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Raças de Cavalos

ANDALUZ (ESPANHOL)

O moderno Andaluz descendente do cavalo Espanhol, o qual, como o Árabe e o


Berbere, teve a maior influência sobre a população equina do mundo. Até o século XIX, o cavalo
Espanhol era considerado o melhor da Europa. Toda a equitação clássica das escolas do
Renascimento se baseava nele. A famosa escola de equitação de Viena é chamada ‘Espanhola’
em sua honra (spanische Reitschule), e seus famosos Lipizzaners brancos descendem
directamente de cavalos exportados da Espanha para Lipica, na Eslovénia, no século VI. O
cavalo Espanhol teve influências dominante em quase todas as raças e é a base da maior parte
dos cavalos existentes na América Latina.
Criação: Na Anadaluzia, a criação está centrada em Jerez de la Frontera, Córdoba e Sevilha,
onde foi preservada pelos mosteiros cartuxos. O cavalo Espanhol pode ter derivado de uma
mistura do nativo Sorraia com o Tarpan e com os Berberes trazidos pelos mouros do norte da
África.
Características: O Andaluz é um cavalo de grande presença. Embora não seja muito veloz, é
ágil e atlético. Tem uma cabeça de extraordinária nobreza, o perfil característico, dito ‘de
falcão', crina e cauda longa, luxuriantes, e, com frequência, aneladas.
Influências: Berbere: Responsável principal pelo ardor, bravura, robustez e grande agilidade.
Sorraia: Fundamento ‘primitivo’ da raça, deu-lhe força e notável resistência.
Altura: Média é cerca de 1,57m.
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão
Usos: Sela, Touradas, Adestramento, Shows

ANGLO-ÁRABE

O Anglo-Árabe é uma raça resultante da mestiçagem do Árabe e de seu


descendente, o PSI (Thoroughbred), que combina as melhores qualidades dessas raças de elite.
Do Árabe espera-se que ele herde a resistência, a versatilidade, a frugalidade no trato e os
cascos densos; do PSI a estatura maior e a velocidade. De ambos a habilidade atlética para os
esportes hípicos.
Criação: A raça originou-se e aperfeiçoou-se na França, onde os Anglo-Árabes são criados
sistematicamente desde os tempos napoleônicos nas grandes coudelarias do sudoeste, em Pau,
Pompadour, Tarbes e Gelos desde o ano de 1800. Os primeiros Anglo-Árabes são o cruzamento
de éguas PSI com os garanhões Árabes (nunca o inverso), importados do Egito por Napoleão
Bonaparte e seus generais. Já em 1836 a criação francesa era famosa, tornando-se necessário a
introdução de novas linhagens par refrescamento do sangue. Foram importados dois magníficos
Árabes do oriente próximo Massoud e Aslan e três éguas PSI Dair, Common Mars e Selim. Por
volta de 1850 a raça foi considerada formada e os cruzamentos com Árabes ou PSI puros
passaram a ser cortados.
Características: Na aparência o Anglo_Árabe tende mais para o PSI. Sua fronte é recta (e não
côncava como o Árabe), e sua estatura elevada. Os ombros são inclinados e fortes, as perlas
longas e bem formadas com ossatura e cascos de boa qualidade, bons pulmões e excelente
coração. São versáteis cavalos de sela, prestando-se para corridas em hipódromos, provas se
salto de obstáculos, adestramento clássico e pólo. Na França os Anglo-Árabes têm corridas
especiais, e seu stud book não aceita produtos com menos de 25% de sangue Árabe ou
Thoroughbred.
Influências: Thoroughbred: Colaborou com tamanho, decisão, galope e potencial competitivo.
Árabe: Solidez, vigor, resistência e temperamento calmo.
Altura: Varia entre 1,62 e 1,67m.
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão
Usos: Sela, Desportos hípicos

ALTER–REAL (SUB-RAÇA)

Como o nome surge, a raça Alter-Real foi criada para servir à realeza. Além do
porte majestoso, o cavalo ‘real’ devia ter índole e a movimentação ideais para a escola clássica
de equitação.
Criação: A raça data de 1748, quando foi fundada pela dinastia de Bragança em Vila de Portel,
no Alentejo, Portugal. Em 1756, o haras transferiu-se para Alter. A primeira coudelaria tinha
300 das mais finas éguas andaluzas levadas para Portugal da região de Jerez de la Frontera, o
mais famoso centro espanhol de criação. Floresceu em Alter, fornecendo montarias para a corte.
E a raça ficou conhecida graças às apresentações promovidas em Lisboa. No começo do século
XIX, todavia, muitos dos cavalos se perderam ou foram roubados com o saque do haras pelas
tropas napoleônicas do general Junot. Em 1934, outros desastres sobrevieram e culminaram
com o fechamento dos estábulos reais. Uma reorganização chegou a ser ensaiada sob D. Maria
Pia, no fim do século, com a introdução se sangue estrangeiro Inglês, Normando, Hanoveriano e,
principalmente, Árabe. Os experimentos foram mal sucedidos e a raça quase se arruinou. Foi
salva pela importação de cavalos Andaluzes. Os arquivos dos estábulos foram destruídos com o
advento da república (1910), e só em 1932 o Ministério da Economia tomou a iniciativa de
reconstituir a criação dos Alter-Reais.
Características: A despeito das vicissitudes por que a raça passou, o Alter moderno virtualmente
Andaluz outra vez, sobrevive como um cavalo valente, de carácter físico peculiar e acção
extravagante, vistoso, altamente apropriada à Haule Ecole (Alta Escola). Dele descendem os
Mangalargas Paulista e mineiro, trazidos por D. João VI em 1807.
Influências: Espanhol: A grande coragem e o carácter próprio, inconfundível.
Altura: Entre 1,52 e 1,62m.
Cores: Marrom, Castanho, Alazão.
Usos: Sela, Desportos, Adestramento.

APPALOOSA

O gene que faz o cavalo sarapintado é tão antigo quanto o próprio equídeo
(havia cavalos malhados na China e na Pérsia), mas o crédito pela criação de uma raça
distintiva por sua pelagem cabe modernamente aos índios Nez Persé da América do Norte, que
vivem no noroeste do actual estado do Oregon. Suas terras incluíam o vale do rio Palouse, que
foi o rio que de nome aos cavalos.
Criação: A raça desenvolveu-se no século XVIII, com base nos cavalos trazidos pelos espanhóis.
Nesse lote havia exemplares de pelagens sarapintadas descendentes remotos de cavalos da
África Central. Os Nez Persé, que eram grandes criadores de cavalos, praticavam rigorosas
políticas selectivas. Finalmente obtiveram um cavalo capacitado para qualquer trabalho, de
aspecto inconfundível, além de essencialmente pratico. Em 1877, a tribo e a sua bela manada
quase foram exterminados quando o governo da união ocupou as reservas. Todavia em 1938,
com a formação do Appaloosa Horse Club, em Moscow, Idaho, a raça começou a renascer das
cinzas. Seu registo é hoje o terceiro mais numeroso do mundo.
Características: Appaloosa moderna é reprodutor, mas também animal de competição (corridas
e saltos) pela consistência, vigor e boa índole. A cinco pelagens oficiais da Appaloosa: Blanket
(cobertor), marble (mármore), leopard (leopardo), snowflake (floco de neve) e frost (geada).
Influências: Espanhol: Acrescentou força, resiliência, adaptabilidade – e a pelagem mosqueada.
Altura: Entre 1,47 e 1,57m.
Cores: Sarapintado
Usos: Sela
ÁRABE (O Filho do Vento)

É a raça equina mais antiga do mundo. Sua origem perde-se na noite dos
tempos. Os mais remotos registrados de sua presença foram encontrados na câmara mortuária
do Faraó Pihiri, que viveu no século XX a. C.
Criação: Sempre criado pelos beduínos do interior da península arábica com fervor, porque eles
sabiam que os animais extremamente rústicos sobreviviam às agruras do deserto com
temperamento excessivamente quente de dia e noites muito frias no regime de pouca agua e
quase nenhum alimento. Sua resistência às intermináveis deslocações das tribos à procura de
novas pastagens é outra características universalmente reconhecidos. Foi usado desde tempos
imemoriais pelos beduínos como meio de transporte, na caça e nas constantes guerras
intertribais, sendo a mais veloz das raças equinas em estado natural. Dócil e obediente, sua
beleza física inspirou poetas, pintores e escultores desde tempos antigos. Sua resistência e
rusticidade tornou a montaria de generais famosos como Alexandre, o grande, Napoleão Bona
Parte, Reis e Príncipes.
Características: É o mais harmonioso dos cavalos. Sua silhueta e inconfundível. Cabeça
pequena, sempre alta, com perfil ligeiramente côncavo; olhos redondos, grandes e vivos;
pescoço longo finamente arqueado; espáduas inclinadas, lombo curto, garupa quase horizontal,
cauda alta com fios sedosos e longos, quando em movimento estes se elevam até a vertical.
Pernas fortes, boa musculatura, andar largo e cascos duros como marfim. Sua aparência geral
detona força e vitalidade. Ao contrario das outras raças que possuem dezoito costelas, seis
vértebras lombares e dezoito vértebras na cauda, o Árabe tem, respectivamente, dezassete –
cinco – dezasseis. Ele e o PSI são criados em todos os países do mundo e os stud books são
aprovados e dirigidos WAHO (World Arab Horse Oraganization), ao qual Portugal também
filiado.
Altura: Entre 1,47 e 1,57m.
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão, Preto.
Usos: Sela, Corridas, Saltos de obstáculos, lida do gado, lazer e circo.

BERBERE

O Berbere perde apenas para o Árabe como um dos fundadores da população


equina no globo. O cavalo Espanhol, dele derivado, serviu de base às principais raças europeias
e a muitas das americanas. O Berbere desempenhou também papel na evolução do
Thoroughbred inglês (PSI).
Criação: A raça é originária de Marrocos, na África do norte. Acredita-se que se tenha formado
de cavalos selvagens sobreviventes da era glacial. Se isso for exacto, o Berbere é tão antigo
quanto o Árabe. Em algum momento da evolução, deve ter recebido uma infusão de sangue
Árabe, mas a sua conformação nada deve ao ideal Árabe – o que indica a existência de um gene
poderoso, maciçamente dominante. Nos últimos anos tem havido um grande refinamento do
Berbere tradicional – montaria suprema dos cavaleiros Berberes que tiveram parte tão saliente
nas conquistas muçulmanas na Idade Média. Embora não haja respostas definitiva à
controvertida questão da origem do cavalo Berbere, é pacífico existirem diferenças
fundamentais entre o Berbere e o Árabe.
Características: O Berbere não impressiona à primeira vista: tem a garupa caída, a cauda de
implantação muito baixa, e uma cabeça sem nada de especial, com formação craniana que se
assemelha a dos cavalos primitivos. O perfil é recto, e o chanfro às vezes, romano. Não obstante,
a resistência e o vigor do Berbere são ilimitado, indicando uma disposição à toda prova. É
cavalo de excepcional agilidade, capaz de cobrir com grande velocidade distancias curtas.
Altura: Cerca 1,50m.
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão
Usos: Sela

CRIOULO

Embora seja cavalo nativo da Republica Argentina, o Crioulo pode ser


encontrado sobre formas ligeiramente diferentes e uma grande variedade de nomes, em todo o
continente Sul Americano. No Brasil, por exemplo, é o ‘Crioulo Brasileiro’. Na Argentina, o
Crioulo é a montaria indispensável do gaúcho, o comboy dos pampas, e teve importante papel
no surgimento do famoso Polopony dos país.
Criação: O Crioulo e descendente direito do cavalo espanhol trazido pelos descobridores do
século XVI. Esses cavalos tinham sangue berbere. As primeiras importações de vulto para o
vice-reinado do Prata foram feitas em 1535 por D. Pedro Mendoza, o fundador de Buenos Aires.
Mais tarde, quando a cidade foi saqueada pelos índios, esses cavalos se espalharam por vastas
áreas do campo e procriarão livremente – dai a disseminação.
Características: o Crioullo é um dos cavalos mais fortes e mais saudáveis que existe, um
atributo à sua as centralidade espanhola. É capaz de viver em condições de extremo calor o frio
com mínimo de alimentação, tem incrível resistência e é famoso pela longevidade.
Influencias: Espanhol: Contribui para a excepcional fortaleza e resistência da raça.
Altura: Entre 1,42 e 1,52m.
Cores: Castanho, Baio
Usos: Sela

FALABELLA

As causas naturais de pequenas estatura em equinos são de ordem ambiental:


severas condições climáticas combinadas com escassez de alimento. É possível, no entanto, obter
cavalos miniaturas ou de grande porte. Os de pequeno porte têm sido criados pelo homem
através da história, às vezes como animais de estimação, outras simplesmente para satisfazer a
curiosidade. O melhor exemplo disso é o Falabella, considerando um cavalo miniatura e não um
pónei, por sua proporções e seu caracter.
Criação: Tira o seu nome da família Falabella, responsável pela evolução da raça no ranço
Recreo de Roça, nas imediações de Buenos Aires, Argentina. Cruzaram-se os mais pequenos
Shetland disponíveis com um PSI de porte reduzido; e a partir dessa primeira operação,
praticou-se a endogamia, sempre com os menores exemplares obtidos por cruzamentos
selectivo. O alvo perseguido era um espécime equino quase perfeito, mas miniatura. Acontece,
que um processo desses pode resultar em defeitos de conformação e uma indesejável perda de
vigor. Diz-se que os Falabellas são bons para o tiro mas não como montaria. Um dos menores
exemplares conhecidos foi a égua chamada Sugar Dumpling, de Smith McCoy, de Roderfield,
Virgínia, Estados Unido. Media 51cm de altura e pesava 13,6kg.
Características: Defeitos de conformação como jarretes fracos, membros tortos e cabeças
pesadas são comuns em qualquer raça miniatura. E, no entanto, os melhores exemplares de
Falabella ostentam muitas das qualidades de um bom Shetland . como animais de estimação,
eles se mostram afectuosos e inteligentes. Sua pelagem pode apresentar atraentes padrões,
inclusive pintados.
Influências: Shetlands: A base foram os Shetlands, cruzados com pequenos PSI.
Altura: Até 60cm.
Cores: Todas, inclusive combinadas.
Usos: Inovadores.

HUNTER (Caçador)
O ‘Caçador’ é um tipo de cavalo peculiar à Inglaterra e à Irlanda. Não constitui,
a rigor, uma raça, de vez que lhe faltam características comuns fixas e ele pode variar segundo
as exigências do país em que é montado. Num país de prados e cercas vivas – como as famosas
hedges da Grã-Bretanha, algumas com milhares de anos -, um cavalo do tipo do Thoroughbred
é que seria de desejar. Quando a velocidade não é requisito essencial, um cavalo mestiço
confiável e sensível, bom saltador, é mais apropriado.
Criação: Os melhores cavalos de caça são os criados na Inglaterra e na Irlanda, onde esse
desporto faz parte da vida rural há séculos. Cavalos de caça irlandeses e ingleses são, em geral,
produto do cruzamento de Irish Draughts com Thoroughbreds. Muitos têm também sangue
pónei, alguns de Cleveland bay, outros, até, de cavalos de tracção pesada. Seja qual for a
mistura, os melhores caçadores têm sempre uma boa proporção de sangue de Thoroughbred
para dar-lhes coragem, velocidade e aptidões atléticas.
Características: Um cavalo de caça deve ser bem proporcionado, saudável e dono de todos os
atributos de conformação de um bom cavalo de montaria. Deve ser equilibrado razoavelmente
rápido e audaz o bastante para enfrentar qualquer espécie de obstáculo nas condições da sua
função. Deve ser calmo, ter boas maneiras e constituição robusta.
Influências: Thoroughbred: Liberdade de acção de arrojo. Irish Draught: Ossatura (bone),
substância e sensibilidade. Cleveland Bay: Bone, porte, aptidão para o salto.
Altura: Entre 1,62 e 1,67m.
Cores: Todas, Inclusive compostas
Usos: Sela

LUSITANO

O Lusitano faz-se notar como um vistoso cavalo de carruagem, bem como de


sela. Foi, em tempos idos, a montaria dos cavaleiros portugueses. É ainda o cavalo favorito dos
toureiros portugueses e, nesse papel, é treinado nos movimentos mais avançados da Haute
École. Nos últimos anos, tornou-se popular fora da península ibérica e tem admiradores
entusiastas nas Ilhas Britânicas, nos Estados Unidos e principalmente no Brasil.
Criação: A raça é, com feito, a versão portuguesa do Andaluz, difícil de distinguir do modelo,
embora seja possível, em muitos casos, perceber ligeiras diferenças.
Características: Embora possa ter pernas mais compridas que o Andaluz, aos olhos da maior
parte dos especialistas o inteligente Lusitano é tão bravo, tão rápido e tão soberbamente
equilibrado quanto o cavalo Espanhol. Seus movimentos, naturalmente elevados, são
espectaculares; e a agilidade, surpreendente.
Influências: Berbere: A natureza árdega, a bravura, força, robustez e grande agilidade.
Sorraia: Raça de base, ‘primitiva’, responsável pelo vigor e pela resistência.
Altura: Varia entre 1,52 e 1,62m.
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão
Usos: Sela, Tiro, Touradas, Adestramento, Shows

MORGAN

O Morgan tem uma peculiaridade: a raça nasceu de um único reprodutor


excepcionalmente prepotente, que se chamou, de início, Figure, mas ficou depois conhecido pelo
nome do seu segundo dono, o professor Justin Morgan, que o recebeu em pagamento de uma
dívida (1975). Cavalo de passeio e, cada vez mais, de competição, de sela e de tiro por igual, o
Morgan foi, até a mecanização, o cavalo de remonta do exército americano. Uma estátua de
Justin Morgan na Morgan Horse Farm da universidade de Vérmont, é um memorial
permanente a um dos mais extradionários cavalos do mundo.
Criação: O garanhão que fundou a raça nasceu em 1789 ou 1793 em West Spingfield.
Massachusetts e viveu em Randolph, no Vermont. Trabalhou duro puxando, arado, carregando
madeira e limpando florestas para plantação. Tomou parte em inúmeras competições de
velocidade e tracção e nunca foi vencido. Todos os Morgans descendem dele. Sua própria
origem é ainda objecto de discussão. São três as teorias principais: seria filho de um
Thoroughbred, Tru Briton; de um Frísio importado; ou de um Welsh Gob, o que não é
impossível.
Características: O Morgan foi deliberadamente condicionado para exibir uma andadura
elevada, pomposa. Mas se os cascos são aparados de modo normal, o cavalo se move livremente
no quadro das andaduras tradicionais sem levantar indevidamente os jarretes. A raça é
resistente, tem grande exuberância e vigor excepcional. Mais refinado na aparência que o
arquétipo antigo, mas parrudo também, o Morgan moderno é fogoso, mas inteligente e fácil de
adestrar.
Influências: Árabe: contribuição possível mas não documentada. Thoroughbred: O sangue
thoroughbred pode ter tido papel significativo nos primeiros tempos.
Altura: Entre 1,47 e 1,57m.
Cores: Todas, excepto Tordilho
Usos: Sela, Tiro

ORLOV TROTTER

Antes da revolução de Outubro, a criação de cavalos estava nas mãos da


aristocracia latifundiária. O notável criador Conde Alexei Orlov criou o Orlov Trotter no seu
haras de Kherenov. Embora destinado às corridas, o Orlov foi também criado como cavalo de
carruagem e a auxiliar na agricultura.
Criação: O Conde Orlov começou o seu programa de criação em 1778, cruzando um reprodutor
árabe de cor branca, Smetanka com uma variedade de éguas. Polken I, descendente direito de
Smetanka e filho de uma égua dinamarquesa Warmblood foi acasalado com uma égua
holandesa Warmblood, de cor russa gerando Bars I (1784), o fundador da raça Orlov. Bars I
foi, cruzado com éguas árabes, dinamarquesas, holandesas e inglesas mestiças. Consegui-se o
tipo desejado por endogamia com o próprio Sir fundador. Corridas e avaliações sistemáticas de
desempenho aperfeiçoaram a raça. Orlovs foram também cruzados ocasionalmente com
Standardbreds para obter Russian Troters, mais velozes porém menos úteis.
Características: O Orlov é um cavalo alto de compleição leve, é musculoso e muito bem
proporcionado.
Influências: Norfolk Trotter: Transmitiu uma constituição robusta e excelência do trote. Árabe:
Usado para refinar a ‘matéria prima’ rústica, de utilidade agrícola. Holandês: Porte substância
índole tranquila e estável. Thoroughbred: Maior capacidade física, melhor acção e velocidade.
Altura: Cerca de 1,62m.
Cores: Tordilho, Castanho, Negro
Usos: Sela, Tiro

PAINT HORSE (PINTO)

A duas sociedades nos EUA para este tipo de cavalo – a Pinto Horse Association
e American Paint Horse, ambas sedeadas em Fort Worth, Texas. A Pinto Horse Association
registra qualquer espécie de cavalo que preencha seus requisitos de cor. Ela classifica-os em
stock type (reprodutor estabulado), hunter (caçador), pleasure type(de estemição), saddle type (de
sela). American Paint Horse Association registra reprodutores com sangue de Paints, Quarter
Horse, Thoroughbreds.
Criação: O Pinto descende dos cavalos espanhóis trazidos para a América no século XVI. Até
aos séculos XVIII e XIX, uma linhagem de cavalos pampas ou pintados, derivados de sangue
espanhol, ainda existia na Europa. O nome ‘pinto’ vem dos espanhol pintado, que se tornou,
para os comboys do Oeste americano, paint. Cavalos com mais de uma cor ou mosqueados eram
também chamados de Calicos.
Caracteristicas: São dois os tipos de coloração: ovaro, e tobiano. Ovaro é a pelagem com a cor
básica de acompanhada de grandes manchas brancas irregulares; Tobiano é a pelagem de
fundo branca com grandes irregularidades de cor. É difícil dar ao Pinto status de raça, no
sentido tradicional da palavra devido à falta de consistência do tipo e do tamanho. É mais uma
pelagem.
Influencias: Atributos físicos, bem como os diversos tipos de coloração.
Altura: Entre 1,52 e 1,62m.
Cores: Compostas
Usos: Sela

PASO

O Passo peruano, ou ‘cavalo marchador’ tem os mesmos antepassados que o


crioulo argentino. Distingue-se por sua andadura, conhecida por lateral gait, e uma
conformação particular, preservada e confirmada pela criação selectiva à três séculos ou mais.
Criação: A criação é dirigida para aperfeiçoamento da andadura natural, o paso. Este tipo e
acção comporta um movimento vigoroso rotativo das pernas dianteiras, garantido pelo emprego
firme das pernas traseiras, enquanto a garupa é conservada baixa. Mesmo em terreno
acidentado, a andadura pode ser mantida por vários períodos.
Características: A raça é muito forte. As pernas traseiras e suas quartelas são cumpridas; e as
juntas, em geral, extremamente flexíveis. Esse conjunto de factores contribui para o celebrado
conforto do paso como andadura.
Influências: Espanhol: As antigas andaduras típicas dos espanhol são responsáveis pelo paso.
Altura: Entre 1,42 e 1,52m.
Cores: Todas, Simples
Usos: Sela
QUARTER HORSE

O Quarto de milha, o primeiro de todos os cavalos americanos de raça, é tido


como “o mais popular do mundo”. Mais de três milhões estam registados na American Quarter
Horse Association, fundada em Forct Worth em 1941.
Criação: Seleccionada nos Estados Unidos da América, a partir dos cavalos selvagens
"Mustangs" de origem berbere e árabe, introduzidos na América pelos colonizadores
espanhóis. A partir de 1611, com a chegada de algumas éguas vindas da Inglaterra, cruzadas
com os garanhões "Mustangs", deu como resultado animais compactos, extremamente dóceis,
muito musculosos e capazes de percorrerem pequenas distâncias com mais rapidez que
quaisquer outras raças. Sua selecção foi direccionada para produzir animais de trabalho e lida
com o gado, tornando-o imbatível para a condução do gado e captura de reses desgarradas,
graças à sua velocidade em curtas distâncias. Actualmente cruzados com o Puro Sangue Inglês
dão excelentes animais de corrida, imbatíveis nas curtas distâncias. O Quarto de Milha foi
introduzido no Brasil em 1954, por iniciativa da empresa King Ranch, na região de Presidente
Prudente.
Características: Cavalos muito versáteis, dóceis, rústicos e inteligentes com altura média de
1.52m,cabeça pequena, fronte ampla, perfil recto, olhos grandes e bem afastados. Pescoço
piramidal com linha superior recta, dorso e lombo curtos, garupa levemente inclinada, peito
profundo, membros fortes e providos de excelente musculatura, olhos grandes e bem afastados.
Pescoço piramidal com linha superior recta, dorso e lombo curtos, garupa levemente inclinada,
peito profundo, membros fortes e providos de excelente musculatura.
Influências: Espanhol: Contribui para a agilidade e solidez da constituição. Thoroughbred:
Melhorou a velocidade, a conformação e o movimento.
Altura: Entre 1,52 e 1,62m.
Cores: Todas, Simples
Usos: Sela, Lida com Gado

SADDLEBRED

O mais famoso dos cavalos americanos, o Saddelebred já foi chamado


Kentuchy Saddler. Oriundo dos estados do sul, onde sempre teve múltiplas aplicações, é tido
hoje como um brilhante (se não amaneirado) cavalo de exibição, quer como montaria, quer
como animal de tiro.
Criação: O Saddlebred provém do velho Narragansett Pacer, cavalo de utilidade nas plantações
de Rhode island, e do Canadian Pacer, ambos marchadores. A raça foi refinada e adquiriu a
aparência que hoje ostenta e tanta impressão causa pela velocidade e perfeição de movimentos
graças à introdução de sangue Morgan e Thoroughbred.
Características: Cavalo imponente, de grande presença e vivacidade, o Saddlebred executa com
perfeição as andaduras passo, trote e cantêr. Chamaram-no, por isso three-gaited. As duas
andaduras adicionais, exibidas por um cavalo de cinco marchas (five-gaited) são a slow gait, em
que ele se pavoneia, arrogante; e a rack, que é um trote duro, acelerado, de tirar o fôlego.
Quando seus cascos são aparados normalmente, o Saddlebred pode ser usado como montaria de
passeio.
Influências: Thoroughbed: Qualidade, ímpeto, brilho nos movimentos. Norfolk Roadster: Fonte
de facilidade para o trote e da elegante silhueta. Narragansett Pacer: Responsável pelas
andaduras especiais. Espanhol: Responsável pelas andaduras clássicas espectaculares, e
também por sua capacidade de resistência e robustez.
Altura: Varia entre 1,52 e 1,62m.
Cores: Todas, Simples
Usos: Sela, Tiro

SHAGYA ÁRABE

O mais famoso produto das grandes coudelarias húngaras do século XIX é o


Árabe Shagya, criado especificamente como cavalo de sela de qualidade e substância para
incomparável cavalaria ligeira do reino. O Shagya actual não degenerou: é tão bom de sela
quanto de tiro. E muitos são capazes de brilhar em competições equestres, inclusive de salto.
Criação: O centro do Shagya é o haras de Babolna, fundado em 1789. Depois de 1816, Babolna
concentrou-se na criação de puros Árabes ‘do deserto’; e depois, cada vez mais, na de mestiços
da ‘raça árabe’. Estes eram descendentes de garanhões puros sangues e éguas
predominantemente Árabes mas com sangue Espanhol, Húngaro e Thoroughbred, e eram
maiores do que um Árabe comum (tinha 1,52m). Proveniente da Síria, chegou a Babolna em
1836. Descendentes dele podem ser ainda encontrados em Babolna e em outras áreas da
Europa.
Características: O Shagya é inteiramente árabe no aspecto e no carácter, mas é o maior e tem
mais substancia e ossatura do que muitos dos cavalos Árabes modernos. A cernelha é menos
pronunciada; e as fortes espáduas mais obliquas. As pernas posteriores, muitas vezes alvo de
critica (legitima) aos cavalos árabes, são notavelmente correctas nos Shagya.
Influência: Árabe: A superioridade da raça Árabe desempenhou grande papel ao
desenvolvimento do Shagya.
Altura: Cerca de 1,52m.
Cores: Todas, Simples e Uniformes
Usos: Sela, Tiro

SORRAIA

Acredita-se que os primeiros cavalos domesticados na Europa tenham sido os da


Península Ibérica. Hoje descendentes desses equinos primevos, i.e., das raças fundadoras, ainda
podem ser vistos tanto em Portugal como na Espanha. Entre eles estão os da raça chamada
Sorraia, em muitos dos quais a cor e a conformação têm extraordinária semelhanças com as do
Tarpan e com o mais refinado Garrano ou Milho, de raízes idênticas porém habitat mais para o
norte, nos vales de Garrano do Milho e Trás-os-Montes.
Criação: O Sarraia vivia nos campos que ficam entre os rios Sor e Raia; e durante anos a
famosa família d’Andrade conservou uma manada deles em estado selvagem. É de crer, e já foi
dito que esses animais, depois de submetidos à poderosa influência dos cavalos Berberes da
África do Norte, tenham contribuído para o renomeado cavalo Espanhol e, através do sangue
difundido dessa estirpe, para uma variedade de raças diferentes.
Características: durante séculos, o Sorraia foi usado por vaqueiros locais e para o trabalho
agrícola leve Não pode ter sido considerado, a esse tempo um espécime sobremodo atraente.
Pois não obstante, e malgrado a cabeça pesada e a cauda caída, conservou ele todo o vigor dos
seus antepassados selvagens.
Influências: Tarpan: Na raiz da raça, deu-lhe a excelência da compleição básica. Berbere:
Melhorou os movimentos, aumentou-lhe o tamanho e acrescentou o carácter fogoso.
Altura: Varia entre 1,27 e 1,32m.
Cores: Cinza-Pardacento
Usos: Bravio, Leve Trabalho Agrícola

THOROUGHBRED (PSI)
O Thoroughbred (ou PSI) é a raça de corrida que vemos nos clube jóqueis. É o
mais veloz dos equinos e a base de uma imensa indústria multinacional de criação e corridas.
Criação: A raça originou-se na Inglaterra nos fins do século XVII e princípios do XVIII com a
importação de cavalos Árabes da Arábia. Um facto incrível é que todos os PSI do mundo são
descendentes direitos pela linhagem paterna de três garanhões puro-sangue Árabes: o Byerley
Turco importado em 1684, o Darley Árabe em 1704 e o Ggolphin Árabe (algumas vezes
impropriamente chamado de Berbere) em 1731. Além desses três, houve muitos outros
reprodutores e matrizes Árabes, sendo que em sua origem a raça estava saturada de sangue
Árabe e em pequenas escalas de Berberes.
Características: Raça seleccionada para corridas curtas em distâncias de mil a dois mil metros,
em pistas planas, pilotados por leves jóqueis de 60kg. São animais muito velozes e bem
proporcionados, possuindo grande capacidade atlética e considerável vigor físico e mental. É
corajoso, mas também nervoso e excitável, com temperamento às vezes difícil.
Influências: Árabe: Velocidade, beleza e disposição atlética. Contribuição decisiva. Berbere:
Contribuiu com velocidade, ardor e grande agilidade. Galloway: Deu contribuição mínima ao
PSI.
Altura: Varia entre 1,62 e 1,67m
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão
Usos: Sela, Corridas planas, Desportos Hípicos

WELSH COB

O Welsh Cob, com sua andadura de trote explosivo, desperta tão grande fervor
na sua pátria quanto os coros galeses ou o ruby no Cardiff Arms Park. É ele o sucessor natural
da grande tradição do Norfolk Roadster, que teve, aliás, papel na sua evolução. Como animal de
tiro, nenhum outro o supera em ímpero e bravura; como montaria, é um audacioso corredor,
com grandes qualidades para o salto.
Criação: O Welsh Cob (secção D no stud book) é, em matéria de perfeição, uma versão
ampliada do Welsh Mountain Pony, de quem descende. Esses póneis foram cruzados com
animais dos romanos e, depois, nos séculos XI e XII, com cavalos Espanhóis para produzir o
Powys cob e um outro animal, mais pesado, o Welsh Cart Horse. Nos séculos XVIII e XIX,
novos cruzamentos, agora com Norfolh Roadters e Yorkshire Coach Horses, mais uma
miniatura de sangue Árabe, resultaram no Cob moderno. Já houve, no passado, um florescente
mercado de Cob para aplicação militar (Infantaria montada, tracção de canhões). E até à
década de 1960, Cobs foram utilizados, em grandes números, no transporte de pão, e outros
artigos nas cidades grandes.
Características: Welsh Cob: tem ainda alguma procura como cavalo de sela e de tiro. Cruzado
com Thoroughbred, produz excelentes cavalos de competição. O Cob é excepcionalmente
robusto na constituição e tem grande resistência.
Influencias: Welsh A: Base do Cob responsável pela andadura e solidez. Espanhol: Melhorou
tamanho e força contribuiu para a bela postura. Norfolk-Roadster: A boa qualidade do trote e a
robustez.
Altura: Entre 1,47 e 1,57m.
Cores: Todas, Simples e Uniformes
Usos: Sela, Tiro

GALICENO

O Galiceno, pónei do México, é outro exemplo do legado espanhol às Américas.


A partir de 1950, a raça se espalhou para o norte, passou aos Estados Unidos, e foi reconhecida
no país em 1958. É vista como ‘ponte’ ideal para jovens cavaleiros, transição póneis para
cavalos.
Criação: O Galiceno, como o nome indica, originou-se na Galícia, província do noroeste da
Espanha, afanada, desde a antiguidade, por seus cavalos de andadura macia. O Galiceno actual
ainda se distingue por essa qualidade e pela rapidez, muito louvada na Inglaterra elisabetana.
Os ancestrais desses ‘cavalinhos’ estariam entre os equídeos trazidos pelos espanhóis da
Hispaniola para o continente no século XVI, talvez descendentes das Sorraias e Garranos
(diferentes nomes para o mesmo cavalo) indígenas da Península Ibérica.
Características: O Galiceno é resistente e robusto, tratável, inteligente, versátil. Sua natural
agilidade e velocidade lhe garantem a popularidade como pónei de rancho e de competições. É
usado como animal de transporte.
Influência: Espanhol: Contribui para a sua aparência, constituição e espírito.
Altura: cerca de 1,42m.
Cores: Todas, Desde que Uniformes
Usos: Sela, Tiro

CAVALO FINLANDÊS
Em tempos passados havia duas raças finlandesas: a Finnish Draught (‘de tiro’)
e a Finnish Universal (‘para toda obra’). Ambas eram criadas considerando a actuação e o
desempenho e não a aparência. O Finlandês destinado à tracção, o mais pesado dos dois, era um
animal possante de aspecto comum mas andadura viva e rápida. O Universal, mais leve, podia
ser montado, usado para puxar cargas de peso moderado e, principalmente para corridas
atrelado a viaturas ligeiras. A partir da década de 1970, acentuou-se a preferência geral por
cavalos utilitários mais leves, embora haja ainda papel para os demais na lavoura e, sobretudo
na silvicultura.
Criação: O Finlandês descende, provavelmente de antigas raças europeias de cavalos pesados e
ligeiros, cruzadas com raças warmblood e coldblood. Um livro de registros de pedigrees foi
aberto em 1907, tanto para os animais leves quanto para os pesados dessa raça, e se instituíram
rigorosamente testes de desempenho para os dois tipos.
Características: O Finlandês, sereno e equilibrado, tem, a despeito do seu arcabouço
relativamente leve, a força da tracção de um cavalo muito mais pesado. E a isso se combinam,
com rara facilidade, o carácter, a rapidez e a agilidade das raças ligeiras. É resistente, longevo,
dono de notável robustez. Seria ocioso dizer que impressiona também por sua constituição. A
inclinação dos quartos a partir da garupa e, ainda, a acentuada extensão do dorso, são típicas
do cavalo de tiro destinado a competições e reflecte a mudança de ênfase ocorrida na criação do
Finnish Horse.
Influências: Pónei Finlandês: Os póneis nativos, notáveis pela resistência deram uma sólida base
para cruzamentos com raças de fora. Oldenburg: Fixou o carácter do Finlandês e acrescentou-
lhe porte e acção.
Altura: Cerca de 1,57.
Cores: Todas.
Usos: Tracção Ligeira.

DANISH WARMBLOOD

Representantes de uma das raças mais recentes da Europa, criada à propos para
competições, os cavalos Danish Warmblood só tiveram stund book próprio na década de 1960.
Em tempo curto, porém os criadores dinamarqueses produziram um animal de qualidade
superior e versatilidade maior que a de muitos cavalos europeus de reputação firmada.
Criação: A Dinamarca tem tradição equestre. Monges cistercianos do século XIV costumavam
cruzar, no Holstein (ducado dinamarquês até 1864), cavalos Espanhóis da melhor categoria com
éguas de grande porte, nativas da Alemanha sententorial. Um dos resultados disso foi
Frederiksborg. O Danish Warmblood tem por base o Fredericksborg cruzado com
Thoroughbreds ingleses. As éguas locais resultantes dessa operação eram então acasaladas com
garanhões Anglo-Normandos (Selles Français), com Thoroughbreds e com Trakehners. O
produto era aperfeiçoado para tornar-se um cavalo saudável e robusto, de excelente
conformação, estável, largo escopo de acção e aptidão para o galope. A participação do
hanoveriano prima pela ausência no caldeamento do Danish Warmblood, o que pode ter
contribuído para o seu carácter singular se comparado com outros Warmbloods.
Características: Os melhores cavalos dinamarqueses têm um perfil de Thoroughbred
combinando substância, força e boas pernas. Corajosos e árdegos, têm excelente temperamento
e acção. São brilhantes animais de dressage, com desempenho de primeira classe no cross-
country.
Influências: Fredericksborg: Os fundamentos, o porte vistoso, a elegância como cavalo de sela.
Trakehner: Usado por seu tipo fixo e conformação correcta. Psi: Deu-lhe melhor qualidade,
rapidez e desempenho.
Altura: Cerca de 1,67m.
Cores: Todas, Uniformes
Usos: Sela

FREDERIKSBORG

No século XVI, a Dinamarca era um dos centros principais de criação de


elegantes e activos cavalos de sela e de cavalos de batalha de grande categoria. Esses cavalos,
ditos ‘Frederiksborgs’, eram produto de uma coudelaria fundada pelo rei Frederico II, em
1562. Pluto, cavalo branco ‘Espanhol’, e um dos fundadores da linhagem Lipizzaner que leva o
seu nome, era um Frederisborg, nascido no haras da corte da Dinamarca em 1765.
Criação: A raça descende efectivamente de cavalos Espanhóis. Só posteriormente se
acrescentaram a essa base de elementos de cavalos afins, Napolitanos, (Nápoles esteve sob o
domínio espanhol de 1503 a 1734). No século XIX ocorreram outros cruzamentos agora com
garanhões Árabes e mestiços (halfbred) Ingleses. O resultado foi um esplêndido cavalo de
montariam, empregado com êxito para melhorar outros cavalos do país, como o Jutland. A
exportação indiscriminada exauriu, porém, as caudelarias do reino, que passaram a criar PSI –
e araç original por pouco não desaparecia. Durante algum tempo, criadores independentes
asseguraram a sobrevivência dos Frederiksborgs, embora reduzidos a puxadores de carruagens.
Mas a crescente demanda de cavalos de sela acabou por generalizar a criação de PSI, e é
improvável que ainda existam representastes legítimos da antiga raça.
Características: Embora cavalo de sela, o Frederiksborg sempre conservou suas qualidades de
cavalo de carruagem: robustez e andadura aristocrática.
Influências: Espanhol: Responsável pela elegância e pela presença majestosa.
Altura: Cerca de 1,60m.
Cores: Castanho
Usos: Sela

OLDENBURG

O Oldenburg foi criado no século XVII como cavalo de carruagem capaz de


enfrentar com galhardia caminhos difíceis e de desempenhar também, a conno, tarefas
agrícolas. Desde então, a raça vem se adaptando continuamente a outras exigências graças a
uma criação hábil e cuidadosamente controlada. Dos WarmBloods, o Oldenburg é ainda o mais
possante e o mais apropriado para o dressage ou como animal de competição.
Criação: A raça, baseada na Frigia, originou-se nas províncias de Oldenburg e Ost-Friesland,
hoje Alemanha. Deve sua instituição ao conde Anton Gunther von Oldenburg (1603-1667), que
usou para formá-la sangue Espanhol e Napolitano. Garanhões ingleses mestiços foram
introduzidos no fim do século XVIII; e Thoroughbred e alguns Cleveland Bays, por volta de
1897. também um cavalo Normando – Normann 700 -, produto hídrico de Norfolk Roadsters e
mestiços ingleses, teve grande participação. E quando a ênfase se deslocou para a produção de
cavalos de montaria, outro espécime Normando – Condor – foi usado, bem como um
Thoroughbred – Lupus. Cruzamento recentes têm sido efectuados também com Thoroughbreds
e, ocasionalmente, com Hanoverianos.
Características: O Oldenburg é hoje um cavalo magnífico, de temperamento calmo e estável.
Tem andadura correcta, rítmica, apesar de certa dúvida sobre a movimentação do joelho. E, o
que é de surpreender em cavalo arcabouço tão grande, o Oldenburg se faz adulto depressa.
Influências: Normando: Transmitiu-lhe as qualidades dos mestiços ingleses. Thoroughbred:
Melhorou a raça e tornou mais leves os Oldenburg, no início pesados. Frísio Foi a contribuição
principal resistência, economia, docilidade no treino.
Altura: Entre 1,67 e 1,78m.
Cores: Todas, Uniformes
Usos: Sela, Tiro
Cores da Pelagem

A cor do pelo dos cavalos é determinada por uma combinação de 39 genes, sendo
por isso possíveis imensos tons de pelagem. Apesar de todas as associações de
criadores insistirem em que a capacidade funcional de movimento e a
conformação correcta são os aspectos mais importantes num cavalo, a cor é
considerado um factor muito relevante em algumas raças. Alguns cavalos com
pintas ou manchas como os Pintos, Paints, Appaloosas Albinos, são muitas vezes
considerados “pelagens” em vez de “raças”. A maioria das cores destas raças -
pelagens tem origem nos cavalos ibéricos mas, no entanto, já não existem nos
Lusitanos e espanhóis modernos. Nos puro sangue árabes, não existe pelagem
multicolor, palomina, pampa. As pelagens típicas são a castanha, a tordilha e
alazã.

Alazão Alazão Avermelhado Alazão Fígado

Castanho Castanho Claro Castanho Escuro


Morfologia do Cavalo

O cavalo é um animal onde se conjugam a estrutura e a função. O seu corpo é adaptado para a
velocidade e para a grande dimensão, e é esta combinação que nos ajuda a compreender a sua
estrutura. Os seus membros são especializados, têm um número de dedos muito reduzido, e são
acompanhados pela perda dos músculos - os que permitem a outros animais agarrar objectos. O
cavalo apenas move os membros para a frente e para trás o que lhe dá excelentes meios de
propulsão. A força de que necessita é dada por músculos muito desenvolvidos que estão ligados
aos ossos das coxas, tronco e antebraços.

O esqueleto:
O cavalo é constituído por cerca de 210 ossos (não tendo em conta os da cauda). O esqueleto tem
como função suportar os músculos e os órgãos internos mas dá também mobilidade suficiente,
devido às articulações, para que o animal se deite, paste e se desloque a diversas velocidades. As
articulações são formadas por ossos, que são cobertos por cartilagem e são ainda constituídas por
uma cápsula que produz um lubrificante sinovial e por ligamentos que seguram os ossos.
No cavalo o esqueleto adapta a sua estrutura aos seus requisitos por exemplo: crânio alongado dá
espaço para os dentes enquanto que as órbitas estão posicionadas de maneira a que o ângulo de
visão do cavalo seja amplo, podendo este animal aperceber-se dos perigos durante a pastagem.
Os músculos:
Os músculos do cavalo consistem em massas musculares ligadas aos ossos por um lado e aos
tendões por outro. Os tendões são protegidos por bainhas sinoviais que são constituídas por
películas finas e fibrosas e que protegem os tendões do risco de fricção com o osso.
Os ligamentos, assim como os tendões, são relativamente curtos, tal como os reforçadores de
articulações. No entanto há ligamentos especiais: o restritor, que se liga ao ligamento por detrás
da articulação do joelho e junta-se ao tendão flexor digital profundo na sua parte mais baixa
atrás do osso da canela; e o suspensor, que tem a extremidade superior ligada à parte superior
traseira da canela e na fila inferior dos ossos do joelho, a extremidade inferior ligada aos
sesamóides, por baixo do boleto. Este sistema é semelhante nos membros anteriores e posteriores.

A pele:
A pele do cavalo possui três camadas:
• Camada celular, que têm a capacidade de, à medida que a sua superfície se
desgasta, se auto-reparar;
• Camada sub-epitélial em que se encontram os sensores da dor e outras estruturas
sensitivas e que alimenta a camada superficial;
• Camada sub-dérmica que tem como função isolar a pele do osso ou do músculo
que fica por baixo dela e onde se situam os folículos capilares.
O sebo, substância gordurosa, é segregado por glândulas sudoríperas que se encontra na pele e
permite a formação de uma camada impermeável que protege o cavalo da humidade e do frio.

Marcas de Identificação

As marcas ou sinais brancos na face, focinho e pernas são meios de identificação e vêm
registrados na documentação exigida pelas entidades responsáveis (stud books). Além desses
sinais, marcas no próprio corpo do animal ou manchas brancas podem ocorrer na parte inferior
do ventre e nos flancos. As manchas no corpo do cavalo são mais frequentes nos Clydesdale do
que em cavalos de outras raças.

Sinais de Identificação:
Pêlos brancos causados pela sela ou esfoladuras produzidas por atrito da barrigueira são ‘sinais
adquiridos como as marcas feitas com ‘ferrete’ (ferro em brasa). Como essas marcas ‘a fogo', as
marcas ‘a frio’ resultam em séries de letras ou figuras de identificação – feitas de pêlos brancos
(ou negros, em cavalos claros). Monogramas ou símbolos podem ser gravados a fogo, no casco.
Redemoinhos e topetes são usadas para identificação, já que a disposição irregular de pêlos é
permanente. As castanhas, pequenas calosidades ou excrescências córneas na face interna das
pernas do animal valem como impressões digitais. Individuais e permanentes; mas não se usam
para fins de identificação.

.....
Flor ou Cordão ou Ladre ou Frente Mala Bebe em
Estrela Listão Beta Aberta Cara Branco

Calçamentos ou Calçaduras:
As pelagens nas pernas – denominadas ‘calçamentos’ podem ser. ‘traço de calçado’, se o branco
não dá volta à perna; ‘talão branco’, se atinge só o talão; ‘alto caçado’ quando chega ao joelho ou
ao joanete; ‘médio calçado’, se alcançar o meio da canela; ‘baixo calçado’, se chega ao boleto;
‘cascalvo’, se o casco é branco. Quando o animal é ‘calçado’, dos membros anteriores, se diz
‘manalvo’; se é ‘calçado’ dos membros posteriores, ‘pedralvo’. Riscas horizontais (zebra
markings), anéis de pêlos pretos, são de origem primitiva e tinham fins de camuflagem. Podem ser
vistos em raças de grandes antiguidade, como highland e fjord. Os cavalos das pinturas parietais
de Lascaux, na França têm marcas assim, sendo extraordinariamente semelhantes ao highland.

Traça Talão Alto


de Branc Calçad Zebra
Calçado o o

Coloração dos Cascos:


Cascos de matéria córnea azul-ardósia são considerados ideais. Acredita-se que a ceratina de que
se compõem tenha textura densa e de grande rigidez. Em contrapartida, em cascos brancos é tido
por ‘mole’, incapaz de resistir bem à usura do atrito. Não há prova de que essas asserções sejam
verdadeiras. Pés brancos acompanham pernas ‘calçadas’. Os Appaloosas e outros cavalos
manchados têm cascos ‘tigrados’ (com listas verticais negras).

Casco Casco Casco


Azul Branco Listado

Tipos de Andamentos

São quatro os ‘andamentos’ naturais dos cavalos. Ou seja, as maneiras como eles se deslocam
quando em movimento. (há andamentos adquiridos e os artificiais que são os de alta escola, como
a de Viena.) São eles: passo, trote, cânter (meio galope ou galope macio) e o galope pleno. Os
primeiros três podem ser subdivididos, na dressage, que é a arte de educar os cavalos segundo as
exigências do aprendizado. O passo pode ser calmo, ordinário, alongado e livre. As subdivisões do
cânter são calmo, ordinário, de trabalho e alongado. Além dos quatro andamentos naturais, há os
especializados, baseados no furta-passo e no passo equipado, nos quais as pernas se movem em
pares laterais. O passo equipado, empregado modernamente pelos cavalos que puxam aranhas de
duas rodas em corridas, é uma versão mais rápidas do furta-passo.
O Passo:
É o andamento natural, a quatro tempos, marcado pela progressão de cada par lateral de pés.
Quando o deslocamento começa com a perna posterior esquerda, a sequência é: posterior
esquerda, dianteira esquerda, posterior direita e anterior direita. No passo calmo, os pés de trás
tocam o solo adiante das pegadas feitas pelos pés da frente. No ordinário, os passos são mais
curtos e mais elevados, e os pés de trás tocam o solo atrás das pegadas dos pés dianteiros. No
alongado, os pés de trás tocam o chão antes das impressões dos pés da frente. No livre, todo o
esquema é prolongado.

O Trote:
É o andamento simétrico, a dois tempos, em que um par diagonal de pernas toca o solo
simultaneamente e, depois de um momento de suspensão, o cavalo salta apoiado no outro par
diagonal. Por exemplo: no primeiro tempo, o pé anterior esquerdo e o pé posterior direito pousam
no solo juntos (diagonal esquerda). No segundo tempo, o pé dianteiro e o pé traseiro esquerdo
pisam juntos (diagonal direita). No trote o joelho jamais avança à frente de uma linha imaginária
perpendicular ao topo da cabeça do animal até ao solo. As estilizações supremas do trote são o
piaffer, em que o cavalo, sem avançar fica batendo no chão, trotando parado, alternadamente,
com os pés dianteiros e a passagem, em que ele se desloca para o lado, trocando os pés, sem
avançar.

O Cânter (Galope curto):


O Cânter é o andamento a três tempos, em que o cavalo avança com a perna dianteira direita
quando gira para a direita e vice-versa. Quando o cavalo tenta virar para a esquerda avançando
com a perna dianteira direita, portanto, a do lado de fora no movimento, esse avanço é chamado
um ‘avanço falso’ ou cânter com a perna errada. A sequência de pisadas que dão as três batidas
rítmicas no chão são, quando o movimento se inicia com a perna dianteira direita: posterior
esquerda, esquerda diagonal (em que as pernas dianteiras e traseira esquerda, tocam o solo
simultaneamente) e, por fim, perna dianteira direita – dita ’ de guia’.

O Galope (Pleno):
Galope é o mais rápido dos quatro andamentos naturais. Descrito habitualmente como um
andamento a quatro tempos, sofre variações na sequência de acordo com a velocidade. Com a
perna dianteira direita na liderança, a sequência de pisadas é a seguinte: posterior esquerda,
posterior direita, dianteira esquerda, dianteira direita, ao que se segue um período de suspensão
total, em que todos os pés estão no ar. Um puro sangue inglês galopa a 48 km/h ou mais. O pé
mais avançado toca no chão em linha como o nariz, mesmo que, estirada a perna ao máximo, o pé
fique no ar à frente dessa linha.
Doenças do Cavalo

Os fungos estão normalmente presentes no meio ambiente e na pele dos animais com uma certa
abundância, mas apenas algumas espécies apresentam a capacidade, em determinadas
circunstâncias, de causar doença. Tradicionalmente, os problemas de pele nos cavalos não são
considerados situações particularmente preocupantes. Na verdade, alguns acabam por se resolver
espontaneamente sem qualquer tipo de tratamento, embora possa demorar algum tempo. Outros,
porém, tornam-se bastante críticos, quer pela possibilidade de contágio ao homem, como é o caso
da tinha (infecção por fungos) e da sarna (infecção por ácaros, pequenos parasitas da pele), quer
pela gravidade da doença propriamente dita e dos seus sintomas.

(Hipersensibilidade à picada das moscas)

Animais com prurido intenso, por exemplo, coçam-se até no próprio arreio ou em qualquer
superfície rugosa ou mesmo cortante, provocando feridas que constituem uma porta de entrada
para todo o tipo de infecções. Vamos agora debruçar-nos sobre algumas situações que afectam a
pele dos cavalos, começando pelas mais frequentes. Os fungos estão normalmente presentes no
meio ambiente e na pele dos animais com uma certa abundância, mas apenas algumas espécies
apresentam a capacidade, em determinadas circunstâncias, de causar doença (tinha ou
dermatofitose). Por essa razão, uma amostra de pêlos que revele a presença de fungos não é
necessariamente significativa. Por outro lado, os fungos são agentes que facilmente se instalam
secundariamente quando outros factores danificam a pele, ou mesmo quando o sistema
imunitário se encontra enfraquecido, não sendo por vezes a causa primária da doença. Neste tipo
de infecção por fungos (dermatófitos) os animais afectados apresentam várias áreas de
descamação e alopécia (zonas sem pêlo), com ou sem prurido, não estando geralmente envolvidos
a crina e a cauda.

(Infecção por Fungos)

As situações de natureza alérgica são também bastante frequentes, podendo ser causadas por
alimentos, pelo contacto com produtos químicos aplicados nas instalações, por medicamentos, por
produtos de limpeza ou insecticidas aplicados sobre os animais, por picadas de insectos, etc.. As
picadas das moscas são precisamente uma das principais causas de reacções alérgicas no cavalo.
Existe uma grande variedade capaz de desencadear este tipo de reacções, mas as Culicoides são
talvez as mais frequentes. São moscas extremamente pequenas (1 a 3 mm) mas de picada
dolorosa, activas em tempo quente e sem vento (pois são fracas voadoras) e alimentam-se desde o
cair da noite até ao amanhecer. As larvas desenvolvem-se em águas estagnadas. Apenas alguns
cavalos desenvolvem uma reacção de hipersensibilidade às suas picadas, havendo uma certa
predisposição familiar. As lesões localizam-se na cabeça, orelhas, peito, crina e base da cauda,
podendo variar consoante a espécie de Culicoides. O prurido intenso é o principal responsável
pelas lesões, levando os animais a coçarem-se em qualquer aresta ou mesmo a morderem-se. Esta
situação tende a agravar-se ano após ano, após uma aparente melhoria durante os meses de
Inverno, e não tem cura desde que estejam presentes Culicoides.
(Infecção por Fungos)

O seu tratamento passa, portanto, pelo controlo destes insectos através do estábulo durante os
períodos em que estes se alimentam, do uso de insecticidas ou repelentes, de redes para
mosquitos, e ainda pela administração de medicação apropriada de modo a eliminar ou reduzir o
prurido. Outros agentes que podem causar prurido intenso são os ácaros da sarna. Estes
parasitas provocam lesões com localização diferente consoante a espécie a que pertençam: na
cabeça e pescoço, na base da crina e da cauda, ou nos membros, mas em fases avançadas as lesões
podem espalhar-se a outras zonas. Esta doença transmite-se por contacto directo e é contagiosa ao
homem, embora geralmente sem grande gravidade. Certos animais desenvolvem reacções
inflamatórias superficiais em zonas brancas ou despigmentadas do corpo (geralmente no focinho
e na extremidade dos membros). São processos de fotosensibilização, associados geralmente à
ingestão de certas plantas ou a alterações do metabolismo do fígado. Como podemos constatar,
situações aparentemente idênticas podem ter causas bastante distintas.

(Fotosensibilização)

A base da cauda coçada e sem pêlo, por exemplo, é geralmente um sinal de parasitismo intestinal,
mas também pode tratar-se de um caso de hipersensibilidade à picada de insectos, alergia
alimentar, sarna ou apenas um vício comportamental. Mesmo depois do cavalo parar de se coçar
ainda temos de esperar um a dois meses até a cauda voltar a crescer. Os tratamentos usados em
dermatologia equina são muito variados consoante a situação a que se destinam, mas convém não
esquecer que tratar os animais pode não ser suficiente: o ambiente, as camas, o material de
limpeza, os arreios, devem merecer atenção pois estão muitas vezes implicados. Quanto aos
cavalos de competição, fica também uma chamada de atenção: uma simples pomada, spray ou
qualquer outro produto aplicado sobre a pele pode conter substâncias que, ao serem absorvidas,
poderão vir a ser detectadas mais tarde nos testes de controlo antidoping.

Maneio Geral
Cuidar de um cavalo é uma actividade que requer grande responsabilidade. Uma boa solução
para o animal é passar parte do dia ao ar livre, em que se mantém em prática mesmo que não seja
incitado a fazer exercício e outra parte do dia no estábulo; assim, o cavalo torna-se mais fácil de
montar do que se estivesse todo o dia encerrado. Deixar o cavalo sempre ao ar livre ou sempre no
estábulo são outras opções. No primeiro caso é necessário ter uma pastagem abundante, uma
fonte de água fresca e abrigo contra o mau tempo do Inverno e os insectos no verão; nestas
condições deve ser dado ao cavalo um complemento alimentar pois apenas a pastagem não é
suficiente para manter o cavalo em forma. No caso do cavalo estar encerrado é preciso evitar o
tédio visto que o cavalo não está no seu ambiente natural e é também essencial que o tratador
entenda a psicologia do cavalo.

Manter um cavalo a Penso


O penso ou pensão é a alternativa para quem não pode ter os cavalos em casa. Para isso é
necessário encontrar um centro onde tratem cavalos e onde haja pessoal experiente. Existem 5
sistemas de penso:
• O penso completo, em que se paga a alguém para fazer tudo o que for necessário
inclusive o exercício de que o animal necessita;

• O faça você mesmo, onde o trabalho é feito pelo proprietário;

• A pastagem, que é indicada para cavalos que vivam todo o ano ao ar livre;
• O repartido que é, ideal para o proprietário manter o contacto com o cavalo, pois
parte do trabalho é feito por ele e a outra metade pelo centro;
• O sistema em trabalho, em que o cavalo é utilizado por exemplo, numa escola de
equitação.

Requisitos de uma pastagem para Cavalos


A pastagem deve ser, para cada cavalo, de cerca de 0,2 a 0,4 há. Deve ser livre de plantas
venenosas, de lixo e de outros perigos tais como tocas de coelhos. Deve ter muito cuidado no que
diz respeito ás cercas: utilize postes e varas, sebes vivas, cercas eléctricas, de plástico ou de arame
próprio para cavalos, nunca deve ser utilizado arame farpado nem o arame simples ou concebido
para outro tipo de gado, pois podem provocar ferimentos. O campo deve ter também abrigo. Este
deve ter uma frente aberta e larga para não dificultar a entrada e saída dos cavalos e deve estar
contra o vento predominante.
Tente sempre que o cavalo esteja acompanhado por outros animais, principalmente outros
cavalos. Visite-o pelo menos duas vezes por dia mesmo que esteja permanentemente ao ar livre,
pois assim fica mais alerta para quaisquer tipos de problemas.

Cavalariças e camas
A boxe de um cavalo deve ser espaçosa, clara e arejada. Ter uma fila de boxes de um lado e do
outro e um corredor central facilita as tarefas dos trabalhadores. É também muito importante
que haja um constante abastecimento de água fresca e limpa.
A cama mantém o cavalo confortável e quente e evita grande parte das feridas quando este se
mantém deitado. Podem ser utilizados vários tipos de cama desde as de palha às de borracha.
Deve evitar que o cavalo viva num ambiente com muito pó e gases que provém da cama e até do
próprio feno. Todas as camas têm vantagens e desvantagens: A palha de trigo é muito poeirenta e
os cavalos comem-na; também a palha cortada e sem pó tem o inconveniente de ser comida pelos
animais; as aparas de madeira só são aconselhadas se o pó tiver sido extraído; o cânhamo
proporciona uma cama resistente e leve, mas têm também o problema do pó e de serem comidas;
as tiras de papel não são poeirentas mas são difíceis de remover e voam facilmente; os tapetes de
borracha devem ser utilizados apenas em cavalariças com boa drenagem, pois caso contrário
pode formar-se uma possa de liquido de borracha, e sempre debaixo de uma fina camada de
cama.

A limpeza do estábulo
A cama deve ser remexida e o estrume retirado todos os dias. No caso de aparas, cânhamo ou
papel, deve retirar-se apenas o estrume e deve ser limpo completamente 1 ou 2 dias por semana;
no caso de ser de palha deve ser limpa todos os dias.
Para facilitar a limpeza utilize um carro de mão, uma pá, uma vassoura e uma forquilha. Para
tirar o estrume pode calçar umas luvas de borracha e apanhá-los à mão ou então usar uma
forquilha.
Aquando da limpeza completa deve tirar todo o que esteja sujo e molhado, varrer o chão e
desinfecta-lo, deixando-o secar. Ao fazer de novo a cama utilize o material que aproveitou da
anterior no sitio que o cavalo suja mais e acrescente material novo.

A limpeza do cavalo
A limpeza diária do seu cavalo não serve apenas para o deixar com boa aparência pois é também
uma boa oportunidade para se aperceber se este tem feridas ou inchaços nos membros ou
temperatura nos cascos e articulações ou outro tipo de problemas físicos.
A técnica que utiliza na limpeza do cavalo deve estar relacionada da com o modo de vida e com o
tipo de cavalo: por exemplo, um pónei que passe todo o tempo ao ar livre necessita de toda a
gordura da pele sobre o pelo (para ficar impermeável; por outro lado o cavalo que passe todo o
tempo no estábulo que é tosquiado deve ser limpo mais profundamente.
A maioria dos cavalos não se opõe à limpeza desde que sejam tratados respeitosamente.

O estojo de limpeza
O estojo de limpeza deve ser individual, para evitar infecções e transmissão de doenças e deve ter:
• Um ferro de cascos;

• Uma cardoa– escova de pelos compridos e duros – para limpeza geral do pelo;

• Uma brussa– escova de pelos curtos e macios – para tirar o pó e a gordura;

• Uma almofada para limpar as escovas;


• Um pente (ou escova) de plástico para pentear crina e cauda;

• Repelente de insectos;
• Compressas de algodão descartáveis que se molhem para lavar olhos, narinas e
zona do anús.
O estojo pode também conter unto para os cascos, tesouras de rombas (para ripar e acertar
crinas e cauda).
Uma luva de crina (para remover nódoas) e um pano macio para limpar o pó e deixar o pelo
brilhante.

O processo de limpeza
No caso de ter um cavalo em semi-estábulo este deve limpar os seus cascos todos os dias e
verificar as ferraduras. Deve também escovar o pelo para tirar toda a lama seca principalmente
nas zonas onde são colocados os coberjões ou arreios. Deve lavar também os olhos, narinas e zona
do anús.
No caso do cavalo ser castrado, deve limpar a bragada com água morna.
Para tornar a limpeza mais eficiente pode seguir os seguintes conselhos:
· Limpe o cavalo estabulado fora da boxe para não largar o pó no seu interior;
· Limpe-o de cima para baixo, usando sempre a mão do lado do corpo do cavalo;
· Ao usar a cardoa tenha gestos curtos e leves levantando-o no final para sacudir o pó do pelo;
· Utilize a brussa com gestos curtos mas não tão leves e limpe-a na almofada cada 3 ou 4
passagens;
· No caso do cavalo ter a cauda aparada em cima coloque-lhe uma ligadura várias vezes por
semana uma ou duas horas para domar a cauda, mas não muito apertada para não causar
problemas de circulação.

Alimentação e Nutrição

Para alimentar cavalos é necessário não só ciência como também arte pois para além do
conhecimento das necessidades nutritivas do cavalo é também necessário dar-lhe a alimentação
mais adequada ao seu carácter individual. O aparelho digestivo destes animais adaptou-se a
comer pouco de cada vez mas muitas vezes devido a que no seu estado selvagem os cavalos
costumavam andar livremente, pastando e bebendo constantemente, podendo assim escolher as
plantas que encontravam.
Nos dias de hoje, a alimentação do cavalo está completamente alterada. Isto deve-se à sua
progressiva domesticação e ao tipo de esforço físico a que estão sujeitos. A sua dieta é agora muito
mais controlada e existe um leque muito vasto de alimentos disponíveis comercialmente.

O Aparelho Digestivo do Cavalo:


Mesmo sofrendo uma alteração muito significativa na alimentação, o aparelho digestivo do cavalo
mantém-se praticamente igual ao dos seus antepassados.
Após os dentes da frente e os lábios seleccionarem a comida e apanharem a comida esta é moída
pelos dentes de trás, iniciando-se nesse momento a digestão. Em seguida, a comida é engolida,
passa pelo esófago e entra no estômago – tem uma capacidade de cerca de 8 litros e tem um bom
funcionamento se cheio até dois terços. Do estômago a comida passe para o intestino delgado, o
colón largo e curto e o recto. O intestino delgado do cavalo é estreito e mede cerca de 2 metros de
comprimento e é onde são decompostos e absorvidos os açúcares, as proteínas e as gorduras. No
intestino grossos são digeridas as fibras – principal fonte de energia por intermédio de bactérias e
micróbios que as fermentam.
Estes microrganismos podem causar problemas caso seja feita uma mudança brusca na dieta pois
como a população microbiana se vai adaptando em função desta, dar-se o caso da população
presente não ser indicada.

Nutrientes essenciais:
Para que o cavalo tenha uma dieta bem equilibrada é essencial que contenha todos os elementos
seguintes:
Água
A necessidade de água de um cavalo depende da temperatura, da quantidade de exercício, da sua
alimentação e da sua idade. Um jovem cavalo tem na sua constituição cerca de 80% de água
enquanto que num cavalo adulto esta percentagem está entre os 50% e os 60%.
Hidratos de Carbono
Estão presentes no amido (é encontrado nos cereais), nos açúcares (presentes em todos os
alimentos, principalmente nos melaços e na erva fresca) e em certos componentes das fibras.
Óleos e Gorduras
Os óleos estão presentes em pequenas quantidades na maioria dos alimentos comerciais e é
geralmente acrescentado à dieta do cavalo sobre a forma de óleo vegetal. Estes contém duas vezes
e meia mais energia do que os hidratos de carbono, sendo assim fontes de energia concentrada.
Fibras
Encontram-se em todos os alimentos principalmente na erva no feno e na palha e são um
elemento muito importante na dieta do cavalo.
Proteínas
Ao serem decompostas dão origem aos aminoácidos que são utilizados no crescimento, na
gravidez, na produção de leite e na reparação de tecidos.
Minerais
O equilíbrio de minerais mais importante é o do cálcio e do fósforo, com uma relação de cerca de
uma parte e meia de cálcio para uma parte de fósforo. O magnésio, o sódio, o cloro e o potássio
são outros dos minerais principais enquanto que o cobre, o ferro, o manganês, o selénio e o zinco
são minerais secundários.
Vitaminas
As vitaminas principais são A, D, E, K e o grupo B. Ajudam a controlar as reacções químicas e
bastam pequenas quantidades para manter a saúde. Alimentos como o feno são pobres em
vitaminas enquanto que a erva e os alimentos verdes são boas fontes deste elemento.

As regras da boa alimentação:


Tendo em conta os hábitos alimentares naturais do cavalo e a fim de servir o seu aparelho
digestivo podem estabelecer-se as seguintes regras:
• Tenha sempre ao alcance do cavalo água limpa e fresca;
• Dê ao cavalo pelo menos 2 refeições por dia se estiver em trabalho leve ou médio e
3 ou 4 se tiver um esquema de trabalho completo, de modo a que coma pouco de cada vez
mas muitas vezes;
• Baseie-se no peso da comida e não no seu volume – pese a amostra da comida e
saiba sempre quanto é que dá a comer ao seu cavalo;
• Alimente o cavalo tendo em conta o seu peso e registe todas as mudanças, devendo
consultar o veterinário se estiver preocupado com a dieta;
• Aumente o tipo de alimentos e a sua quantidade caso ache que a carga de trabalho
imposta ao cavalo assim o justifique;
• Não utilize nunca rações moles ou poeirentas mas sim alimentos de alta
qualidade;

• Não faça alterações bruscas na dieta, de modo a evitar problemas digestivos;


• Dê ao cavalo cerca de 2 ou 3 horas de descanso a seguir a uma refeição e só o
alimente 1 hora após terminado o trabalho;

• Obedeça a hábitos horários nas refeições;

• A alimentação do cavalo dever ter pelo menos 50% de fibras;

O que deve dar ao cavalo:


Com fim a manter a energia necessária ao trabalho e o bem estar físico a dieta do cavalo deve ser
composta dos seguintes componentes:
Forragem
Este deve ser o principal constituinte da dieta, quer sejam ervas ou forragens conservadas (feno,
substitutos do feno e silagem).
Cereais
Os cereais mais utilizados são o milho, a cevada e a aveia e são administrados moídos, floculados
ou micronizados (cozidos) aumentando a sua digestibilidade.
Fibras
Encontra-se na parte fibrosa da casca dos grãos de milho e é ainda utilizada para aumentar o
volume das rações.
Beterraba
É utilizado o subproduto após a extracção do açúcar. Deve ser molhado pois caso contrário pode
provocar problemas digestivos ao cavalo.
Rações compostas
É um alimento muito completo e equilibrado fornecendo o valor de proteínas, fibras, vitaminas e
minerais necessárias ao cavalo. É apenas necessário adicionar à dieta forragem e água.
Guloseimas
Para aumentar o volume da ração e para torná-la mais apetitosa adiciona-se alimentos como
cenouras ou maças.

Problemas relacionados com a alimentação:


Uma alimentação incorrecta ou modificações bruscas na dieta do cavalo podem levar a graves
complicações. Deve consultar imediatamente um veterinário caso suspeite de algo.
Cólicas
Um dos sintomas destas dores abdominais é o cavalo insistir em estar deitado e rebolar-se
sistematicamente. Isto deve ser contrariado mantendo-o em pé e em movimento (a passo para
evitar um estrangulamento do intestino.
As cólicas podem ter como causa:
• Acesso do cavalo à água quando se encontra sobreaquecido;

• Vício de engolir ar;

• Ingestão de areia;

• Alimentos húmidos ou molhados;

• Comer sofregamente e não mastigar antes de engolir;

• O intestino dobrado;

• Mudança repentina na dieta.


Laminite
É também conhecida como aguamento e são vitimas desta doença cavalos que comem em
demasia, principalmente alimentos com muitas proteínas, pode ser causada por:
• Pancada ou concussão;

• Situação de grande stress;

• Sobre-alimentação;

• Gravidez (relacionado com a inflamação do útero.


Azotúria
Tem como causas:
• Desequilíbrio mineral;

• Alterações hormonais;

• Sobre-alimentação de cereais em cavalos em descanso

Ferração
Na rotina do tratamento do seu cavalo não deve esquecer-se dos cuidados a ter com os cascos, pois
são essências para mantê-lo saudável. Desde os seus primeiros anos o cavalo deve ser
inspeccionado por um ferrador de 6 em 6 semanas, mesmo que seja somente para aparar os
cascos. Em caso de o animal precisar de usar ferraduras, para tornar o trabalho mais confortável,
estas também deverão ser tiradas num período de 6 semanas para que os cascos sejam aparados.
O dono do cavalo deve limpar os cascos pelo menos um vez por dia e verifica-los assim como as
ferraduras para, se necessário contactar o ferrador. Deve também saber retirar uma ferradura
solta para agir em casos de emergência, deve fazê-lo do seguinte modo:

► Levantar o casco e, utilizando um saca-rebites, cortar as pontas dos cravos que estão
dobradas para fora;
► Usar a turquês para separar a ferradura do casco, começando do talão (atrás) para a
pinça (frente);
► Agarrar a ferradura a frente e arrancá-la com a turquês puxando para trás.

Métodos de Ferração:
O cavalo pode ser ferrado de dois modos: a frio ou a quente. Na ferração a frio a medida das
ferraduras é a mesma da do casco, podendo o ferrador fazer alguns acertos na sus forma. Apesar
destas ferraduras não ficarem tão perfeitas como as acertadas a quente, um cavalo bem ferrado a
frio fica melhor servido do que um mal ferrado a quente. Na ferração a quente a ferradura,
previamente aquecida é encostada ao casco; as desigualdades do corte do casco que necessitam
ser corrigidas antes de colocada a ferradura são reveladas pela área chamuscada. Esta parte do
casco pode ser queimada e pregada sem que o cavalo se magoe pois não possui nervos.
Tipos de Ferraduras:
O material geralmente utilizado nas ferraduras é o aço, no entanto podem ser feitas de outros
matérias: de alumínio (usadas nos cavalos de corrida dado que são mais leves); de plástico
aderente (para cavalos que não suportam os cravos). Existem também ferraduras ortopédicas ou
cirúrgicas utilizadas em casos de laminite e de doença do navicular.
As ferraduras de metal são mantidas no lugar por placas triangulares – os arpões. Nas ferraduras
das mãos é utilizado um único arpão no meio à frente; as dos pés têm dois nos quartos. Os arpões
dos quartos evitam que a ferradura se desloque para os lados, permitindo que o ferrador corte
mais o casco à frente e recue um pouco a ferradura no casco; isto evita que o cavalo bata com o pé
na mão do mesmo lado.

Pitons ou Rompões:
Os pitons são colocados nas ferraduras para dar uma maior aderência. São enroscados em
buracos que são feitos nos talões das ferraduras podendo ter várias formas: em bico para um piso
duro e, para piso mole forma quadrada. Quando o cavalo não está a trabalhar, os pitons devem
ser retirados e os orifícios devem ser preenchidos com um tampão próprio ou com algodão.

Selas e Estribos
As primeiras Selas, serviram de modelo para as contemporâneas, foram feitas nos primeiros anos
da era cristã por uma tribo nómada da zona do mar negro e eram feitas com armação de
madeira. Agora são utilizadas tiras de madeira mas são reforçadas com placas de metal ou então
são substituídas por plástico.

Sela de utilidade geral (inglesa ou húngara):


Podem ser utilizadas para todos os fins (salto, corridas cross country, caça, aulas de equitação
etc). Para o seu fabrico é utilizado o coro de porco e tiras de metal que estão ao comprido sobre a
armação de modo a dar mais elasticidade.

Selas especiais:
São selas que são feitas com fim específico. Há selas para os saltos, que são cortadas rentes na
parte dianteira e mais leves; selas para adestramento, que tem um corte no suadouro, permitindo
alongar a correia dupla do estribo. Existem ainda selas para aulas, para percursos longos, para
shows e para corridas (pesam cerca de 450gr).
Selas Western:
São selas que foram levadas para a América pelos espanhóis e que lá foram adaptadas às
necessidades dos cowboys. Estas selas pesam o dobro das inglesas mas podem ajustar-se a quase
todos os cavalos sem risco de magoá-lo, são confortáveis para percursos longos e tem espaço para
todos os objectos que os vaqueiros costumam trazer consigo.

Cabeçadas e Embocaduras

As cabeçadas são feitas de tiras de coro que são colocadas na cabeça do cavalo e servem para
segurar a embocadura – ferro usado na boca dos cavalos – de onde saem as rédeas. As
embocaduras podem ser dos cinco tipos seguintes:
Bridão(snaffle)
Tem vários tipos de fins, mas são mais usadas nos desportos hípicos. É leve e articulada no centro,
pressionando os cantos da boca;

Bridão de Roller (Snaffle de


Roletes), que impede que o cavalo
"tome o freio dos dentes"

Freio(bit)
É utilizado em cavalos de boca mais dura, pois é mais forte e possui hastes laterais com
comprimento variável, fazendo mais pressão quanto maior for as hastes, formando uma alavanca
mais forte com a barbela; obriga a montaria a baixar a cabeça pois actua sobre o palatino;

Freio dito Hunloko ou globo-chook, é


usado com rédias simples

Pelham
Reúne as funções do freio e do bridão; é utilizada com quatro rédeas actuando as duas inferiores
como freio e as duas superiores como bridão, formando com a barbela uma alavanca;

Tipo de Pelham que tem um bocado


macio, de vulcanite (ebonite), usa-se
com quatro rédias e barbela.

Dupla Embocadura
Usa-se simultaneamente com o bridão e com o freio e com quatro rédeas. É utilizado
principalmente no adestramento;

Bridão, (Snaffle) do tipo Magenis, com


roletes no bocado para maior controle.

Hack More
Actua fora da boca do cavalo fazendo pressão no nariz; é de metal e forma uma alavanca ligada a
barbela. O controlo do cavalo deve ser equilibrado sem movimentos bruscos, pois é um sistema
potencialmente severo. É usado principalmente no Oeste Americano.

Bridão com barras faciais fixam a


posição do bocado na boca do animal;
as "chaves" encorajam o cavalo a
insalivar.
Aprender a Montar

Para aprender a montar, o fundamental para ser bem sucedido mantém-se, quer seja o seu
objectivo atravessar belas paisagens em passeios pelo campo, quer tenha sonhos de competir
internacionalmente: um óptimo professor, um cavalo adequado e um ambiente seguro. Perante a
vontade de aprender, aspectos como a idade e a existência de uma deficiência são aspectos
irrelevantes, devendo, neste último caso, existir um aconselhamento médico e procura de uma
escola e um professor qualificados.
Caso surja oportunidade de montar um cavalo ou um pónei de um amigo deve sempre adquirir
bases sólidas podendo, para além de fazer aulas de equitação, pedir conselhos aos seus amigos
com experiência na área e procurar em revistas de equitação as opções que lhe convém.
Encontrar uma boa escola de equitação que lhe dê estas bases não é difícil, por exemplo em
Inglaterra, a garantia de altos desempenhos é dada pelas escolas membros da Associação das
Escolas de Equitação Britânicas e a aprovação pela British Horse Society reconhecida
mundialmente; nos Estados Unidos, existe o Programa de Certificação do Instrutor de Equitação
Americano, embora, segundo a Federação Equestre Nacional dos Estados Unidos, existam só
instrutores que não cumpriram este programa.

Escolher uma Escola de Equitação:


Após ter feito uma pesquisa de possibilidades, faça uma visita as instalações e assista a uma aula
para principiantes. Para avaliar a qualidade de uma escola deve ter em conta alguns pontos
essenciais:
• Cavalos e póneis que aparentem estar em boa forma e serem amigáveis;

• Cavalariças limpas;

• Arreios e equipamentos limpos e em boas condições;

• Estábulos, vedações e campos bem arranjados;


• Empregados simpáticos, alunos que pareçam satisfeitos e professores
competentes.
Todavia, deve ficar reticente se observar:
• Cavalos em más condições físicas e que ameaçam morder ou dar coices;

• Ferramentas e equipamento espalhado ao acaso;

• Arreios sujos ou partidos;

• “Paddocks” de má qualidade e edifícios e vedação em mau estado;

• Empregados antipáticos e professores rudes.

O Equipamento Essencial para montar:


O mais importante na compra de equipamento é você sentir-se confortável e seguro. É essencial
uma protecção para a cabeça, ou “toque”, que tenha um tamanho adequado e obedeça aos
padrões de segurança, assim como calçado seguro: as botas jodhpur ou as botas de borracha são
uma solução muito pouco dispendiosa. Usar botas de sola rígida ou calçado desportivo torna-se
perigo dado que podem escorregar para dentro dos estribos ou estes podem ficar na ponta dos
pés.
Caso não queira investir em calções de montar no início, opte por roupas nem muito largas nem
muito apertadas, calças sem costuras de lado (são muito mais confortáveis que “jeans”) e umas
luvas de algodão ou lã. Pode também adquirir um colete de protecção, quando iniciar o salto de
obstáculos, principalmente em “cross country”.

As primeiras lições:
As primeiras aulas devem ser individuais, podendo mais tarde ter lições em grupo onde tirará
mais proveito e divertimento.
Provavelmente no inicio, sentir-se-á um pouco nervoso e surgir-lhe-ão questões tais como:
• Será que vou fazer figura de “parvo”?

• Será que vou perder o controlo?

• Será que vou cair e magoar-me?

• Será que vou ter dores depois de montar?


A resposta deve ser sempre não. O professor deve estar sempre no controlo, escolhendo um cavalo
calmo e experiente e conduzi-lo por uma guia (uma rédea longa com que se controla o cavalo
enquanto este anda em círculo), assim, só tem que seguir as indicações e fundamentos do
professor, ficar bem concentrado e adaptar-se ao movimento do cavalo.
No inicio, o ideal é montar uma vez por semana, no entanto se o fizer duas vezes por semana vai
progredir mais rapidamente. Entre as aulas pode nadar, pedalar ou saltar á corda pois estes
exercícios ajudam a tonificar os músculos que são utilizados quando monta.

Comunicar com os Cavalos:


Ao aprender a montar você também vai estar a apreender a comunicar com estes animais.
A sua postura quando se senta em cima do cavalo é muito importante, e não é apenas para ficar
bonito, mas também para que consiga dar indicações ao cavalo com o assento, as pernas, as mãos
e também a voz. A primeira coisa a aprender é manter o equilíbrio a passo, depois a trote e em
seguida o galope.
No passo, deve conseguir contar até 1,2,3,4 ao ouvir as batidas dos cascos; no trote o ritmo é 1,2 à
medida que o cavalo avança as pernas em pares de diagonais; no galope o cavalo já se move a um
ritmo de 1,2,3. A galope o cavalo dá passadas maiores com um dos membros anteriores, assim ao
galopar em círculo, este membro deve ser o do lado de dentro devido ao equilíbrio. Nenhum
cavaleiro, nem mesmo os melhores, deixa de aprender e é sempre necessário muita prática. Pode
ter em conta os seguintes conselhos:
• Não olhe para baixo mas sempre para onde quer ir;

• Não sustenha a respiração, pois fica mais descontraído;


• Ao segurar as rédeas pense que têm um passarinho nas mãos agarre-o para que
não fuja mas não o aperte para não o magoar;
• Ao trotar ou a galopar tente captar o movimento com a cintura; um bom
cavaleiro apesar de parecer que está quieto acompanha o movimento do cavalo.

Compreender a mentalidade do Cavalo:


Para aumentar a sua confiança tente apreender a lidar com os cavalos e a pensar como eles:
sempre que possa mexa, limpe e aparelhe os cavalos, ao mesmo tempo que fala com eles
calmamente: evite os gestos bruscos e sons fortes, pois até o pónei mais dócil pode assustar-se com
estes estímulos.
O cavalo, têm um ângulo de visão de aproximadamente 360º, com um ângulo morto à frente,
devido aos seus olhos estarem nos lados da cabeça. Utilize a linguagem corporal para comunicar
com os cavalos, (por exemplo: se os olhar directamente nos olhos, têm tendência para se
afastarem), mas sempre aproximando-se por um lado em que o possam ver.

Fazendo Progressos:
Ao longo da sua aprendizagem, não deve resistir ao deparar-se com obstáculos difíceis de
ultrapassar ou se não tiver uma evolução contínua, deve procurar o seu professor sempre que
algo o preocupa.
A etapa que sucede à aprendizagem das bases à guia é montar em escola num recinto fechado.
Geralmente este recinto tem à volta letras A, K, E, H, C, M, B e F, que não têm um significado
conhecido mas a frase em inglês “All King Ed ward´s Horses Can Manage Big Fences” é uma boa
mnemónica. Estas letras servem de ponto de referência ao fazer os círculos. Pode juntar-se a um
grupo para fazer aulas em campo aberto, após ter conseguido andar a passo, trote e galope com
segurança. Isto vai ajudá-lo a ganhar confiança e também a aperceber-se que os cavalos se
tornam mais atentos ao que os rodeia nesse meio que em recinto fechado.
Observar cavaleiros mais experientes, (a trabalhar, em vídeo, em competição vai também ajudá-
lo pois vai ter uma noção visual da maneira correcta de montar podendo isso influenciá-lo.

Trabalho sobre Obstáculos e Trabalho no Plano:


Trabalhar sobre cavaletes e obstáculos pequenos só lhe vai trazer vantagens, mesmo que goste de
sentir os pés do seu cavalo bem assentes no chão: para além de incentivar o cavalo a fazer uso dos
membros posteriores no trabalho vai ensinar-lhe a captar o ritmo do cavalo, a coordenar os
movimentos e a equilibrar-se. O cavalo cria a sua impulsão (energia) na parte de trás, na garupa e
nos membros posteriores, enquanto que essa energia é controlada e dirigida pelas suas mãos, é
por isso que os saltos e o trabalho no plano são actividades que se complementam.
A sua iniciação nos saltos irá ser feita com varas no chão e cavaletes. Vai aprender a montar
sobre linhas de varas paralelas cuja distância vai ser adequada as passadas do cavalo. Com o
passar do tempo o percurso de obstáculos vai fazer combinar todas as técnicas que aprendeu.
Aprendizagem Equina

Comunicação com o Homem:


Parece correcto afirmar, que o homem comunica inconscientemente com o cavalo, pelo odor
que exala. Pessoas assustadas e agressivas, libertam odores que revelam o seu estado de espírito
ao equino hipersensível, tornando-o apreensivo ou agressivo.
O provérbio «Um homem confiante faz um cavalo confiante» é revelador da hipersensibilidade
do animal. Os cavalos sentem o estado de espírito do cavaleiro e reagem com ele. Um cavalo ao
ser montado consegue aperceber-se, se está a lidar com uma pessoa experiente ou não, em
função dos estímulos que este lhe envia e que o cavalo recebe através das células receptoras que
possui ao longo do seu dorso, e de todo o corpo. O homem procura comunicar ao apresentar-se
pelo toque ou através de palmadinhas. O afagar é outra forma de comunicação com os cavalos e
constrói uma relação entre os dois. O acto de tratamento é um exemplo, e quando se monta,
muitas das línguas de cooperação está relacionada com o tacto. Por exemplo, a perna exerce
pequenas pressões nas células receptoras do cavalo e a mão comunica pelo toque na boca,
através de rédeas e freio. Alguns cavalos apreendem a atrair o homem relinchando alto, se a
comida vem atrasada.

Comunicação entre Cavalos:


O cavalo é um animal de manada e precisa comunicar com os outros membros da mesma. Claro
que não tem discussões filosóficas, Necessitam apenas de transmitir emoções básicas e de
estabelecer uma hierarquia de dominância sem recorrer a violência. Os cavalos domestico
tratam o homem como um elemento da manada, pelo que usam o mesmo tipo de linguagem
corporal para connosco.
Essa linguagem corporal pode-se manifestar de várias formas:
- Contentamentos:
- Sinais de Felicidade – Um cavalo satisfeito não se preocupam com os outros que se
encontram a sua volta.
- Impaciência:
- Movimentos de cabeça – Os cavalos não gostam de ser ignorados, podem exigir atenção
dando um empurrão com o focinho.
- Bater com os cascos – Um cavalo pode ficar impaciente quando espera pela comida ou
quando esta preso.
- Aborrecimento:
- Dentadas nos outros cavalos - A dentada significa apenas « a minha posição na
hierarquia permite-me morder-te quando me apetecer».
- No estábulo – Se um cavalo quiser ser deixado em paz, vira as costas aos outros
cavalos, « não quer conversas ».
Os cavalos comunicam vocalmente, relinchando por companheirismo ou por excitação.
Habituação:
A aprendizagem também se pode processar através da habituação, que consiste na diminuição
de tendências para responder aos estímulos que se tornam familiares, devido a exposição
contínuas aos mesmos.
Pode ser exemplificado do seguinte modo:
Um cavalo quando e exposto a um ruído súbito assusta-se, mas se ruído for repetido, duas três
vezes, o susto vai diminuindo gradualmente ate ser ignorado.
O mesmo acontece quando se prepara um cavalo, durante o processo de desbaste para ser
montado. Primeiramente faz-se o aquecimento passando-o à guia, durante o qual se fazem
vários movimentos repentinos, como levantar a mão para sacudir uma mosca, bater com o pé
no chão etc…
A primeira vez que o cavalo presencia estes movimentos assusta-se, mas depois de serem
repetidos várias vezes, já os consegue reconhecer como sendo familiares.
Os cavalos têm normalmente medo de água, pois não conseguem ver o chão através dela. Este
tipo de medo, envolve um processo mais delicado de aprendizagem. O cavalo tem de se sentir
confiante, e o homem por sua vez tem de lhe mostrar que não existe nenhum mal com uma
pequena poça de agua e que não há motivo para ter medo.
No inicio, ao molhar as patas reage logo, acelerando o passo e até pode saltar, mostrando-se
desconfiado, mas depois de muita insistência do homem e de recusa por parte do cavalo, acaba
por passar sem receios.
O processo de habituação já se finalizou.
No que se refere à aprendizagem cognitiva, um cavalo adquire vários elementos de
conhecimento ou cognições, que se organizam para serem utilizados.
O homem quando exercita um cavalo, ou seja quando o passa á guia, ou por outras palavras,
quando o submete a um teste de preparação física, aplica a voz, que o associa aos vários
andamentos de cavalo.
Homem --à Cavalo: Voz calma à Passo
Voz Alta e Firme à Trote
Voz mais alta e firme à Galope
Assobiar calmamente à Passo
Daqui se conclui que o « O cavalo aprende fazendo, e não de outro modo.

Um Teste à Comunicação:
Segundo Paul Watzlawick, em 1904, o sonho de se estabelecer a comunicação entre homem e o
cavalo, tornou-se real, a noticia espalhou-se.
Hans, era um cavalo com o qual Wilhelm Von Osten estabeleceu comunicação. Ensinou-lhe
aritmética, a dizer as horas e a reconhecer pessoas através de fotografias.
Hans, batia com a pata no chão, para comunicar, Batia uma vez para o A e assim por diante.
O Cavalo foi submetido a várias experiências para se verificarem que não existiam truques na
comunicação, pois respondia sempre correctamente aos problemas que o seu dono lhe punha, e
passou a todos com distinção.
Mas foi mais tarde que Stumpt descobriu o seguinte:
O cavalo falhava sempre que a solução do problema que lhe era posto não era conhecida por
nenhum dos presentes. O cavalo também falhava quando lhe punham palas que o impediam de
ver as pessoas.
Daqui pode-se concluir que o cavalo ao longo do tempo deve ter aprendido a resolver problemas
e a prestar mais atenção, a responder ás mudanças de postura do seu dono. A recompensa era o
facto principal da motivação e atenção de Hans.

Conclusões:
O cavalo doméstico ocupou sempre um lugar importante na vida humana. Quando os cavalos
foram domesticados, é provável que desempenhassem dois papéis.
Os cavalos das florestas, mais lentos, eram provavelmente bestas de carga. Os cavalos das
planícies, mais velozes que um meio para deslocações rápidas.
Nos nossos dias, os cavalos já não são usados nas batalhas, os tractores substituíram-nos na
agricultura e o motor a diesel é o principal meio de transporte, mas os cavalos continuam a
merecer um grande estima. Desde que foram domesticados que os humanos os reproduziam
selectivamente de modo a satisfazerem necessidades especificas ou conceitos de beleza. Há agora
vários tipos diferentes de cavalos e um grande número de raças específicas reconhecidas
internacionalmente. Tal como no passado, os diferentes tipos de trabalho requerem diferentes
tipos de cavalos.

Tipos de Competição

Dressage

Raides de Resistência Equestre


Corridas de Velocidade

Atrelagem

Saltos de Obstáculos

Concurso Completo de Equitação


Apresentação Equestre

Glossário

► Acção: Movimento do cavalo.

► Acima da mão: Evasão ao contacto, em que o cavalo levanta a cabeça e empurra o focinho
para a frente, forçando a mão do cavaleiro.

► Ajudas: Sinais usados pelo cavaleiro que indicam ao cavalo aquilo que deve fazer. (Ver
também ajudas naturais e ajudas artificiais).

► Ajudas artificiais: Objectos tais como chicotes, esporas e gamarras que são usadas pelo
cavaleiro para reforçar as indicações que dá ao cavalo.

► Ajudas naturais: indicações que são dadas ao cavalo apenas com as pernas, mãos, peso do
corpo e voz do cavaleiro.

► Albino: Um tipo de pelagem (não uma raça) que apresenta pelo branco puro, pele clara e olhos
translúcidos.

► Algeira: Termo utilizado para designar uma égua estéril.

► Almofaça: Ferramenta de limpeza de metal ou borracha que consiste de várias lâminas


dentadas concêntricas e que serve para limpar o pelo do cavalo da sujidade mais entranhada.
► Alta Escola: Equitação clássica.

► Altura: A altura dos cavalos mede-se no garrote (base do pescoço, onde começa o dorso) que é
a parte mais alta do corpo do cavalo quando este baixa a cabeça e o pescoço.

► Amazona (montar à): Técnica de montar a cavalo com as duas pernas do lado esquerdo do
cavalo utilizada pelas senhoras no tempo em que se considerava deselegante que estas montassem
escarranchadas (com uma perna de cada lado). Pratica –se com uma sela especial e hoje em dia
constitui praticamente uma modalidade equestre ou uma arte.

► Amble: Uma andadura (não um andamento) lento a dois tempos em que os dois membros do
mesmo lado avançam ao mesmo tempo.

► Antemão: A parte do corpo do cavalo que está à frente do cavaleiro – cabeça, pescoço,
espáduas e membros anteriores.

► Ante-olhos: Um par de peças de cabedal que se fixam na cabeçada e que limitam o campo de
visão do cavalo obrigando-o a olhar sempre em frente.

► Aprendiz: Um jockey em treino para ser profissional.

► Arcada de trás: A parte detrás do arreio (levantada).

► Ares acima do chão: Movimentos de alta escola em que o cavalo levanta os membros
anteriores do chão ou os anteriores e os posteriores (ver balotada, cabriola, corneta, garupado,
levada).

► Arreios: Conjunto dos aparelhos que se colocam sobre o cavalo e que permite ao cavaleiro
utilizá-lo com conforto e segurança.

► Assentadura: Ferida provocada pela fricção dos arreios com a pele do cavalo.

► Atrás da mão: Evasão ao contacto, em que o cavalo coloca o changro atrás da vertical.

► Baio: Cavalo de pele escura com pelo que pode ir do castanho até ao amarelo ou amarelo-
torrado, com a crina e a cauda pretas, os membros pretos da articulação média para baixo e um
risco preto que vai do garrote (onde termina a crina) até ao nascer da cauda.
► Balotado: Ar de escola, em que o cavalo recua colocando as pernas debaixo da massa e depois
volta para a frente com as pernas recolhidas antes de se receber com os quatro membros no chão
ao mesmo tempo.

► Barbela: uma corrente de metal que se prende unindo as duas cambas do freio por trás do
queixo do cavalo e que fazem o efeito de alavanca pretendido neste tipo de embucadora.

► Barrage: Desempate das provas de obstáculos.

► Barras: Obstáculo construído com pranchas de madeira em vez de varas cilíndricas (cada
prancha tem uma largura de cerca de 30cm).

► Bigorna: Bloco de ferro pesado com a face superior lisa, onde o ferrador (jurreiro) molda as
ferraduras que irá colocar nos cavalos.

► Bridão: A mais antiga e mais simples embocadura que consiste num bocado articulado com
uma argola em cada extremidade onde se fixam tanto as faceiras como as rédeas.

► Bronco: Um cavalo por desbastar ou mal desbastado.

► Bronco Riding: Uma das provas dos rodeos. A única peça do arreio que se coloca no cavalo é
uma tira de cabedal que se aperta pelo meio, de onde sai uma pega para a mão do cavaleiro.

► Brumby: Termo australiano para designar cavalo selvagem.

► Brussa: Uma escova compacta de pelos muito curtos que se usa para retirar o pó debaixo do
pelo do cavalo e para massajar a pele.

► Cabeçada: Parte dos arreios do cavalo que se coloca na cabeça.

► Cabeçada de manjedoura: Cabeçada sem embocadura que se serve para prender o cavalo à
manjedoura ou a qualquer argola ou para o conduzir a mão.

► Cabeçada sem embocadura: Qualquer uma da variedade de cabeçadas sem embocadura, com
a qual o controlo é conseguido através de pressão sobre o changro e o queixo do cavalo e não
dentro da boca.
► Cabeção de passar à guia: Semelhante a uma cabeçada de mangedoura mas com três argolas
na focinheira, que permitem colocar a guia em três posições diferentes.

► Cabriola: Um ar alto em que o cavalo recua com os posteriores bem situados debaixo da massa
e depois salta para cima e para a frente ao mesmo tempo que dá um coice para trás com os dois
membros posteriores antes de se receber com os quatro membros ao mesmo tempo bem reunidos.

► Cadência: O ritmo do movimento do cavalo.

► Camas: Podem ser feitas de palha, aparas, papel cortado, e servem para recobrir o chão do
local onde o cavalo dorme, para proteger quando se deita e para manter aquecido.

► Canesson: Tipo de focinheira mais simples de todas (veja também cabeção de passar a guia).

► Cangocha: Um salto para o ar dado pelo cavalo – normalmente com intenção de se livrar do
cavaleiro no qual o cavalo arqueia o dorso e se recebe com as mãos hirtas e a cabeça muito baixa.

► Cardoa: Escova de pelos longos que serve para libertar o pelo do cavalo de sujidade mais
superficial.

► Castrado: Cavalo (macho) que foi castrado. Constitui a maior percentagem de cavalos usados
em desporto. Os outros são inteiros (garanhões) e as éguas.

► Cauda: Conjunto de pelos longos e coto da cauda do cavalo.

► Cavalletti (cavaletes): Série de varas a uma altura pequena do chão (25 a 30 cm) que obrigam
o cavalo a abrir e elevar as passadas aprendendo a andar de forma mais equilibrada e
impulsionado ao mesmo tempo que exercita melhor os músculos.

► Cavalo de completo: Cavalo que compete ou que é capaz de competir nas três fazes do
concurso completo de equitação.

► Cavalo de sangue: Puro-sangue Inglês.

► Cavalo na mão: Cavalo que se desloca com impulsão, sem no entanto perder posição correcta
do pescoço e da cabeça, sem forçar ou evitar o contacto com as mãos do cavaleiro (através das
rédeas e da embocadura).
► Chakka: Um dos períodos em que se divide um jogo de pólo (veja também Pólo).

► Chefe de equipa: O dirigente desportivo que é responsável tanto dentro como fora da pista por
tudo o que diz respeito aos cavaleiros de uma equipa nacional quando representa o seu país no
estrangeiro.

► Cilha: Faixa de cabedal ou nylon com fivelas nas duas extremidades que serve para segurar a
sela sobre o dorso do cavalo apertando-o por baixo da barriga.

► Cirgola: Tira de cabedal que faz parte da cabeçada e que aperta por baixo do pescoço do
cavalo, na zona da garganta. Não se deve apertar muito.

► Cólica: Dor abdominal aguda, normalmente requer cuidados veterinários; é muitas vezes
sintoma de flatulência ou obstrução dos intestinos por comida não digerida ou fezes. Se não for
tratado pode levar à morte do cavalo.

► Comissário: Pessoa que está encarregue de fazer cumprir os regulamentos durante um


concurso de qualquer modalidade.

► Concentração: Encurtamento dos andamentos do cavalo através de um contacto suave com as


rédeas e de uma pressão permanente das pernas do cavaleiro que provocam a flexão do pescoço, a
descontracção da maxila e a entrada dos posteriores debaixo da massa com intuito de melhorar o
equilíbrio.

► Concurso completo de equitação: Uma modalidade desportiva equestre que se compõe em três
fases: ensino (dressage), cross-country e concurso de obstáculos e que se prolonga por um período
que pode ir de um a três dias.

► Consanguinidade: Acasalamento entre cavalos com laços de parentesco, feito com o intuito de
apurar algumas qualidades comuns àqueles cavalos que são difíceis de encontrar noutros
indivíduos ou noutras raças.

► Contacto: A ligação entre as mãos do cavaleiro e a boca do cavalo estabelecido através das
rédeas.

► Contra-relógio: Nos concursos hípicos, há provas que são disputadas ao cronómetro e outras
que o são apenas para efeitos de desempate, na “barrage”.
► Corrida de barris: Corrida à volta de barris ou bidons, muito popular na Austrália e nos
Estados Unidos.

► Corrida plana: Corrida de cavalos de obstáculos.

► Corveta: Um ar alto em que o cavalo recua até levantar os membros anteriores do chão e
depois salta várias vezes diante sobre os posteriores.

► Coudelaria: Estabelecimento onde há cavalos apenas para reprodução.

► Crina: Pelos longos que nascem na crista do pescoço do cavalo (crineira).

► Croupade (garupada): Um ar alto em que o cavalo recua e depois salta para o ar com os
posteriores debaixo da barriga.

► Dentes: A dentição completa de um cavalo consiste de 40 dentes: 12 incisivos, 4 caninos e 24


molares. As éguas não têm os caninos, tendo apenas 36 dentes.

► Desbaste: O início do treino ou ensino de um cavalo novo, para qualquer fim (o desbaste é
sempre igual, não importa para que modalidade o cavalo vai servir).

► Dorso (frio): Quando um cavalo reage à colocação do arreio sobre o dorso, quando ainda não
fez o aquecimento, ainda não começou a trabalhar.

► Dorso (selado): Frequente nos cavalos velhos, em que o dorso apresenta uma concavidade
entre o garrote e a garupa.

► Dressage: a) A arte de ensinar um cavalo a executar todos os movimentos de forma


equilibrada, ligeira, obediente e cadenciada; b) uma modalidade por si só ou a primeira fase de
um concurso completo de equitação.

► Égua de ventre: Égua usada para reprodução (criação).

► Embarrancado: Descrição do cavalo que se espoja dentro da boxe e que depois não se consegue
levantar.
► Embocadura: Um aparelho normalmente de metal ou de borracha que se coloca na boca do
cavalo (sobre a língua) para regular a posição da sua cabeça e para ajudar a controlar o
andamento e a direcção. A embocadura é manipulada através das rédeas.

► Equilíbrio: Quando o cavalo se desloca de modo correcto e eficiente, e suporta bem o seu peso
e do cavaleiro sobre os membros.

► Espádua adentro: Movimento da Dressage, muito útil no ensino dos cavalos, que consiste em
fazer andar ao longo da parede do picadeiro com as espáduas numa pista interior e a garupa na
pista exterior.

► Espora: Peças de metal que se colocam nos calcanhares dos cavaleiros e que têm uma
protuberância a que se chama para que toca o cavalo de modo mais acutilante que o calcanhar
nú.

► Estábulo: Edifício onde se abrigam ou prendem os cavalos.

► Estojo de limpeza: Todos os aparelhos utilizados para limpar e tratar o cavalo.

► Estribo: Peça de metal com a forma de uma argola alongada que serve para o cavaleiro
colocar os pés para se apoiar quando monta o cavalo.

► Faceira: A tira de cabedal da cabeçada que está ligada à argola do bridão numa ponta e à
cachaceira no outro ponto.

► Falta: Nos obstáculos ou no completo, unidade de classificações utilizada para registar os


derrubes, as recusas (desobediências) ou as quedas que o concorrente efectuar durante o seu
percurso.

► Fazer a cama: Colocar o material que é composto a cama do cavalo, na sua boxe ou baia.

► FEI: Federation Équestre Internationale (em francês no original). Órgão que gere todos os
desportos equestres no mundo, fundado em 1921 pelo Comandante G. Hector, em França; a sua
sede fica em Bruxelas. Regulamenta o condutor das três modalidades olímpicas – obstáculos,
completo e ensino – assim como as competições internacionais de atrelagens. Todas as federações
dos países onde se pratica desporto a cavalo são obrigadas a acatar os regulamentos da FEI e
adaptá-los à realidade equestre do país, em competições nacionais e a cumpri-lo à risca, em
competições internacionais.
► Feno: Erva cortada e seca que serve de alimento aos cavalos que não têm acesso à pastagem.

► Ferrador: A pessoa que faz e coloca as ferraduras.

► Ferradura: Peça de metal moldada de forma a assentar perfeitamente sob os cascos e que ai é
pregada e que serve para proteger e para aumentar a aderência do cavalo ao chão.

► Ferrar: Colocar as ferraduras ao cavalo.

► Ferro de cascos: Ferramenta de limpeza usada para retirar a sujidade que fica compactada
dentro da cavidade do casco do cavalo.

► Focinheira: A parte da cabeçada que aperta o focinho do cavalo impedindo-o de abrir


demasiado a boca, feita de cabedal e peça independente da cabeçada, que normalmente aperta
por cima da embocadura.

► Freio: Tipo de embucadura usada em conjunto com o bridão que consiste em duas cambas
laterais e o bocado inteiro, ligeiramente levantado no meio, formando o que se chama o montado.

► Gamarra: Instrumento utilizado para limitar a altura a que o cavalo levanta a cabeça. Pode
ser fixa (da cilha até à focinheira) ou de argolas (da cilha às rédeas, com uma biforcação de onde
parte uma tira na direcção de cada rédea onde prendem com argolas de metal).

► Garanhão: Cavalo inteiro usado para reprodução.

► Garrote: Zona na base do pescoço do cavalo, sobre as espáduas que corresponde ao ponto mais
alto do cavalo corpo do cavalo quando este tem o pescoço descido.

► Gestação: Período entra a concepção e o parto (cerca de 11 meses).

► Gincana: Jogos executados a cavalo, utilizados como meio de ensino de crianças que ainda não
têm idade ou técnica suficiente para praticar desportos federados.

► Hunter: Tipo de cavalo criado e treinado para as caçadas.


► Independência de ajudas: Forma de estar a cavalo em que o equilíbrio do cavaleiro não
depende das mãos nem das pernas e que as deixa livres para dar as indicações necessárias ao
cavalo.

► Jockey: Cavaleiro de corridas.

► Laminite (aguamento): Inflamação muito dolorosa dos tecidos moles (lâminas) no interior dos
cascos do cavalo.

► Lazão: Um cavalo com a pelagem de um castanho que pode ir do dourado ao vermelho escuro,
com as crinas da mesma cor, mais claras ou mais escuras mas nunca pretas.

► Levada: Ar alto em que o cavalo situa os posteriores bem debaixo da massa e depois eleva os
anteriores e consegue ficar imóvel nessa posição durante alguns segundos.

► Ligaduras: Disponíveis em três modelos: … de exercício (para proteger os membros e apoiar


os tendões) … de descanso (para aquecer e proteger os membros, especialmente durante as
viagens) e da cauda (para impedir que a cauda se fira ou desgaste ao roçar contra qualquer
superfície).

► Loro: Tira de cabedal que suspende o estribo no arreio (sela).

► Luva de crina: Instrumento de limpeza utilizado para dar brilho ao pelo do cavalo e que é feito
de crinas de cavalos ou de palha.

► Nanicular: Osso do pé do cavalo que se a sua irrigação é interrompida provoca uma


claudicação muitas vezes incurável e que é limitadora do exercício do cavalo.

► Obstáculo Composto: Em concursos de obstáculos, um obstáculo composto de dois ou mais


esforços separados mas que estão numerados e são julgados como um só.

► Obstáculos: Podem ser verticais (um só plano) ou largos (dois ou três planos) que se dividem
em rias e tríplice de varas.

► Parede de casco: Parte do casco que é visível quando o cavalo o tem assente no chão. Está
dividido em pinça (à frente), quartos (dos lados) e talão (atrás).
► Passage: Um dos ares de escola (clássicos). Trote lento e cadenciado com um tempo de
suspensão maior do que o habitual em que o cavalo eleva mais os membros do que a trote normal.

► Passar à guia: Meio de trabalhar o cavalo a pé, num círculo usando uma corda comprida
(guia).

► Peitoral: Uma peça de arreio que serve para impedir que o arreio escorregue para trás sobre o
dorso do cavalo. Prende-se ás argolas à frente do arreio e passa sobre as espáduas e por entre os
membros anteriores e aperta na cilha.

► Pelham: Embocadura concebida para acumular o efeito de um freio e um bridão numa peça
única. Pode ser utilizada com quatro ou apenas duas rédeas mas neste caso as duas argolas de
cada lado estão unidas por um francelete de cabedal.

► Pente de crina: Pente de metal pequeno e com dentes longos que serve para pentear as crinas
(crina e cauda) do cavalo.

► Percurso limpo: Um percurso de um concurso de obstáculos ou de cross terminado sem faltas


quer nos obstáculos, quer em excesso de tempo.

► Piaffe: Trote no mesmo terreno, com a cadência e a suspensão de passage.

► Pironette (pirueta): Volta (semi círculo ou círculo completo) a galope ou a passo em que o
cavalo levanta e pousa o posterior de dentro sempre no mesmo sítio.

► Poldro: Qualquer cavalo até aos cinco anos de idade.

► Pólo: Jogo semelhante ao Hockey, disputado a cavalo por duas equipas de quatro cavaleiros.
Remonta ao não de 521 a.C.

► Poney: Cavalo que no estado adulto não mede mais de 1,48m ao garrote.

► Preto: Cavalo de pelagem preta, crina e cauda pretas, sem mais nenhuma cor presente (à
excepção de marcas brancas na cabeça e/ou nos membros).

► Protecções: Aparelhos utilizados para proteger os membros dos cavalos, principalmente dos
choques entre membros, com obstáculos ou em quedas.
► Rabicheira: Pela de arreio que se prende atrás da sela e que passa debaixo da cauda do cavalo
para impedir que a sela escorregue para a frente.

► Ranilha: A parte mole e sensível, de forma triangular no centro do casco do cavalo.

► Raspadeira: Lâmina de metal que serve para raspar o pelo do cavalo quando está molhado
para fazer sair a água em excesso e ajudar a secar o cavalo mais depressa.

► Rédeas: Longas tiras de cabedal presas às argolas da embocadura e que servem para o
cavaleiro dirigir o cavalo.

► Rédeas Longas: Método de trabalho de um cavalo em que o cavaleiro o pode conduzir sem
estar montado nele, podendo ir a pé ou montado noutro cavalo, atrás do que vai a conduzir.

► Resistência: Atitude de desobediência do cavalo em que este se recusa a obedecer às ajudas


dadas pelo cavaleiro.

► Ruço: Cavalo de pelagem originalmente escura (preta, lazã ou baia), interpolado de pelos
brancos que ganham terreno com o avançar da idade, tornando o cavalo totalmente branco a
partir de certa altura.

► Sangue: O sangue contido no corpo do cavalo representa aproximadamente 1/18 do seu peso
corporal total.

► São: Cavalo que não apresenta doenças ou deficiências nos membros.

► Sebes: Tipo de obstáculo para transpor em corridas de cavalos (normalmente feitas de


arbustos cortados).

► Sela: Assento para o cavaleiro. Coloca-se sobre o dorso do cavalo e pode ter vários modelos,
conforme a modalidade a que se destina.

► Sobrecana: Tara dura; excrescência óssea que se forma junto dos ossos longos das canelas e
que se calha situarem-se por baixo de um tendão podem provocar tendinites e claudicações no
cavalo.

► Sobrecilha: Cilha muito comprida que envolve cavalo e arreio, usada principalmente nas
corridas.
► Steeplechase: Corrida com uma distância específica em que os cavalos têm que saltar um
determinado número de obstáculos.

► Temperatura: A temperatura normal de um cavalo saudável é de 38º C.

► Testeira: Peça da cabeçada que fica na testa do cavalo pela frente das orelhas.

► Tétano: Doença infecciosa, frequentemente fatal causada por um bacilo que vive na terra e que
penetra no corpo do cavalo através das feridas.

► Transcurvo: Cavalo com os membros anteriores do joelho para baixo côncavos.

► Treino faseado: Processo de treino para cavalos de concurso completo ou de raides


(resistência) em que os períodos de esforço são seguidos de períodos de repouso activo (a passo)
com tempos bem definidos e de que resulta um grande aumento do volume cardíaco do cavalo e
portanto da sua resistência aeróbica.

► Triplo: Obstáculo composto que inclui três esforços separados.

► Tronco: Parte do corpo do cavalo situada entre os membros anteriores (antebraços) e os


flancos.

► Tusquiar: Usar máquinas de tusquia para cortar o pelo ao cavalo durante os meses mais frios,
para evitar que este sue demasiado devido ao pelo de Inverno muito espesso.

► Vala de água: Nos concursos de obstáculos, obstáculo que consiste numa vala contendo água e
que tem uma largura de 4,2 m e que pode ir até 4,8 m.

Oração do Cavaleiro e do Cavalo

Oração do Cavaleiro

Deus pai todo-poderoso, luz do Universo.


Vós que sois o criador da vida e de todas as
coisas, concedei derramar sobre nós, teus
filhos, cavalos, cavaleiros e amazonas que
aqui estamos, as tuas bênçãos e a tua divina protecção.
Dai-nos Senhor:
- A saúde e o vigor, para que possamos competir com garra em busca da vitória...
- A lealdade, para que busquemos o podium com determinação e coragem, mas com respeito pelos
nossos adversários, vendo em cada um deles um amigo e um companheiro de jornada...
- A prudência, para que não venhamos a nos ferir no ardor da disputa...
- A paciência, para que entendamos que a vitória, símbolo do sucesso, é o resultado do trabalho
árduo e deve ser conquistada degrau a degrau...
- A humildade, para façamos de cada sucesso um estímulo para caminharmos sempre em frente e
cada tropeço um aprendizado de que pouco sabemos e é preciso aprender mais...
- A gratidão, para que, no momento da vitória, saibamos que a conquista só foi possível pelo
trabalho e dedicação de muitos, cavalos, pais, técnicos, tratadores, ferradores, juízes, veterinários,
motoristas e até o nosso...
Senhor, dai-nos também:
- A bondade, para tratarmos nossos animais com respeito, amor e atenção, jamais esquecendo de
agradecer a eles pelo trabalho realizado...
- A generosidade, para que no futuro, quando nosso inseparável amigo de tantos galopes da
vitória estiver velho e cansado, não mais podendo nos auxiliar nas conquistas, receba de nós o
amor e os cuidados para que possa terminar seus dias com dignidade e, chamado por vós, galope
feliz sentindo em seu dorso o nosso carinho e nossa saudade, pelos verdes campos de tua divina
morada...
Pai, dai-nos finalmente:
- O patriotismo para que se um dia lograrmos merecer representar o nosso pais pelas pistas de
hipismo do mundo, saibamos, como tantos outros, honrar o seu nome, sua gente e suas tradições...
- A virtude, para que jamais nos afastemos dos nobres ideais do hipismo e para que antes de
campeões, possamos ser cidadãos de bem...
E a fé, para crermos que tudo vem de vós, senhor do universo e nosso Pai eterno.
Que assim seja!

Oração do Cavalo
(Autor desconhecido)

Dono meu:
Dá me, frequentemente, de comer e beber,
e, quando tenhas terminado de trabalhar-
me, dá me uma cama na qual eu possa
descansar comodamente.
Examina todos os dias os meus pés e limpa
meu pelo. Quando eu recusar a forragem,
examina meus dentes e minha boca, porque bem pode ser que eu tenha um problema que me
impeça de comer.
Fala-me; tua voz é sempre mais eficaz e mais conveniente para mim, que o chicote, que as rédeas
e que as esporas.
Acaricia-me, frequentemente para que eu possa compreender-te, querer-te e servir-te, da melhor
maneira e de acordo com os teus desejos.
Não corte o meu rabo muito curto, privando-me do melhor meio que tenho para espantar as
moscas e insertos.
Não me batas violentamente e nem dês golpes violentos nas rédeas, pois, se não obedeço, como
queres, é porque ou não te compreendo ou porque estou mal encilhado, como freio mal colocado,
com alguma coisa nos meus pés ou no meu ombro que me causam dor.
Se eu me assustar, não deves bater-me, sem saberes a causa disso, pois bem pode ser o defeito de
minha vista ou um proverbial aviso para ti.
Não me obrigues a andar muito depressa em subidas, descidas, estradas empedradas ou
escorregadias.
Não permaneças montado sem necessidade, pois prefiro marchar, do que ficar parado com uma
sobrecarga sobre o dorso.
Quando cair, tenha paciência comigo e ajuda-me a levantar, pois, faço quanto posso para não cair
e não causar-te desgosto algum.
Se tropeçar, não deves por a culpa para cima de mim, aumentando minha dor e a impressão de
perigo com tuas chicotadas; isso só servirá para aumentar meu medo e minha má vontade.
Procura defender-me da tortura do freio, não no trabalho, mas quando esteja em descanso, e
cobre-me com a manta ou com uma capa apropriada.
Enfim meu dono, quando a velhice me tornar inútil, não esqueça o serviço que te prestei,
obrigando-me a morrer de dor e privações sob o jogo de um dono cruel ou nos varais de uma
carroça, se não puderes manter-me, ou mandar-me para o campo, mata-me com tuas próprias
mãos, sem me fazer sofrer.
Eis tudo o que eu te peço, em nome daquele que quis nascer numa baia, minha morada e não num
palácio, tua casa.

Fados
Nuno da Câmara Pereira (Cavalo Ruço)

Eu tive um cavalo ruço Corria lebres com gosto


Que se chamava gingão E nenhum galgo o passava
De uma capona bravia Quando o viam a correr
Que eu queria Com prazer
Sentia E sem sofrer
Como um bom irmão A todos pasmava
Era o cavalo mais lindo A brincar lá na lezíria
Que nasceu no Ribatejo O iam admirar
E eu nunca tive outro assim Ainda parece que o vejo
Tão manso À beira do Tejo
Que enfim A correr e a saltar
Ainda o desejo Foi um toiro que o matou
Saltava que era um primor Num dia de infelicidade
Tudo fazia com graça E eu nunca mais montei
Era bom a tourear Nem sei
A derribar Se o farei
Sem vacilar Tal é a saudade.
no campo ou na praça
Vicente da Câmara (Fado das Caldas)

Praça cheia toca o hino,


Calça justa, bem esticada,
Ai dos gramas pelo matreiro
Haja machada no fim,
Vítor morais o campino,
E plainas afiveladas,
Todavia o cavaleiro,
Antigamente era assim,
E que sortes bem rematadas,
Mantas de cor nas boleiras,
Ai havia nessas touradas,
Ai para touradas e para as ceias,
Na melhor da gizeilhada,
Na melhor da gizeilhada,
Na cabeça da manada,
Na cabeça da manada,
Trote largo e para a frente,
Trote largo e para a frente,
Com os seus cavalos baios,
Com os seus cavalos baios,
E as pilecas eram raios,
E as pilecas eram raios,
Fivelos e apluagente,
Fivelos e apluagente,
E nos tempos em que eu vivi,
E pela cor da tornada,
Ai findavam as brincadeiras,
Ai por lá é que era o caminho,
Nas barracas no levi,
Bem conduzindo a manada,
Com dois tintos nas Gaeiras,
E a passo devagarinho,
E entre cartazes e letreiros,
E quem mandava o campino,
Ai de toiros e cavaleiros,
Era o mestre vitorio,
Na melhor da gizeilhada,
Na melhor da gizeilhada,
Na cabeça da manada,
Na cabeça da manada,
Trote largo e para a frente,
Trote largo e para a frente,
Com os seus cavalos baios,
Com os seus cavalos baios,
E as pilecas eram raios,
E as pilecas eram raios,
Fivelos e apluagente.
Fivelos e apluagente,

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