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PALMAS, TOCANTINS
2009
MAURÍLIO LUIZ HOFFMANN DA SILVA
PALMAS, TOCANTINS
2009
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins
Campus Universitário de Palmas
CDD 070
Bibliotecário: Paulo Roberto Moreira de Almeida
CRB-2 / 1118
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS –A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por
qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos do
autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
MAURÍLIO LUIZ HOFFMANN DA SILVA
BANCA EXAMINADORA
Aos meus pais, pela vida e pela educação concedida a mim, por me ensinarem a lutar pelos
meus sonhos e por sempre terem me apoiado.
Aos meus irmãos, por lhes terem ajudado na minha criação e por me mostrarem o quanto é
difícil a vida de irmão caçula.
Aos meus amigos, a família que eu escolhi, por serem justamente isso: mais do que
simplesmente amigos.
Aos meus eternos professores por tudo que me ensinaram. E em especial à Adriana Omena,
Mary Stela Müller e Frederico Salomé, exemplos que levarei para o resto da minha vida.
À Liana Vidigal Rocha por cumprir com excelência o papel de orientadora e por todos os
conselhos ministrados.
À Edna de Mello Silva por me emprestar seus livros.
Ao Thiago Pio da Silva por suas sempre valiosas correções.
À Mariana Reis Valente pela grande ajuda na finalização do trabalho.
Ao Vicente Hercílio Andrade pela dica para a elaboração das referências.
A todos os que souberam entender a minha ausência em momentos de convívio social. E, da
mesma forma, àqueles que não atrapalharam a realização deste trabalho.
“Eu tenho me interessado bastante pelo Twitter, porque é tecnicamente
muito simples, mas social e intelectualmente muito complexo.”
RESUMO
Busca caracterizar o Twitter como uma ferramenta de comunicação típica da cibercultura. Faz
uma revisão bibliográfica acerca da sociedade e da cultura contemporânea, bem como sobre o
ciberespaço, os blogs e os microblogs. Analisa 14 perfis dos Twitter e das últimas 20
publicações neles contidas, totalizando 280, chega à conclusão de que ele é usado
primordialmente para publicações livres, assim como ocorre nos blogs. Mostra, também, o
uso como ferramenta de comunicação direta, como difusão de informações, por meio de
republicações e, ainda, como divulgação automática de textos prontos. Tendo como base os
conceitos depreendidos da revisão bibliográfica mostra que o Twitter reúne características
inerentes à cibercultura e à sociedade contemporânea. Conclui que a hipótese de que o Twitter
reúne características que fazem dele uma ferramenta de comunicação típica da cibercultura
está correta e aponta outras possibilidades de investigação envolvendo-o.
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 13
2 A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS ........... 16
2.1 Do Moderno ao Pós-moderno............................................................................................. 16
2.2 Sociedade Informacional .................................................................................................... 21
2.3 Cibercultura: Uma Breve Visão ......................................................................................... 25
3 O CIBERESPAÇO E SEU USO COMO FERRAMENTA DE COMUNICAÇÃO ......... 33
3.1 Do Chip ao Ciberespaço ..................................................................................................... 33
3.2 Blogs e a Composição da Blogosfera ................................................................................. 37
3.3 Os Microblogs .................................................................................................................... 43
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................................... 49
5 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO TWITTER....................................................................... 56
5.1 Descrição do Twitter .......................................................................................................... 56
5.2 O Twitter como Ferramenta de Comunicação.................................................................... 63
5.3 A Relação entre o Twitter e a Cibercultura ........................................................................ 81
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 86
REFERÊNCIAS........................................................................................................................ 89
GLOSSÁRIO ............................................................................................................................ 94
ANEXOS .................................................................................................................................. 97
ANEXO A – Perfil da Folha de S. Paulo.................................................................................. 98
ANEXO B – Perfil da Veja....................................................................................................... 99
ANEXO C – Perfil do Submarino .......................................................................................... 100
ANEXO D – Perfil do Camiseteria......................................................................................... 101
ANEXO E – Perfil do Naturatins ........................................................................................... 102
ANEXO F – Perfil do Ministério da Saúde ............................................................................ 103
ANEXO G – Perfil de Luciano Huck ..................................................................................... 104
ANEXO I – Perfil de André Lemos........................................................................................ 106
ANEXO J – Perfil de Alex Primo........................................................................................... 107
ANEXO K – Perfil de José Serra............................................................................................ 108
ANEXO L – Perfil de Aloizio Mercadante ............................................................................ 109
ANEXO M – Perfil de Fernanda Silveira............................................................................... 110
ANEXO N – Perfil de Luis Paulo Fraga................................................................................. 111
13
1 INTRODUÇÃO
Desde os primórdios de sua existência o ser humano vem inventando ferramentas que o
auxiliem em suas atividades. Cada “nova tecnologia” concebida representa um passo rumo à
evolução. Assim foi com o controle do fogo, a agricultura, e a eletricidade, por exemplo.
Nesse âmbito de inovações tecnológicas, surgem cada vez mais novidades que são
facilmente apropriadas pela sociedade. Esse é o caso do e-mail, do aparelho celular, do site de
relacionamentos Orkut, das redes de compartilhamentos P2P (Peer to Peer – pessoa para
pessoa), e é o caso também dos blogs2.
Os blogs são comumente conhecidos como espaços para que as pessoas possam publicar
o que bem entenderem sem nenhum tipo de censura. Por isso, também, são tidos como uma
das principais formas de se fazer comunicação fora da lógica de mercado que envolve os
grandes conglomerados midiáticos.
1
Este trabalho foi redigido levando-se em consideração as mudanças introduzidas na ortografia da língua
portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em dezembro de 1990, o qual
foi aprovado, no Brasil, pelo Decreto Legislativo nº 54, em 18 de abril de 1995. Entretanto, na ocorrência de
citações diretas, conservou-se o texto original, procedendo-se a transcrição textual da obra consultada,
conforme ensina a Norma 10520:2002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
2
O desenvolvimento da tecnologia causa mudanças também no vocabulário, por isso, pode ser encontrado, no
final do trabalho, um Glossário que reúne alguns termos pouco usais utilizados no decorrer do texto.
14
Com o crescimento dos blogs foram surgindo variações da estrutura básica inicial:
fotologs (para postagem de fotos), videologs (vlogs) (para vídeos), audiologs (para colocar
arquivos de som, ou podcasts), moblogs (blogs que permitem atualizações por dispositivos
móveis), e finalmente os microblogs.
Os microblogs podem ser entendidos como uma variação dos blogs que sofre alguma
limitação, geralmente com relação ao tamanho das postagens. Das ferramentas de microblog
existentes, hoje, o Twitter é a que mais se destaca.
Criado em 2006 pela empresa Obvious, o site possui cerca de 45 milhões de usuários
cadastrados, oito milhões deles no Brasil, sendo que cerca de cinco milhões destes entraram
no serviço nos últimos quatro meses3.
Sua motivação inicial era que o usuário escrevesse o que estivesse fazendo (“What are
you doing?” era a pergunta presente na página inicial), entretanto, as formas de uso também
foram aumentando, assim como o número de usuários, que passaram a postar muito mais que
isso.
Nesse contexto, o objetivo deste trabalho visa caracterizar o Twitter como uma
ferramenta de comunicação da cibercultura, contextualizando-o na sociedade atual. Parte-se
da hipótese de que ele reúna características que fazem dele uma ferramenta de comunicação
típica da cibercultura.
3
Cf.: RIBEIRO, 2009.
15
Por fim, na quarta seção, realiza-se a descrição do Twitter, a análise dos catorze perfis
selecionados, bem como dos 280 posts neles contidos, e, finalmente, uma descrição do
Twitter levando-se em conta os conceitos depreendidos da revisão bibliográfica.
16
É neste período que surge o que Santos (2008, p. 22) denominou de “Projeto Iluminista da
modernidade”, caracterizado pelo desenvolvimento material e moral do homem através do
conhecimento. Para Foucault (apud FEATHERSTONE, 1995, p. 21): “o homem moderno é o
17
Santos (2008, p. 22) lembra que foi graças à modernidade que ocorreu o progresso das
grandes fábricas. Tal progresso resultou na produção de automóveis e aviões; no telégrafo, no
telefone, no rádio e na televisão; no petróleo e eletricidade; no crédito ao consumidor e na
publicidade; na burguesia e, da mesma forma, no proletariado.
modernas na obra O Nome da Rosa de Umberto Eco. Nela é possível encontrar pontos
antimodernos como: a volta ao passado (Itália Medieval), uso de um gênero de massa
(romance policial), a intertextualidade (envolvendo a Poética de Aristóteles), o ecletismo
(mistura do sério com o divertimento), a paródia (pastiche do romance histórico), e,
principalmente, a progressiva desordem presente no mosteiro que termina em sua destruição.
O autor destaca neste último ponto a similaridade com a situação atual da sociedade, na
qual a decadência de valores, a não existência de sentido para a vida e para a História e a
ameaça de destruição atômica fazem parte do cotidiano. Santos (2008, p. 58) destaca ainda a
ideia de entropia, que está no coração da pós-modernidade e que se faz presente tanto na
metaficção americana quanto no nouveau roman francês.
Hall (2006) chama atenção para essa fragmentação da identidade. O sujeito pós-
moderno possui agora não apenas uma, mas várias identidades, algumas vezes opostas ou não
resolvidas. Essa fragmentação também é abordada como homem “multifacetado” ou
“multidimensional”. Essas palavras são empregadas no sentido de se apontar que hoje se é,
simultaneamente, funcionário, chefe, político, eleitor, motorista, passageiro, pedestre, pai,
marido, cliente, professor, aluno, difusor e receptor de informações.
Hall (2006, p. 13) afirma que à medida que os sistemas de significação e representação
se multiplicam, mais são as identidades possíveis com as quais o indivíduo pode se
identificar. Isso, somado ao fato de que “ligações frouxas e compromissos revogáveis”
(BAUMAN, 2007, p.11) são os preceitos que orientam tudo ao que os indivíduos pós-
modernos se apegam e se engajam, resultam no que Maffesoli (2006) denominou de
neotribalismo.
20
Bauman (2007, p. 17) mostra que o consumismo está imbricado no que ele chama de
“vida líquida”. O autor afirma que ela:
Como visto, o hedonismo pode ser entendido como a busca do prazer e da felicidade
utilizando para isso o consumo de bens e serviços tendo como consequência um estilo de vida
que difere o indivíduo da massa. Essa busca pela felicidade sem preocupações ou
embasamentos sólidos aponta para outra característica do pós-modernismo: o niilismo.
Dessa forma, pode-se entender o simulacro como uma representação do mundo real
criada pelos meios de comunicação e principalmente pela Internet, na qual a fantasia e a
realidade se confundem.
No campo das ciências, as mudanças que mais se sobressaem são as relacionadas com a
informática e o tratamento da informação4. Santos (2003, p. 118) destaca a “alta-tecnologia”
como primeira característica da pós-modernidade. Segundo o autor, as inovações criadas
possibilitam divulgar, armazenar, copiar, captar e produzir um elevado número de
informação. Para ele, o pós-modernismo começou invadindo o cotidiano com a “tecnologia
eletrônica de massa individual, visando à sua saturação com informações, diversões e
serviços”. Ele afirma ainda que a tecnologia está programando cada vez mais o cotidiano das
pessoas.
4
Não estão sendo negligenciados aqui os avanços ocorridos nas ciências, como a codificação do DNA, por
exemplo. Tais apontamentos apenas não aparecerão por não possuírem relação direta com os objetivos deste
trabalho.
22
Santos (2006) lembra que diversos observadores e teóricos, entre eles Rosnay (apud
SANTOS, 2006) e Lojkine (apud SANTOS, 2006), afirmam que hoje se presencia a chamada
revolução informacional, que partindo da retroalimentação e da sinergia de uma série de
tecnologias, constitui o que Castells (1999) chama de “era da informação e do conhecimento”.
5
Transmissão de dados por fibra ótica e laser.
6
O autor considera, ainda, como tecnologia da informação a engenharia genética e seu crescente conjunto de
desenvolvimentos e aplicações (CASTELLS, 1999, p. 67).
23
Castells (1999) faz uma importante distinção analítica das noções de “sociedade da
informação” e “sociedade informacional”. Para o autor o termo sociedade da informação dá
ênfase ao papel da informação na sociedade, que em sentido amplo seria, por exemplo, a
comunicação de conhecimento, o que é crucial para qualquer sociedade. Por outro lado, o
termo sociedade informacional indica:
Lemos e Costa (2007) afirmam que o termo “sociedade da informação”, apesar de ser
impreciso e de caráter ideológico, tem como objetivo descrever as novas configurações
socioculturais impulsionadas pela convergência tecnológica, iniciadas na década de 1970 e
consolidadas nos anos 90, entre a informática, as telecomunicações e os diversos setores
produtivos. Segundo eles, o que está em jogo nessa sociedade é “a emergência de tecnologias
de base digital e o surgimento de redes telemáticas em interface com a cultura
contemporânea” (LEMOS; COSTA, 2007, p. 36).
Como resume Gontijo (2004) essa revolução tornou o saber, antes disponível no
universo dos átomos e moléculas, acessível e difundido no universo dos dígitos. “O que antes
era papel, tinta, vinil, acetato e celulóide, atualmente, no mundo virtual, tem a mesma
natureza: a ‘salada’ ou ‘farofa’ de zeros e uns” (GONTIJO, 2004, p. 433) 7.
Para explicar esse novo paradigma, sob o qual vive a sociedade informacional, Castells
(1999) aponta cinco características inerentes a ele. A primeira delas é que a informação é sua
matéria-prima. São tecnologias para agir sobre a informação, e não simplesmente informação
para agir sobre a tecnologia, como aconteceu nas revoluções tecnológicas anteriores.
O segundo ponto alude sobre a penetrabilidade dos efeitos das novas tecnologias. Como
a informação é integrante de toda atividade humana, todos os processos da existência
individual e coletiva são diretamente moldados pelo novo meio tecnológico.
7
O desenvolvimento desta revolução será abordado sobre uma visão mais técnica no item 3.1, no qual será
mostrada a evolução do chip, do computador e da Internet.
24
Essa convergência tecnológica é apontada por Dizard Júnior (2000) como responsável
por uma alteração do sistema convencional de mídia de massa (jornais, revistas, rádio e
televisão) passando para uma lógica de produção, armazenamento e distribuição de
informação e entretenimento estruturada em computadores e, consequentemente, em redes.
Entende-se, dessa forma, que a tecnologia não é boa, nem ruim e nem neutra. Apesar de
não necessariamente determinar a sociedade, ela traz consigo diversas mudanças nas várias
esferas sociais. O avanço tecnológico contemporâneo está transformando costumes e modos
de vida, diluindo fronteiras de tempo e espaço, alterando a sociedade e, consequentemente, a
cultura que passa a ser denominada por alguns autores como cibercultura.
A primeira delas é a fase da indiferença, que durou até a Idade Média e é caracterizada
pela mistura de arte, religião, ciência e mito, na qual a sociedade vivia um todo coerente em
torno de um universo sagrado.
A cibercultura pode ser conceituada como a “forma sociocultural que emerge da relação
simbiótica entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias de base micro-eletrônica que
26
8
A conexão generalizada está presente na segunda lei da cibercultura, a qual será apresentada ainda nesta seção.
27
Alguns exemplos atuais que podem ser destacados é a campanha Ficha Limpa
organizada pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral9 e a petição online contra a
aprovação do projeto conhecido como “Lei Azeredo” ou “lei dos cibercrimes” 10.
A segunda lei fala sobre o princípio em rede. Aqui o lema é “a rede está em todo lugar”.
Essa segunda lei também é conhecida como princípio da conexão generalizada. Segundo Lemos
(2006a), ela tem início com a transformação do computador pessoal (1970) em computador
coletivo (com o surgimento e popularização da Internet nas décadas de 1980 e 1990) e no atual
computador coletivo móvel (surgido na era da ubiquidade12 e da computação pervasiva13 do
início do século XXI, com a exploração dos celulares e das redes Wi-Fi). “Tudo comunica e
tudo está em rede: pessoas, máquinas, objetos, monumentos, cidades” (LEMOS, 2006a).
9
Cf. <http://www.mcce.org.br/>.
10
Cf. <http://www.petitiononline.com/veto2008/petition.html>.
11
No original: Les trois lois de la cybercuture (LEMOS, 2006b).
12
O termo ubiquidade pode ser entendido como a capacidade de estar em vários locais ao mesmo tempo.
13
Computação pervasiva prevê a transparência na interação entre homem e máquina.
28
A terceira lei está relacionada com a reconfiguração cultural. A máxima desta lei é
“tudo muda, mas nem tanto”. Deve-se evitar a lógica da substituição ou da destruição nas
diversas formas de expressão da cibercultura. O que acontece é a reconfiguração de práticas e
modelos midiáticos sem necessariamente substituí-los. Lemos (2006a, p. 55) afirma que:
Seguindo os preceitos dessas três leis, outra forma de expressão que se desenvolve é a
cultura do copyleft. Ela surge em oposição aos princípios capitalistas de noção de autor e obra
sobre bens tangíveis e intangíveis. Segundo Lemos (2006a), a lógica do copyright permanece
estável até meados do século XX, quando os artistas passam a usar referências a trabalhos de
outros artistas no processo de criação (o que remete a ideia de pastiche vista anteriormente).
Manifestações dessa filosofia podem ser encontradas nas licenças GPL (General Public
License - Licença Pública Geral) dos programas de código aberto.
Outra forma é o uso da licença Creative Commons14, na qual o autor da obra define,
antes de divulgá-la, quais os usos que poderão ser feitos dela. Exemplificando: um autor de
um livro, ao escrevê-lo, decide que ele poderá ser copiado e distribuído livremente, desde que
se façam os devidos créditos autorais. A Creative Commons pode prever também o
desenvolvimento da obra por parte do público ao qual ela se destina15.
Podem-se notar ainda mudanças ocorridas nas práticas comunicacionais bem como nas
relações sociais. Dentre as novidades na comunicação, uma das ferramentas que mais se
destacaram foi o e-mail, ou correio eletrônico, o qual, levando-se em conta a terceira lei
exposta anteriormente, alterou a lógica dos correios e conectou todo o globo em uma forma de
comunicação instantânea e, na maioria das vezes, gratuita.
14
Cf. <http://creativecommons.org/>.
15
A ideia da licença Creative Commons pode ser entendida assistindo-se ao vídeo Get Criative disponível no
endereço eletrônico: <http://creativecommons.org/videos/get-creative>.
29
Com relação às novas práticas de relações sociais, Lemos (2003) ressalta que a
cibercultura está recheada de possibilidades de se relacionar com o outro e com o mundo, mas
que, assim como as formas de comunicação citadas acima, não se trata aqui de substituição
das formas de relação social já estabelecidas, como o face a face, telefone, correio, espaço
público.
Primo (2007c) criou um mapa mental da cibercultura que resume os principais tópicos
relacionados ao assunto (ver Figura 1). O autor propõe a divisão da cibercultura em cinco
grandes ramificações. A primeira delas, denominada “condições tecno-sociais”, já teve os
tópicos mais relevantes para este trabalho apresentados anteriormente (fases do
desenvolvimento tecnológico; sujeito fragmentado; tribalismo; hedonismo). O mesmo se
aplica a segunda ramificação: “fundamentos” (copyright, copyleft, creative commons;
ciberpunk). O próximo ponto ele denominou de “problemas”.
O primeiro problema proposto por Primo é a dependência. Segundo Rocha et al. (2003),
a informática está se tornando tão presente na vida das pessoas que elas nem percebem o
quanto estão dependentes e, da mesma forma, expostas.
Com relação às informações duvidosas Primo (2007a, 2007b) lembra que não é só na
Internet que ocorre divulgação de conteúdo errôneo. A mídia tradicional também comete
deslizes na publicação. Entretanto, o autor ressalta que na Internet o que conta muito é a
reputação, mais do que a credibilidade. A página (ou o blog, alvo da discussão de Primo) deve
16
Cf.: <http://www.dependenciadeinternet.com.br>. Acesso em: 29 ago. 2009.
31
manter-se fiel ao seu fundamento. Ele argumenta que não se pode cobrar credibilidade de um
blog humorístico, por exemplo, no entanto, ele precisa ter reputação junto à sua audiência, por
menor que ela seja.
Quanto ao isolamento e a sobrecarga cognitiva, Wolton (2007, p. 104) faz uma crítica
ao que ele denominou de “solidões interativas”. O autor observa que exímios internautas e
também estudantes de informática e computação se dão muito bem com computadores, mas
que por outro lado não se relacionam bem com pessoas. Wolton critica também as pessoas
que têm obsessão (ou dependência) por conexão:
Com relação a esses problemas, Lemos (2003, p. 16) ressalta que é preciso analisar com
cuidado as relações online, pois estas guardam similitudes com as relações de proximidade
tipo face a face. Segundo o autor, essas aproximações se dão por que:
Neste sentido, pode-se afirmar que é necessário estar atento à potência da Internet, haja
vista que o maior uso da rede hoje é para a busca efetiva de conexão social (e-mail, listas,
fóruns, blogs, entre outros).
Dentre as subdivisões propostas por Primo para esta ramificação destaca-se, além da
17
Em vernáculo: Eu é outro.
18
Em vernáculo: O inferno é o outro.
32
ideia de sociedade em rede tratada na subseção anterior, a evolução da web 1.0 para a web
2.0. A principal diferença entre as duas é que a primeira tem um caráter de publicação, ou
seja, o conteúdo está ali apenas para ser lido. Já com a passagem para web 2.0, o foco voltou-
se a participação do leitor/internauta na produção de conteúdo.
Os blogs e suas variações são o tópico relacionado à web 2.0 mais relevante para este
trabalho, no entanto, antes de se tratar deste assunto, faz-se necessária uma observação na
última ramificação proposta por Primo (2007c): o “ciberespaço”, da qual a Internet e sua
interface são as subdivisões mais importantes.
33
Por último, será descrita a variação de blog denominada microblog, caracterizada pela
restrição no tamanho das atualizações.
Esta seção trará informações importantes para que se compreenda o Twitter, o objeto de
estudo deste trabalho, um exemplo de microblog.
Pode-se dizer que o passo inicial desta sequência evolutiva aconteceu com a invenção
do transistor, em 1947. Porém, o passo mais importante da microeletrônica foi dado em 1957
com a invenção do circuito integrado (CI).
Lemos (2004) lembra que a contracultura americana na década de 1970 teve grande
importância para o desenvolvimento tecnológico, e que ela ocorreu em grande parte nas
garagens dos estudantes universitários da Califórnia, como foi o caso da empresa Apple.
Resumindo o início da microinformática, Lemos (2004, p. 101-102) afirma que sua formação
deve-se ao desenvolvimento de domínios científicos a partir dos anos de 1940:
Sobre esse ritmo acelerado de evolução cabe expor o conceito da Lei de Moore, o qual,
segundo Silveira (2003, p. 24), quando ainda era presidente da Intel, “sentenciou que a cada
18 meses os microchips dobram seu desempenho pelo mesmo preço”. Importante lembrar
que, apesar do grande destaque dado ao hardware pela literatura sobre a evolução
tecnológica, tal evolução é consequência de softwares mais desenvolvidos e robustos, os quais
necessitam de capacidade de processamento cada vez maior.
Ainda segundo o autor, essa agência foi criada em 1958 para financiar pesquisas com o
objetivo de alcançar a superioridade tecnológica militar em relação à União Soviética, na
esteira do lançamento do primeiro Sputnik, em 1957. O projeto que começou modesto,
ligando apenas quatro computadores, em dois anos já contava com quinze computadores
interconectados. Em 1983, o Departamento de Defesa separou a Milnet da Arpa-Internet. A
35
Pinho (2003, p. 28) lembra que, em 1983, para se conectar à rede era preciso ter
conhecimento prévio do endereço de rede que se iria usar, mas como o TCP/IP permitia
quatro bilhões de combinações, era praticamente impossível controlar tantos endereços. Tal
problema foi resolvido com a criação de um servidor DNS (Domain Name System), que
passou a controlar os endereços IP e os respectivos nomes das máquinas relacionadas a eles.
Com relação ao Brasil, Pinho (2003, p. 30) afirma que em 1988 foram formados alguns
embriões independentes de rede que interligavam universidades e centros de pesquisa do Rio
de Janeiro, São Paulo e do Rio Grande do Sul aos Estados Unidos.
navegador para web foi lançado em agosto de 1991 (CASTELLS, 2003, p. 18). O primeiro
navegador comercial foi Netscape Navigator, que logo encontrou concorrência com o Internet
Explorer, da Microsoft, a qual em uma excelente jogada comercial, passou a vender o sistema
operacional Windows já com o navegador incluso.
A briga comercial, no entanto, está perdendo força, em parte pela lógica do copyleft
vista anteriormente. Hoje, existem muitos navegadores gratuitos, como o Google Chrome e o
Mozilla Firefox.
A web se desenvolveu tão rapidamente que hoje ela é “provavelmente a parte mais
importante da Internet e, para muitas pessoas, a única parte que elas usam, um sinônimo
mesmo de Internet” (PINHO, 2003, p. 33).
Como visto anteriormente, Primo (2007c) separa em seu mapa mental a Internet de sua
interface (a web). Ambas, Internet e web, mais a realidade virtual, a telepresença e os agentes
de inteligência artificial vão formar o ciberespaço. O conceito de ciberespaço parece ser mais
abstrato do que a tecnicidade inerente ao termo Internet. Segundo Braga (2005, p. 125), “o
ciberespaço pode ser caracterizado por três de suas principais propriedades: a interface, a
interatividade e a rede de informações”.
Lemos (2004, p. 123) define o ciberespaço como “um hipertexto mundial interativo
onde cada um pode adicionar, retirar e modificar partes dessa estrutura telemática, como um
texto vivo, um organismo auto-organizante, um cybionte em curso de concretização”. Já Lévy
(1999, p. 92) afirma que o ciberespaço é um “espaço de comunicação aberto pela
interconexão mundial de computadores e das memórias dos computadores” (grifos do autor).
[...] Sob muitos aspectos, ter pessoas batucando mensagens umas para as
outras através de computadores domésticos apresentaria poucas vantagens
sobre a rede telefônica que já dispomos. [...] para o usuário eventual, que
redige mensagens para saudar parentes, tagarelar, marcar um encontro, ou
indagar acerca do preço da borracha, uma rede imensa pareceria ter poucas
vantagens com relação à telefônica já existente (DEFLEUR; BALL-
ROKEACH, 1993, p. 356).
37
Lévy (1999, p. 167) afirmou ainda acreditar que o ciberespaço se tornaria “o principal
equipamento coletivo internacional de memória, pensamento e comunicação”. Previsões que
parecerem estar corretas considerando que:
Como visto na subseção 3.1, a World Wide Web começou a operar em 1990. Logo
depois começa a história dos blogs. Alguns autores (ORIHUELA, 2007a; ZAGO, 2008;
AMARAL; RECUERO; MONTARDO, 2009) afirmam que o blog foi a primeira estrutura de
website, baseados no fato de o primeiro site criado na web ter sido justamente um portal que
reunia links para as páginas recém-criadas19.
Foi dessa forma, então, que surgiu a ideia inicial dos blogs, que é a de reunir links para
outros sites, geralmente com algum texto orientando o leitor. Recuero (2003b) ressalta que os
19
Este site era mantido por Tim Berners-Lee, criador da web, e pode ser visto no endereço:
<http://www.w3.org/History/19921103-hypertext/hypertext/WWW/News/9201.html>.
38
blogs no início funcionavam como filtros de conteúdo e que eram basicamente compostos por
links e dicas de websites pouco conhecidos.
A ideia de blogs como diários íntimos (LEMOS, 2002; CARVALHO, 2001) só veio
surgir depois, mas mesmo assim com muita intensidade. “Esses blogs eram utilizados como
espaços de expressão pessoal, publicação de relatos, experiências e pensamentos do autor”
(AMARAL; RECUERO; MONTARDO, 2009, p. 29). “Ciberdiários, webdiários ou weblogs
são práticas contemporâneas de escrita online, onde usuários comuns escrevem sobre suas
vidas privadas, sobre suas áreas de interesse pessoais ou sobre outros aspectos da cultura
contemporânea” (LEMOS, 2002, p. 3).
Orihuela (2007a) ressalta que, em 1999, o site The Page of only weblogs identificava
apenas 23 blogs. Número que cresceu devido o advento dos Content Management System
(sistema de gerenciamento de conteúdo), também conhecidos pela sigla CMS.
Conforme o número de adeptos dessa atividade foi aumentando esses usuários, também
20
Cf. <http://www.livejournal.com/>.
21
Cf. <http://www.pitas.com/>.
22
Cf. <https://www.blogger.com/start>.
23
Cf. <http://www.movabletype.org/>.
24
Cf. <http://www.typepad.com/>.
25
Cf. <http://pt-br.wordpress.com/>.
26
Cf. <http://www.blogia.com/>.
27
Segundo Antúnez (2007) o serviço Bitacorae foi descontinuado e já se encontrava fora do ar em novembro de
2006.
39
chamado blogueiros, começar a interagir entre si. Eles passaram a citar links para páginas já
conhecidas e foram assim criando círculos relacionais ou webrings como propõe Recuero
(2003a).
O termo weblog foi cunhado por Jorn Barger em dezembro de 1997 em sua página
pessoal. Para Barger (apud LEMOS, 2002, p. 3), weblog é uma página na qual o blogueiro
(weblogger) registra páginas que ache interessante. Segundo o autor, o formato é
frequentemente apresentado em ordem cronológica, com as entradas mais recentes no topo da
página.
O autor ressalta ainda que, antes do uso da caixa de comentários, os blogs permitiam
aos usuários apenas uma interação reativa, na qual havia certa previsibilidade dos conteúdos,
tendo em vista que apenas uma pessoa era a fonte da informação, e que hoje eles são locais
onde acontecem interações mútuas, caracterizadas pela possibilidade de construção do debate.
Para Zago (2008), outra característica dos blogs é a informalidade, decorrente do fato de
os blogs serem escritos de forma livre por um, ou um grupo restrito de autores. A autora
destaca ainda o microconteúdo que está relacionado com o tipo de conteúdo produzido para a
Internet, obedecendo às particularidades do meio. “Uma dessas particularidades é o fato de
que essas porções de conteúdo podem ser acessadas na web fora de seu contexto original, o
que torna importante se pensar em dados como título, links e tags que acompanham uma
determinada informação” (ZAGO, 2008, p. 19-20, grifo do autor).
Como última característica dos blogs, pode-se destacar a atualização frequente que,
como lembra Zago (2008), é decorrente da entrada dos conteúdos em ordem cronológica
inversa. Essas porções de conteúdo atualizado de tempos em tempos geralmente são
acessíveis por um endereço fixo, também denominado permalink, ou link permanente.
Pouco mais de uma década depois de Barger ter proposto o termo weblog, ainda são
diversas as definições e conceitos classificatórios ligados a eles. Silva (2003) classifica os
blogs entre individuais ou coletivos e temáticos ou livres. Primo e Smaniotto (2006) usam as
terminologias blog/texto, blog/programa e blog/espaço. Recuero (2003b) classifica-os em
diários, publicações, literários, clippings e mistos. Amaral, Recuero e Montardo (2009)
propõem as definições: estrutural, funcional e artefatos culturais.
Para Silva (2003), no blog individual somente o criador pode postar conteúdos. Desta
forma, o blog representa uma parte da identidade de seu autor. O ponto principal aqui é que
ele tem em mãos uma ferramenta para se expressar livremente, da forma que desejar. O blog
coletivo, ao contrário, é mantido por um grupo de pessoas. O administrador controla quem
pode ou não postar, e o conteúdo, em geral, gira em torno de um tema específico.
Blogs com um tema específico são o que Silva (2003) denomina de blogs temáticos.
Nesta categoria se enquadram os blogs jornalísticos, os corporativos, os blogs sobre política,
ou sobre culinária, os blogs de celebridades e os blogs de base de conhecimento (knowledge
blogs, ou klogs).
Já os blogs livres, como o próprio nome já diz, são blogs sem a preocupação de se
manter um tema. É o clássico espaço para que o autor coloque o que quiser: criações
literárias, fotos, vídeos, fofocas, anotações, resenhas, enfim, qualquer conteúdo que desejar.
a) weblogs diários: são como um diário pessoal no qual o autor expõe conteúdos
principalmente relacionados à sua vida pessoal;
b) weblogs publicações: destinam-se a informações geralmente de caráter
opinativo. Buscam sempre o debate e a discussão, seja sobre um tema
específico, seja sobre generalidades;
c) weblogs literários: são blogs voltados a construir uma história ficcional, ou
reunir crônicas, ou poesias, sempre com ambições literárias;
d) weblogs clippings: são os filtros. Destinam-se a reunir links para conteúdos já
publicados em outros locais;
e) weblogs mistos: os blogs que misturam conteúdo pessoal com posts
informativos, notícias, dicas, e comentários de acordo com a vontade do autor.
Amaral, Recuero e Montardo (2009) fazem uma revisão da literatura relacionada aos
blogs e constatam que as definições dadas pelos autores podem ser classificadas em três
grupos principais: os que definem blogs de uma forma estrutural, como sendo uma ferramenta
com formato específico, facilmente distinguível de outras formas de publicação; os que
indicam uma classificação funcional, levando em consideração que os blogs são ferramentas
de comunicação; e os que veem os blogs com um olhar antropológico e etnográfico,
considerando-os como artefatos culturais.
Dessa forma, pode-se chegar ao conceito de blog como sendo uma ferramenta de
comunicação online de fácil distinção e de autoria individual ou coletiva na qual o autor (ou
autores) tem como principal vantagem a liberdade de construí-la de forma livre, limitando-se
ou não a um tema ou atividade específica.
Como visto, muitos são os usos e apropriações feitas dos blogs. Hoje, os blogs não se
resumem à díade filtros e diários íntimos. Conforme a blogosfera se expande, mais maneiras
diferentes de usá-los vão surgindo. Eles são espaços para criação literária, divulgação
42
audiovisual, discussões sobre política e inclusive para prática de jornalismo. Outro ponto que
está em evolução são os formatos dos blogs que estão cada vez mais específicos.
Quanto à temática, a autora assinala alguns exemplos, como os blogs sobre política,
sobre viagens ou sobre tecnologia. Há ainda os blogs que tratam de assuntos como legislação
(blawgs), os blogs de celebridades (celeblogs), os blogs sobre guerra (warblogs), blogs
educativos ou de compartilhamento de conhecimento (klogs) e os spam blogs (splogs) “blogs
criados com a finalidade de utilizar-se de conteúdo alheio produzido em outros blogs para
adicionar anúncios publicitários e lucrar com a produção alheia” (ZAGO, 2008, p. 24).
Com relação ao tipo de texto predominante existem os fotologs (flogs), usados para
postagem de imagens e fotos; os audiologs nos quais predominam arquivos de áudio e os
videologs (vlogs), voltados para a publicação de vídeos. Já os tumblelogs (tlogs), segundo
Zago (2008, p. 25), são uma variação dos blogs que permitem cruzar diferentes tipos de mídia
em um único espaço, em posts predominantemente curtos e com formatação predeterminada.
Sobre essas variações, cabe destacar que Bruns (apud ZAGO, 2008, p. 24) alerta que
não se deve confundir as variações no tipo de ferramenta com o conteúdo publicado:
Os moblogs citados por Bruns são blogs adaptados para serem atualizados por
dispositivos portáteis como PDA e celular, por exemplo. Essas atualizações podem ser feitas
usando o serviço de envio de mensagem de texto (SMS) ou mesmo estabelecendo-se conexão
com a Internet.
Silva (2009) caracteriza o microblog como uma variação do moblog. Esse tipo de blog
tem como fator predominante a limitação dos posts. Essa limitação é geralmente atrelada à
43
quantidade de caracteres, mas há outras formas como o micrografías28, destacado por Silva
(2009, p. 270), um blog jornalístico do jornal El País no qual “[...] as imagens são postadas
sem tratamento, sem edição e os internautas podem fazer comentários”. Outras características
e usos dos microblogs serão examinados na próxima seção.
3.3 Os Microblogs
Como visto, os microblogs são uma variação dos blogs onde existe algum tipo de
limitação do conteúdo seja do tamanho dos arquivos ou na quantidade de caracteres. Orihuela
(2007b) vê os microblogs como uma mescla de blog com rede social e comunicador
instantâneo29.
É blog porque se encaixa nas características vistas na subseção anterior. Possui espaço
para comentário, lista de blogroll, e principalmente atualizações frequentes e entrada de
conteúdo na ordem cronológica inversa. Já o conceito de rede social se aplica porque os
usuários possuem um espaço próprio, bem como uma lista de contatos (atores), com os quais
podem interagir (conexões). A ideia de comunicador ou mensageiro instantâneo advém das
mensagens curtas e diretas (também com a possibilidade de serem direcionadas a uma pessoa)
como acontece nas ferramentas de comunicação instantânea como Google Talk e MSN
Messenger.
Zago (2008, p. 26) afirma que microblogging é a ação de se postar pequenos textos em
um blog pessoal, geralmente, usando-se comunicadores instantâneos ou o celular. Para a
autora:
A autora lembra, com base em Orihuela (2007b), que devido à brevidade e rapidez das
atualizações, os microblogs estão sendo considerados “a mais recente e popular manifestação
28
Cf. <http://blogs.elpais.com/micrografias>.
29
No original: “[...] una mezcla de blogging con red social y mensajería instantánea” (ORIHUELA, 2007,
online)
44
da ‘cultura snack’ que privilegia a brevidade dos textos, a mobilidade dos usuários e as redes
30
virtuais como entorno social emergente” (Orihuela, 2007b, online, tradução nossa) . “E
nesse contexto de publicação rápida, muitas vezes os microblogs acabam sendo mais ágeis
que os próprios blogs na divulgação de fatos e de acontecimentos” (ZAGO, 2008, p. 26).
O site Word Spy31, mantido por Paul McFedries, tem como finalidade a reunião de
termos e palavras recém inventadas e palavras de uso moderno. Segundo o portal, o termo
microblogging, para se referir a postagens curtas, foi usado pela primeira vez em 17 de julho
de 2002, por Natalie Solent em seu blog32. Apesar de fazer mais dois posts no mesmo dia o
fragmento que alude ao termo é o seguinte:
A autora destaca pontos como a conversação, por exemplo, que nos blogs acontece
geralmente na caixa de comentários e nos microblogs ocorrem diretamente no conteúdo dos
posts. Segundo Zago (2009), decorre daí a relação que se faz entre microblogs e
comunicadores instantâneos. Ela ressalta, no entanto, que a comunicação existente nos
microblogs, ao contrário dos instant messengers, é assíncrona, ou seja, ela serve para uma
pessoa acompanhar a outra a distância e não para bate papo (SPYER apud ZAGO, 2009, p.
11). Já o blogroll nos microblogs manifesta-se na lista de pessoas que o usuário observa (ou
segue). O trackback, por sua vez, tem sua adaptação nas notificações de respostas e
republicações das atualizações realizadas.
30
No original: “[...] la más reciente y popular manifestación de la "cultura snack" que privilegia la brevedad de
los textos, la movilidad de los usuarios y las redes virtuales como entorno social emergente”
31
Cf. <http://www.wordspy.com/>.
32
Cf. <http://nataliesolent.blogspot.com/2002_07_14_nataliesolent_archive.html>.
33
No original: “Only micro-blogging today. It's Sports Day. Oh, can I make a date with you all for about this
time in the year 2012? By that time my offspring will be, I trust, all grown up, loaded with achievements and
equipped with stratospheric levels of self-esteem. I will then feel free to tell some very funny stories about the
egg and spoon race back in 2002.”.
45
Zago (2008) apresenta outras duas características dos microblogs: a arquitetura aberta
de informações e a relação com a mobilidade. Segundo a autora, as ferramentas de
microblogging, percebendo o potencial colaborativo da web 2.0, permitem o acesso a suas
bases de dados através de uma Interface de Programação de Aplicativo (API - Application
Programming Interface).
Um programa que combine e utilize duas ou mais bases de dados se chama mashup. A
criação de um mashup se dá quando “um programador mixa pelo menos dois serviços ou
aplicativos de diferentes sites para criar algo novo e que, muitas vezes, é melhor do que a
soma das suas partes” (TAPSCOTT; WILLIAMS apud ZAGO, 2008, p. 36). Zago (2008)
lembra que o exemplo mais comum da criação de mashups se dá com o cruzamento entre
dados provenientes do Google Maps com alguma informação publicada na web. Unindo, por
exemplo, a conteúdo de um post em um microblog a um mapa, indicando a localidade de
onde este post foi enviado.
Com relação à mobilidade, cabe aqui relembrar a segunda lei da cibercultura proposta
por Lemos (2006a; 2006b) que se refere ao princípio da conexão generalizada. Na época da
cibercultura, a ubiquidade e a computação pervasiva se realizam através de dispositivos
portáteis. A relação da mobilidade com os microblogs está presente na capacidade de algumas
ferramentas permitirem aos seus usuários atualizar o perfil direto do celular ou outro
dispositivo móvel como PDA. Há ainda aquelas que possuem uma versão da página
especialmente programada para ser exibida nas telas destes dispositivos.
Zago (2008) afirma que pelas próprias características dos microblogs, eles são passíveis
de serem utilizados para os mais diversos fins, assim como os blogs. E da mesma forma que
seus predecessores, os microblogs estão conquistando, aos poucos, seu espaço. Com base em
Java et al., a autora propõe uma taxonomia dos tipos de atualizações que podem ser
46
Algumas ferramentas de microblogs listas por Zago (2008, p. 154) são: Pownce e Frazr,
serviços que se encontram fora do ar34; Adocu, ainda em versão beta35 (ver Figura 2); Gozub,
um serviço brasileiro36 (ver Figura 3); Plurk37, uma rede social de microblog (ver Figura 4);
Jaiku, o microblog do Google38 (ver Figura 5); e o Twitter o maior e mais usado destes, objeto
de pesquisa da autora39.
34
Respectivamente <http://www.pownce.com> e <http://www.frazr.fr>. Os dois serviços estavam indisponíveis
em: 15 de agosto de 2009.
35
Disponível em: <http://www.adocu.com>. Acesso em: 15 de agosto de 2009.
36
Disponível em: <http://www.gozub.com.br>. Acesso em: 15 de agosto de 2009.
37
Disponível em: <http://www.plurk.com>. Acesso em: 15 de agosto de 2009.
38
Disponível em: <http://www.jaiku.com>. Acesso em: 15 de agosto de 2009.
39
Disponível em: <http://www.twitter.com>. Acesso em: 15 de agosto de 2009.
47
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esse problema parte da hipótese de que o Twitter possui características que fazem dele
uma ferramenta de comunicação típica da Cibercultura. Para respondê-lo foi necessária a
realização de alguns passos que serão descritos ainda nesta seção.
Sobre os objetivos da pesquisa, Santaella (2001, p. 175) afirma que eles também
decorrem do problema e são como o alvo que se pretende atingir. Ainda segundo a autora, os
objetivos se classificam em geral, “que dizem respeito a uma visão global e abrangente do
problema”, e em específicos, os quais “têm uma função intermediária e instrumental de modo
a permitir que o objetivo geral seja atingido [...]”.
Dessa forma, o objetivo geral deste trabalho é caracterizar o Twitter como uma
ferramenta de comunicação da Cibercultura, contextualizando-o na sociedade atual. Para
50
Para cada um dos objetivos específicos enumerados seguiu-se a realização de uma ação,
as quais podem ser vistas como pesquisas complementares que juntas e sinergicamente
ajudam na realização do objetivo geral do trabalho.
A primeira ação realizada foi uma pesquisa bibliográfica sobre a sociedade e a cultura
contemporânea. Segundo Raupp e Beuren (2006), esta pesquisa por ser classificada, do ponto
de vista de seus objetivos, como uma pesquisa descritiva, pois visa trazer uma visão geral de
um fenômeno. Tal pesquisa pode ser classificada, como de abordagem qualitativa, pois, além
de não requerer uso de métodos e técnicas estatísticas, “preocupa-se em analisar e interpretar
aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano”
(MARCONI; LAKATOS, 2004, p. 269).
Raupp e Beuren (2006, p. 86) afirmam que a pesquisa bibliográfica constitui parte da
pesquisa descritiva ou experimental, e que, “por ser de natureza teórica, a pesquisa
bibliográfica é parte obrigatória, da mesma forma como em outros tipos de pesquisa, haja
vista que é por meio dela que tomamos conhecimento sobre a produção científica existente”.
Evidentemente, tais obras serviram como referência, mas, para a composição desde
trabalho, foram usados outros textos, inclusive artigos de periódicos e apresentados em
congressos.
A primeira fase desta segunda ação consiste, portanto, na pesquisa bibliográfica a fim
de reunir conhecimento para que se possa descrever o Twitter. Essa fase da segunda ação
pode ser classificada, da mesma forma que a pesquisa bibliográfica relatada anteriormente,
como, descritiva e de abordagem qualitativa. As duas pesquisas bibliográficas juntas
formam a revisão de literatura deste trabalho.
O quatro teórico de referência para esta pesquisa se baseia nas seguintes obras: A
galáxia da Internet (2003) de Manuel Castells; Jornalismo na Internet (2003) de José
Benedito Pinho; Blogs: Revolucionando os meios de comunicação (2007) de Octavio I.
Rojas Orduña et al.; e o trabalho de conclusão de curso de Gabriela da Silva Zago (2008)
intitulado Jornalismo em microblogs: um estudo das apropriações jornalísticas do Twitter.
Palacios (2007) ressalta que as pesquisas no GJOL têm sempre uma vertente
quantitativa a fim de mensurar a comprovação das hipóteses. Dessa forma, será executada
na segunda fase uma pesquisa quantitativa com o objetivo de ver o como se dá o uso do
Twitter enquanto ferramenta de comunicação. Essa pesquisa será feita analisando perfis
selecionados intencionalmente e os últimos vinte posts de cada um deles. A escolha dos
últimos vinte posts se deu por ser esse o número que aparece por padrão ao se visitar um
perfil no Twitter.
Foram escolhidos 14 perfis do Brasil, sendo dois de cada uma das categorias listadas
no Quadro 1. Essas categorias foram criadas a partir das leituras relacionadas ao Twitter
feitas na pesquisa bibliográfica da primeira fase. Busca-se dessa forma representar os
grupos mais recorrentes nas publicações relacionadas ao tema desta pesquisa.
52
Empresas de comunicação
Lojas de comércio eletrônico
Órgãos públicos
Celebridades
Pesquisadores
Políticos
Pessoas comuns
Como representantes dos órgãos públicos foram selecionados o Naturatins, por ser um
dos primeiros da categoria a serem criados no Estado do Tocantins e o Ministério da Saúde,
por ser um perfil que possui um elevado número de seguidores (5.184 em 14 de outubro de
2009). Acredita-se que boa parte desses seguidores passou a seguir o perfil devido a Influenza
A (H1N1).
Dentre as muitas celebridades que usam o Twitter, duas delas se destacam por
possuírem o maior número de seguidores de todo o Brasil. Luciano Huck, apresentador do
programa Caldeirão do Huck transmitido nas tardes de sábado pela Rede Globo, possui
1.171.605. Enquanto isso, o técnico do Corinthians, time que tem a segunda maior torcida do
país, Mano Menezes, é seguido por 1.070.315 de usuários40.
40
Todos os dados dos perfis selecionados para análise referem-se as coletas feitas no dia 14 de outubro de 2009.
53
sucesso obtido pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em sua campanha
presidencial. Dessa forma, os políticos escolhidos foram: Aloizio Mercadante, líder da
bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado Federal; e o governador do Estado de São
Paulo, José Serra, famoso por escrever ele mesmo seus posts.
Tal classificação, no entanto, não pode ser considerada absoluta e estanque, visto que os
perfis do Twitter podem se encaixar em mais de uma ou em nenhuma delas. É o caso, por
exemplo, das celebridades, dos pesquisadores e dos políticos, que não deixam de ser pessoas
comuns, por estarem nessas categorias.
Além disso, por se tratar de uma amostra intencional, não é possível se fazer a
generalização dos resultados, os quais, segundo Marconi e Lakatos (2006, p. 52), só têm
validade dentro de um contexto específico. Portanto, todas as afirmações e conclusões
apresentadas no decorrer do trabalho refletem apenas a realidade estudada a partir dos 14
perfis selecionados para análise e dos exemplos elencados a título de ilustração.
A coleta dos dados procedeu-se usando o aplicativo WebShot41, versão 1.7.1.1. Este
programa recebe como parâmetros o endereço eletrônico a se capturar, neste caso o endereço
dos perfis selecionados, e o diretório mais o nome que se deseja dar ao arquivo resultado da
captura. Passados os dois parâmetros o software acessa a Internet, percorre toda a página web
e salva um arquivo de imagem com extensão .jpg. Todas as imagens geradas foram salvas no
disco rígido do computador pessoal do autor deste trabalho.
A segunda fase desta ação pode ser considerada, portanto, de abordagem quantitativa,
pois traduz números em informações, através de instrumentos estatísticos (RAUPP; BEUREN
2006, p. 92), para posterior análise, e, do ponto de vista dos objetivos, como uma pesquisa
41
Disponível para download no endereço: <http://www.websitescreenshots.com/webshot.exe>. Acesso em: 12
out. 2009.
54
exploratória, pois, busca “conhecer com maior profundidade o assunto, de modo a torná-lo
mais claro ou construir questões importantes para a condução da pesquisa” (RAUPP;
BEUREN 2006, p. 80).
Para Yin (apud Duarte, 2005, p. 216), o estudo de caso é “uma inquirição empírica que
investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando a fronteira
entre o fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes de evidência
são utilizadas”.
Já a análise de conteúdo, para Fonseca Júnior (2005, p. 280), “em concepção ampla, se
refere a um método das ciências humanas e sociais destinado à investigação de fenômenos
simbólicos por meio de várias técnicas de pesquisa”.
Visando atender o terceiro objetivo específico – estabelecer uma relação entre a cultura
contemporânea e a ferramenta de comunicação Twitter – a terceira ação desenvolvida consiste
em descrever o Twitter, relembrando os conceitos depreendidos nas pesquisas bibliográficas
realizadas anteriormente. A fim de comprovação e ilustração das afirmações contidas nesta
descrição buscaram-se no Twitter alguns exemplos.
A pesquisa deste trabalho se divide, portanto, em três ações, uma para cada objetivo
específico, cada uma trazendo um resultado diferente, mas co-relacionados, os quais, juntos
buscarão alcançar o objetivo geral, que é: caracterizar o Twitter como uma ferramenta de
comunicação da Cibercultura, contextualizando-o na sociedade atual.
O Quadro 2 ilustra cada uma das ações, o objetivo a elas relacionado, uma breve
descrição e seus respectivos resultados no trabalho.
42
Cf.: <http://search.twitter.com/>.
55
Dessa forma, optou-se por escolher para análise perfis já citados em outras publicações
relacionadas ao Twitter, regra que não se aplica apenas aos perfis da categoria pessoas
comuns por terem sido escolhidas de forma aleatória navegando-se pelos perfis, e ao perfil do
Naturatins, órgão do governo tocantinense. Portanto, ficaram excluídos, propositalmente, da
análise os perfis identificados pelo autor como falsos (fakes) e os perfis voltados ao spam e a
pornografia.
56
Como visto na subseção 3.3, os microblogs começaram a ser usados para as mais
diversas finalidades, desde trivialidades até difusão de notícias. Da mesma forma, o Twitter
também passou a ser usado para atividades que vão além de responder a pergunta inicialmente
proposta. Percebendo isso, no dia 29 de julho de 2009, a empresa mudou o layout, a página
inicial e o seu mote, o qual passou a ser: “compartilhar e descobrir o que está acontecendo
agora mesmo, em qualquer lugar do mundo” 43 (ver Figura 7). O novo layout da página inicial
passou a ter, além dos botões para entrar e se cadastrar, uma relação dos tópicos mais
populares separados em minuto, dia e semana.
Uma das características mais marcantes do Twitter é o fato das suas atualizações (posts,
também chamadas de tweets) possuírem a limitação de 140 caracteres (ou toques). Apesar
disso, ele permite que as mensagens sejam enviadas da própria página do Twitter, de plugins
criados a partir da sua API, de comunicadores instantâneos (IM), e de celulares – via web ou
via mensagem de texto (SMS).
Além disso, todos os posts são indexados na base de dados em tempo real. Isso permite
que as pesquisas sejam feitas considerando-se conteúdos adicionados no momento da sua
realização.
Ao criar uma conta no Twitter é possível adicionar uma foto (avatar), um endereço
43
No original: Share and discover what’s happening right now, anywhere in the world.
58
eletrônico e uma pequena biografia. Essas informações, mais o nome da pessoa e o nome de
usuário (username), são os dados informados por padrão pelo Twitter.
A Figura 8 é um recorte da página inicial do perfil de usuário criado pelo autor deste
trabalho, nela é possível ver, na parte branca, abaixo da palavra “Home” os tweets dos perfis
seguidos e do próprio perfil. Além disso, é possível visualizar o número de perfis seguidos
(59 following), a quantidade de seguidores (57 followers) e o número de atualizações
realizadas até o momento (337 tweets).
59
Além das “DMs”, existem outras expressões que foram convencionadas pelos usuários
do Twitter para padronizar suas conversas. O uso de uma @ (arroba) seguida do nome de um
usuário indica uma resposta ou uma referência a esse outro usuário. A @ é usada pelos
usuários para se manter conversas curtas, visto que para conversas mais longas existem
ferramentas mais eficientes como os Instant Messengers (IM).
Para manter uma coerência nas conversas, passou-se a usar o sinal # para indicar o tema
do post. Dessa forma, os usuários sabem, de maneira mais fácil, do que trata o texto da
atualização. A união do sinal # e uma expressão recebe o nome de hashtag. A Figura 9 ilustra
bem o uso de hashtags. A primeira, “#Rio2016”, refere-se à escolha do Brasil para sediar as
olimpíadas de 2016. Já a “#ForaSarney”, remete ao movimento criado na web para que o
presidente do Senado, José Sarney, renunciasse ao cargo.
Na Figura 9 está presente também outra prática bastante comum no Twitter: a citação
60
44
por meio da expressão “RT”, que significa “retuitar” , ou seja, republicar um post,
indicando-se sempre o autor.
Alguns posts possuem links para páginas externas e como a inserção deles usa o limite
de caracteres, é comum usar ferramentas de compactação de URLs45 par economizar espaço.
Essas URLs compactadas recebem o nome de microlinks.
44
Em algumas publicações específicas sobre o Twitter, tais como Carmona (2009), o uso dos verbos tuitar e
retuitar é considerado comum. Entretanto, por se tratar de uma publicação científica, neste trabalho esses
verbos serão grafados entre aspas, por não serem de palavras de uso comum na língua portuguesa.
45
Cf. <http://migre.me/>.
61
a) home: leva o usuário a sua página inicial (como a mostrada na Figura 8);
b) profile: mostra ao usuário como é a visualização de seu perfil pessoal por outras
pessoas;
c) find people: ferramenta para localização de pessoas. A busca pode ser realizada
pelo nome da pessoa, ou ainda nos contatos de e-mail do GMail, Yahoo! e AOL;
d) settings: aponta para o local onde são feitas as configurações do perfil, como
imagem de exibição, a biografia, proteção de tweets, entre outras;
g) about us: aponta para uma página com informações referentes ao Twitter;
h) contact: remete à página com e-mails e endereço para entrar em contato com a
empresa;
l) API: aponta para página voltada aos desenvolvedores que desejam usar os dados
do Twitter para construir algum programa, plugin ou mashup.
n) help: aponta para a página de suporte e ajuda do Twitter (igual a alínea e);
Como visto, o Twitter oferece várias possibilidades de uso. Entretanto, é preciso que
seja feita uma análise quantitativa a fim de investigar como se dão estes usos. Tal
investigação será realizada no próximo tópico.
Como a justificativa para escolha dos perfis já foi apresentada na seção 4, destinada aos
procedimentos metodológicos, é preciso agora apresentar os perfis, classificar os posts e fazer
as análises. O Quadro 3 mostra a divisão das categorias e os perfis escolhidos para serem
analisados em cada uma delas e seus respectivos endereços no Twitter. Uma cópia de cada
perfil selecionado para análise está presente nos Anexos deste trabalho, portanto, todas as
informações relacionadas a tais perfis foram extraídas de lá.
Nome: VEJA.com
Local: Brazil
Website: http://veja.abril.com.br
Bio: VEJA.com: Site da Revista VEJA - Notícias,
Reportagens exclusivas, Blogs, Vídeos e Acervo
Digital
Seguindo: 33.874
Seguido por: 80.578
Atualizações: 5.428
Nome: novo_submarino
Local: Brasil
Website: http://www.submarino.com.br
Bio: Twitter oficial do Submarino. Siga o
@novo_submarino e fique por dentro de todas as
novidades do site em 1ª mão!
Seguindo: 21
Seguido por: 36.089
Atualizações: 952
Nome: Camiseteria.com
Local: Brasil
Website: http://camiseteria.com
Bio: Somo apaixonados por camisetas.
Seguindo: 22.082
Seguido por: 22.539
Atualizações: 3.879
Nome: Naturatins
Local: Palmas – Tocantins
Website: http://www.naturatins.to.gov.br
Bio: Naturatins - Instituto Natureza do Tocantins -
Assessoria de Comunicação
Seguindo: 25
Seguido por: 70
Atualizações: 198
Os perfis dos pesquisadores selecionados foram: do professor André Lemos (Anexo I),
cujos dados estão discriminados no Quadro 12, e do professor Alex Primo (Anexo J), o qual
tem os dados representados no Quadro 13.
66
Nome: Alexprimo
Local: Porto Alegre
Website: http://alexprimo.com
Bio: Pesquisador de Cibercultura, professor e blogueiro.
Autor do livro Interação Mediada por Computador.
Escrevo sobre os aspectos sociais da tecnologia.
Seguindo: 3.378
Seguido por: 7.385
Atualizações: 1.571
Os políticos escolhidos foram o governador de São Paulo, José Serra (Anexo K), que
tem os dados de seu perfil representados no Quadro 14, e do líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (Anexo L), cujo perfil está representado no Quadro 15.
67
Os perfis que representam as pessoas comuns são o de Fernanda A. Silveira (Anexo M),
cujos dados estão representados no Quadro 16, e de Luis Paulo Fraga (Anexo N), cujos dados
constam no Quadro 17.
O Quadro 18 mostra que, dos catorze perfis, apenas o perfil de Luis Paulo Fraga não
possui um endereço de site externo.
Como pode ser percebido, a maior parte dos perfis possui domínio próprio e dois deles
são hospedados em ferramentas de blog, ou blog/programa, (José Serra e Fernanda Silveira).
Enquanto os domínios próprios são pagos, geralmente a uma empresa gestora de registros
web, a maioria dos blogs é gratuita.
Quanto ao final dos endereços, o domínio .info é voltado para sites informativos; .com é
um domínio usado para fins comerciais, hierarquicamente acima daqueles que possuem
continuação como os .com.br, que são comerciais no Brasil. Um domínio .com.pt, por
exemplo, remete a sites comerciais de Portugal. Já os domínios .gov são para órgãos do
governo. Dessa forma, os domínios .gov.br são para órgãos do governo brasileiro e .to.gov.br
para órgãos do governo do estado do Tocantins.
Já o uso das iniciais www é comumente omitido pelos sites devido a evolução dos
browsers e o aumento da capacidade dos servidores DNS, os quais, como visto na subseção
3.1, são os responsáveis por controlar os nomes dos computadores numa rede.
perfil de Fernanda Silveira, os que mais fizeram atualizações foram os das empresas de
comunicação.
O Twitter não informa desde quando um perfil existe, portanto não foi possível calcular
uma média de atualizações por dia. No entanto, pode-se perceber que apenas quatro perfis
possuem mais de duas mil atualizações, e que oito deles não postaram sequer mil tweets, o
que mostra que o uso do Twitter ainda é incipiente, mesmo para Mano Menezes, o segundo
perfil mais seguido que possui apenas 342 atualizações.
conhecida. Entretanto, é preciso observar que enquanto o segundo usa o Twitter para
intermediar o contato com seus clientes, o primeiro possui outros canais de comunicação,
como o atendimento online, por e-mail e por contato telefônico, deixando o Twitter para
divulgação.
Entre os perfis da categoria políticos, José Serra possui mais atualizações que Aloizio
Mercadante, dado que pode ser explicado levando-se em consideração que o governador de
São Paulo possui um blog e o divulga em seu perfil no Twitter. É natural, portanto, que um
blogueiro tenha mais tweets que alguém que não seja.
Importante considerar que, nos tweets coletados para análise, da mesma forma que ela
publicou onze textos no dia nove de outubro, ele publicou onze no dia da coleta, 14 de
outubro (ver Anexos M e N), o que demonstra que ambos fazem uso do Twitter com
praticamente a mesma frequência.
46
Cf.: LEAL, 2009.
71
comércio eletrônico. Nele é possível notar que o perfil do Camiseteria é o que apresenta uma
quantidade mais equilibrada entre seguidos e seguidores.
O Quadro 21 mostra os perfis que acumulam mais seguidores. O que possui maior
número de seguidores é o do apresentador Luciano Huck (1.171.605), seguido do perfil de
Mano Menezes que tem 1.070.315 seguidores. Contudo, apesar de terem os perfil mais
seguidos, Luciano Huck segue apenas 61 perfis, enquanto Mano Menezes não segue nenhum.
Isso mostra que seguir muitos perfis não é um pressuposto para ter vários seguidores. Mostra,
também, que nem todos no Twitter retribuem o follow47.
Quadro 22. Ele mostra que, assim como seguir muitos perfis não é um pressuposto para
aumentar o número de seguidores, fazer várias atualizações também não é. Pelo contrário, um
elevado número de atualizações diárias pode fazer com que os seguidores parem de seguir
dada a grande quantidade de informação que chega.
Um exemplo que ilustra essa afirmação é que enquanto José Serra fez 670 atualizações
e possui 113.571 seguidores, Fernanda Silveira fez 13.209 atualizações e tem 1.160
seguidores. O mesmo pode ser percebido entre os perfis dos pesquisadores: Alex Primo fez
1.571 atualizações e tem 7.385 seguidores, enquanto André Lemos postou 1.939 vezes e
possui 2.382 seguidores. Pode ser isso, também, que explique o fato de o perfil da Veja, com
5.428 tweets, possuir mais seguidores (80.578) do que o da Folha de S. Paulo (33.458) que fez
11.635 atualizações.
A relação entre seguindo e seguidores é bastante variável na maioria dos perfis (ver
Quadro 23).
Apenas as pessoas comuns seguem mais perfis do que são seguidas, o que reforça a
classificação dos mesmos como pessoas comuns e não celebridades, ao passo que todos os
outros perfis possuem mais seguidores do que o número de seguindo. Em alguns a diferença
73
não é tão grande como o do Camiseteria onde a diferença é de pouco mais de 2%. Ao
contrário de outros como os da categoria celebridades, onde a média dos dois perfis é de
1.170.960 de seguidores para cada 30,5 perfis seguidos.
Importante ressaltar que enquanto o perfil do técnico Mano Menezes não segue nenhum
outro perfil, o do apresentador Luciano Huck segue, principalmente, outros famosos como o
piloto Rubens Barrichello48, o apresentador e blogueiro Marcelo Tas49 e sua esposa, a
apresentadora Angélica Huck50.
48
Cf.: <http://twitter.com/rubarrichello>.
49
Cf.: <http://twitter.com/marcelotas>.
50
Cf.: <http://twitter.com/angelicaksy>.
74
g) a relação entre followers e following é bastante variável, o que deixa claro que
nem todos no Twitter retribuem e follow.
a) texto original: para as publicações de textos livres, como nos blogs, não
direcionados e nem fazendo referência a nenhum perfil. As atualizações feitas
por mecanismos automáticos de publicação de RSS serão consideradas em outra
categoria;
Analisando a Tabela 1 é possível perceber que 177 dos 280 do total de tweets (63,21%)
se classificam como texto original, o que remete o Twitter a sua classificação como
microblog, uma variação dos blogs, que como visto na subseção 3.2, são espaços livres para
publicação.
Além disso, 60% dos posts do Camiseteria foram classificados como repostas ou
referências (ver Exemplo 3), o que demonstra que a loja está sempre em contato com seus
seguidores, possivelmente clientes e fornecedores.
seus seguidores com mais frequência do que o primeiro, que faz apenas divulgação de
conteúdo. O Exemplo 5 mostra uma resposta do Ministério da Saúde para o perfil
@CintiaDR.
Dentre as doze atualizações classificadas como RTs, oito foram feitas pelos
pesquisadores, o que mostra que eles são os que republicam mais posts, divulgando, dessa
forma, informações que julguem interessantes ou importantes. O Exemplo 7 traz um “retuite”
de Alex Primo feito a partir de uma atualização do perfil @blogdavanessa.
78
Dos vinte tweets de André Lemos nenhum foi uma resposta ou referência a outro perfil
(ver Exemplo 8 e Anexo I). Já Alex Primo, ao contrário, contabilizou quatro atualizações
desse tipo, como mostra o Exemplo 9. Pode-se perceber, portanto, que o segundo pesquisador
se comunica publicamente mais com seus seguidores do que o primeiro.
Essa mesma conclusão pode ser tomada com relação aos políticos, visto que enquanto o
perfil de José Serra traz cinco respostas ou referências como a ilustrada pelo Exemplo 10, o
perfil de Aloizio Mercadante traz apenas uma que pode ser vista no Exemplo 11.
Essa diferença é ainda mais perceptível na categoria das pessoas comuns, na qual Luis
Paulo Fraga teve apenas quatro (20%), enquanto Fernanda Silveira teve nove respostas ou
referências (45% dos 20 posts), inclusive uma sequência de posts com @ ilustrada no
Exemplo 12.
d) o perfil da loja Camiseteria teve 60% dos seus posts classificados como resposta
ou referência a outros perfis;
Como visto, o Twitter é mais comumente usado como espaço para publicação de textos
livres, não direcionados a alguém em específico. Entretanto é possível notar alguns desvios
que mostram outros tipos de uso, como no caso das empresas de comunicação usá-lo como
ferramenta de divulgação de feeds, e dos pesquisadores que o utilizam também para
republicar informações que julguem interessantes.
O Twitter se apresenta também como espaço para as celebridades afirmarem sua fama;
para as empresas manterem contato com seus clientes e fornecedores; para os políticos
conversarem com seus eleitores; para os órgãos públicos publicarem informações aos
cidadãos e para as pessoas comuns se manterem em contato com todo esse universo de
informação.
Dessa forma, o Twitter pode ser caracterizado, não só como uma ferramenta de
publicação de pequenos textos, mas como uma ferramenta de comunicação direta e indireta.
Entretanto, como o objetivo deste trabalho caracterizá-lo como uma ferramenta de
comunicação da cibercultura, é preciso traçar uma relação entre o referido objeto e a teoria em
questão.
81
Pode-se observar o Twitter como uma representação atual da alta tecnologia, tendo em
vista que o serviço é relativamente novo (2006) e sofreu adequações recentes (julho de 2009).
Ele pode ser também percebido como um componente que ajuda na criação do simulacro,
primeiro por fazer parte do ciberespaço, depois porque seus usuários constroem seus perfis
da maneira que desejam ser vistos.
Para classificar o Twitter na cibercultura, basta perceber que ele reúne características
da terceira fase de desenvolvimento apontada por Lemos (2004), tanto com relação à
83
comunicação e à informação digitais, quanto à ubiquidade manifestada mais uma vez pela
capacidade de realizar atualizações de qualquer lugar, inclusive de fora da web (SMS). O
Exemplo 15 traz um post feito pelo celular através de mensagem SMS usando o serviço
SMS2Blog51.
O ciberativismo também não está excluso do Twitter. Para cada movimento, em geral,
é atribuída uma hashtag, presente em todos os posts relacionados ao movimento. Foi assim no
caso do movimento relacionado às eleições no Irã (#iranelections53) e também no movimento
51
Cf.: <sms.blog.br>.
52
Cf. <http://twitter.com/prefeituraSP>.
53
Cf. <http://search.twitter.com/search?q=%23iranelection>.
84
54
Cf. <http://search.twitter.com/search?q=%23forasarney>.
85
Aplicativo (API).
O Twitter pode ser, portanto, considerado uma ferramenta típica da cibercultura, visto
que reúne em um único serviço várias características inerentes à cultura contemporânea.
86
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um dos resultados dessa evolução é a Internet. Dela surgem várias outras invenções que
causam impactos na lógica da sociedade. Como o caso das lojas de comércio eletrônico, que
modificaram o comércio, ou ainda do e-mail, ferramenta que causou grandes mudanças,
principalmente no uso dos correios.
O Twitter foi criado em 2006 e tem como principal característica a limitação de 140
caracteres por post (tweet). O serviço vem sendo atualizado e melhorado, principalmente em
2009, ano no qual ele sofreu alterações no layout e adicionou a opção de idioma em espanhol,
além de inglês e japonês que já estavam disponíveis.
A proposta inicial do Twitter era que os usuários escrevessem o que estavam fazendo,
dessa forma, seus seguidores saberiam essas informações sem precisar telefonar ou mandar e-
mails uns para os outros. Entretanto, as pessoas começaram a publicar muito mais do isso.
Tweets contendo dicas de leitura, serviços (previsão do tempo e tráfego), noticias, são cada
vez mais comuns.
o problema norteador deste trabalho: “o microblog Twitter pode ser caracterizado como uma
ferramenta de comunicação da Cibercultura?”. Dessa forma, tem-se o objetivo deste trabalho
que é: caracterizar o Twitter como uma ferramenta de comunicação da Cibercultura,
contextualizando-o na sociedade atual.
Para alcançar tal objetivo procedeu-se a realização de algumas ações. Primeiramente foi
realizada uma pesquisa bibliográfica a fim de descrever a sociedade atual. O resultado dessa
pesquisa começa mostrando a transição do modernismo para o pós-modernismo; passa para a
descrição da sociedade informacional; e termina com uma breve visão sobre a cibercultura.
A última seção foi dividida em três partes. Na primeira delas realizou-se uma descrição
do Twitter. Na segunda procedeu-se a análise de 14 perfis escolhidos intencionalmente e dos
últimos 20 posts neles contidos. Por último, foi realizada uma descrição do Twitter tendo
como base os conceitos depreendidos da revisão bibliográfica.
Dos resultados obtidos na análise dos posts, destaca-se o fato do Twitter ser usado,
primordialmente, como espaço de publicação de texto livre, assim como ocorre nos blogs.
Entretanto, há também o uso como ferramenta de comunicação direta entre perfis, e a
republicação de informações (RTs).
Dessa forma, pode-se afirmar que a hipótese inicial, de que o Twitter reúne
características que fazem dele uma ferramenta de comunicação típica da Cibercultura, foi
88
confirmada.
Espera-se, portanto, que este trabalho possa servir de base para outros estudos mais
aprofundados, fomentando, dessa forma, a produção científica.
89
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GLOSSÁRIO
Audioblog – Formato de blog no qual predominam posts em forma de áudio. Ver Podcast.
Blawg – Blog cujo tema se baseia em Direito, legislação e leis (law, em inglês).
Blip.fm – Rede social musical onde os atores interagem e escolhem músicas para ouvirem e
divulgarem entre seus contatos, como se fossem DJs.
Blogosfera – Termo que engloba todos os blogs, blogueiros e suas respectivas interconexões.
Copyleft – Termo cunhado para fazer oposição ao Copyright. Essa tendência vai contra as
práticas capitalistas e pagamento de royalties.
DNS – Sigla em inglês para Domain Name System (Servidor de Nomes de Domínios).
Sistema que gerencia e resolve nomes em endereços de rede.
GPL – Sigla em inglês para General Public License (Licença Pública Geral). Designação das
licenças utilizadas em softwares livres.
IM – Sigla em inglês para Instant Messenger. Software utilizado para se manter conversas
através da Internet, como o MSN Messenger e o GTalk, por exemplo.
Netbook – Computador com dimensões pequenas e peso leve. Usado, geralmente, para
conexão com a web.
PDA – Sigla em inglês para Personal Digital Assistant (Assistente Pessoal Digital).
Computador portátil que possui recursos para organização pessoal e para comunicação móvel.
Permalink – Link permanente para um determinado post de um blog, que permite acessá-lo
diretamente, mesmo que esse post já tenha saído da página inicial do blog.
RSS – Sigla em inglês para Really Simple Syndication. Sistema que agrega conteúdo e
permite que a indexação das alterações ocorridas em um determinado site seja divulgada.
Várias páginas diferentes que disponibilizem seus conteúdos em RSS podem ser reunidas em
um programa agregador de RSS, o qual é alimentado pelos feeds provenientes destas páginas.
96
RT – ver Retuitar.
SMS – Sigla em inglês para Short Message Service (Serviço de Mensagens Curtas).
Tecnologia utilizada na transmissão de mensagens de texto entre telefones celulares.
Warblog – Formato de blogs cuja temática gira em torno de Guerras (war, em inglês).
Web 1.0 – Primeira geração da web. Ter caráter de publicação, ou seja, o conteúdo está
disponível apenas para leitura.
Web 2.0 – Segunda geração web, caracterizada pela participação do leitor e interação entre
internautas.
ANEXOS
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