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Karl Marx

Vida e obras.
 Nasceu em Trevis, cidade localizada no sul da Prússia, no
dia 15 de maio de 1818.
 Era de origem judaica, sendo que nasceu dentro de um
contexto burguês.
 Tentou seguir o caminho de seu pai estudando leis e mais
adiante direito, mas como não tinha muita afinidade a
estes estudos transferiu se para a universidade de Berlim
para estudar filosofia.
 Em abril de 1841 defende a sua tese de doutorado em
filosofia que tratava da teoria do conhecimento e fazia
críticas às idéias de Hegel sobre a religião intitulada: A
diferença entre a filosofia da natureza de Demócrito e
Epicuro.
 1843 casa-se com Jenny Von Westphalen, com quem teve
sete filhos, dos quais três deles morreram ainda pequenos
por causa de dificuldades que a família enfrentava.
 Após ter defendido a sua tese de doutorado passou
a lecionar em conjunto com seu amigo Bruno Bauer,
sendo que mais adiante foram expulsos da
universidade.
 Em Paris conheceu celebres amigos como Engels,
em que juntamente com o mesmo conviveu e
escreveu durante toda a sua vida.
 Durante quase toda a sua vida dedicou-se a
organização de movimentos operários, sendo sua
vida também marcada por inúmeras produções
filosóficas, e exilado na Inglaterra desde 1849 Marx
morreu no dia 14 de março de 1883.
 As principais obras de Marx são: A critica do direito
público de Hegel, Anais francos alemães, O capital,
o Manifesto do partido comunista, e os Manuscritos
Econômico-filosoficos de 1844.
Formação do Pensamento de Marx.
 Desde cedo teve contato com idéias iluministas
que era uma corrente de pensamentos que
proclamava a razão humana a única maneira
da filosofia se submeter e da qual a sociedade
poderia organizar-se
 Na universidade de Berlim sofreu forte impacto
da filosofia de Hegel.
 Marx faz uma grande crítica ao sistema
Hegeliano.
 O sistema hegeliano evoluiu em duas direções
que eram os hegelianos de esquerda e os de
direita: os de direita eram embasados e
defendiam o pensamento de Hegel.
 Os hegelianos de esquerda destacavam as
contradições do pensamento do filosofo
alemão, apontando principalmente para as
limitações políticas do pensamento de Hegel,
que dava mais importância ao estado absoluto
do que as organizações autônomas do meio
social ou da sociedade; o ponto de partida
deles era a prática produtivas de homens
concretos e a dinâmica do sociedade civil.
 Estado Hegeliano: materialização dos
interesses gerais da sociedade. Marx vai
contestar dizendo que esta teoria não cumpre
o que diz, pois o estado defende de forma
particular os interesse da propriedade privada
e do capitalismo.
 Os jovens hegelianos de esquerda do qual Marx esta
integrado entendiam a filosofia hegeliana como um
sistema de idéias prontas e definitivas, mas sobre
tudo como um programa de ação pra ser realizado e
não apenas estudado, isto é colocar esta filosofia em
pratica, e não ficar somente nas idéias como era a
filosofia de Hegel.
 Como podemos ver a grande crítica que Marx elabora
da filosofia de Hegel foi amplamente influenciada por
Feuerbach, pelo próprio pensamento de Hegel e pela
podre realidade e momento que a sociedade oprimida
vivia.
 Esta análise de Marx pretende uma resignificação do
verdadeiro sujeito, que deveria ser um individuo ativo
vivendo no mundo real e material em confronto com
os problemas existentes na sociedade.
 Dialética de Marx é diferente da de Hegel.
 A filosofia hegeliana é insuficiente para atender os
problemas da realidade concreta da época, é com base
no próprio pensamento hegeliano e feuerbachiano que
Marx vê em meio à sociedade e os seus problemas a
necessidade de uma filosofia não só técnica e
interpretativa como a de Hegel e feuerbach.
 Marx referente à religião diz que é a alternativa ilusória
para a opressão, no entanto segundo Marx a religião é
também um protesto contra um sofrimento real sendo o
suspiro da criatura oprimida, refletindo assim a
situação em que o mundo se encontrava. Porém Marx
afirmava que seria necessário para libertar o homem
dessas ilusões religiosas mudar a estrutura social e
econômica da sociedade.
 Outro aspecto que influenciou a filosofia marxista foram as
bases da economia política clássica, representada assim de
certa forma pelo escocês Adam Smith (1723-1790) e pelo
inglês David Ricardo (1722-1823). As idéias de Smith
revolucionaram o pensamento político da época inaugurando
assim uma nova ciência humana: a economia política, que até
então era um ramo da filosofia.
 Smith demonstrou que todas as atividades que produzem
mercado produzem valor produzindo assim consequentemente
capital, sendo a origem de tudo o trabalho.
 Já as idéias de David Ricardo em que era sucessor
de Smith predominaram na ciência econômica por
vários anos, Ricardo pensou o sistema econômico
não dividido em setores, mas como um todo. Defendia
juntamente com a burguesia uma política favorável ao
lucro obtido na produção, opondo-se à aristocracia.
 Marx sofreu grande influencia do socialismo utópico.
Contexto que delimitou o pensamento de Marx
O momento que Marx vivia era um momento em que
a sociedade causava a negação do ser humano, foi
esta realidade e a análise da economia política que
contribuíram para a formação do seu pensamento dos
manuscritos. Toda esta negação do ser tem origem
através do desenvolvimento da modernidade.

 Modelo desumano de trabalho tem raízes no


feudalismo.
 Vindo a fortalecer com a revolução industrial e
francesa, sendo estes aspectos centrais para o
aparecimento do capitalismo proporcionando o grande
crescimento dos centros urbanos.
Com isso o capitalismo iria modificar
radicalmente as condições sociais e
econômicas da época, formando-se e
configurando-se de forma brutal a partir da
exploração humana e da mão de obra, pela
minoria diabólica.
Materialismo Marxista
O materialismo de Marx compreende o
materialismo histórico (ciência da história), e o
materialismo dialético (aspectos mais filosóficos do
marxismo).

Este materialismo marxista é situado


fundamentalmente no nível da teoria do
conhecimento, sendo a sua afirmação fundamental é
que o conhecimento esta ligado a transformação,
sendo a práxis a noção chave do critério da verdade,
isto é, a atividade transformadora ou práxis que
diferencia o materialismo de Marx do materialismo
antigo.
Materialismo Dialético
É uma tentativa de superar o pensamento de Hegel e
Feuerbach. Pois a dialética idealista era uma doutrina
filosófica que negava a realidade individual das coisas,
onde que existem somente as idéias.
Já Feuerbach foi um materialista da natureza que com
vigor abordava a questão da necessidade do combate ao
idealismo e a religião. Com o materialismo dialético Marx
não explicava somente o mundo teoricamente, e sim teria
a tarefa de mudá-lo, sendo necessário uma filosofia
revolucionária, que não se detia em explicar corretamente
o mundo, e sim para modificar revolucionariamente indo
em favor dos trabalhadores oprimidos.
A criação do materialismo só poderia ser feito
com a eliminação total das deficiências e
limitações da filosofia anterior, que era um
obstáculo ao progresso do pensamento.
Os materialistas anteriores deixavam de levar
em conta o papel formidável das atividades
práticas do homem, considerando assim a
natureza em estado de estagnação e
imutabilidade, isto é, viam apenas a influencia
da natureza sobre o homem, e não a influência
do homem sobre a natureza não se
preocupando com os fenômenos sociais.
A dialética hegeliana consistia no fato de ela estar
subordinada ao idealismo, pois se voltava somente ao
desenvolvimento da idéia e da consciência em que o
espírito se desenvolvia de um estado para o outro. A
natureza para Hegel era considerada como uma das
fases de desenvolvimento da idéia que não se
desenvolvia no tempo não tendo a sua história.
O núcleo central da dialética marxista consistia na
afirmação de que tudo no mundo se encontra em um
estado de desenvolvimento e mudança e que as
contradições existentes na sociedade se constituem
com parte do seu desenvolvimento. Para o
materialismo dialético as leis do pensamento
correspondem as leis da realidade, a dialética não é
só pensamento, e sim pensamento e realidade a um
só tempo, porém a matéria e o pensamento marxista
diz que a realidade é contraditória com o pensamento.
Materialismo Histórico
A idéia central do materialismo histórico se
determina pela atividade material ou produtiva, pois
estas atividades são fundamentais para o homem em
que satisfazem as necessidades vitais do homem,
aspectos estes fundamentais para o entendimento da
história humana.
Marx escreveu no prefácio de “Por uma crítica da
economia política,” que o materialismo histórico
consiste que “não é a consciência dos homens que
determina o seu ser, mas ao contrário, o seu ser
social que determina a sua consciência,” levando nos
assim a especificar a relação existente entre estrutura
econômica e a superestrutura ideológica.
Com isso Marx diz que a sociedade esta
estruturada em níveis. O primeiro é o nível da infra-
estrutura que vai constituir a base econômica da
sociedade, com isso é que o homem vai se relacionar
com a natureza para produzir e sustentar a sua
própria existência, alem das relações entre a
natureza, também se tem as relações dos homens
entre si, a relação de proprietário e não proprietário, e
entre os não proprietários com os meios e os objetos
de trabalho.
No segundo nível que é o político ideológico, a
superestrutura é constituída pela estrutura juridico-
politica, que é representada pelo estado e pelo direito.
partindo disso Marx coloca a exploração de classes
no nível econômico da sociedade que provoca a
relação de dominação política, onde o Estado está a
serviço da classe dominante.
No materialismo histórico a essência do homem
esta em sua atividade produtiva. A primeira ação
histórica do homem deve ser vista na criação
adequada para satisfazer as suas necessidades
vitais. A história verdadeira e fundamental é a dos
indivíduos reais, da sua ação para transformar a
natureza e as sua condições materiais de vida,
tanto as existentes quanto as produzidas para a
sua ação.
Enfim o materialismo histórico pretende a
explicação da história das sociedades humanas
em todas as épocas, através dos fatos materiais
essencialmente econômicos e técnicos.
Práxis
 Palavra de origem grega que significa atividade,
prática, ação geral.
Aristóteles designou a práxis como termo filosófico
para designar as ações intransitivas, o agir, ou a
moral, porém retirando todo o valor da intenção de
quem age e tem os mesmos sentidos completo ou
pleno como ver, julgar, dançar, opondo-se ao fazer
que vem a terminar em uma obra exterior.
No platonismo a práxis é a ação humana
produtiva, que se delineia da política até o trabalho
manual em que é considerada como uma atividade
inferior ou secundária pois mantêm o homem preso as
condições materiais da sua existência, afastando-o da
contemplação do uno (Deus).
Marx nos diz que a práxis é a atividade livre,
universal, criativa e autocriativa por meio da qual o
homem produz e cria algo, e transforma seu mundo
humano, histórico e a si mesmo, sendo esta atividade
própria do homem que o torna diferente dos outros
seres por isso o homem é considerado um ser de
práxis.
O conceito de práxis é uma critica que vai além da
filosofia com o interesse de mudar a realidade
mundial adquire conceitos diferentes que com o
capitalismo se faz fundamental a junção de duas
realidades centrais; o pensamento e a ação.
Nos M.E.F Marx opõe o trabalho a práxis em que
o trabalho é visto como um ato alienado da atividade
humana, porém ele usa o trabalho como sinônimo de
práxis.
A práxis para Marx é baseada na necessidade
objetiva em reformular o processo de produção
possibilitando aos proletários uma conscientização da
sua importância como sujeito reprodutor das
condições materiais da sociedade.
A essência da práxis é o homem consciente e
trabalhador, realizado em seu trabalho, reproduzindo-
se a si mesmo e a sua história, sendo a práxis o
momento de sua humanização que com isso deve
ocorrer através de uma ação que torne em relação à
natureza e aos outros homens como sujeitos livres e
conscientes obedecendo à crítica tanto da economia
política como a filosofia especulativa.
A emancipação do homem, a realização de todas
as suas potencialidades humanas, materiais,
espirituais, culturais, de valores, de ética e de toda a
forma de humanização, encontra a sua substância na
práxis como condição de negação da propriedade
privada e realização consciente do trabalho na
comunidade social, é a realização da liberdade,
igualdade e fraternidade que são princípios básicos
de uma comunidade plena.
A práxis esta ligada a aquela tarefa essencial da
economia de retornar a sua função de regradora da
sociabilidade humana em que a consciência teórica e
prática da riqueza econômica é produzida para a
própria felicidade dos homens, mas não deve ser um
mero discurso teórico imcapaz de realizar o seu fim.
Com isso se inaugura uma nova forma de
relacionamento do homem com a natureza
permeando por uma reconciliação do homem
com a sua própria existência enquanto
participante da vida natural do mundo. Por
último, a afirmação do trabalho como categoria
ontológica materialista onde o ser humano se
realiza como sujeito individual, com isso a
filosofia da práxis foi uma etapa de
transformação histórica tanto para o conceito
de trabalho como para a sociedade.
Trabalho Alienado
Se faz interessante vermos o sentido de alienação nos
autores que influenciaram a Marx em sua teoria da alienação.
A teoria da alienação de Feuerbach inicia-se com a crítica à
filosofia hegeliana, que mistifica as relações entre o
pensamento e a realidade, do mundo natural, a uma mera
alienação da idéia. A alienação é para ele resultante da
abstração. Feuerbach também fazia uma critica implacável a
religião dizendo que Deus era alienação e negação do homem.
A alienação para Hegel, é o momento em que o espírito vai
de si e se manifesta na construção da cultura sendo uma cisão
provocada pelo espírito que se exterioriza na cultura pelo viez
do trabalho, sendo superada pelo trabalho da consciência em
que nesse momento, nesse estágio superior é consciente de si.
Marx baseado em Feuerbach, elabora a sua teoria da
alienação em que transforma a critica da religião em critica da
economia. Inicialmente a alienação de Marx esta voltada ao
estado hegeliano sendo interpretado como a essência alienada
da sociedade civil, para Marx o estado esta sem embasamento
ou fundamentos sendo uma pura abstração da sociedade civil
o estado defendia os interesses particulares, isto é, da classe
burguesa e capitalista com interesses universais.
Mas o forte do conceito de alienação marxista se da pelo
viés do trabalho negativo, pois é um problema da sociedade
moderna e industrial sendo a relação distorcida do ser humano
com a natureza, , do sujeito com o objeto, é a dissociação
entre a força de trabalho que é humana e o produto do trabalho
que é o objeto. A apropriação do objeto aparece como
alienação a tal ponto que, quanto mais objetos o trabalhador
produzir, tanto menor poderá possuir e tanto mais ficará
dominado pelo seu produto, o capital.
Como podemos ver o objeto é subjetivo pois esta
materializado o sujeito, pois possui o sujeito do
homem que o criou que é objetivo a partir da
penetração do seu ser e da sua consciência no
objeto, ele interioriza esta subjetividade em si, onde
que o objeto transcende o sujeito.
A alienação é para Marx o estranhamento do ser,
é a própria perda de si mesmo, onde que o sujeito
pelo estranhamento de sua atividade se aliena tendo
como motor desta alienação o objeto que é a
mediação para o caminho da propriedade privada
sendo assim uma conseqüência da exploração
detalhada, a relação sujeito objeto, sofre uma cisão
que separa e deturpa a essência humana.
Em outras palavras a alienação consiste em ser o
trabalho externo ao trabalhador, não fazendo parte da
sua natureza e, por conseguinte ele não se realiza em
seu trabalho, mas nega-se a si mesmo, é ter um
sofrimento ao invés de um bem estar não
desenvolvendo livremente as suas energias mentais e
físicas, e sim fica fisicamente exausto e mentalmente
deprimido.
Como vimos para estabelecer o conceito de
alienação Marx parte de dois aspectos centrais, um é
o homem e o outro é o trabalho, porém para que
ocorra a inversão disso, para desenvolver ao homem
a sua dignidade se faz necessário a exclusão das
categorias negativas que são regidas pelo capital.
Superação e emancipação
Marx busca a condição do homem superar-se da
propriedade privada e da alienação geradora de uma
vasta opressão, desigualdade e outras formas de
negação do ser. No entanto a superação da alienação
pelo homem é de extrema importância para o se
reconhecimento e emancipação que para ocorrer isso
o homem deve concientizar-se da sua situação. A
saída da alienação almeja a emancipação, sendo
assim a saída da condição de vida subumana para a
conquista da liberdade, sendo um individuo mais
social e mais humano, onde a emancipação ocorrera
com a abolição total do capitalismo.
 Marx vai dizer que o comunismo é a forma mais viável
de se implantar a emancipação. Porém não é por ele
que se da a emancipação pois o comunismo é um
jeito de pensar de relação humana, é um jeito de ser,
porém não temos como implantar ou optar pelo
comunismo, por isso o socialismo é a solução, pois
devemos socializar o capital, isto é de todos para
todos.
 O socialismo é baseado na propriedade social dos
meios de produção, que surgiu como resultado da
tomada de poder político pelos trabalhadores
organizados que destroem o aparelho do estado
classista, pondo fim a apropriação privada construindo
uma sociedade sem classes, com a possibilidade de
transformação.
Como vimos Marx procura através do próprio
trabalho a reestruturação e emancipação do
ser, como realização ontológica do ser e das
categorias teóricas e práticas para a
formulação de uma nova sociedade de
relações positivas de produção e
principalmente da relação entre os homens
sem formação de classes.

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