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Como fazer um Projeto Pioneiro

Projetos - Por quê? / O Quê? / Como? / Quem?


a
Este trabalho foi desenvolvido pelo Escotista e ex-pioneiro Gilberto
Eichenberg Furasté.
Retirado do Guia Pioneiro
a
1) PROJETOS - POR QUÊ?
Necessidade do Projeto
.
Todos nós conhecemos a importância dos chamados "projetos" em nossas vidas. Para
falar a verdade, em nosso dia-a-dia, nunca paramos de planejar. A maioria das decisões que
tomamos não é imediata; pelo contrário, passa por um processo mental de avaliação de
alternativas e escolha de opções, e isso não deixa de ser um efêmero e por vezes
instantâneo "projeto".
Segundo Tornaghi ( 1958, p. 5 ) planejar é "decidir por antecipação o que deve ser
feito e mais: o como, o quando, o quanto, por quem e onde, e isto depois de indagar por
que". Embora nosso objetivo primordial não seja fixar conceitos, é interessante notar a
simplicidade desta definição.
Decidir por antecipação, através de um projeto, é necessário por várias razões:
a) Racionaliza o tempo, na medida em que nos deixa livres para, no momento de agjr,
simplesmente agjr, sem nos preocuparmos com processo decisório;
b) Evita desperdício em todos os sentidos, uma vez que os gastos são previstos,
dificultando o acúmulo de recursos materiais e/ou intelectuais que não serão utilizados;
c) Nos leva a calcular imprevistos e a prever reações a problemas antes que eles
ocorram, oferecendo, então, alternativas de trabalho;
d) Coloca o objeto do trabalho, de uma forma organizada, ao conhecimento de outras
pessoas, que podem, assim analisar o esquema objetivo das ações futuras e contribuir para
sua realização. Não é à toa que, em muitas situações de nossas vidas, quando formos
buscar ajuda de pessoas ou organismos competentes para algum trabalho, é quase certo
que nos será solicitada "uma cópia do projeto"...
e) Deixa registrados os passos de uma ação complexa, de modo que ela poderá ser
facilmente refeita se necessário, ou servir de base de estudo para que outros trabalhos
sejam desenvolvidos;
f) "quando o planejamento se utiliza adequadamente, dá, aos que se emprenham em
alcançar os objetivos, sensação de pertença e motivação maior para comprometer-se com
uma causa, um objetivo ou uma proposta".
Poderíamos continuar à exaustão a lista das vantagens de agir através de ações
planejadas. No entanto, basta dizer que especialmente para nós, membros do movimento
escoteiro, os projetos podem ter um significado ainda mais especial: são eles que viabilizam,
de um modo seguro, duradouro e eficaz, a realização de boas ações - sobretudo coletivas -
através de projetos comunitários. Nesse sentido, os projetos devem ser estimulados,
principalmente nos ramos sênior e pioneiro.
É especialmente por essa razão que temos esperança de ver multiplicados os projetos
comunitários entre os ramos.
Para tanto lembramos que "comunidade são os outros", "comunidade é o mesmo que
povo", "comunidade são aqueles que não fazem parte do grupo escoteiro" - essas são
algumas "frases que tivemos oportunidade de ouvir ao indagar, jovens escoteiros acerca da
matéria. Comunidade é um conjunto de pessoas que convive (mora, trabalha ou estuda) na
mesma área e que, por isso enfrenta os mesmos problemas e tem basicamente as mesmas
necessidades Comunidade pode ser, a família, a escola , o bairro, o próprio grupo
escoteiro , a cidade, e assim por diante.Tudo o que falamos sobre a necessidade de projetos
só ganha especial relevância dentro de uma comunidade determinada.
2) PROJETOS - O QUÊ?
O Tema do Projeto
.
Como pudemos ter oportunidade de perceber, os projetos servem aos mais diversos
fins. O que faze então para escolher um tema?
Em primeiro lugar, não precisamos quebrar, a cabeça buscando idéias mirabolantes.
Um dos melhores recursos que existe em nosso redor são os nossos companheiros. Nunca
despreze a palavra daqueles que possuem mais experiência. Busque conversar com outras
pessoas que já fizeram projetos. Procure também conselhos do Diretor de Escotismo do
grupo, converse na Região com o responsável pelas campanhas apoiadas pela União dos
Escoteiros do Brasil. Há sempre algo que pode se, feito.
Mesmo que o projeto já tenha "nascido pronto" busque idéias a serem acrescentadas:
não é porque o projeto deva ser seu, que você tenha que esconde-lo de todos durante sua
preparação.
Dentro de uma tropa sênior/guia, ou em um clã pioneiro, deve haver um clima próprio para a
discussão de idéias acerca de projetos. A coordenação do projeto é incumbência de seu
autor, o que não quer dizer de modo nenhum que a execução também seja de seu exclusivo
encargo. Exatamente por isso, as discussões são importantes Procure fazer com que as
chefias tomem conhecimento da idéia e o ajudem a programar as datas. Dessa forma, todos
os companheiros de clã (e, dependendo do projeto, de outros ramos do grupo ou de outros
grupos) poderão participar.
Uma das técnicas para se ter idéias é respondendo a questões simples acerca da
matéria. Sendo assim, propomos perguntas do tipo:
- O que pode ser feito para melhorar a sede de seu grupo escoteiro? Principalmente
naqueles grupos que não possuem sede própria, e que, portanto, têm sua área cedida por
uma outra entidade é interessante manifestar interesse em conservar e realizar melhorias,
que muitas vezes trarão resultados benéficos não apenas para os escoteiros, mas para os
outros usuários do local. Um exemplo de projeto interessante nesse sentido é o de um
projeto de Insígnia de B-P que nos veio de Brasília A primeira etapa consta da identificação
e catalogação de plantas medicinais do cerrado; a segunda, é a confecção de uma horta no
grupo escoteiro, com as mudas dos vegetais. Uma idéia singela e muito útil.
- O que pode ser feito para contribuir coom a comunidade na qual meu grupo está
inserido? Mais uma vez não se espera caírem do céu as idéias basta conversar, entrar em
contato com os chefes, ou outros capacitados a responder essa pergunta com você. Seria
interessante, por exemplo, falar com os pais que residem no bairro (ainda mais se for uma
zona carente) com o diretor da escola onde fica o grupo; com o padre da igreja onde fica o
grupo e assim por diante. Esses projetos são os mais comuns, e as instituições ajudadas
normalmente são creches asilos, associações de bairro, escolas comuns e para deficientes,
vilas/bairros/ruas pobres, etc.
- O que pode ser feito para melhorar o reelacionamento dos membros de meu
Grupo/Região? É respondendo a essa pergunta que, muitas vezes, surgem os projetos de
integração, tais como gincanas, campeonatos, etc.
- O que pode ser feito para divulgar o grrupo e o movimento escoteiro de um modo geral,
na minha comunidade? Através de campanhas publicitárias feitas pelos próprios jovens?
Através de atividades realizadas nas escolas do bairro?
Como se não bastasse, muitas outras perguntas podem ser colocadas para se ter
idéia do que fazer. No entanto uma última consideração depois de tida a idéia, procure
informar-se sobre se já foi realizado um projeto similar, pois ali você obterá recursos
preciosos. Ainda mais se se tratar de um projeto comunitário, de longo alcance muitas vezes
são feitos projetos bonitos, para se auxiliar uma determinada entidade, por exemplo, e,
depois de cumprido o prazo previsto, encerra-se o projeto e esquece-se que foram criados
vínculos afetivos, às vezes mesmo uma responsabilidade moral, para com aqueles que
foram ajudados. Não se pensa na expectativa criada para eles, pouco importa se o projeto
possuí 3 ou 6 meses de duração, suas necessidades são constantes. Por isso, insisto na
conveniência da continuidade dos projetos comunitários.
3) PROJETOS - COMO?
Estrutura de um Projeto
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Uma das maiores dificuldades constatadas por nós entre os pioneiros em geral é a
maneira de se fazer o projeto escrito como apresentá-lo corretamente? Muitos pioneiros
quebraram a cabeça procurando normas especificas, alguns seguiram regras rígidas de
trabalhos escolares, e outros sentaram-se à tarde em suas escrivaninhas, deixando a
inspiração aparecer de algum lugar. A verdade é que não existe esquema rígido a ser
seguido - devemos lembrar que não estamos trabalhando com projetos científicos, nem com
trabalhos universitários, ou algo do gênero.
Este texto não tem o objetivo de reclamar uma uniformização na confecção dos
projetos escoteiros (até porque, infelizmente, eles ainda são tão poucos que não se pode
falar em "uniformizá-los". Servirá ele para todos os interessados em seguir sugestões
simples na hora de montar um projeto. Isso significa que o pioneiro deve sentir-se livre para
alterar o que acha que deve ser alterado.
Todavia, existe alguns tópicos que são obrigatórios e que devem constar de todos os
projetos, conforme mostraremos abaixo. Grande parte dos exemplos foi retirada de projetos
já realizados.
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3.1 Nome
"Como será conhecido o meu projeto?" O nome (ou título) do projeto não é mera
formalidade. Serve para facilitar sua identificação. Desde que guarde alguma relação com o
tema do projeto, o nome apropriado pode ser buscado através de um verdadeiro exercício
de criatividade. Por exemplo: o projeto para construção da sede de meu clã chamou-se "
João de Barro"; outro projeto de um de nossos pioneiros, a respeito de um concurso de
culinária, tinha o sugestivo nome de "Futura Indigestão".
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3.2 Objetivo(s)
Este é o momento em que o autor do projeto deve expor a que o mesmo servirá, ou seja,
o que se pretende alcançar com ele. Alguns projetos são simples, e podem Ter apenas um
objetivo em vista. Muitos objetivos são claros e diretos; outros são no mais das vezes,
conseqüências dos primeiros. Por isso, é interessante separá-los em dois grupos.
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3.2.1 Objetivos Gerais
"Para que estou fazendo o meu projeto?"
O objetivo geral é o motor primeiro do projeto, é a razão principal do nosso trabalho.
Pode traduzir-se em uma ação concreta: "construir uma torre", " organizar um galeto",
"auxiliar as pessoas carentes que habitam tal bairro". Ou pode visar a um estado,
constituindo um objetivo mais abstrato: "conhecer o PIONEIRISMO e a sua estrutura para
assumir um verdadeiro papel como pioneiro", "estimular a criatividade", "divulgar o
movimento escoteiro", etc.
Pode ser considerado, também, mais de um objetivo geral, não se deve entrar em
detalhes. Os objetivos não se confundem com as etapas do projeto (não interessa mostrar
aqui como se fará, mas sim onde ser quer chegar).
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3.2.2 Objetivos Específicos
"Através da perseguição do objetivo geral, que outras metas poderão - e deverão -ser
atingidas?"
Enquadram-se aí os objetivos secundário do projeto. Deve-se averiguar o que mais se
poderá alcançar com o plano. Se, dentre essas possibilidades, o autor do projeto quiser
eleger algumas como objetivos, deverá o projeto conter os passos necessários para sua
realização.
Esses objetivos secundários também são chamados de "específicos" porque têm
vinculação específica com o objetivo geral, isto é, só têm razão de ser uma vez que estejam
relacionados ao objetivo principal.
Um exemplo: pode o projeto ter, como objetivos principais (gerais), a realização de um
trabalho comunitário e a integração entre os clãs do distrito respondendo à pergunta "Para
que estou fazendo o meu projeto"?). Se o pioneiro perceber que, além disso, essa será uma
boa oportunidade para conhecer uma nova região da cidade, e para divulgar o movimento
escoteiro, esses serão objetivos secundários (específicos).
Tudo isso que escrevemos a respeito dos objetivos é apenas um esclarecimento. Mais
uma vez, insistimos em que o importante não são as formalidades, mas sim o conteúdo. De
um modo geral, os objetivos servem para mostrar o que será buscado com o projeto, de
uma forma sucinta e objetiva.
Para finalizar, não é demais salientar que, quando um projeto for desenvolvido em
atendimento a uma etapa - tanto sênior como pioneira - o cumprimento dessa etapa deve
ser um objetivo específico do projeto. Afinal, seria lastimável que um projeto fosse realizado
com o objetivo principal de "realizar uma etapa" ou obter uma insígnia"...
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3.3 Etapas
" O que será feito para atingir os objetivos do projeto?"
Também chamado de "ações" ou "desenvolvimento", este é o núcleo do projeto.
"Cabe aqui citar o segundo preceito do método cartesiano: "dividir cada uma das
dificuldades que examinasse em tantas parcelas quantas pudessem ser e fossem exigidas
para melhor compreendê-las" {Descartes, s/d).
Agora sim, as etapas do projeto devem-se apresentar de uma maneira desenvolvida,
detalhada. É necessário que o autor do projeto descreva todos os passos minuciosamente e
em ordem.
O autor Newton Tornaghi refere três qualidades que devem estar presentes nas linhas de
ação propostas:
Adequabilidade - a linha de ação é adequada quando, realizada com êxito, conduz ao
efeito final desejado.
Exequibilidade - ela é exeqüível quando é capaz de realizar com êxito a ação pretendida,
consideradas as características do meio, os fatores em oposição e os recursos disponíveis.
A linha de ação é parcialmente exeqüível quando só em determinadas condições poderá ser
realizada com êxito.
Aceitabilidade - ela é aceitável quando o custo de sua realização (haja sucesso ou não)
pode ser tolerado.
Não há mais muito a falar sobre a parte de desenvolvimento do projeto, porque, apesar
de ser seu núcleo, é realmente a parte mais fácil de ser feita, bastando atentar para alguns
detalhes, como mostraremos a seguir.
A complexidade das etapas depende da complexidade do projeto como um todo. Tudo
aquilo que deve ser realizado, precisa constar nessa parte do projeto.
Deve-se procurar prever os chamados "acidentes de percurso". Várias vezes, nós fomos
criticados em nosso clã por sermos "pessimistas" - no entanto, não querendo buscar outro
termo mais adequado, podemos dizer que o autor do projeto deve ser um tanto quanto
pessimista, e não confiar na sorte. A "carta na manga" é fundamental! O exemplo mais
comum de "falta de pessimismo" nos planejamentos escoteiros vem de cima, literalmente: é
a chuva. Quantas atividades, quantos acampamentos foram e são l frustrados por falta de
um "programa reserva", a ser desenvolvido em caso de mau tempo... Por isso, na confecção
de um projeto, uma pergunta que jamais deve ser repelida é a que começa por: "Mas e se
por acaso... ?"
Também nunca é demais lembrar que, de acordo com o assunto do projeto, deve ser
buscado o auxílio de outras pessoas. Todavia, o chefe, mestre ou dIrigente que for
procurado para ajudar deve ter bom senso, a fim de auxiliar sem interferir, ou seja, deixar o
autor do projeto dentro de uma grande margem de arbítrio próprio. É interessante sempre
dar mais de uma sugestão, deixando ao elemento a decisão final, a menos que se trate de
flagrante necessidade - esse é o bom senso do chefe. É função de quem auxilia no projeto,
ou de quem o avalia, verificar se o desenvolvimento está corretamente associado aos
objetivos (isto é, se todos eles têm as metas propostas). Isso sim é importante, e o jovem
realizador do trabalho deve ser convenientemente alertado caso haja alguma dificuldade.
Por último: a maneira de ser colocado o desenvolvimento não é mais importante que o
conteúdo em si. Se o pioneiro quiser listá-las simplesmente, ou escrever um pequeno texto
que contará como o projeto será desenvolvido, isso é irrelevante.
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3.4 Cronograma
"Quando será desenvolvido o projeto?"
A duração também depende de sua complexidade. Pode desenvolver-se em um dia, ou
em seis meses. Lembramos que há muitos projetos. necessários para o cumprimento de
etapas, que já têm sua duração estipulada.
Essa duração do projeto deve ser construída em função da duração de cada uma das
etapas desenvolvidas no item anterior.
Novamente, o que menos importa é como esse cronograma aparecerá no texto do
projeto. Há quem prefira, juntamente com cada etapa do desenvolvimento, colocar a(s)
data(s) de realização (dia tal, ou dia tal ao outro dia), e, após isso, calcular o tempo total de
duração do projeto. Outros fazem um cronograma em separado, e ganham uma melhor
visualização, assim:
Podem ser utilizados quadros, tabelas, etc. Mais uma vez, vale a criatividade para bem
apresentar as datas.
Deve-se sempre Ter uma margem de erro. Determinadas etapas que têm um prazo exato
em número de dias podem vir a apresentar problemas alheios à nossa vontade, por isso é
necessário que calculemos um ou dois dias a mais.
Se, no entanto, depois de feito o cronograma e de elaborado o projeto, os prazos não
forem cumpridos, isso não é o principal. O importante é realizar as etapas até o fim, mesmo
que os prazos não sejam cumpridos. Como diz o plano do grupo ao qual pertenço, edição
1996, " ...O PLANEJAMENTO É FLEXÍVEL. Pode ser adaptado às circunstâncias e
necessidades mutantes". Apesar disso, a exceção não deve tornar-se regra, e não se deve
abusar da flexibilidade dos projetos.
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3.5 Recursos humanos
"Quem fará o quê no meu projeto?"
É necessário apresentar uma listagem com os nomes daqueles que tomarão parte nas
ações, sejam eles membros do movimento escoteiro ou não ( às vezes, é necessária ou
conveniente a atuação de um profissional, de um membro da comunidade, etc.).
É, também, interessante, que cada ação mais complexa do desenvolvimento tenha um
responsável, que não precisa necessariamente ser o autor do projeto. Este último é
responsável pela coordenação geral, mas pode delegar funções para que outros se
responsabilizem por uma ou mais das etapas desenvolvidas. Nesse caso. pode-se indicar
esses responsáveis juntamente com o desenvolvimento do projeto, ou em lista separada.
Uma estratégia eficaz para aumentar as chaves de sucesso do projeto, principalmente se
este for de longa duração, é designar como responsáveis cargos com preferências a nomes.
Isto é, dizer que "o tesoureiro" ou "o presidente" são responsáveis por tal coisa tem como
efeito conferir major estabilidade ao projeto do que se as responsabilidades fossem
conferidas diretamente às pessoas ( Fulano" ou "Beltrano").
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3.6 Recursos materiais e financeiros
"De que materiais vou precisar para realizar meu projeto? E quanto terá que ser gasto?"
É necessária uma lista dos materiais necessários ao cumprimento das etapas do
desenvolvimento.Os recursos podem ser buscados junto a outras pessoas, ao grupo
escoteiro, à própria comunidade-alvo do projeto (se for o caso), ou adquiridos no comércio.
Nesse último caso, então, é necessária previsão do dinheiro que será gasto. Deve-se ter o
cuidado de preparar a diretoria do grupo para saber como proceder corretamente para
captar os recursos necessários: através dos recursos do próprio grupo, através de
campanhas de grupo, "apenas através do esforço de cada integrante da seção", através de
doações de material mesmo (por meio de ofícios entregues a quem possa ajudar), etc., tudo
dependendo do projeto e de cada grupo escoteiro.
Se o material tiver de ser adquirido, é preciso que se lhe pesquise muito bem o preço (de
preferência em, no mínimo, três lugares diversos - hoje em dia há cada surpresa!), e não se
pode esquecer da famosa barganha na hora da compra (afinal, qual é mesmo a primeira
parte do 9° artigo da lei escoteira?)
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3.7 Dados do autor do projeto
"Quem é o responsável pelo projeto?"
É muito importante - e, para nosso desgosto, não é muito comum - encontrar no próprio
texto do projeto os dados de identificação de seu autor. Além de servir para facilitar a
identificação do próprio projeto, o simples fato de se poder achar um nome de referência
facilitará também o contato daqueles que, ao manusearem o projeto, tiverem interesse em
aproveitá-lo, discuti-lo ou mesmo ( por que não?) levá-lo adiante. Pelo menos o nome
completo, o grupo escoteiro ao qual o indivíduo está registrado, e um telefone de contato
devem estar presentes.
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3.8 Resumo
Podemos, portanto, identificar os elementos que precisam fazer parte de qualquer
projeto:
a) nome do projeto;
b) objetivo(s) do projeto / geral (is) e específico (s);
c) etapas (desenvolvimento) do projeto;
d) cronograma do projeto;
e) recursos humanos necessários;
f) recursos materiais e financeiros necessários;
g) dados do autor do projeto.
Aproveitamos o espaço, para relembrar que todo o projeto, depois de concluído e
realizado, deve ser avaliado, a fim de verificar se todas as etapas e prazos foram cumpridos.
Se não foram, devem ser discutidas as razões pelas quais isso ocorreu, para que no futuro
possíveis erros não sejam cometidos novamente.
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3.9 Outros elementos
Como não poderia deixar de ser, depois de tanto escrever acerca da ausência de
modelos rígidos e de defender o arbítrio e a criatividade de cada um, apresentamos uma
lista de elementos que podem estar presentes no projeto. A maioria deles foi escolhida de
projetos já realizados:
a) introdução - apropriada para aqueles que têm talento literário, e que gostariam de
escrever algo mais acerca de seu projeto;
b) local - se o projeto tiver apenas um local para seu desenvolvimento, pode-se escrever
também sobre ele; se o projeto for realizado em lugares, pode-se indicá-los juntamente com
o desenvolvimento, ou em uma seção em separado;
c) atitudes necessárias - para aqueles que se sentirem inspirados, ou para projetos que
exigirem um nível maior de concentração e seriedade por parte de quem dele participar: há
quem goste de descrever sentimentos necessários à perfeita realização do projeto:
"responsabilidade", "espírito escoteiro", "paciência"...
d) lema - muitos projetos têm um lema! Se Ihes parecer interessante alguma idéia, podem
adotá-la por lema, assim como as patrulhas escoteiras também têm (ou deveriam ter) o seu;
e) antecedentes - para aquelas pessoas que utilizaram outros projetos como fonte de
auxílio, ou que se inspiraram em trabalhos parecidos que já foram realizados, ou que
utilizaram pesquisa bibliográfica, e que quiserem mencioná-lo no projeto;
f) fundamentação ou diagnóstico - muitos projetos utilizam, para fundamentar seus
objetivos, um estudo do problema em tela, isto é, fazem um diagnóstico da situação para
depois propor objetivos ;
g) órgãos envolvidos - pode-se listar, juntamente com os recursos humanos ou logo após,
os órgãos ou entidades que tomarão parte no projeto, auxiliando direta ou indiretamente na
sua consecução;
h) conclusão - especialmente importante para os projetos que têm "introdução"... É
utilizada, por exemplo, para colocar, de uma forma bem subjetiva, pessoal, as expectativas
em torno do projeto;
i) anexos - se for o caso, é interessante anexar ao projeto tudo aquilo que puder auxiliar no
seu entendimento, bem como cópia de materiais utilizados: fotografias, mapas, desenhos,
rascunhos, documentos oficiais, etc.
4) PROJETOS - QUEM?
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Equipes de Interesse e Pretendentes à Insígnia de B-P O projeto pode ser elaborado
por um só elemento, mesmo que para sua realização, como será provável, seja necessário
reunir mais gente.
O mais comum, no entanto, é que, no nível de clãs pioneiros, os projetos sejam
desenvolvidos por equipes ou grupos de interesse.
A figura do líder da equipe de interesse é importante, pois é ele o responsável perante
os outros. No caso de um projeto de clã ser desenvolvido por uma equipe de interesse,
quando da escritura do projeto, o item "dados do autor do projeto", deve ampliar- se: além do
nome e identificação do responsável (líder de equipe), é importante que conste pelo menos
o nome de cada um dos outros componentes do grupo.
Outro projeto especial é o projeto de Insígnia de B.-P. Para informações específicas
sobre ele, deve ser consultado o mestre pioneiro. Resumidamente, o procedimento, previsto
nas etapas pioneiras, é o seguinte: o projeto deve ter seis meses de duração, incluindo:
escolha da idéia, planejamento e programação, organização, coordenação realização,
avaliação e relatório desses passos descritos.

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