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IADE

Ciência Aplicada ao Design 2009/10


Exercícios para a 2a Frequência
Constantes: c = 3 × 108 m/s
cW = 2,9 × 10−3 K m

Radiação e Temperatura
Lei de Wien:
λM T = cW

1. Coloca as seguintes «cores» por ordem crescente de energia/frequência:


 a) UV  b) amarelo
 c) IV  d) verde
2. O Sol tem um pico de emissão de radiação em λM = 550 nm. A que
temperatura está a superfície do Sol?

Resposta:
550 × 10−9 × T = 2,9 × 10−3 ⇐⇒ T = 5273 K.

3. Mostre que a temperatura de uma chama azul (λM = 350 nm) é supe-
rior à de uma chama vermelha (λM = 650 nm).

Resposta:
Seja Ta a temperatura da chama azul e Tv a da chama vermelha. Então:
350 × 10−9 × Ta = 2,9 × 10−3 ⇐⇒ Ta = 8286 K
e
650 × 10−9 × Tv = 2,9 × 10−3 ⇐⇒ Tv = 4461 K.
Logo, Ta > Tv .

4. A que comprimento de onda emite o corpo humano radiação?

Resposta:
cw = λM T
2,9 × 10−3 = λM (273 + 36,5)
2,9 × 10−3
λM = = 9,37 × 10−6 m
273 + 36, 5

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Visão e Cor
5. Compara os três espectros de radiação visível mais comuns: Sol, luz
de incandescência (vela, lâmpadas, etc) e luz de fluorescência.
Resposta:
O espectro solar está uniformemente distribuído entre o vermelho e o
violeta, com um pouco de mais intensidade no amarelo. O espectro
de incandescência tem muita intensidade nos vermelhos e laranjas e
bastante menos nos verdes, azuis e violetas. A luz fluorescente tem
picos de descontinuidade na emissão dos comprimentos de onda verdes
e azuis.

6. Tristímulo é:
 a) serem necessários três comp. de onda em simultâneo para
dar uma sensação de côr;
 b) serem necessários três comp. de onda em sequência para dar
uma sensação de côr;
 c) qualquer sensação de côr pode ser reproduzida com três es-
tímulos visuais;
 d) qualquer radiação invisível é o resultado da mistura de três
estímulos visuais.
7. Metamerismo é:
 a) a mesma sensação de côr pode ser produzida por dois espec-
tros de luz diferentes;
 b) ser preciso três cores para ter uma luz visível;
 c) o que se vê para além da luz visível;
 d) o efeito que o UV tem na pele.

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8. Indica quais os espaços de côr dependentes (D) e independentes (I) do
dispositivo de reprodução:
 a) RGB  b) Lab  c) XYZ
 d) CMY  e) HSV  f) Pantone
9. No espaço de côr XYZ, o que representa o Y?
 a) intensidade  b) amarelo
 c) largura  d) comp. de onda
10. Representa geometricamente os espaços de côr RGB e CMY, assina-
lando o que aches importante.

Resposta:

11. Representa geometricamente o espaço de côr HSV, assinalando o que


aches importante.

Resposta:

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12. Desenha o diagrama de cromacidade xy e representa nele os seguintes
itens: a) o branco, b) duas cores complementares, c) um espaço RGB,
d) um espaço CMY, e) a linha do magenta, f) a posição aproximada
das 7 cores do arco-iris.

Resposta:

verde

amarelo
c)
d) b)

a) vermelho
cião

b)
e)
azul magenta
violeta

Relatividade
Equações importantes:

Adição das velocidades de Galileu: v = v 0 + u


v0 + u
Adição das velocidades de Lorentz: v = 0
1 + vc2u
∆t0
Dilatação dos tempos: ∆t = q
2
1 − uc2

13. Uma nave desloca-se à velocidade de u = 0,9c em relação ao planeta


X. Qual a velocidade da luz emitida pelos faróis da nave em relação a
esse planeta

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(a) segundo a Relatividade Clássica?
 a) v = 0,9c  b) v = c
 c) v = 1,9c  d) v = 0 m/s.
(b) segundo a Relatividade Restrita?
 a) v = 0,9c  b) v = c
 c) v = 1,9c  d) v = 0 m/s.
14. Um neutrão em repouso decai num protão, num electrão e num neu-
trino ao fim de 11min. Ao fim de quanto tempo se dará este decaimento
se o neutrão estiver à velocidade de 0,5c?

Resposta:
Dilatação dos tempos:

∆t0 11 11
∆t = q =q =√ = 12,7 min.
2 2 1 − 0,25
1 − uc2 1 − (0,5c)
c2

15. Enuncia o paradoxo dos gémeos. Apresenta a sua solução com seguinte
exemplo: segundo o gémeo na Terra, o seu irmão viajou durante 10
anos à velocidade de 0,8c.

Resposta:
Enunciado:
O paradoxo dos gémeos consiste no seguinte raciocínio: Um de dois
gémeos faz uma viagem espacial numa nave a uma velocidade próxima
da da luz, enquanto que o seu irmão fica na Terra. Designemos por A
o gémeo que viaja e por T o que fica na Terra. Para o gémeo que ficou
na Terra (T ), o seu irmão A envelheceu menos, devido à contracção
dos tempos:
∆t0
∆t = q .
2
1 − uc2

(Nota que ∆t0 é o tempo que passou na nave do ponto de vista da


Terra e que u é a velocidade da nave em relação à Terra.)
No entanto, o gémeo que viajou (A) pode afirmar que ele é que esteve
imóvel e que o irmão na Terra (T ) é que se afastou e aproximou. Se-
gundo este gémeo A, foi irmão T que sofreu a contracção dos tempos
e que envelheceu menos. Tem-se novamente

∆t0
∆t = q ,
2
1 − uc2

5
mas agora ∆t0 é o tempo que passou na Terra do ponto de vista da
nave e u é a velocidade da Terra em relação à nave (portanto, simétrico
da velocidade anterior).
Temos assim um paradoxo: segundo T , A está mais novo; segundo A,
é T quem está mais novo. Afinal, quem tem razão?
Resolução:
Este é um paradoxo falso. Os gémeos não estão em situações simétricas.
Para que os gémeos se encontrem e possam comparar as idades, um
terá que voltar para trás. Nesse momento de mudança de direcção, irá
notar a desaceleração e a aceleração, e a simetria fica quebrada.
Existem assim 3 pontos de vista inérciais: o do gémeo na Terra (T ), o
do gémeo na nave (A) durante a viagem de ida e o do gémeo da nave
durante a viagem de regresso. Com os dados do enunciado, podemos
fazer os seguintes cálculos:

Gémeo na Terra (T ): O meu irmão A viajou 5 anos para lá e 5 anos


para cá. A distância máxima que esteve foi:

∆x0 ∆x0
u= ⇐⇒ 0,8c =
∆t 5
⇐⇒ ∆x0 = 5 × 0,8c = 4c = 4 anos-luz

Para mim, o tempo na nave do meu irmão gémeo passou mais


devagar:

∆t0 ∆t0
∆t = q ⇐⇒ 10 = q
2 2
1 − uc2 1 − (0,8c)
c2

⇐⇒ ∆t0 = 10 1 − 0,64 = 6 anos.


p

Portanto o meu irmão A afastou-se da Terra durante 5 anos à


velocidade de 0,8c, ficando a 4 anos-luz. Depois voltou com a
mesma velocidade e demorou os mesmos 5 anos. Dentro da nave
passou apenas 6 anos (3 anos na ida e 3 anos no regresso).
Gémeo na nave (A): Eu vi a Terra a afastar-se de mim à velocidade
de 0,8c durante os primeiros 3 anos e depois a aproximar-se de
mim com a mesma velocidade durante outros 3 anos. Enquanto
nos afastámos, notei que na Terra o tempo passou mais devagar:

∆t0 ∆t0
∆t = q ⇐⇒ 3 = q
2 2
1 − uc2 1 − (0,8c)
c2

⇐⇒ ∆t0 = 3 1 − 0,64 = 1,8 anos.


p

6
Pode parecer então que, para o gémeo na nave, passam apenas 2 ×
1,8 = 3,6 anos na Terra. No entanto, durante a viagem de regresso o
gémeo da nave não pode acrescentar que na Terra o tempo passa mais
devagar, devido à dilatação dos tempos. Esta dilatação só é verificada
na primeira parte do movimento, enquanto a Terra se afasta da nave.
Na segunda parte, quando a Terra se aproxima da nave, a simetria
é finalmente quebrada e o gémeo A vê o gémeo T a envelhecer muito
mais depressa que ele, até se obter o resultado de 10 anos para o gémeo
T.

16. A figura seguinte representa o diagrama espaço-tempo de um aconte-


cimento A. Coloca nesse diagrama os seguintes novos acontecimentos:
(a) Um acontecimento que possa ser influenciado por A.
(b) Um acontecimento que possa ter influenciado A.
(c) Um acontecimento que A não possa influenciar.
(d) Um acontecimento que não possa influenciar A.

Resposta:

ct
a)
a)
c) c)
45º

45º A x
d)
d)
b)
b)

Modelização
17. Seja H a relação entre a força muscular de uma pulga e o seu peso, isto
é, H = PF . Mostra que, se aumentarmos a pulga 1000× de tamanho,
esta relação piora 1000×. (Admite que o peso depende apenas do
volume do corpo, enquanto que a força depende apenas da área da
secção dos “músculos” da pulga.)

Resposta:
Designamos por
F0
H0 =
P0

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a nova relação entre a força muscular e o peso. Como a força depende
da área, esta aumenta 1000 × 1000 = 106 ×: F 0 = 106 F . Por outro
lado, como o peso depende do volume (comprimento ao cubo), este
aumenta 109 ×: P 0 = 109 P . Então a nova relação fica:

F0 106 F H
H0 = = = .
P0 109 P 1000

18. Seja H a relação entre a resistência de uma corda (R) e o seu peso
(P ), isto é, H = PR . Com a corda pendurada na vertical, mostra
que aumentar o diâmetro para o dobro, mantendo o comprimento, não
tem influência nesta relação. (Admite que o peso depende apenas do
volume da corda, enquanto que a resistência depende apenas da área
da secção.)

Resposta:
Designamos por
R0
H0 =
P0
a nova relação entre a resistência da corda e o seu peso. A resistência
depende da área da secção, que varia com o quadrado do raio: A = πr2 .
Se o diâmetro aumenta para o dobro, o raio também aumenta para o
dobro e a área aumenta 22 = 4 vezes: R0 = 4R. Por outro lado, o peso
depende do volume. Como o comprimento da corda não aumentou, só a
sua espessura, o volume aumenta apenas 22 (e não 23 , como aconteceria
se o comprimento também tivesse aumentado para o dobro). Assim, o
peso aumentará 4 vezes: P 0 = 22 P = 4P . Então a nova relação fica:

R0 4R
H0 = = = H.
P0 4P

19. A resistência de uma raquete é proporcional à área da secção do braço


da raquete. Um modelo de uma nova raquete quebra-se quando sujeito
a uma força de 80 N, e é 10× menor que a raquete real. Qual a
resistência da raquete real?

Resposta:
Seja Fm a força a que o modelo resiste, enquanto que Fr é a mesma
força para a raquete real. Se a raquete real é 10× maior que o modelo,
então a área é 102 = 100× maior. Logo a resistência aumenta 100×,
passando para 80 × 100 = 8000 N.

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20. Calcula a equação da potência do motor de um guindastre (P ), sabendo
que depende da velocidade a que consegue elevar massas (v) e da força
(F ) que consegue suportar. Nota que:

[F ] = N = Kg m/s2 ,
[P ] = W = Kg m2 / s3 .

Resposta:
Começamos por admitir que a equação da potência do motor será do
tipo:
P ∝ F AvB .
Temos que calcular o valor de A e B.
Segundo a nossa hipótese, as unidades da potência serão:

[P ] = [F ]A [v]B
Kg m A  m B
 
=
s2 s
KgA mA mB
=
s2A sB
A A+B
Kg m
= .
s2A+B
Por outro lado, do enunciado sabemos que

Kg m2
[P ] = .
s3
Igualando estas duas expressões temos que:

A = 1
 (
A=1
A+B =2 ⇐⇒
 B = 1.
2A + B = 3

Ou seja, a equação é:
P ∝ F v.

21. Descobre a fórmula para o cálculo da potência (P ) de uma turbina,


admitindo que depende da densidade do ar (d), do raio das pás (r) e
da sua velocidade de rotação (v). Lembra que as unidades de potência
são [P ] = W = Kg m2 / s3 e que as de densidade são [d] = Kg/m3 .

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Resposta:
Começamos por admitir que a equação da potência será do tipo:

P ∝ dA rB v C .

Temos que calcular o valor de A, B e C.


Segundo a nossa hipótese, as unidades da potência serão:

[P ] = [d]A [r]B [v]C


Kg A B  m C
 
= m
m3 s
KgA B mC
= m
m3A sC
A
Kg m −3A+B+C
= .
sC
Por outro lado, do enunciado sabemos que

Kg m2
[P ] = .
s3
Igualando estas duas expressões temos que:
 
A = 1
 A = 1

−3A + B + C = 2 ⇐⇒ B = 2
 
C=3 C = 3.
 

Ou seja, a equação é:
P ∝ d r2 v 3 .

22. Admite que a equação da potência de uma turbina é P = d r2 v 3 .

(a) Quanto aumentará a potência de fizer uma turbina 5× maior?


(b) Fez-se um modelo 5× menor. Quantas vezes mais rápido terá
que rodar a turbina do modelo para ter a mesma potência que a
turbina real?

Resposta:
2 v 3 a potência do modelo e P = d r 2 v 3 a potência da
Seja Pm = dm rm m r r r r
turbina real.

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(a) Neste caso, dm = dr , 5rm = rr e vm = vr . Então:
Pr = dr rr2 vr3
= dm (5rm )2 vm
3

2 3
= 25(dm rm vm )
= 25Pm .
Aumentará a potência 25×.
(b) Neste caso, dm = dr , 5rm = rr e Pm = Pr . Então:
2 3
dm rm vm = dr rr2 vr3 ⇐⇒dm rm
2 3
vm = dm (5rm )2 vr3
3
⇐⇒vm = 25vr3
p
⇐⇒vm = 3 25vr3
3
⇐⇒vm = 2,9vr .
O modelo terá que rodar 2,9 vezes mais rápido.

23. Qual a expressão para o período T de oscilação de uma mola, sa-


bendo que depende da massa m pendurada na mola, da constante de
elasticidade K da mola e da aceleração da gravidade g? Nota que
[K] = N/m = Kg/s2 .

Resposta:
Podemos assumir que
T ∝ mA K B g C .
Por outro lado, sabemos que:
[m] = Kg,
[K] = N/m = Kg s−2 ,
[g] = m s−2
[T ] = s.
Então,
[T ] = KgA (Kg s−2 )B (m s−2 )C
= KgA KgB s−2B mC s−2C
= KgA+B mC s−2B−2C .
Ora como temos que [T ] = s, podemos escrever:
 
1
A + B = 0
 A = 2

C=0 ⇐⇒ C = 0
 
−2B − 2C = 1 B = − 12 .
 

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A expressão final fica então:
r
m
T ∝ ,
K
que não depende de g, ao contrário do que era sugerido no enunciado.

24. Construi-se um modelo da suspensão de um carro. As molas do modelo


têm uma constante de elasticidade 100× menor que as molas reais e
a massa do modelo do carro é 50× menor que a massa do carro real.
Qual a relação entre o período das vibrações da suspensão do modelo
e do carro real? (Usa a equação da pergunta anterior.)

Resposta:
Temos que

mr = 50mm
Kr = 100Km ,

logo,
r
mr
Tr =
Kr
r
50mm
=
100Km
r r
50 mm
=
100 Km
= 0,71Tm .

Fractais e Caos
25. Quais são as características mais importantes de uma geometria frac-
tal?
 a) simplicidade  b) dimensão elevada
 c) dimensão fracionária  d) auto-semelhança
 e) ser muito colorido  f) complexidade elevada.
26. Quais são as características mais importantes de um sistema caótico?
 a) grande dependência das condições iniciais 
 b) previsibilidade 
 c) imprevisibilidade 
 d) evolução para estados conhecidos. 

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27. Calcular a dimensão de Hausdorff das seguintes figuras:
 a) curva de Peano  b) triângulo de Sierpinski
 c) floco de neve de Koch  d) poeira de Cantor.

Resposta:
A dimensão de Hausdorf é calculada como
log N
N = ID ou D=
log I
onde N é o número de cópias e I o factor de zoom. Os cálculos das
alíneas a)–c) foram feitos na aula. A alínea d) consiste numa linha à
qual se retira o terço do meio e assim sucessivamente.

Assim, a dimensão de Hausdorff é:


log 2
2 = 3D ou D= = 0,63.
log 3

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