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Elaboração:
Bacabal / MARANHÃO
dezembro / 2006
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PROSPE~1.DOC
Realização:
SEBRAE/MA
Equipe:
Agência Regional do SEBRAE / Bacabal
John Nunes Santos Jacinto / Gerente Regional
Fernando Aurélio Silva Santos / Gestor Mandiocultura
Elaboração:
OVS EVENTOS EMPRESARIAIS
Coordenação:
Augusto Bento Serra
Economista, Consultor em Empreendimentos Cooperativos e em Gestão Estratégica
e Empresarial, com Especialização em Desenvolvimento Regional e em
Desenvolvimento Rural Integrado.
Equipe Técnica:
Jorge Manuel Rodrigues Cunha
Engenheiro Agrônomo, Expert em Inteligência Comercial.
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
1. INTRODUÇÃO ................................................................... 4
1.1 CARACTERIZAÇÃO DA MANDIOCULTURA NO CENÁRIO MUNDIAL E NO BRASIL... 4
1.1.1 No Mundo ................................................................................................................................................... 4
1.1.2 No Brasil .................................................................................................................................................... 6
1.1.3 No Nordeste .............................................................................................................................................. 9
1.1.4 Situação no Maranhão ............................................................................................................................. 14
1.1.5 Mão-de-Obra ............................................................................................................................................. 15
1.1.6 Rentabilidade Econômica ......................................................................................................................... 15
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................ 15
3 ESTRUTURA DA DISTRIBUIÇÃO E CONSUMO DE ALIMENTOS NO
BRASIL .......................................................................... 16
3.1 ESTRUTURA DO SETOR VAREJISTA NO BRASIL ............................................................... 16
3.2 TENDÊNCIAS DO SETOR VAREJISTA .................................................................................... 17
4 EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DE MANDIOCA E DERIVADOS NO
BRASIL: CONSEQUENCIAS SOBRE O MERCADO .............................. 18
4.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 18
4.2 ALGUNS ESTUDOS SOBRE EVOLUÇÃO E RELAÇÕES DE PREÇOS NO MERCADO
DA MANDIOCA NO BRASIL ........................................................................................................ 20
4.3 EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DE RAIZ, FARINHA E FÉCULA: BREVES
CONSIDERAÇÕES .......................................................................................................................... 21
5 ALGUNS ENTRAVES NA COMERCIALIZAÇÃO DA FARINHA DE
MANDIOCA NO BRASIL ...................................................... 22
5.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 22
5.2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR NAS REGIÕES ..................................................................... 24
5.3 ENTRAVES NA COMERCIALIZAÇÃO DA FARINHA DE MANDIOCA ............................. 24
5.4 ATUAÇÃO DO GOVERNO .............................................................................................................. 24
5.5 INTERAÇÃO ENTRE AS REGIÕES ............................................................................................. 24
5.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE OS ENTRAVES ............................................................. 25
6 DIAGNÓSTICO ESPECÍFICO DE MERCADO PARA DERIVADOS DA
MANDIOCA ..................................................................... 25
6.1 CARACTERÍSTICAS DO MERCADO FORNECEDOR/PRODUTOR ...................................... 25
6.2 CARACTERÍSTICAS DO MERCADO CONSUMIDOR ............................................................. 28
7 AMBIENTE INSTITUCIONAL ................................................ 29
7.1 SEBRAE .............................................................................................................................................. 29
7.2 SEAGRO ............................................................................................................................................. 29
7.3 PREFEITURAS MUNICIPAIS ..................................................................................................... 29
8 RECOMENDAÇÕES ............................................................. 29
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................ 31
10 LISTA DE TABELAS .............................................................................................. 33
11 LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... 33
12 ANEXOS .................................................................................................................. 34
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1 INTRODUÇÃO
1.1.1 No Mundo
A produção mundial de mandioca vem crescendo, em especial nos países
africanos, onde esta cultura se constitui na principal fonte energética de um grande
contingente populacional. Em 1970, a produção de mandioca em raiz era de 96,9
milhões de toneladas e no ano de 2002 alcançou cerca de 184,7 milhões de toneladas,
significando, portanto, em aumento de 91% no período de 32 anos.
Originária do Brasil, a mandioca foi levada pelos portugueses no final do
século XVI para a África, sendo que atualmente aquele continente detém 50% da
produção mundial. A Nigéria apresenta expressiva contribuição sendo que no último
ano registrou uma produção de 34,5 milhões de toneladas, o que lhe assegura a
primazia no ranking mundial.
Na maioria dos países africanos, praticamente não existem indústrias de
farinha, fécula ou polvilho azedo e a produção é consumida “in natura”. Também a
comercialização se processa em pequenas quantidades, em feiras livres, mercearias e
em regiões produtoras próximas aos centros de consumo. A exemplo da Nigéria,
outros países africanos também vêm aumentando a produção de alimentos e com
destaque a cultura da mandioca, que, aliás, já assumiu o papel de segurança nacional
no combate a fome de mais de 60% da população.
Já no caso da Ásia e da América Latina, a cultura se diferencia justamente
pelo crescente avanço da industrialização. Com uma participação relativa de 30% na
produção mundial, a Ásia tem como principais países produtores, a Tailândia e a
Indonésia, que juntas representaram aproximadamente 65% da produção asiática no
ano de 2002, ou o equivalente a 34 milhões de toneladas de raiz.
A Tailândia, embora seja o 3º país produtor de raiz, sendo precedida pela
Nigéria e pelo Brasil, é o país que detém o maior parque industrial de fécula e de
“pellets”. Sua produção anual de fécula supera 2 milhões de toneladas e de 8 a 10
milhões de toneladas de “pellets”, que são canalizados principalmente ao mercado dos
países da União Européia, cujo volume exportado alcança até 80% do comércio
internacional.
Figura 1
PRODUÇÃO MUNDIAL DE MANDIOCA, POR CONTINENTE E PAIS
2000
AFRICA
2000
1991 Nigéria
1991
1970
2000
1991
2000 Congo
1970 1970
1991 Outros
2000
ÁSIA
1991 1970 Tailândia
2000
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Figura 2
PRODUÇÃO
PRODUÇÃO MUNDIAL
MUNDIAL DE DE RAIZ
RAIZ DE
DE MANDIOCA
MANDIOCA
(em
(em milhões de toneladas) // 2002
milhões de toneladas) 2002
AMÉRICA
AMÉRICA Outros; 9,7
Brasil; 23,1 Outros; 9,7
Brasil; 23,1 AFRICA;
AFRICA; 100,7
100,7
LATINA;
LATINA; 32,8
32,8
Outros;
Outros; 17,6
17,6
Indonésia;
Indonésia; 16,7
16,7
Nigéria;
Nigéria; 34,5
34,5
Tailândia;
Tailândia; 16,9
16,9
Congo
Congo ;; 14,9
14,9
Outros;
Outros; 51,3
51,3
ÁSIA;
ÁSIA; 51,2
51,2
1.1.2 No Brasil
A produção brasileira de mandioca apresentou os piores resultados
entre os anos de 1996 e 1999, quando a média oscilou entre 18 milhões e 20 milhões
de toneladas. Após aquele período, as últimas safras apresentaram uma estabilidade
próxima a 23 milhões de toneladas, porém, de qualquer maneira, ainda está bastante
aquém dos 30 milhões alcançados no ano de 1970.
Esta redução é característica de produtos alimentares básicos, que
são voltados basicamente ao mercado interno e por vezes substituídos, como é o caso
de maior consumo de massas em detrimento da farinha de mandioca. Outro exemplo,
não menos importante, é a substituição na alimentação suinícula por rações
balanceadas e ainda a retirada da mistura da farinha de raspa de mandioca à farinha
panificável, utilizada até meados dos anos 80.
Também é notória a mudança do hábito alimentar, principalmente nas
populações de baixa renda das regiões nordestinas que passaram a compor a sua dieta
alimentar com mais massas (mais macarrão) em detrimento ao consumo da farinha de
mandioca. Paralelamente às mudanças, já enumeradas e considerando-se as
freqüentes oscilações nos preços recebidos pelos produtores, justifica-se em parte a
estagnação da produção brasileira de mandioca em raiz.
Apesar das freqüentes secas, a região do Nordeste é responsável por
maior concentração da produção de mandioca. Em média, aquela região participa com
cerca de 40% da produção nacional, destacando-se os estados da Bahia, Maranhão e
Ceará. É a maior produtora e consumidora brasileira dos mais diversos tipos de
farinha e, também, de outros pratos oriundos da raiz de mandioca ou até das folhas
da planta.
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Fonte: IBGE, SEAB - DERAL
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Produção (t) de Mandioca/Brasil
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4.
Figura 4
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4.
4.
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Bahia 12.540
Outros 12.921
R.G.Sul 14.845
Pará 16.652
Sta.Catarina 19.250
Paraná 21.429
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1.1.3 No Nordeste
Figura 6 - Sistema
Agroindustrial da Mandioca
no Nordeste do Brasil
negociação aqui colocada por não comporem a parte principal das rações, mesmo em
épocas de seca, quando praticamente não há capim nos pastos. Não foi observado
utilização de raspas para aves e suínos. Finalmente, os compradores de farinha
comestível para uso humano não competem para obter concessões de preços a partir dos
supostos básicos de análise argumentados por Porter (1991, p.40-3).
V) Rivalidade entre os Concorrentes Atuais - Concluiu-se que há
rivalidade por preços entre grupos de produtores rurais de mandioca (pequenos, médios e
grandes). Por outro lado, não existe disputa nas indústrias de farinha de mesa e de
raspas, isto é, a opção pelo sistema coletivo de transformação industrial impede a
concorrência efetivamente. É provável, contudo, que ocorra o contrário entre as
beneficiadoras do estado do Paraná ao defenderem as “suas marcas” atribuídas à farinha
que importam da região Nordeste.
VI) Aparato Político-Institucional - O aparato político-institucional está
definido como uma força muito importante na condução do processo de concorrência em
qualquer indústria. Segundo Porter (1991), o governo pode interferir na indústria, seja
fortalecendo as barreiras à entrada, seja influenciando as pressões dos bens e serviços
substitutos, via regulamentações, subsídios, etc. Aqui, lato sensu, consiste num sistema
que compreende o Estado e suas ações, bem como o conjunto de instituições de
planejamento diretamente vinculado à cadeia produtiva da mandioca. Todavia, isso não
se aplica, senão de forma reduzida, às atividades econômicas relacionadas à mandioca,
em que pese jamais terem sido isentas do apoio governamental desde os meados da
década de 60. O sentido fundamental desse apoio não esgota a complexidade dos
atributos institucionais requeridos para viabilizar o desenvolvimento competitivo no setor.
Do ponto de vista das políticas públicas, a posição da mandioca na agricultura
permanece quase a mesma de antes da constituição dos complexos agroindustriais no
país. Os motivos e os seus correspondentes detalhamentos já são bastante divulgados pela
literatura, não havendo portanto, necessidade de repeti-los. O crescimento da produção
observado ao longo do tempo, decorre da expansão da área plantada por ocupação de
novas fronteiras ou por substituição de outras culturas. A realidade indica que as políticas
públicas não incluem metas e objetivos regentes da modernização, para tornar a cadeia
estruturada e madura o suficiente, dotando- a de capacidade para integrar-se ao novo
circuito produtivo, de modo que possa enfrentar os desafios estratégicos ditados pelo
padrão de concorrência internacional vigente. Isto se refere também à externalidades tais
como relacionamento independente dos produtores com bancos e instituições financeiras
outras, com agências de pesquisa, extensão e desenvolvimento, etc.. De qualquer forma, se
efetivamente ocorreram mudanças, mesmo em seu conjunto foram tênues, não
consubstanciadas em alterações profundas na estrutura da produção como um todo
(técnica, econômica, organizacional e comercial) para evitar o movimento indiscriminado
de produtores, bem como dificultar a pressão vinda da ameaça dos substitutos da
mandioca. Finalmente, considerando os modelos organizacionais alternativos para a
cadeia da mandioca, configura-se uma ação de governo longe da regulamentação dos
tipos protecionistas, que distorcem os preços do mercado interno e não modernizam de
fato. Somam-se aspectos de relações, por exemplo, cooperativistas, que a agroindústria
mantenha com a base rural em termos de incremento de produtividade, eximindo a
natureza extensivo-substitutiva e vulnerável da oferta de matéria-prima, dos preços e da
demanda. Trata-se de um desenho cuja abrangência envolve:
financiamento de agricultores e produtores de raspas e farinhas, selecionados a partir
do tempo de permanência anterior na respectiva atividade. Além de ser contratado
periodicamente, é necessário estar pautado em mecanismos de exigências acerca de
capacitação técnica e empresarial, de qualidade dos produtos e de produtividade
obtida;
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1.1.5 Mão-de-Obra
O cultivo de mandioca no Maranhão continua utilizando técnicas
tradicionais, sem muitas transformações em sua estrutura produtiva, principalmente
com relação ao preparo do solo, plantio e tratos culturais e colheita que são
realizados manualmente, cuja relação de trabalho ainda se baseia no sistema de
mutirão, principalmente quanto à colheita e beneficiamento, bem como no que diz
respeito à fabricação dos derivados da mandioca. É mais comum, entretanto, a
utilização de mão-de-obra familiar.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a elaboração da prospecção de mercado para mandioca e derivados,
foram necessárias várias combinações de estudos, como forma de melhor subsidiar os
interessados.
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condições aos seus clientes. É comum o fornecedor ser obrigado a baixar seus
preços em determinadas épocas, estratégia bastante conhecida no mercado,
chamada de “chamariz”.
Regra geral, a indústria de alimentos vem sofrendo fortes ajustes internos
em decorrência das exigências dos supermercados. Farina e Nunes (2002) mostram
que em função do aumento do custo das matérias-primas e da queda dos preços no
varejo, fortemente determinada pela atuação dos supermercados, as indústrias de
alimentos sofreram forte reestruturação nos últimos anos. Os autores identificaram
que os ajustes foram realizados nos seguintes itens:
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4.1 INTRODUÇÃO
Apresentamos breves considerações sobre a evolução dos preços de mandioca e
derivados nos principais estados produtores de mandioca para indústria no Brasil. O período
de análise compreende janeiro de 2000 a setembro de 2005.
A cadeia produtiva da mandioca vem passando por grandes mudanças nos últimos
anos, decorrentes de alterações no consumo do produto, maior utilização do amido de
mandioca, muitas vezes em substituição a outros amidos com preços maiores. A cultura da
mandioca encontra-se difundida em quase todo o mundo (exceção para a Europa, onde não há
plantio), sendo o Brasil o segundo maior produtor. Por ser cultivada em todas as regiões do
Brasil e por apresentar sistemas de produção intensivos em trabalho, a mandioca é grande
empregadora de mão-de-obra, principalmente na colheita. Contudo, ainda há diversos entraves
na produção e na comercialização do produto e seus derivados, decorrentes, dentre outros
problemas, da carência e assimetria de informações quanto a preços. As bruscas oscilações de
preços de um ano para outro, tanto da mandioca quanto de seus derivados, também são
consideradas fator de empecilho ao desenvolvimento do setor.
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produto que normalmente ocorre. O mês de fevereiro foi o que apresentou o maior preço. De
abril a setembro os preços situam-se em patamares mais baixo, sendo a época de maior oferta
do produto. O mês de junho foi o que apresentou o menor preço.
Silva; Ferreira e Assumpção (2003), também verificaram a tendência de preços de
mandioca, mas para os estados de São Paulo e Paraná, no período de 1980 a 2001.
Observaram sazonalidade de preços do produto nos dois estados, tanto no período
total do estudo como em subperíodos. Para o estado do Paraná, no subperíodo de 1980-89 o
maior índice sazonal ocorreu no mês de abril e o menor em julho. De 1990-2001 o maior índice
ocorreu em janeiro. Se considerar apenas o período pós plano Real, o maior índice desloca-se
para o mês de dezembro, sugerindo uma antecipação do período de safra. Para o Estado de
São Paulo, a única diferença em relação aos resultados apresentados para o Paraná refere-se
ao primeiro subperíodo, que apresentou o maior índice no mês de janeiro. Também observaram
uma tendência de preços decrescentes no período total sob análise.
Alves; Vedovoto (2003), estudaram a formação e transmissão, assim como as
margens e relações causais de preços ao longo da cadeia de amido de mandioca (produção de
raiz, fécula e farinha), usando dados mensais e agregados para os estados do Paraná, Bahia e
São Paulo. Observaram que, para toda a região Centro-Sul do Brasil, os preços são menores
entre os meses de maio e agosto, períodos em que é concentrada a oferta de mandioca. Em
termos de margens, para o Estado do Paraná observaram que a margem do atacadista de
farinha foi decrescente de 1982 a 2001, enquanto a margem do varejista foi crescente. Para o
Estado de São Paulo as margens não apresentaram uma tendência definida. Em termos gerais,
observaram que os preços da fécula no atacado acompanham as variações da raiz. O preço da
farinha variou proporcionalmente menos do que os preços da raiz e fécula. Na análise de
causalidade, verificaram relações causais do preço da raiz do Estado da Bahia para o Paraná,
deste para São Paulo e de São Paulo para os Estados da Bahia e Paraná. Analisaram também as
relações causais entre os mercados de fécula e farinha dos três estados citados acima.
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Figura 9. Evolução semanal dos preços da raiz nas regiões noroeste do Paraná (NOP
Semanal), oeste de São Paulo (ASS Semanal) e sudoeste sulmatogrossensse (SOM
Semanal) – deflacionados pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna
(IGP-DI), base set/05 = 1,00 – jan/02 a set/05
5.1 INTRODUÇÃO
A mandioca vem ganhando destaque no cenário agrícola nacional e internacional.
Dentre os principais subprodutos da mandioca, destacam-se a fécula e a farinha.
Do total de mandioca produzida no Brasil, 20% são destinadas para as fecularias e a
quase totalidades dos demais 80% tem seu uso para a fabricação de farinha
(Almeida & Silva, 2004).
Devido à modernização da economia, antigos hábitos alimentares estão sendo
substituídos por outros mais práticos e nutritivos, atingindo negativamente o
consumo de farinha de mandioca.
Nos estados do Norte e Nordeste o processamento da raiz para farinha ocorre nas
chamadas casas-de-farinha, estrutura produtiva representante do método
tradicional.
No Centro-Sul, o processamento ocorre nas farinheiras consideradas agroindústrias,
apresentando uma estrutura de trabalho geralmente mais adequada e profissional.
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1,96
Sul Representação no
1,04
Consumo Total (%)
Consumo per capita
2,69 (Kg)
Sudeste
1,43
28,94
Nordeste
15,33
63,84
Norte
33,83
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de 1 a 5 anos
11 a 20 anos 15%
6 a 10 anos
8% 13%
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No próprio
3% 1% Municipio
10%
47%
Não utiliza
insumos
Municipios
da região
Outras
Regiões do
Estado
Capital (São
Luis)
39%
1% No próprio
19% Municipio
Não utiliza
embalagens
Municipios da
Região
21%
59%
Outras Regiões
do Estado
5
Pequeno comércio informal, típico de pequenas localidades ou de bairros, onde se comercializa alimentos de primeira necessidade.
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Embalagem do produtor
Embalagem
em feiras
Embalagens em Supermercados
Os principais tipos de compradores da farinha produzida na região do
Médio Mearim são: atravessadores (62%), venda direta em mercados ou feiras
tradicionais (25%), agroindústria (casa-de-farinha) (4%) cooperativas, (1%) e outros
(8%).
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Venda direta
(feiras)
Atravessador 8%
62%
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7 AMBIENTE INSTITUCIONAL
7.4 SEBRAE
7.5 SEAGRO
8 RECOMENDAÇÕES
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esclarecedora das suas características, das suas propriedades e das suas possíveis
utilidades.
A constituição de Cooperativas ou Centrais de Vendas, de caráter
empresarial, para dar suporte às atividades de produção agrícola e processamento,
assessorando os produtores principalmente através da comercialização e
transferência de conhecimentos e informações sobre o mercado.
Essas entidades devem possibilitar apoio jurídico, médico-hospitalar,
educacional, assistência técnica, capacitação de mão-de-obra regularmente, estímulo
à adoção e adaptação de novas tecnologias, etc. Para alcançar sucesso, essas
entidades devem ser dirigidas por administradores especializados e congregar
principalmente pequenos produtores.
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11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Sistemas de produção 3, Dourados: Embrapa Agropecuária oeste; Campinas: IAC;
Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2002.
SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO DO
PARANÁ – SEAB. Preços. Disponível em: <http://www.pr.gov.br/seab/>. Acessado
em: 10set 2005.
SILVA, J.R. da; FERREIRA, C.R.R.P.T.; ASSUMPÇÃO, R. de. Estacionariedade de
preços de mandioca nos estados de São Paulo e Paraná, 1980-2001. Informações
Econômicas, São Paulo. v.33, n.2, fev. 2003. p.28-33.
CARDOSO, C.E.L.; LEAL, M. de S. Mandioca: mudanças nas raízes. Agroanalysis,
Rio de Janeiro, v.19, n.6, p.55-60, jun. 1999.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Sidra.
Agricultura. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br>. Acessado em: 15 ago 2005.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Produção Mundial de Mandioca em Raiz (em Milhões de Toneladas)
Tabela 2 - Área, Produção e Produtividade da Mandioca - principais Estados – 2002 / 2003
Tabela 3 – Concentração na Distribuição Varejista e Evolução da Participação de Mercado –
1994/2000
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Produção Mundial de Mandioca por Continente e Pais
Figura 2 – Produção Mundial de Raiz de Mandioca – 2002
Figura 3 – Área Cultivada de Mandioca – safra 2002/2003
Figura 4 – Produção de Mandioca/Brasil nos Principais Estados – safra 2002/2003
Figura 5 – Produtividade da Mandioca nos Principais Estados Produtores – safra 2002/2003
Figura 6 – Sistema Agroindustrial da Mandioca no Nordeste do Brasil
Figura 7 – Valor da Produção da Mandioca – Brasil
Figura 8 – Quantidade Produzida de Mandioca no Brasil e nos Principais Estados
Figura 9 - Evolução semanal dos preços da raiz nas regiões noroeste do Paraná (NOP Semanal),
oeste de São Paulo (ASS Semanal) e sudoeste sulmatogrossensse (SOM Semanal) –
deflacionados pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), base
set/05 = 1,00 – jan/02 a set/05.
Figura 10 – Participação na produção estimada de raiz de mandioca em 2005
Figura 11 - Consumo per capita por Região (Kg), 2002-2003
Figura 12 - Tempo de Atividade na Produção de Farinha
Figura 13 - Locais de Compra dos Insumos
Figura 14 - Origem das Embalagens Utilizadas pelos Fabricantes
Figura 15 - Tipos de Fornecedores de Farinha
ANEXOS
Anexo 1 – Modelo de Questionário PRODUTOR .........................................................
Anexo 2 – Modelo de Questionário CLIENTE .............................................................
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RELAÇÕES DE MERCADO:
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TECNOLOGIA
INSUMOS
2) Como avalia os produtos oriundos de Maranhão comparativamente aos de outros Estados, com relação a:
(sabendo-se que as notas 4, 3, 2, 1 e zero estão representadas abaixo)
4 Muito bom
3 Bom
2 Regular
1 Inferior
0 Muito inferior
Qualidade;
Embalagem;
Preço;
Distribuição (prazo de entrega, prazo de validade na chegada ao ponto de venda...)
Troca de produtos
Assistência pós venda
ESTRUTURA DE MERCADO
1) Com quantas marcas trabalha com cada produto? Quais as principais marcas e quais as marcas
de combate ?
Farinha branca
Tapioca
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Farinha branca
Tapioca
GESTÃO
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AMBIENTE INSTITUCIONAL
CONSUMO
1) Como você avalia a preocupação do consumidor com os principais atributos de qualidade dos produtos em
relação a: (dê nota 1 para “pouca preocupação”, 2 para “sem preocupação” e 3 para “muita preocupação”)
Aparência
Conveniência / Praticidade
Saúde
Limpeza
Segurança
2) Quais são as informações consideradas importantes pelo consumidor?
Preço
Marca
Volume/Tamanho
Qualidade
Sistema de produção
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Fidelidade
Outra___________________________________________________________________
3) Como avalia a disposição dos consumidores de pagar mais pelos tributos desejáveis como: qualidade,
conveniência, praticidade...
Muito boa
Boa
Regular
Ruim
Muito ruim
4) Tem como exigência a certificação de qualidade do fornecedor?
Sim
Não
Nome: ____________________________________________________________________________
Endereço: _________________________________________________________________________
Município: _________________________________________________________________________
Tipo de Unidade de Produção: ( ) Própria ( ) Arrendada ( ) Comunitária
Nome do responsável pelas informações: _______________________________________________
Cargo/Função:______________________, Contatos: Fone(s): _______________________________
E-mails(s): ________________________________________________________________________
PRODUÇÃO
4- Em relação à produção atual, você tem intenção de: ( ) Reduzir ( ) Manter ( ) Ampliar
5- Que outras atividades são desenvolvidas na sua empresa/propriedade? (por importância)
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
FORNECIMENTO DE INSUMOS
MERCADO E CONCORRÊNCIA
14- Especificamente em relação ao seu negócio, que influência teria a criação de cooperativas e
associações sobre o seu crescimento e a modernização futuros?
( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Mais ou menos ( ) Pouco importante
CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO
15- Você acredita que a participação em cursos/treinamentos seja importante para o crescimento e
modernização do seu negócio?
( ) Sim, Muito importante ( ) Importante ( ) Mais ou menos ( ) Pouco importante
16- Você participou de algum curso ou treinamento sobre a sua atividade nos últimos 2 anos?
( ) Sim, sobre administração ( ) Sim, sobre tecnologia ( ) Sim, sobre legislação
( ) Outros:_______________________________________ ( ) Nenhum
17- Qual a principal dificuldade que você enfrenta para participar de cursos/treinamentos?
( ) Falta de cursos na região ( ) Custos elevados ( ) Baixa qualidade dos cursos
( ) Falta de tempo ( ) Nenhuma dificuldade ( ) Não tem interesse em participar
18- Qual é a principal fonte de EXTERNA de conhecimentos que você utiliza para gerenciar o seu
negócio?
( ) SEBRAE ( ) Universidades ( ) Consultorias externas ( ) Vizinhos ou parceiros
( ) Livros ou publicações especializadas ( ) Nenhuma ( ) Outras:_______________
19- Se você pudesse escolher apenas uma área para receber treinamentos, qual seria?
( ) Tecnologias de produção ( ) Comercialização ( ) Agro-industrialização
( ) Administração ( ) Controle de pragas ( ) Controle de qualidade ( ) Nenhuma ( ) Outra:
GESTÃO E COMPETITIVIDADE
20- Você adota algum sistema de controle que lhe permita gerenciar e conhecer o lucro ou prejuízo
mensal do seu negócio?
( ) Não ( ) Sim. Qual:__________________________________________________
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21- Você adota algum tipo de controle técnico sobre os principais indicadores de produtividade do seu
negócio (evolução da produtividade, etc.)?
( ) Não ( ) Sim. Qual:__________________________________________________
22- Você adota algum tipo de programa formal para melhorar a qualidade dos seus produtos?
( ) Não ( ) Sim. Qual:__________________________________________________
23- Atualmente você trabalha com algum tipo de empréstimo financeiro para o seu negócio?
( ) Sim, Pronaf-custeio ( ) Sim, Pronaf-investimento ( ) Sim, capital de giro
( ) Outros:___________________________________ ( ) Nenhum
24- Suas prestações estão “em dia”?
( ) Sim ( ) Não
25- Na sua opinião, quais serão os principais desafios para manutenção e crescimento do seu negócio
no futuro?
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