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ANDALUZ (ESPANHOL)
ANGLO-ÁRABE
ALTER–REAL (SUB-RAÇA)
Como o nome surge, a raça Alter-Real foi criada para servir à realeza. Além do
porte majestoso, o cavalo ‘real’ devia ter índole e a movimentação ideais para a escola clássica
de equitação.
Criação: A raça data de 1748, quando foi fundada pela dinastia de Bragança em Vila de Portel,
no Alentejo, Portugal. Em 1756, o haras transferiu-se para Alter. A primeira coudelaria tinha
300 das mais finas éguas andaluzas levadas para Portugal da região de Jerez de la Frontera, o
mais famoso centro espanhol de criação. Floresceu em Alter, fornecendo montarias para a corte.
E a raça ficou conhecida graças às apresentações promovidas em Lisboa. No começo do século
XIX, todavia, muitos dos cavalos se perderam ou foram roubados com o saque do haras pelas
tropas napoleônicas do general Junot. Em 1934, outros desastres sobrevieram e culminaram
com o fechamento dos estábulos reais. Uma reorganização chegou a ser ensaiada sob D. Maria
Pia, no fim do século, com a introdução se sangue estrangeiro Inglês, Normando, Hanoveriano e,
principalmente, Árabe. Os experimentos foram mal sucedidos e a raça quase se arruinou. Foi
salva pela importação de cavalos Andaluzes. Os arquivos dos estábulos foram destruídos com o
advento da república (1910), e só em 1932 o Ministério da Economia tomou a iniciativa de
reconstituir a criação dos Alter-Reais.
Características: A despeito das vicissitudes por que a raça passou, o Alter moderno virtualmente
Andaluz outra vez, sobrevive como um cavalo valente, de carácter físico peculiar e acção
extravagante, vistoso, altamente apropriada à Haule Ecole (Alta Escola). Dele descendem os
Mangalargas Paulista e mineiro, trazidos por D. João VI em 1807.
Influências: Espanhol: A grande coragem e o carácter próprio, inconfundível.
Altura: Entre 1,52 e 1,62m.
Cores: Marrom, Castanho, Alazão.
Usos: Sela, Desportos, Adestramento.
APPALOOSA
O gene que faz o cavalo sarapintado é tão antigo quanto o próprio equídeo
(havia cavalos malhados na China e na Pérsia), mas o crédito pela criação de uma raça
distintiva por sua pelagem cabe modernamente aos índios Nez Persé da América do Norte, que
vivem no noroeste do actual estado do Oregon. Suas terras incluíam o vale do rio Palouse, que
foi o rio que de nome aos cavalos.
Criação: A raça desenvolveu-se no século XVIII, com base nos cavalos trazidos pelos espanhóis.
Nesse lote havia exemplares de pelagens sarapintadas descendentes remotos de cavalos da
África Central. Os Nez Persé, que eram grandes criadores de cavalos, praticavam rigorosas
políticas selectivas. Finalmente obtiveram um cavalo capacitado para qualquer trabalho, de
aspecto inconfundível, além de essencialmente pratico. Em 1877, a tribo e a sua bela manada
quase foram exterminados quando o governo da união ocupou as reservas. Todavia em 1938,
com a formação do Appaloosa Horse Club, em Moscow, Idaho, a raça começou a renascer das
cinzas. Seu registo é hoje o terceiro mais numeroso do mundo.
Características: Appaloosa moderna é reprodutor, mas também animal de competição (corridas
e saltos) pela consistência, vigor e boa índole. A cinco pelagens oficiais da Appaloosa: Blanket
(cobertor), marble (mármore), leopard (leopardo), snowflake (floco de neve) e frost (geada).
Influências: Espanhol: Acrescentou força, resiliência, adaptabilidade – e a pelagem mosqueada.
Altura: Entre 1,47 e 1,57m.
Cores: Sarapintado
Usos: Sela
ÁRABE (O Filho do Vento)
É a raça equina mais antiga do mundo. Sua origem perde-se na noite dos
tempos. Os mais remotos registrados de sua presença foram encontrados na câmara mortuária
do Faraó Pihiri, que viveu no século XX a. C.
Criação: Sempre criado pelos beduínos do interior da península arábica com fervor, porque eles
sabiam que os animais extremamente rústicos sobreviviam às agruras do deserto com
temperamento excessivamente quente de dia e noites muito frias no regime de pouca agua e
quase nenhum alimento. Sua resistência às intermináveis deslocações das tribos à procura de
novas pastagens é outra características universalmente reconhecidos. Foi usado desde tempos
imemoriais pelos beduínos como meio de transporte, na caça e nas constantes guerras
intertribais, sendo a mais veloz das raças equinas em estado natural. Dócil e obediente, sua
beleza física inspirou poetas, pintores e escultores desde tempos antigos. Sua resistência e
rusticidade tornou a montaria de generais famosos como Alexandre, o grande, Napoleão Bona
Parte, Reis e Príncipes.
Características: É o mais harmonioso dos cavalos. Sua silhueta e inconfundível. Cabeça
pequena, sempre alta, com perfil ligeiramente côncavo; olhos redondos, grandes e vivos;
pescoço longo finamente arqueado; espáduas inclinadas, lombo curto, garupa quase horizontal,
cauda alta com fios sedosos e longos, quando em movimento estes se elevam até a vertical.
Pernas fortes, boa musculatura, andar largo e cascos duros como marfim. Sua aparência geral
detona força e vitalidade. Ao contrario das outras raças que possuem dezoito costelas, seis
vértebras lombares e dezoito vértebras na cauda, o Árabe tem, respectivamente, dezassete –
cinco – dezasseis. Ele e o PSI são criados em todos os países do mundo e os stud books são
aprovados e dirigidos WAHO (World Arab Horse Oraganization), ao qual Portugal também
filiado.
Altura: Entre 1,47 e 1,57m.
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão, Preto.
Usos: Sela, Corridas, Saltos de obstáculos, lida do gado, lazer e circo.
BERBERE
CRIOULO
FALABELLA
HUNTER (Caçador)
O ‘Caçador’ é um tipo de cavalo peculiar à Inglaterra e à Irlanda. Não constitui,
a rigor, uma raça, de vez que lhe faltam características comuns fixas e ele pode variar segundo
as exigências do país em que é montado. Num país de prados e cercas vivas – como as famosas
hedges da Grã-Bretanha, algumas com milhares de anos -, um cavalo do tipo do Thoroughbred
é que seria de desejar. Quando a velocidade não é requisito essencial, um cavalo mestiço
confiável e sensível, bom saltador, é mais apropriado.
Criação: Os melhores cavalos de caça são os criados na Inglaterra e na Irlanda, onde esse
desporto faz parte da vida rural há séculos. Cavalos de caça irlandeses e ingleses são, em geral,
produto do cruzamento de Irish Draughts com Thoroughbreds. Muitos têm também sangue
pónei, alguns de Cleveland bay, outros, até, de cavalos de tracção pesada. Seja qual for a
mistura, os melhores caçadores têm sempre uma boa proporção de sangue de Thoroughbred
para dar-lhes coragem, velocidade e aptidões atléticas.
Características: Um cavalo de caça deve ser bem proporcionado, saudável e dono de todos os
atributos de conformação de um bom cavalo de montaria. Deve ser equilibrado razoavelmente
rápido e audaz o bastante para enfrentar qualquer espécie de obstáculo nas condições da sua
função. Deve ser calmo, ter boas maneiras e constituição robusta.
Influências: Thoroughbred: Liberdade de acção de arrojo. Irish Draught: Ossatura (bone),
substância e sensibilidade. Cleveland Bay: Bone, porte, aptidão para o salto.
Altura: Entre 1,62 e 1,67m.
Cores: Todas, Inclusive compostas
Usos: Sela
LUSITANO
MORGAN
ORLOV TROTTER
A duas sociedades nos EUA para este tipo de cavalo – a Pinto Horse Association
e American Paint Horse, ambas sedeadas em Fort Worth, Texas. A Pinto Horse Association
registra qualquer espécie de cavalo que preencha seus requisitos de cor. Ela classifica-os em
stock type (reprodutor estabulado), hunter (caçador), pleasure type(de estemição), saddle type (de
sela). American Paint Horse Association registra reprodutores com sangue de Paints, Quarter
Horse, Thoroughbreds.
Criação: O Pinto descende dos cavalos espanhóis trazidos para a América no século XVI. Até
aos séculos XVIII e XIX, uma linhagem de cavalos pampas ou pintados, derivados de sangue
espanhol, ainda existia na Europa. O nome ‘pinto’ vem dos espanhol pintado, que se tornou,
para os comboys do Oeste americano, paint. Cavalos com mais de uma cor ou mosqueados eram
também chamados de Calicos.
Caracteristicas: São dois os tipos de coloração: ovaro, e tobiano. Ovaro é a pelagem com a cor
básica de acompanhada de grandes manchas brancas irregulares; Tobiano é a pelagem de
fundo branca com grandes irregularidades de cor. É difícil dar ao Pinto status de raça, no
sentido tradicional da palavra devido à falta de consistência do tipo e do tamanho. É mais uma
pelagem.
Influencias: Atributos físicos, bem como os diversos tipos de coloração.
Altura: Entre 1,52 e 1,62m.
Cores: Compostas
Usos: Sela
PASO
SADDLEBRED
SHAGYA ÁRABE
SORRAIA
THOROUGHBRED (PSI)
O Thoroughbred (ou PSI) é a raça de corrida que vemos nos clube jóqueis. É o
mais veloz dos equinos e a base de uma imensa indústria multinacional de criação e corridas.
Criação: A raça originou-se na Inglaterra nos fins do século XVII e princípios do XVIII com a
importação de cavalos Árabes da Arábia. Um facto incrível é que todos os PSI do mundo são
descendentes direitos pela linhagem paterna de três garanhões puro-sangue Árabes: o Byerley
Turco importado em 1684, o Darley Árabe em 1704 e o Ggolphin Árabe (algumas vezes
impropriamente chamado de Berbere) em 1731. Além desses três, houve muitos outros
reprodutores e matrizes Árabes, sendo que em sua origem a raça estava saturada de sangue
Árabe e em pequenas escalas de Berberes.
Características: Raça seleccionada para corridas curtas em distâncias de mil a dois mil metros,
em pistas planas, pilotados por leves jóqueis de 60kg. São animais muito velozes e bem
proporcionados, possuindo grande capacidade atlética e considerável vigor físico e mental. É
corajoso, mas também nervoso e excitável, com temperamento às vezes difícil.
Influências: Árabe: Velocidade, beleza e disposição atlética. Contribuição decisiva. Berbere:
Contribuiu com velocidade, ardor e grande agilidade. Galloway: Deu contribuição mínima ao
PSI.
Altura: Varia entre 1,62 e 1,67m
Cores: Tordilho, Castanho, Alazão
Usos: Sela, Corridas planas, Desportos Hípicos
WELSH COB
O Welsh Cob, com sua andadura de trote explosivo, desperta tão grande fervor
na sua pátria quanto os coros galeses ou o ruby no Cardiff Arms Park. É ele o sucessor natural
da grande tradição do Norfolk Roadster, que teve, aliás, papel na sua evolução. Como animal de
tiro, nenhum outro o supera em ímpero e bravura; como montaria, é um audacioso corredor,
com grandes qualidades para o salto.
Criação: O Welsh Cob (secção D no stud book) é, em matéria de perfeição, uma versão
ampliada do Welsh Mountain Pony, de quem descende. Esses póneis foram cruzados com
animais dos romanos e, depois, nos séculos XI e XII, com cavalos Espanhóis para produzir o
Powys cob e um outro animal, mais pesado, o Welsh Cart Horse. Nos séculos XVIII e XIX,
novos cruzamentos, agora com Norfolh Roadters e Yorkshire Coach Horses, mais uma
miniatura de sangue Árabe, resultaram no Cob moderno. Já houve, no passado, um florescente
mercado de Cob para aplicação militar (Infantaria montada, tracção de canhões). E até à
década de 1960, Cobs foram utilizados, em grandes números, no transporte de pão, e outros
artigos nas cidades grandes.
Características: Welsh Cob: tem ainda alguma procura como cavalo de sela e de tiro. Cruzado
com Thoroughbred, produz excelentes cavalos de competição. O Cob é excepcionalmente
robusto na constituição e tem grande resistência.
Influencias: Welsh A: Base do Cob responsável pela andadura e solidez. Espanhol: Melhorou
tamanho e força contribuiu para a bela postura. Norfolk-Roadster: A boa qualidade do trote e a
robustez.
Altura: Entre 1,47 e 1,57m.
Cores: Todas, Simples e Uniformes
Usos: Sela, Tiro
GALICENO
CAVALO FINLANDÊS
Em tempos passados havia duas raças finlandesas: a Finnish Draught (‘de tiro’)
e a Finnish Universal (‘para toda obra’). Ambas eram criadas considerando a actuação e o
desempenho e não a aparência. O Finlandês destinado à tracção, o mais pesado dos dois, era um
animal possante de aspecto comum mas andadura viva e rápida. O Universal, mais leve, podia
ser montado, usado para puxar cargas de peso moderado e, principalmente para corridas
atrelado a viaturas ligeiras. A partir da década de 1970, acentuou-se a preferência geral por
cavalos utilitários mais leves, embora haja ainda papel para os demais na lavoura e, sobretudo
na silvicultura.
Criação: O Finlandês descende, provavelmente de antigas raças europeias de cavalos pesados e
ligeiros, cruzadas com raças warmblood e coldblood. Um livro de registros de pedigrees foi
aberto em 1907, tanto para os animais leves quanto para os pesados dessa raça, e se instituíram
rigorosamente testes de desempenho para os dois tipos.
Características: O Finlandês, sereno e equilibrado, tem, a despeito do seu arcabouço
relativamente leve, a força da tracção de um cavalo muito mais pesado. E a isso se combinam,
com rara facilidade, o carácter, a rapidez e a agilidade das raças ligeiras. É resistente, longevo,
dono de notável robustez. Seria ocioso dizer que impressiona também por sua constituição. A
inclinação dos quartos a partir da garupa e, ainda, a acentuada extensão do dorso, são típicas
do cavalo de tiro destinado a competições e reflecte a mudança de ênfase ocorrida na criação do
Finnish Horse.
Influências: Pónei Finlandês: Os póneis nativos, notáveis pela resistência deram uma sólida base
para cruzamentos com raças de fora. Oldenburg: Fixou o carácter do Finlandês e acrescentou-
lhe porte e acção.
Altura: Cerca de 1,57.
Cores: Todas.
Usos: Tracção Ligeira.
DANISH WARMBLOOD
Representantes de uma das raças mais recentes da Europa, criada à propos para
competições, os cavalos Danish Warmblood só tiveram stund book próprio na década de 1960.
Em tempo curto, porém os criadores dinamarqueses produziram um animal de qualidade
superior e versatilidade maior que a de muitos cavalos europeus de reputação firmada.
Criação: A Dinamarca tem tradição equestre. Monges cistercianos do século XIV costumavam
cruzar, no Holstein (ducado dinamarquês até 1864), cavalos Espanhóis da melhor categoria com
éguas de grande porte, nativas da Alemanha sententorial. Um dos resultados disso foi
Frederiksborg. O Danish Warmblood tem por base o Fredericksborg cruzado com
Thoroughbreds ingleses. As éguas locais resultantes dessa operação eram então acasaladas com
garanhões Anglo-Normandos (Selles Français), com Thoroughbreds e com Trakehners. O
produto era aperfeiçoado para tornar-se um cavalo saudável e robusto, de excelente
conformação, estável, largo escopo de acção e aptidão para o galope. A participação do
hanoveriano prima pela ausência no caldeamento do Danish Warmblood, o que pode ter
contribuído para o seu carácter singular se comparado com outros Warmbloods.
Características: Os melhores cavalos dinamarqueses têm um perfil de Thoroughbred
combinando substância, força e boas pernas. Corajosos e árdegos, têm excelente temperamento
e acção. São brilhantes animais de dressage, com desempenho de primeira classe no cross-
country.
Influências: Fredericksborg: Os fundamentos, o porte vistoso, a elegância como cavalo de sela.
Trakehner: Usado por seu tipo fixo e conformação correcta. Psi: Deu-lhe melhor qualidade,
rapidez e desempenho.
Altura: Cerca de 1,67m.
Cores: Todas, Uniformes
Usos: Sela
FREDERIKSBORG
OLDENBURG
A cor do pelo dos cavalos é determinada por uma combinação de 39 genes, sendo
por isso possíveis imensos tons de pelagem. Apesar de todas as associações de
criadores insistirem em que a capacidade funcional de movimento e a
conformação correcta são os aspectos mais importantes num cavalo, a cor é
considerado um factor muito relevante em algumas raças. Alguns cavalos com
pintas ou manchas como os Pintos, Paints, Appaloosas Albinos, são muitas vezes
considerados “pelagens” em vez de “raças”. A maioria das cores destas raças -
pelagens tem origem nos cavalos ibéricos mas, no entanto, já não existem nos
Lusitanos e espanhóis modernos. Nos puro sangue árabes, não existe pelagem
multicolor, palomina, pampa. As pelagens típicas são a castanha, a tordilha e
alazã.
O cavalo é um animal onde se conjugam a estrutura e a função. O seu corpo é adaptado para a
velocidade e para a grande dimensão, e é esta combinação que nos ajuda a compreender a sua
estrutura. Os seus membros são especializados, têm um número de dedos muito reduzido, e são
acompanhados pela perda dos músculos - os que permitem a outros animais agarrar objectos. O
cavalo apenas move os membros para a frente e para trás o que lhe dá excelentes meios de
propulsão. A força de que necessita é dada por músculos muito desenvolvidos que estão ligados
aos ossos das coxas, tronco e antebraços.
O esqueleto:
O cavalo é constituído por cerca de 210 ossos (não tendo em conta os da cauda). O esqueleto tem
como função suportar os músculos e os órgãos internos mas dá também mobilidade suficiente,
devido às articulações, para que o animal se deite, paste e se desloque a diversas velocidades. As
articulações são formadas por ossos, que são cobertos por cartilagem e são ainda constituídas por
uma cápsula que produz um lubrificante sinovial e por ligamentos que seguram os ossos.
No cavalo o esqueleto adapta a sua estrutura aos seus requisitos por exemplo: crânio alongado dá
espaço para os dentes enquanto que as órbitas estão posicionadas de maneira a que o ângulo de
visão do cavalo seja amplo, podendo este animal aperceber-se dos perigos durante a pastagem.
Os músculos:
Os músculos do cavalo consistem em massas musculares ligadas aos ossos por um lado e aos
tendões por outro. Os tendões são protegidos por bainhas sinoviais que são constituídas por
películas finas e fibrosas e que protegem os tendões do risco de fricção com o osso.
Os ligamentos, assim como os tendões, são relativamente curtos, tal como os reforçadores de
articulações. No entanto há ligamentos especiais: o restritor, que se liga ao ligamento por detrás
da articulação do joelho e junta-se ao tendão flexor digital profundo na sua parte mais baixa
atrás do osso da canela; e o suspensor, que tem a extremidade superior ligada à parte superior
traseira da canela e na fila inferior dos ossos do joelho, a extremidade inferior ligada aos
sesamóides, por baixo do boleto. Este sistema é semelhante nos membros anteriores e posteriores.
A pele:
A pele do cavalo possui três camadas:
• Camada celular, que têm a capacidade de, à medida que a sua superfície se
desgasta, se auto-reparar;
• Camada sub-epitélial em que se encontram os sensores da dor e outras estruturas
sensitivas e que alimenta a camada superficial;
• Camada sub-dérmica que tem como função isolar a pele do osso ou do músculo
que fica por baixo dela e onde se situam os folículos capilares.
O sebo, substância gordurosa, é segregado por glândulas sudoríperas que se encontra na pele e
permite a formação de uma camada impermeável que protege o cavalo da humidade e do frio.
Marcas de Identificação
As marcas ou sinais brancos na face, focinho e pernas são meios de identificação e vêm
registrados na documentação exigida pelas entidades responsáveis (stud books). Além desses
sinais, marcas no próprio corpo do animal ou manchas brancas podem ocorrer na parte inferior
do ventre e nos flancos. As manchas no corpo do cavalo são mais frequentes nos Clydesdale do
que em cavalos de outras raças.
Sinais de Identificação:
Pêlos brancos causados pela sela ou esfoladuras produzidas por atrito da barrigueira são ‘sinais
adquiridos como as marcas feitas com ‘ferrete’ (ferro em brasa). Como essas marcas ‘a fogo', as
marcas ‘a frio’ resultam em séries de letras ou figuras de identificação – feitas de pêlos brancos
(ou negros, em cavalos claros). Monogramas ou símbolos podem ser gravados a fogo, no casco.
Redemoinhos e topetes são usadas para identificação, já que a disposição irregular de pêlos é
permanente. As castanhas, pequenas calosidades ou excrescências córneas na face interna das
pernas do animal valem como impressões digitais. Individuais e permanentes; mas não se usam
para fins de identificação.
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Flor ou Cordão ou Ladre ou Frente Mala Bebe em
Estrela Listão Beta Aberta Cara Branco
Calçamentos ou Calçaduras:
As pelagens nas pernas – denominadas ‘calçamentos’ podem ser. ‘traço de calçado’, se o branco
não dá volta à perna; ‘talão branco’, se atinge só o talão; ‘alto caçado’ quando chega ao joelho ou
ao joanete; ‘médio calçado’, se alcançar o meio da canela; ‘baixo calçado’, se chega ao boleto;
‘cascalvo’, se o casco é branco. Quando o animal é ‘calçado’, dos membros anteriores, se diz
‘manalvo’; se é ‘calçado’ dos membros posteriores, ‘pedralvo’. Riscas horizontais (zebra
markings), anéis de pêlos pretos, são de origem primitiva e tinham fins de camuflagem. Podem ser
vistos em raças de grandes antiguidade, como highland e fjord. Os cavalos das pinturas parietais
de Lascaux, na França têm marcas assim, sendo extraordinariamente semelhantes ao highland.
Tipos de Andamentos
São quatro os ‘andamentos’ naturais dos cavalos. Ou seja, as maneiras como eles se deslocam
quando em movimento. (há andamentos adquiridos e os artificiais que são os de alta escola, como
a de Viena.) São eles: passo, trote, cânter (meio galope ou galope macio) e o galope pleno. Os
primeiros três podem ser subdivididos, na dressage, que é a arte de educar os cavalos segundo as
exigências do aprendizado. O passo pode ser calmo, ordinário, alongado e livre. As subdivisões do
cânter são calmo, ordinário, de trabalho e alongado. Além dos quatro andamentos naturais, há os
especializados, baseados no furta-passo e no passo equipado, nos quais as pernas se movem em
pares laterais. O passo equipado, empregado modernamente pelos cavalos que puxam aranhas de
duas rodas em corridas, é uma versão mais rápidas do furta-passo.
O Passo:
É o andamento natural, a quatro tempos, marcado pela progressão de cada par lateral de pés.
Quando o deslocamento começa com a perna posterior esquerda, a sequência é: posterior
esquerda, dianteira esquerda, posterior direita e anterior direita. No passo calmo, os pés de trás
tocam o solo adiante das pegadas feitas pelos pés da frente. No ordinário, os passos são mais
curtos e mais elevados, e os pés de trás tocam o solo atrás das pegadas dos pés dianteiros. No
alongado, os pés de trás tocam o chão antes das impressões dos pés da frente. No livre, todo o
esquema é prolongado.
O Trote:
É o andamento simétrico, a dois tempos, em que um par diagonal de pernas toca o solo
simultaneamente e, depois de um momento de suspensão, o cavalo salta apoiado no outro par
diagonal. Por exemplo: no primeiro tempo, o pé anterior esquerdo e o pé posterior direito pousam
no solo juntos (diagonal esquerda). No segundo tempo, o pé dianteiro e o pé traseiro esquerdo
pisam juntos (diagonal direita). No trote o joelho jamais avança à frente de uma linha imaginária
perpendicular ao topo da cabeça do animal até ao solo. As estilizações supremas do trote são o
piaffer, em que o cavalo, sem avançar fica batendo no chão, trotando parado, alternadamente,
com os pés dianteiros e a passagem, em que ele se desloca para o lado, trocando os pés, sem
avançar.
O Galope (Pleno):
Galope é o mais rápido dos quatro andamentos naturais. Descrito habitualmente como um
andamento a quatro tempos, sofre variações na sequência de acordo com a velocidade. Com a
perna dianteira direita na liderança, a sequência de pisadas é a seguinte: posterior esquerda,
posterior direita, dianteira esquerda, dianteira direita, ao que se segue um período de suspensão
total, em que todos os pés estão no ar. Um puro sangue inglês galopa a 48 km/h ou mais. O pé
mais avançado toca no chão em linha como o nariz, mesmo que, estirada a perna ao máximo, o pé
fique no ar à frente dessa linha.
Doenças do Cavalo
Os fungos estão normalmente presentes no meio ambiente e na pele dos animais com uma certa
abundância, mas apenas algumas espécies apresentam a capacidade, em determinadas
circunstâncias, de causar doença. Tradicionalmente, os problemas de pele nos cavalos não são
considerados situações particularmente preocupantes. Na verdade, alguns acabam por se resolver
espontaneamente sem qualquer tipo de tratamento, embora possa demorar algum tempo. Outros,
porém, tornam-se bastante críticos, quer pela possibilidade de contágio ao homem, como é o caso
da tinha (infecção por fungos) e da sarna (infecção por ácaros, pequenos parasitas da pele), quer
pela gravidade da doença propriamente dita e dos seus sintomas.
Animais com prurido intenso, por exemplo, coçam-se até no próprio arreio ou em qualquer
superfície rugosa ou mesmo cortante, provocando feridas que constituem uma porta de entrada
para todo o tipo de infecções. Vamos agora debruçar-nos sobre algumas situações que afectam a
pele dos cavalos, começando pelas mais frequentes. Os fungos estão normalmente presentes no
meio ambiente e na pele dos animais com uma certa abundância, mas apenas algumas espécies
apresentam a capacidade, em determinadas circunstâncias, de causar doença (tinha ou
dermatofitose). Por essa razão, uma amostra de pêlos que revele a presença de fungos não é
necessariamente significativa. Por outro lado, os fungos são agentes que facilmente se instalam
secundariamente quando outros factores danificam a pele, ou mesmo quando o sistema
imunitário se encontra enfraquecido, não sendo por vezes a causa primária da doença. Neste tipo
de infecção por fungos (dermatófitos) os animais afectados apresentam várias áreas de
descamação e alopécia (zonas sem pêlo), com ou sem prurido, não estando geralmente envolvidos
a crina e a cauda.
As situações de natureza alérgica são também bastante frequentes, podendo ser causadas por
alimentos, pelo contacto com produtos químicos aplicados nas instalações, por medicamentos, por
produtos de limpeza ou insecticidas aplicados sobre os animais, por picadas de insectos, etc.. As
picadas das moscas são precisamente uma das principais causas de reacções alérgicas no cavalo.
Existe uma grande variedade capaz de desencadear este tipo de reacções, mas as Culicoides são
talvez as mais frequentes. São moscas extremamente pequenas (1 a 3 mm) mas de picada
dolorosa, activas em tempo quente e sem vento (pois são fracas voadoras) e alimentam-se desde o
cair da noite até ao amanhecer. As larvas desenvolvem-se em águas estagnadas. Apenas alguns
cavalos desenvolvem uma reacção de hipersensibilidade às suas picadas, havendo uma certa
predisposição familiar. As lesões localizam-se na cabeça, orelhas, peito, crina e base da cauda,
podendo variar consoante a espécie de Culicoides. O prurido intenso é o principal responsável
pelas lesões, levando os animais a coçarem-se em qualquer aresta ou mesmo a morderem-se. Esta
situação tende a agravar-se ano após ano, após uma aparente melhoria durante os meses de
Inverno, e não tem cura desde que estejam presentes Culicoides.
(Infecção por Fungos)
O seu tratamento passa, portanto, pelo controlo destes insectos através do estábulo durante os
períodos em que estes se alimentam, do uso de insecticidas ou repelentes, de redes para
mosquitos, e ainda pela administração de medicação apropriada de modo a eliminar ou reduzir o
prurido. Outros agentes que podem causar prurido intenso são os ácaros da sarna. Estes
parasitas provocam lesões com localização diferente consoante a espécie a que pertençam: na
cabeça e pescoço, na base da crina e da cauda, ou nos membros, mas em fases avançadas as lesões
podem espalhar-se a outras zonas. Esta doença transmite-se por contacto directo e é contagiosa ao
homem, embora geralmente sem grande gravidade. Certos animais desenvolvem reacções
inflamatórias superficiais em zonas brancas ou despigmentadas do corpo (geralmente no focinho
e na extremidade dos membros). São processos de fotosensibilização, associados geralmente à
ingestão de certas plantas ou a alterações do metabolismo do fígado. Como podemos constatar,
situações aparentemente idênticas podem ter causas bastante distintas.
(Fotosensibilização)
A base da cauda coçada e sem pêlo, por exemplo, é geralmente um sinal de parasitismo intestinal,
mas também pode tratar-se de um caso de hipersensibilidade à picada de insectos, alergia
alimentar, sarna ou apenas um vício comportamental. Mesmo depois do cavalo parar de se coçar
ainda temos de esperar um a dois meses até a cauda voltar a crescer. Os tratamentos usados em
dermatologia equina são muito variados consoante a situação a que se destinam, mas convém não
esquecer que tratar os animais pode não ser suficiente: o ambiente, as camas, o material de
limpeza, os arreios, devem merecer atenção pois estão muitas vezes implicados. Quanto aos
cavalos de competição, fica também uma chamada de atenção: uma simples pomada, spray ou
qualquer outro produto aplicado sobre a pele pode conter substâncias que, ao serem absorvidas,
poderão vir a ser detectadas mais tarde nos testes de controlo antidoping.
Maneio Geral
Cuidar de um cavalo é uma actividade que requer grande responsabilidade. Uma boa solução
para o animal é passar parte do dia ao ar livre, em que se mantém em prática mesmo que não seja
incitado a fazer exercício e outra parte do dia no estábulo; assim, o cavalo torna-se mais fácil de
montar do que se estivesse todo o dia encerrado. Deixar o cavalo sempre ao ar livre ou sempre no
estábulo são outras opções. No primeiro caso é necessário ter uma pastagem abundante, uma
fonte de água fresca e abrigo contra o mau tempo do Inverno e os insectos no verão; nestas
condições deve ser dado ao cavalo um complemento alimentar pois apenas a pastagem não é
suficiente para manter o cavalo em forma. No caso do cavalo estar encerrado é preciso evitar o
tédio visto que o cavalo não está no seu ambiente natural e é também essencial que o tratador
entenda a psicologia do cavalo.
• A pastagem, que é indicada para cavalos que vivam todo o ano ao ar livre;
• O repartido que é, ideal para o proprietário manter o contacto com o cavalo, pois
parte do trabalho é feito por ele e a outra metade pelo centro;
• O sistema em trabalho, em que o cavalo é utilizado por exemplo, numa escola de
equitação.
Cavalariças e camas
A boxe de um cavalo deve ser espaçosa, clara e arejada. Ter uma fila de boxes de um lado e do
outro e um corredor central facilita as tarefas dos trabalhadores. É também muito importante
que haja um constante abastecimento de água fresca e limpa.
A cama mantém o cavalo confortável e quente e evita grande parte das feridas quando este se
mantém deitado. Podem ser utilizados vários tipos de cama desde as de palha às de borracha.
Deve evitar que o cavalo viva num ambiente com muito pó e gases que provém da cama e até do
próprio feno. Todas as camas têm vantagens e desvantagens: A palha de trigo é muito poeirenta e
os cavalos comem-na; também a palha cortada e sem pó tem o inconveniente de ser comida pelos
animais; as aparas de madeira só são aconselhadas se o pó tiver sido extraído; o cânhamo
proporciona uma cama resistente e leve, mas têm também o problema do pó e de serem comidas;
as tiras de papel não são poeirentas mas são difíceis de remover e voam facilmente; os tapetes de
borracha devem ser utilizados apenas em cavalariças com boa drenagem, pois caso contrário
pode formar-se uma possa de liquido de borracha, e sempre debaixo de uma fina camada de
cama.
A limpeza do estábulo
A cama deve ser remexida e o estrume retirado todos os dias. No caso de aparas, cânhamo ou
papel, deve retirar-se apenas o estrume e deve ser limpo completamente 1 ou 2 dias por semana;
no caso de ser de palha deve ser limpa todos os dias.
Para facilitar a limpeza utilize um carro de mão, uma pá, uma vassoura e uma forquilha. Para
tirar o estrume pode calçar umas luvas de borracha e apanhá-los à mão ou então usar uma
forquilha.
Aquando da limpeza completa deve tirar todo o que esteja sujo e molhado, varrer o chão e
desinfecta-lo, deixando-o secar. Ao fazer de novo a cama utilize o material que aproveitou da
anterior no sitio que o cavalo suja mais e acrescente material novo.
A limpeza do cavalo
A limpeza diária do seu cavalo não serve apenas para o deixar com boa aparência pois é também
uma boa oportunidade para se aperceber se este tem feridas ou inchaços nos membros ou
temperatura nos cascos e articulações ou outro tipo de problemas físicos.
A técnica que utiliza na limpeza do cavalo deve estar relacionada da com o modo de vida e com o
tipo de cavalo: por exemplo, um pónei que passe todo o tempo ao ar livre necessita de toda a
gordura da pele sobre o pelo (para ficar impermeável; por outro lado o cavalo que passe todo o
tempo no estábulo que é tosquiado deve ser limpo mais profundamente.
A maioria dos cavalos não se opõe à limpeza desde que sejam tratados respeitosamente.
O estojo de limpeza
O estojo de limpeza deve ser individual, para evitar infecções e transmissão de doenças e deve ter:
• Um ferro de cascos;
• Uma cardoa– escova de pelos compridos e duros – para limpeza geral do pelo;
• Repelente de insectos;
• Compressas de algodão descartáveis que se molhem para lavar olhos, narinas e
zona do anús.
O estojo pode também conter unto para os cascos, tesouras de rombas (para ripar e acertar
crinas e cauda).
Uma luva de crina (para remover nódoas) e um pano macio para limpar o pó e deixar o pelo
brilhante.
O processo de limpeza
No caso de ter um cavalo em semi-estábulo este deve limpar os seus cascos todos os dias e
verificar as ferraduras. Deve também escovar o pelo para tirar toda a lama seca principalmente
nas zonas onde são colocados os coberjões ou arreios. Deve lavar também os olhos, narinas e zona
do anús.
No caso do cavalo ser castrado, deve limpar a bragada com água morna.
Para tornar a limpeza mais eficiente pode seguir os seguintes conselhos:
· Limpe o cavalo estabulado fora da boxe para não largar o pó no seu interior;
· Limpe-o de cima para baixo, usando sempre a mão do lado do corpo do cavalo;
· Ao usar a cardoa tenha gestos curtos e leves levantando-o no final para sacudir o pó do pelo;
· Utilize a brussa com gestos curtos mas não tão leves e limpe-a na almofada cada 3 ou 4
passagens;
· No caso do cavalo ter a cauda aparada em cima coloque-lhe uma ligadura várias vezes por
semana uma ou duas horas para domar a cauda, mas não muito apertada para não causar
problemas de circulação.
Alimentação e Nutrição
Para alimentar cavalos é necessário não só ciência como também arte pois para além do
conhecimento das necessidades nutritivas do cavalo é também necessário dar-lhe a alimentação
mais adequada ao seu carácter individual. O aparelho digestivo destes animais adaptou-se a
comer pouco de cada vez mas muitas vezes devido a que no seu estado selvagem os cavalos
costumavam andar livremente, pastando e bebendo constantemente, podendo assim escolher as
plantas que encontravam.
Nos dias de hoje, a alimentação do cavalo está completamente alterada. Isto deve-se à sua
progressiva domesticação e ao tipo de esforço físico a que estão sujeitos. A sua dieta é agora muito
mais controlada e existe um leque muito vasto de alimentos disponíveis comercialmente.
Nutrientes essenciais:
Para que o cavalo tenha uma dieta bem equilibrada é essencial que contenha todos os elementos
seguintes:
Água
A necessidade de água de um cavalo depende da temperatura, da quantidade de exercício, da sua
alimentação e da sua idade. Um jovem cavalo tem na sua constituição cerca de 80% de água
enquanto que num cavalo adulto esta percentagem está entre os 50% e os 60%.
Hidratos de Carbono
Estão presentes no amido (é encontrado nos cereais), nos açúcares (presentes em todos os
alimentos, principalmente nos melaços e na erva fresca) e em certos componentes das fibras.
Óleos e Gorduras
Os óleos estão presentes em pequenas quantidades na maioria dos alimentos comerciais e é
geralmente acrescentado à dieta do cavalo sobre a forma de óleo vegetal. Estes contém duas vezes
e meia mais energia do que os hidratos de carbono, sendo assim fontes de energia concentrada.
Fibras
Encontram-se em todos os alimentos principalmente na erva no feno e na palha e são um
elemento muito importante na dieta do cavalo.
Proteínas
Ao serem decompostas dão origem aos aminoácidos que são utilizados no crescimento, na
gravidez, na produção de leite e na reparação de tecidos.
Minerais
O equilíbrio de minerais mais importante é o do cálcio e do fósforo, com uma relação de cerca de
uma parte e meia de cálcio para uma parte de fósforo. O magnésio, o sódio, o cloro e o potássio
são outros dos minerais principais enquanto que o cobre, o ferro, o manganês, o selénio e o zinco
são minerais secundários.
Vitaminas
As vitaminas principais são A, D, E, K e o grupo B. Ajudam a controlar as reacções químicas e
bastam pequenas quantidades para manter a saúde. Alimentos como o feno são pobres em
vitaminas enquanto que a erva e os alimentos verdes são boas fontes deste elemento.
• Ingestão de areia;
• O intestino dobrado;
• Sobre-alimentação;
• Alterações hormonais;
Ferração
Na rotina do tratamento do seu cavalo não deve esquecer-se dos cuidados a ter com os cascos, pois
são essências para mantê-lo saudável. Desde os seus primeiros anos o cavalo deve ser
inspeccionado por um ferrador de 6 em 6 semanas, mesmo que seja somente para aparar os
cascos. Em caso de o animal precisar de usar ferraduras, para tornar o trabalho mais confortável,
estas também deverão ser tiradas num período de 6 semanas para que os cascos sejam aparados.
O dono do cavalo deve limpar os cascos pelo menos um vez por dia e verifica-los assim como as
ferraduras para, se necessário contactar o ferrador. Deve também saber retirar uma ferradura
solta para agir em casos de emergência, deve fazê-lo do seguinte modo:
► Levantar o casco e, utilizando um saca-rebites, cortar as pontas dos cravos que estão
dobradas para fora;
► Usar a turquês para separar a ferradura do casco, começando do talão (atrás) para a
pinça (frente);
► Agarrar a ferradura a frente e arrancá-la com a turquês puxando para trás.
Métodos de Ferração:
O cavalo pode ser ferrado de dois modos: a frio ou a quente. Na ferração a frio a medida das
ferraduras é a mesma da do casco, podendo o ferrador fazer alguns acertos na sus forma. Apesar
destas ferraduras não ficarem tão perfeitas como as acertadas a quente, um cavalo bem ferrado a
frio fica melhor servido do que um mal ferrado a quente. Na ferração a quente a ferradura,
previamente aquecida é encostada ao casco; as desigualdades do corte do casco que necessitam
ser corrigidas antes de colocada a ferradura são reveladas pela área chamuscada. Esta parte do
casco pode ser queimada e pregada sem que o cavalo se magoe pois não possui nervos.
Tipos de Ferraduras:
O material geralmente utilizado nas ferraduras é o aço, no entanto podem ser feitas de outros
matérias: de alumínio (usadas nos cavalos de corrida dado que são mais leves); de plástico
aderente (para cavalos que não suportam os cravos). Existem também ferraduras ortopédicas ou
cirúrgicas utilizadas em casos de laminite e de doença do navicular.
As ferraduras de metal são mantidas no lugar por placas triangulares – os arpões. Nas ferraduras
das mãos é utilizado um único arpão no meio à frente; as dos pés têm dois nos quartos. Os arpões
dos quartos evitam que a ferradura se desloque para os lados, permitindo que o ferrador corte
mais o casco à frente e recue um pouco a ferradura no casco; isto evita que o cavalo bata com o pé
na mão do mesmo lado.
Pitons ou Rompões:
Os pitons são colocados nas ferraduras para dar uma maior aderência. São enroscados em
buracos que são feitos nos talões das ferraduras podendo ter várias formas: em bico para um piso
duro e, para piso mole forma quadrada. Quando o cavalo não está a trabalhar, os pitons devem
ser retirados e os orifícios devem ser preenchidos com um tampão próprio ou com algodão.
Selas e Estribos
As primeiras Selas, serviram de modelo para as contemporâneas, foram feitas nos primeiros anos
da era cristã por uma tribo nómada da zona do mar negro e eram feitas com armação de
madeira. Agora são utilizadas tiras de madeira mas são reforçadas com placas de metal ou então
são substituídas por plástico.
Selas especiais:
São selas que são feitas com fim específico. Há selas para os saltos, que são cortadas rentes na
parte dianteira e mais leves; selas para adestramento, que tem um corte no suadouro, permitindo
alongar a correia dupla do estribo. Existem ainda selas para aulas, para percursos longos, para
shows e para corridas (pesam cerca de 450gr).
Selas Western:
São selas que foram levadas para a América pelos espanhóis e que lá foram adaptadas às
necessidades dos cowboys. Estas selas pesam o dobro das inglesas mas podem ajustar-se a quase
todos os cavalos sem risco de magoá-lo, são confortáveis para percursos longos e tem espaço para
todos os objectos que os vaqueiros costumam trazer consigo.
Cabeçadas e Embocaduras
As cabeçadas são feitas de tiras de coro que são colocadas na cabeça do cavalo e servem para
segurar a embocadura – ferro usado na boca dos cavalos – de onde saem as rédeas. As
embocaduras podem ser dos cinco tipos seguintes:
Bridão(snaffle)
Tem vários tipos de fins, mas são mais usadas nos desportos hípicos. É leve e articulada no centro,
pressionando os cantos da boca;
Freio(bit)
É utilizado em cavalos de boca mais dura, pois é mais forte e possui hastes laterais com
comprimento variável, fazendo mais pressão quanto maior for as hastes, formando uma alavanca
mais forte com a barbela; obriga a montaria a baixar a cabeça pois actua sobre o palatino;
Pelham
Reúne as funções do freio e do bridão; é utilizada com quatro rédeas actuando as duas inferiores
como freio e as duas superiores como bridão, formando com a barbela uma alavanca;
Dupla Embocadura
Usa-se simultaneamente com o bridão e com o freio e com quatro rédeas. É utilizado
principalmente no adestramento;
Hack More
Actua fora da boca do cavalo fazendo pressão no nariz; é de metal e forma uma alavanca ligada a
barbela. O controlo do cavalo deve ser equilibrado sem movimentos bruscos, pois é um sistema
potencialmente severo. É usado principalmente no Oeste Americano.
Para aprender a montar, o fundamental para ser bem sucedido mantém-se, quer seja o seu
objectivo atravessar belas paisagens em passeios pelo campo, quer tenha sonhos de competir
internacionalmente: um óptimo professor, um cavalo adequado e um ambiente seguro. Perante a
vontade de aprender, aspectos como a idade e a existência de uma deficiência são aspectos
irrelevantes, devendo, neste último caso, existir um aconselhamento médico e procura de uma
escola e um professor qualificados.
Caso surja oportunidade de montar um cavalo ou um pónei de um amigo deve sempre adquirir
bases sólidas podendo, para além de fazer aulas de equitação, pedir conselhos aos seus amigos
com experiência na área e procurar em revistas de equitação as opções que lhe convém.
Encontrar uma boa escola de equitação que lhe dê estas bases não é difícil, por exemplo em
Inglaterra, a garantia de altos desempenhos é dada pelas escolas membros da Associação das
Escolas de Equitação Britânicas e a aprovação pela British Horse Society reconhecida
mundialmente; nos Estados Unidos, existe o Programa de Certificação do Instrutor de Equitação
Americano, embora, segundo a Federação Equestre Nacional dos Estados Unidos, existam só
instrutores que não cumpriram este programa.
• Cavalariças limpas;
As primeiras lições:
As primeiras aulas devem ser individuais, podendo mais tarde ter lições em grupo onde tirará
mais proveito e divertimento.
Provavelmente no inicio, sentir-se-á um pouco nervoso e surgir-lhe-ão questões tais como:
• Será que vou fazer figura de “parvo”?
Fazendo Progressos:
Ao longo da sua aprendizagem, não deve resistir ao deparar-se com obstáculos difíceis de
ultrapassar ou se não tiver uma evolução contínua, deve procurar o seu professor sempre que
algo o preocupa.
A etapa que sucede à aprendizagem das bases à guia é montar em escola num recinto fechado.
Geralmente este recinto tem à volta letras A, K, E, H, C, M, B e F, que não têm um significado
conhecido mas a frase em inglês “All King Ed ward´s Horses Can Manage Big Fences” é uma boa
mnemónica. Estas letras servem de ponto de referência ao fazer os círculos. Pode juntar-se a um
grupo para fazer aulas em campo aberto, após ter conseguido andar a passo, trote e galope com
segurança. Isto vai ajudá-lo a ganhar confiança e também a aperceber-se que os cavalos se
tornam mais atentos ao que os rodeia nesse meio que em recinto fechado.
Observar cavaleiros mais experientes, (a trabalhar, em vídeo, em competição vai também ajudá-
lo pois vai ter uma noção visual da maneira correcta de montar podendo isso influenciá-lo.
Um Teste à Comunicação:
Segundo Paul Watzlawick, em 1904, o sonho de se estabelecer a comunicação entre homem e o
cavalo, tornou-se real, a noticia espalhou-se.
Hans, era um cavalo com o qual Wilhelm Von Osten estabeleceu comunicação. Ensinou-lhe
aritmética, a dizer as horas e a reconhecer pessoas através de fotografias.
Hans, batia com a pata no chão, para comunicar, Batia uma vez para o A e assim por diante.
O Cavalo foi submetido a várias experiências para se verificarem que não existiam truques na
comunicação, pois respondia sempre correctamente aos problemas que o seu dono lhe punha, e
passou a todos com distinção.
Mas foi mais tarde que Stumpt descobriu o seguinte:
O cavalo falhava sempre que a solução do problema que lhe era posto não era conhecida por
nenhum dos presentes. O cavalo também falhava quando lhe punham palas que o impediam de
ver as pessoas.
Daqui pode-se concluir que o cavalo ao longo do tempo deve ter aprendido a resolver problemas
e a prestar mais atenção, a responder ás mudanças de postura do seu dono. A recompensa era o
facto principal da motivação e atenção de Hans.
Conclusões:
O cavalo doméstico ocupou sempre um lugar importante na vida humana. Quando os cavalos
foram domesticados, é provável que desempenhassem dois papéis.
Os cavalos das florestas, mais lentos, eram provavelmente bestas de carga. Os cavalos das
planícies, mais velozes que um meio para deslocações rápidas.
Nos nossos dias, os cavalos já não são usados nas batalhas, os tractores substituíram-nos na
agricultura e o motor a diesel é o principal meio de transporte, mas os cavalos continuam a
merecer um grande estima. Desde que foram domesticados que os humanos os reproduziam
selectivamente de modo a satisfazerem necessidades especificas ou conceitos de beleza. Há agora
vários tipos diferentes de cavalos e um grande número de raças específicas reconhecidas
internacionalmente. Tal como no passado, os diferentes tipos de trabalho requerem diferentes
tipos de cavalos.
Tipos de Competição
Dressage
Atrelagem
Saltos de Obstáculos
Glossário
► Acima da mão: Evasão ao contacto, em que o cavalo levanta a cabeça e empurra o focinho
para a frente, forçando a mão do cavaleiro.
► Ajudas: Sinais usados pelo cavaleiro que indicam ao cavalo aquilo que deve fazer. (Ver
também ajudas naturais e ajudas artificiais).
► Ajudas artificiais: Objectos tais como chicotes, esporas e gamarras que são usadas pelo
cavaleiro para reforçar as indicações que dá ao cavalo.
► Ajudas naturais: indicações que são dadas ao cavalo apenas com as pernas, mãos, peso do
corpo e voz do cavaleiro.
► Albino: Um tipo de pelagem (não uma raça) que apresenta pelo branco puro, pele clara e olhos
translúcidos.
► Altura: A altura dos cavalos mede-se no garrote (base do pescoço, onde começa o dorso) que é
a parte mais alta do corpo do cavalo quando este baixa a cabeça e o pescoço.
► Amazona (montar à): Técnica de montar a cavalo com as duas pernas do lado esquerdo do
cavalo utilizada pelas senhoras no tempo em que se considerava deselegante que estas montassem
escarranchadas (com uma perna de cada lado). Pratica –se com uma sela especial e hoje em dia
constitui praticamente uma modalidade equestre ou uma arte.
► Amble: Uma andadura (não um andamento) lento a dois tempos em que os dois membros do
mesmo lado avançam ao mesmo tempo.
► Antemão: A parte do corpo do cavalo que está à frente do cavaleiro – cabeça, pescoço,
espáduas e membros anteriores.
► Ante-olhos: Um par de peças de cabedal que se fixam na cabeçada e que limitam o campo de
visão do cavalo obrigando-o a olhar sempre em frente.
► Ares acima do chão: Movimentos de alta escola em que o cavalo levanta os membros
anteriores do chão ou os anteriores e os posteriores (ver balotada, cabriola, corneta, garupado,
levada).
► Arreios: Conjunto dos aparelhos que se colocam sobre o cavalo e que permite ao cavaleiro
utilizá-lo com conforto e segurança.
► Assentadura: Ferida provocada pela fricção dos arreios com a pele do cavalo.
► Atrás da mão: Evasão ao contacto, em que o cavalo coloca o changro atrás da vertical.
► Baio: Cavalo de pele escura com pelo que pode ir do castanho até ao amarelo ou amarelo-
torrado, com a crina e a cauda pretas, os membros pretos da articulação média para baixo e um
risco preto que vai do garrote (onde termina a crina) até ao nascer da cauda.
► Balotado: Ar de escola, em que o cavalo recua colocando as pernas debaixo da massa e depois
volta para a frente com as pernas recolhidas antes de se receber com os quatro membros no chão
ao mesmo tempo.
► Barbela: uma corrente de metal que se prende unindo as duas cambas do freio por trás do
queixo do cavalo e que fazem o efeito de alavanca pretendido neste tipo de embucadora.
► Barras: Obstáculo construído com pranchas de madeira em vez de varas cilíndricas (cada
prancha tem uma largura de cerca de 30cm).
► Bigorna: Bloco de ferro pesado com a face superior lisa, onde o ferrador (jurreiro) molda as
ferraduras que irá colocar nos cavalos.
► Bridão: A mais antiga e mais simples embocadura que consiste num bocado articulado com
uma argola em cada extremidade onde se fixam tanto as faceiras como as rédeas.
► Bronco Riding: Uma das provas dos rodeos. A única peça do arreio que se coloca no cavalo é
uma tira de cabedal que se aperta pelo meio, de onde sai uma pega para a mão do cavaleiro.
► Brussa: Uma escova compacta de pelos muito curtos que se usa para retirar o pó debaixo do
pelo do cavalo e para massajar a pele.
► Cabeçada de manjedoura: Cabeçada sem embocadura que se serve para prender o cavalo à
manjedoura ou a qualquer argola ou para o conduzir a mão.
► Cabeçada sem embocadura: Qualquer uma da variedade de cabeçadas sem embocadura, com
a qual o controlo é conseguido através de pressão sobre o changro e o queixo do cavalo e não
dentro da boca.
► Cabeção de passar à guia: Semelhante a uma cabeçada de mangedoura mas com três argolas
na focinheira, que permitem colocar a guia em três posições diferentes.
► Cabriola: Um ar alto em que o cavalo recua com os posteriores bem situados debaixo da massa
e depois salta para cima e para a frente ao mesmo tempo que dá um coice para trás com os dois
membros posteriores antes de se receber com os quatro membros ao mesmo tempo bem reunidos.
► Camas: Podem ser feitas de palha, aparas, papel cortado, e servem para recobrir o chão do
local onde o cavalo dorme, para proteger quando se deita e para manter aquecido.
► Canesson: Tipo de focinheira mais simples de todas (veja também cabeção de passar a guia).
► Cangocha: Um salto para o ar dado pelo cavalo – normalmente com intenção de se livrar do
cavaleiro no qual o cavalo arqueia o dorso e se recebe com as mãos hirtas e a cabeça muito baixa.
► Cardoa: Escova de pelos longos que serve para libertar o pelo do cavalo de sujidade mais
superficial.
► Castrado: Cavalo (macho) que foi castrado. Constitui a maior percentagem de cavalos usados
em desporto. Os outros são inteiros (garanhões) e as éguas.
► Cavalletti (cavaletes): Série de varas a uma altura pequena do chão (25 a 30 cm) que obrigam
o cavalo a abrir e elevar as passadas aprendendo a andar de forma mais equilibrada e
impulsionado ao mesmo tempo que exercita melhor os músculos.
► Cavalo de completo: Cavalo que compete ou que é capaz de competir nas três fazes do
concurso completo de equitação.
► Cavalo na mão: Cavalo que se desloca com impulsão, sem no entanto perder posição correcta
do pescoço e da cabeça, sem forçar ou evitar o contacto com as mãos do cavaleiro (através das
rédeas e da embocadura).
► Chakka: Um dos períodos em que se divide um jogo de pólo (veja também Pólo).
► Chefe de equipa: O dirigente desportivo que é responsável tanto dentro como fora da pista por
tudo o que diz respeito aos cavaleiros de uma equipa nacional quando representa o seu país no
estrangeiro.
► Cilha: Faixa de cabedal ou nylon com fivelas nas duas extremidades que serve para segurar a
sela sobre o dorso do cavalo apertando-o por baixo da barriga.
► Cirgola: Tira de cabedal que faz parte da cabeçada e que aperta por baixo do pescoço do
cavalo, na zona da garganta. Não se deve apertar muito.
► Cólica: Dor abdominal aguda, normalmente requer cuidados veterinários; é muitas vezes
sintoma de flatulência ou obstrução dos intestinos por comida não digerida ou fezes. Se não for
tratado pode levar à morte do cavalo.
► Concurso completo de equitação: Uma modalidade desportiva equestre que se compõe em três
fases: ensino (dressage), cross-country e concurso de obstáculos e que se prolonga por um período
que pode ir de um a três dias.
► Consanguinidade: Acasalamento entre cavalos com laços de parentesco, feito com o intuito de
apurar algumas qualidades comuns àqueles cavalos que são difíceis de encontrar noutros
indivíduos ou noutras raças.
► Contacto: A ligação entre as mãos do cavaleiro e a boca do cavalo estabelecido através das
rédeas.
► Contra-relógio: Nos concursos hípicos, há provas que são disputadas ao cronómetro e outras
que o são apenas para efeitos de desempate, na “barrage”.
► Corrida de barris: Corrida à volta de barris ou bidons, muito popular na Austrália e nos
Estados Unidos.
► Corveta: Um ar alto em que o cavalo recua até levantar os membros anteriores do chão e
depois salta várias vezes diante sobre os posteriores.
► Croupade (garupada): Um ar alto em que o cavalo recua e depois salta para o ar com os
posteriores debaixo da barriga.
► Desbaste: O início do treino ou ensino de um cavalo novo, para qualquer fim (o desbaste é
sempre igual, não importa para que modalidade o cavalo vai servir).
► Dorso (frio): Quando um cavalo reage à colocação do arreio sobre o dorso, quando ainda não
fez o aquecimento, ainda não começou a trabalhar.
► Dorso (selado): Frequente nos cavalos velhos, em que o dorso apresenta uma concavidade
entre o garrote e a garupa.
► Embarrancado: Descrição do cavalo que se espoja dentro da boxe e que depois não se consegue
levantar.
► Embocadura: Um aparelho normalmente de metal ou de borracha que se coloca na boca do
cavalo (sobre a língua) para regular a posição da sua cabeça e para ajudar a controlar o
andamento e a direcção. A embocadura é manipulada através das rédeas.
► Equilíbrio: Quando o cavalo se desloca de modo correcto e eficiente, e suporta bem o seu peso
e do cavaleiro sobre os membros.
► Espádua adentro: Movimento da Dressage, muito útil no ensino dos cavalos, que consiste em
fazer andar ao longo da parede do picadeiro com as espáduas numa pista interior e a garupa na
pista exterior.
► Espora: Peças de metal que se colocam nos calcanhares dos cavaleiros e que têm uma
protuberância a que se chama para que toca o cavalo de modo mais acutilante que o calcanhar
nú.
► Estribo: Peça de metal com a forma de uma argola alongada que serve para o cavaleiro
colocar os pés para se apoiar quando monta o cavalo.
► Faceira: A tira de cabedal da cabeçada que está ligada à argola do bridão numa ponta e à
cachaceira no outro ponto.
► Fazer a cama: Colocar o material que é composto a cama do cavalo, na sua boxe ou baia.
► FEI: Federation Équestre Internationale (em francês no original). Órgão que gere todos os
desportos equestres no mundo, fundado em 1921 pelo Comandante G. Hector, em França; a sua
sede fica em Bruxelas. Regulamenta o condutor das três modalidades olímpicas – obstáculos,
completo e ensino – assim como as competições internacionais de atrelagens. Todas as federações
dos países onde se pratica desporto a cavalo são obrigadas a acatar os regulamentos da FEI e
adaptá-los à realidade equestre do país, em competições nacionais e a cumpri-lo à risca, em
competições internacionais.
► Feno: Erva cortada e seca que serve de alimento aos cavalos que não têm acesso à pastagem.
► Ferradura: Peça de metal moldada de forma a assentar perfeitamente sob os cascos e que ai é
pregada e que serve para proteger e para aumentar a aderência do cavalo ao chão.
► Ferro de cascos: Ferramenta de limpeza usada para retirar a sujidade que fica compactada
dentro da cavidade do casco do cavalo.
► Freio: Tipo de embucadura usada em conjunto com o bridão que consiste em duas cambas
laterais e o bocado inteiro, ligeiramente levantado no meio, formando o que se chama o montado.
► Gamarra: Instrumento utilizado para limitar a altura a que o cavalo levanta a cabeça. Pode
ser fixa (da cilha até à focinheira) ou de argolas (da cilha às rédeas, com uma biforcação de onde
parte uma tira na direcção de cada rédea onde prendem com argolas de metal).
► Garrote: Zona na base do pescoço do cavalo, sobre as espáduas que corresponde ao ponto mais
alto do cavalo corpo do cavalo quando este tem o pescoço descido.
► Gincana: Jogos executados a cavalo, utilizados como meio de ensino de crianças que ainda não
têm idade ou técnica suficiente para praticar desportos federados.
► Laminite (aguamento): Inflamação muito dolorosa dos tecidos moles (lâminas) no interior dos
cascos do cavalo.
► Lazão: Um cavalo com a pelagem de um castanho que pode ir do dourado ao vermelho escuro,
com as crinas da mesma cor, mais claras ou mais escuras mas nunca pretas.
► Levada: Ar alto em que o cavalo situa os posteriores bem debaixo da massa e depois eleva os
anteriores e consegue ficar imóvel nessa posição durante alguns segundos.
► Luva de crina: Instrumento de limpeza utilizado para dar brilho ao pelo do cavalo e que é feito
de crinas de cavalos ou de palha.
► Obstáculos: Podem ser verticais (um só plano) ou largos (dois ou três planos) que se dividem
em rias e tríplice de varas.
► Parede de casco: Parte do casco que é visível quando o cavalo o tem assente no chão. Está
dividido em pinça (à frente), quartos (dos lados) e talão (atrás).
► Passage: Um dos ares de escola (clássicos). Trote lento e cadenciado com um tempo de
suspensão maior do que o habitual em que o cavalo eleva mais os membros do que a trote normal.
► Passar à guia: Meio de trabalhar o cavalo a pé, num círculo usando uma corda comprida
(guia).
► Peitoral: Uma peça de arreio que serve para impedir que o arreio escorregue para trás sobre o
dorso do cavalo. Prende-se ás argolas à frente do arreio e passa sobre as espáduas e por entre os
membros anteriores e aperta na cilha.
► Pelham: Embocadura concebida para acumular o efeito de um freio e um bridão numa peça
única. Pode ser utilizada com quatro ou apenas duas rédeas mas neste caso as duas argolas de
cada lado estão unidas por um francelete de cabedal.
► Pente de crina: Pente de metal pequeno e com dentes longos que serve para pentear as crinas
(crina e cauda) do cavalo.
► Pironette (pirueta): Volta (semi círculo ou círculo completo) a galope ou a passo em que o
cavalo levanta e pousa o posterior de dentro sempre no mesmo sítio.
► Pólo: Jogo semelhante ao Hockey, disputado a cavalo por duas equipas de quatro cavaleiros.
Remonta ao não de 521 a.C.
► Poney: Cavalo que no estado adulto não mede mais de 1,48m ao garrote.
► Preto: Cavalo de pelagem preta, crina e cauda pretas, sem mais nenhuma cor presente (à
excepção de marcas brancas na cabeça e/ou nos membros).
► Protecções: Aparelhos utilizados para proteger os membros dos cavalos, principalmente dos
choques entre membros, com obstáculos ou em quedas.
► Rabicheira: Pela de arreio que se prende atrás da sela e que passa debaixo da cauda do cavalo
para impedir que a sela escorregue para a frente.
► Raspadeira: Lâmina de metal que serve para raspar o pelo do cavalo quando está molhado
para fazer sair a água em excesso e ajudar a secar o cavalo mais depressa.
► Rédeas: Longas tiras de cabedal presas às argolas da embocadura e que servem para o
cavaleiro dirigir o cavalo.
► Rédeas Longas: Método de trabalho de um cavalo em que o cavaleiro o pode conduzir sem
estar montado nele, podendo ir a pé ou montado noutro cavalo, atrás do que vai a conduzir.
► Ruço: Cavalo de pelagem originalmente escura (preta, lazã ou baia), interpolado de pelos
brancos que ganham terreno com o avançar da idade, tornando o cavalo totalmente branco a
partir de certa altura.
► Sangue: O sangue contido no corpo do cavalo representa aproximadamente 1/18 do seu peso
corporal total.
► Sela: Assento para o cavaleiro. Coloca-se sobre o dorso do cavalo e pode ter vários modelos,
conforme a modalidade a que se destina.
► Sobrecana: Tara dura; excrescência óssea que se forma junto dos ossos longos das canelas e
que se calha situarem-se por baixo de um tendão podem provocar tendinites e claudicações no
cavalo.
► Sobrecilha: Cilha muito comprida que envolve cavalo e arreio, usada principalmente nas
corridas.
► Steeplechase: Corrida com uma distância específica em que os cavalos têm que saltar um
determinado número de obstáculos.
► Testeira: Peça da cabeçada que fica na testa do cavalo pela frente das orelhas.
► Tétano: Doença infecciosa, frequentemente fatal causada por um bacilo que vive na terra e que
penetra no corpo do cavalo através das feridas.
► Tusquiar: Usar máquinas de tusquia para cortar o pelo ao cavalo durante os meses mais frios,
para evitar que este sue demasiado devido ao pelo de Inverno muito espesso.
► Vala de água: Nos concursos de obstáculos, obstáculo que consiste numa vala contendo água e
que tem uma largura de 4,2 m e que pode ir até 4,8 m.
Oração do Cavaleiro
Oração do Cavalo
(Autor desconhecido)
Dono meu:
Dá me, frequentemente, de comer e beber,
e, quando tenhas terminado de trabalhar-
me, dá me uma cama na qual eu possa
descansar comodamente.
Examina todos os dias os meus pés e limpa
meu pelo. Quando eu recusar a forragem,
examina meus dentes e minha boca, porque bem pode ser que eu tenha um problema que me
impeça de comer.
Fala-me; tua voz é sempre mais eficaz e mais conveniente para mim, que o chicote, que as rédeas
e que as esporas.
Acaricia-me, frequentemente para que eu possa compreender-te, querer-te e servir-te, da melhor
maneira e de acordo com os teus desejos.
Não corte o meu rabo muito curto, privando-me do melhor meio que tenho para espantar as
moscas e insertos.
Não me batas violentamente e nem dês golpes violentos nas rédeas, pois, se não obedeço, como
queres, é porque ou não te compreendo ou porque estou mal encilhado, como freio mal colocado,
com alguma coisa nos meus pés ou no meu ombro que me causam dor.
Se eu me assustar, não deves bater-me, sem saberes a causa disso, pois bem pode ser o defeito de
minha vista ou um proverbial aviso para ti.
Não me obrigues a andar muito depressa em subidas, descidas, estradas empedradas ou
escorregadias.
Não permaneças montado sem necessidade, pois prefiro marchar, do que ficar parado com uma
sobrecarga sobre o dorso.
Quando cair, tenha paciência comigo e ajuda-me a levantar, pois, faço quanto posso para não cair
e não causar-te desgosto algum.
Se tropeçar, não deves por a culpa para cima de mim, aumentando minha dor e a impressão de
perigo com tuas chicotadas; isso só servirá para aumentar meu medo e minha má vontade.
Procura defender-me da tortura do freio, não no trabalho, mas quando esteja em descanso, e
cobre-me com a manta ou com uma capa apropriada.
Enfim meu dono, quando a velhice me tornar inútil, não esqueça o serviço que te prestei,
obrigando-me a morrer de dor e privações sob o jogo de um dono cruel ou nos varais de uma
carroça, se não puderes manter-me, ou mandar-me para o campo, mata-me com tuas próprias
mãos, sem me fazer sofrer.
Eis tudo o que eu te peço, em nome daquele que quis nascer numa baia, minha morada e não num
palácio, tua casa.
Fados
Nuno da Câmara Pereira (Cavalo Ruço)