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CENTRO PRESBITERIANO DE PÓS-GRADUAÇÃO

ANDREW JUMPER

ORIENTAÇÕES PARA A ESCRITA


DE DISSERTAÇÃO NA ÁREA EXEGÉTICA

TARCÍZIO DE CARVALHO

SÃO PAULO
2009
TARCÍZIO DE CARVALHO

MANUAL DE DISSERTAÇÃO PARA A AREA EXEGETICA DO


CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO ANDREW JUMPER

Proposta para aos alunos do Centro Presbiteriano


de Pós-graduação Andrew Jumper para a
realização de seus trabalhos de monografia e
dissertação na área exegética.

SÃO PAULO
2009
SUMÁRIO

1
A
prática
da
pesquisa ............................................................................................. 2


 1.1
Escolhendo
um
tópico ....................................................................................... 2


 
 1.1.1

Anote
todas
as
idéias ............................................................................... 2


 
 1.1.2

Que
tipo
de
trabalho
você
fará?............................................................... 2


 
 1.1.3

Faça
uma
lista
de
palavras
para
definir
seu
tópico ................................... 3


 
 1.1.4
As
primeiras,
e
difíceis,
informações ......................................................... 3


 1.2
Apurando
um
tópico ......................................................................................... 5


 
 1.2.1
Reduzindo
um
tópico:
quando
há
muita
informação. ................................ 5


 
 1.2.2
Expandindo
um
tópico:
está
faltando
informação!.................................... 5


 1.3
Mais
dicas
para
refinar
a
prática
da
pesquisa ................................................... 6


 
 1.3.1

Dicas
para
afunilamento .......................................................................... 6


 
 1.3.2
TRABALHANDO
PROATIVAMENTE............................................................. 7


 
 1.3.3
Metodologia
de
leitura ............................................................................. 8


 
 1.3.4
Reunindo
notas......................................................................................... 8

2
A
habilidade
em
escrever...................................................................................... 10


 2.1
Redação
científica........................................................................................... 10

3
A
apresentação
formal ......................................................................................... 11


 3.1
Diagramação .................................................................................................. 11


 3.2
Formato .......................................................................................................... 11


 3.3
Estrutura......................................................................................................... 12


 
 3.3.1
Sumário .................................................................................................. 13


 
 3.3.2
Introdução .............................................................................................. 13


 
 3.3.3
Revisão
da
Literatura.............................................................................. 13


 
 3.3.4
Material
e
Método.................................................................................. 14


 
 3.3.5
Resultados .............................................................................................. 14


 
 3.3.6
Discussão................................................................................................ 14


 
 3.3.7
Conclusão ............................................................................................... 14


 
 3.3.8
referências
bibliográficas........................................................................ 14

4
Estilo .................................................................................................................... 14


 4.1
Ênfase ............................................................................................................. 14


 4.2
Línguas
originais ............................................................................................. 15


 4.3
Pronomes
referentes
a
Deus............................................................................ 15


 4.4
Linguagem
subjetiva ....................................................................................... 15


 4.5
Referências
bíblicas......................................................................................... 15


 4.6
Compatibilidade.............................................................................................. 15


 4.7
Casos
Omissos................................................................................................. 15

5
Citações................................................................................................................ 16


 5.1
Citação
direta ................................................................................................. 16


 
 5.1.1
No
corpo
do
texto ................................................................................... 16


 
 5.1.2
Indentadas.............................................................................................. 16


 5.2
Citações
sintéticas........................................................................................... 16

6
Referências........................................................................................................... 17


 6.1
De
rodapé ....................................................................................................... 17


 6.2
De
fim
de
texto ............................................................................................... 17


 6.3
Modelo
de
referências .................................................................................... 18


 
 6.3.1
Obra
de
Referência ................................................................................. 18


 
 6.3.2
Livro ....................................................................................................... 18


 
 6.3.3
Livro
em
meio
eletrônico......................................................................... 18


 
 6.3.4
Parte
de
livro .......................................................................................... 18


 
 6.3.5
Parte
de
documento
em
meio
eletrônico................................................. 18


 
 6.3.6
Artigo
e/ou
matéria
em
publicações
periódicas ...................................... 18


 
 6.3.7
Artigo
ou
encarte
de
jornal ..................................................................... 19


 
 6.3.8
Trabalho
apresentado
em
evento ........................................................... 19


 
 6.3.9
Legislação............................................................................................... 19


 
 6.3.10
Filmes ................................................................................................... 19


 
 6.3.11
Imagem
de
meio
eletrônico................................................................... 19


 
 6.3.12
Documento
Cartográfico ....................................................................... 20


 
 6.3.13
Documento
sonoro................................................................................ 20


 
 6.3.14
Partitura ............................................................................................... 20


 
 6.3.15
Documento
de
acesso
exclusivo
em
meio
eletrônico:............................. 20

7
Anexos ................................................................................................................. 21


 7.1
Anexo
1
‐
Formato
e
margens ......................................................................... 21


 7.2
Anexo
2
–
Modelos
introdutórios .................................................................... 22


 7.3
Anexo
3
‐
Formas
de
Resumo .......................................................................... 33


 7.4
Anexo
4
–
Modelo
de
Proposta
de
Dissertação ................................................ 34


 7.5
Anexo
5
–
redação
científica............................................................................ 39

1

Estas orientações cresceram a partir do trabalho de parceria com a professora Gabriele


Greggersen, quando à época elaboramos em 2003 o Manual de Dissertação do Centro de Pós-
graduação Andrew Jumper.
Cada área de estudos requer especificidades nem sempre encontradas nos manuais de
escrita de dissertação. Este manual pretende preencher esta lacuna na área de estudos
exegéticos, ao mesmo tempo em que continua a oferecer o terreno básico de onde partem
todas as construções metodológicas.
Os tópicos abordados aqui pretendem propiciar uma orientação inicial.
Recomendamos a leitura de SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho
Científico. 23a ed., São Paulo: Cortez Editora, 2007, para dados e informações mais
completos. Lembre-se de procurar sempre uma edição mais atualizada dos livros na área
metodológica, pois esta área está em constante processo de atualização.
A palavra de ordem para a escrita de um trabalho, como poderá ser percebido, é
PLANEJAMENTO. Quanto melhor você o fizer, melhor será a sua colheita dos resultados.
A prática da pesquisa, a habilidade em escrever e a apresentação formal de um
trabalho são elementos que apontam para um trabalho planejado e árduo por parte daquele
que se envolve em projetos dissertativos em qualquer nível. Entretanto, pesquisar, escrever e
apresentar um trabalho formal requer algumas palavras a mais a fim de que se perceba o que
está envolvido em cada esfera de trabalho. Vamos a cada tópico, então!
2

1 A PRÁTICA DA PESQUISA

É necessário que o estudante cultive a habilidade de identificar os livros e artigos


importantes em um dado assunto e saiba distingui-lo dos demais. Depois que a bibliografia for
anotada e comentada (cf. 7.4 – Anexo 4), é preciso peneirar mais e retirar da lista os livros
escritos em nível popular, os que estritamente não estejam bem documentados ou ainda os que
não dizem respeito à sua pesquisa.

1.1 ESCOLHENDO UM TÓPICO

1.1.1 ANOTE TODAS AS IDÉIAS

• Considere o seu interesse pessoal;


• Converse com colegas;
• Reveja suas anotações de classe;
• Leia artigos recentes em revistas em periódicos especializados.
• Veja na biblioteca qual o código de Dewey de sua área e passeie pela
biblioteca “investigando” os livros in loco;

1.1.2 QUE TIPO DE TRABALHO VOCÊ FARÁ?

• Será uma apresentação oral de 5 minutos, 30 minutos, um trabalho de 10 a


15 páginas, ou uma dissertação? Lembre-se de que você fará sua
qualificação ou defenderá seu trabalho com cerca de 30 minutos. Lembre-
se ainda que você poderá apresentar pequenas comunicações orais em
encontros, que variam entre 5 e 30 minutos.
• De quanta informação você precisa?
• Esta informação deverá ser recente?
• Que tipos de publicação você deve ler – jornais, livros, artigos de revistas
especializadas, apostilas não publicadas, revisões?
• Que formato você precisará: visual, áudio, impresso, arquivo eletrônico?
• Apresentar o seu ponto de vista é o que será necessário, ou você precisará
apenas apresentar opiniões divergentes sobre o tópico?
3
1.1.3 FAÇA UMA LISTA DE PALAVRAS PARA DEFINIR SEU TÓPICO

• Inicie declarando o tópico de sua pesquisa no formato de uma pergunta.


Exemplo: “Sob que perspectiva pode-se entender o livro de Ezequiel?”
• Reflita acerca de termos significativos, conceitos e termos que melhor
definam seu tópico. Estes termos serão importantes para que você tenha
sucesso em suas idas às bibliotecas e aos seus bancos de dados online.
• Exemplo de termos para pesquisar o tópico “Retórica e entrelaçamento no
livro de Ezequiel”:
o Ezequiel (Ezekiel)
o Entrelaçamento (Weaving)
o Retórica (Rhetorical)
o Interrupção Ezequiel (Disruptions Ezekiel)
o Repetições Ezequiel (Repetitions Ezekiel)

1.1.4 AS PRIMEIRAS, E DIFÍCEIS, INFORMAÇÕES

É muito complicado começar um trabalho sem saber muito sobre o tópico. Por isso,
um excelente lugar para começar é pela leitura do tópico em enciclopédias e dicionários
especializados. Assim você terá uma idéia panorâmica do assunto e, em geral, terá uma
bibliografia por onde começar a se debruçar. Os artigos mais recentes sobre o assunto de seu
interesse trarão, em geral, matéria bibliográfica que propiciará orientação à sua pesquisa. Isso
significa que muitas vezes trabalha-se do mais recente para trás. E lembre-se de
continuamente consultar as fontes primárias no original.

Exemplo:
Anchor bible dictionary, New York: Doubleday, c1992. 6 v.

Dictionary of biblical theology, LEON-DUFOUR, Xavier, Ed. New York: Seabury,


1973.

A dictionary of the Bible: dealing with its language, literature, and contents,
including the Biblical theology, Peabody: Hendrickson, 1988.

Dictionary of the Old testament, The IVP Bible Dictionary Series. Há um dicionário
para cada conjunto literário do Antigo Testamento, com seu próprio editor ou editores.
4

Evangelical dictionary of biblical theology, ELWELL, Walter A., Michigan: Baker


Books, c1996.

A guide to old testament theology and exegesis: the introductory articles from the
new international dictionary of old testament theology and exegesis, Michigan:
Zondervan, 1999.

New international dictionary of old testament theology and exegesis, VAN


GEMEREN, Willem, Michigan: Zondervan, c1997.

Novo dicionário de teologia bíblica. ALEXANDER, T. Desmond e ROSNER, Brian


S., São Paulo: Vida, 2009.

No caso de nosso exemplo anterior, em Ezequiel, além dos dicionários, há


comentários clássicos que podem funcionar também como uma espécie de dicionário de
iniciação:

NICOT (New International Commentary of the Old Testament), Block; NIVAC (NIV
Application Commentary), Duguid; TOTC (Tyndale Old Testament Commentary), Taylor;
além de AB (Anchor Bible), Greenberg; CC (Communicator´s Commentary), Stuart; NAC
(New American Commentary), Cooper; DSB (Daily Study Bible), Craigie, OTL (Old
Testament Library), Eichrodt; Hermeneia, Zimmerli, WBC (Word Biblical Commentary),
Brownlee & Allen, Interpretation, Blenkinsopp; Keil.

Há livros e páginas da internet nos quais você pode encontrar bibliografia específica
acerca de cada livro da Bíblia. Consulte, por exemplo, a página www.bible.org. Ali, além dos
diversos recursos oferecidos, você pode ir diretamente no link http://bible.org/article/selected-
bibliography-book-jeremiah. Assim, se você desejar verificar que bibliografia eles sugerem
para outros livros, basta copiar este mesmo link e apagar o nome jeremiah e escrever em seu
lugar outro livro de seu interesse. Ex.: http://bible.org/article/selected-bibliography-book-
jonah. As obras impressas em inglês sempre começarão com “Selected Bibliography...”.
5
1.2 APURANDO UM TÓPICO

1.2.1 REDUZINDO UM TÓPICO: QUANDO HÁ MUITA INFORMAÇÃO.

Se o seu tópico lhe parece muito extenso, considere os pontos a seguir:

• O que você já sabe sobre o assunto?


• Há um período específico no qual você deseja trabalhar?
• Há uma região geográfica sobre a qual você deveria saber mais?
• Há alguma nuança em algum termo específico sobre a qual você deveria discorrer?
• Há um aspecto particular do tópico que lhe interesse? Por exemplo, implicações
políticas nas narrativas do Antigo Testamento, influência histórica da família de
Abraão, aspectos sociológicos da Lei mosaica no judaísmo posterior, etc.

Exemplo de uma formulação ampla em demasia:

Primeiro rascunho de tópico: A pregação no Antigo Testamento (amplo demais!)

• Algum gênero específico em vista: pregação em lei, narrativa, profecia, poesia,


escritos de sabedoria?
• Abrange todo o Antigo Testamento: seria uma pesquisa sobre a validade em se pregar,
contemporaneamente, no Antigo Testamento?
• Algum evento em particular: pregação em subgêneros como as parábolas de Isaías, ou
as expressões de mineralogia nos escritos proféticos?

Revisando o rascunho de tópico acima: Como o Novo Testamento se apropriou das


parábolas da vinha em Isaías, e como elas poderiam ser utilizadas pela igreja hoje.

1.2.2 EXPANDINDO UM TÓPICO: ESTÁ FALTANDO INFORMAÇÃO!


Se o seu tópico for tão específico que lhe dificulte encontrar material que lhe diga respeito,
considere as questões a seguir:

• Você poderia acrescentar algum elemento ao seu tópico, algum aspecto que precisaria
de mais embasamento ou demonstração?
• Reflita acerca das implicações mais amplas da sua pesquisa.
• Que outros assuntos estão associados ao seu tópico?

Exemplo:
6
Primeiro rascunho de tópico: Qual o efeito retórico pretendido pelo termo halam na oração
de Ezequias em Isaías 38.16? (muito específico!)

• Discurso: considerar a ampliação do discurso para a análise.


• Ampliação do foco: importância nos capítulos considerados históricos, no livro de
Isaías, ou considerar o efeito retórico para os leitores do segundo Templo?
• Algum grupo específico em vista: os judeus do segundo Templo, os judeus do século
oitavo a.C., a igreja?

Revisando o rascunho de tópico acima: A intertextualidade como chave para entender


halam como sonho na oração de Ezequias 38.16.

1.3 MAIS DICAS PARA REFINAR A PRÁTICA DA PESQUISA

1.3.1 DICAS PARA AFUNILAMENTO

A seguinte seqüência pode ser útil no processo de afunilamento do tópico e posterior


elaboração da introdução do trabalho final:

Assunto: Deve ser expresso em duas ou três palavras (bibliografia: obras gerais)
Tópico: Uma frase curta que delimita o assunto (obras mais específicas)
Ex: “Meu tópico é a investigação da intertextualidade como chave
de leitura de Obadias.”
Pergunta
Problema: Uma questão pertinente ao tema: “Qual o critério para afirmar a
integridade essencial do livro de Obadias?”
Três questões básicas podem servir para avaliar a qualidade de
uma pergunta-problema:
• É relevante? (não estaria o tema demasiadamente desgastado,
enviesado ou massificado? Qual a sua real contribuição?)
• É verificável? (há bibliografia suficiente disponível na área? Há
redundância? O campo está bem delimitado?)
• É refutável? (os pressupostos estão bem explicitados? Há viés na
pergunta? Ela admite a negação, crítica e discordância?)
Hipótese
(opcional): Qual a resposta que se sugere logo de início para o problema levantado.
7
Esta hipótese, se levantada (método hipotético-dedutivo), deve ser
retomada nas conclusões finais, em que se deve perguntar até que ponto
houve ou não confirmação. Ex: “Aspectos intertextuais, especialmente
em Joel e Jeremias, apontam para a unidade do livro” (lembrar que uma
relação literária nem sempre comprova uma relação cronológica.
Objetivos a serem
alcançados: Além dos itens anteriores, é preciso dar destaque na redação final aos
objetivos, permitindo à banca aferir, por meio das considerações finais,
se os objetivos foram alcançados.

1.3.2 TRABALHANDO PROATIVAMENTE


Uma vez que você se inscreveu em uma das linhas de pesquisa da Teologia (exegética
no nosso caso), logo perceberá a necessidade de selecionar e estreitar um tópico viável de
investigação.
De um modo simplificado, entretanto, diria que o aspecto mais importante para
selecionar e estreitar um campo de estudo é a sua motivação. É ela que definirá sua pergunta-
problema orientadora. Esse ponto de partida deve ser levado em consideração em todo o seu
processo de estudos. São diversas disciplinas que você cursará. Cada monografia de
disciplina terá de 4 a 5 mil palavras (contado somente o conteúdo), além de outras exigências
que podem incluir leituras supervisionadas, seminários, resenha crítica e prova.
Uma vez que devem ser apresentadas diversas monografias de disciplina, será muito
importante que você concentrasse seus esforços em direção ao seu alvo de pesquisa. Assim,
ao envolver-se na tarefa de escrever cada monografia das diversas disciplinas, considere como
cada uma delas vai auxiliá-lo no desenvolvimento posterior de sua dissertação. Lembre-se de
associar o seu interesse pelo tema com a necessária imparcialidade e objetividade que um
trabalho escrito de investigação exige.
A importância de procurar realizar a pesquisa com foco cada vez mais estreito
justifica-se porque não se está apenas aprendendo a metodologia da pesquisa em cada
disciplina; nessa prática o aluno está desenvolvendo o seu senso crítico e investigativo,
habilidades de comparação, equilíbrio e senso de proporção. Essas qualidades somente podem
ser adquiridas com muita leitura e reflexão.
8
1.3.3 METODOLOGIA DE LEITURA
Cada pessoa adota um procedimento para tomar notas de leitura. Entretanto, certas
recomendações ainda se fazem necessárias. A regra de ouro é registrar os apontamentos
sempre da mesma forma. Por outro lado, é importante que você conheça várias técnicas de
leitura (sublinha, métodos hermenêuticos indutivos, etc).
Uma leitura apenas não é suficiente para um estudo mais aprofundado; pelo menos,
não da bibliografia primária. Portanto, prepare-se para reler um mesmo material até que você
considere que entendeu o ponto de vista do autor.
Alguns escrevem em folhas soltas, outros utilizam fichas e há ainda os que anotam
diretamente no computador. O mais importante é que as notas sejam consistentes e registradas
com cuidado. Lembre-se de que suas anotações devem permitir ser estruturadas
posteriormente em um esboço coerente com o assunto de seu interesse na pesquisa. Nas
anotações bibliográficas, procure estabelecer pelo menos uma frase explicativa que permita o
uso dessa nota posteriormente. Procure escrever um ou, no máximo, dois parágrafos em cada
ficha ou folha, e em apenas um dos lados. Isto certamente o obrigará a trabalhar pela concisão
e pela objetividade. Se você fizer o fichamento, ou seja, autor, título, lugar da publicação,
editora e data, procure fazê-lo já no formato bibliográfico padronizado pela ABNT, conforme
indicado posteriormente neste trabalho. Isso lhe poupará muito trabalho à frente.
É importante considerar neste tópico a importância da citação. Algumas perguntas
devem ocupar a sua mente no seu processo de tomar notas:
• Devo citar esta nota ou não?
• O que é melhor para o meu trabalho? Uma citação indireta ou paráfrase, uma
análise, ou ambos?
• Em que medida estou utilizando a fraseologia da fonte consultada?
Estas são questões importantes, pois em poucos meses, se a anotação não tiver sido
tomada apropriadamente, você não saberá se são suas as palavras ou se pertencem a outras
fontes. Você pode criar uma legenda para a distinção. O processo da pesquisa envolve a
habilidade de interagir analítica, crítica e sabiamente com um documento, em lugar de apenas
reproduzi-lo.

1.3.4 REUNINDO NOTAS


Em todo o processo de pesquisa as anotações devem ser reunidas (e não deixe de lado
os insights) com uma pergunta sempre em mente: “Como isso se articula com o restante?” O
esboço preliminar de cada capítulo da dissertação ou monografia depende de algumas
9
medidas simples. Uma delas é ter em vista sempre a pergunta-problema na sua versão mais
recente. Outra é a constante avaliação dos limites do tópico.
O esboço de cada capítulo deve surgir do próprio material pesquisado – sendo o texto
grego ou hebraico sua fonte primária de trabalho –, considerando a orientação cronológica ou
fluxo lógico que suas notas apresentarão. De qualquer forma, a pergunta “como esse material
pode ser mais bem organizado?” deve ser uma constante nas suas considerações pessoais.
O esboço preliminar de cada capítulo é de extrema importância para dar direção ao
andamento do trabalho. Pode-se perceber, antes de chegar ao final, a necessidade de promover
algum tipo de alteração de rota, ou até mesmo a supressão ou a mudança completa de
abordagem, desde a pergunta-problema. O esboço é uma espécie de declaração sintética de
uma hipótese que ainda está sendo analisada. Esse trabalho inicial será importante para o
relacionamento harmonioso com seu orientador, pois tornará mais simples discutir e
amadurecer o trabalho.
Não se esqueça de encaminhar um pedido oficial à Câmara de Pós-graduação do CPAJ
pelo e-mail: pos.teo@mackenzie.com.br solicitando um orientador (após obter aprovação na
quantidade de créditos requeridos). À medida que o esboço se expande as notas reunidas vão
sendo naturalmente articuladas e postas em seu devido lugar ou capítulo.
10

2 A HABILIDADE EM ESCREVER

2.1 REDAÇÃO CIENTÍFICA

Escrever bem é uma tarefa difícil que exige raciocínio, capacidade de organizar os
pensamentos e muita concentração, tanto quanto leitura. O texto, na verdade, tem a função de
expressar as suas idéias na sua ausência.

No momento de escrever, a habilidade adquirida com a prática é o fator mais


importante. Isto significa que não adianta, de um dia para o outro, ou à véspera do vencimento
dos prazos, querer produzir textos brilhantes. A habilidade em escrever bem é obtida através
da prática e da leitura cuidadosa.

A melhor forma de escrever o primeiro parágrafo é iniciar a discussão envolvendo-se


com outros escritores naquele campo específico. Assim, é preciso que se esteja preparado para
observar, conceber, desenvolver e exprimir idéias com desenvoltura e conhecimento.

Submeta sempre a redação definitiva a um ou mais revisores. Poucos dominam o


português ou outra língua estrangeira perfeitamente. Sobre esse assunto de “boa revisão”
recomendamos o texto do prof. Rogério Lacaz-Ruiz, Notas e Reflexões sobre Redação
Científica, disponível em http://www.hottopos.com.br/vidlib2/notas.htm (acessado em
20.10.2009, e transposto para o Anexo 5 deste trabalho).
11

3 A APRESENTAÇÃO FORMAL

A apresentação formal tem como base as orientações pelas normas da ABNT para
trabalhos científicos.

3.1 DIAGRAMAÇÃO
Alinhamento à esquerda e fonte Times New Roman, tamanho 12 (recomendada).
Itálicos somente para palavras estrangeiras ou para ênfases. Evita-se o negrito, exceto para
título de obras nas referências bibliográficas e palavras em maiúsculas.

3.2 FORMATO
• Papel A4.
• Cor da fonte: preta.
• Tamanho 12.
• Margens: esquerda e superior: 3 cm; direita e inferior 2 cm.
• Espaçamento 1,5.
• Espaçamento das notas: simples (as notas serão na fonte Times New Roman,
tamanho 11).
• Títulos alinhados à esquerda.
• Somente títulos e subtítulos da parte do desenvolvimento são numerados.
• As páginas devem ser numeradas seqüencialmente a partir da Introdução, em
algarismos arábicos, no canto superior direito, sem traços, pontos ou
parênteses. A numeração das páginas preliminares (a partir da página de rosto
até a última folha antes do texto) é opcional. Caso sejam numeradas, utilizar
algarismos romanos representados por letras minúsculas (i, ii, iii, iv, etc.). Em
se fazendo tal opção, a página de rosto (página i) não deve ser numerada,
iniciando-se a numeração na página seguinte (página ii).
Havendo anexos, suas páginas devem ser numeradas de maneira contínua e sua
paginação deve dar seguimento à do texto principal. A numeração alfabética
ou romana deve ser evitada.
• Antes de cada título novo (não subtítulo), inserir uma quebra de página.
• Os títulos das subseções devem ser separados do texto que os precede ou que
os sucede por dois espaços duplos.
12

3.3 ESTRUTURA
A estrutura do trabalho científico deve apresentar as seguintes etapas:

Elementos Elemento
Capa
Errata (opcional)
Folha de rosto – No verso constar Ficha Catalográfica
conforme código de catalogação anglo-americano
Folha de aprovação
Epígrafe (opcional)
Dedicatória (opcional)
Pré-textuais Agradecimentos (opcional)
Sumário
Lista de ilustrações (opcional)
Lista de tabelas (opcional)
Lista de abreviaturas e siglas (opcional)
Lista de Símbolos (opcional)
Resumo na língua vernácula
Resumo em língua estrangeira (opcional)
Introdução
Textuais Desenvolvimento
Conclusão
Referências (obrigatório)
Abstract (resumo em inglês) opcional para alguns
tipos de trabalho
Pós-textuais
Glossário (opcional)
Apêndice(s) (opcional)
Anexo (s) (opcional)

Esses critérios devem ser utilizados para a realização das monografias solicitadas em
cada curso. Para trabalhos de peso acadêmico (dissertações de mestrado e teses de doutorado)
ou para alguns tipos de projetos de qualificação, os elementos textuais ficam como mostrado
abaixo:

Introdução
Revisão da literatura
Material e método
Textuais
Resultados
Discussão dos resultados
Conclusão
13

3.3.1 SUMÁRIO
Inclui todos os títulos e páginas, exceto o título do estudo, a página em branco,
dedicatória, agradecimentos e a epígrafe. Não paginado. Formato e conteúdo dos itens
idênticos ao do corpo do texto. Usar o “inserir índice” automático do seu editor de texto, se
ele tiver esta facilidade. Seguir o modelo da última página.

3.3.2 INTRODUÇÃO

Nessa parte o autor fará uma apresentação geral do trabalho. Aqui deve estar incluído:

• Justificativa do tema escolhido, destacando sua relevância.


• Definições iniciais, quando se fizer necessário, sucintas e objetivas acerca do
tema abordado;
• Relacionamento do trabalho com outros da mesma área;

A proposição pode ser apresentada aqui. Para efeitos de organização, entretanto, a


Introdução pode ser dividida em 1.1 Justificativa e 1.2 Hipótese de trabalho. O pontos acima
referem-se à justificativa. A hipótese de trabalho lida com os seguintes aspectos:

• Delimitação precisa das fronteiras da pesquisa em relação ao campo e períodos


abrangidos;
• Esclarecimentos sobre o ponto de vista sob o qual o assunto será tratado;
• A proposição, da forma mais clara e direta possível, sobre o que você pretende
defender neste trabalho

Lembre-se de que deve ficar clara qual seja a pergunta-problema central. O texto da
introdução, ademais, deve refletir fielmente os capítulos do desenvolvimento. Esta é a parte
mais difícil de ser escrita. Por esta razão, no começo do trabalho a introdução é apenas um
rascunho. Sua redação deve ser elaborada depois que todo o restante do trabalho estiver
redigido.

3.3.3 REVISÃO DA LITERATURA


É a apresentação do histórico e evolução acadêmica do principal assunto do trabalho,
através das citações e de comentários sobre a literatura considerada relevante e que serviu de
base à investigação. Todos os autores citados na revisão de literatura ou em qualquer das
partes do trabalho deverão constar da listagem final das Referências Bibliográficas.
14
3.3.4 MATERIAL E MÉTODO

É a descrição precisa dos métodos de abordagem e materiais utilizados, de modo a


permitir a avaliação por outros pesquisadores. Novas técnicas devem ser descritas com
detalhes; entretanto, se os métodos empregados já forem conhecidos, será suficiente a citação
de seu autor. A especificação e origem do material utilizado poderão ser dadas no próprio
texto ou em nota de rodapé. Em geral, o método utilizado na área exegética é uma pesquisa
bibliográfica, uma análise crítica ou uma análise comparativa.

3.3.5 RESULTADOS

É a apresentação, em ordem lógica, dos resultados obtidos, sem interpretações


pessoais. Aqui, o que interessa é mostrar a contribuição de cada capítulo na construção do
argumento. Podem ser acompanhados por gráficos, tabelas, mapas e figuras.

3.3.6 DISCUSSÃO

Neste capítulo, os resultados da pesquisa são analisados e comparados com os já


existentes sobre o assunto na literatura citada. São discutidas suas possíveis implicações,
significados e razões para concordância ou discordância com outros autores. A discussão deve
fornecer elementos para as conclusões.

3.3.7 CONCLUSÃO

Deve ser fundamentada nos resultados e na discussão, contendo deduções lógicas e


correspondentes, em número igual ou superior aos objetivos propostos. Refere-se à
introdução, fechando-se sobre o início do trabalho. Apresenta considerações finais que
retomam objetivos, pergunta central e subperguntas, avaliando até que ponto foram
respondidas e que outras pesquisas poderiam dar continuidade a esta.

3.3.8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Aqui serão alistadas todas as obras utilizadas em sua pesquisa.
4 ESTILO

4.1 ÊNFASE
Para dar ênfase, deve-se utilizar itálicos e não sublinhado ou negrito. Palavras
estrangeiras e títulos de publicações também devem ser italicizados. Numa citação, ao dar
15
uma ênfase que não se encontra no original, acrescentar na nota bibliográfica “minha ênfase”
ou algo semelhante.

4.2 LÍNGUAS ORIGINAIS


Citações do grego, hebraico e aramaico devem ser feitas nos alfabetos originais (sem
transliteração), digitadas ou à mão. Os termos e citações em língua estrangeira devem ser
preferencialmente traduzidos. Se não o forem (por serem amplamente conhecidos ou
intraduzíveis), deve-se italicizá-los.

4.3 PRONOMES REFERENTES A DEUS


Os pronomes “ele”, “seu”, “sua”, etc. não devem ter inicial maiúscula, em
consonância com as normas da gramática portuguesa.

4.4 LINGUAGEM SUBJETIVA


A linguagem subjetiva (primeira pessoa do singular), coloquial (informal), ou
devocional (própria de um sermão, estudo bíblico ou oração) deve ser evitada.

4.5 REFERÊNCIAS BÍBLICAS


Devem ser colocadas no texto principal e não em notas de rodapé. Quando a referência
for somente ao livro, colocar o nome completo. Se houver capítulo e versículo, utilizar as
abreviaturas de duas letras, apresentadas no índice da versão da Bíblia Almeida Revista e
Atualizada (ver anexo). Por exemplo: Gn 20.5; 2 Cr 1.7; 1 Ts 2.10; Ap 10.1; Jd 5.

4.6 COMPATIBILIDADE
É imprescindível que o texto apresente um uso correto da gramática portuguesa e uma
linguagem e estilo compatíveis com um trabalho acadêmico.

4.7 CASOS OMISSOS


Nas situações não cobertas por estas normas, devem ser observados os critérios
propostos pela ABNT (http://www.abnt.org.br).
16

5 CITAÇÕES
As citações podem ser diretas e indiretas.

5.1 CITAÇÃO DIRETA


Deve ser reproduzida exatamente como se encontra no original. Caso contenha um
erro tipográfico, ortográfico ou gramatical, ou ainda uma informação curiosa ou errônea,
deve-se utilizar o termo sic entre colchetes. Se o texto original for em outra língua, deve-se
traduzi-lo, colocando-se, caso necessário, o original numa nota de rodapé. Quando o próprio
autor traduzir a citação, deve incluir na nota de rodapé: “minha tradução”.Quanto à extensão,
as citações diretas podem ser de dois tipos:

5.1.1 NO CORPO DO TEXTO


Quando ocupam até três (3) linhas elas são sempre colocadas no fluxo da redação,
destacadas entre aspas. Citações dentro de citações devem ser identificadas por aspas
simples(‘’). Se estiverem numa citação em bloco (indentadas), recebem aspas normais.

5.1.2 INDENTADAS
Se o texto ocupar mais de três linhas, a citação deve ser toda indentada (em bloco ou
justificada), com espaço único, sem aspas e em corpo menor.

5.2 CITAÇÕES SINTÉTICAS


Também chamadas de indiretas, que não transcrevem literalmente as palavras de
outrem, mas reproduzem fielmente as suas idéias. Estas citações também devem ser
identificadas.
17

6 REFERÊNCIAS
As referências podem ser de dois tipos:

6.1 DE RODAPÉ
Podem ser bibliográficas (obrigatórias) ou de comentários, esclarecimentos ou
observações que não couberam no fluxo do texto ou são secundárias (evitar).

6.2 DE FIM DE TEXTO


Trata-se das referências bibliográficas completas. Se o autor é mencionado numa
citação indireta, basta acrescentar a data da obra entre parêntesis; sendo mencionado numa
citação direta, cita-se a data da obra, seguida de vírgula e da página entre parênteses. Caso o
autor não seja especificado, mas somente suas idéias ou palavras, explicita-se o autor, a data
da obra e a página em nota de roda-pé. Deve-se apresentar referência completa na primeira
citação direta1. Nas seguintes consecutivas, usa-se idem, id ou mesmo autor, em caso de
mesmo autor ou ibidem, na mesma obra ou ibid., no caso de mesma obra. Outras abreviações
usadas: passim (em diversas passagens), loc cit. (no lugar citado), cf. (confira, conforme), et
seq (e o que se segue), apud (citado por).
As referências, tanto de fim de texto, quanto de notas de rodapé, são alinhadas à
esquerda, em espaço simples, e duplo entre uma e outra. Não se usa parágrafo nas notas de
rodapé, que são numeradas com dígitos algébricos.
Quando existir mais de um autor, pode-se colocar somente o primeiro, acrescido de et
al. É preciso indicar o autor ou autores organizadores (org.), editores (ed.) ou coordenadores
(coord.). Em caso de autoria desconhecida, citar o título com letras maiúsculas no início. Os
subtítulos dos títulos das obras devem aparecer conforme o original, mas não levam negritos.
A cidade de origem deve ser escrita por extenso, acrescida da sigla do Estado, em caso de
ambigüidade ou desconhecimento. Em caso de falta de data, indicar s.d.; e de falta de local,
s.i. entre colchetes. Os meses de periódicos devem ser abreviados.

1
Exemplo: FARIA, José Eduardo (org.). Direitos humanos, direitos sociais e justiça. São Paulo: Malheiros,
1994.
18

6.3 MODELO DE REFERÊNCIAS

6.3.1 OBRA DE REFERÊNCIA


IBCT, Manual de normas de editoração do IBICT, 2a. ed. Brasília, DF, 1993.

6.3.2 LIVRO
GOMES, Luiz G. Novela e Sociedade no Brasil. 2a ed., Niterói: EdUFF, 1998.
Tradutor, número de páginas e série são opcionais, sendo acrescentados, somente se o autor
considerar a informação relevante. O número da edição é mencionado somente da 2a. ed. em
diante.

6.3.3 LIVRO EM MEIO ELETRÔNICO


KOOGAN, André; HOUAISS, Antônio (ed) Enciclopédia e Dicionário Digital 98.
Direção geral de André Koogan. São Paulo: Delta: Estadão, 1998. 5 CD ROM.
ALVES, Castro. Navio Negreiro.: Virtual Books, 2000. Disponível em
<http://www.terra.com.br/virtualbooks/freebook/port/Lport2/navionegreiro.htm>. Acesso em:
10 jan. 2002.
Se não constar ou o autor não conseguir descobrir a fonte original, citar somente o
autor, título, disponibilidade do endereço eletrônico e a data de acesso.

6.3.4 PARTE DE LIVRO


ROMANO, Giovanni. Imagens da Juventude na Era Moderna. Em: LEVI, G.;
SCHMIDT, J (org) História dos Jovens 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 7-16.

6.3.5 PARTE DE DOCUMENTO EM MEIO ELETRÔNICO


SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Tratados e organizações
ambientais em matéria de meio ambiente. Em: ___. Entendendo o meio ambiente. São Paulo,
1999, v.1. Disponível em: <http://www.bdt.br/sma/entendendo/atual.htm>. Acesso em: 8 mar.
1999.

6.3.6 ARTIGO E/OU MATÉRIA EM PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS


AS 500 maiores empresas do Brasil. Conjuntura Econômica. Rio de Janeiro, v.38, n.
9, set. 1984. Edição Especial.
COSTA, V.R. À margem da lei. Em Pauta, Rio de Janeiro, n.12, p. 131-148, 1998.
GURGEL, C. Reforma do Estado e segurança pública. Política e Administração.
Rio de Janeiro, Ano 1, n. 1, p. 18-23, ago/dez., 1997.
19
SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro, nov. 1998. Seção Ponto
de Vista. Disponível em <http://www.brazilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm>. Acesso
em: 28 nov. 1998.

6.3.7 ARTIGO OU ENCARTE DE JORNAL


NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo, São Paulo, 28 jun.
1999. Folha de Turismo, Caderno 8, p. 13.
LEAL, L. N. MP fiscal com autonomia total. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, p. 2,
12 jan. 2002.
KELLY, R. Electronic publishing at APS: its not just online journalism. APS News
Online, Los Angeles, nov., 1996. Disponível em:
<http://www.aps.org/apsnews/1196/11965.html>. Acesso em: 25 nov. 1998.

6.3.8 TRABALHO APRESENTADO EM EVENTO


GUINCHO, M.R. A educação à distância e a biblioteca universitária. Em:
SEMINÀRIO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 10, 1998, Fortaleza: Anais...
Fortaleza: Tec Treina, 1998. 1 CD-ROM.
SILVA, R. N. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade total na educação.
Em II CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4, 1996, Recife. Anais
eletrônicos... Recife: UFPe, 1996. Disponível em:
<http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais/educ/ce04htm> Acesso em:21 jan. 1997.

6.3.9 LEGISLAÇÃO
SÃO PAULO (Estado). Decreto no. 42.822, de 20 de janeiro de 1998. Lex: coletânea
de legislação e jurisprudência, São Paulo, v. 62, n. 3, p. 217-220, 1998.
BRASIL, Lei no. 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a legislação tributária
federal. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 dez. 1999.
Disponível em <http://www.in.gov.br/mp_leis/leis_texto.asp?Id=LEI%209887 >. Acesso em:
22 dez. 1999.

6.3.10 FILMES
OS PERIGOS do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos de Andrade. São Paulo:
CERAVI, 1983. 1 videocassete.

6.3.11 IMAGEM DE MEIO ELETRÔNICO


GEDDES, Anne. Geddes135.jpg. 2000. Altura: 432 pixels. Largura: 376 pixels. 51
Kb. Formato JPEG. 1 disquete, 5 ¼ Pol.
20
6.3.12 DOCUMENTO CARTOGRÁFICO
INSTITUTO GEOGRÀFICO E CARTOGRÁFICO (São Paulo, SP). Regiões de
governo do Estado de São Paulo. São Paulo, 1994. 1 atlas. Escala 1:2:000.
Se disponível em meio eletrônico, indicar endereço e data de acesso.

6.3.13 DOCUMENTO SONORO


SILVA, Luiz Inácio Lula da. Luiz Inácio Lula da Silva: depoimento (abr. 1991).
Entrevistadores: V. Tremel e M. Garcia. São Paulo: SENAI-SP, 1991. 2 cassetes sonoros.
Entrevista concedida ao Projeto Memória do SENAI-SP.
Em caso de CD ou disco, indicar o meio sonoro e a faixa, se houver.

6.3.14 PARTITURA
BARTÓK, Bela. O mandarim maravilhoso. Wien: Universal, 1952. 1 partitura.
Orquestra.

6.3.15 DOCUMENTO DE ACESSO EXCLUSIVO EM MEIO ELETRÔNICO:


MICROSOFT Project for Windows 95. Version 4.1. (S.I.): Microsoft Corporation,
1995. 1 CD-ROM.
AVES do Amapá: banco de dados. Disponível em
<http://www.bdt.org/bdt/avifauna/alves>. Acesso em: 30 de maio 2002.
21

7 ANEXOS

7.1 ANEXO 1 - FORMATO E MARGENS

Margem superior: 3 cm

Margem esquerda: 3 cm Margem direita: 2 cm

Margem inferior: 2 cm
22
7.2 ANEXO 2 – MODELOS INTRODUTÓRIOS
Modelos de capa, folha de rosto, verso da folha de rosto, folha de aprovação, folha de
dedicatória, epígrafe, agradecimento, folha de resumo em vernáculo, folha de resumo em
língua estrangeira e folha de sumário.
23

CENTRO PRESBITERIANO DE PÓS-GRADUAÇÃO


ANDREW JUMPER
TEOLOGIA EXEGÉTICA

A INFLUÊNCIA DA FILOSOFIA PLATÔNICA NA


INTERPRETAÇÃO DE GÊNESIS

ROSANGELA ALVES DE MATOS

SÃO PAULO
2009
24

ROSANGELA ALVES DE MATOS

A INFLUÊNCIA DA FILOSOFIA PLATÔNICA NA


INTERPRETAÇÃO DE GÊNESIS

Monografia apresentada ao Centro Presbiteriano


de Pós-graduação Andrew Jumper como parte
dos requisitos para obtenção do título de Mestre
em Teologia.

Orientador: Daniel Santos

SÃO PAULO
2009
25

M515 Matos, Rosangela Alves


A influência da filosofia platônica na interpretação
de Gênesis / Rosangela Alves de Matos.
– São Paulo, 2009.
95 f.; 30 cm.

Orientador: Daniel Santos

Dissertação (Mestrado em Teologia, Novo Testamento) –


Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper, 2009.

Bibliografia: p. 84-94.

1. Hermenêutica. 2. Crítica textual. I. Título.

CDD 362.7897

Localizada no verso da página de rosto e na parte inferior da mesma. Busque a ajuda


do profissional bibliotecário, objetivando a padronização das entradas de autor, orientador e
definição dos cabeçalhos de assunto a partir de índices de assuntos reconhecidos
internacionalmente.
26
ROSANGELA ALVES DE MATOS

Monografia apresentada ao Centro Presbiteriano


de Pós-graduação Andrew Jumper como parte
dos requisitos para obtenção do título de Mestre
em Teologia.

Orientador: Daniel Santos

Aprovada em outubro de 2009

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________
Prof. Daniel Santos – Orientador
Doutor em Teologia

_________________________________________________________
Prof. Mauro Meister
Doutor em Literatura

_________________________________________________________
Prof. Tarcizio Carvalho
Doutorando em Teologia

São Paulo
2009
27

Ao meu marido e filhos, uma homenagem


como recompensa pela paciência e apoio
para que este trabalho se concretizasse. A
grandeza de alma de vocês é inestimável.
28

Não procuro entender a fim de que possa


crer, mas creio a fim de entender. Pois
isso creio — a menos que eu creia não
entenderia.
(Anselmo, Proslógio)
29

AGRADECIMENTOS

A Deus, fonte de toda sabedoria.

A Daniel Santos, minha gratidão por ter sido orientador persistente, que, com
diretrizes seguras e constante acompanhamento e incentivo, me aceitou com todas as
minhas restrições e me fez concluir esta empreitada.

Ao Dr. Mauro Meister e Tarcizio Carvalho, pelos comentários e sugestões apontados


no decorrer do exame de qualificação.

À minha família que sempre colaborou e me incentivou em vários momentos de minha


vida tão atribulada, fazendo-me repensar e prosseguir.
30

RESUMO

Quem são os pais da igreja e quais as implicações da sua cosmovisão para a educação? Este
primeiro artigo de uma futura série dedicada à filosofia da educação dos pais da igreja
concentra-se na importância destes documentos para a construção da identidade dos cristãos
através da compreensão ampliada da história e da cosmovisão cristã . O artigo procura
evidenciar o fato de que a contribuição destes autores não se limita absolutamente ao
cristianismo, mas diz respeito à educação de todo o mundo ocidental cristão. Pretende-se
assim ainda resgatar a forte associação que os Pais da Igreja estabeleciam entre educação e
ética. Procuramos demonstrar neste e nos próximos artigos que, embora a filosofia da
educação usualmente não seja explícita nos documentos do cristianismo primitivo, ela se
encontra subjacente a praticamente todos. A modo de conclusão, sumarizam-se os princípios
educacionais comuns ao legado dos Pais da Igreja e que podem ser considerados importantes
para o educador cristão da atualidade.

Palavras-chave: Filosofia da educação, Teologia da educação, patrística, ética, cosmovisão

O resumo é a condensação do trabalho, enfatizando-se seus pontos mais relevantes.


Deve ser desenvolvido, apresentando de forma clara, concisa e direta, a informação referente
aos objetivos, metodologia, resultados e conclusões do trabalho. O título RESUMO deve estar
centralizado, letras maiúsculas, fonte 14, em negrito. O texto será apresentado três espaços
abaixo do título, em espaço simples de entrelinhas, sem parágrafo. O resumo deverá conter até
500 palavras e é um elemento obrigatório.

Deve ser precedido de referência bibliográfica do autor e elaborado de acordo com a


Norma ABNT/NBR-6028.

O resumo redigido na língua original do trabalho precede o texto, mas a tradução para
o inglês, o "Abstract", deve ser inserido logo após o texto, antes da lista de referências
bibliográficas. Quanto a outras formas de resumo, veja o Apêndice C.
31
ABSTRACT

This article deals with contemporary approaches to biblical interpretation. Silva starts with a
description of key developments in hermeneutics in the twentieth century and an analysis of
the historical-critical method. He then evaluates the modern concept of the text as
autonomous (detached from authorial intention) and the role of the reader in interpretation, as
stressed in contemporary interpretation. The last section deals with authorial intent, which for
Silva should not be identified with the author’s intent in an exclusive and absolute fashion. He
concludes by saying that those scholars who challenge the determinacy and objectivity of
meaning go on in their daily lives assuming that interpretation is both possible and essential;
also, that the objective reality of communication is not undone by one’s reaction; that the
reality and effectiveness of communication is a reflection of God’s own speaking; and that
God’s purpose in communicating his message to us cannot be thwarted by human weakness.

Keywords: Hermeneutics, Interpretation, Historical-critical method, objectivity

O resumo deve ser, necessariamente, apresentado em pelo menos mais um idioma


além do original utilizado na língua vernácula. Deste modo temos, em inglês: ABSTRACT;
em espanhol, RESUMEN; em francês, RÈSUMÉ, por exemplo.
32

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
2 HISTÓRIA DA INTERPRETAÇÃO: UM RÁPIDO PERFIL........................ 15
3 A METODOLOGIA ATUAL.............................................................................. 23
3.1 MÉTODO: UMA DISCUSSÃO PERENE ............................................................ 23
3.2 O PAPEL DO INTÉRPRETE ................................................................................ 32
3.3 ASPECTOS TRANSVERSAIS NA INTERPRETAÇÃO .................................... 36
3.3.1 Aspectos técnico-científicos ................................................................................... 37
3.3.2 Aspectos teológicos ................................................................................................ 40
3.3.3 Aspectos históricos ................................................................................................. 43
3.3.4 Aspectos filosóficos ................................................................................................ 49
4 A FILOSOFIA PLATÔNICA COMO OBJETIVO
DESSE TRABALHO ........................................................................................... 53
4.1 O ENSINO FILOSÓFICO ..................................................................................... 54
4.2 AS DIFICULDADES EM ALGUMAS RESPOSTAS.......................................... 60
4.3 OS PROCEDIMENTOS CORRETIVOS .............................................................. 61
5 O PERFIL DO INTÉRPRETE À LUZ DA REJEIÇÃO
À ESCOLA PLATÔNICA................................................................................... 64
6 A NOVA ACADEMIA E SUA PROPOSTA ..................................................... 93
6.1 ATUALIZAÇÃO DAS LEITURAS ...................................................................... 95
6.2 UMA PROPOSTA CONCRETA........................................................................... 99
7 CONCLUSÃO .................................................................................................... 112
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 124
ANEXOS ............................................................................................................. 130
APÊNDICES....................................................................................................... 135
33

7.3 ANEXO 3 - FORMAS DE RESUMO

O resumo consiste na redução de um texto, demonstrando de forma concisa a


mensagem e as informações fundamentais nele contidas. Resumir um texto representa
sintetizá-lo. Há vários tipos de resumo, de acordo com seu objetivo:

RESENHA Trata-se de um trabalho escolar e/ou acadêmico, que resume as idéias de um livro,
filme, palestra, reunião, etc. e que se destina à avaliação de um curso ou publicação
em revista técnica.

RESENHA 1. Referência bibliográfica


CRÍTICA Escrever a referência bibliográfica completa da obra resenhada.
ROBERTSON, O. Palmer. Terra de Deus: o significado das terras bíblicas para os
planos e propósitos de Deus. 1ª ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1998. 175 pp.

2. Apresentação do autor da obra


Em alguns casos é importante situar o local e ocasião de nascimento. Em todos os
outros será importante comentar a formação acadêmica, pessoas que exerceram
influência teórica (ou escolas de pensamento) sobre sua obra e fatos que teriam
marcado sua vida e forma de pensar.

3. Perspectiva teórica da obra


Toda obra escrita se insere em uma determinada perspectiva teórica. É importante
saber a que tradição/escola teórica pertence o autor da obra que se está analisando,
pois isso permite compreender a forma como está organizada, bem como a lógica da
argumentação utilizada.

4. Breve síntese da obra


Antes de começar a análise de uma obra é muito importante procurar ter uma visão
panorâmica dela; isso pode ajudar a visualizar o começo, o meio e o fim da obra,
permitindo saber de onde parte e para onde vai o autor na sua argumentação; esta
parte da resenha (e somente esta) pode ser feita na forma de um esquema.

5. Principais teses desenvolvidas na obra


Depois de tudo preparado é hora de analisar o conteúdo da obra; o objetivo é traçar
as principais teses do autor, e não resumir a sua obra (resenha não é resumo); é
preciso ler com muita atenção para se apreender o que é fundamental no
pensamento do autor.

6. Apreciação crítica da obra


Depois de apresentar e compreender o autor e sua obra pode-se traçar alguns
comentários pessoais sobre o assunto; embora os comentários sejam pessoais, não
devem ser de exagerada subjetividade (achei a obra legal...), mas uma opinião
pessoal ancorada em um argumento fundamentado academicamente.

PAPER É a síntese de uma comunicação oral prevista em um evento científico (seminário,


simpósio, encontro, etc.), apresentando resultados de uma pesquisa, que é enviada
previamente aos organizadores. Ao final do evento, o texto completo (comunicação)
é entregue para posterior publicação nos anais do evento.

COMUNICAÇÃO É o relatório do que foi efetivamente dito no evento e anunciado no paper,


geralmente destinado à publicação posterior nos anais.

FICHAMENTO Resumo informativo de uma publicação escrita numa ficha, com o intuito de facilitar a
consulta e o levantamento bibliográfico a respeito de determinado assunto ou para
organização de biblioteca pessoal.
34

7.4 ANEXO 4 – MODELO DE PROPOSTA DE DISSERTAÇÃO


Considera-se dissertação de mestrado o trabalho supervisionado que demonstre
capacidade de sistematização da literatura existente sobre o tema tratado e capacidade de
utilização dos métodos e técnicas de investigação científica.
As informações necessárias para a proposta de dissertação já foram discutidas no
corpo deste trabalho, sendo apenas transcritas para maior clareza. Espera-se que essa proposta
de dissertação tenha entre 8 e 12 páginas, incluindo todas as partes.
35

CENTRO PRESBITERIANO DE PÓS-GRADUAÇÃO


ANDREW JUMPER
TEOLOGIA EXEGÉTICA

A INFLUÊNCIA DA FILOSOFIA PLATÔNICA NA


INTERPRETAÇÃO DE GÊNESIS

ROSANGELA ALVES DE MATOS

SÃO PAULO
2009
36

ROSANGELA ALVES DE MATOS

A INFLUÊNCIA DA FILOSOFIA PLATÔNICA NA


INTERPRETAÇÃO DE GÊNESIS

Proposta de dissertação apresentada ao Centro


Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper
para a obtenção do título de Mestre em Teologia.

Orientador: Dr. Daniel Santos

SÃO PAULO
2009
37
INTRODUÇÃO
Na introdução deve ocorrer a apresentação geral do assunto do trabalho e uma
definição sucinta do objetivo do tema abordado. É importante esclarecer o ponto de vista sob
o qual o assunto será tratado. Lembre-se de que deve ficar clara qual é a pergunta central.

JUSTIFICATIVA
Qual o relacionamento do trabalho com outros da mesma área? Quais os objetivos e
finalidades da pesquisa, com a especificação dos aspectos que serão ou não abordados.
Discutir suas possíveis implicações, significados e razões para concordância ou discordância
com outros autores. Qual a contribuição acadêmica e/ou prática pretendida com esse trabalho?

METODOLOGIA
É a descrição precisa dos métodos de abordagem e materiais utilizados, de modo a
permitir a avaliação por outros pesquisadores. A especificação e origem do material utilizado
poderão ser feitos no próprio texto ou em nota de rodapé.

CONCLUSÃO
Devem ser fundamentadas nos resultados e na discussão, contendo deduções lógicas e
correspondentes. Refere-se à introdução, fechando-se sobre o início do trabalho.
Considerações finais que retomam objetivos, pergunta central e sub-perguntas, avaliando até
que ponto foram respondidas e que outras pesquisas poderiam dar continuidade a esta.

ESBOÇO PROVISÓRIO DE SUMÁRIO


Conforme modelo anterior (p. 32).

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Listar, de acordo com 7.3, os livros, os artigos, as obras de referência, os jornais e
revistas, os documentos não publicados, os artigos em Internet, as entrevistas e outros.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA COMENTADA


Listar cerca de 10 obras que considere fundamentais para o seu trabalho, fazendo uma
breve descrição de seu conteúdo, como se fosse um fichamento — um resumo informativo
com o intuito de facilitar a consulta e o levantamento bibliográfico a respeito de determinado
assunto. Veja alguns exemplos a seguir:
38
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo, Perspectiva, 1983. (Col. Estudos
XVI). 188 p.
Obra do renomado filósofo, ensaísta e comunicólogo italiano que soube traduzir
em linguagem didática e agradável sua experiência de pesquisador e sua perícia
de professor. São de grande valia para os pós-graduandos não só suas
considerações sobre o ofício de se escrever uma tese como também suas
sugestões técnicas e práticas para a redação da mesma.

CARVALHO, M.C.M. (org.). Construindo o saber; técnicas de metodologia


científica. Campinas, Papirus, 1988.
Escrito sob forma de antologia com as partes produzidas por diferentes autores, o
texto aborda os seguintes tópicos: a problemática do conhecimento; as relações
mito, metafísica, ciência e verdade; a explicação científica; a construção do saber
científico; a ciência e as perspectivas antropológicas de hoje; o estudo como
forma de estudo; o estudo de textos teóricos; técnicas de dinâmicas de grupo; e o
trabalho monográfico como iniciação à pesquisa científica.

FRAGATA, Júlio. Noções de metodologia; para a elaboração de um trabalho


científico. Porto, Tavares Martins, 1967. (Col. Meridiano universitário, 3). 136 p.
Após definir ciência, trabalho científico e método, o autor fala das qualidades da
escrita, da escolha do assunto para o trabalho, da heurística, da crítica dos
documentos, da tomada de apontamentos, da ordenação do material, da redação e
da apresentação dos trabalhos, de sua estrutura externa, de seus aspectos gráficos,
da publicação, da catalogação, da documentação e das recensões bibliográficas.
Bastante completo e acessível.
39

7.5 ANEXO 5 – REDAÇÃO CIENTÍFICA

Texto: “Notas e Reflexões sobre Redação Científica” de Rogério Lacaz-Ruiz (Prof. de


Metodol. Científ. FZEA/USP e-mail roglruiz@usp.br )
"Se você quiser dar crédito a um sujeito, faça isso por escrito. Se você quiser mandá-
lo para o inferno, faça o por telefone." (Charlie Beacham)

Quando foi diagnosticada uma doença grave em um amigo, recorremos a um manual


médico para saber mais sobre a doença. Da leitura do tratado, em inglês, pudemos extrair
todas as informações necessárias, sem praticamente recorrer ao dicionário. O texto estava
completo e sua leitura agradável. O médico que nos emprestou o livro fez um comentário
interessante. Disse que o organizador convidava especialistas para que escrevessem os
capítulos de sua área e antes de fazer a arte final seguia dois protocolos obrigatórios, a saber:
i) enviava todo material a um romancista para tornar a linguagem mais fácil e ii) devolvia o
material aos autores, para verificarem se as alterações não comprometiam as informações
técnicas.

Este fato, confirma a tese de Peter Drucker: o verdadeiro comunicador é o receptor.


Ao escrever é preciso perguntar-se: quem irá ler este texto? Em que condições? Um aluno
universitário, em geral, precisa ler muito e se o texto for técnico, provavelmente o rendimento
será menor. Um capítulo adaptado por um romancista facilita a leitura e a apreensão do
conhecimento; e este é o objetivo.

As vezes a imaginação nos leva por caminhos estranhos e, por este motivo, não
queremos fornecer uma resposta definitiva ao problema da escrita.

Enumeraremos, a seguir, algumas notas que podem ajudar a quem precisa escrever.
Cada um poderia descobrir naturalmente soluções de como aprimorar a escrita, desde que se
propusesse a isto. Leitura de boas obras e observar como os outros escrevem, facilitam o
aprendizado. Com o passar do tempo, se exercitamos a escrita, poderemos dar passos seguros
e significativos.

Lee Iacocca, o conhecido mega-empresário da indústria automobilística norte


americana, tem uma capacidade de comunicação acima da média. Ele mesmo conta, em sua
autobiografia, o que aprendeu de Robert McNamara: "...ele me ensinou a pôr todas as minhas
idéias no papel. - Você é muito eficiente cara a cara, ele costumava me dizer. - Você
conseguiria vender qualquer coisa a qualquer um. Mas estamos para gastar cem milhões de
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dólares aqui. Vá para casa hoje à noite e ponha sua grande idéia no papel. Se você não
conseguir fazer isso é porque não trabalhou a idéia direito. Esta foi uma lição valiosa e a partir
daí passei a seguir sua orientação. Sempre que um dos meus homens tem uma idéia, eu lhe
peço para colocá-la no papel. Não quero que ninguém me venda um plano por causa do tom
da sua voz ou da força de sua personalidade. Seria inadmissível." (in: Iacocca, L.; Novak, W.
Iacocca, uma autobiografia São Paulo: Livraria Cultura, 1985. p.66). Em outro parágrafo,
complementa a idéia de outra forma: "A cada três meses, cada gerente se reúne com seu
superior imediato para rever seu próprio desempenho e para estabelecer seus objetivos para o
período seguinte. Havendo acordo quanto a esses objetivos, o gerente os põe no papel e o
supervisor assina. Como aprendi com McNamara, o hábito de escrever as coisas é o primeiro
passo no sentido de realizá-las efetivamente. Na conversa, você pode se desviar para todos os
tipos de imprecisões e absurdos, muitas vezes sem perceber. Mas, ao colocar suas idéias no
papel, você se força a ir direto ao que interessa. É mais difícil enganar a si mesmo ou enganar
aos outros." (ibidem p.71-72)

"Todo pesquisador deve escrever de acordo com os padrões exigidos pela ciência, no
entanto, muitos não dominam a linguagem científica. Alguns editores apontam a falta de
estilo como principal defeito dos artigos enviados para publicação por cientistas dos países em
desenvolvimento. Isto indica que há uma deficiência importante na formação destes
investigadores.

O ensino médio (de primeiro e segundo graus) enfoca a forma literária de escrever.
Esta admite frases longas, complexas e retóricas, para passar imagens e sensações ao leitor.
Ao contrário, a linguagem científica deve ser clara, objetiva, escrita em ordem direta e com
frases curtas. Portanto, os indivíduos precisarão adequar sua redação quando se iniciam na
carreira científica. Esse assunto tem sido negligenciado pelos cursos de Pós-Graduação no
Brasil, originando a formação de Mestres e Doutores inabilitados para escrever artigos
científicos. Geralmente esses jovens pesquisadores não têm consciência disso e passarão suas
deficiências aos futuros orientados.

Para corrigir esta falha na formação é necessário muito esforço, paciência e disposição
para ocupar quanto tempo for necessário. Acima de tudo, é preciso ter humildade para
reconhecer as próprias limitações e trabalhar continuamente para eliminá-las. “Produzir um
texto adequado é tarefa árdua e demorada, mesmo para aqueles que dominam a linguagem
científica.” (Valenti, W.C. Guia de Estilo para a Redação Científica)
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A seguir, serão apresentadas algumas regras práticas sugeridas pelo professor Valenti,
adaptadas para este artigo. Evidentemente, elas são de mero caráter típico-indicativo e
admitem exceções, mas podem auxiliar na hora de escrever ou revisar um texto acadêmico.

Antes de iniciar, organize um roteiro com as idéias e a ordem em que elas serão
apresentadas. Estabeleça um plano lógico para o texto. Só escreve com clareza quem tem as
idéias claras na mente.(1)

1. Trabalhe com um dicionário e uma gramática ao seu lado e não hesite em


consultá-los sempre que surgirem dúvidas.
2. Escreva sempre na ordem direta: sujeito + verbo + complemento.(2)
3. Escreva sempre frases curtas e simples. Abuse dos pontos.
4. Prefira colocar ponto e iniciar nova frase a usar vírgulas. Uma frase repleta de
vírgulas está pedindo pontos. Na dúvida, use o ponto. Se a informação não
merece nova frase não é importante e pode ser eliminada.
5. Evite orações intercaladas, parêntesis e travessões. Algumas revistas
internacionais aceitam o uso de parêntesis para reduzir o período.
6. Corte todas as palavras inúteis ou que acrescentam pouco ao conteúdo.
7. Evite as partículas de subordinação, tais como que, embora, onde, quando.
Estas palavras alongam as frases de forma confusa e cansativa. Use uma por
frase, no máximo.
8. Use apenas os adjetivos e advérbios extremamente necessários.
9. Só use palavras precisas e específicas. Dentre elas, prefira as mais simples,
usuais e curtas.(3)
10. Evite repetições. Procure não usar verbos, substantivos aumentativos,
diminutivos e superlativos mais de uma vez num mesmo parágrafo.
11. Evite ecos (e.g. "avaliação da produção") e cacófatos (e.g. "...uma por cada
tratamento" ... uma porcada...)
12. Prefira frases afirmativas.
13. Frases escritas em voz passiva são muito utilizadas em relatórios e trabalhos
científicos, mas devem ser evitadas.
14. Evite: regionalismos, jargões, modismos, lugar comum, abreviaturas sem a
devida explicação, palavras e frases longas.

Um parágrafo é uma unidade de pensamento. Sua primeira frase deve ser curta,
enfática e, preferencialmente, conter a informação principal. As demais devem corroborar o
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conteúdo apresentado na primeira. A última frase deve seguir de ligação com o parágrafo
seguinte. Pode conter a idéia principal se esta for uma conclusão das informações
apresentadas nos períodos anteriores. (4)

Os parágrafos devem interligar-se de forma lógica.

Um parágrafo só ficará bom após cinco leituras e correções:

• na primeira, cheque se está tudo em forma direta e modifique se necessário;


• na segunda, procure repetições, ecos, cacófatos, orações intercaladas e
partículas de subordinação; elimine-os;
• na terceira, corte todas as palavras desnecessárias; elimine todos os adjetivos e
advérbios que puder;
• na quarta, procure erros de grafia, digitação e erros gramaticais, tais como de
regência e concordância;
• na quinta, cheque se as informações estão corretas e se realmente está escrito o
que você pretendia escrever. Veja se você não está adivinhando, pelo contexto,
o sentido de uma frase mal redigida.

Após a correção de cada parágrafo, em separado, leia todo o texto três vezes e faça as
correções necessárias.

Na primeira leitura, observe se o texto está organizado segundo um plano lógico de


apresentação do conteúdo. Veja se a divisão em itens e subitens está bem estruturada; se os
inte-títulos (título de cada tópico) são concisos e refletem o conteúdo das informações que os
seguem. Se for necessário, faça nova divisão do texto ou troque parágrafos entre os itens.
Analise se a mensagem principal que você desejava transmitir está de forma clara a ser
entendida pelo leitor.

Na segunda, observe se os parágrafos se interligam entre si. Veja se não há repetições


da mesma informação em pontos diferentes do texto, em períodos escritos de forma diversa,
mas com significado semelhante. Elimine todos os parágrafos que contenham informações
irrelevantes ou fora do assunto do texto.

Na terceira leitura, cheque todas as informações, sobretudo valores numéricos, datas,


equações, símbolos, citações de tabelas e figuras, e as referências bibliográficas.

Lembre-se que textos longos e complexos, com frases retóricas e palavras incomuns
não demonstram erudição. Ao contrário, indicam que o autor precisa melhorar seu modo de
escrever.
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Hoje em dia, já se encontram disponíveis na internet (www) muitos sites contendo
informações para redigir de acordo com o local onde se pretende publicar. Por exemplo, o
Style and Form do Journal of Animal Science: http://www.asas.uiuc.edu.

Leituras Recomendadas

Eco, U. Como se faz uma tese. 14a. ed. São Paulo: Perspectiva, 1996, p.170.

Figueiredo, L.C. A redação pelo parágrafo. Brasília: Universidade de Brasília, 1995. 127p.

Lertzman, K. "Notes on writing papers and thesis", Bulletin of the Ecological Society of
America, v.76, n.2, p.86-90, 1995.

Magnusson, W.E. "How to write backwards", Bulletin of the Ecological Society of America,
v.77, n.2, p.88, 1996.

Medeiros, J.B. Redação científica. 2ed. São Paulo : Atlas, 1996. 231p.

Medeiros, J. B.; Gobes, A.; Alves, F.; Lima, L. Manual de redação e revisão. São Paulo :
Atlas, 1995. 203p.

Manual de estilo Editora Abril. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1990. 93p.

Manual Escolar de Redação Folha de São Paulo - Editora Ática. São Paulo : Ática, 1994.
184p.

Shaw, H. Punctuate it right! 2ed. New York : Harper Collings, 1994. 208p.

Strunk, Jr., W; White, E.B. The elements of style. 3ed. Boston : Allyn & Bacon, 1979. 92p.

Universidade Federal do Paraná, Biblioteca Central. Normas para apresentação de trabalhos.


v.1 Livros e Folhetos. 5ed. Curitiba: Universidade Federal do Paraná. 1995. 25p.

Willians, J.M. Style: toward clarity and grace. Chicago : University of Chicago, 1995. 208p.

1. Deve-se escrever, também, do geral para o particular. Quando decidimos ou precisamos escrever
algo, normalmente já temos uma noção do que vamos escrever, mas aqueles que irão ler, não. Por este
motivo, escrevemos bem menos do que precisamos para transmitir uma idéia. Isto é, deixamos
subentendidos uma série de raciocínios intermediários, o que acaba dificultando a leitura. Uma
experiência que todos podemos fazer, é a de escrever um texto sobre algo, deixando fluir toda nossa
imaginação e capacidade, e depois de algumas semanas, lê-lo novamente. É surpreendente como nós
mesmos não entendemos todo o texto, e nos questionamos sobre algumas frases ou até mesmo
parágrafos inteiros. Naturalmente o número de palavras que usamos, não esta diretamente relacionado
com a clareza. Escrever muito nem sempre é suficiente para deixar as idéias claras.

2. E também do antecedente para o consequente. Algumas pessoas, quando nos contam um fato ou
um filme, parecem tão ansiosas que colocam o carro na frente dos bois. Quem escuta ou não entende,
ou perde o interesse por escutar pois já sabe o final da história. No latim, que é uma língua com
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declinações, a ordem das palavras pode ser alterada, sem que a frase perca seu sentido. A declinação
das palavras permite sua construção alterada, sem que o leitor deixe de saber se ela é objeto direto ou
sujeito. Mas, os bons latinistas, procuram deixar o verbo, que exprime ação, para o final da frase.
Tempus brevis est. Mesmo nesta frase, que diz que o tempo é breve, ficamos na expectativa até o
final... qual a relação do tempo com a brevidade? Alfred Hitchcok e Agata Christie, costumavam criar
um clima de suspense, de modo que o espectador se sinta atraído a assistir ou ler a obra até o fim. E
todos os que querem que seus textos sejam lidos, podem fazer o mesmo. Dizem que Hitchcok iniciava
uma estória de suspense quando estava numa fila de elevador, e seguia sua narrativa já dentro do
mesmo. Para surpresa geral, saía num andar, antes de terminar a estória. Não se deve imitá-lo nesta
brincadeira, é preciso ir até o fim. Relatar as coisas do mais antigo para o mais recente, garante a
atenção de quem lê e facilita a compreensão do texto. O ideal para quem escreve um trabalho
científico, é que momentos antes de terminar a última frase, o leitor possa imaginar a solução do
problema ou a conclusão. Já no caso de escritores e poetas, ser previsível nem sempre é desejável.

3. Usar a palavra correta. Cada palavra tem um significado original e freqüentemente é útil e
interessante conhecer a etimologia. Quantas vezes, ao ler no dicionário o significado de uma delas, nos
surpreendemos com a alteração que sofreu pelo uso. As vezes é possível resgatar o sentido original, e
esta preocupação de recorrer ao dicionário, deve passar a ser uma ocupação. Outras vezes é
impossível. É o caso das palavras aquário e piscina. Aquário (do lat. acqua =água) é o lugar onde se
armazena água e piscina (do lat. pisces = peixe) o local onde se criam peixes. Ora, seria tido por louco
quem dissesse que cria peixes na piscina e toma banho em um aquário.

4. O uso de parágrafos de transição. Quando se escreve a primeira versão de uma tese, um livro, ou
mesmo um relatório compostos por capítulos é freqüente terminar um e começar o outro, sem que haja
conexão explícita. Para corrigir este defeito, pode-se usar o parágrafo de transição. Esta técnica, se
bem empregada, estimula o leitor a ler o capítulo seguinte. Bastam algumas palavras a mais no último
parágrafo, para introduzir o leitor no novo tema que se vai abordar. De forma análoga Clive Staples
Lewis (1898-1963) em seu livro Mere Christianity começa o capítulo novo, recordando algumas idéias
do anterior. A explicação é simples. Como o livro foi uma transcrição de palestras radiofônicas
(Broadcast Talks) ele era "obrigado" a recordar em parte a conferência anterior. Desta forma, os
parágrafos de transição, sejam eles no fim ou no início de cada capítulo, garantem ao leitor a sensação
de que o autor pensou nele, e que dentro do seu estilo, quis tornar a leitura mais agradável.

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