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Vanguardas Européias

Desde as últimas décadas do Século XIX, a História da Arte assistia a profundas modificações e rupturas. Os modelos que
vinham sendo valorizados desde a época do Renascimento Italiano pelas academias começavam a ser realmente questionados.

Nesse período, a Europa estava em clima propício para o surgimento das novas concepções artísticas sobre a realidade,
diante dos progressos industriais, dos avanços tecnológicos, das descobertas científicas e médicas, como a eletricidade, o
telefone, o rádio, a vacina anti-rábica, os tipos sanguíneos, o cinema, etc.. Surgiram inúmeras tendências na arte,
principalmente manifestos advindos do contraste social: de um lado a burguesia eufórica pela emergente economia industrial
e, de outro lado, a marginalização e descontentamento da classe proletária e a intensificação do desemprego (especialmente
após a queda da bolsa de Nova Iorque em 1929).

Os artistas, acompanhando as mudanças sociais, econômicas, políticas e filosóficas do mundo, passaram a desejar novas
expressões artísticas, o que levou ao surgimento de diversos movimentos que buscavam expressar sua revolta contra as
regras e imposições e mostrar uma nova maneira de ver o mundo. Estes movimentos, pioneiros da arte e da cultura, foram
denominados vanguardas européias, que começaram na Europa no início do século XX e iniciaram um tempo de ruptura com as
estéticas precedentes, como o Simbolismo. Dentre eles, os mais destacados, responsáveis por uma série de manifestos,
foram: Futurismo, Cubismo, Dadaísmo, Surrealismo e Expressionismo. O Construtivismo, o Suprematismo e o Neoplasticismo,
originados principalmente do Cubismo, também foram movimentos importantes do início do século.

Os Fauves (as Feras), liderados pela figura de Henri Matisse (1869-1954) começaram com uma reação ao divisionismo
metódico (ver Neo-Impressionismo) e assumiram características expressionistas.

O Fauvismo pode ser classificado entre os primeiros grupos de vanguarda, pois, apesar da curta duração (1905 a 1908) e da
incoerência associada a ele, agrupou e influenciou figuras importantes da arte moderna, como André Durain (1880-1954),
Georges Braque e exerceu influência, por exemplo, sobre Picasso.

Fundado em 1909, na Itália por Marinetti, o Futurismo pregava o “verso livre”, a “imaginação sem fio” e a “palavra em
liberdade”, como visão dinâmica da realidade. O autor do movimento propunha a negação total dos valores estéticos vigentes
na época, destruindo a sintaxe da gramática (não usando adjetivos, conjunções e pontuação). A grande novidade do
movimento foi a “escrita automática”, o artista de coloca no estado mais passível e receptivo que conseguir, escreve
depressa, sem assunto pré-estabelecido. Coragem, audácia e revolta deveriam ser os elementos essenciais da poesia
futurista e seus seguidores devotariam o amor à velocidade, ao perigo, à pátria e à guerra. O futurismo identificou-se nas
décadas seguintes com o fascismo.

Criado em 1910, o Expressionismo, como o próprio nome sugere, é a expressão das emoções e do mundo interior do homem,
usando a distorção violenta, a cor forte e o traço exagerado. O artista não escreve, ele acumula convivências, usa a
percepção. Neste movimento, Van Gogh, que pode ser considerado uma terceira influência decisiva sobre a arte do século
XX, e Anita Malfatti, se destacam na pintura.

Os expressionistas alemães, agrupados no Die Brücke, Dresdem e Der Blaue Reiter, Munique foram outras importantes
influências para a Arte Moderna.

O Cubismo (fundado em 1913) é decorrente da pintura. O artista “fraciona a realidade e depois a remonta em planos
sobrepostos e simultâneos” (como em recortes de revistas espalhados e colados aleatoriamente). Usa de uma escritura
nominal, subjetivismo, invenção de palavras e humor (através de uma linguagem como que caótica). Picasso na pintura e
Apollinaire na literatura são os grandes representantes do Cubismo.

Em 1916, para protestar contra a Primeira Guerra Mundial, Tristan Tzara e um grupo de artistas refugiados em Zurique
lançam o manifesto Dadá, um dos mais importantes do Modernismo, que daria origem ao Dadaísmo, um movimento, que
expressa a negação total, a “apologia do absurdo e do incoerente”, a destruição do ambiente e a construção de uma anti-arte.
Versos declamados em várias línguas, obscenos e agressivos eram um das formas do Dadaísmo escandalizar e denunciar um
mundo sem sentido.

Em 1924, o escritor francês André Breton lançou o manifesto Surrealista, um dos mais famosos do movimento modernista.
Nele propunha a recriação da sociedade sob novas técnicas, com uma arte feita a partir do inconsciente, que possibilitasse
uma livre associação entre os sonhos, as alucinações e a realidade. A realidade do Surrealismo é a do subconsciente, a do
sonho. O pintor Salvador Dali é um dos principais nomes desse movimento.
Um dado curioso dos movimentos vanguardistas do século XX é o fato de normalmente terem origem em idéias filosóficas.

Estas idéias podem receber, a princípio, expressão na literatura e poesia, para posteriormente passar às artes plásticas,
como é o caso mais específico do Surrealismo e do Futurismo.

Além disso, a popularidade entre os artistas das teorias, que justificavam a arte, também foi grande, como as obras
extremamente lidas e comentadas entre os círculos vanguardistas da época: "Do espiritual na Arte", de Kandinsky (1912) e
"Abstração e Sentimento" (1908) de Wilhelm Worringer.

Estas vanguardas previram o futuro do nosso mundo, e tentaram mudá-lo com seus escândalos, antes que este acabasse
virando um mundo sem liberdade de expressão. Estes movimentos trouxeram grandes riquezas a nossa História, criando
novos ramos para a literatura, para a pintura e para tantas outras formas de expressar a arte, liberando pensamentos e
idéias que ficavam enclausurados em cabeças presas pela alta sociedade que impunha conceitos vazios e egoístas ao povo.

Fontes:

http://www.mundoeducacao.com.br/literatura/vanguardas-europeias.htm

http://www.pitoresco.com.br/art_data/vanguardas_euro/index.htm

http://lazer.hsw.uol.com.br/modernismo.htm

http://pt.shvoong.com/humanities/h_history/1801211-vanguardas-europ%C3%A9ias/

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