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CAUSAS,
CONSEQÜÊNCIAS E TRATAMENTO
Izaias Claro
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Apresentação do livro
DEPRESSÃO:
CAUSAS, CONSEQÜÊNCIAS E TRATAMENTO
Denominada por muitos como "a doença do século", em verdade a depressão é uma
doença "de todos os tempos". Por razões várias, o homem sempre esteve exposto a este tipo
de problema emocional-espiritual.
O autor, espírita desde 1979, em virtude do permanente contato com o público, deu-se
conta da gravidade do mal examinado nesta obra e do quanto deveria empenhar-se no sentido
de contribuir, de algum modo, para a minimização das aflições humanas.
O autor distribui mensagens espíritas para o Brasil e o Exterior, tendo catalogado mil e
setecentos endereços de Centros Espíritas do nosso país. Já remeteu (e prossegue nesta tarefa)
mensagens para todas as localidades brasileiras que constam do livro Código de
Endereçamento Postal (CEP), o que ultrapassa nove mil localidades, colocando a mensagem
em ambientes espíritas e não espíritas.
Por esta mesma editora, Izaias Claro já lançou os livros Vencendo Aflições,
Sementeira de Bênçãos e Quando Existe Amor. Possui fitas de áudio e vídeo e CDs sobre
temas como Depressão, Ansiedade, Estresse, Casamento, Pais e Filhos, dentre outros. Tem
viajado por vários Estados da Federação realizando palestras e seminários, como também
participando de Congressos.
Brasil
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DEPRESSÃO:
CAUSAS, CONSEQÜÊNCIAS E TRATAMENTO
3
Agradecimentos:
Do Autor:
Prof. Maria Eduvirges Barboza Contieri e Prof. Irene Masue Ikeda Sekine - Projeto
Capa.
Cláudio Borro - tela especialmente criada para a confecção da capa. Ângelo Luiz
Belchior Antonini - digitação do texto.
José Francisco Pardo de Freitas e Teresinha das Graças Rocha de Freitas (Teca) -
conferência do texto.
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ÍNDICE
Prefácio 7
Outras causas: 70
1. psico-sociais, 70
2. psico-afetivas, 71
3. socio-econômicas, 72
5
4. enfermidades orgânicas, 73
5. substâncias entorpecentes, 74
6. alcoolismo e 75
7. psicológico-espirituais 76
Capítulo V: Conseqüências 78
Sumário 78
Comprometimento do sistema imunológico 79
Enfermidades orgânicas 80
Suicídio 82
Fator destrutivo da mente e da personalidade 84
Tragédias várias 86
Bibliografia 167
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PREFACIO
Cristo-Jesus, em Seu Indimensional Amor, veio ao encontro de todos nós, Seus irmãos
menores, com o Divino propósito de auxiliar-nos na ascensão espiritual que devemos realizar.
Afável, expressou-se assim: no mundo tereis aflições..., prevenindo-nos quanto às
lutas que seriam travadas até que alcançássemos o ponto culminante de nossa evolução.
Não há exceção para esta regra: todos os que nos encontramos vinculados ao Orbe
terreno, padecemos aflições. Isto não significa, porém, como se verá oportunamente, que
estejamos todos no estado de depressão propriamente dito.
Diz o Dr. John Bowlby: a tristeza é uma reação normal e saudável a qualquer
infortúnio. (28)
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Com esta certeza, a Vida assume sua real dimensão, enquanto a criatura adquire mais
profunda e verdadeira compreensão das coisas.
Apresento, a partir das linhas próximas, alguns estudos e reflexões a respeito deste
tema, ainda atual: a depressão.
Tenha a certeza de que foi pensando em você e em suas aflições, que me animei a
realizá-lo.
Que ele ajude de algum modo! - é a sentida oração, recompensa máxima a que aspira
O AUTOR
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Capítulo I
Primeiras anotações
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Doença de todos os tempos
Além âessaperda (que pode ser uma das causas da depressão), Jó ainda enfrentou
adversidades, enfermidades e incontáveis aflições. Conta a história deste personagem que ele,
tendo resistido por um certo período, termina por abater-se, caindo em profunda depressão,
amaldiçoando a vida e desejando a morte, conduta esta, como se verá, em capítulo próprio (V:
conseqüências), muito comum entre os portadores de tal enfermidade.
Pedro, como narram as Escrituras, negou que conhecesse a pessoa do Mestre, quando
este era julgado.
Este apóstolo apresenta uma outra causa de depressão, qual seja, o sentimento de
culpa em face do erro praticado, negando que conhecesse o Amigo. Mateus, narrando o
episódio, comenta a atitude de Pedro: e, saindo dali, chorou amargamente. (Ia)
Judas, por sua vez, ainda segundo as narrativas evangélicas, teria vendido o Amigo.
Em decorrência do erro (mesma causa de Pedro), que o levou ao remorso, Judas apresenta
uma das mais graves conseqüências da depressão: o suicídio, como narrado por Mateus, (lb)
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Sendo uma doença de todos os tempos, a depressão está presente nos dias atuais,
podendo-se afirmar que são muitos os depressivos célebres e somam-se, aos milhões, os
doentes que jazem no anonimato. São tantos os depressivos nos tempos hodiernos, que
chegam alguns a afirmar ser a depressão a doença do século.
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Quantos são os depressivos?
Algumas estatísticas referem que algo em torno de 10% da população mundial seriam de
depressivos. Outras estatísticas referem que pelo menos 15% da população mundial, em um
momento qualquer de suas vidas, poderão contrair este mal. O Espírito Joanna de Ângelis,
pela psicografia de Divaldo Pereira Franco, assevera que a Humanidade possui pelo menos
100 milhões padecendo da enfermidade de que estamos tratando.
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Quem poderá contrair depressão?
Deste modo, pessoa alguma, em princípio, seja qual for a sua condição, está livre de
padecer deste terrível mal.
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Quanto tempo poderá durar uma depressão?
Anos mais tarde, já perfeitamente reintegrada à conduta ética, ela vem a se apaixonar
por um rapaz, casando-se com ele. Não muitos anos mais tarde, ela ganha seu primeiro filho,
um lindo e triste menino. Este menino, inobstante todo o empenho dos pais amorosos e dos
avós devotados, era uma criança invariavelmente triste, raramente se alegrando em
profundidade..Era o amado de outrora que retornava pelos laços sacrossantos da paternidade,
incapaz que fora de permanecer por mais tempo no mundo espiritual. Como desejasse e
necessitasse reencarnar para a busca do reequilíbrio, como da retomada do vínculo afetivo,
agora com o objetivo de sublimação, ele retorna, não se tendo ainda recuperado da depressão
que o levara à desencarnação, reencarnando deprimido.
Joanna de Ângelis informa a Divaldo que o garoto não resistirá muitos anos no corpo,
que desencarnará relativamente jovem, em conseqüência da depressão alimentada
intensamente nos últimos anos, somando-se os períodos da encarnação anterior, de
desencarnado e outra vez encarnado.
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Nota-se, pois, que a depressão é um estado emocional que pode acompanhar o ser
onde quer que ele se encontre, no corpo ou fora dele, podendo-se reencarnar com depressão
após ter desencarnado neste estado.
Por fim, registre-se que os estudiosos afirmam que se uma tristeza profunda perdurar
por duas semanas, sem indício de recuperação, já poderá ser diagnosticada como sendo uma
depressão clínica.
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A mulher e a depressão
Sexo, idade, condição cultural, condição social e ou condição econômica, por si sós,
não isentam pessoa alguma da aflição ora examinada.
A mulher, porém, está muito mais exposta a esta enfermidade. As pesquisas revelam
que as taxas de depressão para as mulheres são maiores do que para os homens.
E quais as causas que levam a mulher a ficar mais exposta do que o homem?
A mulher, periodicamente (ciclo mensal), apresenta uma situação orgânica que lhe é
peculiar, podendo tal ocorrência conduzi-la a um estado depressivo. É a também chamada
TPM (tensão pré-menstrual...).
Costumo dizer que a mulher, sobretudo na intimidade doméstica, acaba sendo uma
espécie de antena parabólica, captando tudo quanto se passa ao derredor, envolvendo marido,
filhos e demais familiares. Absorvendo os problemas de todos, sobrecarrega-se (estresse),
terminando por deprimir-sè. É tão dramática a situação que muitas terminam a existência de
forma extremamente neurótica, irrealizadas, inclusive sexualmente. As pesquisas referem que
trinta por cento das mulheres/mgem orgasmol
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Consoante observações feitas em todos esses anos de atendimento aos aflitos, e
também de acordo com os estudos elaborados, estas são algumas das tantas causas que
desencadeiam a depressão na mulher: (29)
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O que é depressão?
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira define depressão como sendo "... abaixamento
de nível, resultante de pressão ou de peso; baixa de terreno ou ainda, abatimento moral ou
físico, letargia". (22)
...talvez seja melhor dizer que o desespero... acaba por se assemelhar ao diabólico
desconforto de estar aprisionado num aposento superaquecido. £ como não sopra brisa
nesse caldeirão, como não há saída desse confinamento sufocante - acrescenta ele - é
inteiramente natural que a vítima comece a pensar incessantemente no esquecimento.
(2)
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Graus da depressão
Não. Como já dito no item anterior, a intensidade e a duração deste estado dependem
da personalidade, dos fatores que desencadeiem o processo e da situação atual da vida do
paciente.
Todo depressivo, pelo menos esta é a regra geral, apresenta-se triste; mas, nem toda
pessoa triste está clinicamente depressiva.
Diz o Dr. John Bowlby: a tristeza é uma reação normal e saudável a qualquer
infortúnio. (28)
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Interessante anotar que pode haver uma ligação entre a melancolia, a baixa auto-
estima, a falta de atividade e a introversão do comportamento depressivo de um lado, e a
exaltação, a mania de grandeza, a loquacidade c a agitação do comportamento maníaco, de
outro. Esta alternância entre altos e baixos do comportamento, podem bem caracterizar a
chamada Psicose Maníaco-Depressiva {transtorno é a expressão mais utilizada
presentemente) ou a depressão bi-polar. Também este aspecto do comportamento deve
merecer atento acompanhamento.
Somente para concluir este tópico, lembro que a chamada tristeza de domingo e a
melancolia comum em algumas pessoas nos períodos do outono e inverno ou em dias
chuvosos, quando diminui o tempo de luz solar e o dia fica mais curto, não são consideradas
depressão no seu sentido técnico, científico.
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Perfil comportamental do depressivo
Aos que lêem estas páginas, lembro que não basta sentir - é bom que se frise - um ou
mais sintomas para se concluir, apressadamente, que a pessoa esteja com depressão.
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sinais aqui mencionados, se mantém por, pelo menos, algumas semanas, sem o que não se
poderá, ainda, falar em depressão patológica.
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Contribuição do Espiritismo e dos Bons Espíritos
Desejo demonstrar, em todo o livro, a excelente contribuição e auxílio que o
Espiritismo e os Bons Espíritos podem dar a propósito do tema. E por quê?
O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas
irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o
mundo corpóreo. Ele no-Io mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao
contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte
de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o
domínio do fantástico e do maravilhoso. E a essas relações que o Cristo alude em muitas
circunstâncias e dai vem que muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou
falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxílio da qual tudo se explica
de modo fácil. (3)
Com esta certeza, a Vida adquire sua real dimensão, enquanto a criatura adquire mais
profunda e verdadeira compreensão das coisas.
Em sua inolvidável passagem pela Terra, consciente das limitações humanas, Jesus
sabia que os homens não seriam capazes de compreender plenamente sua Doutrina, ou, caso a
compreendessem, não teriam forças para mantê-la em sua pureza primitiva. Por esta razão,
Ele prometeu que oportunamente enviaria o Consolador, Consolador este que haveria de
recordar-nos tudo quanto Ele houvera dito, desdobrando um tanto mais Sua mensagem,
ensinando-nos muitas outras coisas.
Com a Doutrina Espírita tem-se acertezade que as Leis de Justiça e de Causa e Efeito
acompanham a criatura no corpo e fora dele, nesta e nas próximas encarnações; que a morte
não elimina de imediato os problemas não superados enquanto no corpo, e que é a alma -
muito especialmente - quem se apresentará depressiva ou não.
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compreensão e aceitaçao dinâmica do sofrimento, bem estruturando a criatura para o
enfrentamento de todas as situações afugentes.
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Capítulo II
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Uma síntese da Doutrina Espírita
Creio ser oportuno apresentar urn resumo do Espiritismo sobre o qual se apoia todo o
conjunto desta obra. Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, que é a obra que contém a
síntese da Doutrina, em sua Introdução, item VI, traz uma sinopse que vale a pena ser anotada
aqui. Eis o resumo que nos é oferecido pelo sábio Codificador :
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mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua
maioria, eivados das nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc.
Comprazem-se no mal. Há também, entre os inferiores, os que não são nem muito bons
nem muito maus, antes perturbadores e enredadores, do que perversos. A malícia e as
inconseqüências parecem ser o que neles predomina. São os Espíritos estúrdios ou
levianos.
• Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se
melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esta melhora se
efetua por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como
missão. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que
hajam atingido a absoluta perfeição moral.
• Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra, para
passar por nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo,
durante o qual permanece em estado de Espírito errante.
• Tendo o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nós
temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas,
quer na Terra, quer em outros mundos.
• A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria erro
acreditar-se que a alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal.
• As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e
nunca regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para
chegar à perfeição.
• As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; assim, o
homem de bem é a encarnação de um bom Espírito, o homem perverso a de um Espírito
impuro.
• A alma possuía sua individualidade antes de encarnar; conserva-a depois de se
haver separado do corpo.
• Na sua volta ao mundo dos Espíritos, encontra ela todos aqueles que conhecera
na Terra, e todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a
lembrança de todo o bem e de todo mal que fez.
• O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria; o homem que vence
esta influência, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons Espíritos,
em cuja companhia um dia estará. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe
todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se aproxima dos Espíritos
impuros, dando preponderância à sua natureza animal.
• Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.
• Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e
circunscrita; estão por toda a parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-
nos de contínuo. É toda uma população invisível, a mover-se em torno de nós.
• Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o
mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das
potências da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então
inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação racional senão no
Espiritismo.
• As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos
atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com
coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo ver-nos
sucumbir e assemelhar-nos a eles.
• As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As
ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia.
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Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas
se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase
sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumentos.
• Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação.
• Podem evocar-se todos os Espíritos: os que animaram homens obscuros, como
os das personagens mais ilustres, seja qual for a época em que tenham vivido; os de
nossos parentes, amigos, ou inimigos, e obter-se deles, por comunicações escritas ou
verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se encontram no Além, sobre o
que pensam a nosso respeito, assim como as revelações que lhes sejam permitidas fazer-
nos.
• Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza
moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias,
onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de
se instruírem e melhorarem. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que,
inversamente, encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas
frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus
instintos. Longe de se obterem bons conselhos, ou informações úteis, deles só se devem
esperar futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas
vezes tomam nomes venerados, a fim de melhor induzirem ao erro.
• Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil.
Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre,
repassada da mais alta moralidade, escoimada de qualquer paixão inferior; a mais pura
sabedoria lhes transparece dos conselhos, que objetivam sempre o nosso melhoramento
e o bem da Humanidade. A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente,
amiúde trivial e até grosseira. Se, por vezes, dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito
mais vezes dizem falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância. Zombam da
credulidade dos homens e se divertem à custa dos que os interrogam, lisonjeando-Ihes a
vaidade, alimentando-lhes os desejos com falazes esperanças. Em resumo, as
comunicações sérias, na mais ampla acepção do termo, só são dadas nos centros sérios,
onde reine íntima comunhão de pensamentos, tendo em vista o bem.
• A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima
evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer
o bem e não o mal. Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder,
mesmo para as suas menores ações.
• Ensinam-nos que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos
aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, já neste
mundo, se desliga da matéria, desprezando as futilidades mundanas e amando o
próximo, se avizinha da natureza espiritual; que cada um deve tornar-se útil, de acordo
com as faculdades e os meios que Deus lhe pôs nas mãos para experimentá-lo; que o
Forte e o Poderoso devem amparo e proteção ao Fraco, porquanto transgride a Lei de
Deus aquele que abusa da força e do poder para oprimir o seu semelhante. Ensinam,
finalmente, que, no mundo dos Espíritos, nada podendo estar oculto, o hipócrita será
desmascarado e patenteadas todas as suas torpezas; que a presença inevitável, e de
todos os instantes, daqueles para com quem houvermos procedido mal constitui um dos
castigos que nos estão reservados; que ao estado de inferioridade e superioridade dos
Espíritos correspondem penas e gozos desconhecidos na Terra.
• Mas, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa
apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe
permitem avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso,
para a perfeição, que é o seu destino final. (4)
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Pelo que se observa do resumo, são estes alguns dos princípios básicos da Doutrina:
• Deus;
• Espírito ou Alma;
• Preexistência da Alma em relação à concepção;
• Imortalidade da Alma;
• Comunicabilidade dos Espíritos;
• Reencarnação;
• Pluralidade dos Mundos Habitados;
• Lei de Causa e Efeito ou de Ação e Reação;
• Lei de Justiça, Amor e Caridade;
• Lei do Progresso;
• Perispírito...
Kardec, como homem de ciência, teve o cuidado de estabelecer com clareza o sentido
de determinadas palavras, com isto evitando-se os prejuízos decorrentes de uma má
interpretação. Assim, repetindo o mestre de Lyon, fica convencionado que chamaremos alma
ao princípio espiritual quando encarnado, e chamaremos espírito quando este mesmo
princípio encontrar-se desencarnado.
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O homem, no conceito espírita
Para o materialismo o espírito não é mais que uma forma de atividade da matéria
que, em determinada fase de sua evolução, de forma simples paraoutras mais
complexas, adquiriu consciência... (5)
Não desconheço que para a psicologia organicista, ainda presa à visão materialista, o
ser humano é composto somente de matéria, não possuindo alma ou espírito. Para os
defensores deste pensamento, a depressão seria algo relacionado, em parte, com o organismo
da pessoa enferma, e, de outra parte, com a influência do meio a que ela foi levada a viver.
Pelo que se pôde perceber do resumo apresentado por Kardec, o homem é composto
destes elementos:
• Corpo;
• Biossoma ou fluido vital;
• Perispírito;
• Espírito.
Para aquele que não acredita na sua existência esta obra se tornará pueril. A existência
do Espírito, porém, está, hoje, comprovada cientificamente.
Não somente as religiões afirmam a sua existência, como, também, os pesquisadores e
cientistas, isentos de preconceitos, conseguem demonstrar a sua realidade.
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As materializações ocorridas em todas as épocas corroboram as afirmativas feitas por
teólogos e pesquisadores isentos de paixão, verdadeiros sacerdotes que, pela intuição, e pela
comprovação, guardaram sempre a certeza da existência da alma.
Sabemos que, por si mesma, não pode a matéria organizar-se e produzir a vida.
Desprovida de unidade, ela desagrega-se e divide-se ao infinito. Em nós, ao contrário,
todas as faculdades, todas as potências intelectuais e morais grupam-se em uma unidade
central que as abraça, liga, e esclarece, e esta unidade é a consciência, a personalidade, o
Eu, ou, por outra, a Alma. (06)
• Pensamento;
• Sentimento;
• Livre-arbítrio;
• Memória;
• Vontade.
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O Espírito tem por destino a perfeição relativa. Para alcançar esta meta, vale-se ele do
esforço, do estudo, do trabalho, do desenvolvimento de todas as suas potencialidades,
empenhando-se pelo despertar e crescimento do seu Cristo interno, o que faz através de várias
etapas evolutivas ou reencarnações.
Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante
grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e
transportar-se aonde queira.
Assim, pode-se concluir que o Espírito, quando na Terra, apresenta-se envolto pelo
perispírito e pelo corpo orgânico. Pela morte, desfaz-se o Espírito da vestimenta orgânica,
mantendo-se vivo e envolto por este corpo semi-material, que lhe permite entrar em contato
com os homens.
Esse corpo espiritual permanece com o Espírito durante todo o tempo. Desencarnado,
conservá-lo-á enquanto no mundo espiritual e, ao retornar para uma nova encarnação e em um
outro corpo especialmente preparado para ele, o Espírito trará consigo a vestimenta
perispiritual.
Quando o Espírito reencarna traz consigo, de forma latente, todas as lembranças das
suas vidas anteriores, lembranças essas que poderão ser evocadas em circunstâncias especiais.
Se a memória estivesse radicada somente no cérebro físico, nada sobreviveria à morte.
No perispírito, portanto, encontraremos os registros de todas as experiências vividas, tendo
ele, dentre outras, a função de conservar as aquisições.
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alma seja acordada e que se produza o fenômeno da percepção; desde esse momento,
essa vibração faz parte, para sempre, do organismo perispiritual, porque, em virtude da
lei da conservação da energia, ela é indestrutível. Sem dúvida, poderá desaparecer do
campo da consciência, mas, como vimos, persiste inalterada nas profundezas dessa
memória latente a que hoje se chama inconsciente. Foram as experiências espíritas que
estabeleceram a certeza absoluta desse corpo espiritual, que se torna visível durante o
desdobramento do ser humano e que demonstra a sua persistência depois da morte,
pelas aparições, e, sobretudo, pelas materializações.
Por enquanto, que fique este registro: sobretudo o Espírito é quem efetivamente
poderá cair em depressão, por conseqüência e por extensão podendo afetar o perispírito e o
corpo orgânico.
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O Espírito André Luiz, estudando o Homem de acordo com o Espiritismo estabelece
que ele é composto de:
• Corpo;
• Fluido vital individualizado ou biossoma;
• Psicossoma;
• Corpo mental;
• Espírito.
Djalma Motta Argollo, a seu turno, assim vê a composição do Homem:
« Espírito;
• Níveis energéticos supra mentais;
• Nível mental que se divide em superconsciente, consciente e subconsciente;
• Psicossoma ou perispírito;
• Biossoma ou duplo;
• Corpo.
Jorge Andréa dos Santos, médico e também renomado escritor espírita, entende ser o
Homem composto de:
• Inconsciente Puro ou Espírito;
• Inconsciente Passado ou Arcaico;
• Inconsciente Atual;
• Corpo Mental;
• Perispírito ou Psicossoma;
• Duplo Etérico;
• Corpo Físico. (8a)
Porque foge ao escopo da obra, não comentarei sobre todos estes aspectos. No capítulo
seguinte, porque mais intimamente ligado ao assunto, aborda-se sobre a intimidade da casa
mental.
34
Capítulo III
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Subconsciente, consciente e
superconsciente
André Luiz, em sua Obra No Mundo Maior (09) faz comentários excelentes sobre a
Casa Mental, dizendo que possuímos apenas um cérebro, que se divide em três regiões
distintas, quais sejam, o subconsciente, o consciente e o superconsciente. Ele compara a Casa
Mental a um castelo constituído de três andares. No primeiro andar, está situado o
subconsciente; no segundo, o consciente; e, no terceiro andar, encontra-se o superconsciente.
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Subconsciente: um arquivo
Assim também se dá com a casa mental. A cada momento, novos arquivos estão sendo
elaborados preservando a criatura os que j á foram obj eto de armazenamento, com a
diferença fundamental de que a casa mental possui uma capacidade infinitamente maior de
registro das situações e emoções.
Para reforçar tudo quanto estamos estudando, e para que você tenhauma idéia da
impressionante capacidade de registro do subconsciente, anoto, para as suas reflexões, duas
situações trazidas pelo inesquecível Carlos Toledo Rizzini, uma delas extraída da obra de
André Luiz:
Certa mulher nova não só sentia dor no curso do ato genésico como também
tinha verdadeiro horror ao mesmo; e, além disso, acordava costumeiramente de
madrugada com eólicas abdominais; sintomas, portanto, físicos e psíquicos, aos quais se
deve ajuntar uma infecção vaginal crônica rebelde ao tratamento ginecológico. A
regressão de memória semiconsciente, conservando a lembrança posterior dos fatos
evocados, revelou que em existência bem anterior (numa "civilização primitiva"), em
seguida ao adultério, o marido mandou prendê-la em jaula baixa, onde só cabia
acocorada; tal posição determinou-lhe, então fortes e contínuas dores no ventre. Dias
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depois, por ordem dele, um médico seccionou-lhe o clitóris, sentindo, na ocasião, rápida
dor lancinante; era seu intuito usá-la sexualmente sem que ela pudesse corresponder. E
assim foi anulada a atividade erótica. Em vida subsequente, descreve-se como jovem
meretriz que atravessa triste episódio; apaixonada por certo homem, este, alcançando o
próprio orgasmo, a deixa no momento em que ia atingindo o clímax; ofende-a, então,
gravemente com palavras pesadas. Confusa e frustrada, cai do alto da escada e é
deixada sem socorro até morrer. Desta experiência procede sua desconfiança dos
homens e da anterior o pavor das relações carnais; as dores são ainda seqüelas da gaiola
baixa e da operação cruenta; A vaginite, complicação do ato cirúrgico séptico.
Vejam. Coisas muito antigas e ainda em vigor! É que por detrás delas há um erro
moral (sobre isto conversaremos no s capítulos seguintes), já profligado em os Dez
Mandamentos! Mas, muita gente assoalha que os tempos mudaram e que o mundo é
diferente... O passado gravado nas profundezas das almas não sabe disso e emerge sob a
forma de distúrbios psicossomáticos e de sintomas neuróticos! Tal mulher - nossa irmã
não mais errada do que somos em geral -curou-se inteiramente: esgotaram-se-lhe os
débitos m ediante os sofrimentos que enfrentou até 1970, digamos. E, naturalmente,
mudou a sua condição íntima, do mesmo passo.
É bom recordar que André Luiz conta a estór ia de dois espíritos bastante
aprimorados que, não obstante, permaneciam no plano inferior. Querendo saber porque
não conseguiam ascender, a análise do passado de ambos revelou que, cinco séculos
antes, haviam lançado dois companheiros muralha abaixo, liquidando-os sumariamente.
Tiveram que renascer, como pilotos de prova, para dar a vida pelo progresso da
aviação, caindo no devido tempo... Consultemyíção e Reação, obra em que o querido
instrutor menciona casos de débitos pendentes há mais de 1.000 anos, confirmando os
achados da regressão de memória... (10).
No diálogo, para minha estranheza, dava ela a impressão de que tudo estava bem em
sua vida, o que tornava inexplicável aquele estado depressivo. Indagada sobre sua saúde
orgânica, seu casamento, seus filhos e as várias situações possíveis, informava ela que tudo
corria bem. Intuído, comecei a insistir no tópico casamento. E perguntei-lhe, dentre outras
coisas: a senhora ama seu marido? seu marido a ama? o relacionamento de ambos é bom? ele
a trata com respeito e carinho? ele a ofende ou a agride? - ao que respondia ela:
38
Como no presente (consciente) daquela irmã tudo parecia fluir bem, necessitando
aprofundar um pouco mais para detectar a causa daquela evidente depressão, perguntei-lhe
então: como foi o relacionamento de ambos no início do casamento?
Ah! Pelo amor de Deus! Não me faça lembrar esse triste e doloroso passado! O
início de meu casamento foi terrível, muito difícil! Meu marido era muito violento e
agressivo, não poucas vezes ferindo-me moral e fisicamente! Só eu sei o quanto tive que
suportar para não ver a ruína completa do casamento!...
39
Fixação no passado
O depressivo, em regra, é alguém que traz a mente fixada no passado triste e sombrio,
comprazendo-se em recordar as experiências menos felizes, as situações que mais o afligiram.
Mas, na hipótese de você estar com depressão, pergunto-lhe: por que se fixará somente no
lado pior, aquele que o descontentou? por que a eleição da amargura, em detrimento dos
júbilos?
40
Consciente: comando atual
Como escreveu Germano de Novais, o consciente lúcido como cristal é uma semente
boa. O subconsciente é a terra fértil, apta para receber a semente. O consciente comanda. O
subconsciente é como a terra que não sabe se a semente é de boa ou má ou até de péssima
qualidade. O subconsciente também não distingue se o pensamento que acolhe é bom ou mau,
positivo ou negativo, otimista ou pessimista. A função da terra é fazer nascer o que nela se
deposita, como a função do subconsciente é desenvolver os pensamentos e sentimentos que
nele penetram. Se colocamos na terra um grão de abóbora vai nascer um pé de abóbora. Se
semeamos uma pequenina semente de mostarda brotará um pé de mostarda. Se pusermos um
grão de milho nascerá um pé de milho. Assim acontece com a mente humana. Quando
plantamos um pensamento de amor no subconsciente, brotam atitudes impregnadas de amor.
Quando plantamos pensamentos de angústia e preocupação, pode até nascer uma úlcera
gástrica... A função da mente consciente é pensar, dirigir, plantar idéias certas na época
certa. A função do subconsciente é fazer brotar ou realizar o que a mente consciente lhe
ordenou ou entregou. O pensamento é uma grande energia, uma semente poderosa. A mente
consciente a emite e transmite ao subconsciente, que é seu receptor. (11)
41
Fixação no presente
O ideal, para a existência humana, é a criatura procurar viver sem tristeza pelo passado
e sem ansiedade negativa pelo futuro, num interminável e abençoado presente, vivendo cada
instante, totalmente, não se preocupando de maneira estéril com o que virá, e também não
se /josocupando com o que de negativo sucedeu.
A hora é agora.
Como ensina velha canção, quem sabe faz a hora, não espera acontecer...
Emmanuel, pelas mãos queridas de Francisco Cândido Xavier, assevera que hoje é o
dia mais importante de nossas vidas; nem o ontem, que já vivemos com suas experiências,
nem o amanhã que poderá surgir modificado...
42
Somos o que pensamos ser
O subconsciente está para a alma, como o quarto de despejo para a dona de casa, ou
como as gavetas de um arquivo para o executivo ou outro profissional.
Portanto, somos hoje, no momento em que nos ocupamos com a leitura desta obra, o
que fizemos de nós nos séculos passados e na existência atual. Eu sou o que me fiz, através
das múltiplas encarnações, experiências, vivências e emoções. E o pensamento, como artífice,
está na base dessa longa realização.
Com o Espiritismo temos condições de compreender bem isto, porque a alma é um ser
distinto do corpo, que sobrevive à morte. Mesmo quando se dá o sono fisiológico, a alma, que
vive sempre, emancipa-se do corpo e continua pensando e realizando.
Disse outrem: imaginar é criar, ainda que seja uma criação fugaz, momentânea.
43
Considerando que ninguém vive sem pensar, conclui-se que o pensamento, pela sua
capacidade criadora, tem sido o responsável pela nossa desgraça como, também, pela nossa
ventura.
44
Capítulo IV
Causas
45
O próprio depressivo
Alguns exemplos:
Há pessoas que detestam a solidão, afirmando que esta lhes produz depressão e
angústia, sensação de abandono e de infelicidade.
A solidão, todavia, não é boa nem má. Os valores dela defluentes são sentidos de
acordo com o estado de espírito de cada ser.
Inúmeros outros, todavia, não lhe dão maior valor, desperdiçando-o com
frivolidade, esbanjando-o sem consideração. Terminam, desse modo, na estroinice, na
miséria econômica.
O dinheiro, entretanto, não é essencial ou secundário na vida. Vale pelo que pode
adquirir e segundo a consideração de que se reveste transitoriamente. (14a)
46
Joanna de Ângelis responde a esta indagação, dizendo:
O depressivo, pelo que ficou exposto, ao mesmo tempo em que examinará as causas
outras para o seu abatimento moral, examinará a si mesmo, seu estado de alma, sua estrutura
íntima, sua capacitação para o enfrentamento da vida, porque, fundamentalmente, nele se
encontra a causa primeira da moléstia e o fator preponderante para a cura.
47
Imaturidade psicológica
Pois bem.
Aprendemos, com a Doutrina dos Espíritos que, tendo como referência a Terra, pode-
se dizer que há mundos inferiores e mundos superiores a ela, sendo que o nosso planeta é
habitado, em sua grande maioria, por espíritos muito próximos da animalidade ancestral. A
angelitude ou a plenitude espiritual estão ainda muito distantes de expressiva percentagem dos
espíritos vinculados ao Orbe.
Consoante uma das classificações da ciência psicológica, pode-se dizer que a maioria
da humanidade é composta por criaturas que estagiam, por enquanto, na chamada consciência
de sono. São, no dizer de Joanna de Ângelis, os homens fisiológicos, vivendo exclusivamente
para o atendimento das necessidades orgânicas. São, segundo outra definição, criaturas
subdiafragmáticas, ou seja, criaturas que objetivam tão-somente o atendimento das
necessidades do estômago e do sexo.
Pelo exposto, percebe-se que a humanidade vinculada à Terra é composta de seres sem
uma grande estrutura psicológica, sendo, antes, seres imediatistas e ou utilitaristas, vivendo
para as necessidades orgânicas/materiais do hoje e do agora sem nenhuma ou pouca cogitação
filosófico-religiosa, desatentas dos aspectos espirituais da vida, sem se ocuparem com o
aspecto imortalista da alma, conseqüentemente sem valores morais e espirituais para o
enfrentamento de variadas situações.
48
instabilidade, de desdita, (que o conduzirão) a enfermidades emocionais que são
somatizadas, reaparecendo na área orgânica com caráter destruidor. (15a)
49
Comportamento materialista
Toda e qualquer criatura humana, por menos dotada seja de inteligência, sabedoria e
cultura, vive em função de algo ou de alguém, não sendo possível conceber esta mesma
criatura sem algumas metas que possam justificar o seu esforço, o seu trabalho, a sua luta...
Assim, todos nós possuímos uma determinada escala de valores, através da qual
elegemos o que consideramos essencial ou secundário.
Já fiz referência aos homens fisiológicos, àqueles que por enquanto se encontram em
uma consciência de sono. Nestes, há uma total ausência de idealismo e as atividades do
ser estão reduzidas, praticamente aos automatismos de natureza fisiológica:
manifestações instintivas, respiração, assimilação sem o real conhecimento das
ocorrências. O indivíduo dorme, come, procria, ausente dos procedimentos da lógica, da
razão. Poderíamos denominar este como um estado de sono sem sonhos. (18)
O homem-vazio não consegue amar, porque não aprendeu a viver esta faculdade,
base do comportamento de ser livre. Adaptou-se a ser amado ou disputado, sem
preocupação de retribuir.
50
Acostumando-se à competição nos negócios, nos relacionamentos espera ser o
primeiro, o mais considerado. Se o logra, esvazia-se, de imediato. Quando não o
consegue, frustra-se, perdendo-se da mesma forma. (19)
**********
Isto significa que o homem precisará dar maior ênfase aos interesses da alma imortal -
a trave vertical que aponta para o alto -, com menor ênfase para os interesses da vida material
- a trave menor, a horizontal.
Quando o ser inverte sua escala de valores, atribuindo à vida material importância
maior, é como se ele construísse uma cruz com a trave horizontal maior, de conseqüência,
colocando em tamanho menor a trave perpendicular. Com isto, o ser sofrerá instabilidade
porque a trave menor, a perpendicular, não dará equilíbrio suficiente à trave horizontal longa.
Não deve a criatura desconsiderar seus deveres perante o corpo, a família, o trabalho,
o estudo e a sociedade - a trave horizontal. Todavia, desprezar os interesses espirituais e
eternos - a trave vertical - é grave, o que lhe acarretará perturbação íntima e desestruturação
emocional.
51
Sentimento de perda
Compreensível que esta esposa e mãe, em tão dolorosa conjuntura, caísse em profunda
depressão.
**********
E quais são os tipos de perda que poderemos experimentar? Ou, perguntando de outro
moáo,perda do quê poderá levar-nos à depressão?
52
são os espíritos que sentem profunda saudade ou melancolia por terem deixado à distância, no
mundo espiritual, afetos muito queridos, constrangidos pela necessidade à reencarnação.
Somem-se às perdas deste passado mais recuado, as muitas perdas da atual existência, desde a
perda do aconchego do útero, do colo e seio maternos para o irmão mais jovem até perdas
mais expressivas, e isto em todas as fases da existência humana, culminando na velhice!
Dentre tantas situações, lembremos que a pessoa poderá, então, contrair depressão
pela perda:
• em face da morte de alguém muito querido, como por exemplo um cônjuge, um
filho, o pai, a mãe, um amigo, um namorado...;
• da saúde;
• da coragem;
• do entusiasmo;
• de objetos;
• de pessoas outras;
• de status social, econômico, financeiro;
• diante da separação entre cônjuges ou divórcio;
• de filhos que partem para cidades distantes;
• de amigos e familiares que se mudam;
• da infância;
• da vida simples;
• do emprego;
• de algum fator que concorria para a segurança;
• da crença, que em dado momento já não satisfaz;
• da juventude;
• da madureza, quando a pessoa aproxima-se da velhice (e na própria velhice,
quando a pessoa pressente o fim próximo);
• da oportunidade na edificação da felicidade. Ocorre com muitos o sentimento de
perda até por terem malbaratado as anteriores oportunidades de serem felizes. Isto mesmo,
pessoas infelizes hoje, por não terem aproveitado o ontem da existência para a construção da
felicidade!
Sim, porque, como anotado por Joanna de Ângelis, há quem estabeleça em qual
idade irá ser feliz, perdendo todas as ensanchas de sê-lo a cada momento. Mais tarde,
passará a sofrer de neurose depressiva, em razão de não a haver fruído suficientemente,
deixando-se consumir pelo conflito de que já não pode desfrutar o que perdeu ou não
dispor mais de forças para repetir a façanha...
**********
53
Não esgotando o rol das causas desencadeadoras do apego, digo que este é
conseqüência:
• do sentimento de posse;
• da fragilidade humana;
• da dependência, que leva alguém a ter necessidade dos outros, das coisas, das
circunstâncias que o envolvem, de tudo;
Y • da insegurança, em face das incertezas da vida;
• do imediatismo, levando a criatura a fixar-se nos interesses materiais que lhe
constituem a razão única do existir;
• da dúvida ou da negação da imortalidade da alma, conduzindo a pessoa a um
excessivo apego ao corpo e a tudo quanto a ele se refere;
• das vinculações espirituais e afetivas que a pessoa desenvolveu em outras vidas e
vem desenvolvendo na presente encarnação, o que pode ocorrer desde o ventre materno, em
plena gestação;
• dos muitos perigos que todos enfrentamos na travessia carnal;
• dos medos, inclusive o da separação ou perda;
• da educação, no meio social em que a pessoa foi levada a viver;
• do orgulho;
• do egoísmo, condicionando a pessoa a viver centrada em si mesma...
**********
O egoísmo desperta nas criaturas o apego às pessoas, aos bens materiais, às coisas, às
situações.
54
Qualquer ocorrência que se apresente contraditória a esses engodos gerados pelo
ego insano, e as emoções perturbadoras se lhe instalam (no egoísta e no orgulhoso),
proporcionando desequilíbrios de largo porte... (14b)
Temo-lo dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo o mal. Estudai todos os
vícios - e muitas enfermidades da alma, acrescento -e vereis que no fundo de todos há
egoísmo. Por mais que lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não
atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa. Tendam, pois,
todos os esforços para esse efeito, porquanto aí é que está a verdadeira chaga da
sociedade. Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve
expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível
com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades. (4d)
Quando se diz que o egoísmo está na raiz do sentimento de posse e ou de perda, não se
pretende dizer que a pessoa seja maldosamente egoísta. Não! O que se deseja enfatizar é que à
medida em que o ser trabalhar sua estrutura íntima para amar mais e ocupar-se da felicidade
alheia quanto se ocupa com a própria, menos escravo de suas paixões e mais livre dos seus
caprichos, menos se apegará ele de forma negativa a pessoas, bens materiais, coisas e
situações.
Porém, se há perdas oriundas do egoísmo mais exacerbado, outras perdas existem que
decorrem de outros fatores, sobre os quais precisa haver uma compreensão mais ampla da
alma humana. Como na história narrada no início deste tópico, não se pode dizer que a dor
profunda de nossa irmã, envolvida em um grave acidente que ceifou a vida de quatro
preciosos afetos, tenha sido gerada por um egoísmo enfermiço.
**********
55
Em ocorrendo umaperda, dependendo de sua natureza e do estado emocional em que
se encontra, a pessoa poderá sentir estas aflições:
• Dor da separação;
• Dificuldade de readaptação à situação nova, muitas vezes sem disposição íntima ou
interesse nessa readaptação;
y • Insegurança;
• Saudade;
• Desespero, não acreditando (ou mesmo desconhecendo) que a Vida ainda lhe
proporcionará coisas boas e positivas;
• Raiva;
• Ódio;
• Morte (quantas pessoas, inclusive crianças, que não sobrevivem muito tempo após
perdas importantes!);
• Apatia;
• Trauma;
• Saúde alterada; X; • Solidão;
• Depressão...
56
Ressentimento
Seu aspecto exterior, os olhos tristes, cabelos desgrenhados, roupa mal cuidada, tudo
falava de sua imensa dor, do seu desencanto com a vida, com as pessoas.
Meu filho, pelo amor de Deus, ajude-me! Eu não suporto mais! A prosseguir
assim, enlouquecerei!
57
**********
Pelos muitos conflitos existentes, pode-se constatar que a Humanidade, por enquanto,
apresenta um número muito pequeno de pessoas que já conseguem se sobrepor às injunções
de fora, estruturadas que se encontram por dentro. A Humanidade, em sua grande maioria, é
constituída de pessoas que, sentindo-se ofendidas, não perdoam j amais, ou por pessoas que,
ofendidas, conseguem perdoar, ainda que com grandes dificuldades.
Devemos reconhecer, com sinceridade, que no atual estágio evolutivo das criaturas, é
muito difícil a concessão da misericórdia aos agressores. E situações há, como a vivida pela
personagem da história narrada, em que será humanamente difícil a pessoa não se ressentir.
Afirma o Espírito Emmanuel que o perdão sincero é filho espontâneo do amor. (31)
**********
58
O ressentido, portanto, difere do outro agressor pela característica de optar por
arquivar a mágoa ou a raiva que passou a nutrir, isto é, enquanto um opta por exteriorizar a
sua agressividade, o ressentido prefere recalcar o sentimento negativo que alimenta, sentindo
uma, duas ou muitas vezes a mesma dor, a mesma mágoa, a mesma tristeza, a mesma
amargura...
Já não ouvimos pessoas dizendo que fariam isto ou aquilo (matar, estuprar, caluniar,
etc.) contra fulano, mil vezes, se possível fosse?
E neste milsentir, inclui-se, não raras vezes, as muitas mágoas e ódios acumulados
desde outras encarnações, a lembrança parcial ou mesmo completa do negativo sucedido no
ontem do ser que, reencarnando e reencontrando o desafeto de outrora, deixa-se comburir pelo
incêndio do passado... que ainda não passou...
**********
Por não possuir, ainda, uma ideal estrutura psicológica, o ressentido, fragilizado em si
mesmo, se permite influenciar pelo que lhe sucede de desagradável. Isto ocorre, porque a
reação da criatura humana é de acordo com o seu nível de consciência, com o seu grau de
estruturação, é consentânea ao estado emocional em que se encontra. Como leciona Joanna de
Ângelis, cada um age de acordo com as suas resistências e conquistas.
59
frustração e desinteresse pela existência física, em mecanismo de culpa que não logra
superar.
60
Sentimento de culpa
Enquanto conversava com o grupo que se formara espontaneamente, percebi que nas
proximidades encontrava-se uma senhora aparentando ser septuagenária, de aspecto cansado e
triste, muito triste.
Filho, esperei este momento com o objetivo de conhecê-lo de mais perto e falar-
lhe um pouco. Não sei porque, mas sinto que posso confiar-lhe um segredo. Um segredo
que me acompanha há longos e difíceis cinqüenta anos. Um segredo que nunca transferi
a outrem, por achar que deveria guardá-lo comigo, assim não correndo riscos...
Não sei se fui efetivamente o primeiro a manter conjunção carnal com você, e
mesmo tenha sido eu oprimeiro, quem me garante que esta criança seja realmente
minha? Quem me garante que depois de nossa intimidade maior você não teve
experiência com outro ou outros rapazes? Eu, na dúvida, não posso assumir a
paternidade deste filho, que pode não ser meu...
Ele, então, retirando a aliança, devolveu-ma, foi embora, não mais retornando.
Nunca mais o vi...
... Assim abandonada pelo noivo amado, restava-me uma alternativa: contar com
a compreensão e amparo dos pais. Observe o amigo - disse a mulher - que isto se deu na
década de 40, quando os costumes e a educação eram muito rígidos, extremamente
61
severos. Mas, como chegar nos pais e narrar-lhes o sucedido? Meus pais eram de uma
formação religiosa intransigente e, conhecendo-os, sabia que a possibilidade, de neles
encontrar guarida, era muito remota. Optei por não confidenciar-lhes, receosa de
represálias duras que eu não suportaria diante da minha fragilidade, na juventude
distante...
... Sem alternativas outras, optei* pelo aborto. Abortei. Mas ao matar o menino -
era um menino -, nunca mais fui a mesma. No momento em que expulsava a criança de
meu ventre, dei-me conta que expulsava também, para sempre, a alegria e a paz da
minha mente, da minha vida.
Faz cinqüenta (!) anos que abortei e há cinqüenta anos não sou feliz. Carrego o
fardo pesado do arrependimento, do sentimento de culpa. Choro todos os dias,
dominada por esta amargura que não cede, que não passa. Nunca falei sobre isto com
nenhuma outra pessoa; você é a primeira a quem ouso entregar este meu segredo, triste
e doloroso segredo...
**********
Sugeri à irmã que, valendo-se de uma fita magnética (de áudio), gravasse toda a sua
narrativa, enviando-me a fita para que eu pudesse, posteriormente, valendo-me do mesmo
recurso, ou seja, de uma fita, mandar-lhe uma mensagem que pudesse permanecer com ela
pelo tempo necessário ou pelo tempo que o seu critério estabelecesse. E foi o que a irmã fez.
Dias depois, recebi sua fita e ripostei-lhe através do mesmo recurso, nascendo entre nós uma
amizade perene, um carinho que as palavras não traduzem. Na fita, acrescentou ela outros
dados de sua vida, informando que nunca se casara...
**********
62
próprio critério, o aspecto, a figura exata do nosso físico e do nosso moral, a forma
externa e a interna do nosso ser. (20)
Quando o ser possui a sua consciência mais ou menos desperta, lúcida, possuindo
agora uma compreensão mais dilatada da vida, de sua finalidade, e de quais são os seus
deveres para com ela, sempre quando se equivoca a consciênciagnta, chamando-lhe a atenção
para o sucedido, concitando-o ao arrependimento e à reparação.
**********
Enquanto ignorante, o ser agirá mais ou menos arrastado por impulsos primários,
encontrando no erro a oportunidade de aquisição de conhecimento, de experiência, de
discernimento, de lucidez.
**********
Quando a consciência principia a lucilar, a criatura que erra vê-se arrastada para vários
estados emocionais e espirituais negativos. Pode ela tornar-se apática, angustiada,
apresentando a ferida profunda do engano, ulcerações dolorosas na alma, desenvolvendo,
muitas vezes, a autocomiseração, a piedade de si mesma...
63
A angústia - por sua vez -, entorpece os centros mentais do discernimento e
desarticula os mecanismos nervosos, transformando-se em fator positivo de alienações.
Afeta o psiquismo, o corpo e a vida, enfermando o espírito. (13a)
Mesmo sofrendo, ser-lhe-ia possível a recuperação mais rápida, se outra fosse a sua
compreensão da Vida e do erro.
**********
Ignoradas as ações infelizes que a justiça humana não alcança, a consciência, que
sabe, desarticula os complexos mecanismos da razão em desequilíbrio, que somente a
dor expungitiva recomporá.
E mais:
64
Obsessão
A irmã nos buscou, dizendo que seria aquela a sua última alternativa (Deus é, para
muitos, a última alternativa, quando deveria ser a Única ou a Primeira). Se não obtivesse
êxito naquele tentame, segundo asseverava, restar-lhe-ia a saída do suicídio (esclareça-se que
suicídio não é saída, é entrada em dores maiores).
Recordo-me bem das experiências vividas com os personagens desse caso. O princípio
daquele processo obsessivo datava de 1910. A irmã comprometeu-se com duas outras
personalidades, à época também encarnadas. Os três desencarnaram a seu tempo e a pugna
prosseguiu desdobrando-se para além da morte. A irmã reencarnou, permanecendo as duas
outras na erraticidade. A entidade mais fragilizada acabou sendo obsidiada e explorada pela
outra, que comandava o processo obsessivo em relação à encarnada. Isto é, uma entidade
desencarnada mais perversa, explorando a fragilidade de uma outra entidade desencarnada,
constrangia-a a explorar psíquica e fisicamente a nossa irmã, outra vez no corpo. As duas
entidades, dominadas por sentimentos de ódio e de ressentimento, encontrando-se
desencarnadas, tiveram mais ampla liberdade de ação obsessiva.
**********
65
Em nossas tarefas espíritas temos atendido, igualmente, muitos outros casos de
obsessão redundando em depressão, envolvendo afetos, ligações espirituais decorrentes de
sentimentos originariamente bons.
**********
66
freqüência, buscam as mentes dos encarnados, umas e outras podendo desenvolver induções
mentais depressivas.
Importante observar, pois, que ninguém está a sós no Universo, repleto de ondas e
raios, que se propagam ao Infinito.
**********
• intencional ou ativa;
• inconsciente ou passiva, sem intenção.
67
começa a experimentar depressão mental e dificuldades súbitas: não consegue ficar
alegre, está tristonho e cheio de apreensões, enche-se de irritação surda e pensamentos
deprimentes, não pode ler assuntos edificantes, nem orar, julga-se vítima, etc. Daí
podem surgir desavenças, fracassos e aborrecimentos variados. Tudo passa em seguida,
deixando o indivíduo a lastimar-se por suas atitudes "incompreensíveis"... Quando
começar a ficar azedo sem motivo patente, cuidado com a obsessão sutil, momentânea.
(l0c)
Carlos Toledo Riz/ini, ainda comenta sobre os espíritos inconscientes da sua condição,
descrevendo-lhes o perfil: confusão mental, consciência obnubilada, escuridão, dores
físicas, cansaço, apatia, desatenção dos circunstantes, falta de maturação ou objetivo.
Unem-se ao paciente por afinidade, buscando inconscientemente uma companhia, com a
qual sentem-se confortados, etc. Resulta a obsessão passiva, por osmose. (l0f)
O mesmo autor ainda se refere aos espíritos que não visam a prejudicar a pessoa, antes
a declaram ente querido. E comenta: sabem o que fazem, mas estão mal orientados em face
da ignorância e/ou sentimentos possessivos que os impregnam: uns querem continuar ao
lado de amigos e parentes, outros "trazer para o lado de cá" pessoas que estimam,
alguns "ajudar" entes queridos, etc. (l0g)
• a razão declina;
• a vontade enfraquece;
• os sentimentos deterioram-se;
• os hábitos mudam;
• instabilidade emocional;
• choro;
• raiva;
• riso;
• ansiedade;
• fúria;
• sentimentos de culpa;
• apatia...
68
Muitos obsedados acomodam-se à influência dos seus obsessores e acabam até
gostando dela. Quando acontece serem estes afastados, ficam inquietos, angustiados, e
atraem-nos vigorosamente de novo! O obsessor, não sendo um inimigo encarniçado que
quer perder sua vítima o mais depressa possível, alimenta suas ilusões, desejos, hábitos,
vícios, o que lhes causa prazer... O resto pouca importância passa a ter para eles: a
alienação do eu, a restrição mental. Tal será um dos mais sérios obstáculos ao
tratamento. (l0h)
69
Outras causas
1. Psico-sociais:
70
2. Psico-afetivas:
71
3. Socio-econômicas:
Evidente que, faltando tanto para tanta gente, com a miséria estabelecendo seu
império, a depressão será quase inevitável para essas criaturas todas. Como ser feliz vendo-se
privado do necessário? como ser feliz vendo a família morrer à mingua? como ser feliz vendo
os filhos privados do atendimento das necessidades básicas! como ser realmente feliz,
estando-se impossibilitado de atender aos afetos enfermos?
72
4. Enfermidades orgânicas:
Holística vem do grego Holikós, que significa universal. Isto é, todo o universo da
criatura necessita estar bem, para que se diga que ela efetivamente está bem.
Tenho atendido muitos irmãos nossos que, apresentando uma doença grave (câncer,
por exemplo), caíram em depressão profunda.
Somente a pessoa que já conseguiu uma certa estrutura poderia enfrentar bem um
situação de enfermidade orgânica, sem adicionar aflições outras.
73
5. Substâncias entorpecentes:
74
6. Alcoolismo:
Tudo quanto se disse no tópico anterior, tem aqui inteira aplicabilidade, até porque o
álcool é, sem dúvida alguma, uma droga, cuja ingestão traz enormes prejuízos à pessoa, à
família e à comunidade.
75
7. Psicológicas/espirituais:
Sabe você, amigo leitor, que esta obra procura um perfil nitidamente espírita-cristão,
não havendo o propósito de abordar tanto a questão sob a ótica da Ciência Psicológica,
embora não se desdenhe o valor da contribuição acadêmica.
Para uma compreensão profunda das aflições humanas, imperioso que o observador se
coloque no lugar e situação do aflito. Sem essa atitude, como conseguirá auxiliá-lo com
eficiência, bondade e amor?
76
• Abusos sexuais;
• Rotina ou tédio;
• Estresse;
• Medo;
• Ansiedade;
• Rejeição...
77
Capitulo V
CONSEQÜÊNCIAS
78
Comprometimento do sistema imunológico
Sabe-se, com o Espiritismo, que todo o cosmo orgânico é regido pela alma. O estado
emocional interfere diretamente neste sistema de autodefesa do organismo. Enfermando o
espírito, as forças orgânicas ficarão desguarnecidas, vulneráveis, expostas aos invasores
microbianos, pela perda ou compromentimento desse sistema que as protege.
79
Enfermidades orgânicas
Por esta razão, um depressivo, sobretudo se grave o seu estado, poderá vir a sofrer,
dentre outros males, estes: distúrbios digestivos; úlceras (estômago e duodeno); disritmia
cardíaca; problemas hepáticos; disfunções intestinais; manifestações cancerígenas; estados
degenerativos graves; infecções lamentáveis; alergias; oscilação de pressão;
comprometimento do metabolismo em geral; agravamento dos problemas já existentes; e,
finalmente, profundo desgaste.
Este fato, verdadeiro, ilustra bem como uma mente desequilibrada e doente pode
comprometer de maneira severa todo o cosmo orgânico, confirmando as pesquisas modernas,
segundo as quais, a saúde do ser depende do emocional, do espiritual e do fisiológico.
Encontraremos na obra do Dr. Marco Aurélio Dias da Silva, excelente capítulo
tratando das doenças psicossomáticas, isto é, doenças do corpo geradas por um estado
enfermiço da mente. Para esse estudioso, todas as doenças são psicossomáticas, inclusive as
infecciosas. Anota ele:
Em que pese a noção, já antiga, do papel dos estados emocionais na gênese das
doenças, durante séculos, e mesmo até Freud, admitia-se que, com a exceção dos males
congênitos e hereditários, as doenças eram causadas por agentes externos, isto é: vinham
de fora para dentro. O advento da psicanálise, todavia, e sua progressiva aceitação
revolucionaram esse conceito e introduziram um novo: o de que, em algumas doenças,
80
os males do corpo constituíam uma mera expressão dos males do espírito, ou seja,
provinham de dentro da pessoa.
81
Suicídio
Quando ele ocorre, deixa marcas profundas, dificilmente superáveis, nos familiares e
amigos. Estes, atravessarão largo período da existência se perguntando: o que aconteceu para
que ele/ela fizesse isto? e agora, o que será de nosso ente querido? como ficaremos nós, sem
a sua presença amada e com esta profunda dor? onde e como teremos falhado para com
ele/ela?...
Ouvi, certa vez, de um psicólogo amigo, que o depressivo nem sempre guarda o
propósito deliberado de pôr fim à própria vida. Em realidade, pressionado pelos fatores
afugentes, deseja o enfermo pôr fim à dor que o vem dilacerando. Fosse possível a ele -
segundo a sua ótica - eliminar a problemática afugente e certamente envidaria esforços para
superá-la, preservando a vida. O suicida, portanto, não crê ou não vislumbra saída para o seu
problema, e assim, dominado por desesperação que considera invencível, elimina a vida
orgânica, imaginando, com isto, livrar-se da dor.
82
A depressão, portanto, pode ser comparada a um suicídio psicológico, que se dá pela
ausência de valor moral para o enfrentamento das vicissitudes.
O depressivo não faz a opção por si mesmo, optando pela derrocada e vendo no
fracasso algo natural ou inevitável.
83
Fator destrutivo da mente e personalidade
A depressão, além das conseqüências graves que já se abordou, traz ainda várias
outras, a saber:
Se a obsessão pode dar causa à depressão, esta, a seu turno, pode dar causa à obsessão.
Espíritos perturbadores, vingativos ou necessitados de variada procedência, podem se
homiziar nos campos psíquicos do ser, abalado pelas próprias descargas mentais perniciosas.
• Pode produzir loucura; Loucura esta que muitas vezes principia na aflição mal
suportada, quando a pessoa se deixa consumir pela queixa, pela rebeldia sistemática,
culminando por desgastar-se no comportamento psicótico.
• Arrasta à apatia.
84
• nega oportunidade de libertação a si mesma, tombando sob a influência dos vapores
mefíticos;
• desiste da luta;
• é arrastada ao fracasso;
• estará exposta a males outros ainda não catalogados pela Ciência;
85
Tragédias várias
Para ilustrar como a depressão é responsável por tragédias várias na vida de muitas
criaturas, anoto para você uma reportagem onde Helena Andrade e Silva narra ter perdido o
emprego e o marido, e engordado 40 quilos, além de sofrer preconceito da própria família.
Diz textualmente a reportagem:
Depois de tentar vários tipos de tratamento, inclusive alguns nada ortodoxos, como
eletrochoque, Helena diz que não tem nenhuma perspectiva de vida.
"Já experimentei todos os remédios e até hoje tomo as drogas mais modernas que
existem no mercado. Mas meu caso é extremo e acho que nem a psiquiatria sabe mais o que
fazer comigo", afirma Helena.
86
Em 1992, na esperança de se curar da depressão, que, na ocasião, julgava ser algo
apenas passageiro, Helena chegou a fazer sozinha uma viagem de cinco meses pela Europa -
realizando um antigo sonho de sua juventude.
Ela gastou U$$ 60 mil na viagem e voltou com os mesmos problemas na bagagem.
"Cheguei a ficar dias trancada num quarto de hotel da Suíça só comendo chocolate",
diz ela.
Helena teve sua primeira crise depressiva há cinco anos. Ela diz que não sofreu
nenhum grande trauma na ocasião nem passou por alguma experiência triste que pudesse ser
encarada como a detonadora da doença.
Helena conta que começou a se sentir sem vontade de fazer nada sem nenhum motivo
aparente.
Sua depressão chegou a tal ponto que ela parou de ir ao escritório em que trabalhava.
O detalhe assustador era que seu escritório era em casa e ela não tinha vontade nem de
levantar da cama e ir à sala ao lado.
Até hoje, o que mais a irrita é que muitas pessoas acham que depressão não é doença e
gostam de dar "palpites de cura".
"Ninguém acha que a depressão é doença só porque ela não faz sangrar. Sofro
preconceito até da minha família", diz Helena.
"Tenho amigas que acham que, se eu sair de casa para fazer compras num shopping ou
fizer uma boa dieta, vou melhorar. Esse tipo de visão da doença me magoa muito." (33)
As doenças psiquiátricas e neurológicas, que são responsáveis por apenas 1,4% das
mortes no mundo, provocam 28% dos casos de incapacitação no globo.
Cinco das dez doenças ou acidentes que mais causam alguma forma de incapacitação
no mundo são de origem psiquiátrica.
Os dados fazem parte do trabalho da OMS, Harvard e Banco Mundial, que usou
estatísticas globais do ano de 1990.
Por não figurarem na lista das dez principais causas de morte no mundo, as doenças
psiquiátricas têm, no jargão dos especialistas em epidemiologia, um "peso oculto" sobre as
pessoas, que, muitas vezes, é negligenciado pelas autoridades de saúde.
"Infelizmente, os problemas psiquiátricos ainda são vistos como coisa menor. Muitos
médicos não sabem diagnosticá-los e têm até preconceito contra os especialistas da área,"
afirmou a psiquiatra Doris Hupfeld Moreno, do Gruda (Grupo de Doenças Afetivas), que trata
de pacientes com depressão no Hospital das Clínicas de São Paulo.
87
Causa número um de incapacitação, a depressão é responsável por 10% dos casos do
mundo. Segundo a psiquiatra Doris, a depressão aumenta de 3 a 4 vezes a incidência de
mortes provocadas por outras doenças...
88
Capítulo VI
Cura
89
Cure-se a si mesmo
(o próprio depressivo)
Alma irmã!
Não fique transferindo a responsabilidade integral, pelo que lhe sucede, aos outros ou
às circunstâncias.
**********
**********
**********
90
Reconheça, então, que as aflições existem e que a sua fragilidade íntima concorre para
o abatimento moral. Faça, porém, o propósito de resistir quanto possível às pressões sobre a
sua mente e sobre a sua vida. Se você não se sobrepuser ao meio, este poderá dominá-la
totalmente.
**********
Para que você se ajude com eficiência, realize o seu autodescobrimento. Ou seja, auto-
examine-se para tentar perceber onde estão os seus pontos fracos e o que a deprime. Com isto,
você poderá estabelecer um programa de recuperação íntima, tornando-se forte nos pontos
fracos e dominando os fatores que a afligem.
**********
A decisão será fator importante para que você não desanime nessa realização. Para que
a pessoa se autoconheça, faz-se necessário um esforço perseverante, contínuo.
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91
Discipline-se no sentido de encontrar tempo e local adequados para a busca do
autoconhecimento. É importante que você aprenda a estar consigo mesma, sem o atropelo dos
compromissos e sem a balbúrdia que caracteriza a vida hodierna. Estando em sua própria
companhia, será possível realizar uma viagem para o seu interior, o que ensejará o auto-
exame necessário. Com isto, você obterá seguro conhecimento de si mesma.
**********
Aproveite bem o momento atual, sem dúvida o mais importante para a sua vida.
No capítulo III (na intimidade da casa mental) teve você oportunidade de verificar que
o consciente representa o domicílio das conquistas atuais e que nele se erguem e consolidam
as qualidades nobres que estamos edifícando. Esforce-se e aplique sua vontade, com a energia
máxima, na obtenção da alegria. Como já mencionado, e segundo o Espírito Emmanuel, hoje
é o dia mais importante da sua vida...
Á vontade tem que ser orientada mediante a disciplina mental, trabalhada com
exercícios de meditação, através de pensamentos elevados, de forma que gerem
condicionamento novo, estabelecendo hábito diferente do comum. (23)
**********
Também no capítulo III, pôde você constatar que no superconsciente guarda a pessoa
materiais de ordem sublime, noções superiores, onde estão o ideal nobre e as metas elevadas
que nos cumpre alcançar.
92
Invista no presente, de olhos postos nesse futuro, quando você, livre definitivamente
do passado, será alguém auto-realizada e feliz.
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Alma querida!
Serei senhora de mim mesma e das circunstâncias que me rodeiam. Agora que
constato ser eu a responsável primeira pelo que de ruim me vem sucedendo, esforçar-
me-ei para um autodomínio mais acentuado, estruturando-me de tal modo que as
situações adversas não me levem a um abatimento moral profundo. Sempre quando a
dor chegar, lembrar-me-ei de minhas possibilidades íntimas e tudo farei para não
sucumbir diante das adversidades. Sou filha de Deus e sei que posso e devo contar com a
Sua ajuda. Com a ajuda de Deus, tudo posso vencer, tanto a mim mesma quanto as
ocorrências inditosas. Nele encontrarei sempre a inspiração e as forças de que
necessito...
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Torna-se maduro emocionalmente
(imaturidade psicológica)
Alma irmã!
Somente através desta lei da Natureza conseguirá você entender as desigualdades que
caracterizam as criaturas humanas encarnadas na Terra. Sem a reencarnação, como seria
possível explicar racionalmente a perversidade e a bondade, a sabedoria e a estultície, a
inteligência e a ignorância, a justiça e a injustiça, a saúde e a doença, e todos os contrastes que
observamos?
Sendo Deus justo, entenda que Ele não faria distinção alguma entre os seus filhos, aos
quais ama com a mesma solicitude.
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A maturidade psicológica poderá ser alcançada através do auto-estudo, que permitirá a
eleição do que convém e do que não convém ser mantido na intimidade da Casa Mental,
esforçando-se por eliminar dela tudo o que for prejudicial.
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Esteja certa de que o ocupar-se com as questões puramente materiais, conduta típica
do imaturo, responde por várias das aflições que você vem experimentando.
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Busque a convivência com pessoas mais sábias e mais bem preparadas do ponto de
vista cultural, emocional e espiritual, com elas realizando tarefas e diálogos esclarecedores e
estruturadores.
Desenvolva o gosto pela boa leitura. Você encontrará bons amigos nos bons livros e
eles muito a auxiliarão no autoconhecimento e na libertação desejada.
95
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Alma querida!
A cada dia que passo tenho conseguido dominar-me e vencer minhas inclinações para o
abatimento e a tristeza. Sinto em mim, emanadas de Mais Alto, forças poderosas que me
predispõem para a vitória. Sou um espírito imortal, que já amealhei muitas experiências, e
sinto que posso tomar o controle da minha vida, estabelecendo um programa para o meu
crescimento. Devo deixar, e estou deixando para trás, todas as coisas do meu período
infantil. Enfrentarei, a partir de agora, as ocorrências com determinação, com vontade, com
a certeza de que reúno em mim amplas condições para vencer. Deus está comigo e me
auxiliará, como me vem auxiliando, desde sempre, na conquista suprema da minha estrutura
íntima e da minha felicidade...
96
Espiritualize-se
(comportamento materialista)
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Alma irmã!
Observe qual tem sido sua escala de valores. É esta escala de valores que a leva a
eleger o que será considerado essencial ou secundário.
toda a sua vida estará, por força de conseqüência, centrada nos problemas imediatos,
em detrimento das questões espirituais.
Disse Jesus: não só de pão viverá o homem, mas também de toda a palavra de
Deus, com isto demonstrando que a criatura há de atender às necessidades orgânicas como
também às necessidades espirituais. Decorre, dessa desatenção à alma, muitas das aflições
experimentadas pelo ser.
97
Porque nossa alma, se não atendida em suas necessidades fundamentais, padecerá
fome e sede de conhecimento, de fé, de bons sentimentos (paz, alegria, forças...), isto levando
a um distanciamento ou desnivelamento entre o corpo e a vida espiritual.
**********
Você não pode deixar, bem compreendo, de atender às suas necessidades orgânicas,
como, também, às necessidades daqueles que porventura dependam do seu esforço. Mas isto
não pode constituir-se em impedimento que inviabilize a busca de sua espiritualização, de sua
cristificação, simbolizada pela trave vertical da Cruz do Mestre.
**********
Com uma nova escala de valores, você conseguirá transformar o quadro das suas
aspirações, considerando a realidade eterna. Adquirirá o conhecimento e o respeito aos
mecanismos de funcionamento da Vida, alterando substancialmente o modo de pensar e de
ser. Com essa transformação, você conseguirá sobrepor o espírito ao corpo e elaborará um
programa de comportamento ideal.
Você não necessitará desconsiderar seus deveres perante o corpo, a família, o trabalho,
o lazer, o estudo e a sociedade - a trave horizontal. Todavia, desprezar os interesses espirituais
e eternos - a trave vertical -é conduta grave e danosa.
**********
Observe se sua conduta não tem sido caracterizada pela busca sistemática das questões
materiais. Caso isto esteja ocorrendo, fique certa de que o vazio, a frustração e o tédio, logo
estarão dominando a sua vida.
98
**********
**********
Alma querida!
99
Desapegue-se dos bens transitórios
(sentimento de perda)
Alma irmã!
Peço a você retornar ao capítulo onde se examinou a perda como sendo uma das
causas da depressão.
Nesse capítulo, tivemos oportunidade de verificar a perda de quais bens poderá levar a
criatura à depressão, como, também, quais são as causas mais comuns do apego e quais as
demais conseqüências - sempre dolorosas - da perda.
Vimos que a perda de qualquer bem ou valor que tenha significação para a pessoa,
poderá arrastá-la à depressão. Assim, poderão ocorrer perdas: em face da morte de alguém
muito querido, da saúde, de objetos, de status social, pela separação entre cônjuges, de filhos,
de amigos, do emprego...
Digo isto, porque não poucas pessoas, desconhecendo o tema e desconhecendo que as
perdas acumuladas podem concorrer para um abatimento futuro, muitas vezes não conseguem
fazer conscientemente uma associação entre a tristeza do momento e a. perda ocorrida.
**********
100
Já sabem que, muito provavelmente (esta é a regra), não deverão chegar juntos ao túmulo.
Ora, isto se dá no casamento e nas situações outras de um modo geral.
O desapego aos bens e valores transitórios trará efeitos muito positivos à sua vida,
dentre eles permitindo-lhe apegar-se aos bens imperecíveis da alma.
**********
Se a sua depressão tiver alguma relação com a perda de algo ou alguém que você
considere importante, imprescindível, procure perceber com clareza tal situação. Enquanto
não se detectar a causa com segurança, não se tem como erradicá-la.
**********
Observe em que consiste a sua escala de valores, as suas motivações para viver.
Se a sua mente estiver fixada nos valores transitórios, denotando excessivo apego,
saiba que você pode ser uma candidata em potencial à depressão pelo sentimento de perda.
Isto, por considerar que, fatalmente, será constrangida a tudo abandonar, se não durante a
existência carnal, certamente quando se der a desencarnação.
**********
Fundamental, para a sua felicidade, que você tenha sempre na lembrança esta verdade
irrefutável, qual seja, a de que as coisas não nos pertencem em definitivo. Assim entendendo,
quanto possível evite o sentimento de posse ao deter este ou aquele bem, procurando não se
escravizar a ele. Não condicione a sua felicidade à manutenção definitiva desse bem.
Exercite a renúncia, assim se antecipando à perda inevitável dos bens que não poderão
permanecer indefinidamente com você.
Reflita sempre na transitoriedade da posse dos bens materiais. Busque a posse dos
valores espirituais, os únicos reais, que acompanharão sempre a sua alma, mesmo depois da
desencarnação.
101
Não se retenha nos anseios tormentosos do sentimento.
Compreenda que a vida impõe mudanças constantes e que não nos será possível reter
tudo e todos sempre sob nosso controle.
Os nossos veículos automotores são servidos por vidros retrovisores, no entanto, esses
retrovisores apenas servem para orientar o motorista que, caso pretenda atingir o destino que o
aguarda, deve dirigir para a frente.
Assim, a alma não deve andar de marcha à ré; Deve, sim, marchar para a frente e
para o Alto!
**********
Se a sua perda for oriunda de uma separação ou divórcio, mantendo-se fiel aos
compromissos anteriormente assumidos, especialmente na hipótese de existirem filhos, pense
na possibilidade de refazer-se afetivamente. Ninguém está proibido, diante de uma
experiência malograda, de tentar outra vez. Porém, que essa busca, caso ocorra, se dê de
maneira tranqüila, para que você não se deixe levar pela ansiedade mórbida na eleição do
novo companheiro/companheira.
Evite entrega precipitada, para que você não venha novamente a ferir-se diante de
perdas nessa área tão importante da existência.
102
Neste convívio com as muitas dores humanas, não desconheço haver perdas muito
severas, que afligem sobremaneira a alma. No capítulo referente às causas, relatei sobre a
perda suportada por aquela irmã, cujos marido e filhos desencarnaram todos em um mesmo
acidente. Compreendo que, em tal conjuntura, é quase impossível a pessoa não se deprimir.
Posso asseverar a você que tenho mantido contato com meus afetos desencarnados
através da mediunidade segura, o que me dá esta condição de garantir-lhe que os seus afetos
igualmente vivem e que poderão a qualquer momento se manifestar/comunicar.
Diminuindo a sensação de perda com a certeza da sobrevivência dos seus afetos, o seu
nível de alegria, de motivação, de forças, estará naturalmente melhorando.
Deus é Amor, na definição de João, o Evangelista. E, sendo Ele Amor, claro está que
não nos imporia um sofrimento eterno na eterna separação dos nossos afetos.
**********
Compreenda e aceite esta verdade: a alma vive sempre. A morte nada mais é que
umaporta que se abre na direção da vida espiritual. Os nossos afetos, que se nos anteciparam
na viagem de volta ao Mundo Espiritual, vivem e nos aguardam, conservando inalterados os
sentimentos acalentados quando no corpo carnal.
Alimente a certeza da vida após a morte. Com esta certeza, você verá desaparecer ou
atenuar o sentimento de perda, constatando, feliz, que não ocorreu perda definitiva como se
103
supunha, mas que, em realidade, operou-se tão-somente uma separação física, e ainda aí
momentânea.
Não duvide de Deus, não duvide da Vida. Assim fazendo, com a certeza da
sobrevivência, a sua dor será grandemente atenuada.
**********
Alma querida!
Reverei minha atual escala de valores, procurando perceber quais têm sido as minhas
motivações para viver. Procurarei não me fixar em demasia nos valores transitórios, que
fatalmente serei constrangida a abandonar. Fixarei os meus interesses na Vida Imperecível
do Espírito!
E diga mais:
Informada de que a morte não mata a vida, viverei de modo a merecer o reencontro
com os meus amores que me precederam, pela desencarnação, na viagem de volta ao mundo
espiritual. Guardarei inabalável confiança na Vida e em mim mesma, seguindo adiante. Com
isto, sinto e sei que conseguirei superar todas as perdas que tenha experimentado até então...
104
Perdoe sempre
(ressentimento)
Mágoa, segundo os léxicos, pode ser definida como mancha ou nódoa proveniente
de contusão; desgosto, amargura, pesar, tristeza, sentimento ou impressão desagradável
causada por ofensa ou desconsideração... (22a)
Conclusão: aquele que acumula ressentimento é alguém que transporta corrosivo, que
termina por consumi-lo, afetando-o grandemente.
Pode ocorrer que o magoado venha a perturbar, de algum modo, a pessoa sobre a qual
concentra a sua animosidade. Mas, isto poderá não acontecer se a pessoa, contra a qual se
alimenta ressentimento, elevar-se a um nível onde os petardos mefíticos não terão acesso.
105
Com a Psicologia, aprende-se que a pessoajessentida é dotada de um perfil que a
propende para o ressentimento. Tal pessoa tem uma enfermiça inclinação para deixar-se
abalar por tudo quanto lhe suceda de desagradável, vivendo às turras (em contenda, birra)
com todos ou com quase todos por questões de somenos importância.
Este perfil tanto pode ser fruto da personalidade trabalhada na presente experiência
carnal, como também pode dar-se que o espírito já traga de suas encarnações anteriores a
propensão para a mágoa. É possível que esse espírito tenha ocupado posições de relevo, de
dominação, quando exacerbou a sua vaidade, p seu orgulho, a sua prepotência. Agora,
permitindo que esses sentimentos negativos emerjam do porão subconsciencial, ele se
melindra por quaisquer motivos.
Médicos e cirurgiões sem orientação psicológica estão agora começando a ver que
os elementos psicológicos estão presentes em muitas das doenças que não respondem a
tratamento médico. Quanto a mim, só posso mencionar minha própria experiência, em
conjunto com a de muitos de meus colegas psicoterapeutas: uma notável melhoria nos
sintomas de doenças orgânicas se instala enquanto o paciente está sendo submetido a um
tratamento dos nervos. Muitos eczemas incuráveis, por exemplo, desaparecerão após a
erradicação de ressentimentos subconscientes. (25)
**********
Alma irmã!
106
pessoas que o aborreceram; 5. pensar que o ressentimento é realmente devido àquela
pessoa ou incidente. (25a)
Você perceberá a vantagem de ter sido aquela que se deixou conduzir pelo amor, pela
compaixão, pela piedade, pela compreensão...
Perdoe o algoz de sua alegria. E faça mais: auxilie-o na cura de seus desvios
psicológicos e espirituais. Quem assim age, está adicionando ao perdão o amor, sublimando-
se definitivamente. Aquele que auxilia o seu algoz, depois de tê-lo perdoado, evidencia um
superior estágio de espiritualização.
**********
Não se iluda: não é possível preservar a mágoa e ser feliz a um só tempo. Você
necessitará escolher entre o conservar o sentimento negativo e ser infeliz, ou expulsar de sua
vida esses sentimentos mórbidos e reconquistar a alegria, a disposição para viver.
Por mais lhe doa esta verdade, não posso deixar de dize-la: todo aquele que se permite
impregnar e conduzir pela mágoa é tão infeliz e ou tão inferior quanto aqueloutro que o
ofendeu ou magoou. Se você se encontra no mesmo nível do outro, perde todo o direito de
criticá-lo, de exigir dele um comportamento melhor. Se você não age corretamente, como
exigir que o outro o faça?
Demonstre que você está em um patamar superior (não por orgulho, evidentemente),
compreendendo e desculpando o agressor. Esta atitude, certamente, beneficiará a criatura
perdoada, mas, muito especialmente, será você a maior beneficiária, como o maior
beneficiário será o frasco que venha a conter um perfume raro.
Já asseverava Krhisna: o homem de bem deve tombar sob os golpes dos maus como
a árvore do sândalo que, ao ser abatida, perfuma o machado que a destruiu!
107
**********
Observe a qual grupo você pertence: se ao grupo dos que se sentem ofendidos e não
perdoam nunca, se ao grupo dos que se sentem ofendidos e perdoam, ou se você já se
encontra no estágio de não mais ser atingida pelo petardo da maldade alheia, não
necessitando, pois, perdoar...
Se você está no primeiro degrau, esforce-se por alcançar o segundo, aquele em que a
pessoa, sentindo-se atingida, empenha-se por compreender e desculpar. Se você está neste
patamar, de se sentir agredida e perdoar, envide esforços para elevar-se a nível ainda melhor,
não mais sendo atingida pela maldade alheia.
Para isto, mister haja empenho para a estruturação intima, enriquecendo a mente de
informações e sentimentos positivos a respeito de tudo e de todos, de modo a edificar uma
redoma que a protegerá das arremetidas dos maus.
Para que você se estruture, necessário trabalhar para que ocorra a predominância do espírito
sobre a matéria, da natureza espiritual sobre a natureza animal.
**********
Você poderá estar pensando que é muito difícil perdoar sempre. E eu sei que em
muitas ocasiões não é nada tão simples ou tão fácil de conduzir-se superiormente, mas, como
dito no parágrafo anterior, faça empenho, esforce-se, até conseguir perdoar com naturalidade,
com espontaneidade.
Nesse esforço de perdoar o outro, trabalhe sua mente no sentido de fixar o lado melhor
dele.
Considere que o agressor é alguém tão infeliz ou perturbado em si mesmo que não necessita
do seu ódio, da sua mágoa.
**********
Tenha em mente que o seu agressor pode estar enfermo e, por esta razão, age de
maneira equivocada. Ele não fugirá de si mesmo e das conseqüências de seus atos, não se
fazendo mister que você chame a si a tarefa, ingrata e estúpida, de justiçá-lo.
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da depressão. Um homem que vem, cruelmente, estuprando a própria esposa, convenhamos, é
um doente grave, necessitado de tratamento especializado, inclusive espiritual.
**********
Estude-se para melhor se conhecer. É bem possível que o seu ressentimento tenha por
causa primeira o seu próprio perfil psicológico. O ressentimento está sempre na mente, e
não no incidente que o provoca, leciona o Dr. Allan Worsley, que prossegue dizendo:
**********
A mágoa poderá instalar-se de forma tão arraigada que você poderá,*de futuro, ter
grande dificuldade de expulsá-la de sua vida, especialmente as mágoas mais antigas e as mais
profundas.
Lembre-se: se você está magoada, você também é uma enferma exigindo tratamento.
Ocupe-se primeiro de sua doença para depois ocupar-se com a doença do seu agressor. É esta
a recomendação evangélica, segundo a qual devemos tirar a trave do nosso olho para depois
cuidarmos de tirar o cisco do olho do próximo...
**********
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109
Poupe-se do desgaste que a mágoa provoca. Faça isto por amor e respeito a si mesma,
a Deus, a Vida...
**********
**********
Alma querida!
Tenho para com tudo e todos um grande e elevado sentimento de boa-vontade e amor.
Dominada por esse grande amor, que a tudo abrange, envolvo a todos os meus irmãos em
carinho, compreensão e tolerância. Se alguém, em um momento infeliz, vier a agir mal em
relação a mim, não reagirei. Manter-me-ei serena, amável e perdoadora, certa de que a crise
passará. Esforçar-me-ei no sentido de estruturar-me psicológica e espiritualmente, assim não
ficando tão vulnerável às ocorrências do cotidiano. Eu me amo e estendo este amor a todas
as criaturas de Deus! Amando e perdoando, sinto-me livre de todos os sentimentos negativos,
podendo prosseguir tranqüila e feliz...
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Perdoe-se e recomece
(sentimento de culpa)
No capítulo II, onde se apresentou uma síntese da Doutrina Espírita, anotamos que os
Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em
inteligência, nem em saber, nem em moralidade.
Estas diferentes classes existem não por um capricho ou equívoco Divino. Não. Deus
criou-nos iguais, a todos concedendo as mesmas possibilidades e destinação futura.
Todos nós, sem exceção, nas noites imemoriais do tempo, fomos criados simples e
ignorantes, isto é, sem saber. (4e) Através das reencarnações incontáveis temos realizado o
progresso que nos caracteriza presentemente. À medida em que avançamos na senda da
evolução, ingressando na faixa humana, gradativamente, fomos adquirindo consciência de
nós mesmos e conquistando o livre-arbítrio.
Toda ação desencadeia uma reação, ou, a cada efeito corresponde uma causa. Quando
a criatura age equivocadamente (ação/causa) colhe ela as conseqüências (reação/efeito) em
forma de sofrimento. Quando se conduz com acerto (ação/causa) experimenta felicidade
(reação/efeito).
Pelo exposto, pode-se perceber que tanto o erro, quanto o acerto, através das
conseqüências danosas ou felicitadoras, têm por finalidade proporcionar-nos experiência,
discernimento, crescimento e progresso. Como consta do capítulo II, já mencionado, os
Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram passando
pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esta melhora se efetua por meio da
encarnação, que é imposta a uns como expiação (para os que se equivocaram no passado e
possuem débitos a ressarcir), a outros como missão (para os que já se melhoraram e reúnem
condições de algo positivo realizar). A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer
repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral (4).
**********
Admir Ramos recomenda que aprendamos a vencer através dos fracassos, assim se
expressando:
Qual será o motivo pelo qual, ao considerarmos duas pessoas que passaram pelas
mesmas dificuldades e derrotas, a uma chamamos de "experiente" enquanto que a outra
classificamos como "fracassada"?
111
A diferença reside no fato de que a primeira fez uso dos fracassos de forma a
aprender com cada um deles, ao passo que a segunda deixou-se sucumbir ante as
derrotas e passou a fugir das situações que a derrotaram.
No primeiro caso temos alguém que recebeu custosas mas preciosas lições dos
erros cometidos.
No entanto, dificilmente terá existido algum grande homem cuja vida não tenha
sido marcada pelos insucessos. Tais homens subiram sobre os fracassos em lugar de se
deixar soterrar por eles.
Qualquer pessoa decidida a vencer tem que enfrentar o fato de que, algumas
vezes, fracassará. No entanto, como escreveu Maxwell Maltz, "Um passo na direção
errada é melhor do que ficar 'no lugar' a vida inteira". O mesmo autor acrescenta:
"Você faz erros. Os erros não fazem você".
Por isso, você não pode imaginar a si mesmo como sendo "um fracassado" mas,
simplesmente, admitir que fracassou uma ou outra vez, o que não quer dizer que
continuará fracassando indefinidamente. (26)
Tal comportamento credencia o homem a ser perdoado pelo seu irmão, que o
libera do pagamento dos seus momentos infelizes, não irradiando contra ele
pensamentos destrutivos - idéias anestesiantes - que sempre são assimilados pelo
fenômeno da sintonia através da consciência de culpa.
112
Quando alguém se liberta do lixo mental, acumulado pela ignorância e pela
futilidade, começa o seu restabelecimento espiritual, e toda uma atividade nova se lhe
apresenta favorável, abrindo-lhe espaço para a saúde.
**********
Alma irmã!
Se você aceitar humildemente a fragilidade própria, terá mais facilidade para reerguer-
se dos escombros e reencetar a marcha ascencional, avançando para a frente. O orgulhoso,
atribuindo-se valor exagerado, tem maior dificuldade de administrar o próprio fracasso,
perdendo a oportunidade de aprender e melhorar com ele.
**********
Deus ama você e vem lhe proporcionando muitas alternativas de recuperação íntima.
Cada minuto que passa, cada novo dia, cada nova experiência, representam excelentes
perspectivas de refazimento e de reconstrução.
113
condenar-nos ao fogo do inferno eternamente (como preconizam as religiões ultrapassadas),
pela reencarnação e pelas expiação e reparação estabelece Ele os meios de alcançarmos a
tranqüilidade perdida pela conduta equivocada.
**********
Procure examinar a própria consciência. Este exame necessita, porém, ser realizado
com serenidade e sinceridade. Com a serenidade, você examinará a consciência própria sem
os rigores que somente perturbam. Com a sinceridade, você evitará a postura de justificar
indevidamente o equívoco eventualmente praticado.
**********
**********
Corrija-se o quanto antes e adote o reto caminho tão logo possa, nele perseverando.
**********
114
Se o equívoco praticado se deu por ignorância, agora você está mais experiente e mais
preparada para a Vida. Agradeça e aproveite a oportunidade de aprender.
Entenda que, com a conduta infeliz proporcionando sofrimento, você está aprendendo
como agir melhor a fim de colher felicidade.
Se o erro se deu em virtude da fragilidade ainda tão comum em nossas vidas, você
sairá mais forte da experiência, mais bem informada de como conduzir-se em outras
situações. Muitas vezes, o erro é repetido até a fixação definitiva do aprendizado. Pode
ocorrer de a pessoas não terem errado o suficiente para a imprescindível aquisição expressiva
de experiência e discernimento.
Mesmo que a conduta infeliz se tenha dado por fraqueza ou acomodação, portanto,
ainda aí procure reagir ou agir positivamente, fortalecendo-se de modo a poupar-se de dores
maiores no futuro. Fixe o ensinamento evangélico de que quem erra com conhecimento de
causa fatalmente colhe resultados mais severos. Mais se pedirá a quem mais for dado...
Muito se pedirá a quem muito for dado!
**********
Lembre-se sempre:
Você não é uma condenada irremissível, uma criatura indigna de merecer novas
oportunidades de refazimento, de libertação.
No capítulo I, comentou-se algo a respeito dos apóstolos Pedro e Judas. Vimos que
ambos, em determinadas circunstâncias, cometeram erro grave. O primeiro, negando que
conhecesse Jesus. O segundo, vendendo o Amigo. Pedro, reajustando-se emocionalmente,
recuperou-se do equívoco e transformou-se em um dos maiores sustentáculos da Causa Cristã.
Judas, mais fragilizado que o companheiro do Colégio Apostólico, não encontrando em si
mesmo forças para a necessária recuperação moral, optou por suicidar-se.
115
**********
Perdoe-se.
**********
Reerga-se. Você tem condições para isto. Não fique indefinidamente na baixada onde
você se tenha arrojado.
**********
116
**********
Agradeça a Deus por tantos valores e bênçãos que você possui. Aproveite todas essas
oportunidades, resgatando e crescendo.
**********
**********
Como tudo passa, isto também passará, e, quando tal acontecer, faze teu
recomeço, a princípio, com cautela, parcimonioso, até que te reintegres novamente na
ação plenificadora.
**********
117
Recompense a atitude infeliz com a realização de muitas atitudes felizes, certa de que
o amor cobre a multidão dos pecados.
Seja otimista e avance para a frente e para o alto. Fixe este pensamento de Marden: o
pessimista senta-se e lastima; o otimista levanta e age. E também este outro: se choras por
ter perdido o Sol, as lágrimas não te permitirão ver as estrelas...
Envide esforços para diminuir a quantidade e ^profundidade das quedas futuras, até
que você, não errando mais gravemente, não venha a ultrajar a consciência e turbar sua
alegria.
Porque fixar-se no passado negativo, se nesse mesmo passado você sorriu, realizou e
amou? Fixe o seu lado melhor,
Não espere a próxima encarnação para renascer do erro. Não. Você pode renascer
agora e se se dispuser a isto, desde já começará a fruir alguma alegria.
**********
Alma querida!
118
Deus me ama intensamente. A Vida me ama intensamente. Eu também me amo
intensamente e, dominada por este Grande Amor, levantar-me-ei de onde me encontro e
buscarei a escalada ascensional, afim de progredir na direção em que devo. Eu me perdôo e
me concedo nova oportunidade. Com humildade, suportarei as conseqüências das minhas
faltas pretéritas, mas não me permitirei deixar dominar pelo remorso estéril, que somente
perturba e não auxilia. Trabalharei minha alma de modo a fortalecê-la para o futuro,
evitando a repetição dos erros e dos acidentes. Estou destinada à perfeição, ao progresso, à
alegria, à paz, e sinto que estas bênçãos me invadem e meplenificam, à medida em que me
oriento pela reta conduta...
119
Liberte-se
(obsessão)
Com o Espiritismo, igualmente já aprendemos que, com a morte, a alma prossegue tal
qual se fez a si mesma, sem mudança substancial, preservando a sua individualidade, que
nunca perde, e sua personalidade, que não se modificará de imediato, após a desencarnação. A
alma retorna ao mundo espiritual levando consigo todas as suas qualidades, más e boas.
Consignou-se, no capítulo alusivo às causas, que certas obsessões se dão por ódio,
pelo sentimento de vingança ou outro sentimento perverso. Os espíritos, que se sentiram
prejudicados por nós, nesta encarnação ou em outras anteriores, poderão afligir-nos, através
de uma influência perniciosa e prolongada.
A obsessão, no entanto, não ocorre somente por sentimentos perversos. Todo aquele
que, aflito, aflige contínua e longamente outrem, poderá ser considerado um obsessor, ainda
que involuntário.
Deste modo, o aflito, que se torna causa de aflição, mesmo daquele a quem diz amar e
pensa cultuar com a sua saudade mal compreendida e mal administrada, ainda que não seja
este o seu propósito, estará se transformando em agente perturbador do ser amado.
Esta situação última é muito comum em casos de perda pela morte de um ente
querido: aquele/aquela que permaneceu no corpo, irresignado e desestruturado em si mesmo,
avassalado por imensa saudade, passa a sofrer terrivelmente, enviando mensagens negativas
de desesperação ou revolta àquele/àquela que partiu, assim obsidiando-o/a. e obsidiando-se.
Também pode ocorrer o contrário: o ente querido desencarnado, inadaptado e profundamente
saudoso no mundo espiritual, não se tendo ainda desprendido suficientemente dos laços que o
retém no antigo lar ou nos ambientes de sua preferência, passa a incomodar aqueles a quem
ama. Inconformado com a mudança imposta pela morte e sem vontade ou sem preparo para
realizar o que se espera de todo aquele que se veja livre das amarras carnais, pode optar por
permanecer próximo daqueles a quem estima, influenciando-os negativamente, a pretexto de
cultuar sua memória.
**********
120
Alma irmã!
Se você, fazendo uma análise, perceber que a obsessão pode estar na raiz de sua
depressão, procure corajosamente libertar-se de tal influência, que poderá adquirir contornos
extremamente severos e trazer conseqüências profundamente lamentáveis.
**********
Se for possível, e faça tudo para que tal ocorra, reconcilie-se o mais depressa possível
com o seu adversário, (a recomendação é de Jesus).
**********
Se você perdeu um amigo ou algum outro afeto especial pela desencarnação e percebe
que a depressão tem aí a sua causa, muito cuidado. Não se esqueça: o seu pensamento
negativo alcança o ser cuja ausência você chora, e neste repercutirá o seu estado emocional.
Se você chora a partida de alguém, aprenda a trabalhar melhor a sua dor e a sua
saudade, convertendo-as em pensamentos bons, de esperança e de arrimo para aquele ou
aquela que a tenha precedido na morte.
**********
121
Se você vive em um meio adverso, composto de mentes perturbadas ou tristes, saiba
que está exposta a se ver contaminada a qualquer momento.
Com tal convivência, onde e quando as criaturas não mais ocultam o seu real estado
íntimo, extravasando-o pela palavra, pelo olhar, por um gesto e até mesmo por uma irradiação
silenciosa, considerando a capacidade de expansão do Espírito, a pessoa poderá, convivendo
com um deprimido, deprimir-se também. Ou, se for você a deprimida e o outro não souber se
proteger, este terminará por enfermar-se, também pelo processo da chamada contaminação
fluídica.
Você influencia o meio em que vive, como o meio a inl Estruture-se de tal modo que
possa influenciar positivamente o meio. Assim estruturada, o meio - se negativo - não a infl
negativamente.
**********
Peço a você guardar esta informação: o seu pensamento de todas as demais criaturas,
se irradia e busca ondas equivalentes, afinizando-se e sintonizando-se com elas, influc as e
sendo por elas influenciada.
Se a sua onda mental for boa, você terá boas afinidade e felicitando-se. Se sua
irradiação for negativa, afinizará e sintoni onda negativa equivalente, sobrecarregando-se com
essa vibr, você, por invigilância, imaturidade ou prazer mórbido, atraiu
Aprenda a cuidar de sua mente e somente pense no que belo, não se comprazendo na
alimentação de pensamentos n Como você já sabe, somos o que pensamos ser.
Estando intimamente mal, corrija tal postura e busque a e a sintonia de melhor padrão
vibratório.
**********
122
O obsessor, encarnado ou desencarnado, explora as suas energias fisiológicas,
emocionais e espirituais, levando-a à de arrastando-a à prostração e à depressão.
Deste modo, em seu próprio benefício, e a benefício daqueles espíritos infelizes que
por quaisquer motivos a estejam assediando, estabeleça um bom padrão mental e persevere
nele, de modo a curar ou a impedir a obsessão, sempre perniciosa e de efeitos imprevisíveis.
Curando ou evitando a obsessão, você estará a caminho de uma vida mental mais
saudável, mais indene às influências perniciosas do meio em que vive.
**********
Alma querida!
Auto-ajude-se, pensando:
Tenho certeza de que a morte não mata a vida. Os meus amores, que se me
anteciparam na desencarnação, prosseguem vivendo, como eu viverei após a minha partida.
Consolo-me diante desta separação temporária e, amparada na irrestrita confiança em Deus,
procurarei auxiliar os afetos que me precederam, enviando-lhes pensamentos de resignação,
paciência e coragem. Ajudando-os e ajudando-me na recuperação íntima, mais facilmente
poderemos nos comunicar pelo pensamento e mais facilmente nos reuniremos mais tarde.
Transformarei minha saudade em serviço de amor ao próximo, transformando este serviço
em bênçãos para os meus amores, como para mim. Irei ao encontro de dores mais doídas que
as minhas, confortando-me enquanto busco confortar corações outros.
123
Cura para as causas diversas
(outras causas)
Vimos no capítulo alusivo às causas que, em princípio, todos os fatores que contribuem para
consumir e desgastar a pessoa, podem concorrer para a depressão.
Deste modo, necessitamos adotar uma postura positiva e valorosa em todos os momentos e
circunstâncias, não somente para prevenir como liimbcm para curar a tristeza que se tenha
instalado em nossa casa mental.
**********
Alma irmã!
Pessoas há que, tentando justificar uma conduta infeliz, afirmam: foi a gota d'água! Ao que
acrescento sempre: se o pote não estivesse cheio, certamente que a gota não teria
transbordado. A culpa, pois, não c da gota, mas daquele que permitiu que o pote fosse se
enchendo, sem tomar as providências devidas...
**********
Se é compreensível que todos tenhamos aflições, isto não justifica que a todas elas nos
entreguemos sem esforço de superação.
**********
Não se permita corroer ou submeter pelas pressões e apertos impostos pela sociedade ainda
egoísta. Seja forte o bastante para impor-se aos fatores constringentes.
Não culpe somente o meio. Sempre é possível opor-se-lhe resistência. Não fosse assim,
nenhuma criatura seria responsável pelo que viesse a fazer, sendo-lhe permitido, então,
transferir à sociedade a responsabilidade por tudo quanto lhe sucede.
124
Evite as crises de relacionamento.
Supere as crises existentes e as passadas.
**********
**********
Simplifique a vida.
**********
**********
Procure a causa profunda de sua enfermidade orgânica. Se semelhante causa estiver em sua
conduta, esforce-se por eliminar o que venha contribuindo para o seu desequilíbrio.
Se, esgotadas todas as possibilidades ao seu alcance, você não obtiver a cura, adeque-se à
situação e extraia da doença o melhor proveito. São muitas as pessoas que conseguem realizar
grandes coisas, mesmo padecendo moléstias graves.
125
Empenhe-se para não permitir que o problema físico se torne um grave problema emocional-
espiritual.
**********
Se você intentar a cura da depressão através do álcool, não só não curará a enfermidade
psicológica, como contrairá um outro mal. Você estará depressiva e alcoólatra, com a situação
grandemente complicada.
**********
Trabalhe por alcançar o amadurecimento psicológico, o que lhe permitirá encarar a situação
difícil e vencê-la.
Não há problema que dure para sempre. Mantenha-se no dever, fazendo o melhor, até que a
problemática seja superada.
**********
Examine a sua escala de valores. Ajuste-a de tal modo que você se condicione a fíxar-se no
que é positivo e espiritualizante, não se consumindo por objetivos infantis ou imediatistas, que
não plenificam.
**********
126
Nunca alimente o negativo, o destrutivo.
**********
Não se detenha.
Com esforço mental e ações programadas, você pode curar a apatia, sempre danosa.
**********
Não se fixe somente no momento que passa e no ambiente em que você se encontra. Procure
ver e seguir além...
**********
Acredite: o bem é antídoto para o mal. Realizando aquele, este perderá seu império.
**********
Alma querida!
127
Recomendações
outras para
a cura
128
Higienize-se mentalmente
O depressivo, como já visto no capítulo próprio, é alguém que traz a sua casa mental
sobrecarregada de pensamentos e sentimentos negativos, que terminam por minar-lhe as
resistências fisiológicas e. espirituais.
**********
Alma irmã!
**********
Reeduque a sua mente, que adquiriu hábitos viciosos ao longo dos milênios.
Libere-se da autocompaixão.
129
Não se prenda aos sentimentos tormentosos.
**********
Alma querida!
Auto-ajude-se, afirmando:
Sou senhora de minha casa mental. Assim como me sinto bem vivendo em ambientes
assepsiados e cuidando da higiene corporal, a alma também se sente melhor, se livre das
sujidades emocionais e espirituais. Cuidarei melhor para trazer minha casa mental sempre
limpa e livre dos miasmaspestilenciais das emoções infelizes...
130
Polarize o pensamento
Por exemplo:
Positivo Negativo
Amor Ódio
Boa vontade Ressentimento
Coragem Medo
Felicidade Depressão
Entusiasmo Desinteresse
Contentamento Descontentamento
Autoconfiança Falta de confiança
Certeza Dúvida
Confiança no sucesso Medo do fracasso
Altruísmo Egoísmo
Pureza Impureza
O deprimido é alguém que, ao longo do tempo, optou por pensar e fixar pensamentos,
sentimentos e experiências negativos. Por isto, terminou abatido moralmente. Se no passado
tivesse ele optado pelos aspectos positivos das situações e pessoas, hoje outro seria o seu
estado emocional. Seria, então, uma pessoa realizada e feliz.
**********
131
Alma irmã!
Após varrer o lixo emocional, higienizando a sua casa mental, agora limpa e vazia,
procure colocar novos pensamentos, sentimentos e propósitos.
**********
**********
Sente-se e faça uma imagem daquilo que realmente gostaria de ser. Que seja em
alto nível. Pense nisso, em vez de deixar vaguearem seus pensamentos. Continue
ininterruptamente a acrescentar detalhes à imagem, até que ela fique bem clara e
perfeita.
Esta imagem será uma poderosa lente mental, e servirá para concentrar a
energia mental desviada. Ela ajudará a focalizar na ponta de um alfinete as forças
anteriormente desperdiçadas com aspirações sem objetivo e sonhos ociosos.
132
**********
Pensando corretamente, você sentirá, agirá e viverá corretamente. Porque quem pensa
bem, sente bem, fala bem, age bem, produz bem e ora bem...
Já se disse que toda a nossa vida passa necessariamente pelo pensamento. Assim, o
pensar bem vai refletir em todas as situações da existência.
Essa transição do negativo para o positivo poderá ser demorada e complexa, pela falta
de disciplina mental, exigindo tempo e esforço contínuo. Porém, se nos não dispusermos à
conquista, permaneceremos estacionários.
Entenda que você é o que se fez através do pensamento. Será, a partir de agora, o que
vier a pensar insistentemente.
Alma querida!
Auto-ajude-se, mentalizando:
133
Confie em Deus 1
Vimos, no capítulo II, que Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente,
soberanamente justo e bom, e que criou o Universo, que abrange todos os seres
animados e inanimados, materiais e imateriais.
O Universo (que tudo abrange), é regido por leis eternas, justas, sábias e amorosas. Há
em tudo uma ordem divina. Embora não a detectes, ei-la manifesta em tudo,
expressando a sua origem no Criador. (27b)
Seres há que não crêem na existência de Deus. Outros há que, crendo, não extraem
desta crença todos os benefícios possíveis. Outros há, finalmente, que crêem e se felicitam,
beneficiando-se àestaPresença.
Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus? Num axioma que aplicais
às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do
homem e a vossas razão responderá. E Kardec acrescenta: para crer-se em Deus, basta se
lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar
da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde
fazer alguma coisa. (4f)
134
Emmanuel nos sugere, também pela psicografia do amado Francisco Cândido Xavier,
que nos não ocupemos em penetrar o mistério de Deus, contentando-nos, por enquanto, em
chamá-lO, como Jesus o fez, de Pai.
O depressivo, pelo que temos observado, é alguém que anda e vive descuidado de
Deus, não se fixando nEle e deixando-se vencer pelas muitas pressões, de fora ou de dentro de
si mesmo.
**********
Alma irmã!
A depressão patológica é enfermidade grave. Se você padece desse mal, sabe quão
doloroso é o quadro.
Desejo dizer-lhe, neste momento, que Deus é o melhor remédio para o seu mal.
**********
Confie sempre nEle, e não somente quando tudo está segundo a sua vontade.
Confie sempre, haja o que houver. O maior sofrimento que alguém pode vir a
experimentar está na descrença, na falta de confiança.
135
**********
Deus é Infinitamente Maior que todos os seus problemas. Ele tudo pode, tudo pode...
Penetre-se dEle.
Mantenha o pensamento ligado a Deus. Ele está em todos os lugares. Sinta-O ao seu
lado agora, permeando-se dEle, deixando que Ele a abençoe e refrigere, seguindo avante
sempre.
**********
Alma querida!
Auto-ajude-se, afirmando:
136
Confie em Jesus 2
Ele é o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de
guia e modelo. (4h)
Cristo, em verdade, não é o nome dEste Espírito, mas suacondição. Explicando: Ele,
através dos milênios incontáveis, chegou à excelente condição de chamar a si a
responsabilidade pela administração deste orbe, o que vem fazendo amorosa e eficientemente
desde a primeira hora.
Cráto-Jesus, pois, não é Deus. Como nós outros, éFilho de Deus. Também não é,
como pretendem alguns, simples chefe de organização religiosa...
O Evangelho, trazido pelo Cristo, ainda não foi explorado corretamente pelas
criaturas. Os homens não perceberam, ainda, que Sua mensagem tem um profundo conteúdo
médico-psicológico, constituindo-se em roteiro seguro para a aquisição e manutenção
dasaúde integral.
**********
137
Alma irmã!
Ele não se encontra no Céu, desinteressado das lutas que nos dizem respeito. Na
condição de Amigo Leal e sempre Bondoso, Jesus é a Presença certa e constante.
**********
Alma querida!
138
Ore fervorosamente
Arar significa abrir sulcos, permitindo que a semente penetre a intimidade do solo.
Orar, por sua vez, significa abrir sulcos na intimidade da alma e do coração, para que as
sementes da esperança, da coragem e da força possam neles penetrar.
Orar não é o mesmo que repetir mecanicamente as palavras que venham a compor a
prece. Ora, aquele que sente o que diz ou pensa, procurando refletindo conteúdo das palavras
ou pensamentos enunciados, permitindo que elas/eles o auxiliem com eficiência, despertando
e acentuando os sentimentos bons.
Por seu intermédio, entramos em contato com Deus, com Jesus e com os Amigos
Espirituais. Também por seu intermédio, conseguimos estabelecer ligação direta com os
afetos desencarnados, assim diminuindo a distância e aplacando as saudades, minimizando os
tormentos e ajudando-os na readaptação à vida nova.
**********
Alma irmã!
Se você está dominada pela tristeza profunda, abra-se ao doce refrigério da oração.
Quando orar, evite as repetições de palavras vazias que não auxiliem com eficiência.
Jesus orava e você pode e precisa orar também. Ore sempre, vencendo todas as
aflições.
**********
139
Alma querida!
Senhor!
140
Ame sempre
O amor, no sentido aqui proposto, pode ser definido como um estado de espírito, que
se caracterizaria por tal sensação de quietude interior e satisfação consigo próprio que
transbordaria para uma atitude otimista e desarmada perante a vida e as outras
pessoas. Amar aos outros e à vida é, pois, mera conseqüência do amor a si mesmo. (30)
**********
Alma irmã!
Não.
Como escreve o Dr. Marco Aurélio Dias da Silva, o comportamento egoísta tem
muito, mas muito mesmo, a ver com uma torturante sensação de insegurança e
fragilidade interior. Somente aqueles interiormente fortes conseguem, de fato, ser gentis
e desprendidos. O egoísmo relaciona-se diretamente com a imaturidade emocional,
assemelhando-se ao comportamento da criancinha, que vê e sente o mundo como
girando a seu redor e existindo para e em função dela. (30a)
**********
141
O amor, bem compreendido e bem sentido, proporcionará a você amadurecimento
psicológico. Os que atingem esse patamar de crescimento ou dele se aproximam passam
a extrair genuíno prazer do amor que transmitem às outras pessoas e, sem ter
premeditado, passam a vivenciar um doce ciclo vicioso onde, quanto mais se amam e
amam aos outros, mais amor recebem de volta e mais ainda ficam amando a si e aos
outros... (30c)
**********
Ame seu irmão. Você evitará ou curará, com tal atitude, a obsessão que porventura se
tenha instalado.
Não se feche em si mesma. Vá ao encontro das dores maiores que as suas, que
permanecem aguardando alguma contribuição.
O bem ao próximo é bem para você mesma. Constitui-se em uma Lei Divina,
Universal: é dando que se recebe... Porém, faça o bem pelo bem, com desinteresse. A Lei sabe
cuidar de você...
Não apenas doe coisas no auxílio ao próximo. Doe-se também, doando o que você
possui de melhor no âmago do coração.
**********
142
Alma querida!
Eu amo a Deus!
Eu amo a Vida!
Eu me amo!
Eu amo o próximo!
143
Busque o Espiritismo
Depois de algo comentar a respeito de Moisés e Jesus, Carlos Toledo Rizzini anota
relativamente ao Espiritismo:
Trabalha os seus valores eternos, equipando-o para o enfrentamento das lutas e para o
êxito;
Suscita uma nova escala de valores;
144
Aprende-se a fixar-se na imortalidade da alma, com aproveitamento da oportunidade;
**********
Alma irmã!
Eliminará o egoísmo, o orgulho, a ansiedade, a ira, o medo, o ódio, a luxúria... que são
raios destrutivos das células como, também, da alegria;
**********
Alma querida!
A bibliografia espírita é muito rica. Nos livros você encontrará excelentes recursos e
técnicas de auto-superação como, também, de superação das dificuldades.
145
Encontre um Centro Espírita
Alma irmã!
**********
Alma querida!
Na hipótese de você não conhecer um bem orientado Centro Espírita, informe-se com
alguém de sua confiança. Ao travar contato com a Casa Espírita, procure permanecer nela por
tempo razoável, dando-se a oportunidade de bem conhecer o Espiritismo. Não tenha pressa de
afastar-se dela, após a conquista da saúde, da estrutura íntima, da esperança...
146
Ampare-se na família
Algo especialmente marcante lhe sucederia, porém, naquela noite. Em dado momento,
seus olhos cruzam com outros olhos, que o magnetizam de imediato. A chama íntima reaviva-
se e a intuição segreda ao seu coração que aquela jovem - belíssima jovem! - estava
reservada para a sua alma...
Conheceram-se ou reconheceram-se!
O nome desta jovem? - É... Joana, minha companheira de muitos anos. Mulher
extraordinária por suas virtudes peregrinas. Devotada e abnegada, tem-se constituído em
exemplo e inspiração para muitas vidas.
Nas muitas crises (sempre comuns na vida de todos nós) ela tem sido uma alavanca de
sustentação, um hino de amor...
**********
Alma irmã!
A família pode ser compreendida ou definida como sendo a reunião de espíritos, que
se buscam na Terra para, através dos reencontros, mutuamente se auxiliarem na ascensão
espiritual.
Se você estiver bem, ajude quanto puder os seus familiares enfermos, compreendendo
que depressão patológica é moléstia severa, não lhe sendo permitido omitir-se, sob pena de
cometer falta grave e expor-se ao remorso.
147
Se você estiver enferma, peça ajuda com toda a humildade. Essa ajuda, evidentemente,
será buscada junto aos familiares que estejam em melhores condições, portanto, com
possibilidades de auxiliar.
Não reclame de sua família, entendendo que, à luz da reencarnação, da lei de causa e
efeito e da Justiça Divina, você está no lugar certo, com as pessoas certas, nas circunstâncias
certas...
Aprenda a valorizar este precioso e sagrado patrimônio, que é a família. Sem ela, você
perderia excelente campo de trabalho e de realização.
**********
No momento em que estas páginas são elaboradas, com emoção e gratidão profundas,
recordo-me de minha família. Sem ela, reconheço que não seria o que sou e não estaria onde
estou.
É verdade que nem sempre correspondi às expectativas de meus pais, mas nem por
isto eles me abandonaram ou desprezaram. Fiéis a Deus, desincumbiram-se totalmente dos
deveres abraçados...
O mesmo posso dizer dos filhos (Jordhana, Morgana e Izaias Júnior) e dos meus nove
irmãos, bem como de todos os demais afetos que compõem o clã que tenho a felicidade de
integrar. Nunca me faltaram com o carinho e o perdão, ensejando-me, em todas as quedas,
reiteradas oportunidades de recomeço.
**********
Alma querida!
Se a sua família não puder ajudar, procure valer-se dos bons e estruturados amigos.
148
Tenha bons e estruturados amigos
**********
Alma irmã!
Lembre-se que o próprio Jesus não desprezou a ajuda de Simão, o cireneu, que se
dispôs a auxiliá-lO no transporte da cruz.
Seja amiga de quem sofre, procurando não trair a sua confiança. Aquele que sofre já
tem motivos suficientes para afligir-se, não sendo justo acrescentar-lhe o da traição ou da
decepção.
Se você estiver necessitada, procure alguém confiável para dialogar. Conte-lhe o que
se passa na sua vida e, se ele/ela sugerir-lhe providências positivas, acate-as em seu benefício.
**********
Faça para o depressivo, todo o bem que puder. Como a irmã e amiga da pequena
grande história que segue:
149
jovem aquietou-se, reconquistando a serenidade e dispondo-se a prosseguir no esforço de
auto-superação...
**********
Alma querida!
Neste passo, permito-me outro parêntese para recordar todos os maravilhosos amigos
que a Vida me concedeu. São tantos, que não seria possível nominar a todos.
Perpassam, pela minha lembrança, os amigos antigos e recentes, velhos e moços, ricos
e pobres, de longe e de perto, os encarnados e os não encarnados, os de Osvaldo Cruz e de
Andradina, do movimento espírita e de outras Doutrinas...
Em todos, encontrei sempre inspiração para a vida e eles muito contribuíram para a
minha formação. Em situações extremamente difíceis, quando me faltaram as forças próprias,
neles encontrei arrimo para seguir avante, levantando-me e recomeçando outra vez...
150
Trabalhe e transpire também
Alma irmã!
Saia de si mesma.
Movimente-se.
Faça caminhadas.
Respire ar puro.
**********
Alma querida!
Entenda que o trabalho é terapia e é Vida. Veja o que sucede aos que se aposentam
sem a elaboração de novas metas para esse período da existência física.
Evite a hora vazia, que produz grandes prejuízos na economia moral das criaturas.
Diminua as atividades, se preciso for, mas nunca escolha a ociosidade como forma de
viver.
Trabalhe, também, pela alegria de estar produzindo, de ser útil, e não somente em
busca de recompensa financeira.
151
Vigie sempre
**********
Alma irmã!
Alma querida!
Eleja quais impressões de fora poderão ingressar na intimidade de sua casa mental.
152
Compreenda e trabalhe a dor
Escreve Vinícius:
A dor é uma necessidade em orbes como este onde nos encontramos. Ela é, na
vida do Espírito, o que o fertilizante é na vida da planta. Os homens, como as árvores,
não devem ocupar neste mundo um lugar inutilmente. É da lei que as árvores e homens
produzam frutos, cada um segundo sua espécie e natureza. Quando a árvore se torna
estéril, o agricultor recorre aos processos aconselhados ao caso: abre sulcos em volta do
seu tronco e aduba a terra ao redor. Quando o Espírito estaciona na senda de evolução,
mostrando-se negligente e relapso no dever que lhe assiste de produzir frutos de
aperfeiçoamento moral e de desenvolvimento intelectual, vem o aguilhão da dor
despertá-lo. É assim que os abúlicos, os comodistas impenitentes, os preguiçosos e os
cínicos são chamados a postos e forçados a assumirem atitudes definidas e positivas nas
lutas da vida.
Aprendemos com o Espiritismo que a dor não representa uma desgraça para a alma.
No sofrimento, tem ela um poderoso auxílio para a sua redenção. Nesse sentido, escreve
Emmanuel:
**********
153
O deprimido é alguém que, inexperiente e fragilizado em si mesmo, permitiu-se e
vem se permitindo abater pelas dores. Ainda não possui estrutura suficiente para debelar a
crise e permanecer alegre e em paz.
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Alma irmã!
Acredite: a dor encontra-se em toda parte. Você não é a única a sofrer, e pessoas há
que sofrem muito mais.
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154
Quando a dor chegar, procure mantê-la em sua real dimensão, não a ampliando,
desnecessariamente, com o seu desespero.
**********
Jerônimo Mendonça Ribeiro é um dos exemplos mais extraordinários que tive a honra
de conhecer e privar de sua companhia e amizade.
Desde a tenra idade, começou a padecer dores atrozes, em virtude de uma artrite
reumatóide deformante, que haveria de acompanhá-lo até a desencarnação.
Tetraplégico, cego, cardiopata e trazendo dores terríveis, percorreu, com sua cama
ortopédica, vários estados do Brasil e centenas de cidades, a todos levando o Evangelho do
Cristo à luz da Doutrina Espírita, cantando e encantando, pelo exemplo lecionando confiança
em Deus, certeza da imortalidade, alegria íntima e entusiasmo permanente no amor ao
próximo, que traduziu de muitas formas.
Jerônimo Mendonça Ribeiro, pelas mãos dos muitos amigos que o auxiliavam,
escreveu vários livros e gravou discos e fitas. Fundou dois centros espíritas (um na zona
rural), uma gráfica e uma creche que atende centenas de crianças.
Ele jamais saía de sua cama, que era também sua tribuna. Nessa cama, sempre
imobilizado, permaneceu por trinta anos (!), até a desencarnação. Hoje, na Espiritualidade,
Jerônimo prossegue o trabalhador resoluto e amigo devotado, sendo percebido e visto em
muitos lugares, em todos eles inspirando companheiros, levantando almas caídas, sempre
cantando as belezas do Consolador Prometido...
**********
155
Alma querida!
Talvez não possamos, por enquanto, ser e fazer como Jerônimo, conhecido, quando
encarnado, como O Gigante Deitado.
156
Cultive alegria íntima
**********
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Alma irmã!
157
Viva experiências que auxiliem na recuperação do seu bom-humor;
Entusiasme-se;
Faça o próximo alegre. Isto alegrará você também. André Luiz, em seu livro
Respostas da Vida, escreve que a alegria é a única doação que você pode fazer sem
possuir nenhuma; (35)
Espalhe bem-estar;
**********
Alma querida!
158
Seja racional
A pessoa que cria fantasias vive nas nuvens, podendo precipitar-se no abismo do
desencanto a qualquer momento.
**********;
Alma irmã!
Examine o problema com serenidade. Isto auxiliará você no encontro das soluções;
Não discuta por discutir. Com o diálogo, você buscará soluções para o passado, o
presente e o futuro que a aguarda;
Não fuja da realidade. A atitude sensata, racional, dará a você amplas condições de
superar o momento difícil;
Evite a utopia;
159
Acabe com a ilusão, antes que a ilusão acabe com você;
Não transfira suas carências para o outro. Ele talvez não esteja, nesse momento, em
condições de ajudá-la. Em tópico próprio, recomendou-se a procura de um bom e estruturado
amigo. Isto, porém, não significa que se deva despejar, sobre ele, toda a problemática...
**********;
Alma querida!
Em Deus, você encontrará as diretrizes corretas para a sua vida, como as bases de
sustentação para todas as horas e circunstâncias.
Construa sua casa mental sobre a rocha da consciência lúcida e responsável e não
sobre a areia movediça das paixões inferiores, que atordoam e infelicitam, deixando, após a
sua passagem, marcas profundas de desengano e depressão.
160
Breve página à mulher
Procure enriquecer a sua vida, possuindo muitas motivações para viver. Ser mulher de
uma só atividade pode ser muito prejudicial;
Se você vier a perder ou não possuir a condição de gerar filhos, não se aflija. Há muita
gente sofrida esperando auxílio. Seja mãe dos sofredores, adotando-os pelo coração;
Não fique remoendo sentimentos negativos. Liberte-se deles. Cuide de sua casa mental
como você cuida de sua residência e de sua família;
Não chame a si a responsabilidade exclusiva por tudo que acontece na sua família. Se
não é correto omitir-se, também não é justo sobrecarregar-se tanto. Os outros não têm o
direito de colocar sobre os seus ombros as responsabilidades que lhes pertencem. Eduque-os
neste sentido;
Sem trair seus deveres domésticos, dedique-se a outras tarefas, inclusive remuneradas,
se for possível e se houver conveniência ou necessidade;
Não ocorrendo a situação do parágrafo anterior, busque tarefas outras que ocupem/?
arte do seu tempo, e permitam o seu enriquecimento intimo;
Não faça de sua casa a sua cadeia. Fiel sempre às suas obrigações, encontre bons
motivos para se ocupar. A ação beneficente é das melhores soluções/terapias para as suas
dores;
Se casada, ame seu marido. Se mãe, ame seus filhos. Como eles são. Se ainda não são
o que devem ser, ajude-os a se tornarem melhores. Você pode ter sido colocada em um meio
para que, com sua ação e seu exemplo, venha a ajudar espíritos mais necessitados;
Sofrendo violência, moral ou física, procure ajuda (quanto possível, sem ódio nem
mágoa) para você e o seu agressor. Essa ajuda poderá ser encontrada no médico, no
psicólogo, no psicanalista, no psiquiatra, no Promotor de Justiça e em outros profissionais e
pessoas que estejam em condições de auxiliá-la. Não há porque suportar humilhações e
violências indefinidamente, se se possui ao alcance meios para o auxílio a todos. Pode ser que
o seu algoz esteja doente;
161
Contente-se com sua profissão e sua remuneração, caso trabalhe. Se for possível
conquistar progressos, melhor. Se não, resigne-se, recordando que há muitas mulheres que
gostariam de estar no seu lugar. O valor pessoal independe do salário, da tarefa
desempenhada e da posição social que se ostente;
Você não é nem superior nem inferior a ninguém. Cada um de nós tem o seu valor
próprio. Procure sempre superar a si mesma, os seus limites, sendo cada dia melhor do que o
foi no anterior;
Não se submeta aos abusos sexuais. Toda violência ao seu corpo é violência contra a
sua alma. Não existe amor sem ética, sem respeito;
O amor ao próximo, através de ações positivas, dará renovada motivação para a sua
vida. Ele é o melhor antídoto para o tédio;
Quando e quanto possível, evite os conflitos domésticos. Que eles não ocorram por
sua culpa. E se você vier a errar, desculpe-se e recomece. Se o erro for dos outros, desculpe-os
e auxilie-os a igualmente recomeçarem;
Não inveje seu marido, se casada. Inspire-se no seu bom exemplo e faça o seu melhor;
Adote uma vida simples. Evite gastos supérfluos, desnecessários. O consumismo não
cura depressão;
Tenha método e ritmo na sua vida. Jesus ensinou que basta a cada dia o seu mal;
Programe-se, não se estressando sem necessidade. Trabalhe sempre, mas sempre com
inteligência. O trabalho é lei da vida e você trabalhará eternamente. Fazer tudo hoje não
resolve para sempre, porque amanhã você terá mais o que fazer. Não deixe para amanhã a
tarefa de hoje, mas não intente fazer hoje a tarefa que será mais bem executada amanhã...;
Você é linda. Você é única no Universo. Não existe outra igual. Aprenda a gostar de
si, para que os outros façam o mesmo;
Você não está só, como pensa. Há muita gente que lhe tem carinho. Seja solidária com
os solitários, e você nunca estará sozinha;
Se os seus afetos desencarnaram, saiba que eles vivem. Não há morte. Eles esperam
por você e lhe devotam o mesmo sentimento de outrora;
162
Não se atormente pelo amanhã. Alcance-o vencendo, passo a passo, as dificuldades. A
ansiedade mórbida não trará a você as alegrias esperadas;
Progrida sempre. Não deixe, porém, corroer-se por idéias de perfeccionismo. Pessoa
muito exigente é pessoa neurótica, intolerante, de trato difícil, desagradável;
Não tenha medo da velhice. A vida tem encantos em todas as fases da existência
humana. Descubra-os quando chegar essa fase, mantendo-se jovial, solidária, cooperativa e
otimista. A vida prossegue, e os que se amam não se separam para sempre, mesmo quando
advém a morte do corpo, que é transformação libertadora...;
Não pense que você seja a única pessoa a sofrer. Todos sofremos e há pessoas que
sofrem muito mais;
Inspire-se nessa Alma Belíssima e Pura. Quando as forças lhe faltarem, busque-A em
oração confiante e esperançosa. O auxílio não tardará a chegar.
163
Vinte anos depois (duas orações)
No prefácio do livro Sementeira de Bênçãos, narrei uma experiência por mim vivida no dia
10 de abril de 1978, quando me preparava para as duas últimas etapas do concurso do
Ministério Público. Chegando à Praça da Sé, em São Paulo, por volta das 12h 20, embora (à
época) vinculado ao protestantismo, desejoso de encontrar ambiente propício à oração, entrei
na famosa e respeitável Catedral. O silêncio e a quietude espiritual reinantes nesse sagrado
Templo ensejaram-me as condições necessárias à comunhão com o Alto.
Senhor!
Como tu sabes, desde há muito venho me preparando para este difícil e rigoroso concurso.
Superadas as fases iniciais, dentro de instantes enfrentarei as etapas faltantes.
Sabes que muito estudei, preparando-me quanto possível para este momento.
Não te pedirei seja eu aprovado no concurso. Tu conheces o que me está reservado e o que
melhor me convém. Rogo-te, isto sim, a bênção da serenidade afim de que eu possa produzir
o máximo ao meu alcance; a tranqüilidade necessária para que a minha mente, livre das
tensões que soem ocorrer nestas experiências, responda com a desenvoltura desejável,
exteriorizando com segurança os conceitos aprendidos...
Senhor!
Não te faço nenhuma promessa, visto que tudo quanto possuo foste tu quem mo deste. E, em
Tua Magnificência e Grandeza, que poderia eu conceder-Te?
Se te aprouveres seja eu aprovado neste concurso, se for esta a tua vontade, digo-te: jamais
cogitarei de promoção pessoal, de obtenção de postos que me possam destacar no cenário
dos homens, com esquecimento das necessidades dos meus irmãos de Humanidade. Não,
Senhor! -farei do meu cargo uma oportunidade de auxiliar o próximo mais necessitado,
amparando-o no soerguimento, servindo-o com esquecimento de mim mesmo!
Senhor!
Não se trata de uma promessa, este programa traçado. Não! é um COMPROMISSO sagrado
do coração, a cuja execução procurarei me aplicar todos os dias da minha vida!
164
**********;
Hoje, quando grafo as últimas linhas deste trabalho, estamos em 10 de abril de 1998, sexta-
feira santa\
São 10h25.
Joana e os filhos Jordhana, Morgana, Izaias Júnior e o neto (ou neta?) que breve chegará
(Jordhana encontra-se grávida), estão em Osvaldo Cruz. Por minha vez, na companhia do
amigo Ângelo Luiz Belchior Antonini, que muito me ajudou na elaboração deste livro,
encontro-me em Andradina, na intimidade do apartamento em que resido.
Os anos perpassam pela minha memória e, comovido, observo a longa estrada percorrida.
Reconheço que não tem faltado boa-vontade para o fiel cumprimento do compromisso
assumido há vinte anos, no sentido de amar e servir o próximo mais necessitado.
Findando este escorço sobre Depressão, na esperança de ter feito o máximo ao meu alcance,
permito-me concluir a tarefa em oração, dizendo:
Senhor!
Agradeço-te, Autor da Vida, por todas as bênçãos amealhadas neste período! Foram tantas e
tão grandiosas que não poderiam ser agora arroladas, sob pena de elaborar uma prece
interminável, pelas bênçãos intermináveis que me deste!
Ê verdade, Senhor, que não faltaram as lutas, as dificuldades, as quedas, os erros! Mas,
inobstante as muitas nuvens borrascosas da aflição, sempre me foi dado perceber, para além
delas, o Sol do Teu Amor a brilhar, dando-me segurança e clareando os caminhos que
deveria percorrer!
Tuas mãos sempre estiveram estendidas, soerguendo-me em todas as vezes que dElas
necessitei!
Perdoa-me pelas muitas faltas cometidas em desfavor do próximo e de mim mesmo! Abençoa
ainda mais aqueles a quem eu, mesmo em Teu Nome, não fui capaz de abençoar!
165
Se for possível, pela Tua Misericórdia, concede-me outros anos mais de vida e oportunidades
repetidas de agir no bem!
Se Te aprouveres permaneça eu no corpo, sendo esta a Tua Vontade, digo-te outra vez:
jamais cogitarei de promoção pessoal, de obtenção depostos que me possam destacar no
cenário dos homens, com esquecimento das necessidades dos meus irmãos de Humanidade.
Não, Senhor! - farei de todas as possibilidades ao meu alcance, oportunidades de auxiliar
aproximo mais necessitado, amparando-o no soerguimento, servindo-o com esquecimento
de mim mesmo!
Transforma este livro, pelo Teu Infinito Amor, em bênçãos para todos os que venham a
debruçar-se sobre ele, auxiliando-os, e aos seus, na superação de si mesmos e das lutas
redentoras!
**********;
Amigos leitores:
Nome e endereço para correspondência:
Izaias Claro
Caixa Postal: 134
CEP - 17700-000
Osvaldo Cruz/SP
199
166
BIBLIOGRAFIA:
167
11. Somos O Que Pensamos, 11a edição, pg. 133, Editora Boa Estrela, de Germano de
Novais.
12. Autodescobrimento - uma busca interior -, 1a Edição, pg. 64, LEAL, de Joanna de
Ângelis/Divaldo Pereira Franco.
12a. pgs. 135/136.
13. Alerta, 2a edição, pgs. 33/34, LEAL, de Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco.
13a. pg. 124.
14. Momentos de Felicidade, 1a edição, pg. 74, LEAL, de Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira
Franco.
14a. pgs. 69/70.
14b. pgs. 112/113.
15. Momentos de Saúde, 1a edição, pg. 39, LEAL, de Joanna de Ângelis/ Divaldo Pereira
Franco.
15a. pg. 126.
16. Receita de Paz, 4a edição, pgs. 58/59, LEAL, de Joanna de Ângelis/ Divaldo Pereira
Franco.
16a. pg. 61.
16b. pg. 79.
16c. pg. 58.
17. Luz da Esperança, 2a edição, pg. 37, Spírita Eldona Societo F. V. Lorenz, de Joanna de
Ângelis/Divaldo Pereira Franco.
18. Médiuns e Mediunidades, 4a edição, pg. 31, LEAL, de Vianna de Carvalho/Divaldo
Pereira Franco.
19. Momentos de Iluminação, 1a edição, pgs. 87/89, LEAL, de Joanna de Ângelis/Divaldo
19a. pgs. 115/116.
20. Em Torno do Mestre, 4a edição, pg. 94, Federação Espírita Brasileira, de Vinícius.
20a. pgs. 63/64.
21. Momentos de Consciência, 1a edição, pgs. 111/112, LEAL, de Joanna de Ângelis/Divaldo
Pereira Franco.
21a. pg. 112. 21b. pgs. 113/114.
22. Novo Dicionário Aurélio, 1a edição, 12a impressão, editora Nova Fronteira, de Aurélio
Buarque de Holanda Ferreira.
22a. pg. 866. 22b.
23. Vida: Desafios e Soluções, 1a edição, pg. 111, LEAL, de Joanna de Ângelis/Divaldo
Pereira Franco.
24. O Ser Consciente, 1a edição, pg. 22, LEAL, de Joanna de Ângelis/ Divaldo Pereira
Franco.
25. Vença o Medo e a Depressão, 14 a edição, pg. 47, editora Cultrix Ltda, do Dr. Allan
Worsley.
25a. pg. 77. 25b. pg. 78. 25c. pg. 88. 25d.pg. 17. 25e.pg. 18/19.
26. Lisa Biblioteca de Comunicação, volume IV, pgs. 49/50, de Admir Ramos.
27. Filho de Deus, 1a edição, pgs. 36/37, LEAL, de Joanna de Ângelis/ Divaldo Pereira
Franco.
27a. pg. 48/49.
27b. pg. 33.
27c.pg.21.
28. Perda Tristeza e Depressão, volume 3, pg. 258, editora Martins Fontes, de John Bowlby.
29. Mulher e Depressão, 2a edição, editora Saraiva, de Jennifer James.
30. Quem Ama Não Adoece, 10a edição, pgs. 240/241, editora Best Seller, de Dr. Marco
Aurélio Dias da Silva.
168
30a. pg. 242.
30b. pg. 242.
30c. pg. 243.
30d. pgs. 109/110.
31.0 Consolador, 16a edição, questão 335, Federação Espírita Brasileira, de
Emmanuel/Francisco Cândido Xavier.
31a. questão 241.
3I b. questão 246.
32. Plenitude, 1a edição, pgs. 43/44, editora Arte & Cultura, de Joanna de Ângelis/Divaldo
Pereira Franco.
32a. pg. 19.
32b. pg. 44.
33. Folha de São Paulo (1° trimestre de 1998).
34. O Centro Espírita, 1a edição, pg. 03, Editora Paidéia Ltda, de J. Herculano Pires.
35. Resposta da Vida, 9a edição, pg. 28, Editora Ideal, de André Luiz/ Francisco Cândido
Xavier.
169