Mania Nacional

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por Tiago Lobão Inforzato

Vários indivíduos correndo atrás de

algo que, ao ser alcançado, é chutado para longe. Umuarama, domingo, 13 de dezembro de 2009
Definitivamente o futebol é a melhor metáfora para ‘Brasil’ que
se pode encontrar. Talvez isso explique essa paixão alucinada
que os compatriotas têm pelo referido esporte.

por Ângela Russi “Foto por Thiago Casoni”

  É um dia frio. Não um dia frio qualquer. Está muito frio mesmo. Acordo
cedo embora quisesse ficar mais na cama. Olho os cadernos no sofá. Há também
um ‘memorex’, resumo de tudo o que se estuda em uma vida inteira. Ao menos
uma vida adolescente. Ele está no banheiro. Escova os dentes. Já não são mais
de leite e eu não preciso mandá-lo escovar. O café está na mesa. É importante
que se alimente. O corpo necessita para enfrentar uma maratona. A mente já
se preparou. Pelo menos é o que se espera de alguém que fez quatro anos de
educação infantil, oito de ensino fundamental, três de ensino médio e seis meses
de cursinho pré-vestibular. Meu garoto já estudou tudo isso. Preparou-se. E eu,
preparei-me para vê-lo sair logo de manhã, com um frio próximo de zero, para
escolher seu futuro profissional?
  Pode parecer egoísta essa minha pergunta, já que esse é o caminho natural da
vida, os filhos crescem e vão atrás de seus próprios caminhos. Não há nada de egoísta
em meu sentimento, há a realidade batendo em meu rosto e me dizendo que ele cresceu
e logo vai sair debaixo de minhas asas para voar com suas próprias.
  Sinto-me feliz, meu filho já tem quase dezessete anos e já luta por uma vaga na
profissão que escolheu. Sinto-me apreensiva, meu filho tem apenas dezesseis anos
e já busca uma profissão para o resto de sua vida. Sinto-me realizada, ele já busca
a independência e vai para local da prova. Sinto-me preocupada, será que ele sabe
realmente o que quer?
  Mães, mães, mães. Sempre assim, difíceis de compreender. Querem o bem e por
isso temem que o bem seja o mal. Afugentam o mal que às vezes não é tão mal assim.
Quem pode entendê-las? Creio que só Deus e outras mães. Aquelas mães comprometi-
das, pois há mães que não merecem esse nome tão nobre.
  Minha nobreza me impele nesse momento ao sentimento protetor de obrigá-lo a
agasalhar-se. Ele ainda pergunta: -“mãe, você não acha que eu vou passar calor
com três blusas”? Respondo afirmativamente: -“não.” E ainda emendo: -“é melhor
tirar uma mais tarde do que passar frio.” Sabedoria maternal. De onde vem?
Provavelmente do que minha mãe me ensinou fazendo o mesmo comigo.
  Daniel significa enviado por Deus, e é quem Ele me enviou para que fosse
amado e cuidado por mim. Hoje foi prestar seu primeiro vestibular. É tão jovem,
tão pequeno, apesar de não caber no meu colo com seu 1,83cm, cabe dentro do meu
coração de mãe. Coração que hoje bate no ritmo de expectativa e espanta qualquer
um que diga friamente: -“O Daniel ainda é muito jovem para escolher uma profissão.
É até melhor que não passe nesse vestibular.” Ele é muito jovem sim e por isso
precisa ser obrigado a vestir três blusas para que não se resfrie, entretanto, é
maduro o suficiente para entender que o esforço merece recompensa.
  E se não passar? E a recompensa? Ele então vai adquirir um pouco mais
de maturidade para compreender que o esforço necessita ser um pouco maior
para consegui-la. Vai repensar sua escolha e como o próximo vestibular é apenas
no verão não vai precisar perguntar se três blusas não são demais. Vai tomar a
decisão sozinho.
Quando isso acontecer arrumem-me lenços. Meu bebê vai para a universi-
dade. Quem tem de crescer agora sou eu. Encarar uma nova fase. Aquela em que
preciso perceber se duas blusas bastam para aquecer-me ou coloco três e vou à
luta. Afinal, se não tenho mais nenhum bebê para pajear vou ter de ocupar-me
com outros afazeres.
  Vou escrever uma lista de possíveis coisas a fazer e a primeira certamente
é cuidar de mim mesma. Essa é uma grande prova de maturidade. Tão grande
quanto o vestibular.

Microsoft Office por Caroline Guimarães Gil

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Eu Justificado
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Você Planilha
No final:
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