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INTRODUÇÃO
(1)
Professor Adjunto do Departamento de Biologia, Área de Ecologia, Universidade Federal
Rural de Pernambuco – UFRPE. Laboratório de Etnoecologia. Rua Manoel de Medeiros s/
n, Dois Irmãos, CEP 52171-900. Recife, (PE). E-mail: agcalves@ufrpe.br
(2)
Professor Titular do Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira
de Santana – UEFS. Rodovia BR 116, Km 3. Campus Universitário. CEP 44031-460 Feira
de Santana (BA).
(3)
Usa-se “etnociência clássica”, nesse contexto, para referir-se à etnociência praticada nos
EUA a partir da segunda metade do século XX, diferenciando-a de outras abordagens
semelhantes (e aproximadamente simultâneas) desenvolvidas por europeus como Claude
Lévi-Strauss e André-Georges Haudricourt (Toledo, 1992; Marques, 2002; Campos, 2002).
Etnoecologia “Etnoecologia pode ser definida como percepções indígenas das Posey
divisões ‘naturais’ no mundo biológico e das relações planta-animal- (1983);
homem dentro de cada divisão. Essas categorias ecológicas, Posey et al.
cognitivamente definidas, não existem isoladamente; portanto, a (1984)
etnoecologia deve também lidar com as percepções das inter-relações
entre as divisões naturais”.
Etnoedafologia “Este ramo das etnociências estuda a percepção camponesa das Barrera
propriedades e processos no solo, sua nomenclatura e taxonomia, sua Bassols
relação com outros fatores e fenômenos ecológicos, assim com o seu (1988)
manejo na agricultura e seu aproveitamento em outras atividades
produtivas. Analisa também sua correspondência com aquilo que se
considera ‘verdadeiramente científico’ no mundo ocidental”.
Etnobiologia “... estudo, no sentido mais amplo possível, do conjunto complexo de Berlin
relações de plantas e animais com sociedades hum anas passadas e (1992)
presentes”.
Continua...
Quadro 1. Cont.
Etnoecologia “... o estudo das interações entre a humanidade e o resto da ecosfera, Marques
através da busca da compreensão dos sentimentos, comportamentos, (1995)
conhecimentos e crenças a respeito da natureza, característicos de
uma espécie biológica (Homo sapiens) altamente polimórfica,
fenotipicamente plástica e ontogeneticamente dinâmica, cujas novas
propriedades emergentes geram-lhe múltiplas descontinuidades com o
resto da natureza. Sua ênfase, pois, deve ser na diversidade
biocultural e o seu objetivo principal a integração entre o
conhecimento ecológico tradicional e o conhecimento ecológico
científico”.
Etnoecologia “um enfoque interdisciplinar que estuda as formas pelas quais os Toledo
grupos humanos vêem a natureza, através de um conjunto de (2000)
conhecimentos e crenças; e como os humanos, a partir de seu
imaginário, usam e, ou, manejam os recursos naturais”.
A ETNOCIÊNCIA CLÁSSICA
A chamada “nova etnografia”, “etnociência” ou, ainda, “etnografia semântica”
surgiu a partir de meados do século XX, propondo uma nova abordagem
antropológica, por meio da qual as culturas deixassem de ser vistas como
conjuntos de artefatos e comportamentos e passassem a ser consideradas
como sistemas de conhecimentos ou de aptidões mentais, como revelados
pelas estruturas lingüísticas. Os etnocientistas consideravam o saber como
um conjunto de aptidões possíveis de ser transmitidas entre pessoas e
pretendiam descobrir os princípios que organizavam as culturas e determinar
até que ponto eles seriam universais. Dentre seus principais expoentes
destacam-se Conklin (1954a,b), Frake (1962, 1964) e Sturtevant (1964).
Conforme resumiu Sturtevant (1964), o prefixo “etno-” adquiriu, com a
etnociência, um sentido diferente, passando a referir-se ao “sistema de
(4)
A expressão inglesa “indigenous” (e.g.: “indigenous knowledge”, “indigenous soil
knowledge”, “indigenous knowledge about soils”) aparece muito comumente na literatu-
ra etnocientífica, significando aproximadamente “autóctone”, não somente em referên-
cia a populações “tribais”.
(5)
Aqui e no restante do texto, os grifos são dos autores, assim como os comentários
entre colchetes.
ETNOPEDOLOGIA E ABORDAGENS
CORRELATAS
(6)
Considera-se aqui o termo “local” na mesma acepção sugerida por Winkler Prins (1999a)
para “local soil knowledge”: conhecimento de propriedades e manejo do solo por pessoas
vivendo num determinado ambiente por um determinado período de tempo”.
(7)
No dicionário “Aurélio” (http://www.uol.com.br/bibliot/), “-logo” consta como elemento
de composição que significa ‘palavra’, ‘tratado’, ‘estudo’, ‘ciência’; ‘que estuda’, ‘que tra-
ta’. Capturado em junho de 2004.
(8)
Dokuchaev, V.V. Vantagens do estudo de nomes locais de solos russos. In: Coleção de
Trabalhos Completos. Volume 7. Moscou, Academia de Ciências da URSS. 1953, p. 332-340.
ETNOPEDOLOGIA NO BRASIL
O antropólogo e entomólogo Darrell Addison Posey foi um pioneiro da
etnobiologia e etnoecologia no Brasil, a partir de suas pesquisas iniciadas
em 1977 entre os índios Kayapó da aldeia Gorotire, no sul do Pará. Posey
(1986) introduziu no Brasil o termo “etnopedologia”, considerando-a como
subsidiária da etnobiologia (Quadro 1).
Após ter contribuído em estudos de etnoentomologia (etnobiologia),
Posey (1979) passou a atuar como um obstinado promotor do enfoque
etnoecológico e dos direitos de propriedade intelectual relacionados ao
manejo de recursos por grupos indígenas e outras populações locais (Posey,
1999). Uma definição proposta por Posey (1983) e Posey et al. (1984) para
etnoecologia enfatiza o estudo das “relações planta-animal-homem”
(Quadro 1). Posteriormente, num artigo em co-autoria (Frecchione et
al.,1989), a etnoecologia foi redefinida, substituindo a expressão “relações
planta-animal-homem” por “relações solo-planta-animal-homem”.
Alguns dados preliminares de interesse etnopedológico foram
apresentados por Posey (1979), indicando ser o sistema agrícola Kayapó
capaz de evitar grandes perdas de nutrientes e matéria orgânica do solo
ao longo dos anos:
“Em 1977, levei amostras de solo de Gorotire para serem analisadas
pela Embrapa em Belém, Pará. O resultado mostrou que o solo ao longo
do Rio Fresco é relativamente fértil. O sistema de agricultura Kayapó é
excelente na manutenção de materiais orgânicos e inorgânicos no solo,
tendo um mínimo de perda de nutrientes. Acredita-se que o solo é
reciclado [sic] a cada 15 anos. Os dados, entretanto, indicam que o
período em que a terra é deixada sem cultivo deve ser reduzido para
dez anos, ou um pouco menos em certos tipos de solo, como o ‘pyka-
tyk’ [solo preto]”.
(9)
Nesse sentido, Odum (1988) ressaltou que, “embora a ecologia permaneça firmemen-
te radicada na biologia, ela já ganhou a maioridade como disciplina integradora [...],
que serve de ponte entre as ciências naturais e as ciências sociais”.
seus estudos até o momento têm refletido com pouca intensidade essa
conexão, enfocando com mais detalhe as conexões dos humanos entre si
(Homem-homem) e com as outras espécies biológicas (Homem-animal e
Homem-vegetal). Embora tenha pesquisado uma população que praticava
pesca e, ou, agricultura (os “brejeiros” da Várzea da Marituba, no Baixo
São Francisco Alagoano), sua ênfase maior foi na pesca.
Descrevendo os “elos conexivos com o solo”, Marques (1995, 2001) destacou
que “barro, pedras (os ‘xexos’), lama e areia constituem-se em elementos
manipuláveis pelo brejeiro maritubano. Do barro, fazem-se casas – as casas
de taipa, antigamente com barro pintadas. Quanto aos ‘xexos’, eles são
utilizados tanto para atividades relacionadas com a pesca quanto
medicinalmente. Da lama, elemento conexivo outrora forte, há uma conexão
residual para tingimentos e, com areia, além de utilizá-la em construções,
o brejeiro atrai peixes”. Mostrou ainda que “o brejeiro categoriza a qualidade
do substrato pedológico/geológico com o qual mantém relações utilizáveis”
e destacou as seguintes categorias locais de solos: “terra fraca”, “gran-da-
terra-preta”, “terra de paú”, “lama-fufu”, “barro-bem-liguento” e “barro-vermelho”
ou “toá”.
É característica da etnoecologia abrangente de Marques (1995, 2001) a
busca de uma articulação entre as abordagens emicista e eticista (10),
diferindo assim de outros autores (Posey, 1986; Hecht & Posey, 1989), em
que predomina a visão emicista.
Vários outros estudos de interesse etnopedológico têm sido realizados
no Brasil após a introdução do termo “etnopedologia” por Williams & Ortiz
Solorio (1981), principalmente em tribos indígenas na Amazônia Legal
(Descola, 1992; Cooper et al., 1995; Schaefer & Eden, 1995; Araújo et al.,
2002), bem como entre camponeses na região Sudeste (Cardoso &
Resende, 1996; Correia, 2005).
Embora se reconheça a importância das pesquisas etnopedológicas
realizadas a partir da década de 1970 no Brasil, não se pode desconsiderar
(10)
Comparando essas abordagens, Harris (2000) salienta que a primeira constitui-se
de descrições e interpretações que enfatizam o ponto de vista dos participantes, en-
quanto nesta última enfatiza-se o ponto de vista dos observadores. Assim, os enunci-
ados emicistas descrevem os sistemas sociais de pensamento e comportamento cujas
distinções, entidades ou fatos se constituem de contrastes e discriminações percebidos
pelos próprios participantes como similares ou diferentes, reais, representativos, signi-
ficativos ou apropriados. Os enunciados eticistas, por sua parte, dependem de distin-
ções consideradas apropriadas por uma comunidade de observadores com instrução ci-
entífica formal. Em estudos etnopedológicos, os participantes podem ser camponeses e
os observadores podem ser pedólogos com formação acadêmica.
(11)
Obra publicada originalmente em 1957 e apresentada como “um estudo pioneiro da
ecologia humana”.
(12)
O mesmo autor já se referira a algumas dessas categorias de solos num estudo ante-
rior (Duque, 1987), originalmente publicado em 1935, sobre os solos encontrados num
“posto agrícola” em Icó, Ceará: “o solo irrigável compõe na maior parte de aluvião fluvi-
al, massapê, aluvião de encosta, ‘salão’ e residuários”. Fez também uma descrição su-
mária desses solos, mesclando informações acadêmicas e locais indistintamente.
(13)
Neste caso, os nomes que aparecem entre parênteses são sinônimos indicados por
Setzer (1941). Esse autor dividiu as categorias “massapé” e “salmourão” em subtipos, de
acordo com a rocha-mãe.
(14)
É digno de nota o registro de dezenas de nomes populares de materiais e tipos de
solos no “Vocabulário de Ciência do Solo” editado pela Sociedade Brasileira de Ciência
do Solo (Curi et al., 1993).
provável que o saber local seja válido como subsídio para o estabelecimento
de séries de solos (Tabor, 1992).
Essa tendência de omitir denominações locais de solos parece indicar
uma perda de informação cultural no desenvolvimento da pedologia formal.
Nesse sentido, Krasilnikov & Tabor (2003) mostraram que os sistemas
taxonômicos locais estão sendo substituídos pelos formais, especialmente
nos países mais desenvolvidos, porque aqueles, quando existentes, são
apenas localmente válidos e têm utilidade limitada, comparativamente a
estes. No entanto, os autores argumentam que, apesar dessas limitações,
as taxonomias locais podem ainda fornecer informações úteis para
compreensão da estrutura, do funcionamento e das alterações na paisagem,
principalmente nos países em desenvolvimento, com poucos recursos para
pesquisas. Anteriormente, Wilde (1953) já alertara para a importância dos
“simples nomes populares” de solos:
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