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Sinopse:
Francesca Getti de dezesseis anos quer ter uma vida normal, onde ela é
uma na multidão misturando-se nela, então ninguém saberia o quanto
esquisita ela é. Arrastada pela Europa pela sua mãe para se juntar a
Feira Gótica, um grupo viajante de psíquicos, mágicos, e uma variedade
de outras esquisitices, Fran tem que lidar não só com a angústia normal
de sempre ser um peixe fora d'água, mas também com o fato de ela ser
uma vidente. Entra um Moravian Dark One (conhecido pela maioria das
pessoas como vampiro) chamado Benedikt que afirma que Fran é a
chave para a redenção de sua alma, um cavalo misterioso que parecer
ter um passado envolvido, uma amiga imortal que lembra de como
Mozart era, e um demonologista que pensa que é Elvis, e você pode
entender por que Fran se desespera tentando se encaixar.
Capítulo 1
O que você quer fazer primeiro – ter sua aura fotografada ou ir à bruxa
e ela lançar um feitiço? ”A garota perguntou.” Você sabe aquele garoto
medroso que via pessoas mortas em Sexto Sentido? Ele é o Norman P.
Normal comparado a mim. Um cara usando uma mochila respondeu a
pergunta da garota. “Eu quero ver o demonologista. Eu tenho tido má
sorte ultimamente; isso pode ser devido a demônios. Ele pode me dizer
se eu fui demonizado.” Ok, então o garoto podia ver fantasmas, eu
podia dar isso a ele, mas sua mãe era uma bruxa de boa fé? “Eu não sei
que demônios dariam a você má sorte, John,” a garota disse, franzindo
a sobrancelha. “Isso soa como uma maldição. Talvez nós devêssemos
ver a bruxa primeiro e checar você por maldições.” Ele passa seus dias
viajando pela Europa com um grupo de pessoas que sabem mais sobre
fantasmas, demônios, e vários tipos de coisas estranhas do que coisas
como caixas eletrônicos e celulares e a última gostosa no American
Idol? A voz da garota cortou através do meu desvario mental “Eu ouvi
que eles têm um vampiro que bebe sangue de um voluntário cada noite!
Eu amaria ver isso!” Ah, sim, eu esqueci os vampiros. Não que a Feira
Gótica tenha algum, mas ainda, o que eu estava pensando? “Hey,
Lindsay, dá uma olhada naquela garota. Ela parece estranha. Você acha
que ela faz parte do show?” Eu aposto que o garoto do Sexto Sentido
tinha que viver em uma casa normal, com uma mãe normal, e ir para
uma escola normal com as outras crianças normais. Eu estaria de
coração disposta a me exibir com um pouco de “Eu vejo gente morta”
em ordem para ter todo aquele normal ao redor de mim. “Shhh, ela
pode ouvir você.” Os dois pararam em frente a mim, uma garota e um
cara provavelmente uns poucos anos mais velhos do que eu,
aproveitando a oportunidade para me dar mais uma olhada. Eu tentei
parecer como se não houvesse nada de anormal em estar em frente a
uma tenda com uma grande mão vermelha pintada de um lado,
afundando minhas próprias mãos em meus bolsos só para ter certeza
que eu não toquei em nada. Não tocar, não diga que essa não é minha
política. “Tudo bem, ela provavelmente nem mesmo fala inglês. Ela com
certeza não parece normal, não com toda aquela pele branca e cabelo
preto. Talvez ela seja uma dos Góticos?”
Ou talvez só acontece que eu tenho um pai italiano e uma branquela
mãe escandinava? Você pensa? A garota riu. Eu mandei uma pequena
oração para a deusa que Imogen colocaria seu traseiro em marcha e
voltaria para seu estande então eu não teria que ficar aqui e deixar os
ignorantes de bica aberta por mim. Ignorante – que é uma daquelas
palavras que você suportava quando você viaja com um show de
horrores. Isso significa as não legais, pessoas sem estrutura para o
estilo da Feira. “Talvez ela seja um dos vampiros! Parece-se com um,
você não acha? Eu posso vê-la bebendo o seu sangue.” Eu virei minhas
costas para que eles não vissem meus olhos rolarem. Podia ser raro
encontrar americanos tão longe na Hungria, mas eu não estava tão
desesperada para ver meus compatriotas quererem que eu bebesse seu
sangue. Além do mais, todo mundo sabia que só caras eram vampiros.
“Francesca, eu lamento tanto!” Imogem apressada passando o casal,
seu longo cabelo loiro ondulando atrás dela enquanto esquivava-se
atrás de uma mesa e agarrava a placa e o cavalete que mostravam que
ela estava disponível para ler palmas e pedras de runas. Ela ignorou o
casal observando enquanto colocava o cavalete no canto da tenda,
atirando a placa sobre ela enquanto tagarelava no seu estilo registrado
Imogen – suave sotaque aspirado que era parte britânico, parte alguma
coisa que eu não podia por meu dedo nele, não que eu estivesse na
Europa tempo suficiente para aprender como dizer alguma coisa mais
do que: oi, tchau, obrigado, quanto é isso, e eu não deixaria meu
cachorro usar esse vaso; onde está o limpo? Em três diferentes línguas
(alemão, francês e húngaro, para aqueles de vocês que estão se
doendo para saber). “Muito obrigada por olhar minhas coisas. Absinthe
insistiu em me ver – evidentemente houve outro roubo. Ah, abençoada
seja, você não tocou em nada. Você sabe que eu não gosto que
ninguém toque nas pedras, e Elvis estava atrás de mim para ajudá-lo a
montar, o que é ridículo, por que você sabe que ele tem uma aura
laranja, e pessoas com auras laranja estão absolutamente mortas para
mim antes que eu suponha ler. Mas eu tenho algo excitante para contar
a você! Meu irmão está vindo me ver!” Eu me endireitei do meu
perpétuo desengonçado e dei ao casal um grande, sorriso cheio de
dentes para mostrar a eles que eu não tinha presas. Eu era tão alta
quanto o cara (um metro e oitenta e dois), e tão grande quanto, ou
maior do que ele. Ele pareceu um pouco preocupado com o fato. A
garota corou um pouco e agarrou o braço do namorado, arrastando ele
em direção a larga tenda, aquela onde a banda tocava depois dos
shows de mágica. A ironia de eu tentando provar que eu era normal não
me fugia. Eu sou assim. Eu vejo ironia demais. Você sabe o que. É uma
dor no traseiro. “Eles pensavam que eu era um vampiro,” eu disse a
Imogen enquanto ela sacudia seu pano azul estirando. Ela ergueu uma
sobrancelha dourada. “Você? Você é uma mulher.” Eu reiniciei meu
desleixo que me fazia parecer menos com um jogador de futebol
musculoso, e puxei minha camiseta em uma tentativa de me fazer
parecer menor, mais bonita, mais fina... Você sabe, como uma garota.
“Sim. Acho que eles não sabem das regras.” Ela murmurou alguma
coisa que soou como peões, e arrumou as três tigelas de cerâmica de
pedras de runa ao longo de um lado do pano estirado. “Absinthe disse
que a banda fugiu a noite com a última entrada da semana, mas Peter
disse que eles não, que só ele e Absinthe têm a combinação para o
cofre, e que ele não foi forçado. Ela foi para a Alemanha para encontrar
uma nova banda. Eu mordi a pele rachada do meu lábio inferior. Esse
era o terceiro roubo nos últimos dez dias. Embora eu odiasse
concordar com Absinthe, se a banda escapou durante a noite, isso
soava como eles fossem culpados. “O que eles vão fazer sobre hoje à
noite?” “Peter esta contratando uma banda local. Eu espero que eles
sejam bons; as últimas bandas que ele contratou tem sido do abismo
além do ponto de vista.” Eu inclinei minha cabeça para o lado, enfiando
meu cabelo atrás de minha orelha, desejando pela milionésima vez que
ele fosse qualquer coisa exceto liso, liso, liso. Outras pessoas tinham
cabelo cacheado – mesmo minha própria mãe tinha cabelo cacheado.
Por que eu não posso? “Você é a única pessoa que eu conheço que
escutou Mozart tocar em pessoa, e ainda pensa que bandas góticas são
as melhores.” Imogen me deu um de seus sorrisos matreiros “Mozart
era um pirralho. Talentoso, mas ainda um pirralho. Mas The Cure –
agora isso é música!” Vê sobre o que eu estou falando? É normal que
sua melhor amiga seja uma imortal de quatrocentos anos de idade?
“Qual o problema, Fran? Você de repente parece chateada com alguma
coisa. Elvis tem te incomodado de novo? Você gostaria que eu...” Eu
balancei minha cabeça. “Você sabe que ele não vê ninguém além de
você. E além do mais, eu sou maior do que ele. Eu acho que ele tem
medo que eu o espanque se ele tentar mexer comigo.” Imogen se
afastou das luzes perfumadas, inclinando sua cabeça enquanto me
olhava. O inclinar de sua cabeça era muito melhor do que o meu, desde
que ela tinha longo, cabelo cacheado, enquanto o meu era curto, do
comprimento do queixo, cheio de cabelo preto liso que recusava tanto
bobes ou química de permanente para dar a ele corpo. “Estou vendo.
Você está se sentindo deslocada de novo.” Eu não podia me impedir de
rir com aquilo. Legal, por que eu gosto de Imogen, mas ainda assim, eu
tinha que rir. “De novo. Sim, como quando eu sempre sou a
deslocada?” “Eu acho que a pergunta é, de preferência, por que você
se sente que é?”
Eu olhei ao redor para ter certeza que ninguém estivesse perto para nos
escutar – não que algumas pessoas ligadas a Feira Gótica1 tivesse que
estar por perto para escutar (eu apostaria com você toda minha mesada
do verão que o garoto do Sexto Sentido não tinha leitores de mente
escutando os pensamentos dele). “Você quer uma lista? Você vai ter!
Primeiro, eu sou aproximadamente do tamanho e da forma do seu
linebacker2 comum da escola. “Não seja boa; você não é. Você é uma
garota adorável, alta e escultural. Os homens vão estar caindo aos seus
pés em poucos anos.” “Sim, caindo de susto,” eu disse, então
rapidamente me movi antes que ela fosse forçada a dizer outras coisas
legais sobre mim. Você só tinha que olhar para mim e ver que eu sou
grande, monstruosamente imensa. Eu não precisava da minúscula,
pequena, delicada pena vinda da minúscula, pequena, delicada Imogen.
“Segundo, meu pai se casou novamente com uma garota que é só um
par de anos mais velha do que eu, e me disse que ele precisa de seis
meses sozinho com ela para se assentar, o que significa que quando
minha mãe conseguiu um emprego em uma feira européia, eu tinha que
ir com ela.”
“Eu lamento por seu pai,” ela disse, sua testa toda franzida, com se
aquilo realmente importasse para ela. Esta é uma das coisas que eu
gosto tanto em Imogen – é honesta. Se ela gosta de você, ela realmente
gosta de você, tudo em você, e se levantava por você contra quem - ou
o que quer que estivesse fazendo de sua vida um pesadelo vivo. “É
errado dele, banir você de sua vida. Ele devia saber melhor.” Eu fiz a
cara que minha mãe chamava de uma tromba. “Mamãe disse que ele
está tendo uma crise de meia idade, e que é o porquê ele ter comprado
um carro esporte e arranjado para si uma esposa troféu. Tudo bem. Eu
realmente não gostava de ficar muito com ele.” Bzzzt! Grande e enorme
mentira. Eu esperava que o detector de mentiras de Imogen não me
pegasse com essa. Eu me apressei para a próxima queixa em caso dele
ter feito. “Terceiro, a feira não é uma feira normal, do tipo com pipoca e
algodão doce e falsos cantores country. Ah, não, esta feira está repleta
de pessoas que podem falar com os mortos, fazer mágica de verdade,
ler mentes, e outras coisas esquisitas como isso. Um minuto eu tinha
uma vida relativamente normal com amigos normais e uma escola
normal, vivendo com uma quase normal mãe em Oregon, e no outro eu
sou Fran a Rainha Esquisita, passando o verão saindo com pessoas
que dariam a maioria das pessoas um caso de calafrios que duraria
para uma vida. Se isso não é algo para se parecer chateado, eu não sei
o que é.” “As pessoas daqui não são esquisitas, Fran. Você tem estado
com a gente tempo suficiente para ver isso. Elas são dotadas com raros
talentos, assim como você é.” Eu mergulhei minhas mãos mais
profundamente em meus bolsos, a suave seda das luvas de látex
roçando contra as pontas de meus dedos. Meu “talento” era algo que
eu não gostava de falar. Para ninguém, não que alguém além de Imogen
e minha mãe soubessem sobre isso. Eu acho que Absinthe suspeitava,
mas ela não podia fazer nada sobre isso. Ela tinha medo do que minha
mãe faria com ela se tentasse mexer comigo. Ok, às vezes era bom ter
uma bruxa como mãe. A maior parte do tempo, porém isso apenas
enchia. O que eu daria por uma mãe que fosse uma secretária e
soubesse como assar biscoitos... “Você não acha que eu sou uma
aberração, acha?” Os olhos azuis de Imogen ficaram pretos. Essa era
uma das espécies de coisas que podia fazer, ela me disse. Seus olhos
mudavam as cores com fortes emoções. “Não, não você, você não
podia impedir que seu pai fosse um vampiro.” “Dark One,” ela corrigiu,
agitando as velas. Elas eram as especiais que minha mãe fez, velas de
encantamento, ligadas com feitiços e ervas para melhorar a clareza da
mente e a comunicação com a deusa. Eu acenei. Uma das primeiras
coisas que Imogen tinha me dito sobre os vampiros era que eles
gostavam de ser referidos por seus nomes apropriados: Moravian Dark
Ones. Só os caras eram Dark Ones, no entanto; as mulheres eram só
chamadas de Moravian. “Você não é uma aberração só por que seu pai
foi amaldiçoado por algum lorde demônio. Não é como se você bebesse
sangue ou qualquer coisa.”
Imogen deu de ombros. “Eu tenho. Não é muito bom. Eu prefiro
Frankovka.” Esse era o vinho preferido de Imogen, a única coisa que
ela bebia. Ela tinha estojos das coisas que transportava com ela de
cidade em cidade. Ela dizia que isso a lembrava de sua casa na
República Tcheca. “Eu acho, querida Francesca, que o que você mais
precisa é de um amigo.” Eu chutei um torrão na grama, e observei pelo
canto de meu olho enquanto ela fazia uns símbolos no ar. Barreiras, ela
as chamava, artifícios de proteção com um feitiço que você tinha que
desenhar no ar. Todos os vampiros – desculpe – Moravians – podiam
desenhar barreiras. Mamãe tinha estado perturbando Imogen para
ensiná-la a como fazê-las, mas por alguma razão ela tinha recusado.
“Eu tenho amigos, muitos amigos.” Essa era outra mentira, eu não
tinha amigos de verdade em casa, mas eu percebia que eu não
precisava fazer a mim mesma soar mais patética do que eu já tinha.
“Não em Oregon, aqui. Você precisa de amigos aqui.” Ela não olhou
acima enquanto traçava outro símbolo no pano estendido. “Eu tenho
amigos aqui também. Há você.” Ela sorriu e me acenou em direção a
ela. Eu me inclinei para frente, à parte de trás do meu pescoço
formigando enquanto seus dedos dançavam no ar a algumas moléculas
de distância da minha testa. Ela tinha desenhado uma barreira de
proteção para mim uma vez antes, quando cheguei pela primeira vez e
Elvis – o mestre paquerador residente – tentou me acertar. Ter uma
barreira de proteção em você era uma sensação estranha, como se o ar
ao seu redor fosse espesso e pesado, como em um casulo. Eu nunca
tinha visto uma barreira verdadeiramente funcionar (mamãe tinha umas
poucas palavras para Elvis, palavras como “murchando a virilidade e
diminuindo se você encostar um dedo nela.”), mas ainda assim, era um
gesto legal da parte de Imogen utilizar um pouco de seu poder sobre
mim. “Estou lisonjeada, Fran, Você é, deveras, um de meus melhores
amigos.” Eu tentei não sorrir. Imogen falou algo como vindo de um
antigo filme inglês – muito rico em vogais, toda apropriada e perfeita
gramática, com um monte de palavras grandes como um professor que
namorava mamãe costumava, mas misturado no que era um punhado
de gíria que soava estranho em comparação. Ela não sabia disso,
entretanto, e eu não queria ferir seus sentimentos. “E eu gosto de Peter
também. Ele é legal, quando ele não está se rastejando ao redor de
Absinthe.” “Sim, ele é. Eles são o par mais estranho...” ela colocou uma
caixinha onde mantinha seu dinheiro debaixo da mesa, e retirou a
poeira da cadeira. “Sabia que eles são gêmeos?” Eu balancei minha
cabeça. Eles não se parecem com gêmeos. Absinthe tinha cabelo rosa,
sobrancelhas finas de lápis e um frágil sorriso, enquanto Peter era
pequeno, careca e tinha bons e gentis olhos, eu tinha ouvido que eles
tinham comprado a Feira de um grupo de pessoas que costumavam
trabalhar aqui, um grupo que se dispensou quando expulsou os
anteriores proprietários que eram assassinos psicóticos que tinham
assassinado um monte de mulheres por toda a Europa. Você se
surpreende que eu queira ir para casa? “Eles são, apesar de eles não se
parecerem um com o outro. É quase como se um tem todas as boas
qualidades, e o outro as lamentáveis.”
Eu sorri depois de uma rápida checagem para ter certeza que nenhum
estava próximo (você não é muito cuidadoso quando Absinthe está
relacionada). “E então há Soren. Ele é um amigo, também.” “Sim, tem o
Soren,” ela disse enquanto se sentava, endireitando sua camiseta de
renda franzida da Stevie Nicks retrô anos setenta. Eu podia dizer que
ela estava tentando não parecia toda entendida, do jeito que os adultos
fazem quando você fala sobre um cara de sua própria idade. A coisa é
Imogen parecia como se fosse uns poucos anos mais velha do que eu,
cerca de vinte, então algumas vezes eu esquecia que ela tinha vivido
tanto quanto ela é fazendo-a mais adulta do que qualquer adulto que eu
conhecia. “Ele é um garoto muito doce.” “Ele é legal,” eu disse,
realmente indiferente. Eu não precisava de Imogen dizendo a todos que
eu tinha uma queda por Soren. Eu não, no caso de você estar
pensando. Soren tinha quinze (um ano mais novo do que eu), tinha
cabelos cor de areia e um rosto cheio de sardas, e era sete centímetros
e meio mais baixo e provavelmente 20 quilos mais magro. Ele era,
entretanto, a única outra pessoa na Feira que era perto da minha idade,
então nós andávamos juntos. “Eu acho que talvez...” Imogen olhou para
cima e sorriu brilhantemente para três jovens mulheres que se
aproximavam de sua mesa. Elas perguntaram-na algo em húngaro, e
depois me dando um desculpado olhar, ela respondeu e acenou para as
cadeiras no lado oposto da mesa. Clientes. Eu estava uma pouco
solitária e teria gostado de ficar e papear com Imogen, mas uma das
primeiras coisas que eu tinha aprendido quando minha mãe me
arrastou para aqui há um mês era que clientes pagantes vinham
primeiro. Eu dei a Imogen um pequeno aceno e sai para ver o que Soren
estava fazendo. A Feira Gótica é geralmente posta em uma básica forma
em U, com uma grande tenda no fundo do U, e duas longas asas
contendo as barracas individuais, com todo “talento” ao longo de um
lado, e as barracas de venda ao longo da outra. As barracas não eram
barracas de camping; elas eram feitas de lona pesada, pintadas em
cores selvagens com selvagens padrões, todas elas abertas na frente,
algumas com painéis de madeira para reforçar. A maioria podia ser
rapidamente montada e desmontada, e embalada em sacos grandes de
lona. Soren principalmente ajudava com a parte do monta e desmonta,
mas ele também fazia estranhos trabalhos, coisas que seu pai (Peter)
tinha que supostamente fazer, mas nunca tinha tempo para terminar. Eu
perambulei nas linhas das barracas, tecendo o ir e vir dos
freqüentadores da feira, escutando, mas não entendendo, as diferentes
línguas ao meu redor. As grandes luzes alinhadas nos corredores
tinham sido ligadas, desde que o sol tinha apenas baixado, lançando
misteriosas sombras nas pequenas depressões e buracos do campo
gramado que marcava a feira. Sedutores aromas picantes vinham das
barracas de venda de comida, misturada com o leve cheiro prolongado
da terra aquecida pelo sol embaixo de minhas sandálias. Eu acenei para
mamãe enquanto ela aconselhava alguém com um feitiço. Davide, seu
gato, sentado parecendo um bolinho preto de carne sobre a mesa dela,
suas patas da frente debaixo de seu peito, seus bigodes brancos
retorcendo enquanto ele me observava caminhar. Davide realmente não
gostava de mim, mas eu o relevava a maior parte por que eu gosto de
gatos, mas também porque minha mãe disse que ele era muito sábio.
Um gato. Sábio. Tanto faz. Achei Soren com um monte de caras em
jaquetas combinadas jeans, descarregando caixas e equipamentos de
som, vindas de um velho caminhão batido. “Hei,” eu disse. “Hei,” Soren
disse de volta. Nós somos legais desse jeito. “Do que a banda se
chama?” Eu perguntei enquanto ele lutava com um amplificador que
era quase tão alto quanto ele era. Eu levantei um lado daquilo sobre
meu ombro e ajudei-o a tirar do caminhão e para um carrinho de mão.
“Crying Ores. Eles parecem ótimos, não é?” Ambos olhamos os caras
agrupados ao redor de uma mesa de som. Eu dei de ombros. “Eles
parecem como todas as outras bandas.” Eu morreria antes de admitir,
mas gótico não era realmente meu estilo. Eu era uma garota de balada.
Eu gostava de Loreena Mckennitt e Sarah McLachlan, mulheres como
elas. Caras cantando sobre querer retalhar os pulsos de alguém e
observar seu sangue gotejar para sempre só me deixava gelada. “Eu os
ouvi noite passada. Eles são bons. Você vai gostar deles.” Eu dei de
ombros de novo. “Leve isso para mim, por favor. Dê isso para Stefan;
ele é o homem com uma orelha.” Soren atirou uma pesada bobina de
cabo em meus braços. Eu resmunguei um pouco enquanto ele o fazia. A
maldita coisa pesava uma tonelada. Eu cuidadosamente me enfiei em
torno dos amplificadores, pilhas de equipamento de som, e caixas
sortidas, e caminhei para dentro do beco entre o caminhão e a barraca.
Direto no caminho de uma motocicleta.
Capítulo 2
“Narng.” A escuridão girou através da minha cabeça, mas ela não era a
escuridão familiar no interior de minhas pálpebras, ou mesmo o dobro
da escuridão experimentada na anestesia, mas uma realmente negra
escuridão que era preenchida com tristeza...e preocupação. Você está
ferida? Alguma coisa dói? “Gark,” eu disse. Finalmente eu acho que
essa era eu, senti meus lábios se movendo e tudo mais, mas eu não
acho que já disse a palavra “gark” antes em minha vida, então
realmente, por que estaria dizendo ela agora, para essa triste escuridão
que falava diretamente em minha cabeça? Gark. Eu não estou
familiarizada com essa palavra. Ela é algo novo? “Mmrfm” Yep, essa era
eu falando, eu reconheci o 'mmrfm'. Eu dizia isso a cada manhã quando
o rádio-relógio disparava. Eu sou uma pesada dorminhoca. Eu odeio
ser acordada. Você não parece ferida. Você bateu sua cabeça? A
motocicleta! Eu tinha sido atropelada. Eu estava provavelmente morta.
Ou morrendo. Ou delirando. Você andou diretamente em frente a mim.
Eu não tive tempo de evitá-la. Você realmente devia aprender a olhar
antes de sair por de trás de caminhões. Você não devia estar dirigindo
numa rapidez louca , eu pensei de volta para a voz que deslizava como
suave veludo contra meu cérebro, não que no mínimo surpreendesse
ou chocasse ou mesmo estranhasse que alguém pudesse falar comigo
sem utilizar palavras. Eu tinha estado com a Feira Gótica por um mês
inteiro. Eu tenho visto coisas estranhas. A voz sorriu. Eu sei que isso
soa estúpido, por que como pode uma voz sorrir, mas ela sorriu. Eu
senti o sorriso em minha cabeça tanto quanto claramente eu senti as
mãos correndo abaixo em meus braços, obviamente me checando por
algum ferimento. Eeek! Alguém estava me tocando! No segundo que
minhas mãos fossem tocadas...
Meu cérebro foi preenchido com imagens, como um show de slides de
estranhos momentos desconectados no tempo. Havia um homem em
um daqueles longos, bordados, ornamentados casacos como os caras
revolucionários vestiam. Este cara estava acenando seus braços ao
redor e parecendo realmente orgulhoso com alguma coisa, mas apenas
tão logo eu dei uma boa olhada nele, ele se dissolveu em lama e chuva,
e sangue gotejando nas roupas de um cara morto na 1º Guerra Mundial.
Ele estava estirado para trás em uma vala, seus olhos abertos, sem ver
enquanto a chuva escorria abaixo de suas bochechas e em seus
cabelos. Era noite, e o ar estava cheio do cheiro de enxofre e urina e
outras coisas que eu não queria identificar. Aquilo se dissolveu também
(graças a deusa), dessa vez uma lady com uma enorme, e quero dizer
enorme como uma cerca alta, peruca branca polvilhada e um gigante
vestido armado com seus seios quase pulando fora dele. Ela estava
levantando a parte inferior da saia, deslizando isso para trás
lentamente, expondo sua perna como se isso fosse alguma coisa
especial (ela não era), dizendo algo em francês sobre prazer. Eu
empurrei minha mão para afastar o homem me tocando ao mesmo
tempo que eu abri meus olhos. Vampiro. Moravian. Nosferatu. Dark One.
Chame ele do que você quiser; esse homem era um sanguessuga. Seus
olhos se encontraram com os meus e eu suguei minha respiração. Ele
era também o cara mais gato que eu tinha visto em toda a minha vida
inteira. Nós estamos falando de abra-sua-boca-e-deixe-a-baba-cair
gracinha. Nós estamos falando de quente. O maior gostoso. O mais
gostoso de todos os gostosos. Ele não tinha só boa aparência; ele era
de cair no chão morto de lindo. Ele tinha cabelo castanho escuro
puxado para trás em um rabo de cavalo, olhos pretos com sobrancelha
tão longas que nele pareciam como se ele usasse rímel, um moderno
monte de pelos masculinos, e ele era jovem, ou pelo menos parecia
jovem, talvez dezenove. Vinte no máximo. Brincos em ambas as
orelhas. Jaqueta preta de couro. Camiseta preta. Corrente prata com
uma cruz céltica ornamentada pendurada em seu peito. Ah, sim, esse
era um cara merecedor de se babar, curvando-se sobre mim, e só para
minha sorte, ele era um dos mortos-vivos. “Alguns dias eu apenas não
posso vencer,” eu disse, me empurrando para uma posição sentada.
“Alguns dias eu nem mesmo tento,” ele respondeu, sua voz a mesma
da que tinha roçado em minha mente. Ela era ligeiramente estrangeira,
não alemã, como Soren e Peter, mas algo mais, eslava talvez? Eu não
tinha estado na Europa Oriental a tempo suficiente de ser capaz de
discernir os sotaques muito bem, e desde que todo mundo na feira
falava inglês, eu não tinha realmente que aprender tanto. “Você está
ilesa.” “Isso foi uma pergunta ou um comentário?” Eu perguntei
ignorando a sua mão enquanto ficava em meus pés, limpando meus
jeans e testando minhas pernas para qualquer possível fratura exposta
ou desmembramento ou alguma coisa como isso. “Ambos.” Ele se
levantou e retirou a sujeira e grama de minhas costas. “Ah, sorte minha,
eu fui atropelada por um comediante,” eu rosnei. “Hei! Mãos para si
mesmo, imbecil!” Suas mãos, no ato de limpar a grama de minhas
pernas, pausaram. Ambas as sobrancelha dele, levantaram. “Minhas
desculpas.” Eu puxei para baixo minha camiseta e dei a ele um olhar
para deixá-lo saber que ele poderia ser um vampiro, mas eu estava
acima dele. Que foi quando isso me ocorreu que eu tinha olhar para ele.
Como em... Acima. “Você é mais alto do que eu.” “Estou feliz em ver
que você não está sofrendo de nenhum dano cerebral. Qual é o seu
nome?” “Fran. Uh... Francesca. Os pais de meu pai eram italianos. Eu
fui chamada por minha avó. Ela está na Itália.” Deus, eu podia soar
ainda mais estúpida? Balbuciando, eu estava positivamente
balbuciando como uma idiota, para um homem que em algum momento
em sua vida teve uma topetuda garota da revolução francesa
desnudando suas pernas para ele. Ah, brilhante, Fran. Faça-o pensar
que você é uma lunática delirante. “Este é um nome muito bonito. Eu
gosto dele.” Ele sorriu quando disse aquilo por último, mostrando os
dentes muito brancos. Dentes sem pontas. Como em sem presas. Eu
queria perguntar a ele o que tinha acontecido com suas presas, mas
Soren e alguns dos caras da banda tinham nos notado em pé com o
cabo esparramado por toda parte, e a motocicleta caída de lado. “Fran,
você está bem?” Soren perguntou, pulando do caminhão e avançando
com dificuldade em direção a mim. Uma perna era mais curta do que a
outra, mas ele é realmente muito sensível sobre ser coxo, então nós
não falávamos nada sobre isso. O vampiro olhou para Soren, então de
volta para mim. “Namorado?” Eu bufei, e então desejei não ter feito.
Quero dizer, o quanto é chato bufar em frente a um vampiro? “Não! Ele
é mais novo do que eu.” “Algum problema, Fran?” Soren disse,
mancando realmente rápido, dando ao cara de cabelo escuro um olhar
como se ele estivesse tentando pegar seu brinquedo favorito. Para te
dizer a verdade, eu estava tipo tocada pelo olhar franzido suspeito que
Soren estava dando para o cara. “Está tudo bem, eu só fui atropelada.
Embora o cabo não esteja ferido.” “Atropelada?” Dois caras da banda
se apressaram ao redor de Soren e agarraram o cabo, examinando as
extremidades dele. “Brincadeira, Soren. Eu não estou ferida. Este é o
irmão de Imogen.” O vampiro de cabelo escuro me deu um curioso
olhar antes de estender sua mão para Soren. Ele não podia negar
aquilo, então eu percebi que meu palpite estava correto. Era sem
surpresa, entretanto. Quero dizer, quantos autênticos Dark Ones
estavam vindo perambular em torno da feira na mesma noite que
Imogen estava esperando por seu irmão? “Benedikt Czerny.”
“Chairnee?” Eu perguntei. “Soletrado é C-Z-E-R-N-Y. É Czerch.” “Ah.
Está certo, Imogen disse que ela vinha da CR. Como é que o sobrenome
dela é Slovik?” “Mulheres na minha família tem o sobrenome de suas
mães,” Benedikt disse suavemente, então puxou sua moto para cima.
Ele estava falando sobre os Moravians. Eu me perguntei se alguém
mais sabia o que ele realmente era. Imogen disse que só Absinthe sabia
sobre ela – eu tinha descoberto isso por acidente uma noite quando
ambas alcançamos o mesmo pedaço de berry cobbler3 e minha mão
roçou a dela. “Eu sou Soren Sauber. Meu pai e minha tia são donos da
feira Gótica.”
Não houve nada. Eu estava tocando-o, mão com mão, e eu não senti
nada, nada vi. Eu olhei de nossas mãos para seu rosto. “Como você faz
isso? Como você se desliga desse jeito?” Seus dedos entrelaçados aos
meus, e tão de repente eu estava alerta era que ele era um cara e eu era
uma garota, e nós estávamos em pé juntos de mãos dadas. “Você sabe
quem eu sou.” “Eu sei o que você é, se é isso o que você quer dizer.”
Ele concordou. “O que você sabe sobre nós?” “Eu sei que você é um
vampiro...” Seus dedos se apertaram nos meus. Merda. Usei a palavra
com v... “mas que vocês preferem ser chamados de Dark Ones. Eu sei
que vocês bebem sangue das pessoas para sobreviver, e você é
provavelmente uns bons cem anos mais velho – Imogen é sua irmã
mais velha ou mais nova?” “Mais velha.” Eu não sei por que aquilo me
fez me sentir melhor, considerando que ele era provavelmente pelo
menos trezentos anos de idade, mas me fez. “E eu sei que vocês estão
realmente tristes a maior parte do tempo, mas de algum modo, você
pode bloquear sua mente de mim ao mesmo tempo em que você pode
falar dentro de minha cabeça.” “Você sabe alguma coisa de como um
Dark One é criado? Como ele pode ser redimido?” “Um... você é
criado... alguma coisa sobre um lorde demônio amaldiçoando você?”
Eu pensei que seus olhos eram negros antes, mas eles ficaram
absolutamente negros. “Meu pai foi amaldiçoado por um lorde
demônio.” “Ah, isso mesmo, Imogen disse algo sobre os pecados do
pai sendo passados para os filhos, mas não para as filhas. Eu não sei
nada sobre redenção.” Ele olhou para nossas mãos, ainda fechadas
juntas. Era estranho tocá-lo, sentido seus dedos quentes torcidos nos
meus, e não ter minha cabeça preenchida com seus pensamentos e
memórias e tudo o mais que eu podia sentir quando eu tocava pessoas.
“Para cada Dark One existe uma mulher, chamada a Amada, que pode
redimir sua alma, uma mulher que pode equilibrar sua escuridão com
sua luz, e fazer dele completo novamente.” “Ah,” eu disse. Então esta
não era a coisa mais inteligente que eu podia dizer. O cara estava
segurando minha mão – era difícil pensar sobre algo além de quão
quente sua mão era. “Você é minha Amada.” Eu arranquei a minha mão
da sua, pulando para trás direto para as hastes de metal que seguravam
a barraca. A ponta do osso do meu pulso bateu nisso, me fazendo gritar
em dor. “Você está maluco!” eu disse enquanto esfregava meu pulso.
“Você é um psicopata! Você é um total maluco! Você é algum tipo de
tarado!”
Ele andou a frente. “Eu não tenho escolha neste assunto. Dark Ones
tem só uma Amada – muitos nunca a encontram. Eu quase tinha
perdido a esperança de que iria encontrar a minha. Deixe-me ver o seu
pulso.” “Porque, para você poder morder ele? Não! Eu não quero que
você me toque. Você é algum tipo de vampiro pervertido excêntrico.
Deixe-me em paz.” “Eu juro que não vou machucá-la, e que eu não sou
um vampiro pervertido excêntrico. Deixe-me ver seu pulso.” Ele ficou
na minha frente, perto o suficiente para agarrar meu pulso, mas não me
tocar, apenas esperando que eu oferecesse meu pulso como uma boa
ovelhinha. Eu não sou tão ovelha. Eu fiz um punho com minha mão
direita ao mesmo tempo em que eu pisei em seu pé tão forte quanto eu
podia, deu uma joelhada em seu feliz saco, e enquanto ele se dobrava
para agarrar sua virilha, o golpeei no seu pomo de adão como minha
mãe me mostrou em caso de algum cara ficasse indecente comigo. Eu
só não acho que ela antecipou que esse cara seria um vampiro.
Capítulo 3
Eu sei o que você está pensando. Você está pensando, Hey, eu não
sabia que você podia deixar um vampiro de joelhos chutando ele no
saco7. Bem, você pode. Quero dizer, eles podem ser morto-vivos
ambulantes e tudo mais, mas eles são só caras, sabia? Eles têm o
mesmo encanamento quanto os outros caras não vampiros, e percebi
pela forma que Beneditkt se contorcia ao redor do chão, que ser
acertado lá feria-o tanto quanto isso machucaria uma cara normal. O
que é provavelmente o porquê eu hesitei por alguns segundos depois
que me afastei, observando-o rolar no chão agarrado à sua virilha,
claramente em dor, mas sem dizer uma única, solitária palavra. Ele
estava em absoluto silêncio. O único outro cara que eu tinha golpeado
(meu primeiro e único encontro) ficou gritando obscenidades para mim
depois que eu chutei-o, mas não Benedikt. A culpa me lavou enquanto
eu o observava, culpa e uma horrível urgência de rir. Não de Benedikt,
mas de mim, de minha vida. Tudo o que eu sempre quis foi me encaixar,
ser como qualquer outro, não ser a esquisita, a que é diferente de todas
as outras crianças, e o que acontece? Eu encontro um vampiro que me
diz que eu sou a única que pode redimir sua alma. Ah, yeah, como eu
aposto que acontece com cada outra garota que vai para a Europa. “Eu
só quero uma vida normal,” eu gritei para Benedikt. “É tão errado
assim? Eu não sou a Buffy a caça vampiros!” Um pequeno gemido
escapou enquanto ele ficava de joelhos. “Bom. Eu não estou
interpretando Angel se você vai me atacar com muita frequência.” Eu
fiquei na frente da barraca, parte de mim se retorcendo para ficar longe
dele, a outra parte querendo se desculpar. Tudo o que ele fez foi ser
legal comigo, e eu paguei a bondade chutando ele onde isso conta. Oh,
boa Fran. “Você assiste Buffy!” minha estúpida boca perguntou. Soou
como eu estivesse possessa ou algo assim. Eu deveria ter saído
correndo ou me desculpando, não em pé ali falando de TV com um
sincero-para-deusa Moravian Dark One. “Qual temporada foi a sua
favorita?” “Terceira.” Ele ficou de pé, respirando pesadamente
enquanto ele se dobrava, suas mãos em seus joelhos. “Ah. Eu gosto da
quarta. Spike manda ver.” Ele não disse nada, só lentamente se
endireitou até que estivesse mais ou menos normal. “Um. Você está
bem?” Ele acenou, sua mão agitando como se quisesse esfregar, mas
não podia por que eu estava ali. Eu me senti mais culpada do que
nunca. “Sinto muito.” Eu olhei para ele, piscando como uma idiota. “O
que?” “Eu disse que sinto muito.”
Eu pisquei ainda mais até que percebi o que eu estava fazendo. “Você
está pedindo desculpas para mim? Pelo o quê?” “Ter assustado você.
Eu não deveria ter despejado tudo em você tão cedo.” “Ah.” Minha Fran
interior, estava tão chateada que sempre me obrigava a fazer a coisa
certa, me cutucando forte. ”Um. Sinto muito também. Eu não queria
machucar você. Bem, eu fiz por que você estava ficando mandão
comigo, mas agora eu lamento o que você fez. Quero dizer, eu lamento
o que eu fiz. O que nos dois fizemos.” Grande, agora eu soava como
uma lunática. Se ele estava com alguma dúvida que eu era a rainha
esquisita de todas as aberrações antes, ele não estaria agora. Uma
aberração lunática. Você não é uma aberração, ele disse cansado, como
se fosse algo que ele dissesse muito. “Você vai parar com isso.
Ninguém entra na minha mente a menos que eu os convide.”
“Desculpe-me,” ele disse de novo, e esfregou seu pescoço. Antes que
eu soubesse o que estava fazendo, eu andei em frente e toquei a marca
vermelha em seu pescoço onde eu tinha acertado-o. Ele ficou imóvel,
suas mãos em seus lados enquanto eu gentilmente tocava em torno do
seu pomo de adão. Sua pele era quente. “Eu pensei que vampiros eram
para estar mortos. Como você é quente?” Ele colocou minha mão em
seu peito, sobre seu coração. Eu podia sentir-lo batendo lá como o
coração de qualquer outro. “Eu pareço morto?” “Não.” Eu deixei meus
dedos vaguearem na cruz de prata celta que se pendurava em seu
pescoço. “você pode usar uma cruz.” “Posso.” “Você não está morto e
você pode usar uma cruz.” eu dei a ele meu melhor olhar semicerrado.
“Você tem certeza que é um Dark One?” Certeza absoluta; Ele riu na
minha mente. “Hei!” Ele levantou sua mão e sorriu. “Desculpe. Isso não
vai acontecer novamente. Não, a menos que você me convide
primeiro.” “É melhor que não.” Eu dei um passo para trás e mordisquei
meu lábio enquanto eu olhava para ele. “Como você não está zangado
em eu ter batido em você?” “Eu a assustei. Eu não te culpo pelo o que
você fez.” “Por que não?” Seus olhos tinham se iluminado enquanto
estávamos falando, mas eles de repente ficaram escuros novamente.
Ele não disse nada. “Qualquer outra pessoa teria ficado chateado
comigo, mas você não está. Por que? Porque você acha que eu sou a
sua salvação?” Ele apenas ficou ali, uma mão no bolso de seu jeans, a
outra aberta e relaxada, seus olhos cintilaram como aquelas brilhantes
pedras pretas que minha mãe as vezes utilizava – hematita, elas são
chamadas. “Eu tenho dezesseis, Ben.” Suas sobrancelhas se
levantaram. “Ben?” “Benedikt é tipo boca cheia.” Ele sorriu. “Eu sei
quantos anos você tem.”
“Eu nem mesmo quero um namorado, muito menos me casar com você
ou seja lá o que é que vocês Moravians fazem para ter suas almas de
volta. Eu só quero ser deixada em paz. Eu só quero atravessar esse
verão, então eu posso ir viver com meu pai no outono, ir para a escola e
não ter que viajar por toda a Europa com minha mãe me ensinando,
como ela está ameaçando fazer. Além do mais, você....você...” Eu parei.
Eu preferia morrer a dizer que ele era tão deslumbrante que ele
provavelmente tinha que tocar as garotas pra fora dele com uma trave8,
enquanto eu era... Eu. Ok, as pessoas realmente não vomitavam quanto
elas me viam, mas eu não era deslumbrante. “Eu sou o quê? “Eu dei de
ombros. “Um vampiro.” Ele enfiou um lado do meu cabelo atrás de
minha orelha. Foi um gesto estranhamente íntimo, e deixou me
sentindo quente, então fria, então quente de novo. “Eu não quero nada
de você, Fran. A única razão que eu disse que você era a minha amada
é para você entender que você pode confiar em mim. Um Dark One
jamais pode ferir sua amada.” “Ah, sério? Então se eu tivesse uma
estaca e começasse a golpeá-la em seu peito, o que você faria?” Ele
franziu seus lábios enquanto ele pensava sobre isso. Ele parecia tão
engraçado, eu não pude me impedir de sorrir. “Depende. Onde você
estaria enfiando?” “Direto em seu coração.” “Então eu morreria.” Meu
sorriso desapareceu. “Sério? O negócio da estaca funciona?” “Sim, ela
funciona. E então a decapitação.” “E você me deixaria matar você?
Você apenas ficaria parado lá e me deixaria matar você?” Ele
concordou. “Se estivesse em seu coração me ver morto, sim, eu ficaria
lá e deixaria você me matar.” Wow Fale sobre viajar na maionese. Eu
decidi que eu não estava pronta para pensar sobre aquilo e empurrei
isso de lado. “E sobre a luz do sol?”
Ele fez uma careta. “Ela não me mataria, não a menos que eu esteja lá
fora nele por várias horas, mas eu faço o meu melhor para evitá-lo. Dá-
me umas queimaduras dos infernos.” “Huh.” Eu olhei para ele. Ele tinha
tirado sua jaqueta de couro mais cedo e estava agora vestindo uma
camiseta preta sem mangas. Seus braços eram bronzeados. Assim
como seu rosto. Ele tinha uma tatuagem de palavras em uma elaborada
escrita retorcida ao redor em um círculo sobre seu ombro. “Então, o
que, eles têm lâmpadas ultravioletas para Moravian para manter você
longe do visual branquelo?” Ele riu. Eu gostei disso; era uma bela
risada. Ela me fez querer rir também. “Algo como isso.” Ele olhou acima
de meu ombro, então se abaixou para pegar as luvas que eu tinha
largado entregando elas para mim enquanto ele acrescentava, “talvez
nós possamos falar sobre isso outra hora.” “Claro. Eu prometo que não
vou bater em você de novo.” Eu quis dizer isso também. Parecia ser
estúpido acreditar no que ele me disse sobre não me parar se eu
quisesse matá-lo (como se!), mas eu acreditei nele quanto ele me disse
que não me machucaria. Ele veio em minha direção na direção da saída
atrás de mim. Eu mastiguei meu lábio por uns poucos segundos antes
de botar para fora, “você me levaria para uma volta em sua moto?” Ele
estava bem perto de mim quando parou. Seus olhos estavam de volta
ao normal cor de carvalho escuro, as manchas douradas claramente
visíveis enquanto ele olhava para mim; então ele levantou o olhar além
de mim. “Se sua mãe disser que está tudo bem, sim.” Eu me virei para
ver o que ele estava olhando. Mamãe em pé na entrada da barraca,
vestida em seu vestido de invocação branco e prata, as camadas de
gaze leve flutuando ao redor atrás dela na brisa. Ela tinha uma coroa de
flores brancas no seu cabelo, fitas rastejando atrás em suas costas. Em
uma mão, sobre um pedaço de veludo escarlate, ela segurava sua tigela
de prata, e na outra havia um punhado de velas de invocação. Davide se
sentou ao lado dela, sua boca aberta em um sibilar silencioso para Ben.
Suspirei e me joguei na cadeira mais próxima. Por que eu tentaria agir
normal quando tudo ao meu redor era tão estranho? Mamãe me grelhou
sobre Ben pelo resto da noite e quase pela manhã seguinte. Quem era
ele, o que ele queria, por que eu tinha mencionado que atingi ele,
yadda, yadda,yadda. Eu respondi suas perguntas por que elas eram
primeiro as típicas coisas normal que ela tinha feito desde que eu
estava na sexta série, e que garantiu que ela não precisava lançar um
feitiço em Ben ( não que eu tivesse certeza que isso iria funcionar –
talvez os Dark Ones são resistentes a feitiços? Eu teria que perguntar a
Imogen). Então ela começou sobre as coisas que realmente me faziam
desconfortável. Foi por volta das onze da manhã. Nós tínhamos
acabado de levantar (a feira Gótica fecha as duas da manhã durante o
verão), e mamãe estava em frente ao pequenino fogão que ela as vezes
cozinhava. Quando absolutamente ela tinha. Ela podia ser uma ótima
bruxa, mas ela era uma cozinheira muito ruim. Geralmente eu fazia isso,
mas esta manhã eu tinha estado muito ocupada sendo grelhada pelo
Ben. “Eu não gosto da idéia de você estar saindo com um garoto muito
mais velho do que você,” ela disse uma vez que ela começou a se abrir.
“Eu não estou saindo com ele; nós só estávamos conversando.” Yeah,
ok, como ele esperava que eu salvasse sua alma em algum ponto, mas
hei isso não significa que nós estamos saindo nem nada, certo? “Tem
mais água quente?”
Mamãe balançou a chaleira elétrica e entregou-a para mim. Eu fiz outro
copo de chá (Earl Grey9 - eu posso ser uma aberração, mas eu sou uma
aberração civilizada) e exprimi um quarto de um limão nele. “Quantos
anos ele tem?” Eu olhei por cima do topo da minha caneca. Ela estava
em pé em frete ao fogão embutido, picando algumas frutas vindas de
uma cesta de arame. O trailer que nós dividíamos tinha um quarto (dela)
e uma segunda cama (onde eu dormia) que estava convertida em uma
minúscula mesa e sofá e eu estava sentada nela agora. Mamãe era um
bom radar de mentira. Eu percebi que ela estava suspeitando o
suficiente sem eu dizer algo que iria deixá-la esquentada. “Um... ele é
mais novo do que Imogen.” “Ele é? Então ele deve ter dezoito ou
dezenove.” Dê ou tire um par de cem anos, sim. “É ainda bastante velho
para você. Eu irei ter uma conversinha com ele. O que você diz de
torrada francesa hoje de manhã.” Agora o meu radar diminuiu. Ela
estava se oferecendo para me fazer o café da manhã? “Parece bom.
Você não tem que falar com o Ben, mãe. Eu não estou namorando com
ele nem nada.” “Mmm. Nós temos ovos?” “Na geladeira.” Eu a observei
por alguns minutos enquanto ela cantarolava uma musiquinha para si
mesma enquanto estalava um par de ovos, cheirou uma caixa de leite e
decidiu que ele não estava muito velho, adicionou uma pitada de
canela, e então começou cortando grossas fatias de pão vindas de um
pão de forma que ela tinha pego uma meia hora mais cedo. “Ok. O que
você está fazendo?” Ela se virou ao redor para olhar para mim, suas
sobrancelhas fazendo um bonito trabalho de olhar surpreso. “O que
você quer dizer?” “Você está cozinhando o café da manhã. Você nunca
cozinha o café da manhã para mim.” “Eu certamente faço! Eu cozinhei o
café da manhã para você a apenas o último... o último...” “Uh-huh. Você
não consegue se lembrar consegue? É que foi há muito tempo.”
9 Earl Grey – marca de chá 10 N/T: Egg Benedict – ovos mexidos com
vários ingredientes.
Ela acenou uma espátula melada de ovo para mim. “Eu lembro como se
fosse ontem. Foi quando você quebrou seu braço andando de bicicleta
na escola. Eu fiz ovos benedict10. Você adorou.” Eu sorri para o meu
chá. “Mãe, eu estava então na quinta série.” Ela virou de volta ao fogão
com um auto-certeiro fungar. “Eu simplesmente apontei isso que eu
tenho, além da ocasião, feito para você café da manhã.”
“Geralmente quando apenas você quer algo de mim, só pratos. O que
você quer que eu faça? Se isso envolve vestir-se como uma ninfa e
saltitar ao redor de uma correnteza como você me fez fazer no último
verão, a resposta é não. Uma rodada de poção venenosa é o suficiente
para me levar a vida toda.” Ela virou a torrada na frigideira, sem dizer
nada até que ela colocou um prato e entregou-o para mim. Para minha
surpresa, ela se sentou a mesa ao invés de fazer um prato para si
mesma. “Franny, eu estou preocupada sobre a Feira. São esses furtos –
se eles continuarem, a Feira vai à falência, e nós teremos que ir para
casa.” Casa! Ah, cara, como eu queria ir para casa! Voltar para nossa
pequena casa com as minúsculas flores do jardim, voltar para meu
quarto com os dois vazamentos quando chovia forte, voltar para tudo
familiar e normal, onde eu tinha meu lugar e ninguém me incomodava
nele. Casa soava muito bem para mim. Infelizmente, mamãe não se
sentia do mesmo jeito. Ela assinou um contrato de um ano de turnê
com a Feira, dispensando suas poções e feitiços enquanto ela entrava
em contato com a comunidade wicca européia. Ela tinha aguardado por
este ano com uma expectativa que eu nunca tinha visto nela antes. Por
três longos meses, ela gritou sobre o quanto entusiasmada estava por
ser capaz de ver a Europa, e que educação eu teria ao ir com ela. Ela
ainda tinha o distrito escolar, convencida que seu Ph.D em educação
era bom o suficiente para me tutorar por uma ano letivo enquanto eu
era arrastada por todo o leste e oeste da Europa. Não me entendam
mal; não é como se eu amasse a escola ou outra coisa, mas pelo menos
eu me encaixava nela. Relativamente. Tanto quanto eu não tocasse em
ninguém. A maioria das crianças pensava que eu era só tímida, o que
estava bem para mim. Pelo menos ninguém pensava que eu era uma
esquisita. “Eu pensei que Absinte disse que a última banda fugiu com o
dinheiro. Se eles se foram, como eles poderiam roubar mais dinheiro?”
Ela raspou sua xícara, sua colher batendo contra o lado enquanto ela a
mexia mais um zilhão de vezes. O som disso bateu meus dentes na
ponta. Eu pus minha torrada francesa e espalhei geléia de framboesa
sobre ela. “Peter disse essa manhã – isso é estritamente confidencial,
Fran; você não pode respirar uma palavra disso para ninguém, nem
mesmo para Imogen – que o cofre foi vasculhado de novo algum tempo
depois de Absinthe ter colocado os ganhos da noite nele. Ele disse que
ia ter que chamar a polícia, ma eu não vejo como isso vai fazer algum
bem. Quem quer que esteja roubando o dinheiro é muito inteligente. Ele
ou ela não seria tão estúpido quanto deixar sua impressão digital no
cofre. Especialmente não se...” Ela parou e olhou abaixo para seu chá
enquanto ela sacudia a colher e a colocava sobre a mesa. “Se o que?”
Eu perguntei ao redor de uma boca cheia de torrada. Seus luminosos
olhos cinza se levantaram para encontrar os meus. “Se alguém está
usando seus poderes especiais para roubar o dinheiro.” Eu engoli.
“Como quem?” “Eu não sei. Absinthe não sabe. Peter não sabe.
Ninguém sabe.” Eu fiz um meio dar de ombros, não querendo admitir
que eu estaria perfeitamente feliz se a Feira acabasse e nós tivéssemos
que ir para casa. “A polícia provavelmente vai descobrir quem quer que
seja que é.” “Isso está além da polícia, Fran. Há só uma pessoa que
pode possivelmente determinar quem é o ladrão.”
Eu não vi isso vindo. Eu não vi nada disso, que provaria de uma vez por
todas que eu não tenho uma única solitária célula psíquica em meu
corpo. Pelo menos não do tipo premonitória. Eu me entulhei com outro
pedaço de torrada em minha boca. “Quem é esse?” “Você.” Eu
engasguei, lágrimas correndo de meus olhos enquanto eu arfava,
tentando conseguir ar para os meus pulmões em torno do grande
caroço de torrada que estava preso na minha garganta. “Você é a única
que pode descobrir o ladrão, Fran.” “Eu não vou ser capaz de fazer
nada se eu sufocar até a morte,” eu ofeguei. Ela franziu as
sobrancelhas. “Eu estou falando sério.” “Eu também!” Ela me deu
minha caneca de chá. “Franny, você tem que fazer isso. Eu sei que você
não gosta de tocar em ninguém...” Eu limpei meus olhos escorrendo
com as costas de minha mão. “Não.” “... mas isso é uma emergência.”
Eu balancei minha cabeça, tossi, tomei um gole de chá, tossi de novo, e
limpei o nariz escorrendo que sempre vinha com um próximo engasgar.
“Não!” “Eu não pediria a você se isso não fosse muito importante.”
“Não é problema nosso! Absinthe e Peter podem lidar com isso por si
mesmos, ou a polícia pode.” “Eles não podem, querida. Se eles
pudessem, eles já teriam. Você tem que ajudá-los.” “Eu não tenho que
fazer nada,” eu murmurei para minha torrada meio comida. “Por favor,
Franny. Todo o nosso futuro está em jogo...” “Isso não é nosso futuro!”
Eu gritei, batendo minha mão sobre a mesa tanto que as canecas
chacoalharam. Eu estava subitamente tão zangada que eu não podia
ver direito. “Casa é o nosso futuro, não esse show de aberrações! Eu
não vou deixar você me tornar um monstro como eles! Eu só quero ser
normal como todo mundo. Você pode entender normal, não pode? Isso
é o que eu não sou!” Seus olhos se alargaram e eu percebi que ela
estava indo entrar na “você não é uma aberração; você tem sido
abençoada, dotada com uma habilidade que outros desejariam” lição de
moral. Eu sabia isso bem; eu ouvi isso na média de uma vez por mês, e
pelo menos nos últimos dias depois que nós chegamos à Feira, mas eu
não podia aguentar isso de novo. Não agora. Não quando eu estava tão
confusa sobre Ben e tudo o mais. “Onde você está indo?” ela gritou
enquanto eu pulava da mesa e agarrava minha bolsa. “Pra fora.”
“Francesca Marie...”
Eu bati a porta do trailer em suas palavras, pulando os degraus de
metal, segurando minha bolsa apertada através de meu peito enquanto
eu corria através do labirinto de trailers situados na extremidade final
da grande campina que mantinha a Feira. Várias das pessoas da Feira
disseram bom dia para mim, mas eu ignorei todos eles e me fixei em um
galopar constante que eu sabia que podia durar um par de milhas. Eu
corri através das árvores rodeando a campina, abaixo em uma pequena
inclinação gramada, e então em uma estrada que levava a cidade de
Kapuvár. Carros passavam em seu caminho dentro e fora da cidade,
levantando poeira que lavava sobre mim, deixando minha boca e cabelo
arenosos. Eu abrandei meu galopar para um trote, então uma
caminhada, caminhando através de campo após campo de vacas,
cavalos, cabras, e algumas ovelhas. Eu reprocessei o argumento com
minha mãe, transformando-o, então eu tive todas as boas linhas, meus
argumentos tão convincentes que ela tinha que se curvar perante meu
raciocínio superior e admitir que nós pertencêssemos de volta a casa,
não no meio da Hungria. Eu murmurei para mim mesmo enquanto eu
passei por um caminhão grande branco com laterais batidas de
madeira, do tipo que eles usam para transportar gado. Um homem
velho que conduzia um cavalo cinza sujo estava discutindo com um
cara alto e magro em sapatos caros. O cara alto olhava ao redor dele
como se ele cheirasse alguma coisa ruim. Uma garota uns poucos anos
mais nova do que eu em pé ao lado da cerca, obviamente tentando não
chorar. Eu parei por que eu gosto de cavalos, e o velho cavalo cinza
tinha adoráveis linhas, um espesso pescoço curvado, quadril
arredondado, peito profundo, e grandes, grandes olhos castanhos
cheios de sentimento. “O que está acontecendo?” Eu perguntei a
garota, esquecendo por um momento que eu não estava de volta ao lar
onde todo mundo fala inglês. Ela se virou e fungou. “Este é Tesla, meu
ópapi – o cavalo de vovô. Milos está levando ele embora. Você é
americana?” “Sim. Quem é Milos?” Ela apontou para o homem alto, que
estava agora segurando sua mão. O alto, cara magro estava discutindo
com ele enquanto ele distribuía forints (seus dólares). “Eu estudo
inglês na escola. Nós somos muito bons, sim? Milos, ele é um...” Ela
disse alguma coisa em húngaro então. “Um o que?” Eu perguntei. Ela
fungou novamente. “Ele pega cavalos velhos, sabe? E eles fazem deles
carne para cachorro.” Eu olhei em horror para o homem velho. “Meu
Deus, que horrível. Isso não é ilegal ou algo assim. Por que é que o
outro cara esta deixando ele fazer isso?” “Ele é meu tio Tarvic. Ele
disse que não tem recursos para alimentar Tesla mais, agora que ópapi
esta morto, mas isso me faz tão triste. Tesla é velho, mas ele é especial.
Meu ópapi amava ele mais do que todos os outros cavalos.” “Hei!” Eu
gritei, lutando com minha bolsa com uma mão enquanto eu corria
através do portão em direção aos dois homens e o cavalo. O velho
cavalo relinchou para mim, acenando sua cabeça para cima e para
baixo como se entendesse o que eu estava indo fazer. Eu esperava que
ele estivesse, por que eu não tinha certeza. “Hei, senhor, eu irei te dar...
uh... eu tenho duzentos e cinqüenta dólares. U.S. Dinheiro. Eu irei dar
isso a você pelo cavalo.”
A garota ficou atrás de mim, tagarelando em húngaro. Eu presumi que
ela estava traduzindo para mim, por que o homem alto se virou e fez
uma careta para mim. Eu escavei minha carteira e acenei a pensão do
ano que papai tinha me dado como um presente de despedida (ou
suborno, seja lá como você quer olhar para isso). Eu segurei o dinheiro.
“Diga para seu tio que eu darei a ele o dinheiro se ele me vender o
cavalo, em vez disso. Desse modo ele não terá que pagar o
exterminador de cavalos.” “Exterminador de cavalos?” “Milos.” Ela se
virou e disse algo para seu tio. Ele olhou meu dinheiro com um ávido
brilho em seus olhos, mas o homem velho começou a gritar comigo, me
empurrando para trás. Eu segurei o dinheiro para o tio Tarvic pelas
pontas da extremidade. “Diga a seu tio que eu estou com a Feira bem
abaixo da estrada, e que o cavalo irá ficar bem; ele será realmente bem
tratado.” A garota hesitou. “Ele não se importa; ele não gosta de
cavalos.” Eu fiz um ruído exasperado. “Olha, você pode dizer a ele o
que quiser que você queira; só o faça pegar o meu dinheiro e me dar o
cavalo.” Milos o exterminador estava de volta tentando me empurrar
para longe do campo, acenando suas mão selvagemente. Tesla colocou
suas orelhas para trás e resfolegou um alerta para os gestos. “Você vai
tratar ele bem? Você vai cuidar dele?” “Eu estaria disposta a dar toda
minha pensão do ano se eu estivesse indo ser má com ele?” Eu
perguntei. “Sim, eu vou tratá-lo muito bem. Eu sempre quis ter um
cavalo, e desde que Peter tem um reboque de cavalos para o cavalo que
ele usa em seu show de mágica, transportar Tesla por ai não será um
problema. Por favor.” A garota acenou e se virou para seu tio,
suplicando com ele. Evidentemente o sinal do meu dinheiro era demais,
por que tio Tarvic arrebatou seu dinheiro de volta de Milos, e me
entregou a guia do cavalo ao mesmo tempo em que ele agarrava o
dinheiro de minha mão. Um dedo seu roçou o meu, mas eu afastei
minha mão para trás antes que eu pudesse captar alguma coisa sobre
ele. “Köszönöm,” eu disse (“obrigada” em húngaro). “Köszönöm,” Eu
dei na guia um leve puxão e o velho cavalo começou a andar a frente.
Eu tentar lembrar de que lado Soren andava quando ele levava o cavalo
de seu pai, Bruno, mas Tesla evidentemente conhecia as cordas. Ele
marchou do meu lado direito, guiando pela estrada como se
conhecesse para onde ele estava indo. Milos gritou e gritou muito, mais
eu só sorri enquanto eu guiava Tesla para a estrada, voltando em
direção do caminho que eu tinha acabado de vir. “Qual é o seu nome?”
a garota perguntou. Tesla parou e olhou de volta para ela. “Fran. Qual é
o seu?” “Panna.” Ela se aproximou de Tesla, colocando as mãos ao
redor de seu focinho castanho. Ele bufou em suas mãos. Seus olhos
estavam todos lacrimejantes novamente, como se ela estivesse indo
chorar. “Ele será um cavalo muito bom, sim?” “Sim, ele será um cavalo
muito bom. Se você quiser, você pode vir visitá-lo enquanto nós
estamos na cidade. Nós estaremos indo ficar aqui mais três dias; então
nós voltamos para Budapeste.” Ela me deu um sorriso choroso. “Eu
vou gostar disso. Obrigada, Fran. Você é minha amiga.” “Com certeza.
Bem, vamos lá, Tesla; é melhor nós voltarmos então eu posso começar
a trabalhar para mamãe.” “Trabalhar para mamãe?” Panna perguntou.
“Nada. Eu vou te ver mais tarde?” “Tão breve quanto eu sou capaz.”
“Ok. Tchau.” Eu puxei a guia e Tesla começou a andar amigável o
suficiente. Eu olhei para trás uma vez. Panna estava entrando no carro
com seu tio. Milos estava ligando as engrenagens do seu caminhão,
dirigindo na direção oposta. Eu olhei para Tesla. Seus longos cílios
brancos escondendo seus olhos enquanto ele caminhava ao meu lado,
periodicamente parando para pastar um parecendo particularmente
suculento pedaço de grama. Eu tinha um cavalo. Um cavalo velho. No
meio da Europa, onde eu não tinha casa, mas um trailer, eu comprei um
cavalo. Eu tentei pensar em uma razão para que mamãe não devesse
despejar um chilique no final de tudo quando ela visse Tesla, mas eu
sabia que era uma causa perdida. Eu só tinha uma coisa que eu poderia
usar como poder de barganha. Eu suspirei. Tesla cochilou enquanto
nós passeávamos juntos com o calor da manhã, balançou sua cabeça e
rolou um olho para olhar para mim. “Você vai me custar muito mais do
que dinheiro, cavalo. Uma porção inteira a mais.” Nós caminhamos o
resto do caminho para a Feira em silêncio. Tesla pensando os tipos de
pensamento de cavalo e prestando nenhuma atenção aos carros
enquanto eles zuniam por nós, eu temendo o negócio que eu estava
indo ter que romper. Eu teria que fazer o que mamãe queria que eu
fizesse. Eu teria que descobri quem era o ladrão.
Capítulo 4
“Hei” Soren disse e colocou um balde de água abaixo ao meu lado
antes de cair subitamente no chão. “Hei” eu disse de volta. “Obrigada
pela água. Eu tenho certeza que Tesla irá apreciá-la quando ele encher
sua cara.” Nós nos sentamos em um banco na beira distante da
campina, além da área que os carros costumavam estacionar. Tesla
estava pastando feliz ao longo das sombras lançadas pelo sol enquanto
ele começava a mergulhar abaixo das árvores. Eu tinha passado a
maior parte do dia sentada ali, olhando para ele. Ele se moveu rígido e
lentamente, mas eu não via nenhum sinal de que estava mortalmente
doente ou pronto para capotar a qualquer segundo, ambos o que minha
mãe tinha sugerido, uma vez que ela saiu do choque da minha chegada
de volta ao trailer com um cavalo no reboque. “Como sua mãe reagiu?”
Eu dei de ombros e arranquei um pedaço de grama alto do banco. “Ela
soltou um sibilo” O nariz sardento de Soren se enrugou. “Um sibilo?”
“Um ataque de sibilo. Ela tinha gatos. Uma ameaça, Você sabe, ela
soltou os cachorros.” “Ah, soltar os cachorros, sim, eu estou
familiarizado com soltar os cachorros. Meu pai solta os cachorros
sempre.” “Yeah, bem, quando seu pai solta os cachorros, eu aposto
que as flores não murcham e o leite não azeda.” Esta não foi o pior
disso. Uma vez, quando ela ficou realmente brava comigo por que eu fui
a um clube que ela disse que eu não podia, cada espelho da casa
estilhaçou. Eu fiquei de castigo por um mês depois daquilo. Fale sobre
os sete anos de azar. “Não,” Soren disse pensativamente. “Embora uma
vez todos os pombos morreram.” Peter era um dos três mágicos que
praticavam magia. Ele era o único dos três que podia fazer mágica real,
o tipo que você quase nunca vê. Seu grand finale era virar uma caixa de
pombos dentro de Bruno, seu cavalo, o que era só uma ilusão, não
magia de verdade. A mágica de verdade... Bem, ela daria a você
arrepios de assistir. “Suponho que leite azedo é melhor do que
pássaros mortos.” Soren selecionou um grande pedaço de grama,
dividindo ao meio para fazer uma palheta dele. Ele assoprou. Ela soou
molhada e babenta. Eu dobrei minha folha de grama cuidadosamente, a
pus em meus lábios, e enviei uma corrente de ar através da abertura
estreita. Um alto, acentuado guincho silenciou a tagarelice dos
pássaros próximos por um momento. Tesla levantou sua cabeça e
olhou para mim. Eu bati o balde de água com meus dedos. Ele vagueou
e mergulhou seu focinho cinza escuro dentro dele, bebendo e
resfolegando para si mesmo. “Miranda disse a você pode mantê-lo?”
Eu pensei na longa hora de discussão que nós tivemos uma vez que eu
retornei. “Bem... ela disse que eu teria que conseguir um emprego na
Feira para pagar pela comida dele e contas do veterinário. E ela disse
que seu pai tinha dado ok para ele viajar com Bruno quando nós
estivéssemos na estrada, e que um veterinário teria que olhar ele para
ter certeza que não tem uma doença de cavalo horrível. E eu tenho que
encontrar uma casa para ele quanto for à hora de nós voltarmos para
Oregon. Mas sim, ela disse que eu podia mantê-lo.” Houve, é claro, uma
outra condição, a mais importante condição, a que garantiu o acordo
para mim. Eu concordei em me tornar a senhorita toque e sinta em um
esforço para descobrir quem dos empregados na Feira (se algum)
estava roubando Absinthe e Peter. Eu fiz uma careta para Tesla,
tentando decidir se ele era a pior de todas as agonias que estava indo
me custar. Ele puxou seu nariz do balde, aspirou meu pé, então
levantou sua cabeça e soprou meleca de cavalo e água tudo por cima
de minhas pernas. “Você teria sido um jantar de cachorro sem mim,
Tesla. É só você lembrar um pouquinho desse fato!” eu agarrei uma
mão cheia de grama, limpei a meleca e água de minha perna direita
Soren sentou descansando seus braços em seus joelhos. “Eu vi
Imogen esta manhã.” Eu joguei fora meu punhado de grama e peguei
outra, olhando para Tesla enquanto eu limpava minha outra perna.
“Yeah. Eu também. Ela estava pegando um bronzeado.” Soren tentou
fazer um apito com outro pedaço de grama, mas ele caiu de lado. Ele o
jogou para Tesla, que prontamente o comeu. “Ela disse que seu irmão
está ficando com ela por alguns dias.” Eu sabia disso. Imogen tinha
mencionado isso para mim na noite anterior. Parecia que eles não
tinham visto um ao outro a um longo tempo. Eu me perguntei quantas
muitas centenas de anos “um longo tempo” era para um vampiro? Eu
joguei fora minha grama e fiquei em pé, dando tapinhas sobre o
pescoço de Tesla. “Yeah, eu sei.” Soren deslizou um olhar de lado para
mim. “Eu não gosto dele. Ele é tão...” Ele disse algo em alemão. “O
que?” Ele acenou suas mãos ao redor. “Evasivo. Escorregadio.
Rápido.” Eu não acho que ele é legal.” “Sério?” Eu segurei o cabresto
de Tesla e alisei minha mão na curva adorável de seu peito. Ele era
espesso com músculos, mesmo para sua idade. Ele virou sua cabeça e
tocou com o nariz minha mão. Eu cocei suas orelhas por um minuto,
então deslizei minha mão embaixo de sua crina e corri para baixo de
seu pescoço, curtindo a sensação de cavalo quente sob as pontas de
meus dedos. “Eu gosto dele. Ele é... O que diabos?” Eu empurrei de
lado um sujo pedaço de crina e olhei para o local onde o ombro de
Tesla encontrava seu pescoço. Nada parecia diferente – era tudo crina
suja de cavalo cinza – mas correndo meus dedos levemente ao longo
acima de seu ombro esquerdo, eu senti algo, um espessamento, como
uma grande cicatriz. “Ele deve ter machucado a si mesmo há muito
tempo atrás, “eu disse para mim mesma.” “Quem, Benedikt?” “Não,
Tesla. Toque ele ali. O que você sente?” Soren mancou e correu sua
mão sobre o ombro do cavalo. “Cavalo.” “Tente novamente.” Soren fez
uma careta, limpou sua mão em seu short. “Cavalo suado. Sobre
Benedikt...” Eu entornei a água com meu pé. Soren pulou pra trás fora
do caminho da poça rastejante. Eu despejei o balde e o entreguei para
ele, juntando a guia ao cabresto de Tesla. “Vamos lá, eu quero te dar um
banho. Você pode ajudar antes do corre-corre da noite começar. O
veterinário está vindo vê-lo amanhã, então ele tem que parecer
saudável.” Soren franziu a sobrancelha, mas me seguiu enquanto eu
guiava Tesla através da área de estacionamento gramada. “Você está
evitando o assunto.” “Yeah, eu sei. Eu estou ficando muito boa nisso
também, huh? Ele suspirou um dos seus dramáticos suspiros que os
caras que tem quinze suspiram. “Eu avisei a você. Quando você vier
chorando para mim que ele fez algo terrível com você, não me diga que
eu não a avisei.” Eu sorri e cutuquei ele com meu cotovelo.
“Combinado.” Eu vou dizer isso a Soren – ele podia estar com ciúmes
da moto muito legal de Ben (e trabalhar para mamãe me deixar ir em
uma volta nela era a próxima da minha lista), mas ele estava disposto a
ir a fim de me mostrar como cuidar de um cavalo. Bruno, o andaluz
impressionante de Peter, parecia positivamente branco cintilante
comparado ao sujo cinza de Tesla, mas uma hora depois, depois de ter
ensaboado e enxaguado ele (muito para o prazer de Tesla – eu juro que
o cavalo positivamente gemeu de felicidade quando Soren apresentou
um pente de escovar), ele pareceu menos cinza e mais como um branco
verdadeiro. Eu gastei outra meia hora penteando sua crina e cauda,
então ele estava parecendo lindamente bem apresentado no momento
em que Peter parou para checar as patas e a boca de Tesla. “Ele é
velho,” Peter disse enquanto espreitava dentro da boca aberta de Tesla.
“Provavelmente vinte, vinte e cinco anos. Mas ele parece claramente em
boa forma.” Ele soltou os lábios do cavalo e deu tapinha no seu
pescoço. Tesla o arqueou e fez um teimoso pequeno empinar em lugar
de se mover. Peter riu. “Bom velho garoto. Ele não vai nos causar
nenhum problema. Sua mãe disse que você irá trabalhar para pagar
pela alimentação dele, verdade?” “Verdade.” Eu concordei, sentindo
todo calor e maciez por que Tesla estava se mostrando. O grande
desajeitado. “Eu posso fazer concessões, ou bilhetes, ou mover coisas,
ou...” Peter balançou sua cabeça. “Você irá aprender a ler palmas com
Imogen. Sua mãe me disse que você vai ser boa nisso, e Imogen deseja
só ler runas. Você irá aprender com ela. Eu vou paga-la em alimentação
para Tesla enquanto você aprende; então você ira ganhar salários de
verdade, sim?” Meu estômago torceu em uma pequena bola com o
pensamento de ler a palma das pessoas. O que significaria que eu ia ter
que tocar nelas! Mãe má, má. Ela tinha tentando pelos últimos anos me
fazer leituras das pessoas. Agora ela me tinha exatamente onde me
queria.
Cara, você compra um cavalo e de repente tudo em sua vida fica
complicado! Dei tapinhas em Tesla, pensando que antes daquela
manhã, tudo era claramente cristalino para mim – mais do que qualquer
coisa, eu queria voltar para casa. É claro, havia Ben... Mas não havia
nada que o impedisse de ir para Oregon, havia?” Tesla, entretanto, era
outro assunto. Eu tinha certeza que eu não podia levá-lo para casa
comigo; o que seria muito caro. Então o que queria dizer que eu tinha
que ficar e me entregar ao plano diabólico de minha mãe para me fazer
um deles, ou eu podia ficar e apenas recusar a fazer qualquer coisa, e
ficar atrapalhada e azeda até que todo mundo ficasse cansado de mim e
me enviasse de volta para viver com meu pai (que, para ser honesta,
não estava parecendo bom, com a sua nova esposa troféu na foto), ou
eu podia desistir de Tesla e fazer a melhor das coisas. Eu olhei para
Tesla. Ele olhou de volta para mim com seus grandes, olhos líquidos
castanhos. Não havia nada de errado com ele; só era velho. Ele merecia
ser picado em ração para cachorro só por que eu não queria fazer uma
pequena investigação e alguma leitura estúpida de palmas? Eu suspirei
de novo (eu realmente tenho que parar; isso está ficando um mau
hábito), e acenei para Peter. “Tudo bem. Eu vou deixar Imogen me
ensinar a ler palmas.” Em meus próprios termos – eu vou usar minhas
luvas. “Bom, bom. Soren vem comigo; eu tenho muito trabalho para
você...” Eles se apressaram para o pequeno trailer que servia como um
escritório. O gerador detrás da barraca principal zumbiu, então
estalando para vida, as grandes luzes correndo abaixo de cada lado do
caminho da feira, zunindo uma após a outra. Sombras surgiram, suas
bordas irregulares e claras no brilhante branco azulado da luz que
inundou o chão, tornando a grama verde um prateado preto. Tesla
relinchou, arranhando o chão com uma pata enquanto eu corria a
escova sobre ele pela última vez. “Encontrou um novo amigo, não é?” A
voz de Ben se enrolou ao meu redor, quase como se ela estivesse
tocando minha pele. E olhei por cima das costas de Tesla. “Yep. Eu o
comprei mais cedo hoje. Ele é meu.” “Você o comprou?” As
sobrancelhas negras de Ben se levantaram enquanto ele se aproximava
de nós. Tesla bufou e jogou sua cabeça para cima e para baixo.
Tentando se afastar de onde eu tinha amarrado ele no pára-choque do
ônibus de Peter. “Você comprou um cavalo. Um pequeno souvenir da
Hungria?” “Algo como isso?” Ben colocou sua mão e pegou o cabresto
de Tesla murmurando coisas suaves enquanto ele afagava a cabeça do
cavalo, acalmando-o. “Não me diga: Dark Ones tem uma habilidade
especial em acalmar cavalos?” Ele sorriu aquele contagiante sorriso
que me fazia querer sorrir de volta. “Nada tão excitante. Só acontece
que eu gosto de cavalos. Qual o nome dele?”
“Tesla.” “Hmmm.” Ben acariciou o pescoço de Tesla como eu tinha
feito. Eu me debrucei para escovar suas pernas, e quando eu me
levantei, Ben estava franzindo as sobrancelhas para o ombro do cavalo.
“Tem uma cicatriz lá,” eu apontei para ele. “Sim, eu notei,” Ben disse.
Seus dedos traçaram a letra P, dois X, e por baixo disso, uma linha
ondulada. “O que é isso?” eu perguntei. Ben olhou acima para mim.
“Os símbolos que você desenhou. São para protegê-lo?” Um sorriso
arrumado espalhou através de seu rosto. “O que você sabe sobre
proteções?” Eu coloquei a escova de volta ao balde e me afastei de
Tesla. Ele parecia muito bem, se eu tivesse que dizer para mim mesma.
“Não muito. Imogen disse que iria me mostrar como desenhá-las uma
vez, mas ela está sempre tão ocupada. Você protegeu Tesla?” “Não,”
Ben disse. “Onde você o conseguiu?” Eu expliquei minha aventura
matutina, deixando de fora todas as coisas sobre mamãe e a minha
promessa de ajudar a encontrar o ladrão. Ele não ia ficar por aqui por
tempo suficiente para que isso importasse para ele. “Você não sabe
onde o avô da garota o conseguiu?” “Nope.” “Nem mesmo seu nome?”
“O de Tesla?” “O do avô.” Eu balancei minha cabeça. “Nope. Isso é
importante? Eu deveria ter pego um recibo? Minha mãe disse que eu
deveria, que alguém pode alegar que eu o roubei, mas eu tenho Panna
como testemunha.” “Eu não acho que um recibo te diria alguma coisa,”
Ben disse lentamente, ainda acariciando Tesla. Ele traçou algo sobre a
bochecha do cavalo. “Se você quiser, eu posso descobrir de onde ele
se originou.” Tesla se virou e bateu em mim com sua cabeça. Eu retirei
minhas luvas e cocei atrás de suas orelhas. “Por quê?” Ben levantou
uma sobrancelha. Ele estava parecendo tão gostoso quanto na noite
passada, embora dessa vez ele estivesse em calças pretas e uma
camiseta vermelho sangue que parecia suave e reluzente, como se
fosse de seda. Ele tinha dois pequenos brincos de pedra negra em sua
orelha esquerda, e um diamante em sua direita. Nós estávamos falando
do muito legal aqui. “Você sempre pergunta o porquê quando alguém
oferece a você um favor?” “Às vezes. Se eu acho que o favor vai me
custar alguma coisa.” Ele sorriu de novo. “Isso vai custar a você.” Eu
andei para trás de Tesla, me certificando de ficar longe de suas pernas
só no caso dele virar um coiceador. “Quanto? Eu gastei todo o meu
dinheiro com ele.” “Você pode pensar em convencer sua mãe a dar sua
permissão para eu te levar em um passeio comigo?” Eu suguei em
minha respiração. “Em sua moto?” Ele acenou, seus dedos ainda
gentilmente acariciando o pescoço de Tesla. “Este é um pagamento
terrivelmente estranho. Que tal nós apenas irmos ao passeio e não se
preocupar com o ok?” “Não.” Ele balançou sua cabeça e estendeu sua
mão para mim. “Você precisa conseguir a permissão ou não haverá
nenhuma volta.” Eu hesitei, mordendo meu lábio enquanto eu olhava
para ela. Era só uma mão, só cinco dedos e uma palma. Eu tinha tocado
ele antes, e eu tinha ficado bem. Não havia nenhuma razão para não
confiar nele agora. Eu dei um passo mais perto dele, estendendo meu
braço, minha mão pousou sobre a dele. Eu juro que o ar entre nossas
mãos ficou quente. “Como você se desliga?” Eu perguntei. Ele não
disse nada, só olhou para mim com olhos negros como breu. Eu deixei
dois dos meus dedos afundarem e tocarem nele. Era só uma mão.
“Você nunca terá nada a temer em mim,” ele disse suavemente, seu
polegar esfregando as costas de minha mão. “Se você se encontrar
com problemas, eu irei ajudá-la. Sem dúvida nenhuma.” “E tudo o que
eu tenho que fazer é salvar sua alma em retorno?” Eu perguntei,
puxando minha mão para fora da dele. Ele balançou sua cabeça. “Eu
nada peço a você. Eu nunca pedirei Fran.” Eu fingi que meu braço
coçou, e cocei-o para quebrar o momento. Seu olhar intenso me deixou
desconfortável, me deixando muito consciente que ele era um cara
lindo em uma camisa vermelha de seda e eu era um grande pedaço de
garota em um par de jeans sujos e uma camiseta suada. Eu peguei o
balde de ferramentas e me virei em direção ao trailer de cavalos,
dizendo sobre meu ombro. “Eu irei perguntar a minha mãe sobre o
passeio de manhã. Ela não está muito feliz comigo hoje à noite. Pelo
menos ela não vai estar se eu começar...” eu parei. Era tão fácil
conversar com Ben, eu esqueci que não precisava revelar cada
pensamento que eu tinha para ele. “Até que você comece o que?” Ele
me seguiu até a frente do trailer de cavalo, onde Soren me disse que
eles mantinham os grãos de Bruno. Eu medi a quantidade que ele
mencionou, jogando-os em um balde. “Aqui, você carrega isso.” Ben
pegou o balde, observando enquanto eu franzia a testa para um fardo
de feno. “Quanto é um floco? Soren só me disse um floco. Metade, você
acha?” “Não, olhe, você pode ver as naturais divisões no fardo. Isso é
um floco.” “Como você sabe tanto sobre cavalos?” Ele deu um meio
sorriso. “Eu te disse – você não é a única que gosta deles.” “Ah. Você
tinha um? Quero dizer, como há muito tempo atrás? Você sabe, quando
todo mundo tinha cavalos?” ele parecia tão normal (um eufemismo se
já houve um) que era tão difícil de lembrar que ele estava caminhando
por ai a um par de anos atrás, antes deles terem carros, antes deles
terem eletricidade, antes de coisas como penicilina e analgésico. Eu
queria perguntar a ele um gazilhão de perguntas, mas descobri que isso
teria que esperar. “Yeah, eu tive cavalos.” “Eu acho que você teria,
huh? Você mesmo cuidava deles?” Seu meio sorriso ficou um pouco
peculiar. “Não. Eu tinha cavalariços.” “Cavalariços? Como servos?” Ele
acenou Eu só fiquei lá com minha boca aberta como uma grande garota
idiota. “Você é da realeza ou algo assim?” Ele riu e acariciou debaixo de
meu queixo, como você faz com uma criancinha. “Não, eu não sou da
realeza, Fran. Você não tem que parecer tão apavorada.” Eu me afastei,
gritando para mim mesma por estar sendo tão palerma enquanto eu
arrancava um pedaço solto de cerca de quinze centímetros e carregava
ele para o lado oposto do trailer onde Bruno estava mastigando seu
jantar. Bem colocou o balde abaixo, então foi buscar em um segundo
água para os dois cavalos enquanto eu trazia Tesla e amarrava-o em
uma longa guia para o trailer. ”Din-dins! Bom apetite!” “Fran? O que é
que você tem que começar?” Eu me virei e enfrentei Ben. Só o que eu
precisava em minha vida, um vampiro com uma mente obcecada. “Não
é nada, ok? Só um pequeno projeto que eu tenho fazer para minha mãe.
Algo que eu tive que concordar para manter Tesla. Então você pode
parar de bisbilhotar e me deixar em paz.” Algumas vezes eu queria
chutar a mim mesma. Outras vezes eu só quero sair da minha pele,
apontar para meu corpo e dizer: “eu não estou com ela.” Esta era uma
das vezes que eu queria fazer ambos. “Desculpe,” Ben disse, e sem me
dar nada mais do que um rápido olhar, ele se virou e se afastou. Merda,
merda, e dupla merda! Eu podia ser ainda mais estúpida? O cara mais
gracinha em todo o universo – ok, ele é um sanguessuga, mas ninguém
é perfeito – e eu tenho que ser grossa com ele até que ela saia para
falar com as pequenas, baixas, garotas bonitas que ele não tem que
fingir que gosta apenas porque elas podem salvar sua alma. “Minha
vida é totalmente uma droga.” Eu disse para Tesla. Ele agitou seu rabo
de lado e fez côco. “Obrigara. Eu precisava disso.”
Eu limpei o côco de cavalo para fora do caminho, me certifiquei de que
Tesla ia estar bem por um tempo, então percebi, tão logo quanto, que
eu estava triste, infeliz e deprimida, eu poderia tão bem estar realmente
triste, infeliz e deprimida.
Fran Getti, a Nancy Drew11 do século 21. Não!
“Ninguém mais.” “É claro que não; você acha que nós somos tolos?”
Eu tentei pensar no que eu poderia fazer se eu quisesse abrir um cofre.
“Um... quando você normalmente o abre?” Ela agarrou sua bolsa e
passou raspando por mim, abriu a porta atrás de mim para seu quarto.
“De manhã, para desembolsar o dinheiro quando nós precisamos que
Elvis e Kurt comprem comida e qualquer coisa que nós precisamos
para os shows.” Kurt era o irmão de Karl. Outro garoto brinquedo, ou
assim dizia Imogen. “E você coloca o dinheiro nele de noite?”
“Eu faço isso, ja. Eu o coloco em uma bolsa como esta, vê?” Ela
segurou uma bolsa de dinheiro preta vazia, do tipo com um zíper e uma
fechadura no final. “O dinheiro vai nela uma vez e eu conto as vendas
dos bilhetes, e também depois que a feira fecha, ven14 todo o dinheiro
vem dos trabalhadores.” O contrato da Feira diz a todos os artistas para
dividirem seus ganhos com Peter e Absinthe. Em retorno eles tem suas
despesas de viagem pagas, e era garantido um montante mínimo cada
mês. “Ven eu olhei de manhã, fffft! O dinheiro sumiu, e a bolsa está
cheia com jornal.” Eu mastiguei meu lábio enquanto observava
Absinthe abrir sua bolsa de viagem. Eu não queria que ela me visse
tocando o cofre – se soubesse sobre minha pequena maldição, ela
mandaria eu ser colocada para trabalhar como a Aberração Adolescente
residente. Com minhas costas para ela, eu retirei minha luva da mão
direita e alcancei a maçaneta do cofre. Com Absinthe ocupada em
acabar de guardar suas coisas a qualquer segundo, eu não teria tempo
para me fortificar para o ataque de imagens. Eu só agarrei a maçaneta e
esperei pelo melhor. Foi horrível. Pior do que eu pensei. Pelo menos
sete pessoas diferentes tinham tocado no cofre nas últimas poucas
semanas: Absinthe e Peter eram os mais fortes, mas eu podia também
sentir Karl, Elvis, Soren e até mesmo Imogen e minha mãe tocaram no
cofre em algum momento ou outro. Objetos inanimados não podiam
reter as memórias do modo que as pessoas, mas se alguém estivesse
sentindo uma emoção muito forte quando ele ou ela o tocasse algumas
vezes isso ficava impresso no objeto. Indecisão e frustração estavam lá
no punho do cofre, mas a esmagadora sensação, a sensação que
inundou minha mente era um frio, desespero quieto, o tipo do
desespero que fazia suas palmas picar com o suor. Uma das pessoas
que tinham tocado o cofre estava emocionalmente em um estado tão
ruim que tocar a memória dele me deixou agora um pouco doente em
meu estômago. Eu puxei minha mão, mas não tive tempo de colocar
minha luva de volta antes que Absinthe disparasse no quarto. “Eu não
estou vendo como você pode nos ajudar, se você vai! Agora me diga
como trabalha. Você pode ler mentes, eh? Pode ver a culpa de alguém
em sua aura? Você é uma humana... do que vocês chamam aquilo...
detector de mentiras?”
Eu dei a ela um sorriso débil e empurrei minha mão nua para trás de
minhas costas, lentamente voltando para o corredor estreito do trailer
para que ela não pudesse vê-la. “Nada disso, desculpe. Mamãe só acha
que eu posso ajudar. Eu leio um monte de Agatha Christie.” Absinte
cruzou seus braços e olhou para mim. “Eu não acho que tudo isso é
diversão. Como você irá nos ajudar agora?” Eu alcancei a porta com
minha mão enluvada, ainda mantendo minhas costas longe dela. “Eu
irei provavelmente falar com cada um e ver se alguém notou alguma
coisa.” “Bah!” Ela jogou suas mãos no ar em um gesto de
aborrecimento. “Inútil, isso é inútil. Eu tenho perguntado a todos e
ninguém vê nada, ninguém nota nada de errado. Isso é uma perda de
meu tempo.” Eu deixei um ombro virar em uma meia contração. “Yeah,
bem, eu fiz o trato com minha mãe, e eu vou me enfiar nisso.” Não
importa o quanto isso vai me destruir, eu adicionei silenciosamente. “E
vou deixar você saber se eu descobrir alguma coisa.” Absinte apertou
seus lábios para mim, seus olhos brilhando cintilantemente. Eu parei
com um pé sobre o degrau, um no trailer, subitamente incapaz de me
mover, presa no lugar com aquele olhar. Meu couro cabeludo se
arrepiou quando eu percebi o que ela estava fazendo. Eu podia sentir
ela se empurrando contra minha consciência, tentando descobrir um
caminho para minha mente. Eu queria gritar para ela ficar fora da minha
cabeça, mas eu senti como se eu estivesse pressa em um grande tonel
de melado, como se cada coisa acontecendo ao meu redor estivesse
sendo girada em câmera lenta. Pânico, escuro e frio, me apertaram
enquanto eu podia senti-la deslizando ao meu redor, me cercando, me
sufocando. Ela ia conseguir, e então ela saberia tudo sobre mim! Eu
não podia respirar; meus pulmões não podiam conseguir nenhum ar
neles. Senti-me esmagada por seu poder, sua habilidade de se empurrar
ao lado da minha resistência débil e o marchar em minha cabeça. Tudo
começou a ficar cinza enquanto eu era varrida por uma onda de tontura.
Não! Meu cérebro gritou. Fran? Calor me preencheu, relaxando o
estrangulamento em que Absinthe me prendia, permitindo meus
pulmões se expandirem e sugarem o ar muito necessário. Eu agarrei o
calor. Ben? Há algo errado? Ele soava sonolento, um quente,
confortável sono, como se estivesse se aconchegando em uma cama
quentinha em uma manhã fria de inverno. O toque de sua mente na
minha era tranqüilizadora, afastando a tontura cinza, cobrindo-me de
segurança. Absinthe estava tentando entrar em minha mente. Ela iria
descobrir sobre mim, sobre você também. Ela já sabe sobre mim. Não
se preocupe, ela não vai entrar. Imagine-se em uma câmera selada, sem
nenhuma saída e nenhuma entrada. Só você. Imagine a si mesma nisso,
e ela não será capaz de entrar em sua mente. Eu respirei fundo, meus
olhos ainda nos de Absinthe enquanto ela fazia uma grande impulso em
minha mente. Meus joelhos quase se curvaram sob o ataque. Ben!
Pense na sala fechada, Fran. Sua voz era tão suave, tão cheia de
confiança, o que ajudou a empurrar um pouco do pânico escuro para
longe. Eu imaginei uma sala feita de aço inoxidável, toda cercada por
cantos, as laterais de cada estavam soldadas juntas. Não havia uma
rachadura, nenhum espaço em qualquer lugar que qualquer coisa
pudesse entrar ou sair. Era absolutamente impermeável, selado, e eu
estava no meio dele. A contenção de Absinte sobre mim rompeu como
se eu cortasse uma corda esticada. Ela rosnou em alemão, mas eu não
esperei para ver o que mais ela tinha a dizer. Eu balbuciei algo sobre vê-
la mais tarde, e corri pela minha vida. Ben? Ele não respondeu. Eu não
podia senti-lo, também. Eu não podia sentir nada, nem uma única coisa.
Só havia eu em meu cérebro. Ben, você está com raiva por que eu o
acordei? Desculpe-me se eu o fiz, mas eu precisava deixá-lo saber que
sua idéia funcionou. Absinthe não conseguiu entrar na minha cabeça.
Está tudo bem agora. Um. A menos que você esteja zangado comigo, e
então eu acho que nem tudo está bem. Nada. Nadica. Nem uma
abençoada coisa. Ele nem mesmo pensa estar com raiva de mim, do
jeito que ele podia pensar em um sorriso. Eu suspirei e olhei ao redor.
Não havia muitos lugares para se esconder quando você estava
vivendo em uma grande, aberta, campina gramada com um monte de
barracas e um grupo de trailers. Eu não tinha idéia de onde estava indo,
mas teci através dos trailers até chegar a uma com símbolos nórdicos
pintado em ouro e preto. Eu bati na porta enquanto virava a maçaneta e
deslizava através da porta, olhando por sobre meu ombro para me
certificar de que ninguém me viu entrando no trailer de Imogen.
“Imogen? Você está de pé? Eu realmente preciso falar com você.” As
sombras se levantaram, a luz do sol se inclinando dentro do trailer,
destacando os restos de uma rosca sobre uma minúscula mesa, então
eu deduzi que Imogen estava de pé e por perto. “Você está se
vestindo?” Eu fui para a porta fechada de seu quarto. “Escuta em tenho
uma pergunta para você – aimeuDeus!” Não era Imogen no quarto; era
Ben. Com o peito nu. Sentado na cama de Imogen com um sonolento, e
surpreso olhar em seu rosto. Até que me movi e um tentáculo do sol
serpenteou passando por mim dentro do quarto, caindo sobre seu
braço nu. Ele girou e empurrou o cobertor para cima, semicerrando os
olhos para mim. “Eu sinto muito!” Eu tentei mover para bloquear o raio
de sol, mas mais veio ao redor de cada lado meu. “Geez, me desculpe,
eu não posso... sol estúpido...” “Entre e feche a porta,” ele rebateu. Eu
pulei para dentro do quarto e bati a porta fechada atrás de mim. Foi
quando que eu percebi que estava em um minúsculo quarto mal
iluminado, com um vampiro nu que parecia realmente, realmente
zangado.
Ele ligou a luz da cabeceira, empurrando o cobertor para baixo para
olhar seu braço. A vista das bolhas que listravam acima de seu braço
eu esqueci de tudo, em estar embaraçada por ele estar nu. “Eu fiz isso?
Ah, Ben, lamento tanto. O que eu devo... gelo, que é o que você coloca
em uma queimadura.” “Não abra aquela porta de novo!” Ele gritou justo
quando eu estava indo caçar o gelo. “Eu não preciso de nada; vai ficar
tudo bem.” “Não seja estúpido; aquelas são como de terceiro... grau...
wow.” Ben acariciou seu braço queimado. Cada passada da mão, as
bolhas diminuíam até que tudo o que permaneceu foram levemente
irritadas marcas vermelhas em sua bronzeada pele inhame.
“Isso é maravilhoso! Você se cura!15” “Ainda não está pronto.” Ele caiu
para trás contra a parede. “Eu tenho limitados poderes regenerativos.
Quanto mais fraco eu sou, menos eu sou capaz de me curar.” “Fraco?”
eu estendi a mão para tocar seu braço, percebi que tinha minhas luvas
postas, e arranquei elas fora. No segundo que meus dedos tocaram sua
pele eu fui preenchida com fome, me roendo, me mordendo com
afiados, golpes dolorosos, uma necessidade se construindo dentro de
mim para ter o que eu precisava, para subjugar o animal que rosnava
por dentro. Eu afastei meus dedos e olhei para Ben. “Você está com
fome. É isso que você quer dizer com fraco?” Ele correu sua mão
através de seu cabelo e pareceu irritado. “Sim. Existe uma razão para
você estar aqui?” Eu olhei para ele, incapaz de afastar o olhar. Ok,
então eu estava olhando para muito de seu peito nu, mas ainda, mesmo
babando sobre aquilo, eu não podia me impedir de me perguntar como
ele podia ter tanta dor trancada dentro dele, e ainda parecer tão normal
por fora. “Eu estava procurando por Imogen.” “Ela não está aqui.”
“Yeah, eu percebi isso . Como é que você está com fome? Quero dize,
por que você não... você sabe... se alimenta?” “Eu não gosto de fast-
food,” ele disse. Eu pisquei. Ele suspirou. “Isso foi uma piada. Não é
tão fácil como apenas escolher uma pessoa fora da multidão e me
empanturrar, Fran. Eu tenho que ser cuidadoso com quem eu escolho.”
“Ah, por causa de doenças e estas coisas? HIV?” “Não, eu sou imune a
doenças. Eu estou me referindo ao fato de que a maioria das pessoas
iria notar se sua esposa ou irmã ou filha subitamente aparecesse
debilitada e sofrendo por uma significante perda de sangue. Leva
tempo para encontrar algumas pessoas que poderiam me providenciar
uma quantidade de sangue que eu preciso sem deixá-las com uma
notável perda.” “Huh. Eu não tinha pensado nisso.” Eu mordi meu lábio
e olhei para seu braço. As marcas vermelhas ainda pareciam como se
machucassem, e eu sabia que tipo de dor ele guardava dentro dele. E
desde que eu causei a ele dor, eu achei que cabia a eu sacrificar um
pouco de sangue. Além disso, havia algo quase... Intrigante no
pensamento de dar a ele meu sangue. “Que tal eu?” Suas sobrancelhas
se levantaram. “O que?”
Uma visão disparou em minha cabeça. Não o tipo de visão que você
tem tocando em coisas, mas uma memória dos primeiros dias que nós
estávamos na Alemanha. Nós tínhamos acabado de chegar, e mamãe
estava tentando me animar me levando às compras. Cada uma de nós
comprou uma suave, vaporosa saia17. Mamãe em cores de pêssego, a
minha em azul escuro e roxo, junto com camisas de seda
camponesa18. Ela brincou naquela hora que nós podíamos usá-las
como ciganas para o Halloween. Aquelas eram roupas de garota, e o
melhor de tudo, eu não parecia um linebacker nelas Quinze minutos
depois, direto no ponto dos nove, eu emergi do trailer, girando minha
saia para ter certeza que ela não estava arregaçada na cintura, sentindo
um pouco óbvia em minhas roupas de garota. Havia também o fato de
que eu tinha uma pata de galinha debaixo da minha camisa... Eu dei três
passos antes de alguém aparecesse fora da escuridão. Eu gritei e tirei
um pé do chão. “Sou só eu,” Ben disse. “Bem, me deu um ataque
cardíaco, porque não você?” Eu engasguei, segurando meu coração.
Ele se moveu para fora da sombra, em uma piscina de luz lançada de
uma das luzes próximas. “Ah, eu estou feliz que você ache isso
engraçado. Eu aposto que você não estaria rindo quando você tivesse
que explicar meu cadáver para minha mãe.” Ele sorriu largamente. “Eu
não tinha visto você em um vestido antes. Você está linda.” Eu puxei o
decote da minha blusa, mais do que um pouco desconfortável com o
modo que ele estava olhando para mim. Estava admirando. Não me
entenda mal; eu queria ser admirada, só que não parecia certo que um
cara que parecesse como ele devesse estar dando aquele olhar para
alguém como eu. “Yeah, bem, eu sou uma garota. Às vezes eu uso
coisas de garotas.” Ele estendeu sua mão. Eu hesitei só uns segundos
antes de pega-la. Nós começamos a andar em direção a área de carros.
“Eu estou feliz que você tenha, mas eu espero que você não sinta tanto
frio passeando em uma saia.” Eu parei. ”Oh. Eu não tinha pensado
nisso. Talvez eu devesse mudar - “ Ele me puxou para frente. “Não
precisa. Eu vou me certificar que você esteja quente.” Eu caminhei
alguns metros, esperando até que nós passássemos um grupo de
pessoas que estavam rindo enquanto um deles empurravam uma outra
em direção a cabine de bilhetes. “Uhn, Ben? Você não está ainda... uh...
com fome, está?” Ele pausou, olhou para mim. Eu não podia ver seu
rosto, desde que ele estava na sombra, mas as luzes das lâmpadas
brilharam em seu cabelo, fazendo-o negro e brilhante como ébano. Ele
tinha puxado-o em um rabo de cavalo de novo, e usava outra camisa de
seda (esta verde esmeralda) e jeans preto. Em outras palavras, ele
estava lindo como sempre. Um par de garotas que estavam rindo uma
para outra, tinham parado para olhá-lo. Ele as ignorou, deslocando-se
ligeiramente até que eu pudesse ver que ele estava sorrindo para mim.
“Faria você se sentir melhor em saber que eu já tive meu jantar?”
Eu sorri para ele. “Sim, faria.” “Sério?” ele perguntou, soltando minha
mão para puxar a motocicleta para cima.” Eu vou tomar isso como um
sinal positivo.” “Do que?” Ele balançou uma perna sobre a motocicleta.
”Nosso futuro. Suba; nós não temos muito tempo se tenho que te trazer
de volta às dez.” Decidi deixar o comentário “nosso futuro” ir e agarrar
seu ombro para me equilibrar, enquanto ia atrás dele, enfiando minha
saia debaixo de minhas pernas para que ela não fosse pega nas rodas.”
“Sem capacetes?” Eu perguntei. “Você quer um?” “Minha mãe
provavelmente teria um troço sabendo que eu sai sem um...” Ele olhou
por cima de seu ombro para mim, uma das sobrancelhas armadas em
questionamento. “Isso não é contra a lei, é?” “Não aqui. Se você
estivesse andando com qualquer um, eu diria que você deveria usar
um, mas eu vou fazer com que você não tenha nenhum dano.” Eu pesei
a potencial raiva de minha mãe, e decidi que só desta vez, eu confiaria
em Ben . Afinal, eu estava usando o horrível amuleto de proteção. ”Ok.”
“Ponha seus braços ao meu redor,” ele disse, ainda olhando por cima
do ombro para mim.” “Uh...” eu disse, hesitando, me perguntando se
deveria mostrar a ele o amuleto em caso de ele ter alguma idéia
engraçada. “É mais seguro assim. Eu não quero que você caia.” ele
ligou a motocicleta, me dizendo para manter meus pés para cima. Minha
cabeça descansou contra seu ombro, seu cabelo bem debaixo do meu
nariz. Ele cheirava bem, do tipo picante, não como o pós barba que meu
pai usava, que me fazia espirrar, mas legal. Ele cheirava... a Ben. Eu
sorri nas costas de seu pescoço, meu cabelo chicoteando atrás
enquanto nós saltávamos da grama para a estrada suave, o motor
acelerando enquanto nós zumbíamos na escuridão se abrindo na noite.
Capítulo 7
“Você está bem?” “Sim. Você pode soltar minha cabeça agora.” Eu me
sentei lentamente, como se eu estivesse sentido tontura e estivesse
prestes a desmaiar a qualquer momento. Eu não estava menos tonta,
mas eu estava muito enjoada. Alguém quer matar Ben! Ben se agachou
próximo a cadeira em que ele tinha me deixado quando eu fingi
desmaiar dentro da barraca. Eu tomei alguns fôlegos de ar fresco, ar
não poluído pela centena de corpos, e olhei ao redor. Nós estávamos do
lado de fora da barraca de Tallulah, que era o ponto mais afastado da
barraca principal. A música era um embotado pulsar na parte de trás de
minha cabeça, como uma dor de cabeça que não ia embora. Eu não me
lembrei de caminhar todo o caminho até aqui, então me perguntei se
Ben tinha me carregado. Como eu não me lembraria disso? Alguém
quer matar Ben! Eu balancei minha cabeça e fechei meus olhos de
novo. Pensando que era muito difícil fazer a música martelando em meu
cérebro sair. “Ela está melhor? Ela quer água?” Alguém quer matar
Ben! “Cala a boca,” Eu rosnei para a Fran interior. “Ela acabou de me
mandar calar a boca?” “Eu não tenho certeza. Soou como isso.” Uma
sombra caiu entre nós, no topo de minhas mãos, que estavam
agarrando as de Ben, como se eu tivesse sido afogada. Devia ser
Tallulah. Ela odiava as bandas; ela sempre ficava longe da barraca
quando uma estava tocando. “Alguém quer matar você.” Eu não pensei
que eu tinha dito as palavras, mas eu disse. Essa era minha voz, e os
dedos de Ben se apertaram ao redor dos meus. “Sempre alguém quer
me matar,” Tallulah disse muito naturalmente. “Isso não é razão para
me dizer para calar a boca. É por que eu posso contatar aqueles que
morreram, e dizer coisas da vida que nem sempre querem que sejam
públicas. Uma vez, uma senhora em Amsterdam que tinha sufocado seu
velho pai tentou me matar com um alfinete. Um alfinete! Naturalmente,
eu sabia que ela estava vindo. Sir Edward me contou.” Sir Edward é o
namorado de Tallulah. Ele está morto, mas eles ainda saem juntos.
“Eu não acho que Fran esteja falando sobre você,” Ben disse, sem
parecer pelo menos um pouco surpreso ou preocupado ou surtando ou
qualquer das maneiras que eu me sentiria se fosse dito que alguém me
queria mais morta do que um inseto esmagado. Ele estava apenas
olhando para mim, um pouco preocupado, é verdade, mas seus olhos
estavam de volta ao carvalho mel com manchas douradas. Ambos me
olharam. “Não me olhem assim, eu não sei o porquê. Eu nem sei quem
era; havia muitas pessoas pressionando ao nosso redor, tudo que eu
senti era que alguém queria Ben... urn... morto.” Eu sei no que você
está pensando. Lá estava eu há poucas horas atrás dizendo a Ben que
eu podia lidar com meus próprios problemas sem sua assistência,
muito obrigada, e o que eu faço? Eu derramo a coisa toda. A coisa é, eu
não sou estúpida. Eu sei que eu posso lidar com minhas próprias
coisas... Lidar com as exigências de mamãe, apontando a mais provável
pessoa de ter tirado o dinheiro – mas isso era diferente. Esta era a vida
de Ben em uma estaca (Ow! Trocadilho não intencional). Ele precisava
ouvir isso então ele podia mandar pros diabos e escapar, antes que
cara da estaca o pegasse. Minhas mãos tremiam nas suas. Eu sabia que
ele as sentia tremerem, mas não disse nada. Ele apenas deu em meus
dedos um pequeno aperto, e então soltou minhas mãos e se levantou,
puxando minhas luvas para fora de seus bolsos. Eu as calcei,
mentalmente jurando que eu nunca iria tirá-las de novo. Tá, ok, eu sabia
que isso era um juramento que eu não ia cumprir, mas isso pareceu
bom lá por uns dez segundos. “Você pode andar, ou você quer que eu
te carregue de novo?” Traidor! Ele tinha me carregado até Tallulah e eu
tinha sido muito bizarra para notar isso. “Eu posso andar. Eu estou
bem, só um pouco assustada. Obrigada por me deixar sentar aqui,
Tallulah.” “Você sabe que você é sempre bem vinda, Fran.” ela deu a
Ben um longo olhar enquanto eu ficava de pé. “Eu acredito que posso
contatar Sir Edward e perguntar a ele o que sabe sobre isso.” Ben fez
uma graciosa reverência para ela. Ela inclinou sua cabeça, e por um
momento eu podia ver o porquê das pessoas pensarem que ela era
relacionada à realeza. Eu sacudi meus dedos nos dela e parti em
direção ao nosso trailer, Ben ao meu lado. Ele não tentou segurar minha
mão, o que estava bem, exceto que eu meio que queria que ele o
fizesse. “Você vai me dizer o que aconteceu? O que realmente
aconteceu, não à versão para Tallulah, tudo, desde a hora que você
entrou na barraca para quando você se sentiu doente.” Eu mordi meu
lábio, decidindo sobre uma pequena edição prudente. ”Eu não senti
nada diferente do glamour, e eu nem senti aquilo primeiro. Para dizer a
verdade, eu pensei que a música era bem ruim.” Um sorriso flutuou
sobre seu rosto.. “Ela era ruim. Portanto a necessidade do glamour.”
Um glamour, para aqueles de vocês que não está atualizado para a
última linguagem de magia, é uma forma de mágica usada para mudar a
percepção sobre alguma coisa, geralmente de uma ruim para boa – em
outras palavras, alguém na banda estava usando um glamour que fez
todo mundo pensar que eles eram maravilhosos, os dando o desejo
irresistível de dançar sua música. Muitas pessoas podem usar glamour
- bruxas, lordes demônios, vampiros, isso é realmente uma coisa
bastante comum. Eu nunca tinha experimentado isso antes, desde que
eu sempre fiquei longe dos amigos esquisitos de minha mãe. “Então
você me pediu para dançar, e tudo começou a ficar divertido.” Eu
deslizei um olhar para ele ver se ele pensava que eu estava me divertido
por que eu estava dançando com ele, ao oposto do glamour ter
começado a me afetar, mas nós estamos andando atrás do trailer de
Elvis, e Ben estava na sombra. “E então a próxima coisa que eu sabia,
eu estava sendo inundada pelas mentes das pessoas. Então eu o
toquei.” Ben parou. “Ele? Era um homem?” Eu parei, também,
mastigando meu lábio enquanto eu tentava lembrar (ok, então mastigar
meu lábio é um pequeno tique nervoso que eu tenho; eu nunca disse
que era perfeita). Eu fechei meus olhos e selecionei através das
emoções que lembrei sentir. Com exceção da garota que estava
preocupada em pensar que estava grávida, era impossível rotular as
imagens transitórias pelo sexo da pessoa. “Desculpe; eu não posso
dizer, acabou tão rapidamente, só um flash em minha mente de alguém
que estava preenchido com os pensamentos de apunhalar você.
Alguém frio e escuro e-” Eu estremeci e esfreguei meus braços -
“extremamente mal por dentro. Quem quer que seja isso, Ben, ele
significa problema. Você precisa ser cuidadoso, por que esta pessoa
realmente quer você morto.” “Hmm.” Ele começou a andar novamente.
Eu o segui, rolando meus olhos. Ele estava de volta a sua dura rotina de
cara macho. “Sabe, eu leio um monte de mistérios,” Eu disse. “Lê?”
“Sim, então eu sei tudo sobre alguém querendo outro alguém sendo
morto, e detetives nos livros sempre dizem que o quem não é
importante; é o porquê. Se você sabe o porquê alguém quer você
morto, isso irá dizer a você quem é. Então, quem quer você na estaca?”
Ele esperou para que eu o alcançasse, então andou ao meu lado em
absoluta falta de expressão em seu rosto. “Bastantes pessoas, eu
imagino.” Eu esbugalhei meus olhos para ele (algo que eu não estou
orgulhosa, mas hei, tinha sido um dia estressante). ”Você está
brincando. Por que alguém iria querer você morto? Você não, como,
acidentalmente matou alguém quando você está tendo seu jantar, não
é?” Eu não podia imaginar Ben fazendo nada ruim o suficiente para
fazer alguém querer matá-lo. Eu tinha estado dentro de sua mente;
sabia que tipo de pessoa ele era – atormentado, em um monte de dor,
sim, mas ele não era mau. Ele não gostava de machucar as pessoas.
“Eu sou um Moravian Dark One. Muitas pessoas pensam que nós
somos criaturas malignas da lenda de vampiro, caçando os inocentes,
modificando as pessoas de sua própria espécie, amaldiçoando-as ao
inferno eterno. A maioria dos caçadores de vampiros não se incomoda
em saber o que nós somos; eles nos confundem com demônios,
canibais, e coisas assim. Essas pessoas nos matam apenas pelo que
somos, Fran. Eles não precisam de nenhum outro motivo.” “Mas isso é
errado! Você não é mau; você só é um pouco diferente dos outros. Além
do mais, eu sou diferente, mas não vejo ninguém tentando dar cabo de
mim.” Ele não disse nada para isso. Eu estava começando a entendê-lo
– que ele não dizer nada era freqüentemente tão importante quanto o
que ele dizia. “Sabe, essa coisa que você não pode mentir para mim me
deixa nervosa. Você não dizer nada significa que acha que alguém está
tentando me matar?”
Ele pôs uma mão sobre meu ombro. Eu tinha apontado para minha Fran
interior que isso era um agradável, confortante gesto, não um
romântico. “Não, não acho. Mas sua mãe é uma bruxa; você deve
conhecer a história de bruxas através dos tempos.” “Yeah, eu sei sobre
caça as bruxas e tudo o mais, mas as pessoas não fazem isso mais.”
Seu silêncio foi preenchido pelo ar entre nós. “Elas fazem?” “Em
alguns lugares, sim. Mas você não tem nada que se preocupar. Sua mão
protege você, como faz seu próprio desejo se misturar, e...” “E o que?”
Ele não disse nada, mas puxou seu braço de meu ombro. Eu tinha uma
idéia do que ele estava indo dizer, e eu não queria ouvir isso. Eu nem
mesmo queria pensar nisso, por que então ficaria brava com ele e com
sua atitude de macho. Então eu não disse nada também, e ambos
andamos em silêncio até que Ben o quebrou. ”Você estará bem até que
sua mãe volte?” “Claro, eu fico sozinha o tempo todo.” E geralmente
gostava de ser deixada sozinha, mas hoje a noite eu queria que Ben
ficasse. Eu tentei pensar em uma razão para mantê-lo comigo. “Você
esta com fome? Você gostaria de uma xícara de chá? Nós temos – ah.”
Eu sou tão estúpida! Duh, Fran, ele é um vampiro; vocês estavam
justamente falando sobre isso. “Desculpe; às vezes eu esqueço que
você é um... às vezes, eu esqueço.” Eu me apressei à frente, tentando
fingir que eu não tinha uma boca tão grande quanto o Colorado.
“Obrigado, Fran.” “Pelo que“ Eu perguntei miseravelmente. “Por
colocar meu pé na minha boca... de novo?” “Por não deixar isso
importar para você sobre o que eu sou.” Eu dei de ombros, mas permiti
que o brilho quente de suas palavras afastasse alguns dos sentimentos
esquisitos dentro de mim. “Eu nunca entendi por que as pessoas
culpam alguém por aquilo que elas nasceram para ser. Não é como se
elas tivessem uma escolha, é? Quero dizer, eu não tenho uma escolha
sendo uma psíquica, não mais do que você teve uma escolha sobre ser
um Dark One. Nós apenas somos. Então por que fazer um escarcéu por
algo que nós não podemos mudar? Minha mãe sempre diz que não
importa quem você é, mas o que você faz é o que importa.” “Belas
palavras de sabedoria vindas de uma garota que pensa de si mesma
como uma aberração.” Olhei para ele para ter certeza que não estava
rindo de mim. Ele não estava. “Yeah, bem, não é tanto que penso que
sou uma aberração, mas as pessoas o fazem, e, sabe, envelhece
realmente rápido ser diferente de todo mundo.” “Não me diga,” ele
disse, parando em frente ao nosso trailer. “Você tem vivido sendo
diferente por só quatro anos; eu tenho vivido com isso por trezentos e
doze.”
“Wow, você é realmente velho,” eu disse, impressionada com o
pensamento de se viver tanto tempo. Ele sorriu, então se inclinou em
frente e meu deu um pequenino beijo, provavelmente um digno de Iowa.
“Sim, eu sou velho, mas não tão velho que eu não saiba uma coisa boa
quando eu vejo uma. Entre. Eu me encontro com você amanhã à noite.”
Me levou uns segundos para fechar a Fran interior (ela estava
guinchando com o beijo). “Onde você está indo? De volta a barraca
principal? Você não vai voltar pra lá com o psicopata que quer espetar
você, vai?” “Eu não tenho medo, Fran.” Eu olhei para ele, meus olhos
grandes e arregalados. “Bem, você deveria! Ben, eu não estou
brincando quando disse que a pessoa que quer você morto é má,
realmente má, nota A do mal, na verdade. Você não quer se meter com
ele ou ela, seja lá quem é. Acredite-me, esses pensamentos dessa
pessoa são carinhosamente enfatizados na alegria de observar você
morrer uma horrível e dolorosa morte.” Ele enfiou uma mecha do meu
cabelo atrás de minha orelha. “Vá para dentro, Fran. Eu vou ficar bem.”
“Argh!” Eu gritei, querendo estrangulá-lo, e chacoalhá-lo, e beijá-lo
tudo de uma vez. “Você é o cara mais frustrante do mundo inteiro!” Eu
marchei às escadas, batendo a porta do trailer atrás de mim; Davide
olhou para cima enquanto eu jogava minha bolsa sobre a cadeira e
enfurecia pelo corredor estreito. “Ben estúpido, estúpido, estúpido Ben.
Ah, ele é tão fodão não, ninguém pode matá-lo. Ha! Bem, quem precisa
dele? Eu com certeza, não. Se ele quer se matar, está tudo bem para
mim. Só que significa que eu não vou ter que resgatar sua alma, não
importa o que você faça. Ele não se importa comigo, nem um
pouquinho. Ele e seu cabelo comprido e seu corpo gostoso e a moto e
aquele jeito maravilhoso de beijar – nada disso importa! Nem um
bocadinho estúpido!” Davide fez uma cara que parecia bastante como
ele se estivesse franzindo sua boca para mim. “E você pode parar de
me olhar desse jeito! Isso não é problema meu!” Eu juro que ele
levantou as sobrancelhas para mim.
Eu apontei um dedo para ele. “Nem uma palavra de você, gato. Eu tentei
alertá-lo. Eu fui direta com ele - que era estúpido de se intrometer com
quem quer que queira ele morto, mas ele é todo 'eu sou um Dark One.
Eu posso fazer qualquer coisa' para mim. Dark One – Dork22 One é
mais como isso. Ok, isso foi injusto – não há nada de imbecil em Ben –
mas eu não iria admitir isso para o gato. Davide se levantou, arqueou
suas costas em um esticar, então sentou e curvou sua cauda ao redor
de suas patas enquanto ele me dava um olhar amarelo que falava mais
alto do que palavras. “Eu fiz tudo o que eu podia!” Eu disse arrancando
a porta do armário aberta para pegar meu travesseiro e o cobertor. ”Não
há mais nada que eu possa fazer!”
Seu queixo caiu. “Ninguém sabe exceto papai e tante24. Como você faz
isso” Eu segurei outra chave. “Esta destranca uma grande grade onde
você guarda os pombos. Com é que é chamada - pombal? Tanto faz,
está chave é nova. Você não a tem há muito tempo.” Eu pensei que os
olhos dele iriam pular de sua cabeça, então eu embrulhei meu show,
colocando as chaves gentilmente dentro de sua mão. “Não é nada
especial, Soren. Eu posso sentir as coisas pelo toque; isso é tudo.”
“Isso é tudo? Isso é bastante especial; isso é muito especial!” Ele olhou
abaixo as minhas mãos como elas fossem pintadas de roxo ou algo
assim. Eu puxei minhas luvas de volta. O sol estava ainda brilhando,
mas de repente eu me senti como se uma nuvem tivesse passado por
cima. “Eu não acredito que você possa fazer isso. É o porquê de você
usar luvas? Você pode fazer isso com pessoas também? Você pode ler
minha mente se você me tocar? Você pode dizer tudo o que eu estou
pensando?” Eu me levantei e caminhei até Tesla, que não prestava
absolutamente nenhuma atenção em mim, tendo me checado mais cedo
por maças (eu tinha cenouras, que ele aceitou graciosamente). Tesla e
Ben pareciam ser os únicos que não se importavam com minha
maldição. O quanto isso é triste? “Se eu tocasse você com minha mão
nua, sim, eu poderia dizer o que você está pensando. Tipo assim. Mais
como emoções fortes que você está sentindo no momento.” Soren
sugou em sua respiração, olhando para mim como se eu estivesse
dançando nua. De cima a baixo. Eu joguei meus braços para fora,
chateada que ele entre todas as pessoas fizesse uma grande coisa por
uma pequena diferença. “Eu ainda continuo sendo a mesma pessoa
que eu era há uns poucos minutos atrás Soren! Você então não
pensava que eu era estranha!” “Eu não disse que eu acho que você é
estranha,” ele disse lentamente. “Você não tem que dizer, esse olhar diz
tudo. Eu já o vi antes, sabe. Todo mundo que descobre sobre isso tem
esse mesmo olhar, a “Fran é uma aberração” olhar. Eu pensei que você
entenderia o que era nascer com algo que você não pode fazer nada a
respeito. Não é nada diferente de você nascendo com uma perna mais
curta do que a outra.” Seu rosto ficou vermelho enquanto ele olhava
para sua perna. “Minha perna não pode me dizer o que eu estou
pensando.” “E minhas mãos podem, sim, e daí? Eu não posso desligá-
la, Soren. Eu só tenho que viver com isso. Eu pensei que você
entenderia. Agora eu lamento ter contado a você.” Eu me afastei dele,
encostando sobre o lado de Tesla, traçando meus dedos sobre a
cicatriz sobre seu ombro, piscando furiosamente para Soren não me ver
chorar. “Fran?” Eu torcia as pontas da crina de Tesla em uma traça,
doente por eu ter arruinado minha amizade com Soren. “O que?” “Eu
não acho você esquisita. Eu acho... eu acho que é legal.”
“Isso não é legal; é uma maldição,” eu murmurei para minhas mãos. A
crina branca de Tesla enrolada entre meus dedos. Era o que minha vida
tinha se tornado, um rolo. Eu estava enrolada com minha mãe e a Feira,
enrolada com Ben, enrolada com Soren e Imogen, enrolada com Tesla.
“Eu acho que não.” Soren veio do outro lado ao redor de Tesla. “Eu
realmente acho que é legal. Desculpe-me se eu fiz você se sentir mal.”
Eu contrai meu ombro. “Eu estou acostumada a isso.” Ele olhou abaixo
para minhas mãos. “Você pode fazer isso com animais?” “Dizer o que
eles estão sentindo? Não. Eu acho que é porque eles pensam diferente.
As únicas coisas que eu posso captar são emoções humanas e coisas
como isso.” “Ah.” Ele pareceu pensativo por alguns minutos. “Mesmo
assim, eu aposto que podia ser útil.” “Útil!” Eu bufei. “Sim, se você
quer que todo mundo pule para trás toda hora que você se aproximar
delas, por que elas estão com medo de deixar você tocá-las, então isso
é útil. Por outro lado é uma maldição, como eu disse.” “Esse é o porquê
Miranda quis que você encontrasse quem está roubando nosso
dinheiro, não é? Ela quer que você toque todo mundo e veja quem é o
ladrão?” Eu penteei através da crina de Tesla com meus dedos. “Algo
assim, é.” Seus olhos se alargaram de novo. “Você me tocou no outro
dia. Eu me lembro! Você me tocou com sua mão descoberta. Você
estava me lendo?” Eu mordisquei meu lábio e tentei pensar uma forma
educada de dizer a ele que foi por pouco tempo quando eu pensei que
ele poderia ser um suspeito. “Bem... eu tinha que eliminar todo mundo
que tocou no cofre...” “Eu era um suspeito? Você pensou que eu era
um suspeito? Legal!” Eu rolei meus olhos, me curvando para verificar
se aquele mancar em Tesla está correto. As amarras de couro ao redor
de seus pés não estavam apertados, e a corrente que conectava eles
era longa o suficiente para o deixar pastar sem dar a ele todo o alcance
de seu passo normal. “Você é a única pessoa que acha que é legal ser
um suspeito.” “Eu nunca tinha sido um suspeito antes,” ele explicou,
mancando atrás de mim enquanto eu caminhava em direção a Feira.
“Eu queria que você tivesse me dito. Eu teria gostado de escrever isso
em meu diário.” “Você pode escrever isso nele agora.” “Eu ainda sou
um suspeito?” Eu parei e esperei ele me alcançar. “Não, é claro que
não. Você está limpo.” “Eu estou limpo,” ele disse em um terror
preenchendo a voz. “Isso é legal, também.” “Tanto faz.” Nós
caminhamos o longo percurso para a Feira, andorinhas girando e
mergulhando acima de nós, enquanto elas faziam seus atos acrobáticos
entre as barracas. “O que aconteceu depois que Ben carregou você
para casa?” “Eu não sei.” Ele franziu os lábios. “Você não sabe?”
“Nope. Eu estava fora do ar. Eu não me lembro de nada exceto de
acordar essa manhã.” “O que Miranda disse?” “Zzzzzzzzz” “O quê?”
Soren parou para olhar embasbacado para mim. Eu sorri. “Ela estava
dormindo quando eu me levantei esta manhã. Eu presumo que Ben me
arrastou de volta ao trailer, e minha mãe me enfiou para dentro. Só
isso.” “Ah.” Ele pareceu um pouco desapontado por aquilo e
evidentemente decidiu continuar em algo mais promissor. “Quem é o
suspeito? Quem você acha que roubou o dinheiro?” Eu parei na faixa
entre a Feira e os trailers. Era ainda muito cedo para a maioria das
pessoas estarem de pé, mas umas poucas pessoas com olhos turvos
cambaleavam para fora de seus carros com copos de café e sacolas de
pão apertadas em suas mãos, rumando para seus trailers. “Eu não sei.
Sete pessoas tocaram no cofre, e das sete, quase todos eles limpos.”
“Quase todos?” “Eu não falei com as últimas pessoas.” “Ah.” Ele
sugou o interior de suas bochechas enquanto nós víamos Absinthe, um
lenço rosa que contrastava com seu cabelo amarrado em volta de sua
cabeça, e um par de óculos escuros escondendo seus olhos,
escorregando para fora da porta do trailer de Kurt e Karl. Ela foi direto
para seu trailer. “Isso foi interessante.” eu disse. Ele fez uma careta.
“Não, na verdade. Então, noite passada, quando você teve seu ataque -
“ “Eu não tive um ataque,” eu interrompi. Quer dizer, eca, eu me sentia
estranha o suficiente; não precisava das pessoas pensando que eu
tinha ataques também! “Ok, quando seja lá o que aconteceu com você
aconteceu, foi por causa...” seu nariz enrugou. “Porque aquilo
aconteceu?” Eu chutei uma pedra, mantendo ela fora do gramado para
que eu pudesse atirá-la na lata de lixo próxima. “Eu acho que foi
sobrecarga. Eu nunca toquei mais do que umas poucas pessoas num
dia, e lá, eu estava tocando centenas. Eu apenas me senti como se
estivesse sendo esmagada por elas, como se eu fosse uma concha
vazia. Foi horrível.” “Ben tocou você.” “Sim.” Soren virou seus olhos
azuis cheios de acusação para mim. “Ele sabe, não é? Você disse a ele,
mas você não me disse.” Eu tentei um sorriso solidário. Eu não achei
que consegui. “Eu disse a você agora; que é o que conta para alguma
coisa.” “Você não confiou em mim, e você confiou nele. Você acabou de
conhecê-lo!” “Vamos lá,” eu disse, puxando-o em direção ao trailer que
Absinthe tinha acabado de sair. “Você gosta dele mais do que de mim,
não é?” “Ah, pelo amor de Peter...” Eu parei e o sacudi. “Isso não é um
concurso, ok? Ben sabe por que... por que... ele apenas sabe! Eu não
disse a ele; ele calculou por si mesmo.” “Você não disse a ele?” Os
olhos de Soren estavam estreitos; ele estava suspeito apesar de
obviamente querer acreditar em mim. “Eu não disse a ele; ele
adivinhou. Se sente melhor? Agora, vamos lá; eu preciso de ajuda.”
“Ajuda com que?” “Eu preciso tocar Karl.” Os olhos de Soren
esbugalharam de novo. Eu o esmurrei no braço. “Não esse tipo de
toque, estúpido! Eu preciso tocar ele. Ele é uma das pessoas que
usaram o cofre. Eu preciso ver se ele sente frio e desespero interior.”
Frio. Desespero. Como a pessoa que queria Ben morto. Eu suguei em
um fôlego e pensei sobre aquele momento. Poderia ser? Poderia o
ladrão ser a mesma pessoa que queria Ben apunhalado? Por quê?
“Fran? Você está bem? Você não esta tendo outro ataque, está?” Eu fiz
um olhar mordaz para ele. “Eu não tenho ataques!” “Ok, mas você está
me assustando. Seus olhos ficaram engraçados. Qual é o problema?”
“Nada. Eu só preciso pensar por um minuto.” Eu olhei ao redor, então
agarrei a mão de Soren, arrastando-o para um par de engradados de
plásticos que estavam colocados atrás do trailer de Elvis, fora do sinal
do resto dos trailers. “Senta.” Ele se sentou. Ele também me observou
enquanto eu marchava para frente e para trás, tentando decifrar tudo.
“Eu vou fazer isso da maneira que os detetives fazem nos livros.” Soren
escavou uma pequena caderneta imunda fora de seu bolso. ”Eu serei
seu fiel aliado.” Eu parei de andar para dar a ele um olhar. “O que? Isso
não está certo?” “Nós não estamos em um western, Soren. Isso é
sério.” “Você é quem manda.” Ele pareceu assustado. Senti-me irritada.
“Ponto um,” eu disse, retomando meu ritmo e assinalando cada item
com meu dedo. “Alguém roubou o dinheiro da Feira, não só uma vez.
mas três vezes nos últimos dez dias.” “Sim.” Soren se debruçou sobre
sua caderneta, sua língua do lado de fora enquanto ele escrevia com
um lápis quebrado. “Ponto dois: Sete pessoas tocaram o cofre – seu
pai e sua tia, Imogen, minha mãe, Elvis e Karl. “Hei!” Soren olhou para
cima. “Elvis! Eu aposto que é ele.” “Você está se adiantando. Fieis
aliados nunca se adiantam.” Seus lábios fizeram um O. “Desculpe.”
Ponto três: não faz sentido que Absinthe ou Peter roubem de si
mesmos e façam um grande escândalo por causa disso.” “Grande
escândalo,” Soren repetiu enquanto ele escrevia. “Ponto quatro: Elvis é
um demonologista. Demônios podem entrar em qualquer coisa, se eles
são ordenados.” “Sim,” Soren disse, seus olhos se iluminando. “Exceto
coisas feitas de aço,” eu adicionei. Seu rosto caiu. “Ah. O cofre é feito
de aço.” “Exatamente. Então, infelizmente, embora eu gostasse que o
suspeito fosse Elvis, eu só não vejo como ele poderia utilizar um
demônio para trocar o dinheiro por pedaços de jornal que sua tia
encontrou.” Ele suspirou ruidosamente. “Eu não posso também.”
“Ponto cinco: Seu pai deixou a combinação do cofre largada onde
qualquer um podia ver, mas só sete pessoas tocaram o cofre, então o
que eliminam os outros.” Soren pareceu pensativo, sugando na ponta
do lápis quebrado. “Isso deixa Imogen, Miranda e Karl.” “Exatamente.”
E desde que Ben diz que Imogen não precisa de dinheiro, e eu sei que
minha mãe não roubou nada, isso deixa - “ “Karl!” “Alguém está
tomando meu nome em vão?” Soren pulou e eu girei para ver Karl
vestido em uma camiseta, shorts de corrida e tênis. Karl não falava
inglês tão bem quanto o resto das pessoas na Feira, mas eu dou a ele
crédito, ele fala melhor do que eu alemão. “Ah, oi, Karl. Uh...” Eu
deslizei minhas luvas fora de minha mão e segurei-as atrás de minhas
costas. Soren que estava atrás de mim, subitamente se apressou a
frente. “Karl, eu estou tentando mostrar a Fran o truque que você faz
com a moeda - sabe, aquele onde você faz tirando do nariz de alguém?
Eu não posso fazer isso tão bem quanto você. Você poderia mostrar a
ela?” Eu pisquei por um segundo, então acenei minha cabeça. “Sim,
você poderia, por favor? Eu adoraria aprender mágica.” Karl não
pareceu como se tivesse acreditado em nenhum de nós dois, mas ele
gentilmente tirou uma moeda da orelha de Soren, da minha
sobrancelha, e de seu próprio cotovelo. “Wow, isso é muito legal;
posso tentar?” Eu perguntei, estendendo minha mão descoberta. Karl
me deu a moeda, seus dedos tocando minha mão enquanto ele soltava-
a em minha palma. “Não é um truque difícil, mas é preciso muita
prática.” Eu fiz alguns passes atrapalhados com a moeda, então desisti
com uma risada, entregando-a de volta para ele. “Acho que eu não
estou habilitada para ser um mágico. Obrigada de qualquer forma. Boa
corrida.” Eu deixei meus dedos tocarem sua mão por um segundo a
mais do que era necessário, então acenei enquanto ele corria em
direção a estrada. “Bem?” Soren perguntou tão logo Karl estava longe
da escuta. Eu sentei sobre a grade. “Nós podemos cortá-lo. Ele não se
sente culpado.” Soren olhou para cima quando seu pai o chamou. “Eu
tenho que ir.” Eu acenei para ele. “Tudo bem, eu tenho que fazer
algumas coisas para minha mãe. Te vejo mais tarde.” “Sim, mas tarde.
Eu vou mostrar a você como cavalgar, não se esqueça.” Ele enfiou sua
caderneta em seu bolso. “E nós iremos trabalhar nisso também; nós
vamos levantar outros pontos; não se preocupe.” Eu o deixei correr
sem dizer a ele que eu não estava preocupada pelo menos. Eu já sabia
de mais um. Ponto seis: Alguém que estava na pista de dança na noite
passada teria dado a sua alma para ver Ben morto, e meu instinto me
dizia que aquela pessoa e o ladrão eram uma e a mesma... E havia só
dois nomes deixados em minha lista de suspeitos. Imogen e minha
mãe.
Capítulo 10
Eu tentei localizar a idéia mais tarde naquele dia, mas o último dia é
sempre um tempo corrido, geralmente a noite mais atarefada de nossa
estadia. “Hei!” Soren me chamou logo depois do almoço. Ele segurava
uma rédea. “Quer cavalgar?” Eu olhei para minha mãe. Ela estava
fazendo amuletos de boa sorte. “Você precisa de mim?” “Não, vá se
divertir. Você trabalhou duro esta manhã.” Eu dei um pulo. Ela me parou
com uma mão sobre meu pulso. “Franny, eu quero...eu quero te
agradecer.” “Pelo que?” “Por se juntar. Por fazer parte de Feira. Eu sei
que você gosta de se manter afastada de todos, mas sua participação
em nossa nova vida significou muito para mim. “Então...obrigada.” Eu
resmunguei alguma coisa e escapei, perguntando como ela poderia ser
uma bruxa inteligente e ainda tão sem noção sobre mim. “Eu fui
chantageada para me juntar,” eu destilei azeda enquanto eu corria para
onde Soren tinha colocado uma rédea em Bruno. “Não é como se eu
tivesse uma escolha, nem nada.” “Um escolha sobre o que?” Ele
perguntou enquanto eu pegava a rédea que ele colocou próximo a
Tesla. “Nada, não importa. Como essa coisa funciona.” Ele me mostrou
como colocar a rédea. Tesla não estava particularmente interessado na
idéia toda, mas Soren me mostrou como encontrar o ponto na
mandíbula de Tesla que eu poderia pressionar para fazer ele abrir sua
boca e então eu pudesse deslizar o freio dentro. Nós ajustamos as tiras
até que a rédea se encaixou; então eu pulei em uma rocha e subi nas
costas de Tesla enquanto Soren segurava ele firme. “Whoa, cavalo
grande,” eu disse, minha rígida musculatura interna imediatamente
gritando em um protesto por sentar escancarada atrás em suas costas
largas. As rédeas saíram de minhas mãos, deslizando de seu pescoço
para suas orelhas enquanto ele abaixava a cabeça para o chão. Eu me
inclinei a frente para pegá-las, e imediatamente cai. Tesla me ignorou.
“Você!” Eu apontei para Soren, que estava sentado confortavelmente
nas costas de Bruno. “Pare de rir. Você!” Eu apontei para Tesla.
“Prepare para ser cavalgado. Isso é uma guerra, cavalo.” Eu fiz três
tentativas, mas na última eu me assentei nas costas de Tesla. Ele não
estava terrivelmente feliz sobre deixar toda aquela grama adorável
esperando para ser comida, mas com algumas instruções gritadas por
Soren, nós logo estávamos trotando ao redor da grande área aberta da
campina, onde mais tarde os carros iriam estacionar. “Isto...ow...isto
é...ow...isto é um pouco difícil nos...ow...dentes,” eu disse, uma vez que
me senti segura o suficiente para parar de agarrar a crina de Tesla.”
Isso é um...ow!...pouco mais difícil sobre as coxas, também.” “Este é o
porquê você precisa de uma sela,” Soren disse, apesar de eu perceber
que ele não estava fazendo caretas como eu estava. “Então você pode
se posicionar. “Pode posicionar o que?” “Pode posicionar – é a
maneira que você se move para o cavalo trotar. Faz isso mais fácil para
seu traseiro.” “Ah. Deus. Meu traseiro podia aproveitar mais
facilmente.” Eu me mexi um pouco ao redor das costas de Tesla,
tentando achar uma posição confortável, minhas pernas apertadas
sobre ele, enquanto eu tentava mudar de lugar em sua espinha dura. De
repente sua cabeça veio para cima e seu pescoço se arqueou enquanto
ele mudava para outra marcha. Eu sei, cavalos não tem marcha, mas ele
foi se movendo como se estivesse em uma estrada cheia de buracos
para uma que foi recentemente asfaltada. Seu trote suavizou então eu
mal estava abalada, enquanto ele meio que flutuava ao longo do terreno
com longas e envolventes passadas. Eu mantive minhas pernas
apertadas contra seus lados, insegura sobre o que tinha acontecido,
mas apreciando a nova marcha. “O que você está fazendo?” Soren
gritou. Eu olhei para trás. Ele tinha parado, sua boca pendurada aberta
em surpresa. “O inferno que eu sei,” eu gritei de volta, e afrouxei sobre
as rédeas. “Seja lá o que for, eu gosto!” Tesla fez um suave, e fluido
trote em um largo circulo ao redor de Soren e Bruno. Então tropeçou,
recuperou seu passo, e veio para uma abrupta parada como ele fazia.
Eu, é claro, imediatamente cai de novo. “Como você fez isso?” Soren
perguntou enquanto ele se aproximava. Eu me levantei, esfregando
meu traseiro. Por sorte – eu tinha caído sobre uma rocha. “Como você
fez ele se mover daquele jeito?” Eu agarrei as rédeas e comecei a
caminhar de volta em direção a pequena área onde os cavalos
pastavam. “Eu te disse, eu não sei. É algo que Tesla fez por sí mesmo.”
“Eu já vi isso antes,” Soren disse, mais para si mesmo do que para
mim. “Na TV. Testes para cavalos. Adestramento, como é chamado.”
“Tanto faz. Eu acho que eu tive o suficiente por – ah, ei, olhe, é Panna!
Essa é a garota que o avô possuiu Tesla,” Eu expliquei para Soren. Eu
levei Tesla para Panna, que cumprimentou ele com olhos marejados
(sem surpresa aí; eu tinha seu número agora. Ela era uma chorona – o
tipo que chorava por qualquer coisa). “Oi, Panna. Eu estava começando
a pensar que você não seria capaz de vir.” “Oi, Fran. Oi, Tesla. Você
está cavalgando ele.” “Você nos viu? Sim, nós estávamos trotando. O
veterinário disse que um pouco de exercício é bom para ele, desde que
eu não o force muito. Este é meu amigo Soren.” Soren disse oi, então
levou Bruno para ser preparado para o show da noite. Panna deu
tapinhas em Tesla, deu a ele uma maça, e conversou alegremente sobre
como seu avô costumava deixar ela cavalgar nele quando ela era uma
garotinha. “Você quer cavalgar ele um pouco? Eu não acho que ele vai
se importar. Nós não fomos muito.” Ela alisou seu bonito vestido azul e
branco. “Não, obrigada. Eu não estou vestida para cavalgar.” Eu olhei
abaixo para meu imundo short mal recortado e a desbotada camiseta
roxa com baba de cavalo nela, e decidi que era melhor se eu não
dissesse nada. “Tesla parece feliz, não parece?” Ela se moveu ao redor
para tocar seu nariz macio aveludado, gargalhando quando seus
bigodes fizeram cócegas em suas mãos. “Eu estou tão feliz que você
comprou ele. Ele será feliz com você.” “Eu acho que sim. Eu espero que
sim. Ele está comendo o suficiente, e o veterinário disse que ele está
em boa forma. Hei, enquanto eu estava pensando nisso, o que seu avô
disse sobre Tesla?' Ela acariciou a longa curva de seu pescoço. Tesla,
eu tinha vindo a perceber, era um grande canastrão que aceitava
atenção como aquela. Ele acenava sua cabeça sempre que alguém
parava de acariciar ele, observando você com aqueles grandes,e
imensos olhos castanhos que sempre pareciam estar secretamente
rindo. “O que meu avô me disse? Nada demais do que Tesla era muito
especial, muito especial.” Eu arranquei um pedaço de grama de sua
crina. “Especial, como? Especial, inteligente? Especial, rápido como
um cavalo de corrida?” Seus ombros se levantaram e caíram em um
encolher. “Vovô não disse nada. Ele só disse alkalmi. Especial.” “Huh,”
Eu tracei o L na bochecha de Tesla. “Você sabe o que um Lipizzan é?
Ela balançou sua cabeça. “Hmm. Eu não sei nada sobre eles, também,
além de que um amigo meu acha que Tesla é um. Acho que eu vou ter
que perguntar a ele o que um é.” Panna papeou um pouco mais, então
nos despedimos quando uma garota um pouco mais velha do que eu,
chamou por ela. “Esta é minha irmã, Jolan. Ela está vindo a Feira hoje a
noite, mas disse que eu não posso por que eu sou muito nova. Eu não
acho que eu sou tão nova, você acha?” “Quantos anos você tem?”
“Treze.” “Um...” eu pensei na barraca de piercing, na sala do calabouço,
nas pessoas amontoadas juntas, dançando sob a influência do
glamour. Eu podia ter só dezesseis, mas eu com certeza me sentia um
gazilhão de anos mais velha do que ela. “Sabe, poderia ser melhor se
você esperasse até que nós voltemos no próximo ano.” Ela fez uma
pequena careta, mas não teve tempo para discutir. Em vez disso ela
pressionou um pedaço de papel em minha mão.”
“Este é o meu endereço. Você vai me escrever. Eu gostaria de trocar
correspondência com você.” “Com certeza,” eu disse. “vou deixar você
saber como Tesla está indo, ok?” “Ok,” ela disse; então seus olhos se
encheram de lágrimas (de novo) e ela abraçou Tesla, me abraçou e
correu, enxugando seus olhos. Eu passei a próxima hora cuidando de
Tesla, comendo um rápido jantar com minha mãe, Peter, Soren, e
Imogen, então coloquei minha roupa cigana para a noite. Imogen disse
que eu parecia muito misteriosa na blusa e saia, e que as pessoas que
me deixariam ler suas palmas estariam mais inclinadas a acreditar em
mim se eu parecesse um membro. “Isso é estúpido,” eu reclamei,
enquanto eu aceitava o livro de quiromancia que ela tinha forçado em
mim. “Eu podia fazer uma absolutamente perfeita leitura usando meus
pijamas e meu roupão tanto quanto, se eu estivesse tocando elas, mas
ninguém vai acreditar em mim a menos que eu me pareça como
Esmeralda a Malvada Cigana?” “Não Esmeralda,” Imogen disse
enquanto ela se inclinava sua cabeça e olhava, quando eu apresentei
meu vestido cigano para sua inspeção. “Francesca a enigmática. Com
seu adorável cabelo e olhos escuros, você se parecesse muito como
um membro. Os clientes vão adorar você.” “Sim, certo,” eu disse, sem
acreditar em uma palavra. Eu dei uma olhada em direção às janelas. O
sol estava baixando, o céu riscado com o familiar pêssego, laranja e
vermelho brilhante. “Então....urn...quando Ben se levanta?” Ela sorriu
um 'você gosta do meu irmão, não é?' sorriso para mim. “Se nós
fechássemos as cortinas, ele poderia sair do quarto agora. Você
gostaria que eu visse se ele está acordado?” “Naw,” eu disse. “Não é
importante. Talvez eu o veja mais tarde.” “Não se esqueça do livro!” Eu
fiz uma careta mas agarrei ele, acenando enquanto eu cambaleava para
a porta. Mamãe queria me apresentar a algumas de suas amigas wiccas,
então eu fiz uma breve aparição em nosso trailer, onde todas estavam
reunidas para um lanchinho pré-ciclo. Mamãe organizava círculos uma
vez ao mês e muitas vezes na última noite que nós estávamos em uma
cidade. Quando ela soube que lá estariam um monte de bruxas para
formar um círculo poderoso o suficiente para ter um efeito. Ok, a
palavra para vocês que estão neste momento surtando – só que como
tudo neste mundo, há bruxas boas e as más. Alguns as chamam de
Wiccas; alguns as chamam de sacerdotisas da deusa. Elas são todas
basicamente o mesmo – bruxas. Minha mãe, é claro, praticava boa
mágica da terra, eles chamam assim. Pagão são muito bons em todo
tipo de coisa. Quando ela e suas companheiras bruxas/ wiccas/ ou
tanto faz o que conseguem juntas, elas organizam círculos para praticar
suas magias. Uma bruxa por si mesma pode fazer mágica limitada, mas
um círculo...bem, me deixe apenas dizer que você não vai querer ir
contra um círculo se você tiver feito algo mau. Houve um cara em
Oregon, um desses religiosos – certos caras que pensam que todas as
bruxas são más e deveriam ser colocadas na cadeia ( ou pior), que
começou a agredir fisicamente as bruxas locais. Mamãe e sua gangue
formaram um círculo e cuidaram dele rapidamente. Eu ouvi dizer que
ele ainda está andando de costas, sete meses depois. Então eu fiz a
coisa encontrar-e-dar oi, sorri para todas as bruxas húngaras, e me
mandei antes que todas elas começassem a fazer bênçãos em mim. (o
grupo de mamãe era muito bom em bênçãos). Enquanto eu estava
saindo, umas das bruxas – uma idosa com cachos minúsculos cinza, e
uma realmente grande, e volumosa jóia – subitamente ficou tensa e
cheirou o ar como um daqueles cachorros de caça faz quando vêem um
pássaro. Ela disse rapidamente algo para minha mãe, que pareceu
confusa. Zizi, a amiga de minha mãe, que tinha vindo da Alemanha,
traduziu para ela. “Ela disse que ela cheira a algo horrível.” “Deve ser
Davide. Ele tem gases quando ele come muito peixe.” Eu disse. Davide
me atirou um olhar que mataria uma pessoa normal. Todos ignoraram
minha piadinha. A mulher da grande jóia disse algo mais. Os olhos de
Zizi ficaram grandes enquanto todas no trailer caiam em silêncio. “Bella
disse que ela cheira a sujeira.” Sujeira? Eu não acho que ela esteja
falando de alguém que perdeu sua ducha da manhã. Eu olhei para
minha mãe. Ela estava muito preocupada. “Suja como, Zizi? Suja com
em impura, ou suja como em - “ Mamãe acenou sua mão ao redor -
“amaldiçoada?” Bela fez um show de cheiração no ar de novo.
“Kárhozott,” ela disse. Todas arfaram. “Amaldiçoada.” Zizi sussurrou.
“Erp,” eu disse. E significa isso. “O que você está fazendo?” Eu parei
de cheirar o ar e me virei. Ben estava inclinado contra um dos postes
que mantinham a barraca em pé. “Tentando encontrar alguma coisa
amaldiçoada. Você parece maravilhoso, como sempre. Você
provavelmente nunca teve um dia de cabelo desgrenhado em toda sua
vida, teve? Eu aposto que você nunca teve nem mesmo espinhas. Você
é lindo demais para espinhas, que provavelmente tem medo de se
aproximar de você.” Uma sobrancelha de ébano zarpou para cima.
“Obrigado. Eu acho. Você parece...bem.” Eu cruzei meus braços. Eu
parecia tão boa quanto eu era, e nós dois sabíamos disso. “Bem? Só
bem? Eu estava linda a outra noite.” “Sim, você estava, mas eu nunca
tinha visto você em 'coisas de garota' antes, e agora eu vi.” Minhas
narinas – por vontade própria, eu vou deixar você saber, queimou com
a raiva. “Bem, que pena, tão triste; isso é, até onde vai, a minha coisa
de garota.” Ele sorriu um de seus sorrisos maldosos, aquele que me
fazia esquecer que eu não queria um namorado, especialmente um que
pensa em relacionamento em termos de séculos. “Eu tenho uma coisa
para você.” Eu olhei para o que ele estendeu para mim. “É um anel.”
“É.” “É bonito.” “Eu gosto dele. Eu espero que você também.” Eu dei
um passo a frente e espreitei dentro de sua mão. “Que tipo de pedra é
essa?” “Um rubi.” “Ah. Estas sãos das tipos caras, não são?”Sua mão
nunca vacilou. O anel assentado sobre sua palma brilhou um quente
vermelho para mim. A pedra era colocada em uma faixa de ouro escuro,
palavras em uma escrita pomposa envolviam em torno dele. “Está e a
mesma tatuagem que você tem.” “Sim, é. Você vai pegar ele?” Eu
mantive meus braços cruzados e considerei-o. “Isso depende. Ele
parece antigo. Ele pertenceu a mais alguém?” “Sim. A minha mãe. Eu
quero que você o tenha, Fran. O anel não vai causar a você nenhuma
dor. Eu te prometo.” Por sua própria vontade, minha mão se estendeu e
o pegou. Ele era pesado e quente, um calor reconfortante. Um rosto de
uma mulher passou perante meus olhos, seu cabelo escuro como o de
Ben, uma mulher sorridente, uma mulher feliz. “Sua mãe era bonita.”
“Eu acho que ela era.” Eu mantive meus olhos nos dele, o anel pulsava
com a lembrança da vida em minha mão. “Ela amava muito seu pai.” Ele
nada disse, apenas me olhava. “Mas ela morreu. Eu pensei que
Moravians fossem imortais.” “Eles são. Minha mãe não era uma
Moravian.” Eu olhei abaixo, para o anel. Eu gostei dele. Ele era legal. Ele
estava certo: tocar ele não me trouxe nenhuma dor. “Ela não era a
Amada de seu pai?” “Se ela fosse, eu não seria o que sou.” “Huh?” Ele
deu um passo a frente, pegando o anel de minha mão esquerda,
deslizando ele sobre meu polegar, e então sobre meu indicador, em
seguida sobre meu dedo do meio, onde ele o deixou. O anel esquentou
por um segundo, então se apertou ao redor do meu dedo até que ele se
ajustou seguramente. “Agora você parece encantadora. Dark Ones que
encontram suas Amadas são redimidos. Seus filhos não nascem
carregando o pecado de seus pais.” “Ah, eu vejo. Mas sua mãe amava
seu pai. Como ela podia fazer isso se ela não era sua Amada?” Um flash
de dor escureceu seus olhos por um segundo. “Wu não posso dizer a
você o porquê, eu só sei o que foi. Ela o amava. E ela era feliz com ele.
Ela iria gostar que você tivesse esse anel.” Eu olhei abaixo para minha
mão, onde o anel se assentava. Ele parecia correto, como se
significasse que devesse estar ali. “Isso não significa que nós estamos
noivos ou algo assim, certo? Que a coisa estranha do dedo que você
fez não é alguma cerimônia estranha Moravian, é? Por que se é isso, eu
não posso ficar com ele.” “Não, isso não significa que nós estamos
noivos.” Você notou que ele não respondeu a minha segunda pergunta.
Eu notei, também. “Isso não significa que nós estamos namorando?”
“Nem namoro.” “Um anel da amizade, é tudo que ele é, certo?” Ele
enfiou meu cabelo atrás de minha orelha. Eu decidi não avançar o
ponto. Ele se inclinou a frente, só um minúsculo inclinar a frente. “Você
vai me beijar?” eu perguntei, incapaz de manter minha boca de botar
pra fora tudo que eu pensava. “Você quer que eu o faça?” ele
perguntou, sua respiração soprando em meu rosto.
Minha Fran interior começou a virar cambalhotas de alegria. Eu disse a
ela para tomar um Valium25 e me chamar de manhã.” “Sim. Não. Eu não
tenho certeza. Qual era a pergunta?” ele se inclinou a frente mais outra
fração. A Fran interior caiu na festa, completa com balões de bichinhos
e sundae de sorvete. Seus lábios eram quentes e suaves sobre os
meus, me provocando, me implorando para aceitar eles, para acariciá-
los, para ceder a sua paixão sedutora. Ele me beijou até que minha
cabeça começou a flutuar; então quando ele tinha terminado de me
beijar, ele me segurou enquanto eu tentava fazer minhas pernas me
sustentarem. “Garoto, você com certeza aprendeu um bocado sobre
beijos em trezentos e doze anos.” Eu disse, uma vez que eu tive o meu
fôlego de volta. Ele sorriu. Era um daqueles sorrisos presunçosos
masculinos, mas eu deixei ele se sair bem dessa. Qualquer cara que
beijava como ele, merecia ser um pouquinho presunçoso. “O que
acontece com suas presas?” Eu perguntei. “Ah, geez, eu não disse isso
alto, disse?” Seus lábios ondularam. “Sim, você disse.” “Me desculpe.
Eu estou uma idiota hoje. Você vai ter que me desculpar. Eu não sou
normalmente tão palerma.” Eu olhei acima para ele. “Um. O que
acontece com elas?” “O que acontece com elas quando?”
“Você sabe, quando você não está usando elas. Elas se encolhem
como os de uma cobra? Elas reaparecem em suas gengivas? Elas
crescem quando você precisa delas?” “Isso realmente importa?” “Não.
Eu acho que não. Eu só tipo me perguntei.” “Quando eu preciso delas,
elas estão lá. Isso responde sua pergunta?” “Não de verdade, não, mas
eu acho que seria rude eu forçar nisso, huh?” Seu olhar disse que
seria. “Eu tenho uma pergunta para você: o que você estava tentando
executar noite passada?” “No meio da multidão, você quer dizer?” Ele
acenou. Eu dei alguns passos para trás, só por que a Fran interior
ficava toda bamba quando ela está tão perto dele. “Ah. Eu meio que
sabia que você perguntaria sobre isso. Você tem alguns minutos?”
“Tantos quantos você precisar.” Eu disse a ele sobre o trato que eu
tinha feito com minha mãe e Absinthe. Eu não, entretanto, disse
explicitamente a ele que eu estava caçando o ladrão na barraca
principal. Eu decidi que se ele não podia mentir para mim, não era bom
para mim mentir para ele. Então, eu só insinuei que eu estava caçando
o ladrão. Infelizmente, Ben não era burro. “Você estava procurando pelo
ladrão quando você retornou a barraca principal noite passada?” Eu
tentei sua política de silêncio para ver como isso funcionava. “Fran, o
que você estava fazendo na barraca na noite passada?” Suponho que
eu não fiz isso do jeito certo. Eu dei um pequeno suspiro. “Eu acho que
o ladrão e a pessoa que quer matar você, é a mesma pessoa. Eu estava
procurando por ele. Ou ela. Quem quer que seja.” Seus olhos ficaram
absolutamente negros – não um negro brilhante como quando ele me
beija, mas um principalmente irritado, pau da vida, tão-negro-que-
nenhuma-luz-vinha-deles negro. “Você está tentando encontrar a
pessoa que me quer morto.” Eu virei minhas costas para ele e caminhei
uns poucos passos, olhando acima para as estrelas como seu não
tivesse um vampiro realmente p da vida atrás de mim. “Talvez.” O
vampiro p da vida estava em frente a mim de repente, movendo-se tão
rápido que eu não pude ver ele, suas mãos fortes em meus braços.
“Não é para você me proteger, Fran. Esse é o meu dever.” Eu me afastei
de seu aperto. “Olha, você pode pensar que há algo entre nós, mas não
há. E se houvesse eu não concordaria com isso, entendeu? Então você
pode cortar fora toda essa macheza sobre quão grande e forte você é
protegendo a fraca e pequena eu. No caso de você não ter notado, eu
não sou pequena nem fraca. Eu posso resolver meus próprios
problemas. Eu posso tomar conta de mim mesma.” “Você não sabe do
que você está falando -” ele começou a dizer. Eu o interrompi. “Ah,
então agora eu sou burra assim como eu sou fraca? Obrigada Ben. Não,
realmente, obrigada aos montes.” Eu virei e caminhei em outra direção.
Sua voz me ferroando as costas como um chicote, me fazendo parar.
“Você é fraca, Fran, fraca quando isso se trata dos poderes das trevas e
aqueles que se utilizam deles. Você não tem noção de quão perigosa é
essa pessoa. Se você vai ou não gostar disso, nós estamos ligados, e
eu vou proteger você o melhor que eu posso, e isso inclui fazer você
parar essa investigação sobre o roubo.” “Ha!” Eu marchei de volta para
onde ele estava todo rígido e carrancudo. Uma parte da minha mente –
a Fran interior – estava desmoronando em si mesma sobre quão
poderoso e mortal ele parecia; a outro parte – a parte sã – comentou
para si mesma que era estranho que não importava o quanto
ameaçador Ben estava, eu me sentia perfeitamente segura com ele.
“Você não pode me fazer parar, garoto presa! Eu fiz um trato com minha
mãe e Absinthe pela investigação, e é isso que eu estou indo fazer.”
“Você vai se matar...ou pior.” “Não há nada pior do que a morte, exceto
talvez tendo que repetir o 2º ano de novo.” Ele nem mesmo bateu uma
pestana com minha piada. Homens! “Você não tem idéia dos perigos
neste mundo, Fran. Você não tem nem mesmo a mais básica, e
rudimentar habilidade de defesa, defesas que sua mãe deveria ter
ensinado a você.” Eu dei de ombros. Ele não se mexeu, nem um
centímetro. Era como se ele fosse feito de pedra ou algo assim.
“Ninguém mexe com minha mãe além de mim, entendeu? Ela não fez
nada de errado.” Seus olhos por pouco cuspiram negro para mim. “Ela
nem mesmo ensinou você como proteger sua mente contra os outros!
Está e a mais básica das habilidades, e ainda assim você não a sabe.
Você sabe que sem nenhuma barreira de proteção, não há maneiras
para manter a si mesmo longe de danos quando enfrentar alguém mais
poderoso do que você - “ “Mamãe não sabe como fazer barreiras! Ela
perguntou a Imogen sobre elas, mas sua irmã não disse a ela como
fazer isso. Como ela pode me ensinar sobre algo que ela não sabe?”
Agora ele realmente estava me deixando p da vida. Eu admito que eu
estava curiosa sobre minha mãe não ter me dito como proteger minha
mente, mas ela provavelmente não sabia que havia esse tipo de coisa.
“Então eu vou mostrar a você!” Ele gritou para mim. “Ótimo!” eu
aumentei o tom de volta para ele. Nós dois ficamos parados lá,
encarando um ao outro, respirando com um pouco de dificuldade por
causa da nossa briga. Ele fechou seus olhos por um segundo, então
abriu eles. Não estava tão negros quanto eles estavam antes. Ele tocou
minha bochecha, só um pequeno toque de borboleta, mas eu o senti no
caminho até meus pés. “Eu não posso perder você, Fran. Se alguma
coisa acontecer a você -“ Eu dei um tapa em sua mão. “Qual é a
barreira, cara durão?” Ele me mostrou. Quando você desenha uma
barreira, você segue um padrão básico, mas cada pessoa faz uma
pequena mudança nela, algo único que só ele ou ela sabe. Ben me
observou desenhar uma barreira básica, então me disse para adicionar
algo mais, outra coisinha que fosse só minha. Eu tentei algumas
curvas, alguns mergulhos extras no meio. Ele me fez fazer a barreira
personalizada mais e mais de novo, até que eu a tinha memorizada.
Minha Fran interior apontou que o pedacinho personalizado era o nome
dele, escrito em letra cursiva. Eu disse para ela tomar conta da sua
vida. “Tente ela de novo,” Ele rebateu, ainda obviamente irritado
comigo. Isso estava bom para mim, por que eu estava ainda chateada
com sua atitude de Sr. Protetor. “Você ainda não estava fazendo ela
certo.” “Eu estou sim! Eu a desenhei exatamente do mesmo jeito!”
“Você tem que acreditar no poder da barreira, em sua habilidade de
desenhar ela. Sem que você esteja apenas acenando seu dedo no ar.”
Eu senti como se gritando com ele. Deusa acima existe alguém tão
chato quanto um vampiro intrometido? “Eu estou tentando, ok! Sai de
cima de mim!” “Faz ela de novo!” Ele rosnou. “Tudo bem, eu vou. E
então quer saber o que? Eu estou deixando você! Eu nunca mais quero
ver você de novo, entendeu isso? Nunca!” Eu joguei tudo que eu tinha
na barreira, todas as minhas emoções, todos os meus pensamentos,
toda a minha vontade, cada último pedaço de desejo que eu sentia de ir
para casa e rastejar atrás dos meus belo, e seguro mundo pequeno.
Então eu tracei o último símbolo, a última curva, a barreira chamejou
para vida no ar entre nós, um intrincado padrão em ouro que
lentamente se dissolveu, partícula por partícula até o nada. A barreira
estava desenhada. Eu estava protegida. “Feliz?” Eu rebati. “Nem
mesmo remotamente.” Ele rugiu. “Dane-se.” Eu disse entre meus
dentes, e me afastei. “Onde você está indo?” ele gritou atrás de mim.
“Para meu trabalho!” Eu gritei de volta, e voando em direção as luzes
brilhantes da Feira.
Capítulo 12
Sim, ok, então você viu o meu grande ato. A verdade era, eu estava com
tanta raiva de Ben e sua atitude 'você vai parar essa investigação por
que você é uma garota e eu sou um vampiro' , que eu corri sem pedir
sua ajuda, que eu tinha finalmente decidido que eu faria por que,
honestamente, o que tem de bom em ter um vampiro mansinho ao
redor, a menos que você coloque ele em uso de vez em quando? Então
lá estava eu, marchando de volta em direção a Feira, parecendo
realmente segura e tudo mais, quando por dentro eu estava me
perguntando que diabos eu estava indo enfrentar Absinthe sem um
pouco de ajuda de meus amigos (ou seja, Ben.) Eu estava tão focada
em gritar para mim mesma – e pensando na s últimas boas respostas
para os comentários sarcásticos de Ben – que eu corri direto para
Imogen antes que eu a visse. “Fran, me desculpe; eu não vi você.”
Evidentemente eu não era a única que estava andando por ai toda
introspectiva. Imogen parecia zangada o suficiente para matar, seus
olhos azuis cintilavam com a raiva. Ela segurava um pedaço amassado
de papel na mão. “Você viu Benedikt?” “Sim, a poucos minutos atrás,
sobre a barraca principal. Qual o problema? Você parece de saco cheio
com alguma coisa.”
“Eu estou de saco cheio; eu estou tão de saco cheio que você poderia
me chamar de Gouda26.” Ela empurrou o papel para dentro de minhas
mãos. “Leia isso. Você já leu alguma coisa tão ridícula em sua vida?
Que coragem a dele!” Eu desamassei o papel e li o curto bilhete
impresso.Minha amada Imogen, eu comecei. Eu olhei abaixo para ver a
assinatura dele (Elvis), então olhei acima. “Um...você quer que eu
realmente leia sua carta de amor?” “Isso não é uma carta de amor,” ela
disse, rangendo seus dentes nas palavras. Ouch! Eu li a carta alto.
'Minha amada Imogen, a tempo eu tenho esperado que você perceba
que eu sou o homem cuja vida está predestinada a você, mas vez e
outra você insiste em ostentar sua infidelidade perante mim. Isso vai
acabar, esta noite, de uma vez por todas. Você vai me encontrar na
parada de ônibus para Kapuvár à meia-noite.' Na parada de ônibus? Ah,
aquela na estrada para cá. Isso é perto de onde eu encontrei Tesla. 'De
lá nós iremos a cidade e estaremos casados de uma vez por todas.
Você é minha, Imogen, e eu não pretendo dividir seus encantos. Seu
devotado Elvis.’ Menino, que imbecil. O que é que há com esses caras e
seus jeitos mandões?” “Ele é maluco, isso é o que ele é, maluco! Eu
não sou dele. e ele não é o homem destinado a mim, e eu terei Benedikt
dizendo a ele de uma maneira que vai garantir que Elvis não vá me
incomodar novamente.”
“Isso tudo é culpa sua.” Whump! “Certamente a maioria não é!” Thud!
“Sim, é. Você é a irmã mais velha; se você não tivesse deixado ele lavar
seu cérebro pensando que você não podia fazer coisas por si mesma –
Whack! Screech -”ele não seria tão o Sr. 'Eu sou o Dark One; eu vou
consertar tudo' com todo mundo, e nós não estaríamos aqui agora,
tendo que surrar em um demônio.” Slam! “Isso é totalmente
injustificado!” Imogen baixou a placa que ela estava usando para bater
na cabeça do demônio e olhou para mim. “Eu nunca disse que eu não
podia fazer as coisas por mim mesma; só que é mais fácil ter Benedikt
tomando conta delas para mim. Ele sabe perfeitamente bem que eu
poderia cuidar de Elvis se eu quisesse.” O demônio começou a rosnar
uma maldição que amaldiçoaria nós duas ao inferno enquanto ele se
arremessava em Imogen, suas mãos pingando de onde ele tinha
atacado Ben. Eu o espanquei nas costas com a chave de ferro que eu
tinha puxado da caminhonete de Imogen. “Ah, sim, certo, eu não estou
tão convicta disso.” O demônio se virou e pulou em mim, uma faca
perigosa subitamente apareceu em sua mão. Eu dei a mim mesma uma
rápida leitura mental sobre não prestar atenção e pulei fora do caminho
bem quando ele balançou a faca em minha direção. Imogen fez um
fabuloso chute de artes marciais que enviou a faca girando
irremediavelmente para longe. O demônio gritou de novo. “Eu poderia
ter! Eu só pensei que era mais conveniente ter Benedikt a fazer isso. Ele
gosta de fazer esses tipos de coisas.” “Conveniente?” O demônio
empurrou a chave de ferro para fora de minhas mãos, me atirando para
o carro estacionado próximo. Eu sacudi as estrelas dos meus olhos
enquanto ele se atirava em Imogen. Sem esperar pelo senso comum de
chutar, eu me atirei em suas costas, e bati minhas mãos sobre seus
olhos. Ele atirou maldições para mim, invocando o nome de seu lorde
demônio enquanto Imogen evitava a ponta pontiaguda da chave. Ela
socou ele entre seus joelhos com uma placa, gritando para eu sair do
caminho. O demônio se dobrou em uma pequena bola. “Como é
conveniente para seu irmão estar largado lá em um campo com mais de
metade de seu sangue drenado de seu corpo?” “Correção,” uma voz
cansada disse atrás de mim. Ben mancou para o círculo de luz lançado
pela lâmpada da rua, uma mão sobre seu peito. O ferimento já não
derramava sangue, mas ele parecia horrível. “Eu não estou mais
deitado em um campo. Eu estou aqui para dar um sumiço no demônio.
Fiquem de lado vocês duas.”
Eu fiz um biquinho para Imogen. Ela levantou sua sobrancelha para
mim. “Ah, muito bem, eu tomarei uma modesta quantidade da culpa
pelo modo de ser que ele é, mas não” – ela cutucou o demônio com seu
pedaço de madeira, conectando com seus ombros. Ele gritou e tentou
cortar ela com um pedaço de vidro quebrado que ele pegou da lateral
da estrada. Eu chutei o vidro de suas mãos, meu corpo inteiro doendo
da luta. O demônio finalmente devia ter tido o suficiente de qualquer
forma, porque ele apenas deitou-se lá sobre o chão, uma tiritante,
massa fedida de más intenções e poder demoníaco - “não em tudo.
Dark Ones são naturalmente arrogantes. Você só vai tem que lidar com
essa característica em particular o melhor que você pode.” “Imogen!
Fran!” Ben rosnou, ou tentou rosnar Veio de uma espécie de um
realmente significante lamento. “Vocês tem que sair, vocês duas. Eu
vou lidar com essa situação.” Eu parei de olhar para o demônio, tempo
suficiente para empurrar Ben contra o capô do carro de Imogen. “Sente-
se antes que você desmaie.” “Eu não vou permitir que você ...“ “Será
que você pode nos deixar tomar conta disso, por favor?” eu acenei em
direção a Imogen que estava pulando para cima e para baixo para evitar
um último ataque do demônio. “Se você notar, nós estamos fazendo um
belo trabalho cuidando de nós mesmos – e de você.” “Fran tem um
ponto, irmãozinho. Nós somos perfeitamente capazes de cuidar desse
diabólico, embora eu aprecie seu desejo de nos proteger.” Ela socou o
demônio em cima da cabeça com a placa. Ele caiu, gemendo e
contraindo algumas vezes antes que ele finalmente desistisse de tentar
nos matar. “Fran não sabe do que ela está falando,” Ben disse,
empurrando-se para fora do carro. “Ela nunca tinha visto um demônio
antes, muito menos sabe como lutar com um.” “Eu sei agora,” eu disse,
colocando abaixo a chave que eu tinha recuperado para tirar os
elementos sobre meus dedos. “Eu sei que demônios não gostam de
aço. Queimam eles.” “Aço?” Imogen desenhou uma barreira sobre o
demônio que fez ele arquear para trás, gritando duas vezes, então
desaparecendo em uma nuvem de fumaça preta de fedor realmente
desagradável. Ela limpou a poeira de suas mãos e caminhou em direção
a nós.“Não aço, prata.” “Mas Elvis me disse... ah. Ele mentiu.” Ela
afastou seu cabelo para trás de seu ombro e sorriu para nós dois. Ela
não parecia de modo algum como alguém que tinha acabado de
espancar um demônio para até uma papa. “Eu suspeito que ele mentiu
sobre um grande número de coisas.” “Hmm. Eu aposto que significa
que ele é o ladrão também.” Algo cutucou minha mente, um
pensamento que queria atenção, mas eu tinha algo mais importante a
fazer. “Continue, Fran. Eu acho que Benedikt precisa ouvir o quanto
você aprendeu.” “Ah.” Eu sorri para ela. “Bem, deixe-me ver... há
também o fato de que quando o demônio toma uma forma humana, ele
é ligado pela força e fraqueza daquela forma, então se você pode
atropelar com um carro e quebrar suas pernas...” “E enfiar um punhal
de prata pura através de seu coração... eu temo que isso fez mais dano
que um carro, Fran.” “...e enfiar uma adaga de prata pura através de seu
coração, você vai desabilitar o demônio o suficiente para permitir que
você espanque ele.” “Mesmo então você tem que enfraquecer o corpo
significativamente então o demônio é forçado a deixar ele e retornar
para o buraco ardente de onde ele veio.” “Certo.” eu acenei e virei para
enfrentar Ben,”Então, viu? Nós não precisamos de você. Nós
derrotamos o demônio por nós mesmas. Nós salvamos você.” “Isso
não é como deveria funcionar,” ele disse, fazendo uma careta para
mim.” “É 2005, não 1705,” eu disse, dando um tapinha sobre o ombro
dele. “Aprenda a lidar com isso.” Nós não voltamos à feira por outra
meia hora. Ben tinha que repor um pouco do sangue que ele tinha
perdido. Eu me preocupei de que ele precisasse de mim para brincar de
doadora de sangue – e eu não tinha certeza de como eu ia explicar para
ele que, embora eu não quisesse que ele morresse, eu não tinha certeza
se eu queria estar ligada a ele por toda a eternidade tão pouco, mas
felizmente Imogen ofereceu a ele seu pulso. Foi a primeira vez que eu vi
Ben... bebendo. Seus dentes cintilaram quando ele mordeu o pulso
dela, dando-me uma breve e momentânea visão de dois longos dentes
caninos antes que sua boca se fechasse sobre a carne dela. “Wow,” eu
disse, observando ele, me sentindo como uma intrusa em algo privado,
e ainda incapaz de desviar o olhar. “Isso é muito selvagem.
Isso..uh...dói?” “Não,” Imogen disse, acariciando o cabelo de Ben com
sua mão livre. Ela beijou o topo de sua cabeça. “Me traz prazer dar a ele
vida. Assim isso será para você um dia.” Uh...não chega a tanto.
Enquanto Ben sugava o tão necessitado sangue, eu fui lá fora me reunir
a Tesla, que estava contentemente pastando agora que o demônio se
foi. “Você foi bastante impressionante lá para um cara velho,” Eu disse,
batendo em seu pescoço. Ele caminhou em silêncio, aninhando-se a
mim e de novo como se ele esperasse que uma maça pudesse
magicamente aparecer. “ Você pode ter duas quanto nós voltarmos para
casa.” Eu prometo. Nós tivemos um breve conflito quando Ben,
parecendo um pouco melhor, insistiu para eu tomar uma carona de
volta com Imogen em seu carro enquanto ele levava Tesla, mas no fim
eu resolvi o problema arrastando para as costas de Tesla e cutucando
ele em direção a Feira, enquanto Ben ainda estava atirando ordens. Ele
me alcançou depois de alguns metros. O carro de Imogen saiu voando
passando por nós, me dando luz o suficiente para ver a carranca
furiosa no rosto de Ben. “Talvez você deva cavalgar e eu deva
caminhar. Você é quem foi ferido.” Suas mãos mão seguraram minha
perna. “Fique onde você está. Eu posso andar.” Ele estava se movendo
com mais facilidade agora, não mais arqueando como seu peito
estivesse machucando ele. Eu me lembrei do quão rápido ele se curou
de suas queimaduras, mas ainda assim, o tamanho do buraco que tinha
sido perfurado nele era terrivelmente grande. Eu deixei Tesla trotar em
um ritmo lento, olhando abaixo o homem que caminhava em silêncio ao
meu lado. “Eu posso ver suas presas?” “Não.” Ele nem mesmo olhou
para mim quando ele disse isso. Que merda. “Como saem?” “Você não
tem necessidade de vê-las.” “Eu salvei sua vida; isso deveria contar
para alguma coisa. Eu quero ver suas presas.” “Eu não precisava que
você me salvasse. Eu teria me recobrado por mim mesmo. Eu teria
derrotado o demônio.” Eu bufei. “Não é isso o que Imogen disse.” Ele
caminhou, carrancudo, mas em silêncio. “Eu aposto que Imogen viu
suas presas.” Tesla baixou sua cabeça para pastar. Eu deslizei de suas
costas e toquei o braço de Ben. “Eu aposto que todas as suas outras
namoradas viram suas presas.” “Elas não viram.” Ben se virou para
mim, suas sobrancelhas negras puxadas juntas. Seu cabelo estava
solto, uma cortina negra de seda ao redor de seu rosto, seus olhos um
lindo carvalho com minúsculos pedaços de dourado faiscante. “Eu não
faço disso um hábito em mostrar...outras namoradas?” Eu sorri e
deslizei meus braços sobre seus ombros, no comprimento frio de seu
cabelo. “Eu pensei talvez que desde que eu salvei sua vida e tudo mais,
nós podíamos tentar essa coisa de namorado/namorada um pouco. Só
para ver como isso fica.” Seus braços foram em torno de minhas
costas, me puxando em direção a ele. Eu me inclinei contra ele muito,
muito gentilmente, não querendo prejudicar sua cura do ferimento.
“Você vai me deixar louco, não vai? Você vai me atormentar por anos
enquanto você tenta decidir se você quer ou não cumprir seu destino
comigo.” “Talvez,” eu disse, sorrindo contra seus lábios. “Você vai me
mostrar suas presas?” “Não,” ele disse, sua respiração quente contra
minha boca. “Eu vou deixar você sentir elas.” Seus lábios se moveram
sobre os meus, me encorajando a investigar. Eu fiz, hesitantemente,
incerta se eu realmente queria ou não o que ele oferecia, mas no final
eu permiti a provocação dele, o provando. A ponta da minha língua
deslizou sobre seus dentes da frente, curvando debaixo da sensação
das pontas de dois longos, e muito afiados dentes caninos. Elvis
desapareceu. Quando Ben e eu levamos Tesla de volta a Feira, ela
estava funcionando como sempre, com a exceção de mamãe e sua
gangue correndo ao redor tentando forçar amuletos em todo mundo.
Nós arrastamos Absinthe e Peter (e Soren) da barraca da banda,
reunindo todos na barraca de mamãe para dar uma atualização do que
aconteceu. “Eu acho que Elvis é o seu ladrão,” eu disse a Absinthe e
Peter. “Eu não tenho certeza, mas eu acho que ele fez isso como um
modo de conseguir Imogen.” Imogen franziu a testa. “O que na terra ele
pensaria que atirando a Feira no chão, ganharia minha preferência?”
“Bem...” eu mordi meu lábio e olhei para Ben. Ele se sentou nas
sombras, uma longa e escura forma que estranhamente transpirava
conforto e apoio. Ele tinha fé em mim, mesmo quando eu não tinha.
Isso deu a meu processo mental um pouco de impulso. “Eu acho que
seu plano era empurrar a Feira a uma situação de desespero, então se
oferecer para comprar ela com o dinheiro que ele tinha roubado.”
Imogen acenou “Eu sei,isso não faz sentido para mim, ainda assim,
mas ele estava desesperado em ter você. Eu acho que ele sentiu, em
alguma forma estranha, que se ele fosse o dono da Feira, ele seria o
seu dono também.” “Mas como ele conseguiu o dinheiro, heim? Como
ele entrou no cofre sem meu conhecimento? Absinthe perguntou. Eu
tomei um profundo fôlego. Mamãe e as outras bruxas estavam sentadas
no chão, segurando seus amuletos. Mamãe me deu um sorriso
encorajador. Era meio estranho ser o foco da atenção de tantas
pessoas, mas ao mesmo tempo, isso era bom. Como se eles me
aceitassem, como se valorizassem o que eu tinha a dizer. Não era o
mesmo de quando eu tentei me misturar na escola, mas isso estava...
certo. Até mesmo, bom. “Ele não entrou em seu cofre,” eu disse, as
últimas peças do quebra-cabeça deslizando em seu lugar. A coisa que
tinha estado me incomodando o dia todo finalmente entrou em foco. Eu
me virei para Peter. “Você deve saber que Elvis conhecia mágica,
certo?” “Ele sabia truques de mão.” Peter encolheu os ombros.
“Mágica ilusionista, sim. Truques com cartas.” “Substituindo uma coisa
por outra como parte de um truque, certo? Que foi o que ele fez hoje no
hospital.” “Sim, é isso o que um truque de mão é.” Eu virei para
Absinthe. “Como você guarda o dinheiro da noite? Isso é, o que você
faz antes que coloca ele dentro do cofre?” Os olhos de Absinthe se
estreitaram. Ela ainda olhava para mim desconfiada, mesmo desde que
eu vim andando de volta a Feira com o braço de Ben ao meu redor, ela
me deu uma ampla posição. “Eu pego o dinheiro de Peter e conto ele,
registrando ele em frente aos bilhetes vindos de cada empregado.”
“Onde você conta ele?” “Em meu trailer.” Eu olhei para Ben. Ele sorriu.
“Enquanto você faz isso, você está sozinha?” Sua careta ficou ainda
mais negra. “Não, as vezes Karl ajuda, as vezes...” “Elvis?” Eu
perguntei quando ela parou. Ela disse algo que até mesmo em alemão
eu entendi. “Aquele porco! Eu vou assar suas entranhas! Eu vou
arrancar seu coração fora e comer ele! Ele me roubou!”
“Truques de mão,” eu disse para Soren, que parecia perplexo. “Elvis
era um mestre em pegar um item e trocar isso por outro. Eu aposto que
ele tinha alguns desses malotes de dinheiro feitos com jornal, então
tudo o que ele tinha que fazer era trocar eles quando Absinthe estivesse
olhando para outro lado. Então ela o enfiaria no cofre, nunca sabendo
que ela tinha sido roubada.” Foi a vez de Peter xingar. Todos saíram
poucos minutos depois disso. Absinthe prometendo uma terrível
vingança com as entranhas de Elvis. Peter murmurando algo sobre
chamar a polícia. Mamãe e sua gangue para manter outro círculo de
emergência para ver se elas podiam trazer Elvis de volta ou pelo menos
ressecar ele em fervura ou em uma realmente desagradável erupção.
Soren me deu um olhar pesaroso antes dele seguir seu pai para fora da
barraca. “Você deveria ter me deixado ajudar a encontrar quem era o
ladrão. Eu sou seu aliado.” “Desculpe, apenas aconteceu. Na próxima
vez você pode ser o detetive e eu serei o fiel aliado.” Ele olhou para
Ben, então deu de ombros e saiu mancando atrás de Peter. “Amanhã
nós estaremos a caminho de Budapeste onde eu poderei ser capaz de
fazer compras até cair.” Imogen saiu da mesa em que ela estava
sentada, se esticou, e soprou um beijo para Ben. “Eu vou precisar de
uma nova adaga de prata. Eu vou comprar uma para você também,
Fran. Obrigada pelo que você fez. Eu acredito que eu vá ver se Jan
ainda está por aqui. Ele tem muitas qualidades que eu ainda não
investiguei.” Ela saiu. Eu olhei para Ben, mordendo meu lábio. Eu tinha
beijado um vampiro, sobrevivido a tentativa de Absinthe de entrar em
minha mente, e tinha ajudado a bater em um demônio, com certeza eu
podia fazer isso também. “Então, urn...você está...uh...você sabe, vai
estar ficando com a gente em Budapeste, ou você tem que fazer outras
coisas em algum lugar?” Ele se levantou e segurou meu queixo em
suas mãos pressionando seus lábios em minha testa. Mamãe engasgou
no fundo. “Eu devo ir caçar Elvis, mas uma vez que eu o tenha
encontrado, eu vou voltar.” Ele olhou dentro de meus olhos por um
segundo, então saiu. Apenas andou lá e saiu. Eu fiquei lá com meu
queiro pendurado em meus joelhos por um momento, então percebi o
que ele tinha feito. Aquele traidor! Eu corri para fora da barraca,
agarrando as costas de sua camisa enquanto ele caminhava no
corredor central. Ele ignorou o meu puxão e marchou adiante. “Hei! Nós
não acabamos de falar sobre você sendo todo machão e sentindo como
você tivesse que salvar Imogen e eu o tempo todo? Ninguém disse que
você precisa caçar o Elvis; Peter vai chamar a policia...” “Eu sou um
Dark One. Ele é uma ameaça a Imogen, e agora que você identificou ele
como o ladrão, ele é uma ameaça pra você. Eu não posso tolerar essa
ameaça.” “Você sabe o que você é? Você é só um enorme, e grande
porco chauvinista; isso é o que você é. Minha mãe me falou de caras
como você.” “Você não vai discutir comigo sobre isso...” “Eu vou
discutir sobre isso, e não me diga o que fazer. Eu estou no comando da
minha vida, não você...” “Você vai ficar com sua mãe e Imogen, e você
não vai se por em perigo de novo.;.” “Eu nunca estive em perigo. Era
você quem estava deitado em um campo com suas entranhas
espalhadas por toda...” “Eu sou um Dark One. Você é minha amada. É o
meu dever proteger você...” “’Eu sou um Dark One; eu sou um Dark
One...’ De todas as besteiras! Você é tão cheio disso. Quer saber? Meu
próximo namorado vai pensar que eu posso fazer qualquer coisa. Ele
vai adorar o chão que eu piso.” “Eu adoro seu...” “Ha!” “Eu adoro!”
“Duas vezes ha com sapos em cima!” Sabe, eu tenho que admitir, eu
estou tipo ansiosa pelo resto do verão. Eu poderia continuar a ser Fran,
a Rainha Esquisita, e poderia não me ajustar a lugar nenhum, mas com
um bando de companheiros esquisitos, mas de alguma forma isso não
parece tão ruim quanto costumava ser. Quem sabe, eu poderia
sobreviver a este ano depois de tudo. Coisas estranhas têm acontecido.
**Fim**
so sorry if you don't like guys...desculpem qualquer erro, fiz o meu melhor na tradução0..
bjos á todos..
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