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NIINISTÉRIO PÚBLICO

DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO E ACÇÃO PENAL 56",


DISTRITO JUDICIAL DE COIMBRA -
- ~

111.

"Assim, se uma pessoa desenvolve uma actuação insegura e, por isso, não permitida pelas

normas da arte médica, ela pode ser punida por homicídio negligente se o paciente vier a morrer,
I
ainda que não exista absoluta certeza de que seja realmente seguro o tratamento médico indicado e

que este se mantém dentro da esfera do risco permitido" - C. Roxin,ProblemasFundamentais


do Direito

Penal,Vega,1998,pág.260.

À arguida Ora. Maria da Graça Calado Oliveira Castro, assistente graduada de

cardiologia que desempenhafunções nos HUC, irá ser imputado o crime de homicídio por

negligência,previsto(s) e punido(s) pelo(s)artO(s)137° n° 1 do Código Penal.

Pelasseguintesrazões:

JoãoTilly dos Santos,que à data dos factos tinha já completado 72 anos de idade, no

dia 22.3.2004 foi transferido do Hospital de Seia (Hospital NossaSenhorada Assunção)para

os HUC por suspeitade pneumonia e de enfarte agudo do miocárdio.

Nos HUC o doente foi observado por vários médicos, de diversas especialidades:

pela arguida como especialistade cardiologia de serviço à urgência, e por colegas médicos

de medicina interna e de gastrenterologia.

Depois de observar o doente e na posse de vários exames de diagnóstico, a arguida

conclui que2:o padrão enzimático apresentadopelo doente era compatível com enfarte em

evolução, não obstante o ECG não apresentar alterações; concluiu ainda a arguida que o

doente apresentava "comorbilidade importante" (sic): "infectado - Pneumonia vómitos

abundantes- não tolera nada no estômago".

PeritaMédico-Legal(cfr. fIs. 377 a 379), bem como o pareceremitido pela Perita Médicaindicada
pelaInspecção-Geraide Saúde/IGS(cfr. fIs. 455 a 481).

2 Fis. 86 dos autos.

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