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PERTURBAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO
Dislexia:
Como identificar?
Como intervir?
PAULA TELES*
A dislexia é talvez a causa mais frequente de baixo rendimento e insucesso escolar. Na grande
maioria dos casos não é identificada, nem correctamente tratada. O objectivo deste artigo é dar
a conhecer os conceitos básicos desta perturbação, de modo a permitir aos médicos de família conhe-
cer e identificar, nas crianças, os sinais de risco precoces, colocar a hipótese do seu diagnóstico e tências necessárias a essa aprendiza-
encaminhá-las para uma avaliação e intervenção especializada. gem? Quais os défices que a dificultam?
Quais as componentes dos métodos ed-
Palavras Chave: Dislexia; disortografia; perturbação da leitura e da escrita. ucativos que conduzem a um maior
sucesso?
Os Estados Unidos têm sido pionei-
INTRODUÇÃO
EDITORIAIS ros na investigação científica, na legis-
lação educativa, na orientação sobre os
métodos de ensino que provaram ser os
saber ler é uma das apren- mais eficientes. Na Europa não existe
preocupação. Este artigo pretende ser esta perturbação tem recebido diversas
um contributo para a sinalização e denominações: «cegueira verbal congé-
orientação das crianças em risco, ou nita», «dislexia congénita», «estrefossim-
com dificuldades, nesta aprendizagem bolia», «alexia do desenvolvimento»,
tão determinante no percurso das suas «dislexia constitucional», «parte do con-
vidas. tínuo das perturbações de linguagem,
Em que medida este artigo pode in- caracterizada por um défice no proces-
teressar os médicos de família? Sendo samento verbal dos sons»...
o médico de família o especialista que Nos anos 60, sob a influência das
acompanha todos os elementos do agre- correntes psicodinâmicas, foram mini-
gado familiar, ao longo de toda a vida e, mizados os aspectos biológicos da dis-
sendo a dislexia uma perturbação com lexia, atribuindo as dificuldades leitoras
incidência familiar, encontra-se numa a problemas emocionais, afectivos e
situação privilegiada para poder inter- «imaturidade»2. Em 1968, a Federação
vir precocemente, logo que observe al- Mundial de Neurologia utilizou pela pri-
guns indicadores de risco na história meira vez a expressão «dislexia do de-
pessoal ou familiar. Não se pretende senvolvimento», definindo-a como «um
que o médico de família seja um «espe- transtorno que se manifesta por dificul-
cialista» nesta área, mas sim que conhe- dades na aprendizagem da leitura, ape-
ça os sinais de alerta, para os poder sar das crianças serem ensinadas com
identificar o mais precocemente possí- métodos de ensino convencionais,
vel e encaminhar para uma avaliação terem inteligência normal e oportunida-
especializada. A intervenção é um de- des socioculturais adequadas»3. Em
safio que se coloca a todos os responsá- 1994, O Manual de Diagnóstico e Es-
veis pela saúde e desenvolvimento in- tatística de Doenças Mentais, DSM IV,
fantil: médicos, psicólogos, investiga- inclui a dislexia nas perturbações de
dores, professores das escolas superio- aprendizagem, utiliza a denominação
res de educação, professores, pais e «perturbação da leitura e da escrita» e
governantes. estabelece os seguintes critérios de
Este artigo propõe-se sumarizar os diagnóstico4:
resultados dos recentes estudos sobre A. O rendimento na leitura/escrita,
dislexia e a nova ciência da leitura. O medido através de provas normali-
seu objectivo é contribuir para um co- zadas, situa-se substancialmente
nhecimento actualizado desta pertur- abaixo do nível esperado para a ida-
bação, alertar e sensibilizar para os si- de do sujeito, quociente de inteli-
nais indiciadores de futuras dificulda- gência e escolaridade própria para a
des, possibilitar a avaliação e interven- sua idade;
ção precoce, em síntese, prevenir o B. A perturbação interfere signifi-
insucesso antes de acontecer. cativamente com o rendimento esco-
lar, ou actividades da vida quotidi-
ana que requerem aptidões de leitu-
EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE DISLEXIA, ra/escrita;
DEFINIÇÕES E CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO C. Se existe um défice sensorial, as di-
ficuldades são excessivas em relação
Em 1896, Pringle Morgan, descreveu o às que lhe estariam habitualmente
caso clínico de um jovem de 14 anos associadas.
que, apesar de ser inteligente, tinha Em 2003, a Associação Internacional
uma incapacidade quase absoluta em de Dislexia adoptou a seguinte defi-
relação à linguagem escrita, que desig- nição: «Dislexia é uma incapacidade es-
nou de «cegueira verbal»1. Desde então pecífica de aprendizagem, de origem
Leitura Automática
COMORBILIDADES
EDITORIAIS 3. A dislexia só pode ser
diagnosticada e tratada depois
do insucesso na leitura?
Embora a base cognitiva da dislexia seja O conhecimento do défice fonológico
um défice fonológico é frequente a co- subjacente à aprendizagem da leitura
morbilidade com outras perturbações: permite a identificação dos sinais de aler-
perturbação da atenção com hiperacti- ta e a consequente intervenção precoce.
vidade (ADHD), perturbação específica
da linguagem (PEL), discalculia, pertur- 4. A dislexia passa com o tempo?
bação da coordenação motora, pertur- A dislexia mantém-se ao longo da vida,
bação do comportamento, perturbação não é um atraso maturativo transitório.
do humor, perturbação de oposição e É uma perturbação neurológica que ne-
desvalorização da autoestima. A ADHD cessita de uma intervenção precoce e
merece referência especial, por ser a especializada28.
perturbação que se associa com maior
frequência26. Os estudos de gémeos, 5. Repetir o ano ajuda a ultrapassar
mostram uma influência genética co- a dificuldade?
mum, já identificada no locus de risco Repetir anos de escolaridade não ajuda
6p, sendo maior para a dimensão de a ultrapassar as dificuldades, pelo con-
inatenção do que para a hiperactivi- trário, pode criar dificuldades acresci-
dade/impulsividade27. das a nível afectivo emocional: senti-
mentos de frustração, ansiedade, des-
valorização do autoconceito e da au-
MITOS E CONHECIMENTO
EDITORIAIS CIENTÍFICO
toestima. O importante é que a criança
seja avaliada e receba uma intervenção
Até muito recentemente a dislexia era especializada.
uma incapacidade sem uma base or-
gânica identificada, sendo apenas vi- 6. Deve evitar-se identificar as
síveis as suas manifestações. O des- crianças como disléxicas?
conhecimento científico contribuiu para Em alguns meios escolares e médicos
o aparecimento de diversos mitos. existe alguma relutância em avaliar e
diagnosticar, em «rotular» as dificulda-
1. Não existe dislexia? des de aprendizagem. Ignorar uma per-
A dislexia existe, é uma incapacidade turbação não ajuda a ultrapassá-la, pe-
específica de aprendizagem, de origem lo contrário, contribui para o seu agra-
neurobiológica, caracterizada por difi- vamento. Esta perspectiva reflecte a fal-
culdades na aprendizagem da leitura e ta de conhecimentos científicos sobre a
escrita. O DSM IV inclui a dislexia nas dislexia, sobre os métodos de ensino a
perturbações de aprendizagem e adop- utilizar e sobre os benefícios de uma in-
ta a denominação de «Perturbação da tervenção precoce e especializada29.
Leitura e da Escrita».
7. A dislexia é um problema visual?
2. Não existem meios de As Associações Americanas de Pediatria
diagnóstico da dislexia? e de Oftalmologia reafirmam que a
Actualmente existem conhecimentos dislexia não é causada por um proble-
que permitem avaliar e diagnosticar as ma de visão. A existência de erros de in-
crianças com dislexia. Existem provas versão, ver as letras ao contrário – p/b
específicas para avaliar as diferentes – são erros de origem fonológica (con-
competências que integram o processo fundem-se porque são duas consoantes
leitor. com o mesmo ponto de articulação,
uma surda e outra sonora) e não de ori- cente à dislexia contribuiriam para o
gem visual30-32. surgimento de teorias explicativas e
consequentes intervenções terapêuti-
8. A dislexia é causada por cas sem qualquer validação científica.
problemas de orientação espacial?
A dislexia é uma perturbação da lin- 1. Terapias baseadas em
guagem que tem na sua génese um défi- interpretações psicológicas
ce fonológico. As dificuldades de orien- Em 1895, Sigmund Freud afirmava:
tação espacial, lateralidade, identifica- «Os mecanismos cognitivos dos fenóme-
ção direita e esquerda, psicomotoras e nos mentais, normais e anormais, po-
grafomotoras são independentes da dem ser explicados mediante o estudo
dislexia. Podem existir subgrupos que, rigoroso dos sistemas cerebrais»35. Ape-
em comorbilidade, apresentem essas sar de os seus estudos sobre neuroana-
perturbações33. tomia, não conseguiu obter respostas
que lhe permitissem compreender em
9. A dislexia está relacionada com profundidade os fenómenos psíquicos.
a inteligência? Perante a inexistência de meios com-
Dislexia é uma dificuldade específica de preende-se que tenha recorrido a expli-
aprendizagem. Os critérios de diagnós- cações puramente psicológicas, desvin-
tico do D.S.M-IV, referem explicitamen- culadas da actividade biológica cere-
te «O rendimento na leitura/escrita bral. Interrogamo-nos sobre o modo co-
situa-se substancialmente abaixo do mo teria evoluído o seu pensamento se
nível esperado para o seu quociente de tivesse tido acesso à neuroimagem, à
inteligência...» genética molecular e aos actuais conhe-
cimentos sobre neurotransmissores.
10. A dislexia existe apenas em A última década, a denominada dé-
algumas línguas? cada do cérebro, trouxe-nos uma imen-
Existe uma base neurocognitiva univer- sidade de conhecimentos sobre os fenó-
sal para a dislexia. Sendo o défice pri- menos e transtornos psíquicos de cuja
mário da dislexia um défice nas repre- interpretação se tinha apropriado a psi-
sentações fonológicas manifesta-se em canálise.
todas as línguas. As diferenças de com- Actualmente, perante a esmagadora
petência leitora entre os disléxicos de- evidência dos aspectos biológicos da
vem-se em parte, às diferentes ortogra- actividade cerebral e dos estudos do ge-
fias... Nas línguas mais transparentes, noma humano é impensável dar crédi-
em que a correspondência grafema-fo- to às interpretações psicodinâmicas so-
nema é mais regular, como o italiano e bre as perturbações de leitura e escrita.
o finlandês, são cometidos menos erros.
Nas línguas opacas, em que existem 2. Terapias Baseadas em défices
muitas irregularidades na correspon- perceptivos
dência grafema-fonema, como a língua Durante as décadas de 50 e 60 os estu-
inglesa, são cometidos mais erros. A lín- dos sobre as perturbações de aprendi-
gua portuguesa é uma língua semi- zagem procuraram encontrar explica-
-transparente34. ções a partir das perturbações percepti-
vas, visuais e auditivas. Com base nes-
tes pressupostos surgiram diversos
TERAPIAS CONTROVERSAS
EDITORIAIS
programas educativos. Treino da per-
cepção visual de Frostig; treino da audi-
O desconhecimento, até datas recentes, ção dicotómica de Tomátis; treino de de-
das causas e do tipo de défices subja- senvolvimento motor de Delacato36,37...
palavra «pai» ouvimos os três sons con- Os factores motivacionais são muito
juntamente e não três sons individuali- importantes no desenvolvimento da ca-
zados. pacidade leitora dado que a melhoria
Para ler é necessário conhecer o prin- desta competência está altamente rela-
cípio alfabético, saber que as letras do cionada com o querer, com a vontade
alfabeto têm um nome e representam de persistir, pese embora as dificul-
um som da linguagem, saber encontrar dades sentidas e a não obtenção de re-
as correspondências grafo-fonémicas, sultados imediatos.
saber analisar e segmentar as palavras
em sílabas e fonemas, saber realizar as
SINAIS DE ALERTA
EDITORIAIS
fusões fonémicas e silábicas e encontrar
a pronúncia correcta para aceder ao
significado das palavras. Para realizar Sendo a dislexia como uma perturbação
uma leitura fluente e compreensiva é da linguagem, que tem na sua origem
ainda necessário realizar automatica- dificuldades a nível do processamento
mente estas operações, isto é, sem aten- fonológico, podem observar-se algumas
ção consciente e sem esforço. A capaci- manifestações antes do início da apren-
dade de compreensão leitora está forte- dizagem da leitura. A linguagem e as
mente relacionada com a compreensão competências leitoras emergentes são
da linguagem oral, com o possuir um os sinais preditores mais relevantes de
vocabulário oral rico e com a fluência e futuras dificuldades para a aprendiza-
correcção leitora. Todas as competên- gem da leitura; as competências per-
cias têm que ser integradas através do ceptivas e motoras não são preditores
ensino e da prática. significativos.
Existem alguns sinais que podem in-
2. Porque é que tantas crianças diciar dificuldades futuras. Se esses si-
têm dificuldades em aprender a nais forem observados e se persistirem
ler? Quais os défices que dificultam ao longo de vários meses os pais devem
esta aprendizagem? procurar uma avaliação especializada.
As dificuldades na aprendizagem da Não se pretende ser alarmista mas sim
leitura têm origem na existência de um estar consciente de que, se uma criança
défice fonológico. As crianças com dis- mais tarde tiver problemas, os anos per-
lexia, embora falem utilizando palavras, didos não podem ser recuperados. A in-
sílabas e fonemas, não têm um conhe- tervenção precoce é provavelmente o
cimento consciente destas unidades lin- factor mais importante na recuperação
guísticas, apresentando um défice a ní- dos leitores disléxicos. Sally Shaywitz
vel da consciência dos segmentos fono- refere alguns sinais de alerta43 a que
lógicos da linguagem, um défice fono- acrescentámos outros recolhidos da
lógico. nossa experiência.
As crianças que apresentam maiores
riscos de futuras dificuldades na apren- 1. Na primeira infância
dizagem da leitura são as que no jar- • Os primeiros sinais indicadores de
dim-de-infância, na pré-primária e no possíveis dificuldades na linguagem es-
início da escolaridade apresentam difi- crita surgem a nível da linguagem oral.
culdades a nível da consciência silábi- O atraso na aquisição da linguagem
ca e fonémica, da identificação das le- pode ser um primeiro sinal de alerta
tras e dos sons que lhes correspondem, para possíveis problemas de linguagem
do objectivo da leitura e que têm uma e de leitura.
linguagem oral e um vocabulário po- • As crianças começam a dizer as pri-
bres. meiras palavras com cerca de um ano
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