Numa aldeia do Alentejo, numa casa pequena e feita de pedra, vivia
uma família muito pobre. Viviam com os tostões que o pai, o trabalhador daquela casa, trazia ao fim do mês. Alexandre era infeliz. Ao ver o sacrifício do pai para ganhar dinheiro ao fim do mês e da sua mãe, que tinha de cuidar dos filhos e fazer as tarefas de casa, ia para a escola triste, não brincava com os seus amigos e assim nem era bom aluno. Ele andava na quarta classe, estava ansioso por sair da escola e ir ajudar a família. No final do ano lectivo, disse aos seus pais: – Mãe, pai…eu…eu…eu quero sair da escola para vos ajudar. – É mesmo isso que queres? - perguntou a mãe dele. – Sim, é. Eu sei que vocês estão com grandes dificuldades financeiras – respondeu o Alexandre. – Se é isso que queres, amanhã, começas a trabalhar na lavoura com o Sr. Manuel. – Está bem, pai. Eu quero mesmo trabalhar. No dia seguinte, de manhã cedo, começou o seu novo ofício: dava de comer às vacas e aos bois e revolvia a terra. No final do dia, o Sr. Manuel ficou contente pelo seu trabalho. Isto começou a prolongar-se por vários dias, por meses e meses e o Alexandre começou a sentir-se mais homem, mas também triste por não ir à escola nem ver os seus amigos.