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Resolução CFC nº 1.

051/05

Aprova a NBC P 2.6 –


Responsabilidade e Zelo

O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de


suas atribuições legais e regimentais,

Considerando que as Normas Brasileiras de Contabilidade


e as suas Interpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que
estabelece regras de procedimentos técnicos a serem observadas quando da
realização de trabalhos;

Considerando que a constante evolução e a crescente


importância da perícia exigem atualização e aprimoramento das normas
endereçadas à sua regência para manter permanente justaposição e
ajustamento entre o trabalho a ser realizado e o modo ou o processo dessa
realização;

Considerando que a forma adotada para fazer uso de


trabalhos de instituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade
mantém relações regulares e oficiais está de acordo com as diretrizes
constantes dessas relações;

Considerando que o Grupo de Estudo sobre Perícia


Contábil e o Grupo de Trabalho instituído pelo Conselho Federal de
Contabilidade em conjunto com o IBRACON – Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil, atendendo ao disposto no art. 3º da Resolução CFC
nº 751, de 29 de dezembro de 1993, que recebeu nova redação pela Resolução
CFC nº 980, de 24 de outubro de 2003, elaborou a NBC P 2.6 –
Responsabilidade e Zelo;

Considerando que por se tratar de atribuição que, para o


adequado desempenho, deve ser empreendida pelo Conselho Federal de
Contabilidade em regime de franca, real e aberta cooperação com o Banco
Central do Brasil (BCB), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o
IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, o Instituto
Nacional de Seguro Social (INSS), o Ministério da Educação, a Secretaria
Federal de Controle, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria do Tesouro
Nacional e a Superintendência de Seguros Privados,

Resolve:

Art. 1º Aprovar a NBC P 2.6 – Responsabilidade e Zelo.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2006,


revogando as disposições em contrário, em especial o item 2.7 –
Responsabilidade e Zelo, da NBC P 2 – Normas Profissionais do Perito,
aprovada pela Resolução CFC nº 857, de 21 de outubro de 1999, publicada no
DOU em 29 de outubro de 1999, Seção 1, páginas 46 e 47.

Brasília, 7 de outubro de 2005.

Contador José Martonio Alves Coelho


Presidente

Ata CFC nº 878


NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC P 2 – NORMAS PROFISSIONAIS DO PERITO

NBC P 2.6 – RESPONSABILIDADE E ZELO

2.6.1. CONCEITUAÇÃO E DISPOSIÇÕES GERAIS

2.6.1.1. Esta Norma estabelece procedimentos inerentes à responsabilidade e zelo


do perito.

2.6.1.2. O perito-contador e o perito-contador assistente devem conhecer as


responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais, às quais estão
sujeitos no momento em que aceitam o encargo para a execução de perícias
contábeis judiciais, extrajudiciais e arbitrais.

2.6.1.3. O termo “responsabilidade” refere-se à obrigação do perito-contador e do


perito-contador assistente em respeitar os princípios da moral, da ética e do
direito, atuando com lealdade, idoneidade e honestidade no desempenho de
suas atividades, sob pena de responder civil, criminal, ética e
profissionalmente por seus atos.

2.6.1.4. O termo “zelo” para o perito-contador refere-se ao cuidado que o mesmo


deve dispensar na execução de suas tarefas, em relação a sua conduta,
documentos, prazos, tratamento dispensado às autoridades, aos integrantes
da lide e aos demais profissionais, de forma que sua pessoa seja respeitada,
seu trabalho levado a bom termo e, conseqüentemente, seu laudo digno de fé
pública.

2.6.1.5. O termo “zelo” para o perito-contador assistente refere-se ao cuidado que o


mesmo deve dispensar na execução de suas tarefas, em relação a sua
conduta, documentos, prazos, tratamento dispensado às autoridades, aos
integrantes da lide e aos demais profissionais, de forma que sua pessoa seja
respeitada, seu trabalho levado a bom termo e, conseqüentemente, seu
parecer tenha credibilidade.

2.6.2. RESPONSABILIDADES E ÉTICA

2.6.2.1. A responsabilidade do perito-contador e do perito-contador assistente


decorre da influência relevante que o resultado de sua atuação pode
produzir para solução da lide.
2.6.2.2. A responsabilidade ética do perito-contador e do perito-contador assistente
decorre da necessidade do cumprimento dos princípios éticos, em especial,
os estabelecidos no Código de Ética Profissional do Contabilista e nesta Norma.

2.6.3. RESPONSABILIDADE CIVIL E


PENAL

2.6.3.1. A legislação civil determina responsabilidades e penalidades para o


profissional que exerce a função de perito-contador, as quais consistem em
multa, indenização e inabilitação.

2.6.3.2. A legislação penal estabelece penas de multa, detenção e reclusão para os


profissionais que exercem a atividade pericial que vierem a descumprir as
normas legais.

2.6.4. RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL

2.6.4.1. A responsabilidade profissional do perito-contador e do perito-contador


assistente na realização dos trabalhos periciais compreende:

a) cumprir os prazos fixados pelo juiz em perícia judicial


e nos termos contratados em perícia extrajudicial e arbitral;

b) assumir a responsabilidade pessoal por todas as


informações fornecidas, quesitos respondidos, procedimentos adotados,
diligências realizadas, valores apurados e conclusões apresentadas no
Laudo Pericial Contábil e no Parecer Pericial Contábil;

c) prestar os esclarecimentos determinados pelo juiz,


respeitados os prazos legais;

d) prestar os esclarecimentos necessários de forma oportuna, respeitando o


contrato e o objeto da perícia quando se tratar de perícia extrajudicial,
bem como as normas do juízo arbitral.

2.6.4.2. A transparência e o respeito recíproco entre o perito-contador e o perito-


contador assistente pressupõem tratamento impessoal, restringindo os
trabalhos, exclusivamente, ao conteúdo técnico.

2.6.4.3. O perito-contador e o perito-contador assistente são responsáveis pelos


trabalhos da sua equipe técnica, a qual compreende os auxiliares para
execução do trabalho complementar do laudo pericial contábil e/ou parecer
pericial contábil, tais como: digitação em geral, pesquisas e análises
contábeis, cálculos matemáticos e trabalhistas e pesquisas de legislações
pertinentes.
2.6.4.4. O perito-contador e o perito-contador assistente, são responsáveis também
pelos trabalhos realizados por especialista contratado para a realização de
parte da perícia que exija conhecimento específico em outras áreas do
conhecimento humano. Tal obrigação assumida pelo perito perante o
julgador ou contratante não exime o especialista contratado da
responsabilidade pelo trabalho executado. São exemplos de trabalho de
especialista: programador de computador para desenvolvimento de
programas para perícias, inclusive para liquidação de sentenças em ações
trabalhistas, apuração de haveres, aferição de diferenças do Sistema
Financeiro de Habitação; atuários; especialista contábil em partes
específicas da perícia, entre outros.

2.6.4.5. O perito-contador e o perito-contador assistente ao contratarem os serviços


de profissionais de outras profissões regulamentadas, devem certificar-se
de que os mesmos se encontram em situação regular no seu conselho
profissional. São exemplos de laudos interprofissionais para subsidiar a
perícia contábil:

a) de engenharia para avaliação de bens do ativo imobilizado;

b) de medicina para subsidiar a perícia contábil em cálculo de


indenização de perdas e danos causado por acidente do trabalho ou
para apuração de danos emergentes ou lucros cessantes;

c) de perito criminal em documentoscopia para reconhecer a autenticidade


ou a falsidade de documentos;

d) de gemologia para avaliação de jóias, pedras preciosas, semi-


preciosas com o fim de apurar valores para avaliação patrimonial;

e) de especialista em obras de artes com o fim de apurar valores para


avaliação patrimonial.

2.6.4.6. No caso de perícia judicial, o prazo estabelecido para a conclusão dos


trabalhos, fixado pelo juiz, deve ser cumprido pelo perito-contador como
forma de não obstar a celeridade processual. O perito-contador assistente
deve cumprir o prazo fixado em lei, para suas manifestações sobre o laudo
pericial, de forma a não prejudicar a parte que o indicou.

2.6.4.7. Sempre que não for possível concluir o laudo pericial contábil no
prazo determinado pelo juiz, deve o perito-contador requerer a sua dilação
antes de vencido aquele, apresentando os motivos que ensejaram a
solicitação.

2.6.4.8. Em se tratando de perícia extrajudicial, o perito contador e o perito


contador-assistente devem estipular, de comum acordo com a parte
contratante, os prazos necessários para a execução dos trabalhos, junto
com a proposta de honorários e com a descrição dos serviços a executar.
2.6.4.9. A realização de diligências para busca de provas, quando necessária, é de
responsabilidade exclusiva do perito-contador ou do perito contador
assistente.

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