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Introdução
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Forma qualificada
Aborto necessário
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existe, por exemplo, a possibilidade de se matar alguém em estado de
necessidade (até o bem jurídico mais valioso - a vida - não é absoluto; todo direito
é relativo).
Conceito:
Interrupção criminosa da gravidez, causando a morte do produto da concepção
(do feto).
Duas modalidades de aborto que não constituem crime, desde que praticado
pelo médico (estão no código penal):
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exclusão da culpabilidade - inexigibilidade de conduta diversa; trata-se de
uma forma de fazer justiça, pois esta nem sempre anda pari passo com a
lei).
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1 - Exemplo de Teoria Monista:
Do mesmo modo, a enfermeira (ou uma recepcionista, uma secretária, etc.) será
partícipe do crime do médico (art. 126 c/c art. 29) - naturalmente com uma pena
menor. Observe que se a enfermeira ou qualquer outra pessoa participou dos atos
executórios, ela deixará de ser partícipe e se tornará co-autora.
Por força da Teoria Monista, o partícipe da conduta do autor responde pelo
mesmo crime do autor.
Os arts. 124 125 e 126 falam em provocar aborto (dar causa motivar, originar).
O aborto pode ser praticado a partir do momento em que ocorre a gravidez
(quando já existe o produto da concepção) até o início do parto.
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2 - Aborto por omissão:
Exemplo de Omissão:
→ Uma gestante vai ao médico, e este lhe faz diversas recomendações para que
ela as observe, sob o risco de ocorrer um aborto.
A gestante tem o dever jurídico de impedir o aborto. (Diz inclusive o Código Civil
que os pais devem zelar pela integridade física da criança, bem como seu
sustento, educação, etc.).
3 -Exemplo:
→ Uma gestante faz uma "simpatia" que lhe foi recomendada para que ocorresse
o aborto.
O aborto acontece.
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5 - Exemplo:
→ Uma gestante vai ao médico, e este lhe recomenda que pare de fazer
exercícios físicos, pois há o risco de ocorrer um aborto.
No caso em questão, não houve dolo direto, pois ela não queria o resultado.
Poderia se caracterizar o dolo eventual (havia previsão do resultado, a gestante
não queria o resultado, mas assumiu o risco de produzi-lo - tolerou que ele
acontecesse). Neste caso, ela responderá pelo aborto na modalidade dolo
eventual.
Encaixa-se também a possibilidade de culpa consciente: a gestante previu o
resultado, não o queria (não o tolerava), mas, levianamente, acreditou que ele não
fosse ocorrer. Neste caso, ela só responderia pelo aborto a título de culpa e, como
não existe aborto na modalidade culposa, ela não responderia por nada.
Neste exemplo, a maioria da doutrina entende que se trata de dolo eventual: ela
assumiu a possibilidade da ocorrência do resultado.
O crime, quando está descrito, exige, em regra, dolo direto ou dolo eventual.
Alguns poucos exigem somente o dolo direto.
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A descrição consiste em:
6 - Exemplo:
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Dependendo do que seja causado na gestante, ele poderá responder por lesão
corporal culposa, que só admite a gestante como sujeito passivo.
7 – Exemplo:
Segundo o art. 29, todas as pessoas que concorrem para um determinado crime
são enquadradas neste mesmo crime (Teoria Monista). Exemplo: peculato /
funcionário público.
Art. 127:
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8 - Exemplo:
9 - Exemplo de Preterdolo:
Caso o aborto fosse tentado e a gestante tivesse sofrido apenas lesões leves, ele
não responderia por nada. O namorado praticou o crime do art. 124 c/c art. 29 (ele
é partícipe) c/c art. 129, §6º. Em relação ao feto, o namorado é partícipe do crime
de "auto-aborto"; em relação às lesões, ele não teve intenção (dolo). Mas é
previsível que a sua conduta posa lesionar bem jurídico de terceiro. Ele, portanto,
faltou com o dever objetivo de cuidado (tendo agido com imprudência), e
responderá pelo resultado a título de culpa. Se ela morresse, ele responderia por
homicídio culposo (art. 121, §3º).
Trata-se de um caso típico de preterdolo - ele queria o aborto, mas não queria a
lesão nem a morte da gestante.
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10 - Exemplo de Concurso Formal:
Se a situação é tal que caso não seja realizado o aborto, a mulher sofrerá
lesões, o médico não poderá realizá-lo. Neste caso, prevalece a vida do
feto.
O médico poderá realizar o aborto em qualquer situação, sendo o perigo
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atual (está acontecendo), iminente (está prestes a acontecer) ou futuro
(vai acontecer). Não há restrições para esta prática.
No entanto, uma enfermeira ou um terceiro qualquer, por exemplo, só
poderá realizar um aborto caso o perigo de vida da gestante seja atual.
Neste caso, aplica-se o estado de necessidade. Será, no entanto, um
crime, se, no caso em questão, o perigo for iminente ou futuro.
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Gravidez resultante de atentado violento ao pudor:
Atentado violento ao pudor é todo ato que satisfaça a lascívia, exceto o estupro
(conjunção carnal normal).
Por exemplo: um indivíduo pega o carro de uma pessoa para dar uma volta, e o
devolve; não se configura o furto (art. 155), pois faltou a elementar para si ou para
outrem; trata-se do furto de uso, que não configura crime; não se pode aplicar a
analogia com o art. 155 (norma incriminadora).
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