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CICLO HIDROLÓGICO
O ciclo hidrológico descreve a circulação da água na Terra e as etapas
deste processo são:
Chuva ou precipitação.
Escoamento superfi cial.
Infiltração.
Evapotranspiração.
Chuva ou precipitação
A precipitação compreende toda a água
que cai da atmosfera na superfície da
Terra
.
Escoamento superficial
O escoamento superficial é o
deslocamento sobre o
terreno, por ação da
gravidade, da água
precipitada da atmosfera que
não se infiltra no solo ou não
volta diretamente à atmosfera
pela evapotranspiração.
Inifiltração
A infi ltração corresponde à água que atinge o subsolo os lençóis de água
subterrânia
Lençol freático: aquele em que a água se encontra livre, com sua superfície sob
a ação da pressão atmosférica.
Evapotranspiração
A transferência da água para a atmosfera se dá através de dois mecanismos:
Evaporação:
transferência da água
superficial do estado
líquido para o gasoso.
Transpiração: processo
onde as plantas retiram
a água do solo pelas
raízes. A água é
transferida para as
folhas e então evapora.
O ser humano deve ter em mente que, embora exista água em abundância
na Terra, a mesma é escassa em muitas áreas, devido à sua má distribuição e
às perdas, como também por causa da degradação resultante das ações do
homem.
De acordo com Von Sperling (1996), o ser humano utiliza a água para
diversos fins como: abastecimento doméstico, abastecimento industrial,
irrigação, dessedentação de animais, aqüicultura, preservação da fauna e da
flora, recreação e lazer, harmonia paisagística, geração de energia elétrica e
diluição de despejos. Destes usos, os quatros primeiros (abastecimento
doméstico, abastecimento industrial, irrigação e possivelmente dessedentação
de animais) provocam a retirada da água das coleções hídricas onde se
encontram; enquanto isso os demais usos são desempenhados na própria
coleção de água. Apenas os dois primeiros usos (abastecimento doméstico e
abastecimento industrial) estão freqüentemente associados a um tratamento
prévio da água, em razão de seus requisitos de qualidade serem mais
exigentes.
• Sólidos em suspensão;
• Sólidos coloidais;
• Sólidos dissolvidos.
Parâmetros químicos
pH
O pH é o potencial hidrogeniônico, sendo que representa a concentração
de íons +
hidrogênio H (em escala anti-logarítmica), indicando a condição de acidez,
neutralidade ou alcalinidade da água. A faixa de pH é de 0 a 14, de modo que
ele é constituído, sobretudo, por sólidos e gases dissolvidos (VON SPERLING,
1996).
Alcalinidade
A alcalinidade é a quantidade de íons na água que reagirão para
neutralizar os íons de hidrogênio; tratando de uma medição da capacidade da
água de neutralizar os ácidos, ou seja, a capacidade de resistir às mudanças de
pH, chamada de capacidade tampão. Os principais constituintes da alcalinidade
são os bicarbonatos (HCO-3 ), carbonatos (CO3²- ) e os hidróxidos (OH); sendo
ela provocada mormente por sólidos dissolvidos na água (ibidem).
Acidez
A acidez trata da capacidade da água em resistir às mudanças de pH
causadas pelas bases; ocorrendo em razão, sobretudo, da presença de gás
carbônico livre (pH 4,5 e 8,2). É constituída principalmente por sólidos
dissolvidos e gases dissolvidos (CO2 e H2S) na água (ibidem).
Dureza
Conforme Mota (2003), a dureza é resultante da presença, principalmente,
de sais
alcalinos terrrosos (cálcio e magnésio) e consiste na concentração de cátions
multimetálicos em solução, sendo que os cátions que mais provocam a dureza
são os cátions divalentes Ca²+ e Mg ²+. Em condições de supersaturação,
esses cátions reagem com ânions na água, gerando precipitados. Dessa forma,
a dureza pode ser classificada como dureza carbonato e dureza não carbonato,
dependendo do ânion que ela se associa. A dureza correspondente à
alcalinidade é denominada de dureza carbonato, ao passo que as outras formas
são caracterizadas como dureza não carbonato; já a dureza carbonato é
sensível ao calor, precipitando-se em elevadas temperaturas; sendo que a
dureza é provocada principalmente por sólidos dissolvidos. Mota (2003)
classifica as águas em termos de dureza (em CaCO3 ), da seguinte maneira:
Ferro e manganês
Segundo, Mota (2003), o ferro e o manganês podem originar-se da
dissolução de
compostos do solo ou de despejos industriais. Von Sperling (1996)
complementa Mota (2003) quando afirma que o ferro e o manganês estão
presentes nas formas insolúveis (Fe3+ e Mn4+ ), numa grande quantidade de
tipos de solos. Na ausência de oxigênio dissolvido, como, por exemplo, em
águas subterrâneas ou fundos de lagos, ele se apresenta na forma de solúvel
Fe2+ e Mn2+ . Se a água, com as formas reduzidas, for exposta ao ar
atmosférico (Ex: na torneira do consumidor), o ferro e o manganês voltam a se
oxidar às suas formas insolúveis, podendo acarretar em coloração da água,
além de manchar roupas durante a lavagem. São causados, mormente, pela
dissolução de compostos do solo.
Cloretos
As águas naturais, em maior ou menor escala, contêm íons provenientes
da dissolução de minerais, de forma que os cloretos (Cl-) advêm da dissolução
de sais que se tornaram sólidos dissolvidos ou da intrusão de águas do mar,
podendo advir ainda dos esgotos domésticos ou industriais; em altas
concentrações, resultam em sabor salgado da água ou em propriedades
laxativas (MOTA, 2003).
Nitrogênio
O nitrogênio pode apresentar-se em várias formas e estados de oxidação;
sendo que no meio aquático, ele pode ser encontrado como: nitrogênio
molecular (N2- ), escapando para atmosfera; nitrogênio orgânico dissolvido e
em suspensão; amônia (NH3-); nitrito (NO2-); e nitrato (NO3-). É um elemento
indispensável ao crescimento das algas, mas em excesso pode provocar uma
eutrofização (ibidem).
Fósforo
O fósforo na água existe, sobretudo, nas formas de ortofosfatos,
polifosfato e fósforo orgânico. Os ortofosfatos são diretamente disponíveis para
o metabolismo biológico sem necessidade de conversões a formas mais
simples, de maneira essas formas podem ser PO4³- , HPO4³- , H2PO4- ,
H3PO4- . Já os ortofosfatos dependem do pH; ao passo que os polifosfatos são
moléculas mais complexas com dois ou mais átomos de fósforo, de modo que o
fósforo orgânico é geralmente de menor importância. O fósforo é composto por
sólidos em suspensão e sólidos dissolvidos (VON SPERLING, 1996).
Oxigênio dissolvido
O oxigênio dissolvido (O.D.) é de fundamental importância para os
organismos aeróbios, sendo que durante a estabilização da matéria orgânica,
as bactérias usam o oxigênio nos seus processos respiratórios, podendo
acarretar em uma diminuição da sua concentração no meio. Dependendo da
magnitude deste fenômeno, vários seres aquáticos podem morrer, como os
peixes. Caso o oxigênio seja totalmente consumido, têm-se as condições
anaeróbias, com geração de maus odores; de forma que vale perceber que o
OD é constituído por gás dissolvido (ibidem).
Matéria orgânica
Uma das principais causadoras da poluição das águas é a matéria
orgânica, em razão do consumo do oxigênio dissolvido pelos microorganismos
nos seus processos metabólicos de utilização e estabilização da matéria
orgânica. Os principais componentes orgânicos são os compostos de proteína,
os carboidratos, a gordura e os óleos, além de outros em menor quantidade
como uréia, surfactantes, fenóis, pesticidas, ácidos solúveis. Em razão da
grande dificuldade na determinação laboratorial dos diversos componentes da
matéria orgânica, frente à grande variedade de formas e compostos em que a
mesma pode ser apresentada, utilizam-se geralmente métodos indiretos para a
quantificação da matéria orgânica, ou do seu potencial poluidor. Assim, existem
duas principais categorias: medição do consumo de oxigênio, em que se
destacam a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e a Demanda Química de
Oxigênio (DQO); e a medição do carbono orgânico, de onde se tem o índice de
Carbono Orgânico Total (COT). A DBO é o parâmetro tradicionalmente mais
utilizado e representa a quantidade de oxigênio que seria necessário fornecer
às bactérias aeróbias para consumirem a matéria orgânica
presente em um líquido; enquanto a DQO consiste na quantidade de oxigênio
necessária à
oxidação da matéria orgânica, através de um agente químico (MOTA, 2003).
Micropoluentes Inorgânicos
Alguns componentes inorgânicos da água, entre eles os metais pesados,
são tóxicos ao homem, como: arsênio, cádmio, cromo, chumbo, mercúrio, prata,
cobre e zinco; além dos metais, podendo citar os cianetos que são incorporados
à água através de despejos industriais, atividades agrícolas, de mineração, etc.
(MOTA, 2003).
Micropoluentes Orgânicos
Von Sperling (1996) afirma que alguns materiais orgânicos são resistentes
à degradação biológica, não integrando os ciclos biogeoquímicos, de modo que
se acumula em certo ponto do ciclo. Enquanto isso, Braga (2002) acrescenta
que alguns desses compostos estão no meio aquático em concentrações que
não são perigosas ou tóxicas; porém, em razão do fenômeno da
bioacumulação, sua concentração no tecido dos organismos vivos pode ser
relativamente alta se não tiverem mecanismos metabólicos que eliminem estes
compostos após sua ingestão. Alguns exemplos de compostos dessa natureza
são: defensivos agrícolas, detergentes sintéticos e petróleo e seus derivados.
Parâmetros biológicos
Braga (2002) traz que alguns organismos são indicadores da qualidade
biológica da água, sendo esta responsável pela transmissão de um grande
número de doenças, sobretudo nas áreas menos desenvolvidas, onde o
saneamento básico é precário ou inexistente. Mota (2003) complementa que os
coliformes são indicadores da presença de microorganismos patogênicos na
água, sendo causadores de doenças.
Esgotos domésticos.
Esgotos industriais.
Resíduos sólidos.
Pesticidas, fertilizantes e detergentes.
Carreamento de solo.
Percolação do chorume dos depósitos de lixo.
Vimos que a poluição das águas é originada de diferentes fontes, mas é certo
que todas trazem conseqüências negativas para o meio ambiente e para a
qualidade de vida das pessoas. As principais conseqüências da poluição das
águas são:
Mas antes, vamos testar os conhecimentos adquiridos até este ponto da ofi
cina de capacitação, de forma descontraída, por meio da dinâmica apresentada
a seguir.
Uso industrial
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução no 20, de 18 de
junho de 1986.
Decreto Estadual no 8.468, de 8 de setembro de 1976 – São Paulo.
Metcalf & Eddy (1977). Tratamiento y depuración de kas aguas residualis,
Madrid, Editorial labor, s.a.
Sperling M.V. (1997). Princípios do tratamento biológico de águas residuárias.
Belo Horizonte, Departamento de Engenharia Sanitária e ambiental;
Universidade Federal de Minas Gerais.