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FONTES DE
ALIMENTAÇÃO
INDICE
FONTES DE ALIMENTAÇÃO
➢ Fontes de alimentação
➢ Como as fontes funcionam
➢ Primário e secundário
➢ Observações e dicas
➢ A importância do PFC
➢ A questão da eficiência
➢ 80 PLUS
➢ Distribuição da capacidade
✔Fontes de alimentação
Embora muitas vezes relegada a segundo plano, a fonte de alimentação é um dos
componentes mais importantes de qualquer PC atual, já que a qualidade da fonte
está diretamente relacionada à estabilidade, possibilidades de expansão e até
mesmo à durabilidade do conjunto. Tendo isso em vista, não é de se estranhar toda
a atenção em torno de fontes de grande capacidade e de toda a tecnologia
relacionada a elas.
FONTES DE ALIMENTAÇÃO
Tudo começa com um estágio de filtragem. Ele tem duas funções: "filtrar" a energia
que vem da tomada, removendo ruído e atenuando picos de tensão e ao mesmo
tempo evitar que o ruído gerado por componentes da fonte (em especial os
transístores que fazem o chaveamento) chegue à rede elétrica, interferindo com
outros aparelhos.
Nas boas fontes ele é tipicamente dividido em dois sub-estágios, com parte dos
componentes soldados a uma pequena placa de circuito presa ao conector de força e
os demais instalados na placa principal, próximos aos pontos de solda dos dois cabos
de energia provenientes do primeiro sub-estágio:
Embora importante, é comum que o estágio de filtragem seja simplificado nas fontes
de baixa qualidade, o que é um risco. Nesse caso, é comum que a placa conserve
espaços vazios ou sejam usadas pontes (pedaços de fio usados para fechar contato)
no lugar de vários dos componentes.
✔Primário e secundário
Depois do filtro, chegamos aos circuitos de conversão, que se encarregam do trabalho
pesado. Eles são divididos em dois estágios, que são convenientemente chamados de
primário e secundário. Cada um deles ocupa uma das metades da fonte, separados
pelo transformador principal (a grande bobina amarela), que quase sempre fica bem
no meio da fonte.
Em geral, as fontes incluem apenas dois dissipadores metálicos, um para cada um dos
dois estágios. Essa CX400W das fotos usa um dissipador separado (à esquerda) para o
circuito de PFC, por isso ela tem três no total.
A ideia é reduzir o intervalo entre os ciclos, o que reduz o trabalha necessário para
transformá-la em corrente contínua, eliminando a necessidade de usar grandes
transformadores, como em fontes antigas. Isso faz com que as fontes chaveadas
sejam não apenas muito mais leves e baratas do que as antigas fontes lineares, mas
também bem mais eficientes. Hoje em dia, até mesmo as fontes de celulares são
fontes chaveadas.
✔Observações e dicas
Assim como no caso dos transístores do estágio primário, os MOSFETs e retificadores
usados no estágio secundário dissipam bastante calor, por isso são conectados a mais
um dissipador metálico.
A maioria das fontes usam também um segundo transformador (bem menor), que é
usado para gerar as tensões de 5V e 3.3V da fonte, mas alguns projetos utilizam
conversores DC-DC (veja mais detalhes a seguir) para gerá-las a partir da saída do
transformador principal, simplificando o projeto.
Fontes antigas usam três transformadores em vez de dois. Este terceiro transformador
é usado para isolar eletricamente o controlador PWM. Nas fontes mais atuais ele é
substituído por três optoacopladores (um tipo de circuito integrado simples, que inclui
um LED e um fototransistor), que desempenham a mesma função, mas de maneira
mais eficiente.
Temos aqui uma fonte genérica antiga, que usa o layout com três transformadores.
Você pode notar que ela usa bem menos componentes, com transformadores, bobinas
e capacitores bem menores, que acompanham a baixa capacidade de fornecimento:
FONTES DE ALIMENTAÇÃO
Muitas das etapas de produção da fonte são feitas manualmente, por isso é muito
comum encontrar braçadeiras, soldas manuais e até mesmo componentes presos com
cola quente, mesmo nas fontes de boa qualidade. É justamente por isso que a grande
maioria das fontes são produzidas em países da ásia, onde a mão de obra é mais
barata (assim como no caso dos processadores, memórias e quase todos os demais
produtos eletrônicos hoje em dia).
Isso faz com que as fontes sejam a classe de periféricos onde mais existe variação de
qualidade e de preço. De um lado, temos fontes genéricas de 30 reais e do outro
fontes de alta capacidade que podem custar quase 1000 reais. Como sempre, as
melhores opções estão entre os dois extremos, mas nem sempre é fácil encontrá-las.
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✔A importância do PFC
Ao comprar um nobreak (ou um estabilizador, caso você ainda viva na década de
1980), a capacidade é sempre informada em VA (Volt-Ampere) e não em watts. Em
teoria, um nobreak de 600 VA seria capaz de suportar uma carga de 600 watts, mas
na prática ele muitas vezes acaba mal conseguindo manter dois PCs que consomem
200 watts cada um. Se você adicionasse mais PCs até totalizar os 600 watts, ele
desligaria devido ao excesso de carga.
Sempre que são incluídos componentes indutivos ou capacitivos, como no caso dos
PCs e aparelhos eletrônicos em geral, a capacidade em watts é calculada
multiplicando a capacidade em VA pelo fator de potência da carga.
A maioria das fontes de alimentação genéricas, assim como fontes antigas, trabalham
com um fator de potência de 0.65 ou menos (não confunda "fator de potência" com
"eficiência", que é outra coisa completamente diferente). Isso significa que um
nobreak de 600 VA suportaria, em teoria, um PC que consumisse 400 watts, utilizando
uma fonte de alimentação com fator de potência de 0.65.
Como é sempre bom trabalhar com uma boa margem de segurança, um conselho
geral era dividir a capacidade em VA por 2. Assim, um nobreak de 600 VA suportaria
um PC com consumo total de 300 watts/hora com uma boa margem.
Dentro da fonte, o circuito de PFC ativo é composto por uma pequena placa de circuito
vertical, quase sempre posicionada próxima ao capacitor primário (algumas fontes
com PFC ativo podem utilizar dois capacitores quando existem restrições com relação
ao espaço para um único grande capacitor, mas elas são raras), contendo o
controlador e vários componentes adicionais espalhados pela fonte. Alguns
controladores populares (sobre os quais você pode pesquisar se estiver curioso) são o
ML4800 e o CM6800.
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Na maioria dos casos, você encontra também uma placa secundária ligeiramente
menor, que inclui os circuitos de proteção contra subtensão e sobretensão, proteção
contra sobrecarga e/ou controle de rotação do exaustor, que são ligados a um diodo
térmico instalado em alguma posição estratégica:
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Embora o PFC não tenha uma relação direta com a capacidade ou com a eficiência da
fonte, ele oferece várias vantagens. A primeira é que o consumo em VA fica muito
próximo do consumo real, em watts, de forma que você não precisa mais
superdimensionar a capacidade do nobreak. Usando fontes com FPC ativo, você
realmente poderia usar uma carga próxima de 600 watts no nobreak de 600 VA do
exemplo.
Caso você ainda use um estabilizador, saiba que com o PFC ele perde completamente
a função, já que a fonte passa a ser capaz de ajustar a tensão de entrada de maneira
muito mais eficiente que ele. Mesmo ao usar fontes genéricas, a utilidade de usar um
estabilizador é discutível, mas ao usar com uma com PFC ativo, o estabilizador só
atrapalha. Na falta de um nobreak, o melhor é utilizar um bom filtro de linha.
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A presença do PFC é também um bom indício de que se trata de uma fonte de boa
qualidade, que provavelmente opera com uma boa eficiência. Fontes genéricas não
possuem PFC, já que os circuitos representam um custo adicional.
Uma observação importante é que existem dois tipos de circuitos de PFC: passivos e
ativos. Os circuitos de PFC passivos são os mais simples, compostos basicamente por
um conjunto adicional de indutores capacitores. Eles melhoram o fator de potência da
fonte, elevando-o para até 70 ou 80%, o que é melhor do que nada, mas ainda não é o
ideal. Os circuitos de PFC passivo são muito usados em fontes de celular e outros
dispositivos pequenos (eles são um pré-requisito mínimo nos países da União
Europeia) mas caíram em desuso nas fontes para PC, onde são encontrados apenas
em fontes baseadas em projetos antigos.
Os circuitos de PC ativo, por sua vez, são compostos por componentes eletrônicos,
incluindo um circuito integrado, FETs e diodos, que operam de maneira muito mais
eficiente, elevando o fator de potência para 95 ou até mesmo 99%, praticamente
eliminando a diferença entre watts e VA. São eles os mais usados em fontes para PC,
já que são necessários para atender aos requisitos do 80 PLUS.
✔A questão da eficiência
Assim como no caso de um chuveiro elétrico, a maior parte do custo de uma fonte de
alimentação não está no custo do produto propriamente dito, mas sim na energia
desperdiçada por ela ao longo da sua vida útil. Qualquer fonte, por melhor que seja,
desperdiça energia durante o processo de conversão e retificação, energia essa que
acaba "indo pelo ralo" na forma de calor dissipado pelo exaustor.
Com os PCs consumindo cada vez mais energia, a eficiência da fonte tem se tornado
um fator cada vez mais importante, já que está diretamente relacionado ao consumo
total do micro.
Isso faz com que, na maioria dos casos, fontes de boa qualidade, que ofereçam uma
eficiência de 80% ou mais acabem saindo mais barato a longo prazo do que fontes
genéricas, que podem ter um custo inicial pequeno, mas que acabam comendo toda a
diferença a longo prazo na forma de um aumento mensal na conta de luz. Fazendo as
contas, você vai chegar à conclusão que fontes mais caras, porém mais eficientes,
podem acabar saindo bem mais barato a longo prazo, mesmo desconsiderando todos
os outros fatores.
Chegamos então a uma segunda questão, que é como diferenciar as fontes de maior e
menor eficiência, já que mesmo muitas fontes consideradas "boas", como a
SevenTeam ST-450P-CG (que em 2009 custava custava mais de 200 reais) trabalham
abaixo dos 70% de eficiência. Chegamos então ao 80 PLUS.
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✔80 PLUS
Embora muito se fale sobre as capacidades das fontes, a preocupação com a
eficiência é um fator relativamente recente, que pegou carona na tendência geral em
busca de componentes de baixo consumo. Não adianta muito fazer malabarismos para
reduzir a tensão ou o clock do processador para economizar energia, se a fonte
desperdiça mais de um terço de toda a energia que recebe da tomada.
O grande problema é como separar o joio do trigo, já que os fabricantes de fontes são
especialmente criativos na hora de inflar as capacidades ou enrolar com relação ao
percentual de eficiência. Quem nunca comprou uma fonte genérica de "450 watts" por
40 reais, que atire a primeira pedra... :)
Para cada fonte, está disponível um PDF com os resultados dos testes, que serve
como uma espécie de "mini-review" da fonte, feito em condições controladas. Nele
você pode ver o gráfico com a eficiência em cada um dos três níveis e as
especificações detalhadas:
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O selo "80 PLUS" é sempre colocado em local visível na caixa e também na página do
fabricante, o que o torna uma forma simples de diferenciar as fontes de qualidade das
genéricas ou semi-genéricas.
Além de atestar a eficiência, ele atesta também que a fonte é capaz de realmente
operar dentro da capacidade máxima com uma certa folga, o que põe fim ao velho
engodo dos fabricantes em divulgarem a capacidade de pico e não a capacidade real.
Um bom exemplo é a polêmica Huntkey 350 Green Star, uma "semi-genérica" que foi
muito vendida no Brasil como um modelo de baixo custo. O PDF com as especificações
divulgado pela Huntkey fala 85% de eficiência, mas a seguir fala em 70% de eficiência
mínima em full-load, o que indica que na verdade a fonte trabalha com uma eficiência
muito mais baixa:
De fato, este modelo também não é capaz de fornecer os 350 watts prometidos à
temperatura ambiente (e ela realmente explode perigosamente ao tentar fazê-lo), o
que explica a falta do selo.
○ 80 PLUS Bronze: 82% de com 20% de carga, 85% com 50% e 82%
com 100%
○ 80 PLUS Silver: 85% de com 20% de carga, 88% com 50% e 85% com
100%
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○ 80 PLUS Gold: 87% de com 20% de carga, 90% com 50% e 87% com
100%
O nível que as fontes são menos eficientes é abaixo dos 20%, quando não apenas a
eficiência é mais baixa, mas também o fornecimento é menos estável. Uma analogia
tosca poderia ser feita com relação a um motor à gasolina, que é eficiente em
rotações médias e altas, mas engasga em baixa rotação.
Ironicamente, esta peculiaridade com relação ao fornecimento é um fator que faz com
que muitas fontes genéricas se saiam melhor do que deveriam em testes de
eficiência. Explico: ao usar uma fonte de 450 watts reais ou mais em um PC de baixo
consumo, que passa a maior parte do tempo consumindo apenas 60 ou 70 watts, a
fonte passará a maior parte do tempo operando abaixo dos 20% de capacidade, zona
em que mesmo as melhores fontes não são muito eficientes. Nessa situação, mesmo
uma fonte 80 PLUS pode apresentar resultados desanimadores, já que o programa
testa a eficiência da fonte apenas a partir dos 20% e não menos.
Nessa situação, uma fonte genérica com uma capacidade real de 160 ou 200 watts (e
provavelmente anunciada pelo fabricante como uma fonte de "450 watts") poderia
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apresentar uma eficiência similar, já que estaria operando mais próximo aos 50%,
zona em que as fontes são mais eficientes.
Um bom exemplo de fontes de boa qualidade abaixo dos 400 watts são as fontes de
300 a 350 watts da Seasonic, como a SS-300ET e a SS-300ES, que possuem o 80 PLUS
Bronze:
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Apesar da aparência despretensiosa, elas possuem uma qualidade muito boa e são
mais baratas que os modelos da Corsair, Zalman e Cooler Master. Elas são ideais para
PCs de baixo consumo, pois são capazes de manter uma eficiência acima de 82% com
qualquer carga entre 60 e 300 watts, diferente de fontes de capacidade maior, que
atingem a faixa dos 80% apenas quando fornecendo 100 watts ou mais.
A alternativa seguinte seriam fontes de 400 watts, como a Corsair 400CX, que tem um
custo moderadamente acessível e também apresenta uma boa faixa de eficiência
entre os 80 e 100 watts.
De volta à eficiência, outra coisa a ter em mente é que embora quase todas as fontes
atuais sejam bivolt, elas operam com um nível de eficiência ligeiramente melhor
quando ligadas no 220. A diferença varia de acordo com o modelo e a capacidade da
fonte, mas está sempre presente:
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Se você mora em uma região com tensão 220, nem pense em usar um transformador
para reduzir a tensão antes de fornecê-la ao PC, pois você só vai perder dinheiro e
reduzir a eficiência da fonte. Em vez disso, invista em um aterramento adequado e
aproveite a vantagem natural oferecida pela concessionária de energia.
✔Distribuição da capacidade
Um fator importante ao escolher uma fonte é a distribuição da capacidade entre as
tensões de 3.3, 5 e 12V. Micros antigos (até o Pentium III no caso da Intel e até o
Athlon soquete A no caso da AMD) utilizam primariamente energia das saídas de 3.3 e
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Fontes antigas, baseadas no padrão ATX12V 1.3 são dimensionadas para os PCs
antigos, fornecendo apenas 12 ou 16 amperes na saída de 12V, o que é insuficiente
para os PCs atuais. Um bom exemplo é a Thermaltake HPC-420-102, uma fonte que
oferece 420 watts no total, mas que devido à distribuição é capaz de fornecer apenas
216 watts (18 amperes) na saída de 12V:
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A redistribuição da capacidade veio junto com o padrão ATX12V 2.0, que reduziu a
capacidade recomendada de fornecimento nas saídas de 3.3 e 5V, priorizando a de
12V. Uma fonte atual é, tipicamente, capaz de fornecer 28 amperes ou mais na saída
de 12V, com algumas dividindo a corrente em duas ou mais vias de 18A e outras
oferecendo uma via unificada. Vamos aos detalhes:
O termo "rail" pode ser traduzido como "via" ou "trilho" e nada mais é do que um
circuito separado dentro da fonte, responsável pelo fornecimento de uma das tensões.
Antes do padrão ATX, as fontes possuíam dois circuitos separados, um para a tensão
de 5V e outro para a de 12V. Com o padrão ATX, foi adicionado um terceiro,
responsável pela tensão de 3.3V. Todas as fontes fornecem também tensões de -5V e
-12V, mas a corrente é muito baixa e elas não são mais usadas desde o século
passado.
Eles começaram como simples resistores que eliminavam o excesso na forma de calor
(que não era um grande problema na época, já que os processadores consumiam
pouca energia) e progrediram até chegarem aos complexos conversores DC/DC
usados nas placas atuais.
de 80% do consumo total do PC) são alimentados quase que exclusivamente pela
saída de 12V da fonte.
Essa migração exigiu mudanças nos projetos das fontes. Um boa fonte ATX de 300
watts da década de 1990 era tipicamente capaz de fornecer 10 amperes na saída de
12V (120 watts), enquanto boas fontes de 400 ou 450 watts atuais fornecem 30
amperes ou mais.
A confusão surgiu com o padrão ATX12V 1.3, que recomendava o uso de um máximo
de 18 amperes na saída de 12V (com um topo de 20 amperes, ou 240 watts), uma
precaução contra a possibilidade de acidentes. Dentro do padrão, fontes capazes de
fornecer mais do que isso nas saídas de 12V devem utilizar duas ou mais vias
separadas, daí termos tantas fontes que são capazes de fornecer 400 watts ou mais,
mas utilizam duas ou mais saídas independentes, cada uma limitada a um máximo de
18 amperes.
A configuração mais comum nesses casos é uma das vias ser usada para alimentar o
conector de 24 pinos (que alimenta o processador e a maioria dos componentes) e a
outra usada para os conectores molex e PCI Express, que alimentam a placa 3D e os
drives. Nesse exemplo, temos uma Cooler Master de 360W, que utiliza duas vias de
12V, onde você pode exigir 15A (180 watts) de cada uma, desde que o total não
ultrapasse 288 watts:
As duas vias podem ser obtidas através do uso de dois circuitos independentes (o que
é muito raro, já que encarece a fonte) ou através de um único circuito de maior
capacidade e dois limitadores de potência, que geram as duas vias separadas (o mais
comum).
O grande problema é que caso os dispositivos ligados a uma das vias exijam mais do
que 180 watts (imagine o caso de duas placas 3D em SLI, por exemplo), eles poderiam
facilmente sobrecarregar a via em que estão ligados, fazendo com que a fonte
desligasse, independentemente de quantas vias de 12V ela possuísse.
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Entretanto, é fácil de atingir o limite ao usar duas placas em SLI, ou mesmo ao usar
um processador quad-core em overclock, o que levou a Intel a flexibilizar a norma a
partir do padrão ATX12V 2.0. Surgiram então as fontes "single +12V rail", onde toda a
capacidade de fornecimento da fonte em 12V é oferecida em uma única via,
eliminando a divisão.
Isso permite que os componentes se sirvam de energia à vontade, sem o antigo limite
de 180 watts. Além de servir como um bom argumento de marketing, essa abordagem
também reduz um pouco o custo de produção (já que não é mais preciso usar os
limitadores de potência) e evita que você precise superdimensionar a capacidade da
fonte, com medo de ultrapassar o limite de alguma das vias.
A Corsair VX450W, por exemplo, oferece 33 amperes (396 watts) através da via única
de 12V, enquanto fontes maiores chegam a fornecer 1000 watts em uma única via:
Ao mesmo tempo em que isso é desejável, fornecer tanta energia em uma única via
também oferece um certo risco, não apenas para o equipamento, mas também para
quem o manuseia, por isso é importante comprar fontes single +12V rail de
fabricantes responsáveis. Se a fonte não for bem construída, coisas realmente
interessantes podem acontecer.
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