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Julho/2009

ano 12 | 2ª Edição

Novo Enem | Novas Escolas Médicas | AI-5 Digital | Meia-Estudantil

EREM´s | Agenda | Conferência Saúde e Meio Ambiente | Greve na UEFS

Movimentos Sociais | EAD | CLEV | Gênero | TSD


Editorial Índice
Olá a tod@s! A segunda edição do jornal da pg03 ais frente a criminalização na conjuntura atual
Denem desse ano saúda os participantes do HUES e sua crise e FEDP
XXXIX Encontro Científico dos Estudantes de pg11
Medicina, na Unicamp. Na matéria de capa pg 04 AI 5 Digital
vemos o relato sobre a greve dos estudantes “Flu” com Guacamole: Chapeuzinho Vermelho
da Estadual de Feira de Santana-BA. Também na Maior Pocilga da História e outras aven- pg12
há o relato da Regional Nordeste 2 sobre a turas de uma Doença com Múltiplas identi- O debate de gênero na academia e no movi-
abertura de pelo menos 7 escolas médicas, dades. mento estudantil.
nos próximos anos. Leia também textos sobre
temáticas diversas, como gênero, meia en- pg05 pg12
trada estudantil, AI 5 digital, gripe suína, entre 1ª Conferencia de Saúde e meio-ambiente Meia estudantil, quero meu direito por inteiro
outros. Veja o calendário e agende-se para os
próximos eventos de sua regional. pg06 pg13
Aproveite a leitura do jornal! Dúvidas e colab- Educação à Distância CLÉ.. o que??
orações nos escreva: denem@denem.org.br.
Para entrar na lista de discussões mande pg06 pg13
email para: listadenem-subscribe@yahoogru- Discutindo o Novo ENEM EREM Sul 2
pos.com.br.
pg07 pg14
Abertura de Novas Escolas no Contexto da Uh Uh NE1!
Regional Nordeste 2
EREM- NE 2
pg08
TSD – É você no muro! XIV EREM Sul-1

pg09 Agenda
Bahia: uma feira de lutas
Poesia: Mario Benedetti
pg11
Carta de solidariedade aos movimentos soci

Expediente
Gestão DENEM 2009: Coordenação Geral: Penha de Oliveira Santos, Coordenação Re-
Ramon Rawache Barbosa Moreira de Lima, gional Sudeste 1: Ingrid Antunes da Silva, Isis
Coordenação de Finanças: Roberto Ribeiro Altgott, Lívia Nery Martins de Sousa Men-
Editorial nesta edição: Maria das Graças Timbó Pereira Camelo de
Maranhão, Coordenação de Comunicação: des, Lucas Leonardo Knupp dos Santos, Matos (UFC), Ramon Rawache B. M. de Lima (UFC), Roberto R.
Maria das Graças Timbó Pereira Camelo Ma- Marcos Vinícius Gouvêa, Coordenação Re- Maranhão (UFC)
deira de Matos, Coordenação de Relações Ex- Colaboradores: Cláudia Cristina de Araújo(UFC), Mariana Damas-
gional Sudeste 2: Adeilton Rosa Paiva, Ber- ceno Linhagens (UFC), Julyana Quintino (EBMSP)- Membros do
teriores : Phillipe Geraldo Teixeira de Abreu nardo Vieira Goular de Souza, Jamerson CONSED - Conselho Editorial; Gestão 2009 da DENEM, Juliana
Reis, Coordenação Regional Sul 1: Bruna Bal- Izidoro, João Bonin, Rafael Leite Nunes, Vieira Mota (UFC)- rede de ajuda da Comunicação
Projeto Gráfico: Erico dias
larotti, Diângeli Soares, Josiane Canez Fa- Coordenação de Estágios e Vivências: Cris- Tiragem: 3.000 exemplares
rias, Luiz Henrique Santiago, Coordenação tiane de Oliveira Breda, Marina Jacob Chaer,
Regional Sul 2: André Filipe Aragão Franco Pedro Henrique Fernandes do Carmo Las
da Costa, Juliana Montenegro Sapata, Luiz Casas, Stênio Bruno Leal Duarte, Coordena-
Guilherme de Souza, Marília Francesconi Fe- ção de Políticas Educacionais: Bruno Ferreira
licio, Coordenação Regional Nordeste 1: Funchal, Coordenação de Extensão Universi- Publicação oficial da Direção Executiva Na-
Adriana C. Freitas, Gabriel Xavier “Padeiro”, tária: Emille Sampaio Cordeiro, Fernanda cional dos Estudantes de Medicina (DENEM)
Leonardo Maciel, Coordenação Regional Nor- Fernandes Fonseca, Renato Penha de Oli- Rua Alexandre Baraúna, s/n, Rodolfo Teófilo,
deste 2: Paulo Tarcísio de Albuquerque Ca- veira Santos, Coordenação de Políticas de Campus do Porangabuçu – Universidade Fe-
valcanti Neto, Thiago Figueiredo de Castro, Saúde: Caio Cesar Bezerra da Silva, Emer- deral do Ceará
Fortaleza – CE – CEP: 60414-000
Coordenação Regional Centro-Oeste: Débora son Rafael Lopes, Coordenação de Educação Telefax:85 32323957
Rigo, Rafael Leonardo Silva, Rodrigo Matos, e Saúde: Lucas Rafael Gonçalves Ferreira, Endereço eletrônico: denem@denem.org.br
Tárina Moreira, Thiago Rocha, Coordenação Coordenação de Meio Ambiente: Greg de Sá www.denem.org.br
Regional Norte: André Tomaz, Caio Cesar Be- Silva, José Medeiros do Nascimento Filho,
zerra da Silva , Danilo Rezegue, Hugo Coordenação Cientifica: Henrique Gonçalves
Crasso Oliveira do Nascimento, Renato Dantas de Medeiros
HUES e sua
crise, e
FEDP

Ramon Rawache

XII de Maio, UFC Fortaleza


Coordenaçao geral da Denem

Antes de serem criados os Hospitais Univer- sentaram dentro do campo das privatizações. Em riamente em risco.
sitários, as escolas de saúde utilizavam hospitais fi- 2001, a proposta foi declaradamente vender 25% dos Com as FEDP saímos todos perdendo:
lantrópicos para a ação do ensino prático em saúde. leitos para o setor privado. Em 2005, o MEC propôs Perdem os trabalhadores, que serão exigidos no ato
Nas décadas de 50 e 60 algumas universidades co- a desvinculação do orçamento do MEC os gastos da contratação (concurso público), mas poderão ser
meçaram a criar unidades de atendimento à saúde e com os HU. facilmente demitido, já que o regime é CLT. Passam
somente na década de 70, a partir de convênios com Entre 2006 e 2007 surge a “nova” proposta: a ser demitidos inclusive devido a sua organização
o Ministério da Educação com essas universidades é as Fundações “Estatais” de Direito Privado, FEDP. em sindicatos, ou coisas do tipo, como greve. Com
que começou a idéia de Hospitais Universitários. Com esse nome estranho, que mistura o termo pú- o regime CLT, a rotatividade de trabalhadores, pode
Até o surgimento do SUS, os HU eram des- blico com um antagônico, privado, o Governo Fede- até dificultar o atendimento a longo prazo de pacien-
tinados para atendimentos das pessoas fora do ral apresenta a sua idéia para resolver o problema de tes crônicos. Os trabalhadores ainda perdem com a
INAMPS (Instituto Nacional de Previdência e gestão da saúde, mas também de outras 11 aéreas. diferenciação dos PCCS e com o fato de cada FEDP
Saúde), pós constituição de 88, esses hospitais pas- . Por outro lado, as FEDP retrocedem em ser uma empresa diferenciada de outra FEDP, isso
sam a ser conveniados ao SUS, sendo garantida a au- muito em vários algumas conquistas históricas da porque causa a dispersão das categorias, que antes se
tonomia Universitária. OS HU passaram a ser luta pela saúde como um direito. organizavam por atividade e agora passarão a se or-
responsabilizados pela atenção secundária e terciá- Baseada no modelo de empresa “publica” as ganizar por atividade em cada FEDP.
ria. FEDP seriam gestadas por conselhos, mas nesses não Perdem a população que com o fim do controle so-
Desde o seu nascedouro, os Hospitais Uni- estão presentes usuários, decretando o fim do con- cial não poderão mais contribuir com a formulação
versitários, sempre apresentaram problemas desde a trole social. Na mesma lógica, as FEDP devem cum- das políticas de saúde. Ainda perdem com a situação
questão da contratuali- prir metas baseadas nas suas causada pelo fetiche das metas, que impõem organi-
zação até questões zação dos serviços de cada FEDP de maneira própria,
mais objetivas de fi- Além de não se apresentar como financiamento publico, de-
próprias decisões, recebem
sendo, como já citado, uma bela pancada na integra-
nanciamento. dicam PCCS diferenciados lidade. Ainda perdem com a não garantia da univer-
A crise hoje en- uma solução verdadeira, as para cada profissional, salidade.
frentada, não passa de fazem a contratação de fun- Perdem os estudantes que terão que se formar dentro
uma agudização de um FEDP nem sequer menciona o cionários por concurso pú- da lógica do cumprimento de metas, e não da inte-
problema crônico. Se- blico com regime CLT (hoje gralidade. Além disso, a formação em interdiscipli-
gundo a Associação naridade está prejudicada pela lógica da competição
dos Dirigentes das Ins- problema principal dos HU, falta garante ao trabalhador mais
o regime é estatutário, o que
estimulada pelas FEDP.
tituições Federais de direitos).
Ensino Superior, AN- de financiamento O fato é que para ga- È necessária como alternativa à crise dos
DIFES, a dívidas dos rantir financiamento e gerar HUs uma política de financiamento real que possa
HU era de R$440 milhões, em outubro de 2007. lucro, cada FEDP irá orientar suas metas e seus ser- realizar a contratação de mais profissionais, suprir a
Com esse acumulado de dívidas, os HU ainda viços para as atividades mais rentáveis, o que causará deficiência de equipamentos, reformas estruturais,
conseguem atingir o equivalente a 10% dos leitos e um verdadeiro abismo entre as metas cumpridas e as reabertura de serviços... Precisamos revitalizar nos-
12% do total de internações no país, mesmo sendo necessidades de atendimento da população. Isso na sos HU para termos bons espaços para aulas práticas,
apenas 2,3% do total de hospitais. Hoje, segundo o prática é a quebra da integralidade. Sem falar que não para dar boa qualidade de atendimento à população,
próprio MEC os HU acumulam um déficit de 5 mil estar vetada a venda de leito, a venda de espaços para para garantir o desenvolvimento de pesquisas com-
servidores técnicos-administrativos. aulas de cursos de saúde, a venda de espaços para prometidas com a resolução dos problemas da popu-
Toda essa situação já levou aos governos a pesquisa e afins. Com isso, a universalidade tanto do lação.
“pensar” em inúmeras propostas para “solucionar” o atendimento, quanto das pesquisas dos HU está se-
pg03

problema, infelizmente, as propostas sempre se apre-


“Flu” com Guacamole: Chapeuzinho Vermelho na
Maior Pocilga da História e outras aventuras de
uma Doença com Múltiplas identidades.

José Medeiros

CANECA-UFRN

Enéas de troya

Paciente jovem, entre 10 e 14 anos, cha-


péu vermelho, mexicana. Ela visitou casas de
palha, madeira e tijolo recentemente. Teve con-
tato com porcos. Começou quadro de febre há 48
horas, seguida de tosse, coriza, astenia.

Sim, esse é um artigo sobre a gripe suína.


Espero não ter desencantado nenhum fã da psiquia-
tria que pensou que conversaríamos sobre transtor-
nos dissociativos, apesar de que era exatamente esse
o diagnóstico que sofreria essa doença se fosse um
ente dotado de cognição.
Vírus da Gripe Suína, vírus H1N1, in-
fluenza A – múltiplos signos lingüístico para uma
mesma enfermidade. E todo signo possui uma histó-
ria social de aceitação e uso pelas pessoas de algo
dotado de significado.
No caso da nova gripe, é preciso retomar
um pouco a sua origem. E ela remonta para os gran-
des centros de criação de porcos existentes no Mé-
xico, onde uma quantidade exorbitante de animais
confinados passam os poucos dias da sua vida sendo
engordados para o abate. Nesse sistema de criação
intensiva, os animais não tem qualquer tipo de di-
reito, a não ser crescer, morrer e comer. São comu-
mente gerados por inseminação artificial, por
técnicas de melhoramento genético, mas não aquele
feito pela natureza, ao longo de anos – mas sim
aquele feito nos laboratórios, longe de qualquer pers-
pectiva de biodiversidade. Seus dejetos usualmente
- MINAYO, Maria Cecília de Souza. Saúde e Ambiente:
Uma Relação Necessária. In: Tratado de Saúde Coletiva.
Gastão Wagner de Souza Campos et al (org.). Rio de Janeiro.
Editora FioCruz 2006. PP 81-110.

- RIGOTTO, Raquel Maria. Saúde Ambiental & Saúde dos


Trabalhadores: uma aproximação promissora entre o
Verde e o Vermelho. Revista Brasileira de Epidemiologia.
V.6, N.4, 2003.

- BRASIL, Ministério da Saúde. Ocorrência de casos huma-


nos por Influenza A (H1N1). Secretaria de Vigilância em
Saúde, Gabinete Permanente de Emergências em Saúde Pú-
blica. Disponível em: <www.saude.gov.br>. Acessado em: 4
de Julho de 2009.

- China desmente ser origem da Gripe Suína. 29 de Abril


de 2009. Publicado em:
<http://pt.kioskea.net/actualites/china-desmente-ser-origem-
da-gripe-suina-10762-actualite.php3>. Acessado em: 6 de
Julho de 2009.

são lançados em córregos sem tratamento nenhum,


expondo uma boa quantidade de pessoas ao que está
ali, e acabam sendo uma grande consumidora de
água – parece ser uma coisa básica, mas os porcos,
as vacas, os galináceos são seres vivos assim como
nós e tem um metabolismo, assim como nós. Assim
sendo, se gasta mais água para criar um porco ao
longo da sua vida do que para cultivar um pé de fei-
jão. José Medeiros
Aonde eu quero chegar? Fácil, a causali- CANECA-UFRN, Coordenaçao de "meio" ambiente da denem,
dade dessa influenza não é explicada apenas pelo
modelo biológico de fusão entre vírus humanos,
aviários e suínos com aumento da infectividade e da Greg Sá
morbidade. Vai além. Passa por todo um contexto so- CACER- UERN, Coordenaçao de "meio" ambiente da denem,
cioambiental que permitiu essa realidade. E que
como de costume não é o foco dos debates da mídia Uma das diretrizes do Sistema Único de culação transversal, intersetorial e democraticamente
e seu olhar paliativo sobre a realidade. Saúde do Brasil preconiza que a participação popular participativa, produzam e encaminhem respostas
E o que alimenta esse “modelo paraceta- deve ser um ponto chave para o seu funcionamento para as questões consideradas estratégicas e priori-
mol” de atuar sobre uma patologia com raízes tão pleno. Baseado nisso, surgem na década de 80, jun- tárias para garantir a cidadania, a qualidade de vida
multicausais? Como uma nova patologia e por ter tamente com o SUS, as Conferências de Saúde, que e territórios sustentáveis nas cidades, no campo e na
uma atuação transcontinental, pandêmica, a nova ocorrem a cada 3-4 anos, em etapas municipal, esta- floresta.
gripe vem mobilizando governos dos mais ricos aos dual e nacional, tendo ocorrido em 2007 sua 13ª edi-
ção, onde diversos setores da sociedade e a atual Neste sentido, os objetivos que nortearão a
mais pobres. E com isso toda a indústria privada de
gestão pública da saúde se encontram e tem a opor- 1ª CNSA são: I – definir diretrizes para a política pú-
produção de medicamentos, vacinas e outros arsenais blica integrada no campo da saúde ambiental, a partir
biológicos ganha fortemente em investimento finan- tunidade de discutir/questionar os modelos vigentes
de gestão, e só vem a confirmar que essa política de da atuação transversal e intersetorial dos vários ato-
ceiro e apoio para suas pesquisas – ninguém quer res envolvidos com o tema; II – promover e ampliar
parar a máquina do seu país em prol de uma doença. participação popular realmente é válida. Nesse
mesmo contexto, este ano, realizada pelos Ministé- a consciência sanitária, política e ambiental da po-
Além, é claro, da venda de medicamentos anti-virais. pulação sobre os determinantes socioambientais num
rios das Cidades, do Meio Ambiente e da Saúde,
A pergunta é: para que parte do Iceberg o conceito ampliado de saúde; III – promover o debate
ocorrerá a 1ª Conferência Nacional de Saúde Am-
mundo vem olhando? Parece-nos tão normal termos social sobre as relações de saúde, ambiente e desen-
biental, também precedida pelas etapas municipais e
um modelo de exploração do meio ambiente, de co- estaduais, tendo como lema, Saúde e Ambiente: volvimento, no sentido de ampliar a participação da
locarmos até um milhão de porcos convivendo num vamos cuidar da gente!; e tema, A Saúde Ambiental sociedade civil na construção de propostas e conhe-
espaço mínimo, de uso inapropriado da água, de ex- na cidade, no campo e na floresta: Construindo ci- cimentos que garantam qualidade de vida e saúde das
ploração da vida onde a biodiversidade não tem o di- dadania, qualidade de vida e territórios sustentáveis. populações em seus territórios; IV – identificar na
reito de correr seu curso que quando explode o sociedade civil as experiências positivas que estão
resultado de tanto desequilíbrio, só conseguimos en- A 1ª CNSA foi concebida e construída co- sendo feitas territorialmente e em contexto partici-
xergar o menos óbvio. Ou estou louco? Se ainda letivamente e dentre outras coisas definiu que, nas pativo, os problemas referentes ao binômio saúde-
olharmos com um certo carinho, dá para ir além e esferas municipais, estaduais e do Distrito Federal os ambiente e as demandas da sociedade para o poder
ver um México, vizinho dos Estados Unidos, explo- setores de saúde, meio ambiente, infra-estrutura, sa- público; e V – promover o exercício da cidadania e
dir com uma crise de saúde enorme por produzir os neamento, educação, trabalho, entre outros, deverão a garantia do direito à saúde junto ao poder público
porcos que seus vizinhos ianques consomem. É ver se articular para realizar suas etapas de conferência no sentido de que o aparelho do Estado adote instru-
o país que se declara o mais poderoso do mundo su- de acordo com o seguinte cronograma: conferências mentos e mecanismos institucionais sustentáveis
cumbir com mais casos do que a populosa China – municipais até 15 de agosto de 2009 e conferências (sistemas integrados) relacionados à saúde ambien-
que por sinal já foi acusada de ser a encubadora do estaduais e do Distrito Federal até 15 de outubro. A tal.
etapa nacional da Conferência de Saúde Ambiental
novo vírus modificado. A CO“M”A, nesse âmbito, busca uma
ocorrerá de 08 a 12 de dezembro de 2009, no Centro
O fato é que da biologia molecular das va- maior interação do Movimento Estudantil de Medi-
de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília-DF.
cinas, passando pela virologia e pelo uso indevido cina com a temática ambiental e sua importância no
do ambiente pelas sociedades industrializadas, ate As Comissões Organizadoras de cada etapa processo saúde-doença, uma ligação mais forte com
chegar na ordem econômica mundial vigente, os ho- devem buscar envolver, além das diversas institui- o movimento estudantil geral e com outras entidades,
mens vão se batendo sem perceber que cada sistema ções públicas responsáveis pelas políticas acima incluindo aí Movimentos Sociais. Nosso papel,
engloba o outro. E o nosso planeta vai seguindo seu mencionadas, os distintos movimentos sociais, enti- acima de tudo enquanto cidadãos, seria buscar nos
curso girando e girando no espaço. Dores difusas, lo- dades e ONG que se dedicam a estas questões, num apropriar das articulações em nossas cidades e esta-
calizações conhecidas. Praga Homo sapiens dissemi- esforço de ampliar significativamente a participação dos, além de cobrar das autoridades competentes que
nada. Prognóstico reservado. da sociedade organizada na Conferência. Baseada essa pauta tão negligenciada não seja deixada de lado
nas especificidades do território em que estiver sendo mais uma vez!
Referências: realizada, a 1ª CNSA deve apontar para a construção
pg05

de agendas integradas de ação que, a partir da arti-


Educação à
cia como forma de adequação do ensino superior aos terna daquele que passa de um suposto saber a um
interesses privatistas. saber propriamente dito” com ‘reciclagem’, para
adequação ao mercado de trabalho, perdendo o seu
Entretanto o debate não deve beirar o dog- caráter de transmissão do conhecimento produzido
matismo, ou seja, não é nossa função aqui negar

Distância
pela humanidade em determinada área.
todas as potencialidades do ensino à distância, inclu-
sive como forma de aperfeiçoamento do ensino pre- Enfim, a educação à distância que está co-
sencial que temos hoje na universidade, mas sim ter locada possui o intuito de aprofundar as políticas de
a clareza para criticar a forma mecânica de transpo- desresponsabilização do Estado com a educação su-
sição da grade curricular presencial para o sistema à perior e ao mesmo tempo adequar a mão-de-obra ao
Bruno Funchal distância, a ausência de atividades práticas, o grande mercado de trabalho, não contribuindo de maneira
número de alunos e principalmente a forma como o alguma como forma de emancipação intelectual da
processo educacional passa a ser encarado. Como população brasileira. Ampliando dessa forma a ex-
CAPB/UNIFESP observou Marilena Chauí, passou-se a confundir a ploração da mão-de-obra e a nossa dependência dos
Coordenaçao de Politicas Educacionais educação como “movimento de transformação in- países centrais.
da Denem

O Governo Federal apresentou, em 2005, o


projeto Universidade Aberta do Brasil, que visa a
ampliação do ensino superior no país através do en-
sino à distância em substituição total ou parcial do
Discutindo o Novo ENEM
ensino presencial. No estado de São Paulo, a UNI-
VESP (Universidade Virtual do Estado de São Paulo)
fora apresentada pelo governo estadual com previsão Diângeli Soares
de abertura de vestibular já para o período de 2010.
Inicialmente, a discussão da educação à dis- DAVIRVI- UCS, coordenaçao regional Sul1
tância (EAD) exige, inevitavelmente, que seja expli-
citada a existência de dois debates que se sobrepõem
nesse assunto: um é a metodologia, outro a apropria-
ção (princípios e finalidades) dessa metodologia. Ou Quem não foi surpreendido em 2009 com a notícia Vestibular à nenhuma estrutura de ensino. É nesse
seja, um debate compreende o ensino à distância em de que o Vestibular iria acabar? No dia 25 de Março desamparo que o mercado dos cursos preparatórios
si, o outro a utilização dessa forma de ensino com o último, o Ministro da Educação Fernando Haddad encontra seu espaço, abarcando a pequena fatia dos
anunciou que mudanças “profundas” ocorreriam no que podem pagar. Aos que não podem pagar, resta
intuito de desresponsabilizar o Estado para com a tradicional sistema de ingresso às universidades bra- apenas a velha promessa dos que sustentam esta es-
educação. sileiras, o vestibular. O anuncio, que vinha sendo an- trutura de exclusão: “Qualquer um com sorte e es-
tecipado desde os últimos meses de 2008 como o forço pode conseguir o que nós conseguimos com
Nesse momento é fundamental fazer a de- “Fim do Vestibular”, apresentou a alternativa de uma dinheiro”.
vida contextualização das reformas implementadas prova unificada em todo o território nacional, permi-
na educação superior nas últimas décadas. No início tindo a reorganização do currículo do ensino médio A medicina e a necessária democratização do
dos anos 70, o baixo desempenho dos indicadores e a mobilidade estudantil entre os estados. O modelo: acesso ao Ensino Superior
econômicos dos países desenvolvidos foi atribuído o ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, prova
criada pelo Ministro Paulo Renato de Souza, em A medicina é um dos cursos mais elitizados
aos ‘excessivos’ gastos na manutenção do estado de 1998, no então governo Fernando Henrique Cardoso. dentre todo o espectro de opções da Educação Supe-
Bem-Estar-Social, surgindo a necessidade de o Es- Discussão cara ao movimento estudantil, a rior Brasileira. Somos também uma das profissões
tado rever seus gastos, sobretudo na área social. So- democratização do acesso ao Ensino Superior passa mais concentradas nos grandes centros urbanos e,
mado a isso a transformação no padrão de consumo pelo entendimento não apenas de quais são os meca- portanto, mais demandadas no interior e em diversas
– que resultou na substituição da produção Fordista nismos de seleção utilizados, mas também de por que regiões do país. Em termos quantitativos, em número
padronizada por uma produção flexível, adequada à eles existem. A opção pelo ENEM também nos re- total de médicos, haveria condições desta demanda
produção e ao consumo, o Toyotismo – trouxe a ne- mete automaticamente à disputa histórica dos estu- ser reduzida, entretanto a interiorização e fixação dos
dantes frente a métodos avaliativos como o Exame médicos (e de diversos outros profissionais) em al-
cessidade de uma formação profissional mais ‘rasa’ Nacional dos Cursos, o antigo Provão e o ENADE, gumas regiões é um grande nó, intransponível até
e mais econômica para o Estado. modelos em cuja cultura política de avaliação o com boas ofertas salariais. Culpa disso em boa parte
ENEM está inserido. é a grande falta de estrutura em áreas de baixa renda
“Avaliação se faz na escola” é um bordão an- e distantes dos pólos mais desenvolvidos economi-
tigo do movimento estudantil e uma das grandes ban- camente dos estados. A isto apenas se responde com
deiras que levantamos contra métodos de avaliação a responsabilização do Estado Brasileiro, através da
como os Exames de Ordem ação dos seus entes fe-
e a atual prova do CRE- derados, dos Municípios
MESP, que avalia os sexto- à União, na construção e
anistas de medicina em São O entendimento do movimento estudantil é consolidação do Sistema
Paulo, por exemplo. O en- de que a avaliação deve “recuperar” e não Único de Saúde.
tendimento do movimento “punir”. Assim o estudante deve ser avaliado Há, entretanto, um
estudantil é de que a avalia- grande fator cultural
ção deve “recuperar” e não dentro do nível de ensino que pode recuperá- que, além de ter uma
“punir”. Assim o estudante lo, se necessário for. Este raciocínio implica implicação objetiva na
deve ser avaliado dentro do entender que se as habilidades práticas e os resolução do problema,
nível de ensino que pode conhecimentos adquiridos na faculdade de tem também uma
recuperá-lo, se necessário medicina forem insuficientes ao exercício grande interface com o
for. Este raciocínio implica direito fundamental das
entender que se as habilida- profissional, quem deve avaliar e reprovar o populações de não só
des práticas e os conheci- estudante é a Escola Médica, que é quem tem acessarem saúde, mas
mentos adquiridos na a capacidade de oferecer a ele a chance de também de acessarem o
faculdade de medicina cursar novamente as disciplinas necessárias ensino e as possibilida-
forem insuficientes ao exer- e recuperar o seu rendimento des de desenvolvimento,
Mary Thorpe, diretora do instituto de Tec- cício profissional, quem emancipação e mobili-
nologia Educacional da “Open University” Britânica, deve avaliar e reprovar o dade social que advém
estudante é a Escola Mé- dele. O perfil do estu-
declarou, em seu livro “The expansion of open and dica, que é quem tem a capacidade de oferecer a ele dante universitário e o seu vínculo cultural com uma
distance learning: a reflection on market forces”, “é a chance de cursar novamente as disciplinas neces- comunidade, cidade, estado e até país tem peso de-
importante lembrar que a expansão da EAD na úl- sárias e recuperar o seu rendimento. A lógica do ves- terminante na sua opção de fixação como profissio-
tima década representa muito menos ‘o triunfo ideo- tibular, janela estreita que separa os que poderão ou nal. Assim, é mais fácil fixar um profissional em um
lógico do acesso aberto’ à educação e muito mais o não cursar o ensino superior é semelhante à lógica local onde este possui vínculo cultural, afetivo, fa-
impacto das forças de mercado e conseqüentes polí- destes exames de reserva de mercado: Externos à es- miliar, etc, do que ali fixar outro profissional, cujas
cola, não recuperam, afinal Conselhos Profissionais referências se encontram enraizadas em outro lugar,
ticas governamentais de restrição de recursos aplica- não possuem nem salas de aula e nem professores, e como o grande centro urbano em que cresceu e viveu
dos à educação”, explicitando de uma vez por todas tampouco as Comissões de Seleção e Ingresso se toda sua vida.
pg06

a apropriação da metodologia de educação à distân- preocupam em remetem os estudantes reprovados no


Abertura de
Novas Escolas no
Contexto da Re-
gional Nordeste 2
Eliza Fiúza/Abr

de preparação, extremamente díspares para todos, é Coordenação Regional Nordeste 2


As promessas do novo ENEM
possível que em alguns cursos até as elites regionais
A estrutura educacional deve estar afinada sejam desfavorecidas. O que não dizer dos estudan-
com as demandas que a circunscrevem, tanto de tes de baixa renda.
Outro caminho possível é buscar a lógica da De modo semelhante ao que ocorre em todo país, o
acesso, quanto de absorção dos profissionais forma-
dos por ela. Percebemos então um descompasso mobilidade no interior do movimento europeu de fenômeno da Mercantilização da Educação alastra-
entre a distribuição de unidades de ensino e as carên- reestruturação do ensino superior (Protocolo de Bo- se pela Regional Nordeste 2 de modo cada vez mais
cias regionais de profissionais formados, havendo logna), o que cabe ao nosso país, visto que o proto- intenso e assustador.
grande concentração de IES em São Paulo e em ou- colo possui a sua expressão brasileira no Projeto da Recentemente foi fechada a Faculdade de
tros estados do centro-sul do país. Retomando a dis- “Universidade Nova”, do Reitor da UFBA, Nahomar
de Almeida. As discussões sobre mobilidade inscritas Medicina de Garanhuns, aberta ilegalmente sob o
cussão iniciada anteriormente, esta desproporção
impacta não só na capacidade de fixação profissio- no contexto do Protocolo de Bologna e da Universi- pretexto de autorização do Conselho Estadual de Me-
nal, nó crítico para levar serviços à população de dade Nova tem uma relação estreita com a divisão dicina de Pernambuco, órgão que não apresenta com-
todas as regiões, mas também no direito destas po- das universidades em centros de excelência e em col- petência nem muito menos poder para tal. Após
pulações de estudarem, visto que a oferta de vagas leges. A idéia é que muitas universidades passem a passar por diversas instâncias, a referida Faculdade
em algumas regiões é extremamente limitada. É funcionar como centros gerais de formação de
massa, emissoras de diplomas e que outras possam foi fechada, devolvendo aos seus alunos todo o valor
nesse momento que cabe a discussão da proposta de
mobilidade acadêmica, prometida pelo novo ENEM. se especializar, formando os tais centros de excelên- das mensalidades pagas, bem como adicional de 10
Propagandeada como uma grande vitória em cia em pesquisa e na formação de profissionais qua- mil reais por perdas e danos morais.
si, a mobilidade acadêmica é uma das grandes pro- lificados. A lógica da mobilidade é que os estudantes No entanto, autorização do MEC não é algo
messas do novo ENEM, com a possibilidade dos es- possam transitar entre os dois tipos de estrutura. Não difícil de se conseguir. Basta ter um mínimo de in-
tudantes fazerem uma prova única que lhes permitirá há, à primeira vista, nenhum tipo de relação com a
proposta de mobilidade possível de se realizar atra- fluência e poder políticos para passar por cima de
se inscrever para até cinco instituições diferentes, em
qualquer lugar do país. Há intensa divulgação do fato vés do novo ENEM com a mobilidade inter-estrutu- todas as amarras do bom senso e do bem estar social.
de que a baixa mobilidade acadêmica em nosso país ras da Universidade Nova. Entretanto, a obsessão Especula-se para os próximos anos a abertura de pelo
é um dado real e de que isto seria um grande pro- pela mobilidade expressa na defesa do novo ENEM menos 7 escolas médicas na Regional.
blema. Em contraste, há muito pouca ou nenhuma e a noção de que há uma Reforma Universitária que No Piauí, que já apresenta 4 escolas médicas apenas
preocupação em explicar porque isto se trata de um acomete todos os âmbitos em curso em nosso país
desde 2003, torna necessário não ignorarmos a retó- na cidade de Teresina, fala-se de uma 5ª escola (a 3
grande problema, levando os que querem examinar
a questão com qualidade a dialogarem com alguma rica da mobilidade presente na Universidade Nova e ª particular) na cidade, praticamente de portas aber-
hipóteses. no Protocolo de Bologna. tas, além da abertura de um campus da UFPI em Par-
É dado concreto que há concentração de IES, naíba, apesar da recente greve em Teresina dos
públicas e privadas, no Centro-Sul do país. Assim, É necessário agregar a discussão de acesso à dis- estudantes da saúde por melhores condições de en-
qualquer fluxo de mobilidade ocorre em função do cussão de avaliação
O movimento estudantil de medicina terá a sino.
centro-sul, podendo este ser em duas direções: Do
centro-sul para as demais regiões e das demais re- oportunidade de desenvolver estas discussões nos No Ceará, a INTA, em Sobral, também se encontra
giões para o centro-sul. É difícil encontrar docu- próximos fóruns deliberativos da DENEM. Um as- às vésperas da abertura, bem como está bastante
mento do MEC em que este esclareça com qual das pecto necessário a se levar em conta é o quanto a adiantada a Faculdade Rainha do Sertão, na cidade
duas direções do fluxo de mobilidade o governo está adoção do novo ENEM, até hoje modelo de avalia- de Quixadá. O estado já conta com 4 escolas em For-
contanto e qual a lógica da sua vantagem. Há proble- ção da qualidade do ensino médio, irá impactar na
legitimação de outros modelos de avaliação discuti- taleza, uma em Sobral, uma no Cariri e uma sétima
mas nas duas, entretanto. Se a direção esperada for a
dos estudantes das regiões mais carentes em oferta dos pela DENEM, como o ENADE. E também, no em Juazeiro.
de vagas (Norte/Nordeste/Centro-Oeste) para as re- que tange à relação entre a demanda por acesso ao No Rio Grande do Norte, já houve até cerimônia de
giões com maior concentração de vagas (Sul/Su- ensino superior e a demanda por acesso à serviços abertura da FAMENE com a oligarquia local, Ro-
deste), dando a estes a possibilidade de disputar essas de qualidade, situação na qual o debate da fixação sado, apoiando sua abertura, bem como se especula
vagas, o movimento pode ter efeito nulo, haja vista dos profissionais se interpõe, é necessário que apri-
moremos a nossa discussão sobre cotas e políticas a ida da UNP, particular de Natal, para a cidade.
que o fato de concentrar mais vagas não impede que
o centro sul concentre também a maior demanda por afirmativas, entendendo que em muitos centros ur- Na Paraíba, estado que já conta com 6 escolas médi-
acesso ao ensino superior. Aliás, não é a toa que as banos há também carência de profissionais em locais cas, recebe em Cajazeiras um presente de grego: a
IES privadas se reproduzem vertiginosamente nesta de baixa renda, não supridas pelos profissionais que faculdade Santa Maria, numa cidade com 50 mil ha-
região. Se a maior demanda do país estivesse no es- pertencem aos extratos econômicos superiores. bitantes que já com uma faculdade federal e quase
tado do Amazonas, as escolas estariam no estado do Sabemos que o vestibular tradicional é re-
pleto de deficiências. Será que novo ENEM as su- nada de cenário de prática.
Amazonas, e não em São Paulo.
Se o fluxo esperado for do Centro-Sul para pera? Sabemos também que muitas universidades já A Regional Nordeste 2 trabalha com suas lo-
as demais regiões, tendo em vista distribuir a de- adotaram o novo modelo, mas que em muitas outras cais contra a precarização do ensino médico e pelo
manda por acesso, o movimento também desconsi- os estudantes ainda serão chamados a se posicionar respeito às deliberações do Controle Social contra a
dera a carência histórica de vagas nestas regiões e quanto a isto nos próximos meses. Há também uma abertura de novas escolas. A falácia local é sempre a
pode incorrer em ainda mais exclusão, visto que as sinalização do MEC para a criação de formas com-
plementares de seleção, para determinados cursos ou mesma: a nova escola trará saúde para a cidade, fato
disparidades regionais expressam disparidades eco-
nômicas: O ensino médio tende a ser mais estrutu- regiões. A Associação Brasileira de Educação Mé- este que não ocorre na prática: sem uma estrutura bá-
rado no centro-sul, tanto nas escolas públicas quanto dica é forte candidata a ser convidada pelo Governo sica de atendimento, nem salários dignos, os estu-
privadas e o poder aquisitivo entre os estudantes do a construir este debate e possíveis modelos comple- dantes mal se formam e já voltam pras suas cidades.
sul/sudeste, e portanto sua capacidade de acessar es- mentares de seleção. E, nós, estudantes, força social Pelo Respeito ao Controle Social! Por Educação e
colas privadas e cursinhos preparatórios é muito que protagonizou os mais diversos capítulos da his-
tória do Brasil? Ficaremos fora dessa? Saúde Justas e de Qualidade para Tod@s!
maior do que no Norte/Nordeste. Com a equiparação
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da prova, única para todos, mas não das condições


tem até o final do ano para resolver as deficiências
que ela mesma listou, NÃO VAI RECEBER NE-
NHUM CENTAVO A MAIS PARA ISSO e, se não
se adequar, pode sofrer sanções – dentre elas, o seu
FECHAMENTO.

As exigências do MEC vão de um Laboratório de


Habilidades – orçado em cerca de R$ 500.000,00 –
à reestruturação da atenção básica à saúde em Sal-
vador, passando também pela reabertura das enfer-
marias fechadas no HUPES. Ainda que haja
problemas que, sozinha, a FMB não resolve (ela não
manda no HUPES e nem na Saúde de Salvador),
NÃO TEM COMO FAZER NADA DISSO SEM DI-
NHEIRO.

O BOICOTE AO ENADE

Um dos grandes motivos de, NACIONAL-


MENTE, TODAS AS EXECUTIVAS DE
CURSO (Movimento Estudantil) PUXAREM O
BOICOTE AO ENADE é esse: Apesar de saber que
o Ensino Público Superior é feito “nas coxas”, via
“vários jeitinhos” que garantem a continuidade dos
cursos em condições precárias, o MEC não traz
como proposta para as Universidades o auxílio para
que elas melhorem, através da destinação de mais
verbas. A solução encontrada é a de PUNIR – porque
tirar nota alta no ENADE também não garante mais
verba pro curso, apenas gera um dado, bem masca-
rado, de que aquela faculdade vai muito bem, obri-
gado. E isso é uma grande mentira. Agora, uma
dúvida ainda paira no ar: como uma faculdade
que já vai mal, cronicamente, pela falta de recur-
sos, vai se adequar a um padrão 05 estrelas em
um ano sem receber verba a mais para isso? É
possível?

ÓBVIO QUE NÃO!

E POR QUE BOICOTAR?

Ora, se pela vontade do MEC não vai vir mais di-

TSD – É você no muro!


nheiro, independentemente de uma nota 05 ou uma
nota 01, e os problemas que nós já enfrentamos con-
tinuarão a existir e, pior, serão mascarados pela nota
alta, O BOICOTE SURGE COMO A ÚNICA
POSSIBILIDADE DE FAZER O MEC ADMI-
TIR, TEXTUALMENTE, QUE OS PROBLE-
Luamorena Leoni MAS QUE DIZEMOS TER NO DIA-A-DIA DO
Raphael Bandeira NOSSO CURSO EXISTEM E PRECISAM SER
Leonardo Maciel RESOLVIDOS. E com esse documento na mão po-
demos, publicamente, colocar o MEC numa “sinuca
de bico”, e pressioná-lo para que os recursos neces-
sários realmente venham.
DAMED-UFBA
E EU COM ISSO?
O TSD, ou TERMO DE SANEAMENTO DE DEFICIÊNCIAS, é um documento enviado pelo MEC para A frase mais adequada, “na real”, seria “e nós com
as Faculdades que obtiveram “rendimento insatisfatório no ENADE” (Exame Nacional de Desempenho isso”. Porque esse é um problema nosso, coletivo –
dos Estudantes). Funciona como um “contrato”, a ser assinado pela “instituição reprovada”, que estabe- de estudantes, professores e funcionários. A depender
lece metas a serem cumpridas e prazos para essas metas. da nossa postura diante da realidade de nossas facul-
dades, dos problemas crônicos, é que as coisas
podem mudar. Esse desfecho, sem um “fecho” pro-
priamente dito, está, em parte, nas nossas mãos.
Dessas visitas, leituras e conversas nasceu um rela- Basta que nos doemos: não apenas em prol do pró-
A FMB-UFBA também recebeu o seu TSD. Sabe tório – que engloba, basicamente, todas as reivindi- ximo, mas sobretudo em prol do que achamos ser o
como ele foi construído? cações feitas pela Faculdade e por seus estudantes mais justo, digno e coerente para o ensino-aprendi-
desde 2004 (Greve Estudantil) – e esse relatório deu zado da Medicina. A alma das instituições, a bem da
Em novembro de 2008 a nossa Faculdade recebeu
verdade, é a alma das pessoas que (con)vivem nela,
uma Comissão de Supervisão instituída pelo MEC origem ao “nosso” TSD: ele coloca como metas a
é isso que lhes dá vida. Nós, estudantes, fazemos
para avaliá-la, conversando com Professores, Fun- serem alcançadas a solução dos problemas de que
parte disso.
cionário e Estudantes – dos mais variados semestres tanto nos queixamos nos últimos 05 anos.
– analisando documentos em que a FMB, desde Olhando grosseiramente, até aqui não há nada de er- EM QUE PÉ ESTÁ AGORA?
2004, expõe suas deficiências e exige condições para rado, não é? Agora é oficial! A FMB recebeu um documento do
melhorar seu funcionamento e visitando os campos
MEC com a garantia de que serão enviados R$ 2,5
de prática (Hospital Universitário Professor Edugar Tem um ditado popular que diz assim: “Quando a es-
milhões para sanar algumas das deficiências aponta-
Santos – HUPES -, e Centro de Integração Univer- mola é demais, o santo desconfia”. E, nesse caso, o
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das no TSD (já que o orçamento total é de R$ 3,5 mi-


sidade Comunidade Pelourinho - Terreiro de Jesus). problema é que a esmola é nenhuma: A Faculdade
lhões). O restante deverá ser captado pela reitoria da Universidade
através de parcerias com a Secretaria de Saúde do Estado. Com a
participação de docentes e discentes está sendo elaborado um plano
de trabalho para priorização da aplicação das verbas.

O movimento estudantil, antes muito criticado devido ao boicote à


prova, hoje tem a sua ação reconhecida e elogiada, já que só com as
repercussões da nota baixa no exame as deficiências apontadas pela
Faculdade desde 2004 foram reconhecidas. Porém, a luta ainda não
acabou. O dinheiro enviado será utilizado majoritariamente para a
reforma do Pavilhão de aulas. Dessa forma, o nosso Hospital Uni-
versitário, principal campo de prática, não sofrerá nenhuma altera-
ção. Cabe aos estudantes, além de participar da destinação das
verbas recebidas, lutar pela reforma do HU, não contemplada pelo
TSD.

Bahia: uma feira de lutas


Ubiratan Lira de Souza

dade? Soma- se a isso que a Bahia tem poucas cida- nobra de desmonte do movimento. A greve teve
Diretório Acadêmico de Medicina de Feira de Santana
des com universidades, o que faz com que os estu- grande impacto. Fomos à secretaria de educação, vi-
Diretório Central do Estudantes da UEFS dantes tenham que sair de sua cidade e morar na sitamos o governador da Bahia inúmeras vezes; Lula
cidade daquela universidade. Mesmo com todo esse e Dilma Roussef também receberam nossas “boas
panorama, não é prioridade do governo uma política vindas” com faixa cartazes e palavras de ordem no
de permanência estudantil. A ampliação da residên- terreiro do PAC; Lula, o ministro da Educação e o
A educação nunca foi prioridade na pauta das forças cia universitária sai arrastada, a defesa do sistema Secretário de educação puderam ver e ouvir nossos
governantes. Isso não é diferente o governo Lula. bandejão, após 10 anos de luta foi uma conquista, pedidos e vaias. Atos no centro da cidade, relatórios
Corte de orçamento, facilidade de abertura de escolas sendo que o governo passou vários meses sem fazer extensos com todos os números e dados oficiais
privadas desresponsabilizando o estado da tarefa de o repasse da verba para pagamento deste, o número foram levantados. Assim a luta tem sido grande e in-
educar, planos de financiamento de escolas privadas, de bolsas são poucas e o valor não atinge o mínimo terminável.
sistemas de avaliação fajutos, enfim, são inúmeras necessário para a compra de materiais básicos para
uma pessoa. No mesmo período, após três meses sem receber as
as ferramentas que tem sido usada para desmontar as bolsas, os bolsistas da UEFS entraram em greve e
universidades públicas. Não sendo pouco o desmonte, as UEBAS estão sobre ocuparam a reitoria da UEFS no sentido de pressio-
uma lei estadual, 7176/97, que barra a autonomia das nar o pagamento das bolsas, a ampliação do valor e
UEBA’s, criando um conselho superior que é supe- a mudança do caráter destas.
Dentro do governo da Bahia, sob gestão do governa- rior ao CONSU e CONSEPE e ainda presidido por
dor Wagner, a situação não é diferente. As universi- quem? Pelo secretário! Oh? Mas não é a universi-
dades estaduais baianas (UEBA’s) sofreram, no dade, em vigor da sua autonomia quem decide como
início do ano, um corte de verbas que saiu de cerca utilizar suas verbas, qual o seu quadro de docentes, Obra pintada por estudante de medicina da UEFS anônimo
de 4,2% dos repasses de impostos para as universi- de funcionários, sobre a abertura ou não de cursos,
dades para 4,1% (aproximadamente), mesmo sendo etc? É meu e minha amig@. Aqui na Bahia as coisas
este um valor muito questionado. Isso gera um arro- não são bem assim. Esta mesma lei limita o número
cho nas estaduais baianas. Isso se torna ainda mais de docentes que cada UEBA venha a ter.
claro quando a coordenação de desenvolvimento do
ensino superior (CODES) coloca que a ordem da se- Logo, os cursos em implantação, como o de medi-
cretaria é barrar o crescimento das universidades. cina, não têm professor, pois uma lei estadual assim
definiu. Não tem estrutura de funcionamento, pois as
verbas não cobrem nem o orçamento anual da uni-
versidade, os estudantes são praticamente convida-
A Universidade Estadual de Feira de Santana dos a se retirar, pois não temos uma política de
(UEFS) não tem vivido em harmonia com estes assistência estudantil, não temos pesquisas, extensão,
fatos, primeiro porque do seu orçamento para 2009, eventos. Órfãos de pais vivos.
o governo só aprovou 2/3 e mandou informar que
não suplementará esta verba em hipótese alguma.
Qual a saída para a forca? Mendicância?
Tendo este panorama, as notícias que correm sobre
Um dos grandes problemas das Uebas é a dificuldade as estaduais baianas incluindo a UEFS não poderia
de manter um estudante sobrevivendo na universi- ser diferente. Desde 2007 o curso de medicina tem
dade, primeiro que a universidade não é de fato pú- feito inúmeras paralisações, na intenção de convocar
blica, apesar de não ter semestralidade e outras o estado a assumir suas responsabilidades. Este ano,
formas de financiamento, mas e quanto aos livros não mais suportando, o curso de medicina para não
que não temos em bibliotecas e temos que comprar, estancar, entrou em greve permanecendo assim por
xerox, alimentação, eventos científicos que muitas 28 dias sob pautas principalmente internas, onde ti-
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vezes precisamos pagar dentro da própria universi- vemos avanços significativos, mesmo com toda ma-
Além destas lutas, o movimento estudantil está de
acordo com os movimentos sociais de Feira de San-
tana. Recentemente a luta em defesa do transporte
público tornou o centro da cidade palco de guerra e
de muito cinismo por parte da prefeitura. Alem do
aumento do valor, houve intenção de redução de fro-
tas sem melhorar a qualidade do serviço prestado. A
tarifa de ônibus de Feira de Santana está entre as
maiores do Brasil e é a segunda maior do nordeste.
Soma-se a isso que a cidade tem 600.000 habitantes
para uma tarifa de R$2,00. Assim, os estudantes
foram às ruas, sendo eles espancados e presos covar-
demente ao final da manifestação.

Em outra manifestação, a polícia novamente usou


sua força e entrou novamente em confronto corpo a
corpo, digo, corpo a armadura policial. Desta vez,
não só as armas e o número de agentes intimidavam
como também o gás pimenta que nos trouxe um mo-
mento nostálgico da ditadura militar.
Assim, Feira de Santana, tem sido governada a pu-
nhos fortes pela prefeitura direita, pelo governo es-
tadual inescrupuloso e pelo governo federal sínico.
Enquanto a sobrevivência é árdua, as lutas esquen-
tam marcha à frente sem recuar um passo. O grande
trunfo dos estudantes é a organização e a luta. Não
nos enganamos sob promessas e desculpas da crise
mundial ou da baixa arrecadação ou qualquer outra,
pois a política de despriorização dos elementos bá-
sico da população, como saúde e educação, é posta
à mesa – “ração diária de maldade” – e sirva- se
quem quer. O imutismo é a regra e nosso papel é
transcender e conquistar. Da mesma forma como se
ecoou na França em 68, ecoemos em nossas mentes:
“Sejamos realistas; demandemos o impossível”.
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Carta de solidariedade aos movi- AI 5 Digital
mentos sociais frente a criminali-
zação na conjuntura atual Renato Santos
DAM-UFPA
coordenaçao de extensao universitária,
coordenacao regional norte

Ramon Rawache

XII de Maio, UFC Fortaleza


Coordenaçao geral da Denem
Recentemente foi apresentado ao Senado um
Projeto de Lei, de autoria do Senador Eduardo Aze-
redo – PSDB de MG, que regulamenta o uso da In-
ternet no nosso país. O que soa interessante, por
coibir cibercrimes, passou a ser preocupante. O pro-
jeto de lei vem sendo chamado de AI 5 digital prin-
cipalmente por criminalizar ações que são hoje
comuns e cotidianas na internet.
A internet foi capaz de revolucionar as comu-
nicações da humanidade, mesmo com as dificuldades
de acesso que a maioria da população. Com a inter-
net podemos compartilhar conhecimento, baratear as
comunicações, facilitar o acesso a informação...
Claro que nem tudo são flores, ainda há mui-
tos crimes sendo realizados pela internet, e além
disso, a internet pode servir de controle e fiscalização
das pessoas.
A questão do monitoramento e vigilância é
que tem sido notado com o AI 5 digital. O que está
em jogo é a criação de mecanismos de “cerceamento
de informações”, institucionalizando a violação da
No Brasil, surge na conjuntura atual de crise, por tos sociais nessa conjuntura difícil que nos encontra- privacidade e a criminalização dos usuários por prá-
ticas atualmente comuns. Em outras palavras, que-
ações do Estado, em parceria com o grande capital, mos, buscando nos solidarizar nas causas e na uni- rem transformar uma exceção (a quebra da
uma nova tentativa de conter as reivindicações e dade na luta. Assim a Direção Executiva Nacional privacidade) no padrão de controle da rede.
Nesse projeto de lei encontramos artigos com
lutas por parte dos movimentos sociais organizados. dos Estudantes de Medicina vem por meio desta se inúmeros problemas. Em primeiro lugar, a utilização
Historicamente, várias questões sociais no colocar a favor dos movimentos sociais e apoiar as de conceitos vagos abre uma brecha para a aplicação
de infrações previstas no código penal sobre os in-
nosso país são tratadas através do isolamento polí- lutas no Campo e na Cidade, além de buscar parce- ternautas. Um segundo ponto polêmico é o Art. 285-
tico, não conferindo legitimidade na causas de luta; rias com mais entidades estudantis, sindicatos e pes- A, em que há a proposta não só de legitimação do
DRM (mecanismo de restrição de cópias em apare-
da cooptação, onde lideranças ou grupos traem seus soas interessadas na manutenção das reivindicações lhos e sistemas informatizados), mas também de cri-
princípios e reivindicações por concessão de privilé- e atividades dos movimentos organizados em prol de minalização de sua inutilização. Ou seja, se o PL
(Projeto de Lei) passar, caso você destrave seu apa-
gios; da repressão, na qual as classes dominantes uti- um Brasil mais justo e de fato, popular. relho de DVD, comprado fora do Brasil, e que não
lizam da violência e da força para conter os roda com vídeos produzidos na região da América
Latina, você é um criminoso.
movimentos sociais. FORÇA NA LUTA, POR Além disso, se você baixa música na Internet
Atualmente, são utilizados mecanismos mais UMA PÁTRIA LIVRE !!!!!!! e nos últimos anos ampliou gratuitamente o seu ar-
quivo musical, prepare-se para um retrocesso. Esse
sofisticados para desarticular e coibir as lutas, tais PÁTRIA LIVRE, VENCERE - artigo o afeta diretamente. Baixar músicas e filmes
como aparatos da lei, do Estado em todos os níveis MOS!!!!!!! na internet vai virar crime passível de um a três anos
de prisão. As ferramentas P2P (intermediadores para
que visam criminalizar e calar os movimentos so- a troca de arquivos) que revolucionaram o acesso à
ciais, assim como suas lideranças, a exemplo do fe- cultura e à arte e ampliaram o acesso de maneira
nunca antes imaginada, ficam proibidas. É bom tam-
chamento das escolas itinerantes do MST no Rio bém preparar os bolsos para voltar a comprar os
Grande do Sul, ataques de milícias armadas no inte- CD’s do seu artista predileto (se ele preferir te ven-
der, ao invés de disponibilizar na rede). O Art. 285-
rior do Pará, perseguição das rádios comunitárias B criminaliza ainda a transferência ou fornecimento
pela Polícia Federal, não concessão de aberturas de de dados ou informação (leia-se: músicas, livros e
filmes), numa defesa direta da indústria fono e cine-
novas emissoras de rádio e teledifusão, prisão de li- matográfica.
deranças do MAB na ocupação de eclusas de Tucu- O Art. 163 também traz problemas semelhan-
tes. Você pode virar bandido sem nem perceber. Ele
ruí, processos judiciais aos estudantes que ocuparam trata da inserção ou difusão de códigos maliciosos –
reitorias, ataques da polícia aos grevistas da USP, etc. os vírus são códigos maliciosos, bem como trojans e
outros malwares. Se você enviar um arquivo de tra-
No sentido de combater os avanços do balho da faculdade, por exemplo, que contenha um
grande capital e do processo de criminalização dos vírus, você está passível a ser preso, com reclusão de
1 a 2 anos.
movimentos sociais, entendemos a necessidade dos O Art. 22 é o artigo que mais fere os direitos
tenerife-rife-rife

estudantes assim como a sociedade geral de se orga- fundamentais básicos para a garantia das liberdades
individuais. Um dos seus maiores problemas é a exi-
nizar em prol da construção popular e dos movimen-
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gência de que os provedores de acesso registrem o


IP (do inglês, internet protocol), a data e hora de uso ciando à polícia suspeitos de práticas que, caso o pro- saber com segurança quem o cometeu. E como fica
de cada máquina por 3 anos. Ou seja, três anos do jeto seja aprovado, passam a ser ilícitas. a vida de quem tem sua rede wi-fi doméstica inva-
seu histórico na internet (sites acessados, trocas de Outra conseqüência desse artigo seria a in- dida por um criminoso? O crime terá sido praticado
e-mail, pesquisas, tudo) seriam guardadas pelas pro- viabilização das redes abertas e livres. Isso se daria a partir do seu IP. Medidas como essa não coíbem o
vedoras, que se tornariam assim, uma espécie de vi- porque todos os usuários das conexões wi-fi (redes crime, somente a nossa liberdade. “Essa é uma lei
gilância privada; tendo que informar “de maneira sem fio) gratuitas, fornecidas em muitos cybercafés, inócua contra os criminosos, abusiva em relação aos
sigilosa” à polícia, sempre que suspeitar do conteúdo hotéis, restaurantes, livrarias e universidades, nave- criadores e arbitrária diante dos cidadãos”.
dos download de algum de seus clientes. Isso onera- gam pela rede com o mesmo número de IP. O mesmo Além de tudo isso, acho que já deu para per-
ria enormemente as empresas de acesso a internet, já ocorre em Lan Houses, todas as máquinas conecta- ceber que além de todo esse processo de criminali-
que os gastos aumentariam e seriam repassados para das usam o mesmo endereçamento eletrônico. Com zação um outro fato é evidente: a privatização do
os clientes/usuários. As provedoras agiriam como este registro, o provedor de acesso pode até dizer de conhecimento. v
uma espécie de “grande irmão”, vigiando e denun- onde foi cometido o “crime”, mas não é possível

O debate de gênero na academia e no movimento


estudantil. Bárbara Sabrine Kilpp

UFRGS

Meia estudantil,
Hoje muito se fala na superação do movi- tário, a realidade do machismo e da negligência com
mento feminista devido ao fato de que atualmente as pautas das mulheres também está presente nos es-
homens e mulheres já ocupam patamares de igual- paços do movimento estudantil.

quero meu direito


dade no mercado de trabalho, nas Universidades, na Não é regra geral que os diversos movimen-
política, e que por isso não há porque pensar em tos, coletivos e entidades estudantis tenham espaços
opressão de gênero. De fato, existe o recrudesci- de auto-organização feminista. Inclusive, ainda é
mento da participação da mulher em espaços majo- uma minoria que se apresenta de tal modo organi-

por inteiro
ritariamente masculinos ao longo do processo zada. Mas o que é mais incomum, de um modo geral,
histórico da luta feminista. Porém, será que é “boba- é ver mulheres dirigindo a política e o movimento
gem” da parte das mulheres reivindicar e promover como um todo, e serem respeitadas. De fato ainda
o debate de gênero e, ainda hoje, falar em machismo? muitos companheiros não estão preparados para
A Universidade brasileira ainda carece muito serem “dirigidos” por uma companheira, e quando Ramon Rawache
de assistência estudantil. Principalmente, carece de tal situação se apresenta em conjunturas de disputa
programas de assistência voltados de forma especí- política, muitas vezes presenciamos cenas de ma-
fica às mulheres estudantes – que, por mais incrível chismo e intolerância. Os casos não se restringem XII de Maio, UFC Fortaleza
que pareça para alguns, têm suas nas situações referentes à direção política exercida Coordenaçao geral da Denem
demandas que são singulares. por mulheres, mas também atingem diferentes níveis
Até o de participação feminina na política, que ainda é um
ano de 2008, a espaço bastante masculino.
Casa do Estudante É fundamental que exista a possibilidade
da Universidade Fede- de auto-organização dos setores feministas de
ral do Rio Grande do Sul entidades e movimentos estudantis. Além des-
convidava as estudantes ses espaços, atividades de formação (em con-
em período de gestação a junto com o público masculino) vêm para
se retirarem da casa, e não preencher as lacunas da falta de costume em
lhes era oferecido nenhum problematizar a situação da mulher nos dife-
tipo de assistência. Além de rentes espaços sociais. Porém, de nada adiantará
perder a moradia, a estudante a organização e a formação se as mulheres não to-
perdia o “sossego” quando retor- marem a iniciativa de ocupar os espaços que tan-
nava à Universidade (se retornava): gem as pautas gerais do movimento, reivindicando O primeiro semestre de 2009 foi repleto de ações do
não há, ainda hoje, creche universitária para sua capacidade política de tomar direção dos proces- movimento estudantil sobre uma velha questão: o di-
filhos e filhas de estudantes, apesar de sos de mobilização. É só com mulheres dirigentes reito a meia-entrada. Por mais que parecesse algo já
já existir essa discussão há muito tempo. que será possível, por exemplo, impulsionar um pro- consolidado, o direito a meia estudantil sempre
Casos de abuso sexual, ofensa e violência cesso de mudança na Universidade a fim de se obter sofreu ataques, os mais conhecidos são as formas de
contra mulheres na Universidade e precon- avanços na assistência estudantil, pois ainda somos burlar a lei, com meia para todos, ou preços de meia
ceito com estudantes lésbicas também foram presen- nós, mulheres, a maioria preocupada com nossas que são verdadeira inteiras.
ciados na UFRGS entre os anos de 2007 e 2009. questões específicas. Foi apresentado no senado federal, e já aprovado
É bastante difícil pautar, na Universidade, Finalmente, é preciso, sim, problematizar a nessa casa, um projeto de lei de autoria do senador
questões como essas, que são tão distantes da reali- conjuntura da mulher: os porquês, de onde vêm, para Eduardo Azeredo – PSDB-MG que limita a meia-en-
dade de conteúdos abordados nas disciplinas da aca- onde vão. E, principalmente, estar atento ao fato de trada a 40% dos ingressos de eventos culturais e es-
demia. De fato, a maioria dos cursos sequer se que “a percepção da perspectiva de gênero nas rela- portivos. Tal projeto de lei, agora deve ir para o
aproxima da discussão profunda acerca da mulher e ções entre as pessoas de ambos os sexos fornece congresso, e depois para a sanção presidencial.
sua situação social atual, e a Medicina não fica fora meios de decodificar o significado, culturalmente Tal limitação, que o senado chama de regulamen-
de tal contexto. Porém, mesmo com uma educação atribuído ao varão e à mulher, e de compreender as tação do uso da meia-entrada, é uma distorção do di-
médica limitada em relação ao debate de gênero, sa- complexas conexões entre as várias formas de inte- reito estudantil. A meia-entrada é um direito que é
bemos que existem peculiaridades acerca da saúde ração humana. Quaisquer empreendimentos, para al- inerente a condição de estudante, e com a lei, o dire-
da mulher, dos cuidados gerais de gestantes, dos re- terar a relação entre os gêneros masculino e ito a meia seria condicionado aos “40% primeiros es-
flexos psicossociais da violência e do abuso sexual feminino, exigem uma profunda compreensão das tudantes”.
e da diversidade de questões que rondam o universo instituições sociopolíticas sobre as quais se pretende Essa limitação efetiva tem um grande impacto na
feminino. Ainda assim, não é de nosso costume pro- transformar, porque a política da dominação de gê- dinâmica social, pois seria além de tudo, a limitação
blematizar, apenas absorver de forma sistemática a nero não subordina apenas mulheres, moças e jovens ao acesso a cultura e esporte, que já são escassos para
teoria necessária para sermos bons médicos e boas aos varões dominantes; ela funciona como cidadela a maioria da população brasileira. Os grandes vito-
médicas... até que, em algum momento, temos a do direito de propriedade dos interesses tradicionais riosos, caso seja aprovado essa lei, são as casas de
oportunidade de prestar atendimento a mulheres lés- e conservadores da sociedade.” (A presença da mu- show, a grande indústria de cinema. A luta pelo
bicas – e ficamos completamente perdidos. lher no controle social das políticas de saúde, Maria acesso a cultura, ao esporte sempre foram cotidianas
Além da formação insuficiente e da falta de José de Lima, 2003, Rede Feminista de Saúde). do ME, e é importante para nós do ME de saúde tam-
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familiaridade com o assunto no cotidiano universi- bém colocar esse debate enquanto uma questão de
EREM Sul 2
saúde. Isso porque garantir saúde é garantir que a como não existe uma vaga para cada estudante, foi
população tenha acesso ao que é produzido na so- criado um sistema de pontuação como forma de se-
ciedade, como por exemplo música, cinema, esporte, leção, priorizando os estudantes mais antigos no
enfim, a arte. curso (com menos tempo para viajar) e aqueles que
Nacionalmente, muita luta vem sendo travada contra fazem o programa funcionar. Estes são os que rece-
esse projeto. Várias entidades estudantis se colo- bem estudantes em suas casas durante as quatro se- Luiz Guilherme de Souza
caram contrários a esse projeto e vem realizando mo- manas de estágio (anfitriões), e os que ambientam o
bilizações e manifestações de rua. intercambista e mostram a realidade da saúde pública DANC- UFPR
É importante dar destaque ao fato de a União Na- no novo país (padrinho/madrinha). Os estágios têm Coordenação Regional Sul 2
cional dos Estudantes, através de sua direção ma- duração de quatro semanas, estada gratuita garantida
joritária (a composição da diretoria da UNE é (que pode ser em um alojamento estudantil, hostel O Encontro Regional dos Estudantes de Medicina
da SUL 2 ocorreu em São José do Rio Preto - São
proporcional), ter levantado a proposta de monopólio ou casa de algum estudante estrangeiro) e pelo Paulo nos dias 29,30 e 31 de maio.
sobre a produção e distribuição das carteirinhas de menos uma alimentação por dia. Portanto, o estu- Como é um encontro do movimento estudantil, or-
estudantes, um grande absurdo. dante paga apenas uma taxa de 120 euros, a sua pas- ganizado pela DENEM através da coordenação re-
Por acesso a cultura, arte, cinema, esporte, saúde, sagem e eventuais gastos que terá no país. gional, os temas discutidos tendem a ser não
dizemos: meia-entrada, eu quero meu direito por in- A DENEM também o promove o Projeto de somente uma capacitação para os estudantes, mas
sim uma troca de experiências e análise conjunta da
teiro! Estágio em Ação Global (GAP Exchange), o Núcleo realidade do estudante de medicina além de cum-
Brasil – Cuba (NBC) e os Estágios de Vivência em prir um papel importante para organizar as lutas es-

CLÉ.. o que??
comunidades, como Estágio em Defesa da Vida. O tudantis.
GAP Exchange tem o enfoque na discussão de
“doenças da pobreza” negligenciadas pelo sistema O tema do encontro foi “Medicina para que(m)?”
no sentido de abordar o mercado de trabalho em
de organização capitalista e consiste em acordos bi- medicina e a formação médica. Muito das discus-
laterais entre Brasil, França e Peru, cuja primeira sões apontaram para a análise de que ocorreu uma
etapa acontecerá no Brasil em julho de 2009 e será reestruturação do trabalho em saúde nos últimos 40
Marina Jacob Chaer anos. Antigamente o médico se formava e abria seu
sobre a Doença de Chagas. O Núcleo Brasil – Cuba
consiste em um estágio de vivência em Cuba voltado consultório e exercia o que chamamos de prática li-
beral. Nota-se que isso mudou consideravelmente e
Coordenadora de Estágios e Vivências da DENEM para a discussão política da revolução cubana e da no cenário atual são raros os médicos recém forma-
Centro Acadêmico XXI de Abril – CAXXIA UFG internacionalização da experiência socialista. Os es- dos que conseguem abrir seu consultório. Ou já
tágios de vivência em comunidades, como o Estágio existe um aporte familiar que permita isso (geral-
em Defesa da Vida que ocorreu ano passado em uma mente famílias mais abastadas) ou então o médico
comunidade na Paraíba, são projetos que de formação será obrigado a vender a sua força de trabalho no
mercado como qq outro profissional, seja para um
CLEV! Sigla para Coordenação Local de Es- de militantes, organizados em parceria aos movimen- plano de saúde ou para o SUS. Vale lembrar que
tágios de Vivências. Mas você deve estar se pergun- tos sociais populares promovendo o intercâmbio cul- apenas para ser credenciado à UNIMED precisa
tando: o que é isso afinal?! tural, político e vivencial entre os estudantes pagar valores que variam de 40 à 80 mil reais , de-
Primeiramente, através do nosso respectivo participantes e comunidades. Trata-se de uma expe- pendendo do Estado. Esse processo que vem ocor-
Diretório ou Centro Acadêmico fazemos parte da Di- riência que envolve a união de pesquisa e extensão rendo com a medicina, podemos chamar de
proletarização do médico. Esse termo, apesar de
reção Executiva Nacional dos Estudantes de Medi- com discussões e reflexões acerca da realidade do forte, elucida bem o fato de que tudo o que o estu-
cina (DENEM), entidade legítima que representa campo e do sistema de saúde de nosso país. dante formado possui e possuirá como mecanismo
todos os estudantes de medicina do Brasil. Esta, por Também temos um programa de estágio em de renda é a própria força de trabalho que será ven-
sua vez, faz parte da maior organização internacional prática médica e em pesquisa dos Estágios Nacionais dida por um determinado valor.
estudantil do mundo, a International Federation of (EN), porém devido às alterações decretadas pela
A análise que fizemos no encontro caminha no sen-
Medical Students’ Associations (IFMSA), com mais Nova Lei dos Estágios este programa está suspenso tido de entender como essa mudança no mundo do
de 90 países membros, e da Federação dos Estudan- temporariamente até que as universidades consigam trabalho tem impactado na formação médica e nas
tes de Cuba (FEU). se adaptar e termos viabilidade jurídica para executá- mudanças nas diretrizes curriculares. Entendemos
A IFMSA foi criada após a segunda guerra lo. que o que muda antes são as relações de trabalho e
mundial com o intuito de gerenciar o sistema de in- Todos os alunos de medicina podem partici- estas determinam a educação, e não o contrário. A
consolidação do SUS como um sistema de saúde
tercâmbios, muito mais num sentido de aprendizado par dos programas de estágio que a DENEM oferece. desigual (o pobre fica na fila meses, só tem atendi-
humano quanto ao que a população de cada país em Porém, para poder receber estudantes em sua facul- mento primário em UBS enquanto quem tem mais
específico necessita do que num sentido de viagem dade e participar mais ativamente dos programas e condições usufrui de outros níveis do sistema,
cultural e diversão pura e simplesmente. dos debates acerca da pauta dos estágios, é necessá- como planos de saúde) naquilo que podemos consi-
Desta maneira, um estudante que vai para rio que cada CA/DA possua uma Coordenação Local derar “cesta básica da saúde”, ou seja , uma saúde
pobre para pobre somado às necessidades das in-
outro país deve ter sempre em mente sua função so- de Estágios e Vivências, o famoso CLEV! Para abrir dústrias médico-farmaceuticas em vender seus pro-
cial para as pessoas com as quais terá contato, e con- uma CLEV é muito simples, vejam os passos dutos e à interferência das empresas de saúde
tribuir para uma evolução daquele lugar, bem como Apresentar o programa de estágios da DENEM para o seu CA/DA e (planos, seguros, etc) têm moldado as mudanças
adquirindo habilidades com que auxiliará toda uma para a Coordenação do seu curso. nas universidades. Dessa forma observa-se flexibi-
população a ser atendida por ele em seu país de ori- Enviar uma carta de respaldo do seu CA/DA com os nomes dos Coor- lização dos currículos, retirada de conteúdos, foca-
denadores Locais de Estágios e Vivências (sugerimos 2 a 3 pessoas lização na atenção primária, etc para formar um
gem. médico mais barato para um sistema de saúde de
para serem os coordenadores), respaldando a abertura da CLEV e
Entendendo a diversidade de áreas com- as pessoas nomeadas para tal função, com a assinatura do repre- baixa qualidade, com a medicalização da saúde etc
preendidas durante o ensino de medicina, as ativi- sentante legal do CA/DA.
dades da IFMSA foram divididas em diversos Enviar a carta de respaldo escaneada para cev@denem.orgParsi- Esse processo não é homogêneo e acontece em
comitês, Standing Committee on Medical Education monia saburre deciestilo clev_nomedafaculdade@yahoo.com.br e maior ou menor grau de acordo com as resistências
enviar um email para a lista da CEV cevdenem-subscribe@ya- ou não às mudanças. Em universidades tradicionais
(SCOME), S. C. on Public Health (SCOPH), S. C. vemos ainda a consolidação da formação voltada a
hoogroups.com. Trata-se de uma lista fechada, então é necessário
on Human Rights and Peace (SCORP), Standing enviarem a carta de respaldo anteriormente ao pedido da lista para ultraespecialização visando formar os médicos que
Committee on Reproductive Health including AIDS nós aceitarmos o pedido da sua CLEV. atenderão particulares (pessoas mais ricas) e que
(SCORA), Standing Committee on Professional Ex- Tentar criar vagas para receber estudantes em sua CLEV. Não é ne- utilizarão maior densidade tecnológica. Em facul-
change (SCOPE) e Standing Committee on Research cessário que seja no Hospital Universitário, mas é necessário que um dades mais recentes o currículo é voltado ao sim-
professor da sua faculdade seja o tutor do estágio. Também não é im- ples e elementar, onde a valorização não está no
Exchange (SCORE). conteúdo em si, mas sim nas “atitudes” do aluno.
prescindível que a CLEV receba estudantes, mas trata-se de algo
Todavia, as atividades em que a DENEM par- muito importante para o funcionamento do programa em nosso país Passa existir uma divisão do trabalho. De um lado
ticipa com maior ênfase dentro da IFMSA são nos e para o desenvolvimento e aprimoramento da CLEV. um médico ultraespecializado com qualidade capaz
estágios de prática médica (SCOPE) e de pesquisa Qualquer dúvida envie para cev@denem.org.br ou diretamente para de empurrar todos os produtos de alto valor da
médica (SCORE). os Coordenadores de Estágios e Vivências da DENEM em nível na- saúde (imagens, medicamentos, exames, etc) para
cional (CEVs): marychaer@gmail.com, pedronrick@gmail.com, ste- os setores mais ricos e de outro um médico de
Nos últimos anos, a DENEM fechou em baixa qualidade, barato para atender a maior parte
nioduarte@gmail.com ou cristiane.breda@yahoo.com.br
média 40 contratos de estágio em pesquisa e 250 em Lembre-se também que podem contar com o auxílio dos Coordena- da população.
prática médica com mais de 80 países, ofertando um dores Regionais da sua regional, inclusive podem pedir o CD do CLEV
total de cerca de 300 vagas a serem distribuídas para com diversos materiais de capacitação e administração para o seu Isso parece fazer muito sentido também quando ob-
todas as universidades brasileiras incluídas no pro- Coordenador Regional. Caso não saiba quem são e quais os contatos servamos a expansão indiscriminada de novas es-
do seu Coordenador Regional enviem um email para colas médicas. Essa expansão segue a lógica de
grama via DENEM através de suas CLEVs. Assim,
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denem@denem.org.br. garantir ao mercado (empresários da educação) os


lucros de abrir um curso de medicina, o qual sabe-
mos que tem muita procura e o retorno é certo. Defender a alegria como uma trincheira
Além disso ao se formar muitos médicos reduz os defendê-la do escândalo e da rotina
salários e podemos passar a ter algo ainda inci- da miséria e dos miseráveis
piente na medicina: desemprego. das ausências transitórias
e das definitivas
Além do aprofundamento da análise tiramos alguns
encaminhamentos (que por se tratar de um encon- Defender a alegria como um princípio
tro regional , que tem um carater de iniciar pessoas defendê-la da surpresa e dos pesadelos
novas no ME, são bem limitados): dos neutros e dos nêutrons
das doces infâmias
- Luta contra o exame de ordem e boicote ao exame e dos graves diagnósticos
do Conselho Regional de Medicina de SP (CRE-
MESP); Defender a alegria com uma bandeira
- Lutar contra o PL 92 das Fundações Estatais de defendê-la do raio e da melancolia
Direito Privado; dos ingênuos e dos canalhas
- Articular e organizar regionalmente a campanha da retórica e das paradas cardíacas
nacional da DENEM contra as privatizações na das endemias e das academias
saúde; Contando com mais de 200 participantes, o
- Organizar para o 2º semestre o FOREMP (Forum Defender a alegria como um destino
Regional das Escolas Médicas Pagas); EREM- Mossoró foi apontado por muitos como o defendê-la do fogo e dos bombeiros
- Apoiar as lutas e mobilizações dos estudantes na “EREM dos Movimentos Sociais”, reafirmando os dos suicidas e dos homicidas
UNISA e UFSC laços entre o MEM e os movimentos sociais locais, das férias e do fardo
da obrigação de estarmos alegres
como os Movimentos Sindicalistas, os Movimentos

Uh Uh NE1!
Feministas e os Movimentos Negros. Defender a alegria como uma certeza
Durante o evento, as vivências e diversos es- defendê-la do óxido e da sujeira
paços de diálogos tornaram o encontro mais palpável da famosa ilusão do tempo
e dinâmico, como, por exemplo, a ida ao Hospital do relento e do oportunismo
dos proxenetas do riso
Psiquiátrico local paralelo ao GDT de Saúde Mental,
Entre os dias 11 e 14 de junho aconteceu, em Ara- bem como a visita às Salinas da cidade de Mossoró Defender a alegria como um direito
junto às discussões sobre Medicina do Trabalho. defendê-la de deus e do inverno
caju, o XIII EREM da NE1, sediado pelo CAMED-
O evento, por fim, foi coroado com um Ato Público das maiúsculas e da morte
UFS. Seu tema foi: “Mãos que Constroem: em frente ao Hospital Tarcísio Maia, protestando dos sobrenomes e dos lamentos
do azar e também da alegria
Mobilização Estudantil Transformando Realidades”. contra a realidade local, conivente com o contexto
Com uma programação que incluia temas como nacional, de precarização da estrutura da saúde pú-
blica, bem como exigindo o processo de escolariza-
Abertura de Novas Escolas Médicas, Exame de
ção do hospital, vantajoso para estudantes,
Ordem, Privatização da Saúde e um turno de vivên- profissionais e usuários da saúde local.
cia na rede do Sistema Único de Saúde da cidade, o

XIV EREM Sul-1


grande objetivo era sempre chamar atenção do papel
dos estudantes na construção de uma Universidade Mario Benedetti
socialmente referenciada e num novo modelo de so-
ciedade. t Aconteceu na cidade de Rio Grande-RS,
O encontro conseguiu reunir alunos de 7 das 9 esco- entre os dias 11 e 14 de Junho, o XIV Encontro Re-
gional dos Estudantes de Medicina da Sul-1, re-
las médicas da regional e, além de um possibiltar a
capacitação dos encontristas, permitiu uma maior ar-
ticulação entre os CA’s/DA’s, possibilitando uma rica
unindo estudantes dos estados do Rio Grande do
Sul e Santa Catarina. Trazendo o tema “A medicina
além do que se vê”, o EREM debateu a função so-
Agende-se:
troca de experiências e a grande integração entre os cial da medicina, a organização do trabalho médico Agosto:
e a sua relação com o setor privado na saúde. II Congresso de da Regional Centro-Oeste
estudantes.
O encontro, sediado pelo Diretório Local: Universidade Anhanguera - UNIDERP,
Acadêmico Francisco Martins Bastos Campo Grande-MS
(DAFB/FURG) contou com uma expressiva partic- Data: 13 a 15 de agosto de 2009
ipação de estudantes da FURG e dividiu algumas
atividades com o EGED – Encontro Gaúcho dos III Congresso Mineiro de Educação Médica
Estudantes de Direito, organizado pela CORED Sul Local: CEASC-CEM Norte da Unifenas - BH
da Federação Nacional dos Estudantes de Direito - Data: 14, 15 e 16 de agosto de 2009
FENED. Entre algumas das atividades conjuntas,
cabe destacar o debate sobre a Lei dos Estágios, XII Congresso Gaúcho de Educação Médica
Aborto e Saúde da Mulher, Cotas e Acesso ao En- Local: Santa Cruz-RS
sino Superior, além de um Painel sobre a Conjun- Data: 27 a 29 de agosto de 2009
tura atual da Universidade Brasileira, a qual contou
com representantes do ANDES-SN (Associação Encontro Regional dos Estudantes de Medi-
Nacional dos Docentes do Ensino Superior – Sindi- cina da Regional Sudeste 1
cato Nacional), CPERS (Sindicato dos Trabal- Local: Petrópolis - RJ

EREM- NE 2
hadores em Educação do Rio Grande do Sul ), Data: 14 a 16 de agosto
ABED (Associação Brasileira de Estudos em Dire-
ito), além das representações da DENEM e da Setembro:
FENED. Seminário do CENEPES
Paulo Tarcísio Neto Ao fim do EREM, os centros acadêmicos Local: a ser definido
Coordenaçao regional NE 2- aprovaram a continuidade dos debates do Encontro Data: 04 a 07 de setembro de 2009
UFRN- CANECA através da realização de uma campanha da re-
gional, a ser trabalhada no segundo semestre de Outubro:
2009. Mantendo o mote do EREM “A medicina XLVII Congresso Brasileiro de Educação
O Encontro Regional dos Estudantes de Me- além do que se vê”, a campanha contará com os Médica, Local: ExpoCuritiba, Curitiba-PR
dicina da Nordeste 2 ocorreu entre os dias 17 e 21 de eixos Trabalho Médico e Lei dos Estágios, Gênero, Data: 17 a 20 de outubro de 2009
abril na cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte. O Aborto e Saúde da Mulher, Avaliação e Privatiza-
evento foi sediado pelo Centro Acadêmico Carlos Er- ção da Saúde, sendo os últimos dois agregados às
nani Rosado, o CACER, da Universidade Estadual campanhas nacionais da DENEM aprovadas no
do Rio Grande do Norte. COBREM Fortaleza (Janeiro/2009).

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