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MINISTÉRIO DO ESPORTE

GABINETE DO MINISTRO

CONSELHO NACIONAL DE ESPORTE

RESOLUÇÃO CNE Nº 01, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003

Aprova o Código Brasileiro de Justiça Desportiva

O Presidente do Conselho Nacional do Esporte, no uso de suas atribuições


regulamentares e,

Considerando o que dispõem o inciso VI do art. 11 da Lei nº 9.615, de 24 de


março de 1998, e o art. 42 da Lei nº 10.671, de 15 de maio de 2003;

Considerando a deliberação unânime do Conselho Nacional do Esporte, em


sessão do dia 22 de dezembro de 2003,

RESOLVE:

Art. 1º Fica aprovado o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, nos termos


do anexo desta Resolução, a que se submetem todas as competições desportivas que se
iniciarem após sua vigência.

Art; 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas


as disposições em contrário.

AGNELO QUEIROZ
Ministro de Estado do Esporte
Presidente do Conselho Nacional do Esporte

Publicada no D. O. U. – Seção I, de 24 de dezembro de 2003 ; Republicada, em parte, no D. O. U. –


Seção I, de 29 de dezembro de 2003
CÓDIGO
BRASILEIRO DE
JUSTIÇA
DESPORTIVA
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CÓDIGO BRASILEIRO DE JUSTIÇA DESPORTIVA

LIVRO I
DA JUSTIÇA DESPORTIVA

Título I – Da Organização da Justiça e do Processo Desportivo


Capítulo I – Da Organização da Justiça (arts. 1° a 8°).
Capítulo II - Do Presidente e do Vice-Presidente do STJD, dos Tribunais e das Comissões
Disciplinares (arts 9o e 10)
Capítulo III – Dos Auditores (arts. 11 a 20)
Capítulo IV – Da Procuradoria de Justiça Desportiva (arts 21 e 22)
Capítulo V – Da Secretaria (art. 23)
Título II – Da Jurisdição e da Competência
Capítulo I – Disposições Gerais (art. 24)
Capítulo II – Do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (art. 25)
Capítulo III – Da Comissão Disciplinar junto ao STJD (art. 26)
Capítulo IV – Dos Tribunais de Justiça Desportiva (art. 27)
Capítulo V – Da Comissão Disciplinar junto ao TJD (art. 28)
Capítulo VI – Dos Defensores (arts. 29 a 32)
Título III - Do Processo Desportivo
Capítulo I – Das Disposições Gerais (arts. 33 e 34)
Capítulo II – Da Suspensão Preventiva (art. 35)
Capítulo III – Dos Atos Processuais (arts. 36 a 41)
Capítulo IV – Dos Prazos (arts. 42 a 44)
Capítulo V – Das Comunicações dos Atos (arts. 45 a 51)
Capítulo VI – Das Nulidades (arts 52 a 54)
Capítulo VII – Da Intervenção de Terceiro (art. 55)
Capítulo VIII – Das Provas
Seção I - Das Disposições Gerais (arts.56 a 59)
Seção II - Do Depoimento Pessoal (art. 60)
Seção III - Da Prova Documental (art. 61)
Seção IV - Da Exibição de Documento ou Coisa (art. 62)
Seção V - Da Prova Testemunhal (arts. 63 e 64)
Seção VI - Dos Meios Audiovisuais (arts. 65 a 67)
Seção VII - Da Prova Pericial (arts. 68 e 69)
Seção VIII - Da Inspeção (arts. 70 e 71)
Capítulo IX – Do Registro e da Distribuição (art. 72)
Título IV – Do Processo Disciplinar
Capítulo I – Do Procedimento Sumário (arts. 73 a 79)
Capítulo II – Do Procedimento Especial
Seção I – Das Disposições Gerais (art. 80)
Seção II - Do Inquérito (arts. 81 a 83)
Seção III - Da Impugnação de Partida, Prova ou Equivalente em Cada Modalidade
ou de seu Resultado (arts. 84 a 87)
Seção IV - Do Mandado de Garantia (arts. 88 a 98)
Seção V - Da Reabilitação (art. 99 e 100)
Seção VI - Da Dopagem (art. 101 a 106)
Seção VII - Das Infrações Punidas com Eliminação (arts. 107 a 110)
Seção VIII – Da Suspensão, Desfiliação ou Desvinculação Aplicadas pelas
Entidades de Administração ou de Prática Desportiva (art. 111)
Seção IX – Da Revisão (arts. 112 a 118)
Seção X – Das Demais Medidas Admitidas no § 3o do artigo 9o (art. 119)
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Capítulo III – Da Sessão de Instrução e Julgamento (arts. 120 a 135)
Título V – Dos Recursos
Capítulo I – Das Disposições Gerais (arts. 136 a 142)
Capítulo II – Do Recurso Necessário (arts. 143 a 145)
Capítulo III – Do Recurso Voluntário (art. 146)
Capítulo IV – Dos Efeitos dos Recursos (art. 147)
Capítulo V – Do Julgamento dos Recursos (arts. 148 a 152)

LIVRO II
DAS MEDIDAS DISCIPLINARES

Título I – Das Disposições Gerais (arts. 153 a 155)


Título II – Da Infração (arts. 156 a 161)
Título III – Da Responsabilização pela Atitude Antidesportiva Praticada por
Menores de 14 (quatorze) anos (art. 162)
Título IV – Do Concurso de Pessoas (art. 163)
Título V – Da Extinção da Punibilidade (arts. 164 a 169)
Título VI – Das Penalidades
Capítulo I – Das Espécies de Penalidades (arts. 170 a 177)
Capítulo II – Da Aplicação da Penalidade (art. 178 a 184)
Título VII – Das Infrações das Pessoas
Capítulo I – Das Ofensas Físicas ( arts. 185 e 186)
Capítulo II – Das Ofensas Morais (arts. 187 a 189)
Título VIII – Das Infrações Referentes à Organização, à Administração do Desporto
e à Competição
Capítulo I – Das Infrações Referentes às Entidades de Administração, do Desporto, Órgãos
Públicos do Desporto e à Competição (arts. 190 a 215)
Capítulo II - Das Infrações Referentes às Entidades de Prática Desportiva (arts. 216 a 219)
Capítulo III - Das Infrações Referentes à Justiça Desportiva (arts. 220 a 231)
Capítulo IV – Das Infrações por Descumprimento de Obrigação (arts. 232 e 233)
Título IX – Das Infrações Contra a Moral Desportiva
Capítulo I – Das Falsidades (arts. 234 a 236)
Capítulo II – Da Corrupção, da Concussão e da Prevaricação (arts. 237 a 243)
Capítulo III – Das Infrações por Dopagem (arts. 244 a 249)
Capítulo IV – Das Infrações dos Atletas (arts. 250 a 258)
Capítulo V – Das Infrações dos Árbitros, Auxiliares e Delegados (arts. 259 a 273)
Capítulo VI – Das Infrações em Geral (arts. 274 a 280)
Título X – Das Disposições Gerais, Transitórias e Finais
Capítulo I – Das Disposições Gerais (arts. 281 a 284)
Capítulo II – Disposições Transitórias e Finais (arts. 285 a 286).
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LIVRO I
DA JUSTIÇA DESPORTIVA
TÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA E DO PROCESSO DESPORTIVO

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA

Art 1º A organização da Justiça Desportiva e o Processo Disciplinar, no que se


referem ao desporto de prática formal, regulam-se por este Código, a que ficam
submetidas, em todo o território nacional, as entidades compreendidas pelo Sistema
Nacional do Desporto e todas as pessoas físicas e jurídicas que lhes forem direta ou
indiretamente filiadas ou vinculadas.

Parágrafo único. Na aplicação do presente Código, será considerado o tratamento


diferenciado ao desporto de prática profissional e ao de prática não profissional, previsto
no inciso III do art. 217 da Constituição Federal.

Art. 2º. O presente Código observará os seguintes princípios:

I- ampla defesa;
II- celeridade;
III- contraditório;
IV- economia processual;
V- impessoalidade;
VI- independência;
VII- legalidade;
VIII- moralidade;
IX- motivação;
X- oficialidade;
XI- oralidade;
XII- proporcionalidade;
XIII- publicidade; e
XIV- razoabilidade.

Art 3º São órgãos da Justiça Desportiva, autônomos e independentes das entidades


de administração do desporto, com o custeio de seu funcionamento promovido na forma da
Lei:
I – o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), com a mesma jurisdição da
correspondente entidade nacional de administração do desporto;
II – os Tribunais de Justiça Desportiva (TJD), com a mesma jurisdição da
correspondente entidade regional de administração do desporto;
III – as Comissões Disciplinares (CD), colegiado de primeira instância dos órgãos
judicantes mencionados nos incisos I e II dispensável deste artigo.

Art 4º O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) compõe-se de 9 (nove)


membros, denominados auditores, sendo:
I– 2 (dois) indicados pela entidade nacional de administração do desporto;
II – 2 (dois) indicados pelas entidades de prática desportiva que participem da
principal competição da entidade Nacional de administração do Desporto;
III – 2 (dois) advogados indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil.
IV – 1 (um) representante dos árbitros, indicado pelo seu órgão de classe; e
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V– 2 (dois) representantes dos atletas, indicados pelo seu órgão de classe.

Art 5º Os Tribunais de Justiça Desportiva (TJD) compõem-se de 9 (nove)


membros, denominados Auditores, sendo:
I– 2 (dois) indicados pela entidade regional de administração de desporto;
II – 2 (dois) indicados pelas entidades de prática desportiva que participem da
principal competição da entidade regional de administração do desporto;
III – 2 (dois) advogados indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil, por
intermédio da seção correspondente à territorialidade;
IV – 1 (um) representante dos árbitros, indicados pelo seu órgão regional de
classe; e
V– 2 (dois) representantes dos atletas, indicados pelo seu órgão regional de
classe.

Art 6º Junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, para apreciação de


questões envolvendo competições interestaduais ou nacionais, e junto aos Tribunais de
Justiça Desportiva, funcionarão tantas Comissões Disciplinares quantas se fizerem
necessárias, compostas, cada uma, de cinco auditores que não pertençam aos referidos
órgãos judicantes e que por estes sejam indicados.

Art 7º Os órgãos judicantes só poderão deliberar e julgar com a maioria dos


auditores.

Art 8º Os órgãos enumerados no art. 3º serão dirigidos por um Presidente e um


Vice-Presidente, eleitos na forma da lei e do regimento interno.

CAPÍTULO II
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DESPORTIVA, DOS TRIBUNAIS E DAS COMISSÕES
DISCIPLINARES.

Art 9º São atribuições do Presidente do STJD ou do TJD, além das que lhes forem
conferidas por Lei ou Regimento Interno:
I- zelar pelo perfeito funcionamento da Justiça Desportiva e fazer cumprir suas
decisões;
II – ordenar a restauração de autos;
III – dar imediata ciência, por escrito, das vagas verificadas no Tribunal ao
presidente da entidade indicante;
IV – determinar sindicâncias e aplicar pena de advertência e suspensão aos seus
funcionários;
V – sortear ou designar os relatores dos processos;
VI – dar publicidade às decisões prolatadas;
VII – representar o respectivo órgão judicante nas solenidades e atos oficiais,
podendo delegar essa função a qualquer dos auditores;
VIII – designar dia e hora para as sessões ordinárias e extraordinárias e dirigir os
trabalhos;
IX – dar posse aos auditores do respectivo órgão judicante e de suas Comissões
Disciplinares, aos Procuradores e aos Secretários;
X– exigir da entidade de administração o ressarcimento das despesas correntes e
dos custos de funcionamento do Tribunal e prestar-lhe contas;
XI – acolher e processar os recursos voluntários e os necessários;
XII – conceder efeito suspensivo a qualquer recurso, em decisão fundamentada,
quando a simples devolução da matéria possa causar prejuízo irreparável ao
recorrente;
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XIII – conceder licença do exercício de suas funções aos auditores, inclusive aos
das Comissões Disciplinares, procuradores, secretários e demais auxiliares.

§ 1º Nas licenças dos auditores os órgãos que representam deverão indicar auditor
substituto para a composição do colegiado durante o período do afastamento.

§ 2º Compete ao Presidente da Comissão Disciplinar, além das atribuições que


forem definidas pelo regimento interno do órgão judicante (STJD e TJD), examinar os
requisitos de admissibilidade do recurso, encaminhando-o à instância superior.

§ 3ºO presidente do STJD ou do TJD, perante seus órgãos judicantes e dentro da


respectiva competência, em casos excepcionais e no interesse do desporto, em ato
fundamentado, poderá permitir o ajuizamento de qualquer medida não prevista neste
Código, desde que requerida no prazo de 5 (cinco) dias contados da decisão, do ato, do
despacho ou da inequívoca ciência do fato, podendo conceder efeito suspensivo ou liminar
quando houver fundado receio de dano irreparável.

Art 10 Compete ao Vice-Presidente:


I– substituir o Presidente nos impedimentos eventuais e definitivamente
quando da vacância;
II – representar o órgão judicante a que pertença nas solenidades e atos oficiais,
quando delegada essa função;
III – exercer as funções de Corregedor, na forma que dispuser o regimento
interno.

CAPÍTULO III
DOS AUDITORES

Art 11 Os auditores dos órgãos judicantes serão empossados na conformidade do


que dispuser o respectivo regimento interno de cada órgão.

Art. 12. O mandato dos auditores da Justiça Desportiva terá duração prevista em
lei.

Art 13 A antigüidade dos auditores conta-se da data da posse; quando a posse


houver ocorrido na mesma data, considera-se mais antigo o auditor que tiver maior número
de mandatos; se persistir o empate, considera-se mais antigo o auditor mais idoso.

Art 14 Ocorre vacância do cargo de auditor:


I– pela morte ou renúncia;
II – pela condenação passada em julgado, na Justiça Desportiva, ou na Justiça
Comum, quando importar incapacidade moral do agente;
III – pelo não comparecimento a 3 (três) sessões consecutivas ou 5 (cinco)
intercaladas, salvo justo motivo, assim considerado pelo Tribunal;
IV – por declaração de incompatibilidade, decidida por 2/3 (dois terços) dos
auditores.

Art 15 Ocorrendo a vacância do cargo de auditor, o Presidente do órgão judicante


(STJD ou TJD) fará imediata comunicação da ocorrência ao órgão indicante competente
para preenchê-la.

Parágrafo único – Se, decorridos 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, o


órgão indicante competente não houver preenchido a vaga, o respectivo órgão judicante
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(STJD ou TJD) designará substituto para ocupar, interinamente, o cargo até a efetiva
indicação.

Art 16 Respeitadas as exceções da lei, é vedado o exercício de função na Justiça


Desportiva:
a) aos membros do Conselho Nacional do Esporte;
b) aos dirigentes das entidades de administração do desporto;
c) aos dirigentes das entidades de prática do desporto.

Art 17 Não podem integrar o mesmo órgão judicante auditores que tenham
parentesco na linha ascendente ou descendente, nem auditor que seja cônjuge, irmão,
cunhado durante o cunhado, tio, sobrinho, sogro, padrasto ou enteado de outro auditor.

Art 18 O auditor fica impedido de intervir no processo:


I– quando for credor, devedor, avalista, fiador, sócio, patrão ou empregado,
direta ou indiretamente, de qualquer das partes;
II – quando se houver manifestado, previamente, sobre fato concreto do objeto
da causa em julgamento.

§1º – Os impedimentos a que se refere este artigo devem ser declarados pelo
próprio auditor tão logo tome conhecimento do processo; se não o fizer, podem as partes
ou a Procuradoria argüi-los na primeira oportunidade em que se manifestarem no processo.

§2º – Argüido o impedimento, decidirá o respectivo órgão judicante (STJD, TJD ou


a CD) em caráter irrecorrível.

Art 19 Compete ao auditor, além das atribuições conferidas por este Código e pelo
respectivo regimento interno:
I– comparecer, obrigatoriamente, às sessões e audiências com a antecedência
mínima de 20 (vinte) minutos, quando regularmente convocado;
II – empenhar-se no sentido da estrita observância das leis, do contido neste
Código e zelar pelo prestígio das instituições desportivas;
III – manifestar-se rigorosamente dentro dos prazos processuais;
IV – representar contra qualquer irregularidade, infração disciplinar ou sobre
fatos ocorridos nas competições dos quais tenha tido conhecimento;
V– apreciar, livremente, a prova dos autos, tendo em vista, sobretudo, o
interesse do desporto, fundamentando, obrigatoriamente, a sua decisão;
VI – devolver à Secretaria, em até 48 (quarenta e oito) horas antes da sessão de
julgamento, qualquer processo que tenha em seu poder e que esteja incluído
em pauta.

Art 20 O auditor tem livre acesso a todas as dependências do local, seja público ou
particular, onde esteja sendo realizada qualquer competição da modalidade do órgão
judicante a que pertença, devendo ser-lhe reservado assento em setor designado para as
autoridades desportivas ou não.

Parágrafo único – O descumprimento do previsto no caput deste artigo deverá ser


imediatamente comunicado ao Presidente do STJD, que poderá interditar, liminarmente, o
local para a prática de qualquer atividade relativa à respectiva modalidade, intimando a
entidade nacional de administração do Desporto para que, incontinenti, tome as medidas
necessárias ao cumprimento da decisão, sob pena de suspensão até que o faça.
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CAPÍTULO IV
DA PROCURADORIA DA JUSTIÇA DESPORTIVA

Art. 21. A Procuradoria da Justiça Desportiva é exercida, no mínimo, por dois


procuradores, nomeados pelo respectivo órgão judicante (STJD ou TJD), com mandato
idêntico ao estabelecido para os auditores, aos quais compete:

I– oferecer denúncia, nos casos previstos em lei;


II – dar parecer nos processos de competência do órgão judicante ao qual esteja
vinculado;
III – exercer as atribuições que lhes forem conferidas pela legislação desportiva;
IV – interpor os recursos previstos em lei.

Art. 22. Aplicam-se aos procuradores o disposto no artigo 20, e no que couber, as
incompatibilidades e impedimentos impostos aos auditores, assim declarados pelo
respectivo órgão judicante, na forma do inciso IV do artigo 14.

CAPÍTULO V
DA SECRETARIA

Art 23 As atribuições da Secretaria, além das estabelecidas neste Código, serão


previstas no Regimento Interno do respectivo órgão judicante.

TÍTULO II
DA JURISDIÇÃO E DA COMPETÊNCIA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art 24 Os órgãos da Justiça Desportiva, nos limites da jurisdição territorial de cada


entidade de administração do desporto e da respectiva modalidade, têm competência para
processar e julgar matérias referentes às infrações disciplinares e competições desportivas,
praticadas por pessoas físicas ou jurídicas mencionadas no artigo 1o.

CAPÍTULO II
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA

Art 25 Compete ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD):


I– Processar e julgar, originariamente:
a) seus auditores, os de suas Comissões Disciplinares e os procuradores;
b) os litígios entre entidades regionais de administração do desporto;
c) os membros de poderes e órgãos da entidade nacional de administração do
desporto;
d) os mandados de garantia contra atos dos poderes das entidades nacionais de
administração do desporto e outras autoridades desportivas;
e) a revisão de suas próprias decisões e as de suas Comissões Disciplinares;
f) os pedidos de reabilitação;
g) os conflitos de competência entre Tribunais de Justiça Desportiva;

II – Julgar, em grau de recurso:


a) as decisões de suas Comissões Disciplinares (CD) e dos Tribunais de
Justiça Desportiva (TJD);
b) os atos e despachos do Presidente do Tribunal;
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c) as penalidades aplicadas pelas entidades nacional de administração do
desporto e de prática desportiva, que lhe sejam filiadas, que imponham
sanção administrativa de suspensão, desfiliação ou desvinculação.
III – declarar os impedimentos e incompatibilidades de seus auditores e
procuradores;
IV – criar Comissões Disciplinares, indicar seus auditores, destituí-los e
declarar a incompatibilidade;
V– instaurar inquéritos;
VI – estabelecer súmulas de sua jurisprudência predominante;
VII – requisitar ou solicitar informações para esclarecimento de matéria
submetida a sua apreciação;
VIII – expedir instruções aos Tribunais de Justiça Desportiva e às Comissões
Disciplinares;
IX – elaborar e aprovar o seu regimento interno;
X– declarar a vacância do cargo de seus auditores e procuradores;
XI – deliberar sobre casos omissos.

Parágrafo único – A súmula dos julgados será estabelecida por 2/3 (dois terços) dos
auditores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

CAPÍTULO III
DA COMISSÃO DISCIPLINAR JUNTO AO STJD

Art 26 Compete às Comissões Disciplinares junto ao STJD:


I – Processar e julgar as ocorrências em competições interestaduais
promovidas, organizadas ou autorizadas por entidade nacional de
administração do desporto e em competições internacionais amistosas;
II – declarar os impedimentos de seus auditores.

CAPÍTULO IV
DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DESPORTIVA

Art 27 Compete aos Tribunais de Justiça Desportiva – TJD:


I – processar e julgar, originariamente:
a) os seus auditores, os de suas Comissões Disciplinares e procuradores;
b) os mandados de garantia contra atos dos poderes das entidades regionais de
administração do desporto;
c) os dirigentes da entidade regional de administração do desporto e das
entidades de prática desportiva;
d) a revisão de suas próprias decisões e as de suas Comissões Disciplinares;
e) os pedidos de reabilitação.
II – julgar em grau de recurso:
a) as decisões de suas Comissões Disciplinares (CD);
b) os atos e despachos do presidente do Tribunal;
c) as penalidades aplicadas pela entidade regional de administração do
desporto e de prática desportiva que imponham sanção administrativa de
suspensão, desfiliação ou desvinculação.
III – Declarar os impedimentos e incompatibilidades de seus auditores e
procuradores;
IV – Criar Comissões Disciplinares e indicar-lhes os auditores, podendo instituí-
las para que funcionem junto às ligas constituídas na forma da legislação
anterior;
V – Declarar a incompatibilidade dos auditores das Comissões Disciplinares;
VI – Instaurar inquéritos;
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VII – Requisitar ou solicitar informações para esclarecimento de matéria
submetida a sua apreciação;
VIII –Elaborar e aprovar o seu Regimento Interno;
IX – Deliberar sobre casos omissos.

CAPÍTULO V
DA COMISSÃO DISCIPLINAR JUNTO AO TJD

Art 28 Compete às Comissões Disciplinares (CD) junto ao TJD, processar e julgar


as infrações disciplinares praticadas em competições por pessoas físicas ou jurídicas, direta
ou indiretamente subordinadas às entidades regionais de administração do desporto e de
prática desportiva, e declarar os impedimentos de seus auditores.

CAPÍTULO VI
DOS DEFENSORES

Art 29 Qualquer pessoa maior e capaz poderá funcionar como defensor, observados
os impedimentos legais.

Art 30 A declaração formalizada pela parte habilita o defensor a intervir no


processo, até o final e em qualquer grau de jurisdição, podendo as entidades de
administração do desporto e de prática desportiva credenciar defensores para atuar em seu
favor, de seus dirigentes, atletas e outras pessoas que lhes forem subordinadas, salvo
quando colidentes os interesses.

Parágrafo único – Ainda que não colidentes os interesses, é lícita a qualquer das
pessoas mencionadas neste artigo a nomeação de outro defensor.

Art 31 O menor de 18 (dezoito) anos que não tiver defensor será defendido por
pessoa designada pelo Presidente do órgão judicante.

Art 32 Os presidentes do STJD e do TJD poderão nomear pessoas maiores e


capazes para o exercício da função de defensor dativo.

TÍTULO III
DO PROCESSO DESPORTIVO

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art 33 O processo desportivo, instrumento pelo qual os órgãos judicantes aplicam o


direito desportivo aos casos concretos, será iniciado na forma prevista neste Código e será
desenvolvido por impulso oficial.

Art 34 O processo desportivo observará os procedimentos sumário ou especial,


regendo-se ambos pelas disposições que lhes são próprias e aplicando-se-lhes,
obrigatoriamente, os princípios gerais de direito.

§ 1º O procedimento sumário aplica-se aos processos disciplinares.

§ 2º O procedimento especial aplica-se aos processos de:


I- inquérito;
II- impugnação;
III- mandado de garantia;
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IV- reabilitação;
V- dopagem;
VI- infrações punidas com eliminação;
VII- suspensão, desfiliação ou desvinculação imposta pelas entidades de
administração ou de prática desportiva;
VIII- revisão;
IX- demais medidas admitidas no § 3º do artigo 9o.

CAPÍTULO II
DA SUSPENSÃO PREVENTIVA

Art 35 Cabe suspensão preventiva quando a gravidade do ato ou fato infracional a


justifique e desde que requerido pela Procuradoria.

Parágrafo único – O prazo da suspensão preventiva deverá ser compensado no caso


de punição.

CAPÍTULO III
DOS ATOS PROCESSUAIS

Art 36 Os atos do processo desportivo não dependem de forma determinada senão


quando este Código expressamente o exigir, reputando-se válidos os que, realizados de
outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.

Art 37 Não correm em segredo os processos em curso perante a Justiça Desportiva,


salvo as exceções previstas em lei.

Art 38 Todas as decisões deverão ser fundamentadas, mesmo que sucintamente.

Art 39 O acórdão só será redigido quando requerido pela parte e deverá conter,
resumidamente, relatório, fundamentação, parte dispositiva e, quando houver, a
divergência.

Parágrafo único - Os órgãos judicantes poderão utilizar meios eletrônicos e


procedimentos de tecnologia e informação para dar cumprimento ao princípio da
celeridade.

Art 40 As decisões proferidas pelos órgãos da Justiça Desportiva devem ser


publicadas na forma da lei, podendo, em face do princípio da celeridade, ser feita via edital
ou internet.

Art 41 A secretaria numerará e rubricará todas as folhas dos autos, e fará constar,
em notas datadas e rubricadas, os termos de juntada, vista, conclusão e outros.

CAPÍTULO IV
DOS PRAZOS

Art 42 Os atos relacionados ao processo desportivo serão realizados nos prazos


previstos por este Código.

§ 1º Quando houver omissão, o presidente do órgão judicante fixará o prazo, tendo


em conta a complexidade da causa e do ato a ser praticado, que não poderá exceder a 3
(três) dias.
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§ 2º Não havendo preceito normativo nem fixação de prazo pelo presidente do
Órgão Judicante, será de 3 (três) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da
parte.

Art 43 Os prazos correrão da intimação da parte ou de seu representante e serão


contados excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento, salvo
disposição em contrário.

§ 1º Os prazos são contínuos, não se interrompendo ou suspendendo no sábado,


domingo e feriado.

§ 2º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o início ou


vencimento cair em sábado, domingo, feriado ou em dia em que não houver expediente
normal na sede do órgão judicante.

Art 44 Decorrido o prazo, extingue-se para a parte, independentemente de


declaração, o direito de praticar o ato.

CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS

Art 45 Citação é o ato processual pelo qual a pessoa física ou jurídica é convocada
para, perante os órgãos judicantes desportivos, comparecer e defender-se das acusações
que lhe são imputadas.

Art 46 Intimação é o ato processual pelo qual se dá ciência à pessoa física ou


jurídica dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.

Art 47 A citação ou intimação far-se-á por edital e, alternativamente, por telegrama,


fac-símile ou ofício, dirigido à entidade à qual o destinatário estiver vinculado.

Parágrafo único – Desde que possível a comprovação de entrega, poderão ser


utilizados outros meios eletrônicos, para efeito do previsto no caput.

Art.48 O instrumento de citação indicará o nome do citando, a entidade a que


estiver vinculado, dia, hora e local de comparecimento e finalidade de sua convocação.

Art 49 O instrumento de intimação indicará o nome do intimando, a entidade a que


estiver vinculado, prazo para realização do ato e finalidade de sua intimação.

Art 50 Feita a citação, por qualquer das formas estabelecidas, o processo terá
seguimento em todos os seus termos, independentemente do comparecimento do citado.

Parágrafo único – O comparecimento da parte supre a falta ou a irregularidade da


citação. Se a parte, ao comparecer, alegar que o faz para argüi-las e a argüição for
acolhida, considerar-se-á feita a citação na data do comparecimento, adiando-se o
julgamento para a sessão subseqüente.

Art 51 O intimado que deixar de cumprir a ordem expedida pelo órgão judicante
fica sujeito às cominações previstas por este Código.
12
CAPÍTULO VI
DAS NULIDADES

Art 52 Quando a norma prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade,


o órgão judicante considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a
finalidade.

Art 53 A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que
couber à parte manifestar-se nos autos e só será declarada se ficar comprovada a
inobservância ou violação dos princípios que orientam o processo desportivo.

Parágrafo único. O órgão judicante, ao declarar a nulidade, definirá os atos


atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos ou
retificados.

Art 54 A nulidade não será declarada:


I – quando se tratar de mera inobservância de formalidade não essencial;
II – quando o processo, no mérito, puder ser resolvido a favor da parte a quem
a declaração de nulidade aproveitaria;
III – em favor de quem lhe houver dado causa.

CAPÍTULO VII
DA INTERVENÇÃO DE TERCEIRO

Art 55 A intervenção de terceiro será admitida, em qualquer grau de jurisdição,


apenas quando houver legítimo interesse, devendo o pedido ser acompanhado da prova de
legitimidade e desde que requerido até a véspera da sessão de julgamento.

Parágrafo único - Não se admitirá a intervenção de terceiro na condição de


assistente da Procuradoria.

CAPÍTULO VIII
DAS PROVAS

SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art 56 Todos os meios legais, bem assim os moralmente legítimos, ainda que não
especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos alegados no
processo desportivo.

Art 57 A prova dos fatos alegados no processo desportivo caberá à parte que a
requerer, arcando esta com os eventuais custos de sua produção.

Parágrafo único - Independem de prova os fatos:


I- notórios;
II - alegados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - que gozarem da presunção de veracidade.

Art 58 A súmula e o relatório dos árbitros, auxiliares e representantes da entidade


ou aquele que lhes faça as vezes, gozarão da presunção relativa de veracidade.
13
§ 1º A presunção de veracidade contida no caput deste artigo servirá de base para a
formulação da denúncia pela procuradoria ou como meio de prova, não constituindo
verdade absoluta.

§ 2º. Quando houver indício de infração praticada pelas pessoas referidas no caput,
não se aplica o disposto neste artigo.

Art 59 A matéria de prova pertinente à dopagem será objeto de capítulo próprio.

SEÇÃO II
DO DEPOIMENTO PESSOAL

Art 60 O Presidente do órgão judicante pode, de ofício, ou a requerimento da


procuradoria ou da parte interessada, determinar o comparecimento pessoal da parte a fim
de ser interrogada sobre os fatos da causa.
§ 1º O depoimento pessoal deve ser, preferencialmente, tomado no início da sessão
de instrução e julgamento.
§ 2º A parte será interrogada na forma determinada para inquirição de testemunhas.

SEÇÃO III
DA PROVA DOCUMENTAL

Art 61 Compete à parte interessada produzir a prova documental que entenda


necessária.

SEÇÃO IV
DA EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA

Art 62 O Presidente do órgão judicante poderá ordenar, de ofício ou a requerimento


motivado da parte, a exibição de documento ou coisa necessária à apuração dos fatos.

SEÇÃO V
DA PROVA TESTEMUNHAL

Art 63 Toda pessoa pode servir como testemunha, exceto o incapaz, o impedido ou
o suspeito, assim definidos na lei.

§ 1º A testemunha assumirá o compromisso de bem servir ao desporto, de dizer a


verdade sobre o que souber e lhe for perguntado, devendo qualificar-se e declarar se tem
parentesco ou amizade com as partes.

§ 2º Quando o interesse do desporto o exigir, o órgão judicante ouvirá testemunha


incapaz, impedida ou suspeita, mas não lhe deferirá compromisso e dará ao seu
depoimento o valor que possam merecer.

Art 64 Incumbe à parte, até o início da sessão de instrução e julgamento, apresentar


suas testemunhas.

§ 1º É permitido a cada parte apresentar, no máximo, 3 (três) testemunhas.

§ 2º Nos processos com mais de 3 (três) interessados, o número de testemunhas não


poderá exceder a nove 9 (nove).
14
§ 3º As testemunhas deverão comparecer independentemente de intimação, salvo
nos casos previstos nos procedimentos especiais.

§ 4º É vedado à testemunha trazer o depoimento por escrito, ou fazer apreciações


pessoais sobre os fatos testemunhados, salvo quando inseparáveis da respectiva narração.

§ 5º Os auditores diretamente, a procuradoria e as partes por intermédio do


presidente, poderão reinquirir as testemunhas.

§ 6º O relator ouvirá as testemunhas separada e sucessivamente; primeiro, as da


procuradoria e, em seguida, as das partes, providenciando para que uma não ouça os
depoimentos das demais.

SEÇÃO VI
DOS MEIOS AUDIOVISUAIS

Art 65 As provas fotográficas, fonográficas, cinematográficas, de “vídeo tape” e as


imagens fixadas por qualquer meio ou processo eletrônico serão apreciadas com a devida
cautela, cabendo à parte que as quiser produzir o pagamento das despesas com as
providências que o órgão judicante determinar.

Art 66 As provas previstas no artigo anterior deverão ser requeridas pela parte até o
dia anterior ao da sessão de instrução e julgamento, quando serão produzidas.

Art 67 As provas referidas no artigo 65, quando não houver motivo que justifique a
sua conservação no processo, poderão ser restituídas, mediante requerimento da parte,
depois de ouvida a Procuradoria, desde que devidamente certificado nos autos.

SEÇÃO VII
DA PROVA PERICIAL

Art 68 A prova pericial consiste em exame e vistoria.

Parágrafo único. O Presidente do órgão judicante indeferirá a produção de prova


pericial quando:

I- o fato não depender do conhecimento especial de técnico;


II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas ou passíveis de
produção;
III - for impraticável;
IV - for requerida com fins meramente protelatórios.

Art 69 Deferida a prova pericial, o presidente do órgão judicante nomeará perito,


formulará quesitos e fixará prazo para apresentação do laudo.

§ 1º É facultado às partes indicar assistente técnico e formular quesitos, no prazo de


24 (vinte e quatro) horas.

§ 2º A nomeação de peritos deverá, necessariamente, recair sobre agente público


com qualificação técnica.

§ 3º O prazo para conclusão do laudo será de 48 (quarenta e oito) horas, podendo o


presidente prorrogá-lo a pedido do perito, em casos excepcionais.
15
SEÇÃO VIII
DA INSPEÇÃO

Art 70 O presidente do órgão judicante, de ofício, a requerimento da procuradoria


ou da parte interessada, poderá promover a realização de inspeção, a fim de buscar
esclarecimento sobre fato que interesse à decisão da causa.

Art 71 Concluída a inspeção, o presidente mandará lavrar auto circunstanciado,


mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa.

CAPÍTULO IX
DO REGISTRO E DA DISTRIBUIÇÃO

Art 72 O registro e distribuição dos processos submetidos à Justiça Desportiva


serão regulados no regimento interno do respectivo órgão judicante.

TÍTULO IV
DO PROCESSO DISCIPLINAR

CAPÍTULO I
DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO

Art 73 O processo disciplinar será iniciado de ofício mediante denúncia da


procuradoria, ou por queixa a ela endereçada, formulada pela parte interessada.

Art 74 Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa da procuradoria, fornecendo-


lhe informação circunstanciada sobre o fato.

Art 75 A súmula e o relatório da competição serão elaborados e entregues pelo


árbitro e seus auxiliares dentro do prazo estipulado em lei ou, em sendo omissa, no
regulamento.

§ 1º A inobservância do prazo previsto no caput não impedirá o início do processo


pela procuradoria, independentemente de eventual punição dos responsáveis pelo atraso.

§ 2º A entidade responsável pela organização da competição dará publicidade aos


documentos previstos no caput, na forma da lei.

Art 76 A entidade de administração do desporto, quando verificar existência de


qualquer irregularidade anotada nos documentos mencionados no artigo anterior, os
remeterá ao respectivo órgão judicante (STJD ou TJD), no prazo de um dia, contado do
seu recebimento.

Art 77 Recebida e despachada a documentação, pelo presidente do órgão judicante


(STJD ou TJD), a secretaria procederá ao registro, encaminhando-os à procuradoria para
manifestação no prazo de dois dias.

Art 78 Se a Procuradoria requerer o arquivamento, o Presidente do órgão judicante


(STJD ou TJD), considerando procedentes as razões invocadas, determinará o
arquivamento do processo, em decisão fundamentada.

§ 1º - Se o Presidente considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa


dos autos a outro procurador para reexame da matéria.
16
§ 2º Mantida a manifestação contrária à denúncia, os autos serão arquivados.

§ 3º Oferecida à denúncia, os autos serão conclusos ao presidente do respectivo


órgão judicante (STJD ou TJD) que, no prazo de dois 2 (dois) dias a contar de seu
recebimento:
I– nomeará relator;
II – analisará a incidência da suspensão preventiva, caso já não tenha sido
determinada;
III – designará dia e hora da sessão de instrução e julgamento;
IV – determinará o cumprimento dos atos de comunicação processual e
demais providências cabíveis.

§ 4º Sendo de competência da Comissão Disciplinar o processamento da denúncia


será a ela encaminhada, procedendo o Presidente da Comissão Disciplinar na forma dos
incisos I, III e IV do parágrafo anterior.

Art 79 A denúncia deverá conter:


I- descrição sumária da infração;
II- qualificação do infrator;
III- dispositivo infringido.

CAPÍTULO II
DO PROCEDIMENTO ESPECIAL

SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art 80 Nos procedimentos especiais, o pedido inicial deverá ser, obrigatoriamente,


acompanhado do comprovante do pagamento do preparo, quando incidente, no valor e
forma estabelecidos pelo regimento de emolumentos a ser editado pelo Superior Tribunal
de Justiça Desportiva de cada modalidade, sob pena de indeferimento.

SEÇÃO II
DO INQUÉRITO

Art 81 O inquérito tem por fim apurar a existência de infração disciplinar e


determinar a sua autoria, para subseqüente instauração do processo disciplinar.

Art. 82. A instauração do inquérito será determinada de ofício pelo presidente do


órgão judicante competente (STJD ou TJD), ou a requerimento da procuradoria ou da parte
interessada.

§ 1º. O requerimento deve conter a indicação de elementos que evidenciem suposta


prática de infração disciplinar, das provas que pretenda produzir, das testemunhas a serem
ouvidas, se houver, sendo facultado ao presidente a determinação de atos complementares.

§ 2º Deferido o pedido, o presidente designará auditor processante que terá o prazo


de quinze dias para sua conclusão, prorrogável por igual período.

Art 83 O pedido de inquérito será indeferido pelo presidente quando verificar a


inexistência dos elementos indispensáveis ao procedimento.
17
SEÇÃO III
DA IMPUGNAÇÃO DE PARTIDA, PROVA OU EQUIVALENTE EM CADA
MODALIDADE OU DE SEU RESULTADO

Art 84 O pedido de impugnação será dirigido ao presidente do órgão judicante


(STJD ou TJD), em duas vias, acompanhado dos documentos que comprovem os fatos
alegados, devidamente assinado pelo impugnante ou por procurador com poderes
especiais, e da prova do pagamento dos emolumentos.

§ 1º São partes legítimas para promover a impugnação as pessoas físicas ou


jurídicas que tenham disputado a partida, prova ou equivalente em cada modalidade ou as
que tenham imediato e comprovado interesse no seu resultado, desde que participante da
mesma competição.

§ 2º A petição inicial será liminarmente indeferida pelo presidente do órgão


judicante competente quando:
I– manifestamente inepta;
II – manifesta a ilegitimidade da parte;
III – faltar condição exigida pelo Código para a iniciativa da impugnação
IV – não comprovado o pagamento dos emolumentos.

§ 3º O presidente do órgão judicante (STJD ou TJD), ao receber a impugnação,


dará imediato conhecimento da instauração do processo ao presidente da entidade, para
que não aprove a partida, prova ou equivalente até a decisão final da impugnação.

Art 85 A impugnação deverá ser protocolada no órgão judicante competente, em


até 2 (dois) dias depois da entrada da súmula na entidade de administração do desporto.

Art 86 Recebida a impugnação, dar-se-á vista à parte contrária, pelo prazo de 2


(dois) dias, para pronunciar-se, indo o processo, em seguida, à procuradoria, por igual
prazo, para manifestação.

Art 87 Decorrido o prazo da Procuradoria, o Presidente do órgão judicante (STJD


ou TJD) designará relator, incluindo o feito em pauta para julgamento.

SEÇÃO IV
DO MANDADO DE GARANTIA

Art 88 Conceder-se-á mandado de garantia sempre que, ilegalmente ou com abuso


de poder, alguém sofrer violação em seu direito líquido e certo, ou tenha justo receio de
sofrê-la por parte de qualquer autoridade desportiva.

Parágrafo único. O prazo para interposição do mandado de garantia extingue-se


decorridos 20 (vinte) dias contados da prática do ato ou decisão.

Art 89 Não se concederá mandado de garantia contra ato ou decisão de que caiba
recurso próprio e não tenha sido concedido efeito suspensivo.

Art 90 A petição inicial, dirigida ao presidente do órgão judicante (STJD ou TJD) e


acompanhada do comprovante do pagamento dos emolumentos, será apresentada em duas
vias, devendo os documentos que instruir a primeira via serem reproduzidos na outra.

Parágrafo único. Após a apresentação da petição inicial não poderão ser juntados
novos documentos nem aduzidas novas razões.
18

Art 91 Ao despachar a inicial, o presidente do órgão judicante ordenará que se


notifique a autoridade coatora, à qual será enviada uma via da inicial, com a cópia dos
documentos, para que, no prazo de 3 (três) dias, preste informações.

Art 92 Em caso de urgência, será permitido, observados os requisitos desta seção,


impetrar mandado de garantia por telegrama, fac-símile ou meio eletrônico que possibilite
comprovação de recebimento, desde que comprovada a remessa do original no prazo do
parágrafo único do artigo 88, sob pena de extinção do processo, podendo o presidente do
órgão judicante, pela mesma forma, determinar a notificação da autoridade coatora.

Art 93 Quando relevante o fundamento do pedido e a demora possa tornar ineficaz


a medida, o presidente do órgão judicante, ao despachar a inicial, poderá conceder medida
liminar.

Art 94 A inicial será, desde logo, indeferida quando não for caso de mandado de
garantia ou quando lhe faltar algum dos requisitos previstos neste Código.

Parágrafo único. Do despacho de indeferimento caberá recurso para o respectivo


órgão judicante.

Art 95 Findo o prazo para as informações, com ou sem elas, o Presidente do órgão
judicante, depois de designar o relator, mandará dar vista do processo à procuradoria, que
terá 2 (dois) dias para manifestação.

Parágrafo único. Restituídos os autos pela procuradoria, será designada data para
julgamento.

Art 96 Da decisão que julgar o pedido de mandado de garantia caberá recurso


voluntário para a instância imediatamente superior.

Art 97 Os processos de mandado de garantia têm prioridade sobre os demais.

Art 98 O pedido de mandado de garantia poderá ser renovado se a decisão


denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

SEÇÃO V
DA REABILITAÇÃO

Art 99 A pessoa física que houver sofrido eliminação poderá pedir reabilitação ao
órgão judicante que lhe impôs a pena definitiva, se decorridos mais de 04 (quatro) anos do
trânsito em julgado da decisão, instruindo o pedido com a documentação que julgar
conveniente e, obrigatoriamente, com a prova do pagamento dos emolumentos, com a
prova do exercício de profissão ou de atividade escolar e com a declaração de no mínimo,
3 (três) pessoas vinculadas ao desporto, de notória idoneidade, que atestem plenamente as
condições de reabilitação.

Art 100 Recebido o pedido, será dada vista à procuradoria, pelo prazo de 3 (três)
dias, para emitir parecer, sendo o processo encaminhado ao Presidente que, designando
relator, incluirá em pauta de julgamento.
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SEÇÃO VI
DA DOPAGEM

Art 101 Dopagem é a utilização de substância, método ou qualquer outro meio


proibido, com o objetivo de obter modificação artificial de rendimento mental ou físico de
um atleta, que agrida à saúde ou o espírito de jogo, por si mesmo ou por intermédio de
outra pessoa, devidamente configurado mediante processo regular de análise, observadas
as normas nacionais e internacionais.

Art 102 Configurado o resultado anormal na análise antidopagem, o Presidente da


entidade de administração do desporto ou quem o represente, em 24 (vinte e quatro) horas,
remeterá o laudo correspondente, acompanhado do laudo da contraprova, ao Presidente do
órgão judicante (STJD ou TJD), que decretará, também em 24 (vinte e quatro) horas, o
afastamento preventivo do atleta, pelo prazo máximo de 30 (trinta) dias.

§ 1º No mesmo despacho, assinará ao atleta, à entidade de prática ou entidade de


administração do desporto a que pertencer e aos demais responsáveis, quando houver, o
prazo comum de 5(cinco) dias, para oferecer defesa escrita e as provas que tiver.

§ 2º Esgotado o prazo a que se refere o parágrafo anterior, com defesa ou sem ela, o
Presidente do órgão judicante competente, nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes,
remeterá o processo à Procuradoria para oferecer denúncia no prazo de 2 (dois) dias.

Art 103 Oferecida a denúncia, o Presidente do órgão judicante, nas 24 (vinte e


quatro) horas seguintes, designará o auditor relator e marcará, desde logo, dia para a sessão
de julgamento, que se realizará dentro de 10 (dez) dias.

Art 104 Na sessão de julgamento não será permitida a produção de novas provas e
as partes terão o prazo máximo de 10 (dez) minutos para sustentação oral.

Art 105 Proclamado o resultado do julgamento, a decisão produzirá efeitos a partir


do dia imediato, independentemente da presença das partes ou de seus procuradores, desde
que regularmente intimados para a sessão de julgamento, cabendo detração nos casos de
cumprimento do afastamento preventivo.

Art 106 A decisão proferida no processo fica sujeita a recurso necessário, que será
remetido, em 3 (três) dias, à instância superior, ressalvada a hipótese de interposição de
recurso voluntário, que não poderá ser recebido com efeito suspensivo.

SEÇÃO VII
DAS INFRAÇÕES PUNIDAS COM ELIMINAÇÃO

Art 107 Nos casos de denúncia por infração cuja pena prevista seja de eliminação,
o denunciado será citado para apresentar, no prazo de 3 (três) dias, defesa escrita, e
requerer diligências, inclusive a audiência das testemunhas que arrolar.

Art 108 O presidente do órgão judicante (STJD ou TJD), ao receber a denúncia,


poderá decretar a suspensão preventiva do denunciado até final julgamento, devendo
decidir, no despacho em que receber a defesa, sobre as diligências requeridas.

Parágrafo único. Na hipótese de indeferimento de qualquer diligência o despacho


será fundamentado.
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Art 109 As testemunhas que residam fora da sede do órgão judicante serão ouvidas
por precatória, perante auditor do órgão judicante deprecado, fixando-se prazo
improrrogável para devolução.

Art 110 Concluídas as diligências, o presidente do órgão judicante designará


relator, marcando dia para a sessão de julgamento e determinando a intimação do
denunciado.

SEÇÃO VIII
DA SUPENSÃO, DESFILIAÇÃO OU DESVINCULAÇÃO IMPOSTAS PELAS
ENTIDADES DE ADMINISTRAÇÃO OU DE PRÁTICA DESPORTIVA

Art 111 A imposição das sanções de suspensão, desfiliação ou desvinculação, pelas


entidades desportivas, com o objetivo de manter a ordem desportiva, somente serão
aplicadas após decisão definitiva da justiça desportiva.

Parágrafo único – O procedimento para os efeitos do caput são os previstos nas


alíneas c, incisos II, dos artigos 25 e 27, deste Código, mediante remessa de ofício.

SECÃO IX
DA REVISÃO

Art 112 A revisão dos processos findos será admitida:


I – quando a decisão houver resultado de manifesto erro de fato ou de falsa
prova;
II – quando a decisão tiver sido proferida contra literal disposição de lei ou
contra a evidência da prova;
III – quando, após a decisão, se descobrirem provas da inocência do punido.

Art 113 A revisão é admissível até 3 (três) anos após o trânsito em julgado da
decisão condenatória, mas não admite reiteração ou renovação, salvo se fundada em novas
provas.

Art 114 Não cabe revisão da decisão que houver imposto pena de perda de pontos,
de classificação ou de renda, se a competição estiver definitivamente homologada.

Art 115 A revisão só pode ser pedida pelo prejudicado, que deverá formulá-la em
petição escrita, desde logo instruída com as provas que a justifiquem, nos termos do artigo
112.

Art 116 O órgão judicante, se julgar procedente o pedido de revisão, poderá alterar
a classificação da infração, absolver o requerente, modificar a pena ou anular o processo.

Art 117 Em nenhum caso poderá ser agravada a pena imposta na decisão revista.

Art 118 É obrigatória, nos pedidos de revisão, a intervenção da procuradoria.

SEÇÃO X
DEMAIS MEDIDAS ADMITIDAS NO § 3º DO ARTIGO 9º

Art 119 O processo previsto nesta seção obedecerá ao procedimento estabelecido


na legislação pertinente.
21
CAPÍTULO III
DA SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Art 120 Nas sessões de instrução e julgamento será observada a pauta previamente
elaborada pela secretaria, de acordo com a ordem numérica dos processos.

§ 1º. Terão preferência os processos especiais e os pedidos de preferência das


partes que estiverem presentes, com prioridade para as que residirem fora da sede do órgão
judicante.

§ 2º. As sessões de instrução e julgamento serão públicas, podendo o presidente do


órgão judicante, por motivo de ordem ou segurança, determinar que a sessão seja secreta,
garantida, porém, a presença da procuradoria, das partes e seus representantes.

§ 3º. Na impossibilidade de comparecimento do relator, anteriormente designado, o


processo poderá ser redistribuído e julgado na mesma sessão.

Art 121 No dia e hora designados, havendo quorum, o presidente do órgão


judicante declarará aberta a sessão de instrução e julgamento.

Art 122 Poderá ser lavrada ata na qual deverá constar o essencial.

Art 123 Em cada processo, antes de dar a palavra ao relator, o presidente indagará
das partes se têm provas a produzir.

Art 124 Durante a sessão de instrução e julgamento, após a apresentação do


relatório, as provas deferidas serão produzidas na seguinte ordem:
I– documental;
II – cinematográfica;
III – fonográfica;
IV – depoimento pessoal;
V– testemunhal;
VI – outras pertinentes.

Art 125 Concluída a fase instrutória, com a produção das provas, será dado o prazo
de dez (10) minutos, sucessivamente, à procuradoria e cada uma das partes, para
sustentação oral.

§ 1º. Quando duas ou mais partes forem representadas pelo mesmo defensor, o
prazo para sustentação oral será de quinze minutos.

§ 2º. Em casos especiais, poderão ser prorrogados os prazos previstos neste artigo,
a critério do Presidente do órgão.

Art 126 Encerrados os debates, o presidente indagará dos auditores se pretendem


algum esclarecimento ou diligência e, não havendo, manter o julgamento.

§ 1º. Se algum dos auditores pretender esclarecimento, este lhe será dado pelo
relator.

§ 2º. As diligências propostas por qualquer auditor e deferidas pelo órgão judicante,
quando não puderem ser cumpridas desde logo, adiarão o julgamento para a sessão
seguinte.
22
Art 127 Após os votos do relator e do Vice-Presidente, votarão os demais auditores,
por ordem de antigüidade e, por último, o Presidente.

Art 128 O auditor, na oportunidade de proferir o seu voto, poderá pedir vista do
processo e, quando mais de um o fizer, a vista será comum.

§ 1º. O pedido de vista não impedirá que o processo seja julgado na mesma sessão,
após o tempo concedido pelo Presidente para a vista.

§ 2º.Reiniciado o julgamento prosseguir-se-á na apuração dos votos, podendo rever


os já proferidos.

§ 3º. Nenhum julgamento será reiniciado sem a presença do relator.

Art 129 O auditor pode usar da palavra 2 (duas) vezes sobre a matéria em
julgamento.

Art 130 Só poderá votar o auditor que tenha assistido ao relatório.

Art 131 Nos casos de empate na votação, ao presidente é atribuído o voto de


qualidade, salvo quando se tratar de imposição de pena disciplinar, caso em que
prevalecerão os votos mais favoráveis ao denunciado, considerando-se a pena de multa
mais branda do que a de suspensão.

Art 132 Quando, na votação para a aplicação da pena, não se verificar maioria, em
virtude da diversidade de votos, considerar-se-á o auditor que houver votado por pena
maior como tendo votado pela pena em concreto imediatamente inferior.

Art 133 Proclamado o resultado do julgamento, a decisão produzirá efeitos a partir


do dia imediato, independentemente de publicação ou da presença das partes ou de seus
procuradores, desde que regularmente intimados para a sessão de julgamento.

Art 134 Os processos incluídos em pauta deverão estar na secretaria na véspera da


sessão, sendo, caso contrário, adiado seu julgamento, desde que requerido pela parte.

Art 135 Se até 30 (trinta) minutos após a hora marcada para o início da sessão não
houver auditores em número legal, desde que requerido pela parte, o julgamento do seu
processo será automaticamente adiado para a sessão seguinte, independentemente de nova
intimação.

TÍTULO IV
DOS RECURSOS

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 136. Das decisões dos órgãos judicantes caberá recurso nas hipóteses previstas
neste Código:

§ 1º. As decisões do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) são


irrecorríveis.

§ 2º. São igualmente irrecorríveis as decisões dos Tribunais de Justiça Desportiva


(TJD) que impuserem multa de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
23

Art 137 Os recursos poderão ser interpostos pelo punido, pela parte vencida, por
terceiro interessado e pela procuradoria.

Parágrafo único. A Procuradoria não poderá desistir do recurso por ela interposto.
Art 138 Os recursos são:
I– necessário, interposto na própria decisão;
II – voluntário, interposto mediante oferecimento de razões, se quiser, no
prazo de 3 (três) dias, contados da proclamação do resultado do
julgamento.

§1º. O recurso será interposto para a instância imediatamente superior desde logo,
acompanhado da prova do pagamento dos emolumentos devidos.

§2º. A parte contrária, tem o prazo comum de 3 (três) dias para impugnar o recurso,
a partir do despacho que lhe abrir vista do processo.

§3º. A procuradoria terá 3 (três) dias para emitir parecer.

Art 139 Havendo urgência o recurso poderá ser interposto por telegrama, fac-
símile, via postal ou e-mail, com as cautelas devidas, devendo ser comprovada a remessa
do original no prazo do §2º do artigo anterior, sob pena de não ser conhecido.

Art 140 No recurso voluntário, salvo se interposto pela procuradoria, a penalidade


não poderá ser agravada.

Art 141 Ultimada a autuação, a secretaria, no prazo de 2 (dois) dias, remeterá o


processo à instância superior; que em igual prazo, o devolverá ao juízo de origem, depois
de passada em julgado a nova decisão.

Art 142 O recurso devolve à instância superior o conhecimento de toda a matéria


discutida no processo, salvo quando só tiver por objeto parte da decisão.

CAPÍTULO II
DO RECURSO NECESSÁRIO

Art 143 Cabe recurso necessário da decisão:


I – que comine pena de eliminação;
II – proferida em processo relativo à corrupção, concussão, prevaricação, dopagem
e agressão física;
III – proferida em processo movido contra membro de entidade dirigente ou
presidente de entidade de prática desportiva ou membro da Justiça Desportiva.

Art 144 O recurso necessário, independentemente de outras formalidades, subirá no


prazo de 3 (três) dias à instância superior, ressalvada a hipótese de interposição de recurso
voluntário.

Art 145 No recurso necessário não poderá ser modificada a tipificação da infração,
a não ser quando prevista idêntica espécie de penalidade.
24
CAPÍTULO III
DO RECURSO VOLUNTÁRIO

Art 146 Ressalvados os casos previstos neste Código, cabe recurso voluntário de
qualquer decisão dos órgãos da Justiça Desportiva, salvo decisões do STJD, as quais são
irrecorríveis.

CAPÍTULO IV
DOS EFEITOS DOS RECURSOS

Art 147 Os recursos não terão efeito suspensivo, salvo quando houver previsão
legal, ou concedido nos termos do disposto no inciso XII do artigo 9o do presente Código.

CAPÍTULO V
DO JULGAMENTO DOS RECURSOS

Art 148 Os recursos serão julgados pela instância superior, de acordo com a
competência fixada neste Código.

Art 149 Protocolado o recurso na secretaria do órgão judicante de origem,


verificada por seu presidente as condições de admissibilidade, será ele remetido ao tribunal
competente para o devido processamento.

Parágrafo único. Será considerado deserto o recurso que não estiver acompanhado
do seu devido preparo.

Art 150 Em grau de recurso não será admitida a produção de novas provas.

Art 151 A secretaria dará ciência aos interessados ou a seus defensores e à


procuradoria, com a antecedência mínima de 2 (dois) dias, da inclusão do processo na
pauta do julgamento.

Art 152 A sessão de julgamento será realizada de acordo com o disposto neste
Código.

LIVRO II
DAS MEDIDAS DISCIPLINARES
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art 153 É punível toda infração disciplinar, tipificada no presente Código.

Art 154 Ninguém será punido por fato que lei posterior deixe de considerar
infração disciplinar, cessando, em virtude dela, a execução e os efeitos da punição.

Parágrafo único. A lei posterior que, de outro modo favoreça o infrator, aplica-se
ao fato não definitivamente julgado.

Art 155 Considera-se praticada a infração no momento da ação ou omissão, ainda


que outro seja o momento do resultado.
25
TÍTULO II
DA INFRAÇÃO

Art 156 Infração disciplinar, para os efeitos deste Código é toda ação ou omissão
antidesportiva, típica e culpável.

Parágrafo único. A omissão é juridicamente relevante quando o omitente deveria e


poderia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe precipuamente a quem:

I – tenha, por ofício, a obrigação de velar pela disciplina ou coibir violências ou


animosidades;
II - com seu comportamento anterior, tenha criado o risco da ocorrência do
resultado.

Art 157 Diz-se a infração:

I- consumada, quando nela se reúnem todos os elementos de sua definição;


II - tentada quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
III - dolosa, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
IV - culposa, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia.

§ 1º. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente


à infração consumada, reduzida da metade.

§ 2º. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se a infração.

Art 158 O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou


impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Art 159 O erro quanto à pessoa contra a qual a infração é praticada não isenta o
agente de pena.

Art 160 Se a infração é cometida em obediência à ordem de superior hierárquico,


não manifestamente ilegal, ou sob coação comprovadamente irresistível, só é punível o
autor da ordem ou da coação.

Art 161 Não há infração quando as circunstâncias que incidem sobre o fato são de
tal ordem que impeçam que do agente se possa exigir conduta diversa.

TÍTULO III
DA RESPONSABILIZAÇÃO PELA ATITUDE ANTIDESPORTIVA PRATICADA
POR MENORES DE 14 (QUATORZE) ANOS

Art 162 Os menores de 14 (quatorze) anos são considerados desportivamente


irresponsáveis, ficando apenas sujeitos à reorientação de caráter pedagógico, que deverá
constar no regulamento da competição.

Parágrafo único. Nos casos de reincidência da prática de atitude antidesportiva por


menores de 14 (quatorze) anos, responderá o seu técnico ou representante legal na
respectiva competição, caso não tenham sido adotadas as medidas cabíveis para reorientar
e inibir novas infrações.
26

TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS

Art 163 Quem, de qualquer modo, concorre para a infração, incide nas penas a esta
cominadas, na medida de sua culpabilidade.

TÍTULO V
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Art 164 Extingue-se a punibilidade:


I- pela morte do infrator;
II - pela retroatividade da lei que não mais considera o fato como infração;
III - pela prescrição ou decadência;
IV - pelo cumprimento da pena;
V - pela reabilitação.

Art 165 Prescreve a ação em 60 (sessenta) dias, contados da data do fato ou, nos
casos de falsidade ideológica ou material e nas infrações permanentes ou continuadas,
contados do conhecimento da falsidade ou da cessação da permanência ou continuidade.

Art 166 A condenação prescreve, em 1 (um) ano, quando não executada, a contar
da data que transitou em julgado a decisão.

Art 167 Ocorre a decadência quando a parte não exerce o direito de queixa no
prazo de dez dias, a contar da ocorrência do ato ou conhecimento do fato que lhe deu
causa.

Art 168 Interrompe-se a prescrição:


I - pelo recebimento da denúncia ou queixa;
II - pela decisão condenatória.

Art 169 Interrompida a prescrição, todo o prazo começa a correr, novamente, do


dia da interrupção.

TÍTULO VI
DAS PENALIDADES

CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES DE PENALIDADES

Art 170 Às infrações disciplinares previstas neste Código correspondem às


seguintes penas:

I – advertência;
II – multa;
III – suspensão por partida;
IV – suspensão por prazo;
V – perda de pontos;
VI – interdição de praça de desportos;
VII – perda de mando de campo;
VIII – indenização;
IX – eliminação;
X – perda de renda;
27
XI – exclusão de campeonato ou torneio.

§1º As penas disciplinares não serão aplicadas a menores de 14 (quatorze) anos.

§2º As penas pecuniárias não serão aplicadas a atletas de prática não profissional.

§3º Atleta não profissional é aquele definido nos termos da lei.

Art 171 A suspensão por partida será cumprida na mesma competição, torneio ou
campeonato em que se verificou a infração.

§1º Quando a suspensão não puder ser cumprida na mesma competição,


campeonato ou torneio, o Tribunal poderá determinar seu cumprimento em outra
competição, campeonato ou torneio realizado pela mesma entidade de administração ou na
forma de medida de interesse social.

§2º Quando resultante de infração praticada em partida amistosa, a suspensão será


cumprida em partida da mesma natureza ou executada na forma de medida de interesse
social.

Art 172 A suspensão por prazo priva o punido de participar de quaisquer


competições na respectiva modalidade desportiva, de ter acesso a recintos reservados de
praças de desportos, excluída a entidade de prática a que pertencer, de praticar atos oficiais
referentes à respectiva modalidade desportiva e exercer qualquer cargo ou função em
poderes de entidades de administração do desporto da modalidade e na Justiça Desportiva.

Parágrafo único. A critério e na forma estabelecida pelo órgão judicante, e desde


que requerido pelo punido, 1/3 (um terço) da pena de suspensão por prazo poderá ser
cumprida mediante a execução de atividades de interesse público, nos campos da
assistência social, desporto, cultura, educação, saúde, voluntariado, além da defesa,
preservação e conservação do meio ambiente.

Art 173 A suspensão por prazo, imposta à entidade de prática do desporto, impede
sua participação em qualquer partida, jogo ou prova no período da suspensão e de exercer
qualquer direito previsto em lei, estatuto ou regulamento.

Parágrafo único. A entidade que estiver disputando qualquer competição manterá


todos os resultados obtidos até o início do cumprimento da punição, e aos eventuais e
futuros adversários serão computados o que prever o regulamento da competição para o
caso de wo.

Art 174 A interdição de praça de desportos impede que nela se realize qualquer
partida da respectiva modalidade, até que sejam cumpridas as exigências impostas na
decisão, a critério do órgão judicante (STJD ou TJD).

Art 175 A entidade de prática punida com a perda de mando de campo fica
obrigada a disputar as suas partidas, provas ou equivalentes em local designado pela
entidade promotora da competição.

Art 176 O não cumprimento da obrigação de indenizar, de efetuar qualquer


pagamento em pecúnia ou de realizar medida de interesse social, no prazo marcado pela
decisão, acarretará a automática aplicação da pena de suspensão por prazo, até a efetiva
satisfação da obrigação.
28
§ 1º O recolhimento das penas pecuniárias deverá ser efetuado à Tesouraria da
entidade de administração do desporto que tenha a mesma jurisdição do órgão judicante
(STJD ou TJD).

§ 2º A critério e na forma estabelecida pelo órgão judicante (STJD ou TJD) e desde


que requerido pelo punido, 1/3 (um terço) da pena pecuniária imposta poderá ser cumprida
mediante medida de interesse social.

Art 177 A pena de eliminação priva o punido de qualquer atividade desportiva na


respectiva modalidade, em todo o território nacional.

CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DA PENALIDADE

Art 178 O órgão judicante, na fixação das penalidades entre limites mínimos e
máximos, levará em conta a gravidade da infração, a sua maior ou menor extensão, os
meios empregados, os motivos determinantes, os antecedentes desportivos do infrator e as
circunstâncias agravantes e atenuantes.

Art 179 São circunstâncias que agravam a penalidade a ser aplicada, quando não
constituem ou qualificam a infração:
I- ter sido praticada com o concurso de outrem;
II - ter sido praticada com o uso de instrumento ou objeto lesivo;
III – ter o infrator, de qualquer modo, concorrido para a prática de infração
mais grave;
IV - ter causado prejuízo patrimonial ou financeiro;
V- ser o infrator membro ou auxiliar da justiça desportiva, membro ou
representante das entidades;
VI - ser o infrator reincidente.

§ 1º Verifica-se a reincidência quando o infrator comete nova infração depois de


transitar em julgado a decisão que o haja punido anteriormente.

§ 2º Para efeito de reincidência, não prevalece a condenação anterior se, entre a


data do cumprimento ou execução da pena e a infração posterior. tiver decorrido período
de tempo superior a 2 (dois) anos.

Art 180 São circunstâncias que sempre atenuam a penalidade:


I- ser o infrator menor de 18 (dezoito) anos, na data da infração;
II - ter o infrator prestado relevante serviço ao desporto;
III - ter sido o infrator agraciado com prêmio conferido na forma das leis do
desporto;
IV - não ter o infrator sofrido qualquer punição nos 2 (dois) anos
imediatamente anteriores à data do julgamento;
V – ter sido a infração cometida em desafronta a grave ofensa moral;
VI – ter o infrator confessado infração atribuída a outrem.

Art 181 Havendo agravantes e atenuantes, a pena a ser aplicada será mensurada
pelo julgador.

Art 182 As penas previstas neste Código serão diminuídas pela metade quando a
infração for cometida por pessoa física praticante do desporto não profissional.
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Parágrafo único. Se a diminuição da pena resultar em número fracionado, aplicar-
se-á o número inteiro imediatamente inferior, sempre respeitada a pena mínima prevista.

Art 183 Quando o agente, mediante uma única ação, pratica duas ou mais
infrações, a de pena maior absorve a de pena menor.

Art 184 Quando o agente mediante mais de uma ação ou omissão, pratica duas ou
mais infrações, aplicam-se cumulativamente as penas.

TÍTULO VII
DAS INFRAÇÕES DAS PESSOAS

CAPÍTULO I
DAS OFENSAS FÍSICAS

Art 185 Praticar agressão física, por fato ligado ao desporto:


I – contra pessoa vinculada ao Conselho Nacional de Esporte e à Justiça
Desportiva;
PENA: suspensão de 1 (um) a 2 (dois) anos.
II – contra árbitro ou auxiliar ou contra pessoa vinculada à entidade de
administração do desporto ou de prática desportiva;
PENA: suspensão de 120 (cento e vinte) a 720 (setecentos e vinte) dias.

Art 186 Praticar ato hostil, por fato ligado ao desporto:


I– contra pessoa vinculada ao Conselho Nacional de Esporte e à Justiça
Desportiva;
PENA: suspensão de 60 (sessenta) a 480 (quatrocentos e oitenta) dias.
II – contra árbitro ou auxiliar ou contra pessoa vinculada à entidade de
administração ou de prática desportiva;
PENA: suspensão de 60 (sessenta) a 360 (trezentos e sessenta) dias.

CAPÍTULO II
DAS OFENSAS MORAIS

Art 187 Ofender moralmente:


I- pessoa subordinada ou vinculada à entidade desportiva, por fato ligado
ao desporto;
PENA: suspensão de 30 (trinta) a 120 (cento e vinte) dias.
II - árbitro ou auxiliar em função;
PENA: suspensão de 30 (vinte) a 180 (cento e oitenta) dias.
III – membros de Órgãos Judicantes ou autoridades públicas;
PENA: suspensão de 60 (vinte) a 360 (trezentos e sessenta dias) dias.
Parágrafo único. A ofensa moral, quando praticada por árbitro ou auxiliar em
função, será punida com suspensão de 60 (sessenta) a 360 (trezentos e sessenta) dias.

Art 188 Manifestar-se de forma desrespeitosa, ou ofensiva, contra membros do


Conselho Nacional de Esporte (CNE); dos poderes das entidades desportivas ou da Justiça
Desportiva, e contra árbitro ou auxiliar em razão de suas atribuições, ou ameaçá-los.
PENA: suspensão de 30 (trinta) a 180 (cento e oitenta) dias.

Parágrafo único. Quando a manifestação for feita por meio da imprensa, rádio,
televisão, internet ou qualquer meio eletrônico, a pena será de 60 (sessenta) a 360
(trezentos e sessenta) dias.
30
Art 189 Atribuir fato inverídico a membros ou dirigentes do Conselho Nacional de
Esporte (CNE), das entidades desportivas ou da Justiça Desportiva.
PENA: suspensão de 60 (sessenta) a 180 (cento e oitenta) dias.

TÍTULO VIII
DAS INFRAÇÕES REFERENTES À ORGANIZAÇÃO, À ADMINISTRAÇÃO DO
DESPORTO E À COMPETIÇÃO

CAPÍTULO I
DAS INFRAÇÕES REFERENTES ÀS ENTIDADES DE ADMINISTRAÇÃO DO
DESPORTO, ÓRGÃOS PÚBLICOS DO DESPORTO E À COMPETIÇÃO

Art. 190. Manifestar-se de forma desrespeitosa ou ofensiva contra ato ou decisão de


entidade de administração do desporto e da Justiça Desportiva.
PENA: suspensão de 30 (trinta) a 360 (trezentos e sessenta) dias.

Parágrafo único – Quando a manifestação for feita por meio de imprensa, rádio ou
televisão, a pena será de 60 (sessenta) a 720 (setecentos e vinte) dias.

Art 191 Deixar de cumprir deliberação, resolução, determinação ou requisição do


Conselho Nacional de Esporte (CNE), ou de entidade de administração do desporto.
PENA: suspensão de 30 (trinta) a 180 (cento e oitenta) dias. No caso do descumprimento
da obrigação no prazo fixado, sujeita-se a entidade à infratora pena acessória de suspensão
automática até que o faça.

Art 192 Deixar de enviar, sem justificativa, ao Conselho Nacional de Esporte


(CNE) ou à entidade de administração do desporto, documentação exigida.
PENA: multa de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) sem prejuízo de obrigação de
cumprimento, no prazo que for fixado, sob pena acessória de suspensão automática até que
o faça.

Art 193 Alterar e usar uniforme de competição, em evento desportivo oficial, sem
prévio consentimento da entidade de administração do desporto.
PENA: multa de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) sem prejuízo de fixação de prazo para
regularização, sob pena de suspensão automática até seu efetivo cumprimento.

Art 194 Usar propaganda proibida em uniforme de competição.


PENA: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) sem
prejuízo de fixação de prazo para regularização, sob pena de suspensão automática até seu
efetivo cumprimento.

Art 195 Usar em uniforme de competição, propaganda em desacordo com as normas


existentes.
PENA: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), sem
prejuízo de fixação de prazo para regularização, sob pena de suspensão automática até seu
efetivo cumprimento.

Art 196 Deixar de comunicar à entidade dirigente hierarquicamente superior, no


prazo de 30 (trinta) dias, a eleição de membro de seus poderes, qualquer alteração neles
verificada, reforma introduzida em seu estatuto ou mudança de sua sede ou praça de
desportos.
PENA: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), sem
prejuízo de obrigação de cumprimento, no prazo que for fixado, sob pena acessória de
suspensão automática até que o faça.
31

Art 197 Deixar de cumprir ato ou decisão da entidade de administração do desporto


a que estiver filiado ou vinculado, dificultar o seu cumprimento ou deixar de colaborar
com as autoridades desportivas na apuração de irregularidades ou infrações disciplinares
ocorridas em sua praça de desporto, sede ou dependência.
PENA: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) e
obrigação de cumprimento, quando for o caso, no prazo que for fixado, sob pena de
suspensão automática até que o faça.

Art 198 Deixar de comparecer à entidade de administração do desporto quando


regularmente convocado.
PENA: suspensão até o comparecimento

Art 199 Deixar de tomar providências para o comparecimento à entidade de


administração do desporto, quando convocadas por seu intermédio, pessoas que lhe sejam
subordinadas.
PENA: multa de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Art 200 Recusar, sem justa causa, a cessão de sua praça de desportos, quando
legalmente requisitada.
PENA: interdição da praça de desporto por 90 (noventa) dias.

Art 201 Recusar acesso em praça de desporto, pública ou particular, aos membros
do Conselho Nacional de Esporte (CNE) e aos membros de poderes da entidade de
administração do desporto da modalidade que estiver sendo praticada.
PENA: suspensão das atividades oficiais da respectiva modalidade na praça pelo tempo em
que durar a recusa.

Art 202 Não assegurar ao representante de entidade de administração de desporto


localização adequada ao desempenho de suas funções.
PENA: multa no valor de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a ser imposta à entidade
desportiva detentora do mando de jogo.

Art 203 Deixar de disputar, sem justa causa, partida, prova ou o equivalente na
respectiva modalidade.
Pena: perda de pontos em disputa a favor do adversário, na forma do regulamento, e
proibição de participar do campeonato, torneio ou equivalente, subseqüente, da mesma
entidade de administração.

Art 204 Abandonar a disputa de campeonato, torneio ou equivalente, da respectiva


modalidade, após o seu início.
PENA: multa de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil
reais) e proibição de participar dos dois próximos campeonatos, torneios ou equivalentes,
em qualquer entidade de administração do desporto da mesma modalidade, sendo as
conseqüências desportivas do abandono decorrentes dirimidas pelo respectivo
regulamento.

Art 205 Dar causa à não realização ou impedir o prosseguimento de partida, prova
ou equivalente que estiver disputando, por simulação de contusão, por insuficiência
numérica intencional de seus atletas ou por qualquer outra forma.
PENA: multa de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil
reais) e perda de pontos em disputa a favor do adversário, na forma do regulamento, e
proibição de participar do subseqüente campeonato, torneio ou equivalente da mesma
modalidade.
32

Parágrafo único. A entidade fica sujeita às penas deste artigo se a suspensão da


partida tiver sido comprovadamente causada ou provocada por sua torcida.

Art 206 Dar causa ao atraso do início da realização da competição marcada para
sua praça de desportos.
PENA: multa de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por minuto.

Art 207 Ordenar ao atleta que não atenda à requisição ou convocação feita por
entidade de administração de desporto, para competição oficial ou amistosa, ou que se
omita, de qualquer modo.
PENA: suspensão de 180 (cento e oitenta) dias a 360 (trezentos e sessenta) dias.

Art 208 Não restituir em perfeito estado de conservação troféu ou qualquer material
desportivo sob sua guarda temporária.
PENA: indenização a ser fixada pelo órgão judicante.

Art 209 Tomar atitudes, assumir compromissos ou adotar providências, quando na


chefia de delegação em congressos ou competições internacionais, possíveis de
comprometer a moralidade ou a reputação dos poderes públicos ou das entidades
desportivas de grau superior, nacionais ou estrangeiras.
PENA: suspensão de 360 (trezentos e sessenta) a 720 (setecentos e vinte) dias e eliminação
na reincidência.

Art 210 Deixar de consignar em relatório as infrações disciplinares e outros atos


contrários à reputação do desporto brasileiro, praticados por membros de delegações em
congressos ou competições internacionais, ainda que essas infrações e esses atos já tenham
sido apreciados pelo órgão competente da delegação.
PENA: suspensão de 60 (sessenta) a 120 (cento e vinte) dias.

Art 211 Deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com
infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização.
PENA: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) e
interdição do local, quando for o caso, até a satisfação das exigências que constem da
decisão.

Art 212 Não apresentar, quando indicante, o local para realização de competição
oficial de que participe regularmente marcado, ou não oferecer ao árbitro o material
desportivo necessário, inclusive sobressalente, dando causa ao retardamento do início ou
reinício da competição, ou impossibilitando a sua realização.
PENA: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais); se a
partida, prova ou equivalente não se realizar, além da multa, o infrator perderá a sua parte
na renda e seu adversário será considerado vencedor da competição.

Art 213 Deixar de tomar providências capazes de prevenir ou reprimir desordens


em sua praça de desporto.
PENA: multa de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil
reais) e perda do mando de campo de uma a três partidas, provas ou equivalente quando
participante da competição oficial.

§ 1º Incide nas mesmas penas a entidade que, dentro de sua praça de desporto, não
prevenir ou reprimir a sua invasão, bem assim o lançamento de objeto no campo ou local
da disputa do evento desportivo, que possa causar gravame aos que dele estejam
participando.
33

§ 2º. Caso a invasão seja feita pela torcida da entidade adversária, sofrerá esta a
mesma apenação.

Art 214 Incluir atleta que não tenha condição legal de participar de partida, prova
ou equivalente.
PENA: perda do dobro do número de pontos previstos no regulamento da competição para
o caso de vitória e multa de R$ 5,000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil
reais).

§1º Fica mantido o resultado da partida, prova ou equivalente para todos os efeitos
previstos no regulamento da competição.

§2º Não sendo possível aplicar-se a regra prevista no parágrafo anterior em face da
forma de disputa da competição, o infrator será desclassificado.

§3º A entidade de prática desportiva que ainda não tiver obtido pontos suficientes
ficará com pontos negativos.

§4º A ação disciplinar, nos casos previstos neste artigo, cabe privativamente à
Justiça Desportiva.

Art 215 Deixar de apresentar a sua equipe em campo até a hora marcada para o
início ou reinício da partida, prova ou equivalente.
PENA: multa de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por minuto que atrasar.

Parágrafo único. Se o atraso for superior ao tempo previsto no regulamento de


competição da respectiva modalidade, o infrator responderá pelas penas previstas no artigo
203.

CAPÍTULO II
DAS INFRAÇÕES REFERENTES ÀS ENTIDADES DE PRÁTICA DESPORTIVA

Art 216 Requerer inscrição por duas ou mais entidades de prática desportiva.
PENA: suspensão de 60 (sessenta) a 120 (cento e vinte) dias.

Art 217 Omitir, no pedido de inscrição, sua vinculação a outra entidade de prática
desportiva.
PENA: suspensão de 120 (cento e vinte) a 360 (trezentos e sessenta) dias.

Art 218 Firmar o atleta profissional contratos de trabalho com duas ou mais
entidades de prática desportiva, por tempo de vigência sobrepostos, levados a registro.
PENA: suspensão de 120 (cento e vinte) a 360 (trezentos e sessenta) dias.

Art 219 Danificar praça de desportos, sede ou dependência de entidade de prática


desportiva.
PENA: suspensão de 30 (trinta) a 120 (cento e vinte) dias e indenização pelos danos
causados, a ser fixada pelo órgão judicante competente.

CAPÍTULO III
DAS INFRAÇÕES REFERENTES À JUSTIÇA DESPORTIVA

Art 220 Deixar a autoridade desportiva que tomou conhecimento de falsidade


documental de comunicar a infração ao competente Órgão Judicante.
34
PENA: suspensão de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias, e, na reincidência, eliminação.

Art 221 Oferecer queixa infundada ou dar causa, por erro grosseiro ou sentimento
pessoal, à instauração de inquérito ou processo na Justiça Desportiva.
PENA: suspensão de 90 (noventa) a 360 (trezentos e sessenta) dias ou, tratando-se de
entidade de administração ou de prática desportiva, multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais).

Art 222 Prestar depoimento falso perante a Justiça Desportiva.


PENA: suspensão de 90 (noventa) a 360 (trezentos e sessenta) dias e, na reincidência,
eliminação.

Parágrafo único. A infração deixa de ser punível se o agente, antes do julgamento,


se retrata e declara a verdade.

Art 223 Deixar de cumprir ou retardar o cumprimento de decisão da Justiça


Desportiva.
PENA: multa de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil
reais) e suspensão até que cumpra a decisão.

Parágrafo único – Quando o infrator for pessoa física, a pena será de suspensão de 90
(noventa) a 360 (trezentos e sessenta) dias.

Art 224 Deixar de comparecer, injustificadamente, ao órgão de Justiça Desportiva,


quando regularmente intimado.
PENA: suspensão de 30 (trinta) a 240 (duzentos e quarenta) dias.

Art 225 Deixar a entidade desportiva de tomar providências para o comparecimento


a órgão da Justiça Desportiva, quando intimado por seu intermédio, de qualquer pessoa
que lhe seja subordinada.
PENA: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais).

Art 226 Deixar a entidade de administração do desporto da mesma jurisdição


territorial de prover os órgãos da justiça desportiva dos recursos humanos e materiais
necessários ao seu pleno e célere funcionamento quando devidamente notificado pelo
presidente do órgão judicante (STJD ou TJD), dentro do prazo fixado na notificação.
PENA: Suspensão do Presidente da entidade desportiva ou de quem suas vezes o fizer até
o integral cumprimento da obrigação.

Art 227 Admitir ao exercício de cargo ou função, remunerados ou não, quem


estiver eliminado ou em cumprimento de pena disciplinar, na mesma modalidade.
PENA: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais).

Art 228 Exercer cargo, função ou atividade, na modalidade desportiva, durante o


período em que estiver suspenso por decisão da Justiça Desportiva.
PENA: suspensão de 90 (noventa) a 180 (cento e oitenta) dias, sem prejuízo da pena
anteriormente imposta.

Art 229 Dar ou oferecer vantagem a testemunha, perito, tradutor, intérprete, para
fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, tradução,
interpretação.
PENA: suspensão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e eliminação na reincidência.

Art 230 Não devolver os autos à Secretaria no prazo estabelecido:


35
PENA: multa de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Art 231 Pleitear, antes de esgotadas todas as instâncias da Justiça Desportiva,


matéria referente à disciplina e competições perante o Poder Judiciário, ou beneficiar-se de
medidas obtidas pelos mesmos meios por terceiro.
Pena: exclusão do campeonato ou torneio que estiver disputando e multa de R$ 50.000,00
(cinqüenta mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).

CAPÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO

Art 232 Deixar de cumprir obrigação assumida em qualquer documento referente


às atividades desportivas.
PENA: multa de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e cumprimento da obrigação no prazo
que for fixado, além da indenização pelos prejuízos causados, quando requerida.

Art 233 Deixar de cumprir obrigação legal por fato ligado ao desporto.
PENA: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) e
suspensão até o cumprimento da obrigação.

TÍTULO IX
DAS INFRAÇÕES CONTRA A MORAL DESPORTIVA

CAPÍTULO I
DAS FALSIDADES

Art 234 Falsificar, no todo ou em parte, documento público ou particular, omitir


declaração que nele deveria constar, inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
que deveria ser escrita, para o fim de usá-lo perante a Justiça Desportiva ou entidade
desportiva.
PENA: suspensão de 180 (cento e oitenta) a 720 (setecentos e vinte) dias e eliminação na
reincidência.

§1º – Nas mesmas penas incorrerá quem fizer uso do documento falsificado na
forma deste artigo, conhecendo-lhe a falsidade.

§2º – No caso de falsidade de documento público, após o trânsito em julgado da


decisão que a reconhecer, o presidente do órgão judicante encaminhará ao Ministério
Público os elementos necessários à apuração da responsabilidade criminal.

§3º – Equipara-se a documento, para os efeitos deste artigo, as provas fotográficas,


fonográficas, cinematográficas, de video tape e as imagens fixadas por qualquer meio
eletrônico.

Art 235 Atestar ou certificar falsamente, em razão da função, fato ou circunstância que
habilite atleta a obter registro, condição de jogo, inscrição, transferência ou qualquer
vantagem indevida.
PENA: suspensão de 180 (cento e oitenta) a 720 (setecentos e vinte) dias e eliminação na
reincidência.

Art 236 Usar, em atividade desportiva, como própria, carteira de atleta ou qualquer
documento de identidade de outrem ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento
dessa natureza, próprio ou de terceiro.
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PENA: suspensão de 180 (cento e oitenta) a 720 (setecentos e vinte) dias e eliminação na
reincidência.

CAPÍTULO II
DA CORRUPÇÃO, DA CONCUSSÃO E DA PREVARICAÇÃO

Art 237 Dar ou prometer vantagem indevida a quem exerça cargo ou função,
remunerados ou não, em qualquer entidade desportiva ou Órgão da Justiça Desportiva,
para que pratique, omita ou retarde ato de ofício ou, ainda, para que o faça contra
disposição expressa de norma desportiva.
PENA: suspensão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e eliminação na reincidência.

Art 238 Receber ou solicitar, para si ou para outrem, vantagem indevida em razão
de cargo ou função, remunerados ou não, em qualquer entidade desportiva ou órgão da
justiça desportiva, para praticar, omitir ou retardar ato de ofício, ou, ainda, para faze-lo
contra disposição expressa de norma desportiva.
PENA: suspensão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e eliminação na reincidência.

Art 239 Deixar de praticar ato de ofício, por interesse pessoal ou para favorecer ou
prejudicar outrem ou praticá-lo, para os mesmos fins, com abuso de poder ou excesso de
autoridade.
PENA: suspensão de 120 (cento e vinte) a 360 (trezentos e sessenta) dias e eliminação na
reincidência.

Art 240 Aliciar atleta autônomo ou pertencente a qualquer entidade desportiva:


PENA: suspensão de 60 (sessenta) a 180 (cento e oitenta) dias.

Parágrafo único – Comprovado o comprometimento da Entidade Desportiva no


aliciamento, será ela punida com a pena de multa de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) a
R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).

Art 241 Dar ou prometer qualquer vantagem a árbitro ou auxiliar de arbitragem


para que influa no resultado da partida, prova ou equivalente.
PENA: eliminação.

Parágrafo único – Na mesma pena incorrerá:


I – o intermediário;
II – o árbitro e o auxiliar de arbitragem que aceitarem a vantagem.

Art 242 Dar ou prometer vantagem indevida a membro de entidade desportiva,


dirigente, técnico ou atleta, para que, de qualquer modo, influencie o resultado de partida,
prova ou equivalente.
PENA: eliminação.

Parágrafo único – Na mesma pena incorrerá o intermediário.

Art 243 Atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende.


PENA: suspensão de 180 (cento e oitenta) a 360 (trezentos e sessenta) dias.

§1º – Se o atleta cometer a infração mediante pagamento ou promessa de qualquer


vantagem, a pena será de suspensão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e eliminação na
reincidência.

§2º – O autor da promessa ou da vantagem será punido com pena de eliminação.


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CAPITULO III
DAS INFRAÇÕES POR DOPAGEM

Art 244 Ser flagrado, comprovadamente dopado, dentro ou fora da partida, prova
ou equivalente.
PENA: suspensão de 120 (cento e vinte) a 360 (trezentos e sessenta) dias e eliminação na
reincidência.

§1º Se comprovada a participação direta da entidade desportiva a que pertença, o


atleta, será ela punida com a perda de pontos, eventualmente obtidos na partida, prova ou
equivalente, além de, no caso de desporto profissional, multa de R$ 50.000,00 (cinqüenta
mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) e perda de sua parte na renda em favor
do adversário, se houver.

§2º Havendo reincidência na hipótese prevista no parágrafo anterior, a entidade


desportiva será excluída da competição, partida, prova ou equivalente.

§3º Se o atleta for praticante de modalidade de natureza olímpica ou paraolímpica,


a pena será comunicada ao respectivo Comitê.

§4º Não há prazo para a caracterização da reincidência nas infrações por dopagem.

§5º Presume-se dopado, para os efeitos deste artigo, o atleta que não se submeter ao
procedimento do controle de dopagem, quando regularmente notificado.

§6º Considera-se a infração consumada, nos casos de controle de dopagem fora-de-


competição, quando o atleta, regulamente notificado não se submeter ao procedimento do
controle de dopagem.

Art 245 Violar embalagem, frasco ou recipiente em que estiverem contidas as


amostras destinadas a exame.
PENA : suspensão de 120 (cento e vinte) a 180 (cento e oitenta) dias e eliminação na
reincidência.

Parágrafo único. Se da violação resulta a inutilização da amostra, a pena será de


180 (cento e oitenta) a 360 (trezentos e sessenta) dias de suspensão.

Art 246 Agir com negligência ou imprudência na guarda, transporte ou


conservação da amostra, de modo a torná-la imprestável para o fim a que se destina.
PENA: suspensão de 90 (noventa) a 120 (cento e vinte) dias e eliminação na reincidência.

Art 247 Falsificar, no todo ou em parte, o resultado da análise fornecida pelo


laboratório ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa.
PENA : Eliminação.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá quem fizer uso do resultado
falsificado, se lhe conhecer a falsidade.

Art 248 Deixar de cumprir, no que se refere à dopagem, na forma ou nos prazos
estabelecidos, as determinações deste Código, legislação federal, normas nacionais e
internacionais e regras de cada modalidade, se da omissão resultar prejuízo para o controle
da dopagem.
PENA: suspensão de 30(trinta) a 90 (noventa) dias e eliminação na reincidência.
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Art 249 Ministrar ou prescrever ao atleta substância ou método proibido.


PENA : Eliminação.

§ 1º Fica sujeita à mesma pena qualquer pessoa que tenha concorrido, direta ou
indiretamente, para a ministração ou prescrição.

§ 2º Se o autor da ministração ou prescrição exercer atividade pertinente à saúde, o


fato, com todas as suas circunstâncias, será comunicado, após o trânsito em julgado da
decisão, ao órgão de fiscalização do exercício profissional respectivo, para as providências
previstas em lei e, em caso de indícios de crime, contravenção ou outro, imediatamente
comunicado à Autoridade competente e ao Ministério Público.

CAPÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES DOS ATLETAS

Art 250 Praticar ato desleal ou inconveniente durante a partida, prova ou


equivalente.
PENA: suspensão de uma a três partidas, provas ou equivalentes.

Art 251 Reclamar, por gestos ou palavras, contra as decisões da arbitragem ou


desrespeitar o árbitro e seus auxiliares.
PENA: suspensão de 1 (uma) a 4 (quatro) partidas, provas ou equivalentes.

Art 252 Ofender moralmente o árbitro ou seus auxiliares:


PENA: suspensão de 2 (duas) a 6 (seis) partidas, provas ou equivalentes.

Parágrafo único. Para todos os efeitos, o árbitro e seus auxiliares são considerados
em função desde a escalação até o término do prazo fixado para a entrega dos documentos
da competição na entidade.

Art 253 Praticar agressão física contra o árbitro ou seus auxiliares, ou contra
qualquer outro participante do evento desportivo.
PENA: suspensão de 120 (cento e vinte) a 540 (quinhentos e quarenta) dias.

§ 1º Se da agressão resultar lesão corporal grave, a pena será de suspensão de 240


(duzentos e quarenta) a 720 (setecentos e vinte) dias.

§ 2º Se, ultrapassado o prazo de suspensão fixado pelo Órgão Judicante, na forma


do parágrafo anterior, e o atleta agredido permanecer impossibilitado da pratica da
atividade por força da agressão sofrida, continuará o agressor suspenso até total
recuperação do agredido.

Art 254 Praticar jogada violenta.


PENA: suspensão de 2 (duas) a 6 (seis) partidas, provas ou equivalentes.

Art 255 Praticar ato de hostilidade contra adversário ou companheiro de equipe:


PENA: suspensão de 1 (uma) a 3 (três) partidas, provas ou equivalentes.

Art 256 Desistir de disputar partida, depois de iniciada, por abandono de campo,
simulação de contusão, ou tentar impedir, por qualquer meio, o seu prosseguimento.
PENA: suspensão de 120 (cento e vinte) a 360 (trezentos e sessenta) dias.
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Parágrafo único. Se a infração for praticada em virtude de cumprimento de ordem
superior, ficará o autor da ordem sujeito à pena de suspensão de 01 (um) a 4 (quatro) anos.

Art 257 Participar de rixa, conflito ou tumulto, durante a partida, prova ou


equivalente.
PENA: suspensão de 2 (duas) a 10 (dez) partidas, provas ou equivalentes.

Parágrafo único – As entidades de prática desportiva cujos atletas tenham


participado da rixa, conflito ou tumulto, perderão os pontos e a suas respectivas partes na
renda.

Art 258 Assumir atitude contrária à disciplina ou à moral desportiva, em relação a


componente de sua representação, representação adversária ou de espectador.
PENA: suspensão de 1 (uma) a 10 (dez) partidas, provas ou equivalentes.

CAPÍTULO V
DAS INFRAÇÕES DOS ÁRBITROS, AUXILIARES E DELEGADOS

Art 259 Deixar de observar as regras da modalidade.


PENA: suspensão de 30 (trinta) a 120 (cento e vinte) dias e, na reincidência, suspensão de
120(cento e vinte) a 240 (duzentos e quarenta) dias.

Parágrafo único - A partida, prova ou equivalente poderá ser anulada se ocorrer,


comprovadamente, erro de direito.

Art 260 Omitir-se no dever de prevenir ou de coibir violência ou animosidade entre


os atletas, no curso da competição.
PENA: suspensão de 60 (sessenta) a 180 (cento e oitenta) dias e, na reincidência,
suspensão de 180 (cento e oitenta) a 360 (trezentos e sessenta) dias.

Art 261 Não se apresentar devidamente uniformizado ou apresentar-se sem o


material necessário ao desempenho das suas atribuições:
PENA: suspensão de 10 (dez) a 90 (noventa) dias.

Art 262 Deixar de apresentar-se, sem justo motivo, no local destinado a realização
da partida, prova ou equivalente com a antecedência mínima exigida no regulamento para
o início da competição.
PENA: multa de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Art 263 Deixar de comunicar à autoridade competente, em tempo oportuno, que


não se encontra em condições de exercer suas atribuições.
PENA: suspensão de 10 (dez) a 90 (noventa) dias.

Art 264 Não conferir documento de identificação das pessoas físicas constantes da
súmula ou equivalente.
PENA: suspensão de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias.

Parágrafo único. Quando da omissão resultar a anulação da partida, prova ou


equivalente ou desclassificação do atleta, a pena será de suspensão de 60 (sessenta) a 120
(cento e vinte) dias.

Art 265 Deixar de entregar ao órgão competente, no prazo legal, os documentos da


partida, prova ou equivalente, regularmente preenchidos.
PENA: suspensão de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias.
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Art 266 Deixar de relatar as ocorrências disciplinares da partida, prova ou


equivalente, ou fazê-lo de modo a impossibilitar ou dificultar a punição de infratores,
deturpar os fatos ocorridos ou fazer constar fatos que não tenha presenciado.
PENA: suspensão de 120 (cento e vinte) a 720 (setecentos e vinte) dias.

Art 267 Deixar de solicitar às autoridades competentes as providências necessárias


à segurança individual de atletas e auxiliares ou deixar de interromper a partida, caso
venham a faltar essas garantias.
PENA: suspensão de 60 (sessenta) a 180 (cento e oitenta) dias.

Art 268 Dar início à partida, prova ou equivalente, ou não interrompê-la quando, no
local exclusivo destinado a sua prática, houver qualquer pessoa que não as previstas nas
regras das modalidades, regulamentos e normas da competição.
PENA: suspensão de 120 (cento e vinte) a 360 (trezentos e sessenta) dias.

Parágrafo único – Quando da infração resultarem ocorrências graves a pena será de


suspensão de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Art 269 Recusar-se, injustificadamente, a iniciar a partida, prova ou equivalente, ou


abandoná-la antes do seu término.
PENA: suspensão de 60 (sessenta) a 180 (cento e oitenta) dias.

Art 270 Dar publicidade a documento sem que esteja autorizado a fazê-lo.
PENA: suspensão de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias.

Art 271 Manifestar-se, publicamente, de forma desrespeitosa ou ofensiva sobre a


atuação de árbitros ou auxiliares, bem como sobre o desempenho de atletas e equipes.
PENA: suspensão de 60 (sessenta) a 120 (cento e vinte) dias.

Art 272 Assumir em praças desportivas, antes, durante ou depois da partida, atitude
contrária à disciplina ou à moral desportiva.
PENA: suspensão de 60 (sessenta) a 120 (cento e vinte) dias.

Art 273 Praticar atos com excesso ou abuso de autoridade.


PENA: suspensão de 60 (sessenta) a 180 (cento e oitenta) dias.

CAPÍTULO VI
DAS INFRAÇÕES EM GERAL

Art 274 Invadir local destinado à equipe de arbitragem, ou à partida, prova ou


equivalente, durante sua realização, inclusive intervalo regulamentar, sem a necessária
autorização.
PENA: suspensão de 120 (cento e vinte) a 720 (setecentos e vinte) dias.

Art 275 Proceder de forma atentatória à dignidade do desporto, com o fim de


alterar resultado de competição.
PENA: eliminação.

Parágrafo único. Se do procedimento resultar a alteração pretendida, o órgão


judicante anulará a partida, prova ou equivalente.

Art 276 Dar ou transmitir instruções a atletas, durante a realização de partida, prova
ou equivalente, em local proibido pelas regras ou regulamento da modalidade desportiva.
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PENA: suspensão de 30 (trinta) a 120 (cento e vinte) dias.

Art 277 Constranger alguém, mediante violência, grave ameaça ou por qualquer
outro meio, a não fazer o que a lei permite ou a fazer o que ela proíbe.
PENA: suspensão de 30 (trinta) a 120 (cento e vinte) dias.

Art 278 Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou, gestos ou por qualquer outro
meio, causar-lhe mal injusto ou grave.
PENA: suspensão de 30 (trinta) a 120 (cento e vinte) dias.

Art 279 Incitar publicamente a prática de infração.


PENA: Suspensão pelo prazo de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Art 280 Submeter criança ou adolescente, sob sua autoridade, guarda ou vigilância,
a vexame ou a constrangimento, sendo, nesse caso, os autos remetidos ao Conselho Tutelar
da Criança e do Adolescente.
Pena: Suspensão pelo prazo de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre, na medida de sua culpabilidade, o


técnico responsável pelo atleta desportivamente reincidente na mesma competição.

TÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, TRANSITÓRIAS E FINAIS

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art 281 Não existindo ou, se existindo, deixar de funcionar o órgão judicante, a
entidade de administração do desporto designará os seus representantes, que procederão na
forma do parágrafo único do art. 15 deste Código.

Art 282 Os casos omissos e as lacunas deste código serão resolvidos com a adoção
dos princípios gerais de direito e dos princípios que regem este Código, vedadas, na
definição e qualificação de infrações, as decisões por analogia.

Art 283 A interpretação das normas deste Código far-se-á com observância das
regras gerais de hermenêutica, visando à defesa da disciplina e da moralidade do desporto.

Art 284 Após o trânsito em julgado das decisões condenatórias, serão elas
remetidas, quando for o caso, aos respectivos órgãos de fiscalização do exercício
profissional, para as providências que entenderem necessárias.

CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art 285 Os mandatos dos atuais auditores ficam mantidos até o seu término.

Art 286 Este Código entrará em vigor na data de sua publicação, mantidas as regras
anteriores aos processos em curso.

Art 287 Ficam revogadas as Portarias MEC nº 702, de 17 de dezembro de 1981; nº.
25 de 24 de janeiro de 1984; nº 328, de 12 de maio de 1987; relativas ao Código Brasileiro
Disciplinar de Futebol (CBDF); Portarias MEC nº 629, de 2 de setembro de 1986; nº 877,
de 23 de dezembro de 1986, relativas ao Código Brasileiro de Justiça e Disciplina
Desportivas (CBJDD), e as Resoluções de Diretoria das entidades de administração do
desporto que se tenham incorporado às Portarias ora revogadas, e demais disposições em
contrário.

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