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MINISTÉRIO PÚBLICO

DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO E ACÇÃO


DISTRITO JUDICIAL DE COIMBRA
PENAL
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1 e 1590 do Código de Processo Penal, 20 n° 1 b) e 90 do Decreto-Lei n° 96/01 de 26.310 e

10 e ss. da Lei n° 45/2004 de 19.8), sendo que o juízo técnico-científico inerente a esta

prova pericial presume-se subtraído à livre apreciação do julgador, sendo que qualquer

divergência entre a convicção deste e o juízo contido no parecer pericial deve ser
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devidamente fundamentada (art°(s) 1630do Código de Processo Penal)11.

Ora, segundo o resultado da consulta técnico-científica emitido por este Conselho

Médico-LegaI12, apenas a conduta da arguida pode ser alvo de censura, conforme resulta da

resposta ao quesito 613: "A decisão de reenviar o doente para o hospital de Seia não foi

10 Cfr. ainda a Circular n° 1113/99 da Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra.


Ii Este tipo de prova, cujo valor é, em princípio, fIXado antecipadamente pela lei, é uma das
excepçõesao princípio geral consagrado no Código de ProcessoPenal de que a prova é livremente
apreciada (segundo as regras da experiéncia e a livre conyicção do magistrado) - artO(s) 127° deste
diploma. O mesmo regime deve ser aplicado às conclusões retiradas da autópsia médico-legal,
sendo certo que, no caso concreto, para além des~a reforçada força probatória que deriva da lei,
não temos qualquer razão para duvidar da isenção,'do rigor e da credibilidade de quem produziu os
relatórios periciais em causa (da autópsia e da con,sulta técnico-científica), o INML, por se tratar,
como é público e notório, de uma Instituição que pauta a sua acção por elevados padrões de
qualidade e de exigência, gozando de üusta) reputação nacional e internacional. A autópsia médico-
legal foi realizada no Serviço de Tanatologia Forense da Delegação de Coimbra do INML, por
médica especialista e consultora em Medicina Lega~,que se socorreu ainda de exames laboratoriais
complementares,e a consulta técnico-científica foi relatada por Professor de Clínica Médica, tendo
sido votada por unanimidade.
12Os quesitos e as respectivas respostas constam a fls. 289 a 292, 314 a 320,323 e 327 a 329.
13Quesito que tem o seguinte conteúdo: "Perante estas hipóteses de diagnóstico, designadamente
de o doente estar a ser vítima de pneumonia e não se descartando, pela alterações analíticas
registadas, a possibilidade de enfarte agudo do miocârdio, foi ou não correcta a decisão, tomada
nos HUC ainda antes das 20 h. desse mesmo dia, de ordenar o seu regresso ao Hospital de Seia,
sendo este um hospital distrital, sem apoio de medicina interna durante a noite, sem unidade de
cuidados intensivos, sem serviço de pneumologia ou de cardiologia, e com menos meios
complementaresde diagnóstico?".
Cfr. ainda o quesito n° 7 e a respectiva resposta:
"Q: Não teria sido mais adequado e mais conforme às leges-artis médicas o doente ter
permanecidonos HUC, um hospital central, dotado de uma panóplia de meios técnicos e humanos
muito superior à do Hospital de Seia, para estabilização, seu estudo e tratamento, face ao seu
estado global, à sua idade, à distância a percorrer entre as duas unidades de saúde e às condições

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