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Pernambuco

PERNAMBUCO

“onde o mar se arrebenta”


VERSÃO PRELIMINAR

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 1


Pernambuco

Introdução

Pernambuco é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado no centro-leste da


região Nordeste e tem como limites os estados da Paraíba (N), do Ceará (NO), de Alagoas (SE),
da Bahia (S) e do Piauí (O), além de ser banhado pelo oceano Atlântico (L). Ocupa uma área de
98.311 km² (pouco menor que a Coréia do Sul). Também faz parte do seu território o
arquipélago de Fernando de Noronha. Sua capital é a cidade do Recife (a sede administrativa é o
Palácio do Campo das Princesas).

A origem do nome Pernambuco é controversa, alguns estudiosos afirmam que era a


denominação nas línguas indígenas locais da época do descobrimento para o pau-brasil
(Caesalpinia echinata). A mais aceita, no entanto é que o nome vem do tupi Paranã-Puca, que
significa “onde o mar se arrebenta”, uma vez que a maior parte do litoral do estado é protegida
por paredões de recifes de coral.

A origem do estado de Pernambuco encontra-se nas terras doadas como capitania hereditária
pelo rei de Portugal a Duarte Coelho, que chegou a Pernambuco, então denominado Nova
Lusitânia, em 1535, estabelecendo-se em Olinda. Em 1537 foram fundadas as vilas de Igarassu
e de Olinda, a primeira capital do estado. A prosperidade de Pernambuco, que teve início com o
cultivo da cana-de-açúcar e do algodão, atraiu grande número de europeus para a região. Entre
1630 e 1654 a região foi ocupada pelos holandeses, que incendiaram Olinda e fizeram de Recife
a capital de seu domínio brasileiro. Durante esse período, o conde Maurício de Nassau governou
o Brasil holandês, administração que foi marcada por mudanças de natureza econômica, social e
cultural. A forte resistência dos portugueses e brasileiros de origem lusitana, africana e índia, já
cristianizados, acabou resultando na expulsão dos holandeses.

A composição da economia do estado baseia-se na agricultura, na pecuária e na indústria. Entre


os principais produtos agrícolas cultivados em Pernambuco encontram-se o algodão arbóreo, a
cana-de-açúcar, a cebola, a mandioca, o milho, o feijão e o tomate. Na pecuária destacam-se as
criações de bovinos, suínos, caprinos e galináceos. Existem ainda reservas minerais de gipsita e
calcário, além de água mineral. No setor industrial destacam-se as indústrias alimentícia,
química, metalúrgica, de material eletrônico, têxtil, de minerais não-metálicos e comunicações.

Os municípios mais populosos são Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Caruaru,
Petrolina, Cabo de Santo Agostinho, Garanhuns, Vitória de Santo Antão e Igarassu.

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Pernambuco

Índice

Introdução........................................................................................................................................2
Governo e política ...........................................................................................................................5
Lista de governadores de Pernambuco............................................................................................5
Miguel Arraes..............................................................................................................................7
Carreira política antes do golpe de 1964 .....................................................................................8
Brasão e Bandeira do Estado de Pernambuco .................................................................................9
Letra do Hino do Estado de Pernambuco......................................................................................10
Localização....................................................................................................................................11
História ..........................................................................................................................................13
Capitania de Pernambuco..........................................................................................................14
Domínio holandês .....................................................................................................................15
Insurreição Pernambucana ........................................................................................................16
Geografia.......................................................................................................................................19
Relevo........................................................................................................................................20
Baixada Litorânea .....................................................................................................................21
Planalto da Borborema ..............................................................................................................22
Clima .............................................................................................................................................22
Litoral ............................................................................................................................................23
Vegetação ......................................................................................................................................24
Hidrografia ....................................................................................................................................24
Demografia....................................................................................................................................25
Municípios mais populosos.......................................................................................................26
Etnias............................................................................................................................................28
Africanos ...................................................................................................................................28
Índios .........................................................................................................................................28
Portugueses................................................................................................................................29
Espanhóis ..................................................................................................................................29
Alemães .....................................................................................................................................29
Ingleses......................................................................................................................................29
Árabes........................................................................................................................................30
Outras etnias ..............................................................................................................................31
Religião .........................................................................................................................................31
Economia.......................................................................................................................................32
Indicadores ....................................................................................................................................33
Setor primário............................................................................................................................33
Setor secundário ........................................................................................................................34
Estaleiro Atlântico Sul ..............................................................................................................35
Papel de Centralizador Econômico ...........................................................................................35
Turismo .........................................................................................................................................36
Pontos turísticos ........................................................................................................................36
Infra-estrutura................................................................................................................................40
Saúde .........................................................................................................................................40
Educação ...................................................................................................................................41
Transportes ....................................................................................................................................44
Ferrovias....................................................................................................................................45

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Pernambuco
Transnordestina .........................................................................................................................48
Referências ....................................................................................................................................50
Referências citadas ....................................................................................................................50
Referências gerais .....................................................................................................................51
Ver também ...............................................................................................................................51
Ligações externas ......................................................................................................................51

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Pernambuco

Governo e política
De acordo com a Constituição de 1988, o Brasil é uma república federativa presidencialista. A
forma de Estado foi inspirada no modelo estadunidense, no entanto, o sistema legal brasileiro
segue a tradição romano-germânica do Direito Positivo. O federalismo no Brasil é mais
centralizado do que o federalismo estadunidense; os estados brasileiros tem menos autonomia do
que os estados norte-americanos, especialmente quanto à criação de leis.

Pernambuco é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado no centro-leste da


região Nordeste e tem como limites os estados da Paraíba (N), do Ceará (NO), de Alagoas (SE),
da Bahia (S) e do Piauí (O), além de ser banhado pelo oceano Atlântico (L). Ocupa uma área de
98.311 km² (pouco menor que a Coréia do Sul). Também faz parte do seu território o
arquipélago de Fernando de Noronha. Sua capital é a cidade do Recife (a sede administrativa é o
Palácio do Campo das Princesas).

Lista de governadores de Pernambuco

Governantes do Período Republicano (1889 — 2009)


MANDATO
Nº. NOME Observações
INÍCIO FIM
01 José Cerqueira de Aguiar Lima 16-11-1889 12-12-1889 Provisório, até as eleições.
Primeiro governador eleito do
02 José Simeão de Oliveira 12-12-1889 25-04-1890
período republicano
03 Albino Gonçalves Meira 25-04-1890 21-06-1890 Nomeado

04 Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti 21-06-1890 04-08-1890 Nomeado

05 Henrique Pereira de Lucena 04-08-1890 23-10-1890 Barão de Lucena - nomeado

06 José Antônio Correia da Silva 23-10-1890 27-11-1891 Nomeado


Presidente da Assembléia
- José Maria de Albuquerque Melo 27-11-1891 30-11-1891
Legislativa
07 Antônio Epaminondas de Barros Correia 30-11-1891 07-04-1892 Barão de Contendas - nomeado

08 Ambrósio Machado da Cunha Cavalcanti 07-04-1892 20-04-1892 Vice-presidente da província

09 Alexandre José Barbosa Lima 20-04-1892 07-04-1896 eleito

10 Joaquim Correia de Araújo 07-04-1896 04-04-1899 eleito

11 Sigismundo Antônio Gonçalves 04-04-1899 07-04-1900

12 Antônio Gonçalves Ferreira 07-04-1900 07-04-1904

13 Sigismundo Antônio Gonçalves 07-04-1904 07-04-1908

14 Herculano Bandeira de Melo 07-04-1908 06-09-1911

15 Estácio de Albuquerque Coimbra 06-09-1911 13-12-1911

16 João da Costa Bezerra de Carvalho 13-12-1911 19-12-1911

17 Emídio Dantas Barreto 19-12-1911 18-12-1915

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Pernambuco

Lista de governadores de Pernambuco/Continuação

Governantes do Período Republicano (1889 — 2009)


MANDATO
Nº. NOME Observações
INÍCIO FIM
18 Manuel Antônio Pereira Borba 18-12-1915 18-12-1919

- José Henrique Carneiro da Cunha 18-12-1919 24-12-1919


Acometido de grave doença,
19 José Rufino Bezerra Cavalcanti 24-12-1919 28-10-1920
afastou-se do cargo.
- Otávio Hamilton Tavares Barreto 28-10-1920 03-06-1921

- Severino Marques de Queirós Pinheiro 03-06-1921 18-10-1922

20 Sérgio Teixeira Lins de Barros Loreto 18-10-1922 18-10-1926 eleito

- Júlio de Melo 18-10-1926 12-12-1926 Presidente da Assembléia Legislativa

- Júlio de Melo 17-11-1927 06-01-1928 Presidente da Assembléia Legislativa

- Júlio Celso de Albuquerque Belo 06-01-1928 18-05-1929 Presidente da Assembléia Legislativa

- Júlio Celso de Albuquerque Belo 28-05-1930 06-10-1930 Presidente da Assembléia Legislativa


Eleito, foi deposto pela Revolução de
21 Estácio de Albuquerque Coimbra 12-12-1926 28-05-1930
1930.
22 Carlos de Lima Cavalcanti 06-10-1930 12-10-1935 interventor

- Antônio Vicente de Andrade Bezerra 12-10-1935 06-12-1935

23 Carlos de Lima Cavalcanti 06-12-1935 10-11-1937 Eleito pela Assembléia Legislativa

24 Amaro de Azambuja Vila Nova 10-11-1937 03-12-1937 interventor

25 Agamenon Sérgio Godói de Magalhães 03-12-1937 20-02-1945 interventor

26 Etelvino Lins de Albuquerque 20-02-1945 05-11-1945 interventor

27 José Neves Filho 05-11-1945 07-02-1946 interventor

28 José Domingues da Silva 07-02-1946 07-08-1946 interventor

29 Demerval Peixoto 07-08-1946 08-03-1947

30 Amaro Gomes Pedrosa 08-03-1947 01-07-1947


Presidente da Assembléia
1 Otávio Correia de Araújo 01-07-1947 14-02-1948
Legislativa
32 Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho 14-02-1948 31-01-1951 eleito

33 Agamenon Sérgio Godói de Magalhães 31-01-1951 24-08-1952 Eleito, faleceu no mandato.


Presidente da Assembléia
34 Antônio Torres Galvão 24-08-1952 12-12-1952
Legislativa, concluiu o mandato.
35 Etelvino Lins de Albuquerque 12-12-1952 31-01-1955 eleito
Eleito. Renunciou ao mandato
para assumir a presidência da
36 Osvaldo Cordeiro de Farias 31-01-1955 14-11-1958
Comissão Mista Brasil - Estado
Unidos.
Vice-governador, concluiu o
37 Otávio Correia de Araújo 14-11-1958 31-01-1959
mandato.

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Pernambuco

Lista de governadores de Pernambuco/Continuação

Governantes do Período Republicano (1889 — 2009)


MANDATO
Nº. NOME Observações
INÍCIO FIM
Constantino Carneiro de Albuquerque
- 31-01-1959 31-03-1959 Presidente da Assembléia Legislativa
Maranhão
39 Cid Feijó Sampaio 31-03-1959 31-01-1963 eleito
Eleito, foi deposto do cargo pelo
40 Miguel Arraes de Alencar 31-01-1963 02-04-1964
Golpe Militar de 1964.
Vice-governador, concluiu o
41 Paulo Pessoa Guerra 02-04-1964 31-01-1967
mandato.
42 Nilo de Sousa Coelho 31-01-1967 15-04-1971 Eleito pela Assembléia Legislativa

43 Eraldo Gueiros Leite 15-04-1971 15-04-1975 Eleito pela Assembléia Legislativa

44 José Francisco de Moura Cavalcanti 15-04-1975 15-04-1979 Eleito pela Assembléia Legislativa
Eleito pela Assembléia Legislativa,
45 Marco Antônio de Oliveira Maciel 15-04-1979 15-05-1982 renunciou para disputar mandato
eletivo.
Presidente da Assembléia
46 José Muniz Ramos 15-05-1982 15-03-1983
Legislativa, concluiu o mandato.

Eleito, renunciou para disputar


47 Roberto Magalhães Melo 15-03-1983 14-05-1986
mandato eletivo.
Vice-governador, concluiu o
48 Gustavo Krause Gonçalves Sobrinho 14-05-1986 14-03-1987
mandato.
Eleito, renunciou para disputar
49 Miguel Arraes de Alencar 14-03-1987 01-04-1990
mandato eletivo.
Vice-governador, concluiu o
50 Carlos Wilson Rocha de Queirós Campos 01-04-1990 15-03-1991
mandato.
51 Joaquim Francisco de Freitas Cavalcanti 15-03-1991 01-01-1995 eleito

52 Miguel Arraes de Alencar 01-01-1995 01-01-1999 eleito


Reeleito em 2002, renunciou para
53 Jarbas de Andrade Vasconcelos 01-01-1999 31-03-2006
disputar mandato eletivo.
Vice-governador, concluiu o
54 José Mendonça Bezerra Filho 31-03-2006 01-01-2007
mandato.
Eleito, é o atual governador
55 Eduardo Campos 01-01-2007 atualidade
(mandato até 2011)

Miguel Arraes
Miguel Arraes de Alencar (Araripe, 15 de dezembro de 1916 — Recife, 13 de agosto de 2005)
foi um advogado, economista e político brasileiro.

Popularmente conhecido como Pai Arraia ou Dr. Arraes, Miguel Arraes foi uma personalidade
de destaque no cenário nacional, membro e importante líder do Partido Socialista Brasileiro
(PSB). Nasceu no interior do Ceará, primogênito e único filho homem de Maria Benigna Arraes
de Alencar e José Almino de Alencar e Silva, pequenos agricultores do sertão nordestino.
Foi prefeito do Recife, deputado estadual, deputado federal e por três vezes governador do
estado de Pernambuco.

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Pernambuco

Carreira política antes do golpe de 1964


Elegeu-se governador em 1962, com 47,98% dos votos, pelo Partido Social Trabalhista (PST),
apoiado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e setores do Partido Social Democrático
(PSD), derrotando João Cleofas (UDN) - representante das oligarquias canavieiras de
Pernambuco. Seu governo foi considerado de esquerda, pois forçou os usineiros e donos de
engenho da Zona da Mata do Estado a estenderem o pagamento do salário mínimo aos
trabalhadores rurais (o Acordo do campo) e deu forte apoio à criação de sindicatos, associações
comunitárias e às ligas camponesas.

Com o golpe militar de 1964, tropas do IV Exército cercaram o Palácio das Princesas (sede do
governo estadual). Foi-lhe proposto que renunciasse ao cargo para evitar a prisão, o que
prontamente recusou para, em suas palavras, "não trair a vontade dos que o elegeram". Em
conseqüência, foi preso na tarde do dia 1º de abril.

Deposto, foi encarcerado em uma pequena cela do 14º Regimento de Infantaria do Recife, sendo
posteriormente levado para a ilha de Fernando de Noronha, onde permaneceu por onze meses.
Posteriormente, foi encaminhado para as prisões da Companhia da Guarda e do Corpo de
Bombeiros, no Recife, e da Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

Miguel Arraes (direita) cumprimenta o Presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, em maio de


2005.

Seu pedido de hábeas corpus (HC) no Supremo Tribunal Federal foi protocolado em 19 de
abril, sob o número 42.108. Foi concedido, por unanimidade, fundamentado em questões
processuais (foro privativo de governadores e necessidade de autorização da Assembléia
Legislativa). A exceção foi o voto do ministro Luís Galloti, que concedeu o HC em função do
flagrante excesso de prazo da prisão. O então procurador-geral da República, Oswaldo Trigueiro,
opinou pela manutenção de sua prisão. Libertado em 25 de maio de 1965, exilou-se na Argélia.

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Pernambuco

Brasão e Bandeira do Estado de Pernambuco

(Brasão)

(Bandeira)

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Pernambuco

Hino: O hino de Pernambuco tem letra de Oscar Brandão da Rocha e música de Nicolino
Milano. Foi composto em 1908.

Letra do Hino do Estado de Pernambuco


"Salve! Oh terra dos altos coqueiros!
De belezas soberbo estendal!
Nova Roma de bravos guerreiros
Pernambuco, imortal! Imortal!

Coração do Brasil! em teu seio


Corre sangue de heróis - rubro veio
Que há de sempre o valor traduzir
És a fonte da vida e da história
Desse povo coberto de glória,
O primeiro, talvez, no porvir.

Esses montes e vales e rios,


Proclamando o valor de teus brios,
Reproduzem batalhas cruéis.
No presente és a guarda avançada,
Sentinela indormida e sagrada
Que defende da Pátria os lauréis.

Do futuro és a crença, a esperança,


Desse povo que altivo descansa
Como o atleta depois de lutar...
No passado o teu nome era um mito,
Era o sol a brilhar no infinito
Era a glória na terra a brilhar!

A República é filha de Olinda,


Alva estrela que fulge e não finda
De esplender com seus raios de luz.
Liberdade! Um teu filho proclama!
Dos escravos o peito se inflama
Ante o Sol dessa terra da Cruz!"

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 10


Pernambuco

Localização
Pernambuco, estado brasileiro, fica no centro-leste da região Nordeste.

FRONTEIRAS: Leste = Oceano Atlântico


DIVISAS: Norte = Ceará e Paraíba; Sul = Bahia e Alagoas; Oeste = Piauí.

ÁREA (km²): 98.937,8

RELEVO: planície litorânea com várzeas e lagos, planalto no centro e depressões a Oeste e
Leste.

Seu relevo caracteriza-se pela existência de uma planície costeira, de origem sedimentar, com
praias e manguezais e planalto no restante do estado

RIOS PRINCIPAIS: São Francisco, Capiberibe, Ipojuca, Una, Pajeú, Jaboatão, Moxotó.

VEGETAÇÃO: mangues no litoral, zona da mata de floresta tropical e agreste com caatinga.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 11


Pernambuco
Podem ainda ser observadas três paisagens botânicas distintas no estado: a Zona da Mata, na
região litorânea e úmida, onde são abundantes os coqueirais; o Agreste, área de transição para a
região semi-árida do interior; e o Sertão, onde predomina a vegetação de caatingas.

CLIMA: tropical atlântico no litoral e semi-árido no interior

MUNICÍPIOS (número): 185 (1996)

CIDADES MAIS POPULOSAS: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Caruaru, Paulista,
Petrolina, Cabo, Vitória de Santo Antão.

HORA LOCAL (em relação à Brasília): a mesma

HABITANTE: pernambucano

POPULAÇÃO: 7.918.344 (2000)

DENSIDADE: 80,03 habitantes p/Km2

ANALFABETISMO: 23,2% (2000)

MORTALIDADE INFANTIL: 67 óbitos antes de completar um ano de idade para cada grupo de
mil crianças nascidas vivas

CAPITAL: Recife, fundada em: 12/3/1535

HABITANTE DA CAPITAL: recifense

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 12


Pernambuco

História

A história de Pernambuco começa com a expedição de Gaspar de Lemos, em 1501, que teria
criado feitorias ao longo da costa da colônia portuguesa e muito provavelmente em Igarassu,
local ao qual, anos depois, Cristóvão Jacques estaria incumbido da sua defesa. Erguida,
provavelmente, na entrada do Canal de Santa Cruz, em Igarassu a feitoria teria por objetivo
estabelecer vínculos com os nativos, obter informações acerca das possíveis riquezas do interior
e vigiar o litoral de possíveis investidas de navios de outras nações. É oficializada em 1532,
quando foi criada a capitania de Pernambuco (ou Nova Lusitânia), doada a Duarte Coelho, que
fundou Igarassu e Olinda e iniciou a cultura da cana-de-açúcar. Em 1630, a capitania foi
invadida pela Companhia das Índias Ocidentais, que, desembarcando na praia de Pau Amarelo,
derrotou a frágil resistência portuguesa na passagem do Rio Doce, invadiu sem grandes
contratempos Olinda e derrotou a pequena, porém aguerrida, guarnição do forte (que depois
passaria a ser chamado de Brum), porta de entrada para o Recife através do istmo que ligava as
duas cidades. Maurício de Nassau ajudou a desenvolver a cidade (Mauritsstad, ou Mauricéia) -
até então com poucos habitantes portugueses - com diversas obras de infra-estrutura, benefícios
fiscais e empréstimos. Neste período, a cidade do Recife foi considerada a mais próspera e
urbanizada das Américas e com a maior comunidade judaica de todo o continente, sendo
construída nessa época a primeira sinagoga da América. [2] A primeira ponte da América Latina
também foi construída na gestão de Nassau, em 1643. [3]

Maurício de Nassau.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 13


Pernambuco

Por diversos motivos, sendo um dos mais importantes a exoneração de Maurício de Nassau do
governo da capitania pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, o povo de Pernambuco
se rebelou contra o governo, juntando-se à fraca resistência ainda existente, num movimento
denominado Insurreição Pernambucana. Com a chegada gradativa de reforços portugueses, os
holandeses por fim foram expulsos em 1654, na segunda Batalha dos Guararapes. Foi nesta
ocasião que se diz ter nascido o Exército brasileiro.

A Batalha dos Guararapes, óleo sobre tela por Victor Meirelles de Lima.

Após a expulsão holandesa, o estado passou a declinar junto com restante do Nordeste, devido à
transferência do centro político-econômico para o Sudeste, o que resultou em conflitos como a
Revolução Pernambucana e a Confederação do Equador, movimento separatista pernambucano.
A qualidade do açúcar refinado holandês, agora produzido nas Antilhas, superior ao mascavo
brasileiro, também ajudou a acelerar a decadência do estado, que era baseado nos latifúndios de
cultivo de cana-de-açúcar. Buscando novos meios de renda, aumenta o comércio no estado
gradativamente. Este efeito foi estopim de revoltas como a Guerra dos Mascates.
Atualmente há diversos Engenhos de cana-de-açúcar abertos a visita, permitindo um mergulho
profundo na cultura da região através do turismo rural.

Capitania de Pernambuco
Em 1501, quando a expedição de Gaspar de Lemos funda feitorias no litoral da colônia
portuguesa na América, tem início o processo de colonização de Pernambuco. Anos depois,
Critóvão Jaques é incumbido de defender o litoral Pernambuco de embarcações de outras
nações. A feitoria de Cristóvão Jacques, erguida na entrada do Canal de Santa Cruz, em
Itamaracá, tem por objetivo estabelecer um vínculo com os nativos, procurar informações acerca
de possíveis riquezas no interior e rechaçar possíveis investidas de outras nações à costa
brasileira. Em1534, a capitania de Pernambuco foi doada a Duarte Coelho, influente navegador e
soldado, português filho bastardo de família nobre do Entre-Douro e Minho, que fundou
Igarassu, Olinda e Recife e iniciou a cultura da cana-de-açúcar, que teria importante papel na
história econômica do país. A capitania de Pernambuco originalmente se estendia por 60 léguas
entre o Rio Igaraçu e o Rio São Francisco, e era chamada Nova Lusitânia. Era responsável pela
maior parte da produção de açúcar, o chamado ouro branco, na América e uma das capitanias
mais florescentes.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 14


Pernambuco

Olinda, primeira capital de Pernambuco - vista do Convento de Nossa Senhora do Carmo.

Domínio holandês
Em 1630 a Companhia das Índias Ocidentais volta seus interesses para a mais promissora das
capitanias da Colônia Portuguesa na América. Por ocasião da União Ibérica (1580 a 1640) a
então chamada República Holandesa, antes dominados pela Espanha tendo depois conseguido
sua independência através da força, vêem em Pernambuco a oportunidade para impor um duro
golpe na Espanha, ao mesmo tempo em que tirariam o prejuízo do fracasso na Bahia. Em 26 de
dezembro de 1629 partia de São Vicente, Cabo Verde, uma esquadra com 66 embarcações e
7.280 homens em direção a Pernambuco.

Invasões Holandesas em Olinda.

Os holandeses conquistam a capitania de Pernambuco em fevereiro de 1630 e estabelecem a


colônia Nova Holanda.

Atualmente, a maioria dos habitantes do cariri pernambucano é descendente de holandeses.


[4]

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Pernambuco

Insurreição Pernambucana
Em 15 de maio de 1645, reunidos no Engenho de São João, 18 líderes insurretos pernambucanos
assinaram compromisso para lutar contra o domínio holandês na capitania. Com o acordo
assinado, começa o contra-ataque à invasão holandesa. A primeira vitória importante dos
insurretos se deu no Monte das Tabocas, (hoje localizada no município de Vitória de Santo
Antão) onde 1200 insurretos mazombos armados de armas de fogo, foices, paus e flechas
derrotaram numa emboscada 1900 holandeses bem armados e bem treinados.

Mauritsstad, o Recife nassoviano.

Vitória de Santo Antão

Evoluindo sucessivamente da condição de povoação a freguesia, passando posteriormente à


categoria de vila pelo alvará Régio de 27 de Julho de 1811, assinado pelo então Príncipe Regente
D. João, a mesma foi oficialmente instalada em 28 de maio de 1812. Do seu território, faziam
parte as freguesias de Bezerros e Santo Antão, abrangendo uma grande extensão de terra,
"correspondendo, hoje, as áreas ocupadas pelos municípios de Vitória de Santo Antão, Pombos,
Chã Grande, Gravatá, Bezerros, Caruaru, Bonito, São Caetano, Sairé, Camocim de São Félix,
São Joaquim, Barra de Guabiraba, Riacho das Almas e Cortês".

Pela Lei Provincial nº113, de 6 de maio de 1843, sancionada pelo Barão da Boa Vista, então
Presidente da Província de Pernambuco, foi elevada a Cidade, tendo seu nome mudado para
Cidade da Vitória, em homenagem à batalha ganha pelos pernambucanos sobre os holandeses no
Monte das Tabocas. Este nome, porém, não permaneceu devido a existência de um Decreto-lei
que proibia a existência de duplicatas na toponímia nacional.

Após muita discussão, foi definitivamente aceito e reconhecido o nome da Vitória de Santo
Antão, em 31 de dezembro de 1943, pelo decreto-lei estadual nº 952, para município, comarca,
termo e distrito.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 16


Pernambuco

Vitória de Santo Antão: A fachada da estação, em 2002. Foto do livro Estrada de Ferro Central de
Pernambuco, de Luiz Ruben F. de A. Bonfim.

Monte das Tabocas

O Monte das Tabocas é uma área de aproximadamente 11 hectares, localizada no município de


Vitória de Santo Antão, Pernambuco, que em 3 de agosto de 1645 foi palco de célebre batalha
entre os luso-brasileiros e os holandeses. Os primeiros, liderados por Antônio Dias Cardoso e
João Fernandes Vieira, entrincheirados nas partes altas e protegidos pelos tabocais derrotaram os
flamengos.

Sítio Histórico Natural – Monte das Tabocas.

Cumprindo a promessa feita por Fernandes Vieira, foi inaugurada no dia 3 de agosto de 1945,
dia do tricentenário da Batalha das Tabocas, a Capela de Nossa Senhora de Nazaré, construída
com pedras do local.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 17


Pernambuco
Em 9 de novembro de 1978, foi assinada uma escritura de desapropriação de parte da área que
circunda o espigão principal. Na época da batalha a vegetação era composta por imensos
bambuzais, sinônimo de tabocais, daí o seu nome. Outra riqueza no local era o pau-brasil.
Em 11 de março de 1986 o governo estadual homologou o tombamento do sítio histórico.

O sucesso deu ao líder Antônio Dias Cardoso o apelido de Mestre das Emboscadas. Os
holandeses que sobreviveram seguiram para Casa Forte, sendo novamente derrotado pela
aliança dos mazombos, índios nativos e escravos negros. Recuaram novamente para as casas-
forte em Cabo de Santo Agostinho, Pontal de Nazaré, Sirinhaém, Rio Formoso, Porto Calvo e
Forte Maurício, sendo sucessivamente derrotados pelos insurretos.

Por fim, Olinda foi recuperada pelos rebeldes. Cercados e isolados pelos rebeldes numa faixa
que ficou conhecida como Nova Holanda, indo do Recife a Itamaracá, os invasores começaram
a sofrer com a falta de alimentos, o que os levou a atacar plantações de mandioca nas vilas de
São Lourenço, Catuma e Tejucupapo. Em 24 de abril de 1646, ocorreu a famosa Batalha de
Tejucupapo, onde mulheres camponesas armadas de utensílios agrícolas e armas leves
expulsaram os invasores holandeses, humilhando-os definitivamente. Esse fato histórico
consolidou-se como a primeira importante participação militar da mulher na defesa do território
brasileiro.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 18


Pernambuco

Presença Judaico-sefaradita no Recife Holandês.

Devido a Primeira Guerra Anglo-Neerlandesa, a República Holandesa não pôde auxiliar os


holandeses no Brasil. Com o fim da guerra contra os ingleses, a República Holandesa exige a
devolução da colônia em maio de 1654. Sob ameaça de uma nova invasão do Nordeste
brasileiro, Portugal cede à exigência dos holandeses. Porém, em 6 de agosto de 1661 a República
Holandesa cede formalmente o Nordeste brasileiro à Portugal através da Paz de Haia.

Geografia
Pernambuco é um dos menores estados do país. Apesar disso, possui paisagens variadas, entre
elas estão: serras, planaltos, brejos, semi-aridez no sertão, e diversificadas praias na costa. O
estado tem altitude crescente do litoral ao sertão. As planícies litorâneas têm baixa altitude de até
200m, apresentando relevo peneplano (mamelonar), e alguns pontos do planalto da Borborema
ultrapassam os 1000m de altitude. Na margem oeste da mesorregião Agreste, há a Depressão
Sertaneja, uma depressão relativa com altitude média de 400m que se estende até a margem
oriental da Chapada do Araripe.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 19


Pernambuco

Faz divisa com Paraíba e Ceará ao norte, Alagoas e Bahia ao sul, Piauí ao oeste e o oceano
Atlântico ao leste. Tem 187 km de costa, excluindo a costa do arquipélago de Fernando de
Noronha. O arquipélago é visitado por turistas do mundo todo e nativos do estado, que em geral
partem do porto do Recife Antigo em cruzeiros internacionais.

Mais da metade do estado é localizado no Sertão, exclusivamente no oeste do estado, é também


uma Mesorregião do estado e da Região Nordeste. É um lugar onde há escassez de chuvas, e o
clima é semi-desértico (semi-árido), devido à retenção de parte das precipitações pluviais no
Planalto da Borborema e correntes de ar seco provenientes do sul da África, entre outros, a
vegetação típica é pobre, a Caatinga, os solos são inférteis e as temperaturas são algumas das
mais elevadas do país, os índices de insolação são bastante elevados, e na região as secas podem
durar por um longo tempo, pois a média anual não supera os 500 milímetros, sendo que em
muitos anos as chuvas não alcançam 200 milímetros anuais e ocorrem num curto período de 5 a
10 dias. [5]

Pernambuco

Ficha Técnica
Área 98.938 km²

Relevo Planície litorânea sedimentar limitada pelo Planalto da Borborema, que termina com a
Depressão Sertaneja.

Ponto mais elevado Pico do Papagaio (Pernambuco), no município de Triunfo (1.260 m).

Rios principais São Francisco, Capibaribe, Ipojuca, Una, Pajeú.

Vegetação Mangues e mata Atlântica no litoral, caatinga no Agreste e Sertão.

Clima Tropical no litoral, semi-árido no Agreste e Sertão.

Municípios mais Recife (1.561.659), Jaboatão dos Guararapes (687.688), Olinda(397.268), Paulista
populosos (397.268),Caruaru (298.501), Petrolina(281.851), Cabo de Santo
Agostinho(171.583), Camaragibe (143.210),Garanhuns (131.313), Vitória de Santo
Antão (126.399)
Hora local -3

Gentílico pernambucano

Relevo
O relevo é moderado: 76% do território estão abaixo dos 600m. O litoral é uma grande planície
sedimentar, quase que em sua totalidade ao nível do mar, tendo alguns pontos abaixo do nível do
mar. Nessas planícies estão as principais cidades do estado, como Recife e Jaboatão dos
Guararapes. A altitude aumenta conforme aumenta a distância da costa. No Agreste há picos
com 1200 m de altitude. O Planalto da Borborema tem altitude média de 600m, com destaque
para o maciço dômico de Garanhuns, com altitude média de 800m. A Chapada do Araripe tem
altitude média de 800m. [7]

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 20


Pernambuco

A Zona da Mata é marcada por formações onduladas ou melonizadas, características


denominadas pelo geógrafo Aziz AbSaber como Domínio dos Mares-de-Morro.
A principal formação geológica na faixa de transição da Zona da Mata para o Agreste é
conhecida popularmente como Serra das Russas, porém, trata-se da borda ocidental do Planalto
da Borborema, domo que corta alguns estados do Nordeste.

O Agreste localiza-se sobre este planalto, sua altitude média é de 400m, podendo passar dos
1000m nos pontos mais elevados. A estrutura geológica predominante é a cristalina, sendo
responsável, junto com o clima semi-árido, por formações abruptas (pedimentos e pediplanos).

No Sertão as cotas altimétricas decrescem em direção ao Rio São Francisco, formando, em


relação ao Planalto da Borborema uma área de depressão relativa. As formações
geomorfológicas predominantes são os inselbergues, serras e chapadas, estas últimas aparecendo
em áreas sedimentares.

Relevo acidentado de Gravatá, agreste, comum em parte do interior pernambucano. Alguns


pontos do estado ultrapassam os 1200m[6]

Baixada Litorânea
Distinguem-se, de leste para oeste: praias protegidas pelos recifes; uma faixa de tabuleiros
areníticos, com 40 a 60m de altura; e a faixa de terrenos cristalinos talhados em colinas, que se
alteiam suavemente para oeste até alcançarem 200m no sopé da escarpa da Borborema. Tanto a
faixa de tabuleiros como a de colinas são cortadas transversalmente por vales largos onde se
abrigam amplas várzeas, chamadas planícies aluviais.

Fortes contrastes observam-se entre os solos pobres dos tabuleiros e os solos mais ricos das
colinas e várzeas. Nos dois últimos repousa a aptidão do litoral pernambucano para o cultivo da
cana-de-açúcar, base de sua economia agrícola.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 21


Pernambuco

Planalto da Borborema
Seu rebordo oriental, escarpado, domina a baixada litorânea com um desnível de 300m, o que lhe
confere ao topo uma altitude de 500m. Para o interior, o planalto ainda se alteia mais e alcança
média de 800m em seu centro, donde passa a baixar até atingir 600m junto ao rebordo ocidental.
Diferem consideravelmente as topografias da porção oriental e da porção ocidental.

A leste, erguem-se sobre a superfície do planalto cristas de leste para oeste, separadas por vales,
que configuram parcos relevos de 300m. Aproximadamente no centro-sul do planalto eleva-se o
maciço dômico de Garanhuns, que supera a altitude de 1.000m.

Clima
O Estado está inserido na zona intertropical, logo apresenta predominantemente temperaturas
altas, todavia o quadro climático é bem diversificado devido à interferência do relevo e das
massas de ar.

Na Zona da Mata o clima é predominantemente pseudotropical, com fortes chuvas no outono e


inverno. Já no Agreste as condições climáticas são diversificadas por ser uma região de ecótone,
apresentando áreas mais úmidas e outras mais secas, onde predomina o clima semi-árido. No
Sertão, o clima é semi-árido quente, devido à retenção das precipitações pluviais no Planalto da
Borborema e correntes de ar seco provenientes do sul da África (tépida caalariana ou TK), entre
outros fatores menos importantes.

Paisagem de clima úmido no Agreste, características de uma região ecótone.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 22


Pernambuco

Pernambuco tem uma área de 87.317 km² [5] localizados no chamado Polígono das Secas, que
se estende do extremo norte de Minas Gerais, até o Piauí e está sujeita a secas periódicas. Essa
área corresponde a 88,84% do território pernambucano, ocupando as regiões do agreste e sertão.
É a região com as menores e mais irregulares precipitações pluviométricas. A média anual não
supera os 600 mm, com o registro vários anos em que as chuvas não alcançam os 200 mm anuais
e, muitas vezes, ocorrendo num curto período de 5 a 10 dias.

No agreste e sertão aparecem áreas de exceções - principalmente cidades com microclima de


altitude, com temperaturas que podem chegar a 8 °C durante o inverno,[8] como Triunfo,
Garanhuns e Taquaritinga do Norte, que são considerados Brejos de Altitude. Outra exceção é a
mesorregião do São Francisco, mais úmida que as circundantes por conta do Rio São Francisco
e a irrigação proveniente dele.

Municípios como Triunfo, Poção, Capoeiras, Caetés, Garanhuns, Lajedo e Saloá são
classificados como Cw'a ou Cs'a (temperatura média do mês mais frio abaixo de 18 °C[7]).
Curiosamente, tais classificações são de clima mediterrânico, incomuns na região.
Por influência das massas de ar úmido com ação no inverno, a Zona da Mata e o Agreste tem
chuvas concentradas durante a estação mais fria.

Litoral
É característica do litoral norte suas formações geográficas mais variadas - ilhas fluviais como
Itamaracá, diversos rios e suas desembocaduras, bancos de areia, entre outros. A fauna é variada,
destacando-se as aves migratórias que periodicamente chegam à ilha Coroa do Avião e Fernando
de Noronha. Ambas as ilhas têm estações de pesquisa ambiental.

Praia de Boa Viagem, no Recife.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 23


Pernambuco

Vegetação

A vegetação litorânea do estado de Pernambuco apresenta, matas, manguezais e cerrados, que


recebem a denominação de "tabuleiro", formado por gramíneas e arbustos tortuosos,
predominantemente representados, entre outras espécies por batiputás e mangabeiras.
Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a presença de árvores altas, sempre verdes,
como a peroba e a sucupira. Localizados nos estuários, os manguezais apresentam árvores com
raízes de suporte, adaptadas à sobrevivência neste tipo de ambiente natural.

A vegetação nativa do planalto da Borborema e do Sertão caracteriza-se pela presença da


caatinga, devido ao clima quente e seco característico da região. A caatinga pode ser do tipo
arbóreo, com espécies como a baraúna, ou arbustivo representado, entre outras espécies pelo
xiquexique e o mandacaru.

A caatinga, vegetação predominante em 83% do território do estado. [9]

Hidrografia
Há poucos lagos e lagoas no estado, como a Lagoa do Araçá e a Lagoa Olho D'Água, ambas na
Região Metropolitana do Recife. Na periferia do município do Recife encontram-se dois belos
cartões postais do município, os Açudes do Prata e de Apipucos, sendo o primeiro pertencente ao
Parque Dois Irmãos. Além disso, existe um conjunto de reservatórios distribuídos por todo o
estado, com destaque para o Reservatório de Jucazinho, considerado o maior de Pernambuco,
localizado na mesorregião Agreste, próximo ao município de Surubim. Os manguezais são
abundantes em todo o litoral, porém foram praticamente extintos na RMR devido à urbanização
(com a exceção do maior mangue urbano do Brasil, cercado por bairros da zona sul do município
do Recife, como Boa Viagem). Porém, nos anos 90, houve um programa de re-implantação do
mangue nas margens do Rio Capibaribe, desenvolvido pela prefeitura do Recife, trazendo de
volta a vegetação ao rio por todo o município.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 24


Pernambuco

São Francisco, Capibaribe, Ipojuca, Una, Pajeú e Jaboatão são os rios principais. O São
Francisco é de importância vital para o interior do estado, principalmente para distribuição de
umidade através de irrigação. Veja lista de rios de Pernambuco

Trecho do Rio São Francisco.

Demografia
Segundo dados estatísticos do IBGE Pernambuco contava em 2000 com uma população
aproximadamente de 7.918.344 habitantes o que correspondia a 4,7 % da população brasileira,
sendo o estado de Pernambuco uma das unidades da federação de menor superfície 1,2% do
território nacional o mesmo não ocorre em relação a sua população absoluta e a sua densidade
demográfica visto ser uma das unidades da federação mais populosas bem como um dos
primeiros colocados quanto a densidade demográfica.

Demografia de Pernambuco
Ficha Técnica
População 8.810.256 (2009).
Densidade 80,3 hab./km² (2000).
Crescimento demográfico 1,20% ao ano (1991-2000).
População urbana 76,5%% (2000).
Domicílios 1.968.294 (2000).
Carência habitacional 387.648 (est. 2000).
Acesso à água 70,5% (2000)
Acesso à rede de esgoto 43,8%(2000).
IDH 0,718 (2005).
[10]
Número de Municípios 185.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 25


Pernambuco
A Importância de Pernambuco no contexto brasileiro é uma decorrência não só do contingente
populacional que abriga, mas também, pela Importância de sua capital a cidade do Recife, uma
das mais populosas do país. O censo de 2008 revelou que a população urbana de Pernambuco é
hoje maior que a população rural. Quase 76,5% dos habitantes do estado moram nas cidades. A
densidade demográfica estadual é de 80,3 hab./km².

Municípios mais populosos


O Estado de Pernambuco está localizado no centro-leste da região Nordeste do Brasil, com uma
área total de 98.938 quilômetros quadrados. Além de Recife (1.561.659), que é a capital
pernambucana, as cidades mais populosas são: Jaboatão dos Guararapes (687.688), Olinda
(397.268), Paulista (319.373), Caruaru (298.501) e Petrolina (281.851), segundo dados do
IBGE de 2008.

Lista de municípios do estado de Pernambuco por população

Lista de Municípios por População


Cidade Região População
1 Recife RMR 1.561.659
2 Jaboatão dos Guararapes RMR 687.688
3 Olinda RMR 397.268
4 Paulista RMR 319.373
5 Caruaru Agreste 298.501
6 Petrolina Sertão 281.851
7 Cabo de Santo Agostinho RMR 171.583
8 Camaragibe RMR 143.210
9 Garanhuns Agreste 131.313
10 Vitória de Santo Antão Zona da Mata 126.399
11 Igarassu RMR 100.191
12 São Lourenço da Mata RMR 99.945
13 Abreu e Lima RMR 96.266
14 Santa Cruz do Capibaribe Agreste 80.330
15 Serra Talhada Sertão 80.294
16 Araripina Sertão 79.877
17 Ipojuca RMR 75.512
18 Gravatá Agreste 75.229
19 Goiana Zona da Mata 74.424
20 Belo Jardim Agreste 74.028

Fonte: IBGE, contagem populacional 2009[11]


Recife, Araçoiaba, Itamaracá, Itapissuma e Moreno fazem parte da Região Metropolitana de Recife.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 26


Pernambuco

Imagem da capital do estado de Pernambuco e outros municípios de grande


destaque.

Recife

Caruaru

Garanhuns

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 27


Pernambuco

Etnias

Cor/Raça Porcentagem [12]


Brancos 37,9
Negros 6,3
Pardos 55,2
Amarelos ou Indígenas 0,6

Fonte: (IBGE)

Africanos
Através de carta escrita em 1539, ao Rei D. João III, pelo capitão Duarte Coelho Pereira, foi
autorizado a importação de 24 escravos africanos da costa da Guiné.

Em 1570, as Capitanias de Pernambuco e Bahia recebem juntos 30.000 negros da Guiné. No


decorrer da ocupação holandesa o número aumentou, chegando a apresentar 500 mil cativos, a
maioria de angolanos. [carece de fontes]

Crescimento populacional do Estado entre 1872 e 2005.

Índios
Há os seguintes grupos indígenas: Fulniô, Xukuru e Kapinawá, que se encontram
respectivamente nos municípios de Águas Belas, Pesqueira e Buíque, no agreste do estado e os
Kambiwá, Pankararu, Atikum e Truká, que se encontram respectivamente nos municípios de
Ibimirim, Tacaratu, Floresta e Cabrobó, no sertão do estado. [13]

A presença autóctone no estado data de mais 10 mil anos. Pinturas rupestres são encontradas em
várias áreas do sertão e agreste do estado, sendo as mais conhecidas as do Vale do Catimbau no
Município de Buíque, agreste pernambucano.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 28


Pernambuco

Hoje há aproximadamente 15 mil índios no estado, vivendo em reservas indígenas no agreste e


sertão.

Portugueses
A colonização iniciou-se com os portugueses. Duarte Coelho Pereira tomou posse de sua
capitania, Pernambuco, à qual chamou Nova Lusitânia. Com ele, além das famílias burguesas e
fidalgas, vieram alguns portugueses do norte de Portugal, Madeira e Açores.

Depois do Minho, a Madeira foi a região de Portugal que mais enviou portugueses para
Pernambuco. [14]

A emigração portuguesa para Pernambuco se dividiu em duas fases: entre os séculos XVI ao
XVIII, maioria de abastados (nobres e burgueses), e entre os séculos XVIII ao XX, maioria de
populares do norte e ilhas portuguesas. [15]

Espanhóis
Os espanhóis também se fizeram presentes, embora em menor número que os portugueses. [16]

Alemães
Presença marcante também foi dos alemães. Os primeiros registros datam do século XVII, com a
chegada da corte holandesa no Estado, que trouxe alguns alemães. As duas guerras mundiais
também impulsionaram a colônia alemã no Recife, que já contou com 1,2 mil imigrantes. [17]
Esta presença alemã pode ser observada no Deutscher Klub Pernambuco, fundado em 1920, e
que antes era restrito apenas à colônia alemã e seus descendentes. Durante a Segunda Guerra
Mundial, o Deutscher Klub Pernambuco, que tinha ligação com o Partido Nazista, [18] [19] [20] [21]
foi considerado propriedade alemã e sofreu uma desapropriação pelo Governo Federal, sendo
reavido à colônia alemã pernambucana com o fim do conflito. A partir de 1960, o clube passou a
organizar a sua Oktoberfest, a tradicional festa da cerveja do Sul da Alemanha. [22] Outra
Oktoberfest menor é realizada em Olinda, conhecida como Oktoberfest in der Altstadt von
Olinda.

Outras instituições que marcam a história alemã no Recife são o Instituto de Cultura Germânica,
que era a escola para os filhos de imigrantes alemães e ingleses, e o Centro Cultural Brasil-
Alemanha (CCBA), centro que difunde a língua e cultura alemãs na cidade, sendo reconhecido
pelo Consulado Geral da República Federal da Alemanha no Recife e pelo Instituto Goethe. A
presença alemã na cidade é também responsável pelo fato de o único consulado alemão que tem
jurisdição sobre todo o Norte/Nordeste do país estar na capital pernambucana.

Ingleses
Os ingleses influenciaram profundamente o Estado e principalmente sua capital. Já no começo
do século XIX, a presença inglesa no Recife podia ser constada pela presença de várias
empresas, entre as quais estão Great Western, Western Telegraph Company, Pernambuco
Tramways and Power Company, Huascar Purcell, Pernambuco Paper Mills, Western of Brazil
Railway Company, Price Waterhouse, Machine Cotton, John A. Thom, Cory & Brothers, Bank of

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 29


Pernambuco
London & South America, London & River Plate Bank, Royal Bank of Canada, Boxwell & Cia.,
Williams & Cia., Conolly & Cia., Ayres & Son e White Martins.

Já que a colônia inglesa não se fez massivamente presente no resto do Brasil, Recife é uma das
poucas cidades brasileiras que tem um cemitério próprio para os imigrantes ingleses e seus
descendentes, o Cemitério dos Ingleses. O cemitério encontra-se fechado a maior parte do
tempo. Apresenta um portão de ferro datado de 1852 - obra dos ingleses da Fundição d'Aurora -
e possui um administrador particular, não remunerado, que é eleito por ingleses e seus
descendentes.

A Igreja Anglicana já estava presente no Recife com a Holy Trinity Church, que ficava no bairro
da Boa Vista. Hoje, a Igreja Anglicana se encontra no bairro dos Aflitos. Também na Boa Vista,
no século XIX, foi fundado o British Hospital, que era destinado aos súditos britânicos. Ainda na
Boa Vista, havia uma rua que ganhou fama por hospedar ingleses, rua esta que recebeu o nome
de Rua do Padre Inglês e assim o mantém até hoje.

Uma lenda que faz parte do folclore pernambucano é que a palavra "forró" surgiu quando a
Great Western, para comemorar a inauguração de sua primeira estrada de ferro, promoveu um
baile animado por sanfona e zabumba, colocando um cartaz escrito "for all" (para todos).
A influência inglesa se fez sentir, ainda, em certos hábitos: o uso do tecido tropical inglês, do
linho diagonal branco - o Taylor & 120 - que não feria a pele do pescoço, da casimira, a
gravatinha borboleta, os sapatos com polainas, os chapéus de palha e as bengalas.

Em 1928, George Litlle, funcionário graduado da Great Western, e alguns de seus amigos
criaram um clube de golf, denominado Pernambuco Golf Club, que deu origem ao atual
Caxangá Golf & Country Club. O Town British Club, na rua Bom Jesus, em cima do London
Bank, foi fundado também pelos ingleses.

Também fazem parte das paisagens recifenses mais antigas os bondes que circulavam pela
cidade. Ainda hoje, é possível ver os trilhos em ruas no bairro do Recife Antigo, bairro que ainda
preserva um pouco da história da cidade com ruas de pedra e trilhos de bonde, além de prédios
antigos onde hoje funcionam cervejarias, bares e cafés. O último bonde inglês a circular no
Recife fazia o trajeto Boa Vista - Madalena, e funcionou até março de 1954. O bonde permanece
exposto na Fundação Joaquim Nabuco. [23]

Árabes
Migração considerável igualmente foi a árabe. O motivo maior da vinda de árabes para o Brasil
foi a instabilidade na região do Oriente Médio trazida com a dominação do Império Otomano.
O imperador Dom Pedro II, que falava árabe [carece de fontes], visitou o Líbano e a Síria em
1876. Em Damasco, capital síria, o imperador escreveu um poema, que enviou ao Visconde de
Taunay, onde lia-se: "Damasco dos milênios, berço da civilização, e quem a construiu ajudará a
construir o Brasil". [24] O fluxo migratório árabe para o Brasil foi estimulado e intensificado no
fim do século XIX.

No Recife, uma das marcas dos imigrantes é o Clube Libanês, erguido pela colônia libanesa, no
bairro do Pina. O primeiro contato árabe com o Estado, entretanto, se fez com missionários
católicos sírios que chegaram a Pernambuco nas caravanas portuguesas. [25]

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 30


Pernambuco

Outras etnias
Houve, em menor escala, imigração de outros povos. Famílias de outros países germânicos além
de Inglaterra e Alemanha chegaram a marcar presença em Pernambuco. Os holandeses, apesar de
terem quase majoritariamente partido do Estado, deixaram algumas famílias na capital. Gilberto
Freyre, por exemplo, uma das maiores figuras públicas da história do Estado, certa vez escreveu:
"Sou, aliás, descendente de espanhóis, tendo também sangue nórdico, holandês, português e, na
quarta geração de antepassados, sangue ameríndio, e nenhum africano, admitindo ainda possíveis
raízes árabes e judia." [26]

Em pequeno número, encontram-se ainda descendentes de italianos, japoneses (especialmente no


interior, em Bonito e Petrolina). [27] e russos, tendo o primeiro grupo da Rússia chegado, ainda no
século XIX, no porto do Recife nos navios Nadejda e Neva. Outra lenda pernambucana, aliás,
diz que os passos de frevo teriam sido incorporados à música por influência dos passos da dança
folclórica russa quando estes foram convidados pelos recifenses para uma festa.

Religião
Segundo censo do IBGE em 2000, dos 7.918 344 pesquisados no Estado de Pernambuco,
declararam-se segundo o credo: [28] [29]

 Católicos - 5.833.736 pessoas


 Protestantes - 1.033.324 pessoas
 Espíritas - 91.655 pessoas
 Religiões Afro-brasileiras - 12.988 pessoas
 Judaísmo - 4.160 pessoas
 Religiões Orientais - 3.650 pessoas
 Outras religiões - 47.225 pessoas
 Sem religião - 866.311 pessoas
 Não determinado - 8.425 pessoas

A Religião, mais de 70% dos Pernambucanos declararam-se Católicos.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 31


Pernambuco

Economia

A economia se baseia na agricultura (cana-de-açúcar, mandioca), pecuária e criações, bem como


na indústria (alimentícia, química, metalúrgica, eletrônica, têxtil).

A economia de Pernambuco, após ficar estagnada durante a "década perdida" de 1985 a 1995,
vem crescendo rapidamente do final do século XX para o começo do século XXI. Em 2000, o
PIB per capita era de 3.673 reais, totalizando um crescimento de mais de 40% nesse período, e
mais de 10% ao ano.

Evolução do PIB do estado entre os anos de 1994 e 2005.

Desde o início da dominação portuguesa, o estado foi basicamente agrícola, tendo destaque na
produção nacional de cana-de-açúcar devido ao clima e ao solo tipo massapê. Nas últimas
décadas, porém, essa quase dedicação exclusiva à produção de açúcar e do álcool da cana-de-
açúcar vêm terminando.

Exportações 2001
Açúcar 40%
Petroquímicos 11%
Peixes e Crustáceos 10%
Frutas 9%
Materiais Elétricos 9%
Outros 21%

Vêm sendo exploradas recentemente novas fontes de extrativismo, além de floricultura e o setor
industrial em torno da empresa de Suape, fundada em 1979.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 32


Pernambuco

Os principais empreendimentos são dos setores, alimentício, químico, materiais elétricos,


comunicações, metalúrgica e minerais não-metálicos. Também tem grande destaque
internacional a produção irrigada de frutas ao longo do rio São Francisco - quase que totalmente
voltada para exportação - concentrada no município de Petrolina, em parte devido ao aeroporto
internacional, com grande capacidade para aviões cargueiros do município. O município de
Gravatá é um dos principais produtores de flores temperadas do Nordeste. [30]

Componentes da economia pernambucana (1999)


Agropecuária 7,7%
Indústria 33,3%
Comércio e Serviços 59%

O crescimento da monocultura de cana-de-açúcar (aumento de 20% entre a safra de 1999 e a de


2000) vem diminuindo a cada ano, e eventualmente será nula, posteriormente tendendo a
regredir. Perde espaço para a indústria, comércio e serviços no estado.

Indicadores
 PIB - O Produto Interno Bruto de Pernambuco foi de R$ 55.504.194 mil em [31] 2006.
Em 10 anos, o PIB aumentou mais de cinco vezes (1994-2004).

 Exportações - O principal produto exportado pelo estado é a cana-de-açúcar cultivada na


Zona da Mata. Em 2001, as exportações totalizaram US$ 335 milhões.

Setor primário
Entre os principais produtos agrícolas cultivados em Pernambuco encontram-se o algodão
arbóreo, a banana, o feijão, a cana-de-açúcar, a cebola, a mandioca, o milho, o tomate e a uva.

Cultura de uva no Vale do São Francisco.

Na pecuária destacam-se as criações de bovinos, suínos, caprinos e galináceos. Merece destaque,


em Pernambuco, a expansão que vem tendo a partir dos anos 70 da agricultura irrigada no Sertão
do São Francisco com projetos de irrigação hortifrutícolas implantadas com o apoio da
CODEVASF.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 33


Pernambuco

São grandes os investimentos aplicados em uma produção voltada para o mercado externo.
Sobressaem-se frutas, como: acerola, graviola goiaba, manga, melão, melancia e a uva.

Na mineração, destacam-se a argila, calcário, ferro, gipsita, granito, ouro e quartzo. O


município de Araripina destaca-se pela extração mineral da gipsita, onde se localizam as
maiores reservas do país, e é fornecedor de 95% do gesso consumido no Brasil. [carece de
fontes]

Setor secundário
Entre 1997 e 1999, a empresa de Suape - grande complexo industrial e portuário do litoral sul
do estado - teve crescimento de 16,7%. O estado tem a segunda maior produção industrial do
Nordeste, ficando atrás apenas da Bahia. No período de outubro de 2005 a outubro de 2006, o
crescimento industrial do estado foi o segundo maior do Brasil - 6,3%, mais do dobro da média
nacional no mesmo período (2,3%). [32]

Arranha-céus na área de Boa Viagem/Setúbal, no Recife. Nos últimos anos a cidade se tornou
pólo da construção civil no estado.

Recentemente Pernambuco foi escolhido para a implantação de unidades das seguintes empresas,
entre eles o maior estaleiro do hemisfério sul, [33] o Estaleiro Atlântico Sul:

 Petrobrás e PDVSA - Refinaria;


 Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e Samsung-Estaleiro Atlântico Sul;
 Hemobrás - Fábrica de Hemoderivados;
 Novartis - Fábrica de Vacinas;
 Bunge - Moinho;
 CSN - Siderúrgica;
 Gerdau - Usina;
 Mossi & Ghisolfi - Fábrica de resina PET.

Outro segmento que merece destaque é o da extração mineral. O pólo gesseiro de Araripina é o
fornecedor de 95% do gesso consumido no Brasil.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 34


Pernambuco
O pólo de informática do Recife - Porto Digital - apesar de criado há apenas 6 anos, está entre
os cinco maiores do Brasil. Emprega cerca de três mil pessoas, e tem 3,5% de participação no
PIB do estado. [34]

Estaleiro Atlântico Sul


O Atlântico Sul é um estaleiro atualmente em construção no município de Ipojuca, no estado de
Pernambuco [1]. O Dique seco é a principal estrutura do estaleiro com 400 metros de extensão, 73
metros de boca e 12 metros de profundidade, o que possibilita a produção de embarcações com
até 500 mil toneladas.

Em setembro de 2009 aconteceu a cerimônia de batimento de quilha do primeiro navio petroleiro


do tipo Suezmax produzido pelo estaleiro para o Programa de Modernização e Expansão da
Frota (Promef 1) da Transpetro [2].

Tem encomenda para mais 9 desses navios, além de cinco do tipo Aframax, também para a
Transpetro, e dois superpetroleiros do tipo VLCC, para a empresa Noroil Companhia de
Navegação. O Atlântico Sul também construirá o casco da plataforma de petróleo P-55 para a
Petrobrás.

Papel de Centralizador Econômico


Por sua posição geográfica e disposições históricas, o estado atua como um centralizador
econômico no Nordeste há séculos.

Num raio de 300 km do Recife, vivem 12 milhões de pessoas, R$ 54,7 bilhões de PIB, mais da
metade dos centros de pesquisa da Nordeste, quatro grandes portos e dois aeroportos
internacionais. Ao estender o raio para 800 km, se concentra 90% do PIB de toda a região
Nordeste. [35] Isso se deve principalmente à posição central do estado e da RMR em relação ao
Nordeste e da proximidade da cidade do Recife de outras capitais de estado como João Pessoa e
Maceió, além de importantes centros urbanos interioranos como Campina Grande, Caruaru,
Garanhuns e Arapiraca.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 35


Pernambuco

Turismo
No Recife o Galo da Madrugada é o maior bloco carnavalesco do mundo, e que em 1995 foi
registrado no Guiness Book, reunindo um número de pessoas quase igual à população da
cidade? [36]

A igreja católica mais antiga do Brasil, construída em 1535, está localizada em Igarassu [37]

Pontos turísticos
O litoral do estado de Pernambuco tem aproximadamente 187 km de extensão, entre praias e
falésias, zonas urbanas e locais praticamente intocados. Além das praias, possui o arquipélago de
Fernando de Noronha, Patrimônio Natural da Humanidade, e suas 16 praias. Faz divisa ao
norte, com a Paraíba e ao sul com Alagoas.

 Litoral Sul

Resort na praia de Muro Alto.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 36


Pernambuco

Centro histórico do Recife.

Praia de Porto de Galinhas.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 37


Pernambuco

Ilha de Itamaracá.

Fernando de Noronha.

O litoral sul do estado, que têm cerca de 110 km de praias, é famoso por diversas praias
conhecidas nacional e internacionalmente, como Porto de Galinhas.

Turistas de todo o país se hospedam nos luxuosos hotéis e resorts do litoral. Conta também com
importantes pólos industriais, principalmente petroquímicos, e o porto de Suape, de importância
nacional.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 38


Pernambuco

Atualmente o litoral sul vive uma fase de progresso franco e rápido. Só na praia de Muro Alto,
localizada no município de Ipojuca, foram investidos mais de R$ 70 mi pela iniciativa privada
para a construção de resorts de nível internacional, aptos a receber hóspedes de todos os países.
Através do Programa de Desenvolvimento Integrado do Turismo, no litoral sul foram investidos
US$ 25 mi para obras de infra-estrutura, capacitação de mão-de-obra e preservação do
patrimônio histórico. Com o Fundo de Amparo ao Trabalhador, foram capacitados cerca de 890
profissionais para a área de turismo. Pelo mesmo fundo, 2400 pessoas foram treinadas para
trabalhar nas indústrias do litoral. [38]

Praia mais famosa do litoral sul, Porto de Galinhas ajuda a duplicar a população de Ipojuca todo
verão. Os 60 mil habitantes do município desfrutam de 10 mil vagas de trabalho, diretas e
indiretas, provenientes exclusivamente do turismo, ultrapassando a capacidade máxima de 7 mil
postos oferecidos pelo secular trabalho nos latifúndios de cana-de-açúcar. Segundo a Associação
da Indústria Hoteleira em Pernambuco (ABIH/PE), 90% da mão-de-obra empregada nos hotéis,
restaurantes, lojas de artesanato e demais segmentos turísticos são oriundos da próprio município
de Ipojuca e arredores.[39]

As principais praias do litoral sul são as dos municípios de:

 Recife (Boa Viagem e Pina)

 Jaboatão dos Guararapes (Barra de Jangada, Candeias, Piedade)

 Cabo de Santo Agostinho (Calhetas, Enseada dos Corais, Gaibu, Itapuama, Paiva,
Paraíso, Suape e Xaréu)

 Ipojuca (Camboa, Cupe, Muro Alto, Pontal de Maracaípe, Porto de Galinhas e


Serrambi)

 São José da Coroa Grande (São José da Coroa Grande Barra da Cruz, Gravatá e Várzea
do Una)

 Sirinhaém (Barra de Sirinhaém, Guadalupe e Gamela)

 Tamandaré (Tamandaré, Mamocambinhas e dos Carneiros)

As praias de Piedade e Candeias são densamente habitadas, cercadas por altos edifícios de luxo.

A partir de Itapuama, o padrão das praias passa a ser de longas faixas de areia pouco habitadas,
onde é praticado pelos nativos pesca e artesanato, e se encontram os diversos hotéis e resorts.

A economia do litoral sul não-urbano é baseada em turismo e artesanato. Em Porto de Galinhas,


há diversos restaurantes, bares, lojas de artesanato e de artigos de mergulho, casas de shows,
além de dezenas de hotéis e pousadas.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 39


Pernambuco

 Litoral Norte
O Litoral Norte do Estado é mais densamente habitado do que o litoral sul, quase urbanizado por
completo desde a Região Metropolitana do Recife até a divisa da Paraíba. Tem um dos sítios
históricos mais importantes da região, como os municípios de Olinda, Itamaracá e Goiana, que
começaram a ser povoados em 1508. Construções do Brasil-colônia, como o Forte Orange, são
muito visitadas por turistas que passam pela região.

Além das praias, também é conhecido por ter o Veneza Water Park, um dos maiores parques
aquáticos do Brasil, na praia de Maria Farinha.

As principais praias do Litoral Norte são as dos municípios de:

 Paulista (Maria Farinha, Conceição, Pau Amarelo e Janga)

 Goiana (Pontas de Pedra, Carne de Vaca, Catuama, Barra de Catuama e Atapuz)

 Itamaracá (Itamaracá e Gavoa)

 Olinda (Rio Doce e Casa Caiada)

 Fernando de Noronha

O estado administra a ilha de Fernando de Noronha, famosa ilha, que atrai muitos turistas todos
os anos, que vão lá atraídos pelas belas praias, algumas das mais bonitas de todo o país. A ilha
também é considerada o melhor lugar para à prática de Surf de todo o Brasil, e é lá que ocorrem
os principais campeonatos da modalidade no Brasil.

Infra-estrutura
Saúde
Apesar da grande carência de instalações de saúde básicas no interior do estado, a capital possui
dezenas de grandes hospitais e três grandes hospitais públicos (da Restauração, Barão de Lucena
e Getúlio Vargas, além do Hospital das Clínicas, da UFPE) que atendem aos enfermos de toda a
Região Metropolitana e também dos oriundos do interior. O pólo de hospitais particulares,
equipados com máquinas de última geração, faz da capital Recife o segundo maior pólo médico
e hospitalar do Brasil. [41]

Componentes da economia pernambucana (1999)


Mortalidade infantil 41,2% [40]
Médicos 12,6 por 10mil hab.
Leitos hospitalares 2,7 por 1000 hab.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 40


Pernambuco

Educação

As principais instalações educacionais do estado estão concentradas na capital, que conta com a
sétima melhor universidade federal do país e a vigésima segunda da América Latina, a UFPE.
[45]

IBGE 2004
Matrículas Docentes Escolas
Total Pública Privada Total Pública Privada Total Pública Privada
Ensino Pré-Escolar 270.145 154.648 115.997 14.577 7.839 6.738 6.545 4.222 2.323
Ensino Fundamental 1.752.632 1.523.737 228.895 73.635 58.168 15.467 10.488 8.511 1.977
Ensino Médio 425.890 395.897 59.903 20.200 14.883 5.317 1.118 762 356
Ensino Superior 116.561 31.127 55.434 6.977 4.180 2.797 72 18 54

Pernambuco tem suas principais faculdades e universidades fundadas no século XIX e XX.
Algumas se destacaram nacionalmente. A centenária Faculdade de Direito do Recife, hoje
vinculada à UFPE, fundada a 11 de agosto de 1827, foi o primeiro curso superior de direito do
Brasil, juntamente com o curso de São Paulo, ainda sob governo de Dom Pedro I. Nela
importantes nomes da história brasileira estudaram, destacando, dentre inúmeros outros
expoentes, o poeta, abolicionista e escritor baiano Castro Alves, o jurista Clóvis Bevilaqua, o
jurista Torquato de Castro, o jurista e pensador Tobias Barreto e o diplomata, escritor e político
abolicionista Joaquim Nabuco. Ainda hoje a festejada faculdade de Direito do Recife,
honrando sua tradição, é um centro de excelência no ensino do direito, estando, tanto em nível de
graduação como de pós-graduação, entre os cinco melhores cursos jurídicos do Brasil, segundo a
OAB e o MEC. [46]

Fachada principal da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 41


Pernambuco

A UFPE, que, completou 60 anos em 2006, é uma das mais antigas instituições federais do
Brasil. Há também a Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE, fundada em 1912,
como Escola Superior de Agricultura, hoje a instituição desenvolve suas atividades voltadas para
a busca intensa do conhecimento científico nas áreas de Ciências Agrárias, Humanas e Sociais,
Biológicas, Exatas e da Terra. O Estado possui dois Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco e o Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano), antigos CEFETs e escolas
técnica e agro-técnicas federais, que além de se dedicarem ao ensino técnico, a quase 100 anos,
têm oferecido com excelência cursos superiores tecnológicos. Outra instituição importante é a
UPE, Universidade de Pernambuco, antiga FESP, que é uma universidade estadual com campus
avançados em várias cidades do interior do Estado. [47]

Resultados no ENEM
Ano Português Redação
2006[42]
35,97 (9º) 36,90 51,01 (13º) 52,08
Média

2007[43]
49,75 (10º) 51,52 55,35 (12º) 55,99
Média

2008[44]
40,05 (10º) 41,69 57,29 (21º) 59,35
Média

Modelo pernambucano pode ser a saída para uma educação de qualidade


O modelo de escola pública de qualidade pode estar em Pernambuco, mais precisamente em 33
unidades de ensino espalhadas em todo o Estado. É o que acredita o presidente do Instituto Co-
Responsabilidade pela Educação (ICE), Marcos Magalhães, que na segunda-feira (19) lança o
livro A juventude brasileira ganha uma nova escola de ensino médio - Pernambuco cria,
experimenta e aprova. Em 135 páginas, o também presidente do Conselho Consultivo da Phillips
na América Latina, conta sua experiência à frente da reforma do Ginásio Pernambucano (criado
em 1853), onde estudou, e como surgiu a iniciativa de transformá-lo em um Centro de Ensino
Experimental, inaugurado em 2003. "O modelo de gestão comprometido com o jovem além da
escola, que o ensina para a vida, é que irá transformar nosso País. Mas não podemos pensar
apenas em políticas de governo. Esse deve ser um compromisso do Estado", avalia.

Marcos Magalhães apresentou seu projeto nesta sexta-feira (16) à imprensa, em coletiva
realizada no JCPM Trade Center, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Segundo o presidente do
ICE, a parceria entre iniciativa pública e privada deu tão certo que o Estado já colocou em
operação 33 Centros de Ensino Experimental, com capacidade para atender cerca de 20 mil
alunos. A meta para os próximos seis anos é criar 75 escolas de tempo integral. Além disso,
outras 600 unidades devem ter sua jornada ampliada, seguindo o mesmo método de gestão dos
centros.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 42


Pernambuco
Três estados nordestinos - Ceará, Maranhão e Piauí - já estão com o modelo em fase de
implantação. "Também apresentamos o projeto em São Paulo e Minas Gerais e os governadores
desses estados estão interessados", antecipou Magalhães que, no próximo mês, estará no Chile
"exportando" uma idéia genuinamente pernambucana. Representantes de mais três países da
América Latina - Equador, Peru e Argentina - já estão com visitas marcadas para conhecer os
centros de ensino.

A rede estadual de ensino conta com 51 escolas de referência em ensino médio. São 16
localizadas no Recife e Região Metropolitana e 35 distribuídas pelo interior do Estado, sendo 33
funcionando em horário integral (Centros de Referência) e 18 com jornada parcial.

Nas escolas com atendimento integral, o aluno estuda nos dois turnos, com 45 horas/aulas por
semana. Nas unidades com jornada parcial, o estudante tem uma carga horária de 35 horas/aula
por semana, com dois dias de aula no contra-turno. Além do ensino regular, todas as Escolas de
Referência oferecem ensino profissionalizante.

Fonte: JC on-line

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 43


Pernambuco

Transportes

A principal forma de transporte do estado são rodovias. As mais importantes são a BR-101, que,
avançando pela costa pernambucana, liga o norte ao sul do estado, passando pela RMR, e a BR-
232, ligando a capital ao interior do estado, no sentido leste-oeste.

O estado tem dois aeroportos internacionais. O Aeroporto Internacional do Recife - Gilberto


Freyre é o maior aeroporto do Norte-Nordeste, com uma pista de 3305 m e capacidade para 5
milhões de passageiros ao ano.[48] O Aeroporto de Petrolina possui a segunda maior pista de
pouso do Nordeste e o seu principal emprego é no transporte da produção de frutas do Vale do
São Francisco para o exterior.

Aeroporto Internacional do Recife.

Pernambuco apresenta dois portos marítimos: o de Suape, segundo maior do Brasil, localizado
no município de Ipojuca, e o do Recife, um dos mais antigos do Brasil, que muitos estudiosos
afirmam ter dado início ao Recife.

As rodovias mais importantes são a BR-101, na costa do estado, no sentido de norte-sul,


passando pela Grande Recife, e a BR-232, que se estende em sentido leste-oeste partindo da
cidade do Recife, onde começa no trevo da Avenida Abdias de Carvalho com a BR-101, em
direção ao interior do estado. A ligação BR-316/122/407/428/110 faz a ligação das localidades
da margem esquerda do São Francisco em Pernambuco entre Petrolina e Petrolândia.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 44


Pernambuco

Malha viária do estado

Ferrovias
Pernambuco foi o primeiro Estado do Nordeste e o segundo do Brasil a ter uma estrada de
ferro: a ferrovia Recife-Cabo, inaugurada a 08 de setembro de 1855, com extensão de 31,5 km
ligando a localidade de Cinco Pontas, no Recife, ao município do Cabo. À época, existia no
Brasil apenas a Ferrovia Mauá, também uma pequena ferrovia construída em Petrópolis, Rio de
Janeiro.

O projeto pernambucano, denominado "Estrada de Ferro do Recife ao São Francisco", foi


executado em várias etapas, com o objetivo de dotar o Estado de uma malha ferroviária para o
transporte de mercadorias e passageiros. Após a etapa Recife-Cabos, vieram as linhas Ipojuca-
Olinda-Escada e Limoeiro-Ribeirão-Água Preta-Palmares.

O trecho entre Palmares e Catende foi inaugurado em 1882. Em seguida, o trem chegou a
Garanhuns (1887), Mimoso (1911), Arcoverde (1912) até atingir o município sertanejo de
Salgueiro.

Durante várias décadas, o transporte ferroviário exerceu decisiva influência na economia do


Estado. A partir da metade da década de 1960, as ferrovias pernambucanas ficaram praticamente
abandonadas e acabaram dando lugar às rodovias.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 45


Pernambuco
Apesar do abandono, atualmente (novembro de 2004) vários trechos de trilhos ainda resistem ao
tempo e encontramos também vários prédios (muitos deles em ruínas) que serviram de estações
ao longo do percurso da ferrovia.

Estação Ferroviária (Vitória de Santo Antão)

Inauguração e festa
A história da ferrovia em Pernambuco começa no dia 07 de agosto de 1852 quando o governo
imperial concedeu, através do decreto 1.030, aos irmãos Mornay (os engenheiros anglo-
brasileiros de origem francesa Edward e Alfred Mornay) o direito de construir e explorar durante
90 anos “um caminho de ferro” entre as cidades do Recife e o então povoado de Água Preta.
Essa concessão era apenas a parte inicial de um projeto maior que estendia a estrada de ferro até
as margens do Rio São Francisco.

Como a concessão aos irmãos Mornay abrangia apenas a primeira parte do plano, a 13 de
outubro de 1853 o governo assinou contrato (decreto 1.246) com a “Recife and São Francisco
Railway Company”, empresa com sede em Londres, que promoveu algumas alterações no
projeto.

Uma dessas modificações foi a de que o trecho inicial da ferrovia não deveria dirigir-se a Água
Preta, mas alcançar a confluência dos rios Una e Piaragi, podendo ser prolongado até as
proximidades da Cachoeira de Paulo Afonso.

Estabelecidos os termos do negócio, a 07 de setembro de 1855 foi lançada a pedra fundamental e


tiveram início as obras do que seria a primeira estrada de ferro pernambucana: um trecho de 31,5
km ligando a localidade de Cinco Pontas, no Recife, ao município do Cabo.

Esta seria a segunda estrada de ferro brasileira (pois a única existente à época era a Ferrovia
Mauá, em Petrópolis, Rio de Janeiro) e tinha o seguinte percurso: Cinco Pontas-Afogados-Boa
Viagem-Prazeres-Cabo.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 46


Pernambuco
A Estrada de Ferro Recife-Cabo foi inaugurada a 08 de fevereiro de 1858. Mas sua construção
demorou mais do que o previsto no projeto, por conta de alguns atropelos. O principal entrave
foi uma epidemia de cólera-morbo que se alastrou em Pernambuco em 1856, matando mais de
30 mil pessoas, inclusive a maior parte dos engenheiros vindos da Inglaterra. A catástrofe não só
forçou a diminuição do ritmo das obras, como também provocou a total paralisação dos trabalhos
por várias vezes.

Quando finalmente foi inaugurada, a ferrovia tornou-se uma das principais atrações dos
recifenses e as viagens entre o Recife e o Cabo viraram moda. Havia dois trens, um saindo do
Recife às nove da manhã e outro às cinco da tarde e a passagem na 1ª classe custava quatro mil
réis.

Os jornais publicavam anúncios da maravilhosa excursão "num cômodo banco da carruagem


puxada por locomotiva possante, vendo pelas janelinhas canaviais e cajueiros, praias e
coqueirais, mangues e colinas".

O primeiro trem pernambucano fez tanto sucesso que chegou a disputar público com os
espetáculos apresentados no Teatro Santa Isabel, que na época havia reaberto depois de uma
temporada fechado para reformas. No cabo, o Grande Hotel passou a utilizá-lo em suas
campanhas para atrair turistas: oferecia hospedagem "com decentes e abundantes iguarias, belo
banho, ótimo jardim". Tudo, como num verdadeiro pacote turístico, acompanhado de "uma
excelente banda de música militar para os divertimentos da noite".

O trem que a 08/02/1858 partiu da estação de Cinco Pontas para o Cabo transportou, na sua
viagem inaugural, mais de 400 pessoas. Após a tradicional bênção, o comboio partiu às 12 horas
e 30 minutos depois, atingiu o ponto de chegada, onde uma multidão o aguardava.

Na chegada ao Cabo, o superintendente da "Estrada de Ferro do Recife ao São Francisco",


J.T.Wood, discursou louvando o imperador do Brasil pela empreitada. O presidente da província
de Pernambuco saudou a Rainha Vitório. E a festa durou o dia todo.

O estado teve uma das primeiras ferrovias do país - a Recife-Cabo de Santo Agostinho,
inaugurada a 8 de setembro de 1855, ainda no Brasil Império, construída para transporte de
passageiros e carga. Logo depois de completada, foram iniciados os trechos Ipojuca-Olinda-
Escada e em seguida Limoeiro - Ribeirão - Água Preta - Palmares. Em 1882, foi completado o
trecho Palmares - Catende, seguido de Garanhuns (1887), Mimoso (1911), Arcoverde (1912) e
Salgueiro.

Locomotiva a Diesel

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 47


Pernambuco
A novidade provocou curiosidade e festividade entre os recifenses. Em sua estréia, o trem da
linha Recife-Cabo, partindo do Forte das Cinco Pontas transportou mais de 400 pessoas. A
locomotiva partiu às 12h e 30 minutos depois atingiu o ponto de chegada, onde uma multidão
aguardava.

Transnordestina
A Transnordestina é uma estrada de ferro para interligar o Nordeste (pelo centro da região)
com o Sudeste do Brasil, com o objetivo de facilitar o escoamento da produção econômica
nordestina. Consiste na construção dos trechos entre os municípios de Petrolina e Salgueiro (231
km) e Salgueiro/Missão Velha, no Ceará, (114 km), além da recuperação do trecho Salgueiro-
Recife (382 km).

Os custos do projeto, em dados de 1998, eram de R$ 380 milhões. A idéia da Transnordestina


vem do século XIX, quando se planejou a construção de uma estrada de ferro que interligasse a
parte central do Nordeste com a Ferrovia Norte-Sul, a maior do Brasil.

Mas, só em 1987 o governo colocou a idéia no papel. Inicialmente, o projeto previa a construção
de 867 kilômetros de ferrovias, nos seguintes trechos: Petrolina/Salgueiro, Salgueiro/Missão
Velha, Crateús/Piquet Carneiro e Senhor do Bonfim-Iaçu. Além da construção desses trechos,
estava prevista a recuperação de 1.635 kilômetros de ferrovias já existentes.

O custo desse projeto era de US$ 951,3 milhões, mas praticamente nada foi feito. Apenas
durante o governo do presidente Itamar Franco os trabalhos tiveram início: foram gastos US$ 8
milhões (cerca de 1% do orçamento inicial) e logo as obras foram interrompidas em meio a
denúncias de superfaturamento.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 48


Pernambuco
O Metrô do Recife foi inaugurado em março de 1985, com a linha Werneck - Centro, de 6,2
km de extensão. Seguiram-se construções de outras estações, e em outubro de 1986 chegou ao
Terminal Integrado de Passageiros, TIP (rodoviária do Recife). Atualmente estão sendo feitas
obras para a expansão da rede em direção ao aeroporto, apresentando projeto de integração com
o mesmo.

Metrô do Recife

O Terminal Integrado de Passageiros foi inaugurada a outubro de 1986, sendo a segunda


maior estação rodoviária do país. Ocupa 446.000 m², e possui diversas lojas em seus quatro
pisos.

Terminal Integrado de Passageiros, TIP (rodoviária do Recife).

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 49


Pernambuco

Referências
Referências citadas
1. Ranking do IDH dos estados do Brasil em 2005. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
(15 de setembro de 2008). Página visitada em 17 de setembro de 2008.
2. Fundação Joaquim Nabuco. Sinagoga do Recife - Kahal Zur Israel.
3. Fundação Joaquim Nabuco. Ponte Maurício de Nassau.
4. Prefeitura Municipal de Monteiro. I Encontro Regional das Rendas Renascença.
5. 5,0 5,1 Pe-az Dados e estatísticas sobre o estado de Pernambuco
6. Editora Abril - Guia Quatro Rodas. Triunfo - Pico do Papagaio.
7. Laboratório de Meteorologia de Pernambuco - Temperatura média do ar nos municípios pernambucanos
8. Secretaria de Turismo de Pernambuco. Rota Cangaço e Lampião.
9. Portal do Meio-ambiente - http://www.portaldomeioambiente.org.br/JMA-BiomasBrasileiros/Caatinga.asp
10. Título ainda não informado (favor adicionar) (em português).
11. Estimativas da população para 1º de julho de 2009 (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
12. IBGE. População e Domicílios - Pesquisa IBGE 2008 (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).
13. Título ainda não informado (favor adicionar) (em português).
14. Carlos Xavier Paes Barreto, ob. cit., p. 153
15. IBGE - http://www.ibge.gov.br/brasil500/portugueses/imigrestrita.html
16. Título ainda não informado (favor adicionar).
17. Título ainda não informado (favor adicionar) (em português).
18. Título ainda não informado (favor adicionar) (em português).
19. Aventuras na História, mar. de 2006.
20. Título ainda não informado (favor adicionar) (em português).
21. Título ainda não informado (favor adicionar) (em português).
22. Título ainda não informado (favor adicionar) (em português).
23. Título ainda não informado (favor adicionar) (em português).
24. Título ainda não informado (favor adicionar).
25. Título ainda não informado (favor adicionar).
26. Título ainda não informado (favor adicionar) (em português).
27. Título ainda não informado (favor adicionar) (em português).
28. Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000
29. Título ainda não informado (favor adicionar) (em português).
30. Jornal do Commercio. Flores aquecem economia de Gravatá.
31. PIB 2006 IBGE Cidade a cidade págs.29 a 31 (em português).
32. Folha de Pernambuco/IBGE. Estado tem 2° melhor desempenho do ano no país.
33. BNDES. BNDES aprova financiamento de R$ 513 milhões para a construção do Estaleiro Atlântico Sul, em PE.
34. O Globo - RJ. = 168 Porto Digital torna Recife um pólo de informática.
35. Secretaria de Planejamento e Gestão do estado de Pernambuco. Evolução e Perspectivas de Desenvolvimento de
Pernambuco.
36. Fundação Joaquim Nabuco. Galo da Madrugada.
37. Pernambuco.com. Igrejas.
38. Pernambuco.com. Potencial turístico desperta interesse de grandes construtoras para resorts.
39. Pernambuco.com. Na alta estação a população de Ipojuca chega a duplicar com número de turistas.
40. Breves notas sobre a mortalidade no Brasil no período 2000 – 2005.
41. Pólo Médico.
42. Título ainda não informado (favor adicionar).
43. Título ainda não informado (favor adicionar) (em português).
44. Título ainda não informado (favor adicionar) (em português).
45. Webometrics. Webometrics Ranking of Latin American Universities.
46. Faculdade de Direito do Recife. Faculdade de Direito do Recife.
47. Universidade Federal de Pernambuco. UFPE 60 Anos.
48. Fundação Joaquim Nabuco. Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre.

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 50


Pernambuco

Referências gerais
 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal, 1991 e 2000. Ranking do IDH-M das Unidades da Federação, versão html.

 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de Indicadores Sociais 2006. Tabela


5.11 - Índice de Gini da distribuição do rendimento mensal das pessoas de 10 anos ou mais de
idade, com rendimento, segundo as Grandes Regiões e Unidades da Federação - 2005.

 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Contas Nacionais número 18 - Produto


Interno Bruto dos Municípios, 2004. Tabelas de Resultados - Tabela 1 - Produto Interno Bruto
per capita segundo Grandes Regiões, Unidades da Federação e Municípios - 2001-2004.

Ver também
 Dia de Pernambuco
 Hino de Pernambuco
 Bandeira de Pernambuco
 Anexo: Lista de municípios de Pernambuco por população
 Anexo: Lista de municípios do estado de Pernambuco
 Anexo: Lista de pernambucanos notáveis
 Anexo: Lista de governadores de Pernambuco
 Mesorregiões de Pernambuco
 Região Metropolitana do Recife
 RIDE Petrolina - Juazeiro

Ligações externas
 Governo de Pernambuco (em português)
 História de Pernambuco (em português)
 Fernando de Noronha (em português)
 Página do IBGE sobre Pernambuco (em português)
 Poder Judiciário de Pernambuco (em português)
 Assembléia Legislativa de Pernambuco (em português)

“onde o mar se arrebenta” | Maurijones J. de Albuquerque 51


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Instructor Profile

My instructor experience also includes CAD courses taught at SENAI-PE. From


1991 to 2001 I taught technical drawing and AutoCAD to high school students and
conduct AutoCAD training for professional from industry. Prior to teaching, my
professional experience in large-sized industry has been as an Operational Training
Instructor to prepare persons to operate industrial machinery and equipment and as
Drafter for the last 21 years

Since 2006 I have been an ATC instructor and technical supporter for an Autodesk
VAR/ATC where I have been conducting training program on AutoCAD and
Autodesk Inventor and as Instructor I have been training both beginners and
®
advanced users in AutoCAD -based software. I have obtained certification on
vocational training instructor on computer and information technology of the
Syokugyodai - Polytechnic University – Sagamihara, Japan, and the mechanical
design and drafting certificate. I have worked as a designer, high school teacher,
vocational school instructor. My main interests as related to CADD are design and
manufacture.

http://twitter.com/maurijones
Phone: 81 - 9658-8062
http://designbuilder.com.sapo.pt/

O QUE ME PREOCUPA NÃO É O GRITO DOS MAUS. É O SILÊNCIO DOS BONS.


MARTIN LUTHER KING

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