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ANIMAçãO DA

LEITURA
• A promoção de uma educação
literária junto das crianças tem
sempre como recurso pedagógico
privilegiado o texto de literatura
infantil, designadamente o livro de
literatura infantil. Só
conseguiremos formar crianças
leitoras através da leitura de livros
de literatura infantil, com os quais
muitas vezes elas contactam
unicamente no jardim de infância.
• O desenvolvimento de uma educação
literária visa formar a criança como
leitora , capaz de apreciar a
Literatura, sabendo interpretar,
valorizar e activar os seus
intertextos, contribuindo para o
desenvolvimento da sua
competência literária.

• Assim, nas Orientações Curriculares
para a Educação Pré-Escolar
encontramos, na área de conteúdo
“Área de Expressão e Comunicação”,
no “Domínio da linguagem oral e
abordagem à escrita”, algumas
recomendações sobre a leitura e o
livro. Gostaríamos de salientar que as
recomendações apresentadas
apontam para o contacto das crianças
com o livro, considerando-se que é
através do convívio com os livros que
as crianças (também) contactam com
o código escrito, descobrem o prazer
• Neste sentido aconselha-se algum cuidado
na selecção dos livros que se põem à
disposição das crianças, devendo-se
seguir dois critérios, o de estética literária
e o de estética plástica.

• Na realidade, para estas faixas etárias, o


critério da estética literária parece-nos
muito importante, mas o critério da
estética plástica não o será menos, na
medida em que os livros têm um
componente icónica muitas vezes superior
à componente verbal. Podemos
certamente, definir muitos livros literários,
para estas idades, como artextos
• Proposta de Actividades
•  
• Título – A festa de anos
• Autor – Luísa Ducla Soares
• Ilustrador – Chico
• Editor – Editora Civilização
• Data de Edição – 2004
•  

• Pré – Leitura
•  
• Actividade nº 1 – Um modelo de leitura
centrado na literatura (Azevedo, 2006)
pressupõe um trabalho prévio com as
crianças sobre os aspectos paratextuais
do livro. Esse trabalho deve começar por
ajudar as crianças a adquirir e a fixar
vocabulário específico, referente a estes
aspectos paratextuais, como por exemplo:
capa, contracapa, lombada, página de
rosto, badanas, autor, ilustrador, editor,
colecção, data de edição, entre outros.
• Actividade nº 2 – Com base na capa e
na página de rosto do livro (título e
ilustração), pedimos às crianças uma
proposta de antecipação da história
encerrada no livro (que história
contará esse livro?).
• Esta actividade pode ser desenvolvida
em grande grupo, escrevendo o
educador de infância a proposta de
antecipação da história, narrada pelas
crianças.
•  
• Actividade nº 3 – Com base na contracapa do
livro, tendo como ponto de partida o texto e a
ilustração nela presentes, lançamos às
crianças uma pergunta sobre os possíveis
temas abordados no livro: “Qual será o tema
deste livro?”,
• «A avestruz fazia anos. Resolveu dar uma festa,
convidar os amigos. Cada amigo com os seus
gostos, aparentemente inconciliáveis. Mas a
amizade tudo ultrapassa. Ah! Como é bom ter
amigos!» (Soares, 2004: contracapa)
• O educador de infância e as crianças poderão
fazer um debate de ideias, perante a
eventual variedade de respostas a esta
pergunta.
•  
• Actividade nº 4 – Numa primeira
fase, pedimos às crianças que
observem cuidadosamente as
ilustrações do livro. Após esta
observação atenta, o educador de
infância pode promover um debate
de ideias, entre o grande grupo,
lançando a pergunta: “O que te
sugere esta(s) imagem
(imagens)?”.
• Actividade nº 5 – Com base numa
ilustração do livro, pedimos às
crianças que descrevam a imagem.
No final, as crianças poderão
inventar ainda uma legenda para
esta ilustração.
•  

• Actividade nº 6 – Com base nas
ilustrações do livro, pedimos às
crianças que desenhem uma
história, levando-as posteriormente
à explicitação verbal do seu
desenho.
•  
• Actividade nº 7 – Leitura parcial do
código escrito.

• Actividade nº 8- As perguntas de expectativa,
formuladas pelo educador de infância ou pela
própria criança leitora, sobre o desenrolar da
acção da narrativa, contribuem para espevitar
a curiosidade e o interesse do leitor pela
narrativa (Matias, 2004).
• Deste modo, o educador de infância pode lançar
às crianças algumas perguntas de expectativa,
após uma leitura parcial do texto, para que elas
possam prever os acontecimentos seguintes,
como por exemplo:
• - Que iguarias farão parte do lanche de
aniversário da avestruz Catrapus?
• - Quem serão os convidados da festa de anos da
avestruz Catrapus?
• - Que presentes de aniversário receberá a
• Actividade nº 9 – Leitura total do
código escrito.
•  
• Actividade nº 10 – Reconto do código
escrito – Através do desenho, a
criança pode recontar a história,
utilizando as ilustrações do livro, para
a auxiliar nesta actividade. O
educador de infância poderá escrever,
com a criança, o seu reconto da
história.
• Actividade nº 11 – Tendo em conta o
texto icónico e o texto escrito,
podemos lançar às crianças algumas
hipóteses sobre a intriga,
nomeadamente sobre a organização
da sequência narrativa, através do
jogo “O que é que aconteceu primeiro
na história?”, dando como exemplos:
• - A avestruz Catrapus recebeu os seus
convidados;
• - A avestruz Catrapus perguntou se os
seus convidados queriam lanchar.

• Actividade nº 12 – Após a leitura
do texto escrito e do texto icónico,
podemos pedir às crianças que,
através de uma técnica de
expressão plástica, dêem vida à
sua personagem favorita, levando-
as posteriormente à explicitação
verbal das suas opções, na
construção da personagem.

• Actividade nº 13 – A exploração de textos
pode ser também motivada pela resposta do
leitor a perguntas de expectativa, deixadas
em aberto pelo desenlace da narrativa, como
por exemplo:
• “Cansada mas feliz, pôs-se então a chocar o
ovo de chocolate. Que bicho nasceu de lá? És
capaz de adivinhar?” (Soares, 2004)
• Partindo da ilustração destas frases finais, a
criança, através de uma técnica de expressão
plástica, pode dar resposta a esta pergunta
de expectativa, inventando/construindo um
bicho ou um ser que possa estar dentro do
ovo de chocolate. Posteriormente, podemos
levar as crianças à explicitação verbal das
suas opções na construção deste ser.
• Actividade nº 14 – Após a leitura
do texto escrito e do texto icónico,
podemos pedir às crianças que nos
contem qual foi a sua parte
preferida da história. Depois
poderão, através do desenho,
transmitir-nos essa parte preferida
da história.
•  

• Actividade nº 15 – Tendo em conta o
texto icónico e o texto verbal,
podemos inventar outro título para a
história, através do “Jogo do título”.
Neste caso, o educador de infância
avançará algumas hipóteses que as
crianças aceitarão ou não, consoante
o título se relacione ou não com a
história:
• - Acham que o título desta história
poderia ser “Um dia de anos no
campo?” Porquê?
• - Acham que o título desta história
poderia ser “Um dia de anos com os
• Pós-Leitura
•  
• Actividade nº 16 – O reconto da história pode ser
proposto com a introdução de novos elementos ou a
alteração de dados da narrativa original,
nomeadamente nalgumas categorias da narrativa,
como o espaço, as personagens ou o tempo.
• Assim, através do desenho, as crianças poderão:
• 1 – recontar a história num novo espaço (na lua, no
fundo do mar);
• 2 – recontar a história introduzindo novas personagens
(um adulto, um peixe);
• 3 – recontar a história num novo tempo (a intriga
desenrolar-se-á à noite).
• Posteriormente, podemos levar as crianças à
explicitação verbal do seu desenho.

• Actividade nº 17 – Outra
possibilidade, que propomos, será o
educador de infância, em grande
grupo, escrever uma história,
narrada pelas crianças, na qual a
avestruz detesta os seus presentes
de aniversário e é muito mal
educada para os seus convidados.
Como seria esta festa de anos?

• Actividade nº 18 – Como actividade
de expressão escrita, o educador de
infância e as crianças poderão manter
um caderno de crítica literária que
lhes permitirá emitir e partilhar
opiniões e emoções acerca dos livros
que vão sendo lidos na sala, podendo
mesmo fazer referência ou aconselhar
os amigos sobre outros livros que já
leram e que de algum modo poderão
estar relacionados uns com os outros,
promovendo não só o activar dos
intertextos da criança mas também o
desenvolvimento da sua competência
• In, Cadernos de Educação da
Infância, Setembro/Dezembro -
2007

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