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vi ¡ Química Tecnológica
Estudo Material
da Combustão
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4 ¡ Química Tecnológica
C + O2 → CO2
1 O →HO
H2 + __ 2 2
2
Os elementos químicos que entram na composição da maioria dos com-
bustíveis são: carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e enxofre. A quali-
dade do combustível é dada pelos elementos carbono (C) e hidrogênio (H);
o enxofre (S), apesar de combustível, é indesejável, como será visto a seguir; o
oxigênio (O) diminui a quantidade unitária de calor desprendida, pois é
considerado como já combinado com o hidrogênio; o nitrogênio (N) também
não é desejável, pois não apresenta, no campo da combustão industrial, reação
com oxigênio com liberação de calor.
Para que um material possa ser considerado industrialmente “com-
bustível”, são necessários os seguintes requisitos técnicos e econômicos:
1 – facilidade de uso;
2 – não formação, durante a combustão, de substâncias tóxicas ou
corrosivas;
3 – obtenção fácil;
4 – baixo custo de produção;
5 – segurança no armazenamento e no transporte.
Combustível → COMBUSTÃO
C + O2 → CO2
1 O → H O2
H2 + __ → Gases residuais
2 2
Comburente → 2 (ou fumos)
↓
Cinzas
Capítulo 1 – Estudo Material da Combustão ¡ 5
1.3 COMBURENTE
Uma reação de combustão é uma reação de óxido-redução, sendo o com-
bustível o “redutor” e o oxigênio o “oxidante”. A oxidação do redutor, ou
combustível, dá-se à custa do oxidante ou oxigênio. A substância à custa da
qual se dá a combustão, que normalmente é o oxigênio, denomina-se “combu-
rente”. A fonte de oxigênio é naturalmente o “ar atmosférico”, cuja compo-
sição percentual “em volume” ou “em moles (moléculas-grama)” é a seguinte:
Nitrogênio 78,03%
Oxigênio 20,99%
Argônio 0,94%
Dióxido de carbono 0,03%
Hidrogênio 0,01%
Neônio 0,00123%
Hélio 0,0004%
Criptônio 0,00005%
Xenônio 0,000006%
de CO2, que pode ser determinada pelo “aparelho de Orsat” com aproxi-
mação e rapidez suficientes.
Os “gases residuais” ou “fumos” apresentam normalmente tempera-
tura elevada, dispondo, portanto, de uma quantidade de calor ainda uti-
lizável, denominada “calor sensível” dos fumos. “Calor latente” dos fumos
é a quantidade de calor que ainda pode ser liberada dos fumos pela com-
bustão de substâncias combustíveis neles existentes (CO, hidrocarbonetos
não queimados, por exemplo).
1.5 CINZAS
“Cinzas” são os resíduos sólidos da combustão de um combustível sólido.
As cinzas de um carvão mineral podem ser “intrínsecas” ou “acidentais”. As
“intrínsecas” são constituídas pela matéria mineral procedente do vegetal
que originou o carvão mineral. A matéria “acidental” é constituída por argila
ou outra matéria inorgânica depositada juntamente com o carvão. As “cin-
zas” são formadas pelo resíduo inorgânico que permanece após a com-
bustão do carvão mineral e não apresentam a mesma composição química
da matéria original. A matéria mineral do carvão consiste principalmente de
silicatos hidratados de alumínio, “piritas” de ferro (FeS2), carbonatos de cálcio
e magnésio, cloretos alcalinos e outros compostos inorgânicos em quanti-
dades diminutas. Quando o carvão é queimado, a matéria mineral decom-
põe-se ou se transforma, produzindo óxidos e pequenas quantidades de
sulfatos. O peso de cinza é menor do que o peso da matéria mineral origi-
nal do carvão.
É preferível que o carvão mineral apresente uma certa quantidade
de cinzas, pois elas servem para proteger as barras de aço da grelha de com-
bustão, a menos que sua temperatura de fusão seja muito baixa. Cinzas
com baixo ponto de fusão formarão aglomerados e, em casos extremos,
podem fundir completamente e combinar-se com o material da grelha. As
cinzas de alto ponto de fusão são as que apresentam um ponto de amole-
cimento acima de 1.400 ºC; se a temperatura em que se fundem oscila
entre 1.200 ºC e 1.400 ºC, terão um ponto de amolecimento médio e se for in-
ferior a 1.200 ºC, o ponto de fusão será baixo.
A porcentagem de cinza de um carvão mineral é facilmente determi-
nada efetuando-se a combustão completa de uma amostra do combustível.
8 ¡ Química Tecnológica
1.10 AR TEÓRICO
Denomina-se “ar teórico” a quantidade de ar que contenha a quantidade
de “oxigênio teórico”. Sabendo-se que a porcentagem de oxigênio no ar é de
21% em volume ou em moles, a quantidade de “ar teórico” pode ser deter-
minada pela proporção:
100 litros (ou moles) de ar → 21 litros (moles) de O2
Volume (ou moles) de ar teórico → Volume (ou moles) de O2 teórico.
Capítulo 1 – Estudo Material da Combustão ¡ 13
Portanto,
V(O teórico) nO teórico
V(ar teórico) = __________ ou n(ar teórico) = __________
2 2
0,21 0,21
1.11 AR EM EXCESSO
Uma combustão completa não pode ser obtida na prática a menos que se
use uma quantidade de ar maior do que a teoricamente necessária.
Denomina-se “ar realmente usado” ou “ar real” a quantidade de ar efeti-
vamente empregada na combustão, que apresenta um acima da quantidade
teórica e que é denominada de “excesso de ar”. Pode-se, portanto, rela-
cionar essas quantidades pela expressão: