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ESCOLA SECUNDÁRIA DE ALBUFEIRA Março

N.º 5/ 2008

NESA
Ano Vieirino

Vieira, o homem de acção, o esgrimista da palavra falada ou escri-


ta, comemora este ano o qua-
dringentésimo aniversário. A
Escola Secundária de Albufei-
ra, convidada pelo Secretário-
Geral de 2008 Ano Vieirino,
Teresa Rita Lopes
associa-se, com o projecto Pe.
Bibliografia António Vieira na Escola:
1608-2008, a 2008 Ano Viei-
Os Dedos, os Dias, rino (www.anovieirino.com) e ao Programa de Comemorações levado a
as Palavras, 1987.
cabo pela Comissão Organizadora (Universidade de Lisboa, Universidade
Por Assim Dizer,
1994. Católica Portuguesa e Província Portuguesa da Companhia de Jesus). As
Cicatriz, 1996. várias instituições pretendem, desta forma, que os leitores e apreciado-
res de Vieira, e o público em geral celebrem conjuntamente um dos gran-
“Três Fósforos”, des mestres da língua portuguesa.
1962.
Sopinhas de Mel,
1980. CIDADES : FARO
Teatro I , 1994. O nome muitas vezes utilizado pela população do Conce-
lho de Faro - Ossónoba - deriva da expressão fenícia
Fernando Pessoa et Osson Êba, armazém no sepal e reporta-se ao período
le drame symboliste - VIII a.c., período em que se estabeleceu uma área comer-
héritage et création, cial no morro da Sé. No séc. XVI a XVII o nome evoluiu
1985. para Farom , Faroo e Farão. O nome Faro surgiu no séc.
Pessoa por Conhecer XVIII e permaneceu até aos dias de hoje.
I. Lisboa, 1991. Faro é a capital do Distrito de Faro, da região, sub-região
Miguel Torga - Ofí- e ainda da antiga província do Algarve, de 41.307 habi-
cios a "Um Deus de tantes.
Terra",1993.
… É sede de um município com 201,6 km² de área e 58.350 habitantes (2006), subdividido
em 6 freguesias. O município é limitado a norte e oeste pelo município de São Brás de
Alportel, a leste por Olhão, a oeste por Loulé e a sul tem costa no Oceano Atlântico. A
cidade constitui, através do Aeroporto de Faro a segunda maior entrada externa do país,
conferindo-lhe uma valência vincadamente cosmopolita.

“Não quis o Autor da natureza que a mulher se contasse entre os bens móveis.”
Sermão Décimo Sétimo do Rosário (década de 80?) Padre António Vieira

PATROCINADO PELA FUNDAÇÃO JACK PETCHEY


Página 2
LEITURAS
A primavera chegará, mesmo que nin-
"A natureza é guém mais saiba o seu nome, nem acre-
dite no calendário, nem possua jardim
grande nas coisas para recebê-la. A inclinação do sol vai
grandes e marcando outras sombras; e os habitan-
tes da mata, essas criaturas naturais que
grandíssima nas ainda circulam pelo ar e pelo chão,
pequeninas." começam a preparar a sua vida para a
primavera que chega.
Saint-Pierre Finos clarins que não ouvimos devem
soar por dentro da terra, nesse mundo
confidencial das raízes, — e arautos sutis
acordarão as cores e os perfumes e a
alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de
Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais da sua nação. Peque-
nas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão
baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto Inverno, quando as amendoeiras inauguram
suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os
poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos borda-
dos de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessan-
te luz.
EDITORIAL Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente
enfeita-se para as festas da sua perpetuação.
Há cerca de vinte Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que
anos vinha-se desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento
para a escola por do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, e os ouvidos que por
acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
prazer. Pelo pra- Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos
zer de estar na novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhe-
escola, pelo pra- mos por estas estradas que ainda conservam os sentimentos antigos: lentamente estão sendo teci-
dos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa verme-
zer de estar com lha que desdobra. Os casulos brancos das gardénias ainda estão sendo enrolados em redor do
os alunos, com perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
os colegas e pelo Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura
semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e eféme-
gozo que as aulas ra
nos davam. Pelo Texto extraído do livro “Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1″, Editora Nova Fronteira -
prazer que retirá- Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.”A primavera “Sandro boticeli.
vamos de todo o
processo educati- LIVRO DO MÊS
vo, das activida-
“Que pensaríeis vós, irmãos, de um homem que, possuindo
des pensadas e uma cabana suficientemente grande para lá caber toda a
repensadas, reali- aldeia de Samoa, recusasse o seu tecto, por uma noite que
zadas com falta fosse, ao viandante que passa? Que pensaríeis de um
de meios e mui- homem que, tendo nas mãos um cacho de bananas, nem
tas vezes com uma só oferecesse ao esfomeado que lha pede? Leio no
vosso olhar a indignação e vejo nos vossos lábios um gran-
meios próprios,
de desprezo. Pois é exactamente assim que o Papalagui se
com o apoio dos comporta em todas as circunstâncias da vida.(...)O Papala-
encarregados de gui, esse, tem respeito pelo grande numero de esteiras
educação e com (casas, propriedades) e de porcos que o seu irmão possui, e
o empenhamento não lhe interessam para nada."
dos funcionários.
Hoje... Scheurmann, Erich, Papalagui
Edições Antígona
Página 3
TEXTO TEU
Escrevendo com… Christopher Moore EXPOSIÇÂO

O anjo mais estúpido

Eu conheci o anjo mais estúpido.


Já imaginaram um anjo com asas nas orelhas, uma cauda de
cão, bigodes de gato e patas de cavalo? É a coisa mais estúpida que
alguma vez vi! Palácio da Galeria
Tavira
Este anjo quis ser diferente, mas mais valia ter ficado quietinho
na sua nuvem fofa feita de algodão doce, como os outros anjos todos! Exposição "Lápis" de Paulo
Serra
Afinal o que fazem os anjos, além de enfeitar as paredes e os tectos
das igrejas?! Com certeza que muitas pessoas poderiam dar-me res- De 26 de Janeiro
a 8 de Março
postas baseadas na sua fé. Mas, falando de coisas concretas, eles não das 10h00 às 17h30
fazem nada! Portanto, já por si só, os anjos são estúpidos! Seres loiros
com feições de bebé, que não fazem absolutamente nada mais do que
jogar à macaca uns com os outros, comer doces até terem dores de
barriga e amuarem por uma chupeta angelical.
Mas este anjo quis salvar o Mundo! Não é estúpido?
Pensou em dar mais vitalidade às rosas e elas acabaram por Biblioteca Municipal de
ficar azuis bebé! Desejou que os pais nunca abandonassem os filhos e Albufeira

passaram os filhos a abandonar os pais. Exposição de Pintura


“Expressões” de Ângela
Lançou um feitiço aos políticos para que eles nunca mentissem Gaudêncio
e o resultado foi que nunca mais se ouviu um político fazer um discur-
De 1 a 28 de Fevereiro
so no mundo inteiro! Ordenou que o amor nunca tivesse fim e as pes- das 12h30 às 18h15
soas entediaram-se, começando a odiar-se mutuamente.
Organização de Município
Era um anjo estúpido, porque queria mudar a essência do ser de Albufeira
humano. O ser humano ama e é capaz de regar uma flor para que ela
se torne mais bela. Porém, pode pisá-la sem sequer ter notado.
O filme

Sofia Mendes, 12º E

CONCURSO DE FOTOGRAFIA
O filme "Este País não é
para Velhos", de Ethan e
A Biblioteca da Escola Secundária Joel Coen, conquistou o
de Albufeira vai promover, no próxi- Óscar de melhor filme na
mo mês de Março, o primeiro con- 80.ª cerimónia de entrega
das estatuetas. Os irmãos
curso amador de Fotografia Digital, Coen venceram igualmen-
com a organização a cabo da equipe te o Óscar de melhor rea-
lização pela mesma pelí-
da BECRE, com o apoio da Associa- cula.
ção de Pais e Encarregados de Edu-
cação. Esta iniciativa destina-se a O filme arrebatou ainda o
Óscar para o melhor actor
estimular os alunos e a cultivar o secundário(Javier Bar-
gosto pela arte fotográfica, proporcionando-lhes mais uma activida- dem) e para o melhor
guião adaptado.
de; outra a juntar ao leque das várias, já oferecidas durante este ano
lectivo. O tema a abordar nos trabalhos fotográficos apresentados
será: " O LIVRO EM VÁRIOS AMBIENTES". O regulamento
encontra-se disponível na Biblioteca.

“As coisas mais belas são ditadas pela loucura e escritas pela razão “ Gide , André
BIOLOGIA
Prémios
de realização
Camomila

(Matricaria chamomilla L.)

Sua origem mais provável é a Europa,


onde é muito comum nos jardins públi-
cos. Sendo que as partes mais usadas
são as flores e as folhas.

Surpreende pelas suas utilidades: além


de ornamental, produz um chá calman-
te e digestivo, suaviza a pele e embele-
za os cabelos.

Os antigos egípcios tratavam uma doença semelhante à malária com o chá de


suas flores. Ficou muito conhecido também um tipo de vinho aromatizado com
flores de camomila. Na Espanha, por exemplo, esse vinho era usado como
digestivo. Pela capacidade de liderança
na Associação de Estudantes.
Como lenda diz que atrai dinheiro se plantada ao redor da casa afasta o olho
gordo; simboliza a prosperidade.
Mês de Fevereiro
Pode ser usada das mais diversas formas, caseiro, culinário, aromaterapia, Janina Amaral
pois seu óleo essencial é sedativo e anti-fúngico. Bom para queimaduras sola- 11º Ano turma A
res.

POEMA ARTE NEO-REALISMO


Será só uma questão de sensações?
Apalpo uma pedra,
ou uma árvore,
ou uma flor,
e toda a terra se oferece
como se fosse um cofre de perfume.

Escuto uma pedra,


ou uma árvore, Rego, Paula
ou uma flor, A dança
e toda a terra se remexe c. 1601-02
como se fosse um rio adolescente. Óleo sobre tela - 191 x 148 cm
Paula Rego (Lisboa-1935)Formou-se na Slade School,
E é tudo quanto me basta para ser feliz. em Londres, cidade em que fixou residência. A sua obra,
influenciada pelo surrealismo e pelo expressionismo,
Não durmas, coração! desenvolve-se em telas de grandes dimensões, nas quais
A Natureza está aqui. narra histórias que reportam à infância, com figuras gro-
tescas, frequentemente extraídas de contos de fadas, mas
Idália Farinho, Palavras Simples tratadas de forma irónica e por vezes cruel .

Ficha Técnica - Autores: Ana Casimiro, Carla Lucas, Cristina Moniz, Gabriel Batista, Lucília Pires
e Maria do Céu Ferreira. Produzido na Biblioteca da Escola Secundária de Albufeira.

Contacto: Gabsimao@gmail.com Blogue: www.esateca.blogspot.com

Escola Secundária de Albufeira Patrocinado pela Fundação Jack Petchey

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