Há cinco milhões de anos atrás, durante o Plioceno,
eu, Pedro Australopithecus, media cerca de 105 cm de
altura e o meu cérebro era mais ou menos do tamanho do de um chimpanzé. Usava ferramentas rudimentares como paus e pedras (sem modificá-los), mas não falava. Dominei o planeta durante os 2,5 milhões de anos seguintes. Extingui várias espécies animais que se cruzaram no meu caminho e, até mesmo, outras espécies de Australopithecus que não estavam tão adaptados ao meio. Por esta altura, comecei a incluir carne na minha alimentação, o que levou a uma diminuição do tamanho do meu estômago (porque a carne é mais fácil de digerir do que os vegetais) e a uma acumulação de proteína, o que resultou no aumento do meu cérebro e na minha transformação em Pedro Homo Habilis (o que significa homem habilidoso). Isto aconteceu há cerca de 2 a 1,5 milhões de anos. Nessa época, confeccionava e utilizava ferramentas, começando por uma simples pedra. As minhas ferramentas eram feitas de ossos, madeira e principalmente pedra lascada. Tinha cérebro grande, mãos habilidosas e levava uma vida nómada, alimentando-me de carne de animais que caçava e outros já mortos, para além de frutos e outros vegetais. Deixei uma parte da minha vida desenhada nas paredes das cavernas para que os meus descendentes pudessem saber como era - as chamadas pinturas rupestres. Ao longo da minha evolução, cresci até cerca de 1,70 m, desenvolvi mais o meu cérebro e a minha inteligência, tornando-me o Pedro Homo Erectus. Fabriquei instrumentos de pedra lascada mais aperfeiçoados, como os bifaces, e dominava o uso de uma das mais importantes ferramentas que o Homem já teve - o fogo. Construí cabanas para me abrigar e produzi sons com algum significado, que evoluíram, mais tarde, para uma linguagem falada. Enfrentei muitas Eras Glaciais mas, adaptando-me a elas, evoluí para Pedro Homo Sapiens (que significa homem sábio), há cerca de 300 mil anos. Adquiri um esqueleto mais leve, queixo proeminente, crânio redondo e a face e os dentes foram diminuindo de tamanho. Desenvolvi raciocínio abstracto, linguagem e capacidade de resolver problemas. Vivia em cavernas e já enterrava os mortos. Continuando a minha evolução, fui dar ao que hoje sou – Pedro Homo Sapiens Sapiens, que é o Homem actual, com todas as suas virtudes e todos os seus defeitos.