacitados: 30
N de estudantes atendidos: 390

A – ASSOCIATIVISMO E COOPERATIVISMO
O estado do Rio de Janeiro possui na região rural estabelecimentos de pequeno porte
e microempreendedores, que enfrentam hoje fortes obstáculos para produzirem e
comercializarem seus produtos.
O Cooperativismo e o Associativismo objetivam potencializar os resultados,
trabalhando em conjunto e em benefício de metas comuns. Não se trata apenas de
considerar a prática de uma educação diferenciada, mas sim denota-la como mudança
de mentalidade quanto ao trabalho individualizado para o qual o trabalhador sempre
foi preparado e construir sob a perspectiva crítica uma postura diferenciada e o
compromisso coletivo, o qual facilitam o acesso a linhas de crédito governamentais e
aquisição de bens de produção, bem como o escoamento e comercialização dos seus
produtos.

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B - LICENCIAMENTO AMBIENTAL
É o procedimento no qual o poder público, representado por órgãos ambientais,
autoriza e acompanha a implantação e a operação de atividades, que utilizam
recursos naturais ou que sejam consideradas
efetiva ou potencialmente poluidoras. É
obrigação do empreendedor, prevista em lei,
buscar o licenciamento ambiental junto ao órgão
competente, desde as etapas iniciais de seu
planejamento e instalação, até a sua efetiva
operação.
Por lidar diretamente com recursos naturais, toda
implantação e operação de aqüiculturas
necessitam de regularização junto aos órgãos governamentais pertinentes. O
principal entrave enfrentado é a falta de procedimentos específicos para a atividade,
que tem como conseqüências um grande número de aquicultores ilegais, dificultando
o desenvolvimento do setor e impedindo o acesso ao crédito. Para os
empreendimentos considerados de pequeno porte e de baixo impacto local, foi
realizado através de celebração de convênio, entre o Estado do Rio de Janeiro e os
seguintes municípios (Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Niterói, Nova Iguaçu, São
Gonçalo, Petrópolis, Barra do Piraí, Barra Mansa,
Casimiro de Abreu, Guapimirim, Itaguaí, Macaé,
Mangaratiba, Piraí, Porto Real, Resende, Rio das
Ostras, Saquarema, Tanguá, Teresópolis e Volta
Redonda), os quais, as Secretarias de Meio
Ambiente relacionam a atividade de aqüicultura,
como sujeitas a “Licenciamento Ambiental
Municipal”, e para os empreendimentos
considerados de impacto regional, com
significativa degradação do meio ambiente, serão licenciados na sede do INEA e/ou

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do IBAMA, através de decreto Estadual nº 40.793 de 05/06/07 e decreto nº 40.980 de


15/10/07.
Com o objetivo de caracterizar os diferentes locais para o desenvolvimento da
maricultura no Estado do Rio de Janeiro, temos como avanço a possibilidade de
materialização do PECMB - Programa Estadual de Controle Higiênico Sanitário de
Moluscos Bivalves no Estado do Rio de Janeiro, que permitirá a caracterização física,
química e da qualidade microbiológica da água, do sedimento e do produto, aspectos
fundamentais para a sustentabilidade do cultivo de moluscos, visando o atendimento,
a qualificação e certificação do produto para os mercados interno e externo e o
PLDM– Planos Locais de Desenvolvimento da Maricultura, o qual será realizado pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, para a delimitação dos chamados
Parques Aquicolas. Para o ano de 2009, temos elementos que se traduzem em
ferramentas importantes, para alavancar e desenvolver o setor da maricultura no
Estado do Rio de Janeiro.

C – CRÉDITO AQUÍCOLA
No intuito de viabilizar que linhas de crédito sejam facilmente acessadas pelos
aquicultores, a FIPERJ orienta as etapas que devem ser realizadas junto aos orgãos
específicos, objetivando o crédito educativo para o desenvolvimento do setor e a
melhoria da qualidade de vida, através de sua organização, articulação e geração de
trabalho e renda.

D – PISCICULTURA DE ÁGUAS INTERIORES


O declínio da produção extrativa de pescado faz com que a piscicultura se apresente
como uma importante alternativa, tanto para a produção de alimento rico em proteína
como para a geração de empregos produtivos. Dos peixes de água doce cultivados, a
tilápia é atualmente aquele de maior expressão, com destaque para o gênero
Oreochromis. Segundo projeções internacionais, a produção desse peixe se duplicará
na próxima década, sendo a maior parte desse incremento oriundo de países tropicais.

Um melhor enquadramento para o setor da pisicultura vem objetivando uma maior


eficiencia na busca por melhores resultados, através das assistências técnicas
programadas e fomento do setor, vinculados por projetos como “Fomento à
Assistencia Técnica Pesqueira para Pescadores Artesanais e Aquicultores dos
Territórios Norte e Noroeste Fluminense”, aprovado pelo Ministerio do
Desenvolvimento Agrário - MDA. Tornando-se ferramenta fundamental a transferência

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e manutenção das novas tecnologias aos piscicultores, para que a atividade se


consolide no Estado do Rio de Janeiro.

Principais Resultados de 2008:


Piscicultores atendidos: 256
Público Capacitado: 413
Municipios Beneficiados: 39
N de Cursos e Treinamentos realizados: 09
Palestras Técnicas: 06
Reuniões Técnicas: 07

E – RANICULTURA
No ano de 2008 várias ações foram realizadas pela
FIPERJ na área de ranicultura. Foram oferecidos 4
cursos de Técnicas de Criação de Rãs, na região Norte e
Noroeste, através de um projeto financiado pelo
Ministério do Desenvolvimento Agrário. Os alunos
tiveram a oportunidade de aprender, na teoria e na
prática, assuntos relacionados à biologia, reprodução,
nutrição, instalações, produtos e subprodutos da ranicultura, abate, e custos de
produção.
A FIPERJ possui um convênio com a UNISUAM, este convênio possibilitou a melhoria
da antiga estrutura instalada na Estação Experimental de Aqüicultura Estuarina
Almirante Paulo Moreira para pesquisas em ranicultura. No Dia de Campo realizado na
EEAEAPM, o Presidente da FIPERJ e o Reitor da UNISUAM inauguraram a nova Unidade
de Pesquisa em Ranicultura, neste evento estiveram presentes cerca de 150
participantes, entre alunos de graduação e ensino médio, ranicultores, extensionistas,
professores, interessados em ingressar na atividade, empresas e instituições parceiras,
entre outros. Foram proferidas 4 palestras sobre manejo profilático, manejo de
imagos, manejo nutricional e valores nutricionais da carne de rã, uma mesa redonda
para discutir os problemas da comercialização da carne e degustação de produtos a
base de rã.
Buscando incrementar o consumo de carne de rã, foi escrita uma matéria, divulgada
em jornal de alta veiculação, sobre os benefícios da qualidade nutricional da carne de
rã à saúde humana.
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Com este intuito, a FIPERJ apoiou o I Seminário do Bem alimentar, e conseguiu para
algumas cooperativas e associações do Estado do Rio de Janeiro, espaço para que os
ranicultores e a Embrapa pudessem expor seus produtos. Para reduzir os gastos
durante a criação das rãs, foi elaborada uma matéria sobre a utilização do plâncton na
alimentação de girinos. Tal matéria também foi divulgada num jornal de alta
veiculação do Estado do Rio de Janeiro.

Principais Ações:
Apoio aos ranicultores na participação em Eventos Gastronômicos;
Realização do Dia de Campo da Ranicultura na Estação de Guaratiba;
Realização de visitas técnicas a ranários em diversos municípios;
Realização de Cursos sobre Técnicas de Criação de Rãs, na Região Norte e Noroeste
do Estado;
Produção de Material Didático.

Principais resultados em 2008:


Público Atendido: 320
Capacitados: 483
Municipios Beneficiados: 12
N de Cursos e Treinamentos Realizados: 04
Reuniões e Palestras Técnicas: 13

Principais ações:
Atualização do cadastro de ranicultores
Realização de visitas técnicas a ranários em diversos minicípios

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F – MARICULTURA
O cultivo de organismos marinhos vem despontando como
uma das alternativas a disposição da classe pesqueira artesanal
em viturde da diminuição ou sobre exploração dos estoques
pesqueiros. Nesse contexto, a maricultura é afirmada como
alternativa de produção de alimentos, geração de trabalho e
renda, mitigando, assim problemas de cunho social, econômico
e ambiental e reconhecida como atividade sustentável.
A Maricultura é definida como uma tecnologia de produção
de alimentos de origem aquática que justifica o esforço de
cultivo, e está embasada em três pilares básicos: produção
lucrativa, preservação do meio ambiente e desenvolvimento
social, uma vez que representa um segmento da economia
gerador de empregos a custos relativamente baixos. É o setor
de produção de alimentos com crescimento mais rápido em todo o mundo, sendo
responsável por 50% dos alimentos originários do meio aquático e com maior
potencial para satisfazer a demanda crescente destes alimentos.
A piscicultura marinha está tomando impulso em todo o territorio nacional, a FIPERJ
está envolvida em projeto intitulado Bases Tecnológicas
para o Desenvolvimento da Piscicultura Marinha no Brasil:
Cadeia produtiva do Bijupirá. Este projeto está sendo
coordenado pela SEAP e será desenvolvido em nível
nacional, com a participação de diversas instituições
nacionais e equipe multidisciplinar. O projeto envolverá
diversas etapas do cultivo da espécie em questão, tais
como: patologia, genética, nutrição, e monitoramento
ambiental.

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G – MALACOCULTURA
O litoral fluminense situa-se em região tropical, a qual é influenciada por distintas
massas de água com diferentes propriedades físicas, químicas e tróficas. Na região de
Cabo Frio temos o fenômeno de ressurgência, que consiste na resuspensão de águas
profundas frias, e ricas em nutrientes. Na Baía da Ilha Grande, as águas possuem
temperaturas mais quentes, apresentando sazonalmente amplitude térmica e
variabilidade na disponibilidade de alimento para os moluscos cultivados. O Programa
Estadual de Controle Higiênico Sanitário de Moluscos Bivalves no Estado do Rio de
Janeiro - PECMB será ferramenta fundamental para alavancar e desenvolver este
potencial natural do Estado do Rio de Janeiro, conferindo sustentabilidade e
rastreabilidade aos cultivos de moluscos.

Principais Resultados de 2008:


Elaboração do Projeto para iniciar o Programa Estadual de Controle Higiênico
Sanitário de Moluscos Bivalves Marinhos do Estado do Rio de Janeiro – PECMB RJ;
Isolamento e cultivo de microalgas marinhas e de água doce para fins de
aqüicultura;
Pesquisa sobre a Avaliação dos Efeitos de microalgas marinhas nativas sobre o
crescimento e a sobrevivência de larvas da ostra do mangue Crassostrea
rhizophorae;
Cultivo experimental de copépodes Calanus sp.

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VI- PESQUISA PESQUEIRA E AQÜÍCOLA

Voltada para as áreas aqüícola e pesqueira, a pesquisa desenvolvida pela FIPERJ


consiste em importante pilar de sua ação institucional, uma vez que objetiva aumentar
o acervo de conhecimentos e também o uso desses para desenvolver aplicações,
atividades, produtos ou processos, novos ou tecnologicamente aprimorados.
Para tanto, a Fundação conta com uma equipe de 09 pesquisadores, distribuída em
suas duas unidades de pesquisa.

1- UNIDADES DE PESQUISA E LINHAS DE ESTUDO

a) Estação Experimental de Aqüicultura Estuarina Almirante Paulo Moreira -


Guaratiba, Rio de Janeiro.
Produção e Nutrição de Organismos Aquáticos – peixes, crustáceos, moluscos,
anfíbios, algas, etc.
Ecossistemas Costeiros
Ecologia de Peixes, Crustáceos, Moluscos, Anfíbios, Algas, etc.
Algologia

b) Estação Experimental de Aqüicultura Interior - Campos dos Goytacazes.


Piscicultura com fins de Engorda, Ornamental e Reposição Ambiental
Ecossistemas Ribeirinhos

2- PRINCIPAIS RESULTADOS EM 2008

a) ECOLOGIA E ECOSSISTEMAS COSTEIROS

Ecologia de comunidades de peixes do Canal do Bacalhau, no manguezal de


Guaratiba – Baía Sepetiba – RJ.

A Pesca sustentável e a conservação dos recursos


pesqueiros marinhos são de importância social,
econômica e nutricional, pois contribuem para a
alimentação humana e a geração de emprego. A
ênfase no gerenciamento e outras abordagens que
levam em consideração as relações entre espécies,
são importantes para corrigir inadequações no
conhecimento biológico e nas políticas oficiais da
pesca, no sentido de melhor preservar a diversidade
biológica e a integridade ecológica dos ecossistemas costeiros através da proteção aos
habitats e às espécies de importância econômica e ecológica.
Os Canais de maré e o maguezal de Guaratiba são partes integrantes da Baía de
Sepetiba, considerada um dos mais importantes ecossistemas aquáticos do Estado do

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Rio de Janeiro, por constituir área de criação de peixes e crustáceos de importância


econômica local e de regiões adjacentes.
No Manguezal, ocorre transporte de matéria e
energia, modulados por fatores como ventos,
marés, descarga de rios e correntes marinhas. O
fluxo de energia e matéria entre águas protegidas
do litoral e as águas oceânicas da plataforma
continental adjacente formam esse ecossistema,
com interações físicas, químicas e biológicas,
permitindo um ativo intercâmbio de organismos,
água, nutrientes, matéria orgânica e sedimentos.
Os peixes desempenham importante função nesses ambientes uma vez que
transformam energia de fontes primárias, conduzem energia através da cadeia trófica,
trocam energia com ecossistemas vizinhos, armazenam energia dentro do ecossistema
e funcionam como agentes de regulação energética.

b) ALGOLOGIA

O cultivo de microalgas é um dos processos fundamentais para a criação de peixes


marinhos, crustáceos e moluscos. Diversas espécies de microalgas são também
cultivadas massivamente para a produção de extratos específicos, como o β-caroteno
proveniente da Dunaliella salina.

Aproximadamente mais de 150 espécies de algas sao utilizadas comercialmente para


seres humanos e animais, destas mais de 40 espécies de microalgas já foram testadas
como fonte de alimento para aqüicultura, mas nem todas elas têm condições de suprir
as exigências nutritivas ao crescimento de uma única espécie de animal. Alguns
critérios nutricionais que as microalgas devem possuir para suprir as exigências animais
são: não serem tóxicas, terem o tamanho apropriado para serem ingeridas,
digestibilidade da parede celular e possuírem os componentes bioquímicos essenciais.
Os carboidratos, lipídeos e proteínas presentes nas microalgas são as principais fontes
de energia para o crescimento e o desenvolvimento dos animais utilizados na
aqüicultura, contudo suas concentrações podem ser influenciadas pelas condições de
cultivo como temperatura, luz, salinidade, limitação de nutrientes e a idade da cultura,
modificando o seu valor energético.
Na Estação Experimental de Aquicultura Estuarina Almirante Paulo Moreira –
EEAEAPM, a FIPERJ desenvolve importantes temas de trabalhos na área de algologia e
demais organismos planctônicos com destaque para:

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Cultivos massivos de microalgas para aplicações em aqüicultura


Avaliação do Desenvolvimento das Larvas de Ostras do Mangue Crassostrea
rhizophorae, Alimentadas com Algas Nativas
Manejo e Conservação dos Caranguejos de Importância Econômica do Estado do
Rio de Janeiro.
Pesquisas em Andamento:
Bioensaios com a cianobactéria Chroococcus sp.
Cultivo em massa de rotíferos Brachionus rotundiformis
Cultivo experimental de copépodes Calanus sp

Publico Atendido pelo Técnico Pesquisador:


Aqüicultores: 38
Estudantes Universitários: 160
Estudantes do Ensino Médio: 40

c) PRODUÇÃO E NUTRIÇÃO DE ORGANISMOS AQUÁTICOS


“PESQUISA FAZ A DIFERENÇA”. Calcado neste lema, temos a convicção que o
desenvolvimento e consolidação da aqüicultura no Brasil, somente ocorrerão através
da pesquisa científica baseada em um programa de desenvolvimento científico e
tecnológico moderno e atuante. Através de resultados concretos e baseados em
fundamentos sólidos é que poderão ser implantadas as bases para uma indústria que
atenda a demanda da população brasileira e, mais especificamente, a Fluminense.
Instalada na Estação Experimental de Aqüicultura Estuarina Almirante Paulo Moreira –
EEAEAPM, a Unidade de Tecnologia do Pescado – UTPo, realiza trabalhos de pesquisa
relacionados à nutrição de organismos aquáticos. O objetivo principal das pesquisas é
determinar as exigências de nutrientes essenciais de espécies de pescados com
importância para a aqüicultura brasileira, e com foco para o estado do Rio de Janeiro.
Assim, as pesquisas são desenvolvidas relacionadas às exigências nutricionais (balanço
de proteína, lipídeos e ácidos graxos.
Existe atualmente uma grande demanda da maricultura, especialmente sobre a criação
de peixes e moluscos bivalves, e por informações técnicas por parte dos produtores,
técnicos e instituições de ensino e extensão e pesquisa.

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Principais Projetos Elaborados em 2008:


Aproveitamento integral de resíduos da indústria do biodiesel: produção de
enzimas de interesse industrial, detoxificação e reuso como ração de piscicultura e
ovinocultura. Financiamento CNPq

Projetos em Andamento:
Estudos Nutricionais do Bijupirá (Rachycentron canadum). Financiamento CNPq.
Avaliação Nutricional da Ostra nativa Crassostrea rhizophorae (Guilding 1828),
mollusco Bivalvea. Financiamento CNPq
Aproveitamento integral de resíduos da indústria do biodiesel: produção de
enzimas de interesse industrial, detoxificação e reuso como ração de piscicultura e
ovinocultura. Financiamento CNPq
Avaliação do Desenvolvimento de larvas de ostra do mangue Crassostrea
rhizophorae, alimentadas com microalgas marinhas nativas. Financiamento CNPq

Público Atendido pelo Técnico Pesquisador:


Aquicultores: 20
Estudantes Universitários: 200

d) RANICULTURA

Projetos em andamento:
Melhoria do manejo e desenvolvimento de organismos aquáticos no Estado do Rio
de Janeiro.

Avaliação das relações dos níveis de energia metabolizável e proteína bruta em


rações balanceadas, para as fases de crescimento e terminação da rã-touro (Rana
catesbeiana SHAW, 1802), utilizando-se os parâmetros zootécnicos, o rendimento
de carcaça e o estado de rigidez dos animais.

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Efeito do nível de proteína na ração sobre o desenvolvimento de girinos de rã-touro


(Rana catesbeiana SHAW, 1802).

Projetos de pesquisas concluídos:


Melhoria das técnicas de criação da rã-touro no Estado do Rio de Janeiro utilizando-
se de manejos sanitários e nutricionais. Projeto concluído e aprovado pela FAPERJ
nas prestações de contas e no Mérito (relatório final)

Projeto enviado ao CNPq:


Aqüicultura familiar: melhoria das técnicas de manejo e nutrição para o
crescimento da ranicultura apoiada em bases tecnológicas sustentáveis.

Trabalhos publicados:
Alterações histopatológicas em girinos de rã-touro alimentados com rações
comerciais de diferentes níveis protéicos.
Avaliação histológica do intestino médio, do fígado e do pâncreas de girinos de rã-
touro alimentados com rações comerciais formuladas com três níveis de proteína
bruta.
Histological evaluation of midgut, liver and pancreas of bullfrog tadpoles fed
commercial diets with three levels of crude protein.

Participação em Congresso:
3.1 - X ENBRAPOA – Búzios Novembro de 2008.

Trabalho - Alterações histopatológicas do fígado de reprodutores de rã touro.

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VII- MEIO AMBIENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Em todo o mundo, a redução dos estoques pesqueiros tem origem em vários fatores
que vão da pesca predatória à degradação ambiental, causada pelas diferentes formas
de ocupação humana e pela poluição industrial, que afetam negativamente os
oceanos, os recifes de corais, os manguezais, as zonas estuarinas, etc.
Estudos recentemente divulgados,
patrocinados pela ONU/FAO, sobre a
poluição dos oceanos apontam diretamente
para problemas decorrentes do efeito
estufa, do aquecimento global, da pesca
predatória, da poluição industrial e da
ocupação humana desordenada, sendo que,
na Região Sudeste do Brasil, os principais
agentes da degradação dos mares estão
relacionados à atividade de petróleo e ao
despejo de esgotos e lixos urbanos.
É imperioso compreender a necessidade de proteger o ambiente, onde a pesca e
aquicultura se desenvolvem, preservando-o também dos efeitos degradantes
decorrentes de outras atividades que impactam-no sobremaneira, não limitando as
ações de fiscalização ao combate à pesca predatória, apenas.
A atividade pesqueira talvez seja a atividade que mais necessita de um ambiente
limpo, sadio e preservado para sobreviver, motivo pelo qual urge a necessidade de
adoção de um modelo de gestão pautado
num Código de Conduta para uma Pesca
Responsável.
A FIPERJ atua no sentido de apoiar ações
propositivas, indutoras da construção de
ambiente de coexistência pacífica e de
responsabilidade social e ambiental, entre
as diferentes atividades de interesse
econômico e a pesca.
Em 2008, a FIPERJ esteve presente junto às
comunidades pesqueiras no momento
crítico do acidente ambiental no Rio Paraíba do Sul, onde houve derramamento do
composto químico Endosulfan pela Empresa Servatis. O acidente gerou a elaboração
de um relatório em parceria com as entidades de pescadores afetados pelo acidente,
intitulado Derramamento do Endosulfan no rio Paraíba do Sul – Os Impactos Sobre a
Pesca, resultado do acompanhamento dos técnicos da FIPERJ, os quais se deslocaram
para as regiões Sul, Norte e Noroeste do estado a fim de verificar a contaminação do
rio e apoiar os pescadores.

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Em novembro ocorreu o vazamento do


organoclorado, no município de Resende,
contaminando grande extensão do Rio
Paraíba do Sul e gerando uma série de
problemas em diferentes municípios, como
a interrupção temporária do abastecimento
de água. O acidente ocorreu numa época
crítica para os recursos pesqueiros, durante
a piracema, quando os peixes se
reproduzem. A mortandade de cerca de 100
toneladas que se registrou ao longo do rio
vai afetar diretamente inúmeros trabalhadores da pesca, uma vez que o pescado não
estará disponível com o fim do período de defeso.
Este documento, além de ter sido encaminhado para as organizações de base, também
foi entregue para vários órgãos públicos objetivando tanto divulgar a situação
socioambiental observada pelos técnicos, como também apresentar algumas
propostas dos pescadores em relação às ações a serem implementadas:

Repovoamento com estudo da ictiofauna e cadeia trófica do Rio Paraíba do Sul e


seus afluentes, com espécies de peixes nativos;
Aumento do período de defeso (piracema) dos peixes e do seguro-defeso pago pelo
Ministério do Trabalho, para garantir
a recuperação dos estoques
pesqueiros e sobrevivência das
comunidades de pescadores;
Agilidade no diagnóstico da ictiofauna
afetada, contemplando a identificação
das espécies encontradas mortas e
análise da qualidade do pescado para
fins de liberação para consumo
humano;
Reversão de parte da multa a ser paga pela empresa agroquímica Servatis para
benefícios ou indenização aos pescadores, diferente do que ocorreu no último
desastre ecológico no Rio Paraíba do Sul pela indústria de papéis Cataguazes;
Capacitação e assistência técnica e extensão em piscicultura para pescadores;
Fiscalização contínua e eficiente nos afluentes do Rio Paraíba do Sul;
Repasse de recursos de royalties do petróleo para os pescadores artesanais
atingidos.

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VIII- DIVULGAÇÃO DE TRABALHOS DE PESQUISA:

Boletim Informativo da FAPERJ – Alimentação para Larvas de Caranguejos


Revista Estuarine Coastal and Shelf Science
Revista Fisheries Management and Ecology
Revista Panorama da Aqüicultura
Revista Aquaculture
Revista Aquaculture Nutrition
Journal of the World Aquaculture Society
Congresso Mundial de Aqüicultura
Congresso Caribenho e Latino-americano de Aqüicultura
Ciência Agronômica
Revista Brasileira de Ciências Agrárias
Brazilian Journal of Aquatic Science and Technology
Journal of Fish Physiology and Biochemistry

IX- PRINCIPAIS PROGRAMAS E REDES DE TRABALHO:

Programa Territórios da Cidadania na Região Norte do Ministério do Desenvolvimento


Agrário (MDA),
Câmara Técnica de Crédito e Agricultura Familiar (CTCAF),
Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (CEDRUS),
Programa Setorial Estadual (Moeda Verde Multiplicar).
Comitê da Bacia do Rio São João,
Comitê de Sanidade Animal (do MAPA),
Rede Tecnológica de Ranicultura do Rio de Janeiro,
World Aquiculture Society (WAS),
Grupo Gestor da Pesca do Município de Campos dos Goytacazes
Programa Prosperar Agroindústria
Programa PRONAF Agroindústria
Grupo do GEOR Mercado São Pedro, Região dos Lagos e Costa Verde
Conselho Municipal de Políticas Agrícolas e Pesqueiras do Município de Iguaba Grande

X- PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS:

Festival do mexilhão (Praia Grande de Araçatiba – Ilha Grande – Angra dos Reis)
Festival de Mariscos (Praia do Peró – Cabo Frio)
V Feira Nacional da Agricultura Familiar (Rio de Janeiro)
Semana de Meio Ambiente (Mangaratiba)
I Seminário da Rede Solidária da pesca do litoral Fluminense (Casimiro de Abreu)
Seminário de Aquicultura Interior (Casimiro de Abreu)
I Seminário da Agenda Peregrino da Statoilhydro-Anadarko (Cabo Frio)
Seminário Agricultura & Petróleo de competidores a aliados (Macaé)
Seminário de maricultura (Cabo Frio)
Encontro temático “Segurado especial – em foco o pescador artesanal no contexto da
seguridade social” (Niterói)
X Encontro de Patologistas de Animais Aquáticos – EMBRAPOA (Búzios)

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Semana do peixe SEAP/PR (Macaé)
Seminário de Comercialização de Pescados e Produtos Pesqueiros em Mercados Internos –
SEAP/PR (Rio de Janeiro)
Seminário Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – MDA (Brasília)
Simpósio de Recursos Hídricos no Brasil
Seminário do Pólo Siderúrgico de Sepetiba (Rio de Janeiro)
Curso de Gestão da Biodiversidade – UFFRJ (Teresópolis)
Feira Nacional do Camarão (FENACAM) - Junho de 2008/Natal, RN
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia- Setembro de 2008, Cruz das Almas, BA
Membro de banca da tese de mestrado do aluno Paulo defendida no Departamento de
Veterinária da UFF
Seminário de Comercialização do Pescado e Produtos Pesqueiros em Mercados Internos
(SEAP –PR, RJ)
Seminário Nacional de ATER MDA (Brasília)

XI- RELACIONAMENTO INSTITUCIONAL:


Por longos tempos, as instituições públicas brasileiras cometeram o equívoco de
pensar que poderiam atingir os seus objetivos agindo de forma isolada e reativa. Tal
estratégia sucumbiu ao fracasso, pois as instituições que mantiveram este princípio
afastaram-se de sua missão social.
Dessa forma, a FIEPRJ é uma instituição predisposta ao estabelecimento de relações
inter-institucionais de parcerias e de co-responsabilidade em áreas de interesse
comum, em favor do pescador, da pesca e do ambiente onde ela se desenvolve.
Em diversas oportunidades, a FIPERJ vem contribuindo de forma decisiva e construtiva
para que o seu público encontre condições de acesso a programas e ações públicas,
considerando-se os três níveis de governo. A começar pelo próprio Governo Estadual e
o fortalecimento de linhas programáticas em favor do setor pesqueiro. Em nível
Federal, colaborar para ampliação da abrangência de cobertura de seus programas. E
nos municípios, a parceria com as prefeituras e suas diversas secretarias, fundamental
para o estabelecimento da sinergia necessária à consecução de nossas missões
institucionais em favor da aqüicultura e da pesca fluminense.
No plano da iniciativa privada a situação não é diferente. A FIPERJ crê na eficácia e na
construção de ações mútuas em prol das comunidades pesqueiras e reafirma a sua
disposição frente ao estabelecimento de ações conjuntas em prol do segmento
pesqueiro.
1- ENTIDADES DE REPRESENTAÇÃO:
APARPS - Associação de Pescadores Artesanais do Rio Paraíba do Sul
APALC - Associação de Pescadores Artesanais de Lagoa de Cima
APAPP - Associação de Pescadores Artesanais de Parque Prazeres
APAPGF - Associação de Pescadores Artesanais de Ponta Grossa dos Fidalgos
APACG - Associação de Pescadores Artesanais da Coroa Grande
ACRIMAC - Associação dos Coletores e Criadores de Mariscos de Arraial do Cabo
AMALIS - Associação dos Maricultores do Litoral Sul Fluminense
AMAPERÓ - Associação dos Maricultores do Peró
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AMAR-CF - Associação dos Maricultores de Cabo Frio
AMBIG - Associação de Maricultura da Baia da Ilha Grande
APAC - Associação de Pescadores de Arraial do Cabo
APELGA - Associação de Pescadores Livres do Gradin
APESCASIRILUZ - Associação de Pescadores e Catadores de Siri da Praia da Luz
APRILAJES – Associação de Piscicultores de Ribeirão das Lajes
APSJ - Associação de Pescadores do Rio São João - Cabo Frio
AREMAC - Associação da Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo
AMAPAR - Associação dos Maricultores de Paraty
AMALIS - Associação dos Maricultores do itoral Sul
AMCOVERI - Associação dos Maricultores da Costa Verde e Itaguai
APEMIM - Associação de Pescadores e Maricultores da Ilha da Marambaia
APEMAM - Associação de Pescadores e Marisqueiros de Muriqui
AMAr Mangaratiba - Associação dos Maricultores de Mangaratiba
APLIM - Associação de Pescadores e Lavradores da Ilha da Madeira
Associação de Moradores e Pescadores da Gamboa – Cabo Frio
Associação de Pescadores da Ilha da Madeira
Associação de Pescadores da Praia da Pitória – São Pedro D’Aldeia
Associação de Pescadores da Praia do Siqueira – Cabo Frio
Associação dos Maricultores de Armação dos Búzios
Associação de Mulheres Pescadoras e Maricultoras de Praia Grande - Mangaratiba
Associação de Produtores Rurais de Morro do Coco - Campos dos Goytacazes
Cooperativa de Produtores Rurais de Santo Eduardo - Campos dos Goytacazes
Projeto de Assentamento Rural Zumbi dos Palmares núcleo 1 - Campos dos Goytacazes
Projeto de Assentamento de Tipity - São Francisco do Itabapoana
Colônia de Pescadores Z- 01 – São Francisco de Itabapoana
Colônia de Pescadores Z- 02 – São João de Barra
Colônia de Pescadores Z- 03 – Macaé
Colônia de Pescadores Z- 04 – Cabo Frio
Colônia de Pescadores Z- 05 – Arraial do Cabo
Colônia de Pescadores Z- 06 – São Pedro da Aldeia
Colônia de Pescadores Z- 07 – Itaipú / Niterói
Colônia de Pescadores Z- 08 – Niteroí
Colônia de Pescadores Z- 09 – Magé
Colônia de Pescadores Z- 10 – Ilha do Governador / Rio de Janeiro
Colônia de Pescadores Z- 13 – Copacabana / Rio de Janeiro
Colônia de Pescadores Z- 14 – Pedra de Guaratiba / Rio de Janeiro
Colônia de Pescadores Z- 15 – Sepetiba / Rio de Janeiro
Colônia de Pescadores Z- 16 – Mangaratiba
Colônia de Pescadores Z- 17 – Angra dos Reis
Colônia de Pescadores Z- 18 – Paraty
Colônia de Pescadores Z- 19 – Farol de São Tomé / Campos dos Goytacazes
Colônia de Pescadores Z- 20 – Itaperuna
Colônia de Pescadores Z- 21 – São Fidélis
Colônia de Pescadores Z- 23 – Armação dos Búzios
Colônia de Pescadores Z- 24 – Saquarema
Colônia de Pescadores Z- 25 – Itatiaia
Conselho Regional de Biologia – 2ª Região RJ e ES - CRBio 2
Conselho Regional de Medicina Veterinária e Zootecnia - CRMV

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Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA-RJ
Cooperativa PEIXESUL - Cooperativa dos Aqüicultores do Sul Fluminense Ltda.
COOPERCRÃMA – Cooperativa de Piscicultores e Ranicultores do Vale Macacu e Adjacências
FAERJ - Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro
FAPESCA – Federação das Associações de Pescadores do estado do Rio de Janeiro
FEPERJ - Federação dos Pescadores do Estado do Rio de Janeiro
FNTTAA - Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Afins
RASS - Ranicultores Associados do Estado do Rio de Janeiro
SAPERJ - Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro
SIPERJ - Sindicato das Indústrias de Pesca do Estado do Rio de Janeiro
UEPA-RJ - União das Entidades de Pesca e Aqüicultura do Estado do Rio de Janeiro

2- ENTIDADES DE PESQUISA:
Universidades Estadual do Norte Fluminense – UENF
Universidade Federal Fluminense – UFF
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
FIOCRUZ – Fundação Instituto Oswaldo Cruz
IBAMA / CEPSUL - Centro Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul
IED-BIG - Instituto de Eco-desenvolvimento da Baia da Ilha Grande
Instituto de Pesca de São Paulo
PESAGRO-RIO - Empresa de Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

3- ENTIDADES DE ENSINO:
Instituto Superior Tecnológico – IST de Campos dos Goytacazes
Escola Agrícola Federal de Bom Jesus do Itabapoana
USU - Universidade Santa Úrsula
USS - Universidade Severino Sombra
UNISUAM - Sociedade Unificada de Ensino Superior Augusto Motta
UFV - Universidade Federal de Viçosa
UFRRJ–Universidade Federal Rural do Rio Janeiro/Est.BiologiaMarinha/Lab.Ecolog. Peixes
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro / Setor de Ictiologia - Museu Nacional
UFF – Universidade Federal Fluminense
UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro / Dpto. Oceanografia
UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense
PUC - Pontifícia Universidade Católica do RJ
IEAPM - Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira
FERLAGOS – Fundação de Ensino da Região dos Lagos
FAETEC – Fundação de Apoio à Escola Técnica
ESTÁCIO - Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio
Estação de Biologia Marinha - UFRRJ

4- ORGANIZAÇÕES GOVERNAMENTAIS DE ÂMBITO FEDERAL:


BB - Banco do Brasil
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CEF - Caixa Econômica Federal
FURNAS Centrais Elétricas - Usina de Campos dos Goytacazes

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IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento / Serviço de Inspeção Federal
MD - Ministério da Defesa / Marinha do Brasil – Capitania dos Portos do RJ
MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário
MMA - Ministério do Meio Ambiente
MCT - Ministério de Ciência e Tecnologia / FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos
PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A.
SEAP-PR - Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República

5- ORGANIZAÇÕES GOVERNAMENTAIS DE ÂMBITO ESTADUAL:


ALERJ – Assembléia Legislativa do RJ – Comissão de Agricultura
CEASA – Centrais de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro S.A.
CEDAE – Companhia Estadual de Águas e Esgotos
Defesa Sanitária – RJ Escritório Regional Norte
EMATER-RIO – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro
FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Janeiro
ITERJ – Instituto de Terras e de Cartografia do Estado do Rio de Janeiro
PRODERJ – Centro de Processamento de Dados do Estado do Rio de Janeiro
SEA - Secretaria de Estado do Ambiente
SEAPPA – Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento
SECT- Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
SEE – Secretaria de Estado de Educação
SERLA – Superintendência Estadual de Rios e Lagoas
SETRAB – Secretaria de Estado do Trabalho
FAETEC – Fundação de Apoio a Escola Técnica
INEA - Instituto Estadual do Ambiente
PESAGRO-RIO - Empresa de Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro

6- ORGANIZAÇÕES GOVERNAMENTAIS DE ÂMBITO MUNICIPAL:


Prefeitura Municipal de Angra dos Reis - Secretaria de Pesca
Prefeitura Municipal de Araruama
Prefeitura Municipal de Arraial do Cabo - FIPAC - Fundação Instituto de Pesca de A. do Cabo
Prefeitura Municipal de Barra do Piraí
Prefeitura Municipal de São Fidelis
Prefeitura Municipal de Itaocara
Prefeitura Municipal de Santo Antônio de Pádua
Prefeitura Municipal de Itatiaia
Prefeitura Municipal de Barra Mansa
Prefeitura Municipal de Cabo Frio - Secretarias de Meio Ambiente e Pesca / Guarda
Marítima / Educação
Prefeitura Municipal de Cachoeiras de Macacu
Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes - Secretarias de Agricultura / de Promoção
Social / Meio Ambiente
Prefeitura Municipal de Casimiro de Abreu - Secretaria de Agricultura
Prefeitura Municipal de Iguaba Grande - Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Pesca
Prefeitura Municipal de Itaboraí

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Prefeitura Municipal de Itaguaí
Prefeitura Municipal de Itaocara
Prefeitura Municipal de Itatiaia
Prefeitura Municipal de Macaé - Secretaria de Desenvolvimento Social
Prefeitura Municipal de Mangaratiba - Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca
Prefeitura Municipal de Maricá
Prefeitura Municipal de Niterói – Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia
Prefeitura Municipal de Paraty - Secretaria de Pesca
Prefeitura Municipal de Piraí - Secretarias de Agricultura / Turismo e Meio Ambiente
Prefeitura Municipal de Quissamã - Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente
Prefeitura Municipal de Rio de Janeiro
Prefeitura Municipal de São Francisco do Itabapoana - Secretaria de Agricultura
Prefeitura Municipal de São Fidélis
Prefeitura Municipal de São Gonçalo - Secretaria de Pesca
Prefeitura Municipal de São João da Barra - Secretaria de Pesca
Prefeitura Municipal de Santo Antonio de Pádua
Prefeitura Municipal de Saquarema - Secretaria de Agricultura e Pesca
Prefeitura Municipal de Volta Redonda

7- ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS:


Ecoanzol
OMA BRASIL
CILSJ - Consórcio Intermunicipal Lagos São João
FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
SEBRAE-RJ – Serviço de Apoio apequena Empresa do Estado do Rio de Janeiro
SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
SHELL do Brasil
Ecopesca

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