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CIÊNCIA DOS MATERIAIS

Profa. Eleani M. da Costa


Sem. 2002/01
INTRODUÇÃO
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Ciência dos materiais é a base para


todas as engenharias
 As propriedades dos materiais são que
definem a capacidade e estrutura de um
determinado componente, bem como o
processo de fabricação do mesmo
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

Propriedades dos
Materiais
E
N
G
Microestrutura E
N
H
A
Composição e Processo R
de Fabricação I
A
Figura copiada do material do Prof. Sidnei Paciornik do
Departamento de Ciência dos Materiais e Metalurgia da PUC-Rio
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS
O número de materiais cresceu muito
nas últimas décadas e a tendência é
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

de se proliferarem mais num futuro


próximo

 Desenvolvimento e aperfeiçoamento dos


métodos de extração de materiais da natureza
 Modificação de materiais naturais
 Combinação de materiais conhecidos para a
formação de novos materiais
Como definir qual o melhor material para
um determinado fim?
Exemplo: Copo
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Custo
 Vidro  Tempo de vida
 Cerâmica  Durabilidade
 Aparência
 Plástico  Natureza do líquido (ex:
Depende copo de metal e papel
 Madeira não pode ser usado para
café, suco de laranja não
 Metal pode ser armazenado
numa taça antiga de
peltre porque remove o
 Papel Pb da liga)
Quais os critérios que um engenheiro deve
adotar para selecionar um material entre
tantos outros?
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Em primeiro lugar, o engenheiro deve


caracterizar quais as condições de operação
que será submetido o referido material e
levantar as propriedades requeridas para tal
aplicação, saber como esses valores foram
determinados e quais as limitações e
restrições quanto ao uso dos mesmos.
Quais os critérios que um engenheiro deve adotar

para selecionar um material entre tantos outros?


Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

A segunda consideração na escolha do


material refere-se ao levantamento sobre o
tipo de degradação que o material sofrerá em
serviço. Por exemplo, elevadas temperaturas
e ambientes corrosivos diminuem
consideravelmente a resistência mecânica.
Quais os critérios que um engenheiro deve adotar

para selecionar um material entre tantos outros?


Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Finalmente, a consideração talvez mais


convincente é provavelmente a
econômica:
Qual o custo do produto acabado??? Um
material pode reunir um conjunto ideal de
propriedades, porém com custo
elevadíssimo.
TIPOS DE INDÚSTRIA - INFLUÊNCIA DOS MATERIAIS
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

INDÚSTRIA DE PONTA PRODUÇÃO EM MASSA

• Grande exigência • Produtos não


tecnológica diferenciados
• Utilização dos mate- • Utilização de materiais
riais nos limites abaixo dos limites

SELECÇÃO CUIDADA SELECÇÃO CUIDADA


(FACTOR CUSTO SECUNDÁRIO) (FACTOR CUSTO PRIMORDIAL)

Figura copiada do material do Prof. Arlindo Silva do Instituto


Superior Técnico da Universidade de Portugal
Quais os critérios que um engenheiro deve adotar

para selecionar um material entre tantos outros?


Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Em raras ocasiões um material reúne uma


combinação ideal de propriedades, ou seja,
muitas vezes é necessário reduzir uma em
benefício da outra. Um exemplo clássico são
resistência e ductilidade, geralmente um
material de alta resistência apresenta
ductilidade limitada. Este tipo de circunstância
exige que se estabeleça um compromisso
razoável entre duas ou mais propriedades.
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

A classificação tradicional dos materiais


é geralmente baseada na estrutura
atômica e química destes.
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Metais
 Cerâmicas Classificação tradicional

 Polímeros
 Compósitos
 Semicondutores
 Biomateriais (Mat. Biocompatíveis)
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Materiais metálicos são


 Metais geralmente uma combinação de
elementos metálicos.
 Os elétrons não estão ligados a
 Cerâmicas nenhum átomo em particular e por
 Polímeros isso são bons condutores de calor
 Compósitos e eletricidade
 Semicondutores  Não são transparentes à luz
visível
 Biomateriais (Mat.  Têm aparência lustrosa quando
Biocompatíveis) polidos
 Geralmente são resistentes e
deformáveis
 São muito utilizados para
aplicações estruturais
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Materiais cerâmicos são


 Cerâmicas geralmente uma combinação de
elementos metálicos e não-
metálicos.
 Metais
 Geralmente são óxidos, nitretos e
 Polímeros carbetos
 Compósitos  São geralmente isolantes de calor
 Semicondutores e eletricidade
 Biomateriais (Mat.  São mais resistêntes à altas
Biocompatíveis) temperaturas e à ambientes
severos que metais e polímeros
 Com relação às propriedades
mecânicas as cerâmicas são
duras, porém frágeis
 Em geral são leves
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Polímeros  Materiais poliméricos são


geralmente compostos orgânicos
 Metais baseados em carbono, hidrogênio
e outros elementos não-metálicos.
 Cerâmicos
 São constituídos de moléculas
 Compósitos muito grandes (macro-moléculas)
 Semicondutores  Tipicamente, esses materiais
 Biomateriais (Mat. apresentam baixa densidade e
Biocompatíveis) podem ser extremamente flexíveis
 Materiais poliméricos incluem
plásticos e borrachas
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Materiais compósitos são


constituídos de mais de um tipo
 Compósitos de material insolúveis entre si.
 Os compósitos são “desenhados”
 Metais para apresentarem a combinação
das melhores características de
 Cerâmicos
cada material constituinte
 Polímeros  Muitos dos recentes
 Compósitos desenvolvimento em materiais
 Semicondutores envolvem materiais compósitos
 Biomateriais (Mat.
 Um exemplo classico é o
compósito de matriz polimérica
Biocompatíveis)
com fibra de vidro. O material
compósito apresenta a resistência
da fibra de vidro associado a
flexibilidade do polímero
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Materiais semicondutores
apresentam propriedades
 Semicondutores elétricas que são intermediárias
entre metais e isolantes
 Metais  Além disso, as características
elétricas são extremamente
 Cerâmicos
sensíveis à presença de
 Polímeros pequenas quantidades de
 Compósitos impurezas, cuja concentração
pode ser controlada em pequenas
 Semicondutores
regiões do material (para formar
 Biomateriais (Mat. as junções p-n)
Biocompatíveis)  Os semicondutores tornaram
possível o advento do circuito
integrado que revolucionou as
indústrias de eletrônica e
computadores
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Biomateriais  Biomateriais são empregados em


componentes para implantes de
partes em seres humanos
 Metais
 Esses materiais não devem
 Cerâmicos produzir substâncias tóxicas e
 Polímeros devem ser compatíveis com o
 Compósitos tecido humano (isto é, não deve
 Semicondutores causar rejeição).
 Biomateriais (Mat.  Metais, cerâmicos, compósitos e
Biocompatíveis) polímeros podem ser usados
como biomateriais.
EVOLUÇÃO DA UTLIZAÇÃO DOS MATERIAIS
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

Figura copiada do material do Prof. Arlindo Silva do Instituto


Superior Técnico da Universidade de Portugal
MATERIAIS AVANÇADOS
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 São materiais utilizados em aplicações de


tecnologia de ponta, ou seja, são materias
utilizados para a fabricação de dispositivos ou
componentes que funcionam ou operam usando
princípios sofiscados ou intrincados
 Exemplos destas aplicações incluem:
equipamentos eletrônicos (VCRs, CD players,
DVDs), computadores, sistemas de fibra óptica,
foguetes e mísseis militares, detectores, lasers,
displays de cristal líquido, indústria
aeroespacial, etc.
 Estes materiais são geralmente materiais
tradicionais cujas propriedades são optimizadas
ou materiais novos de alto desempenho.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A
NECESSIDADE DE MATERIAIS MODERNOS
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Materias que apresentem:


- Alto desempenho
- Baixo peso e alta resistência
- Resistência à altas temperaturas
- Desenvolvimento de materiais que
sejam menos danosos ao meio
ambiente e mais fáceis de serem
reciclados ou regenerados
LIGAÇÕES QUÍMICAS EM
MATERIAIS SÓLIDOS
Por quê estudar?
O tipo de ligação interatômica geralmente explica a propriedade
do material.
Por exemplo, o carbono pode existir na forma de grafite que é
mole, escuro e “gorduroso” e na forma de diamante que é
extremamente duro e brilhante. Essa dramática disparidade nas
propriedades é diretamente atribuída ao tipo de ligação química
que é encontrada no grafite e não no diamante. Veja no site
www.cimm.com.br (material didático)
TIPOS DE LIGAÇÕES
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Metálica
 Covalente
 Iônica
 Van der Waals
TIPOS DE LIGAÇÕES
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Metálica  Forma-se com átomos de baixa


eletronegatividade (apresentam no
 Covalente
máximo 3 elétrons de valência)
 Iônica
 Então, os elétrons de valência são
divididos com todos os átomos
 Van der Waals (não estão ligados a nenhum
átomo em particular) e assim eles
estão livres para conduzir
 A ligação metálica não é direcional
porque os elétrons livres protegem
o átomo carregado positivamente
das forças repulsivas eletrostáticas
 A ligação metálica é forte (um
pouco menos que a iônica e
covalente)= 20-200 Kcal/mol
Filme
TIPOS DE LIGAÇÕES
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Os elétrons de valência são


 Covalente compartilhados
 Metálica  Forma-se com átomos de alta
eletronegatividade
 Iônica  A ligação covalente é direcional
e forma ângulos bem definidos
 Van der Waals (apresenta um certo grau de
ligação iônica)
 A ligação covalente é forte =
125-300 Kcal/mol
 Esse tipo de ligação é comum
em compostos orgânicos, por
exemplo em materiais
poliméricos e diamante.
Figura copiada do material do Prof. Sidnei Paciornik do
Departamento de Ciência dos Materiais e Metalurgia da PUC-Rio
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS
TIPOS DE LIGAÇÕES
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Os elétrons de valência são


 Iônica transferidos entre átomos
produzindo íons
 Metálica  Forma-se com átomos de
diferentes eletronegatividades
 Covalente (um alta e outro baixa)
 A ligação iônica não é
 Van der Waals direcional, a atração é mútua
 A ligação é forte= 150-300
Kcal/mol (por isso o PF dos
materiais com esse tipo de
ligação é geralmente alto)
 A ligação predominante nos
materiais cerâmicos é iônica
LIGAÇÃO IÔNICA
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 As forças atrativas eletrostáticas entre os átomos é


não-direcional os átomos num material
iônico arranjam-se de forma que todos os íons
positivos têm como vizinho mais próximo íons
negativos, sendo as forças atrativas igual em todas
as direções.
 A magnitude da força obedece a Lei de Coulomb
Figura copiada do material do Prof. Sidnei Paciornik do
Departamento de Ciência dos Materiais e Metalurgia da PUC-Rio
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS
LEI DE COULOMB
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Forças atrativas

 r é a distância interatômica
 z1 e z2 são as valências dos 2 tipos de íons
 e é a carga do elétron (1,602x10-19 C)
 0 é a permissividade do vácuo (8,85x10 -12 F/m)
CONSIDERAÇÕES SOBRE
LIGAÇÃO IÔNICA E COVALENTE
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Muito poucos compostos exibem ligação iônica e covalente


puras
 A maioria das ligações iônicas tem um certo grau de ligação
covalente e vice –versa transferem e compartilham
elétrons
 O grau do tipo de ligação depende da eletronegadividade
dos átomos constituintes.
 Quanto maior a diferença nas eletronegatividades mais
iônica é a ligação
 Quanto menor a diferença nas eletronegatividades mais
covalente é a ligação
CONSIDERAÇÕES SOBRE
LIGAÇÃO IÔNICA E COVALENTE
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Fração de
ligação covalente=

onde E é a diferença nas


eletronegatividades dos átomos

Ex: SiO2
Eletronegatividade do Si= 1,8
Eletronegatividade do O= 3,5
Fração de ligação covalente= 0,486= 48,6%
TIPOS DE LIGAÇÕES
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 São ligações secundárias ou


 Van der Waals físicas
 A polarização (formação de
 Metálica dipólos) devido a estrutura da
ligação produz forças atrativas e
 Covalente repulsivas entre átomos e
moléculas
 Iônica
 A ligação de van der Waals não
é direcional
Filme  A ligação é fraca< 10 Kcal/mol
 Exemplo desse tipo de ligação
acontece entre átomos de
Hidrogênio

A ligação é gerada por pequenas assimetria


na distribuição de cargas
LIGAÇÃO DE VAN DER WAALS
EXEMPLO: MOLÉCULA DE ÁGUA
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 A molécula de água apresenta


polarização de carga (formação de
Filme
dipólos): positiva proxima aos átomos
de H e negativa onde os elétrons de
valência estão localizados
 Isto produz forças de van der Waals
entre as moléculas, fazendo com que
as mesmas tendam a alinhar-se os
pólos negativos com positivos. Como
o angulo de ligação 109,5o, as
moléculas formam uma estrutura
quase hexagonal (veja figura)
 O gelo tem estrutura hexagonal
devido a este tipo de ligação. Ë
menos denso por isso flutua sobre a
água.
DISTÂNCIA DE LIGAÇÕES
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 A distância entre 2 átomos é


determinada pelo balanço
das forças atrativas e
repulsivas
 As forças atrativas variam
com o quadrado da distância
entre os 2 átomos
 Quanto mais próximos os
átomos maiores as forças
atrativas e repulsivas
 Quando a soma das forças
atrativas e repulsivas é zero,
a distância entre os átomos
está em equilíbrio.
FORÇA DE LIGAÇÕES
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

Filme
 É a soma das forças
atrativas e repulsivas entre
os átomos
 No ponto de equilíbrio a
soma das duas forças é zero
 Quando os átomos se
aproximam as forças de
atração e repulsão
aumentam (mas as forças
de repulsam aumentam bem
mais)
FORÇA DE LIGAÇÕES
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 A inclinação da curva no ponto de equilíbrio dá a força


necessária para separar os átomos.
 Corresponde ao módulo de elasticidade (E) que é a inclinação
da curva tensãoXdeformação
Filme
ENERGIA DE LIGAÇÃO
 Algumas vezes é mais conveniente trabalhar com energia
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

(potencial) do que forças de ligações.


 Matematicamente energia (E) e força de ligações (F) estão
relacionadas por : E= F.dr
 A menor energia é o ponto de equilíbrio
Quanto mais profundo o
poço de potencial maior a
temperatura de fusão do
material
Devido as forcas de
repulsão aumentarem
muito mais com a
aproximação dos átomos
a curva não é simétrica.
Filme
Por isso, a maioria dos
materiais tendem a se
expandir quando
aquecidos
ENERGIA DE LIGAÇÃO
Eleani Maria da Costa - DEM/PUCRS

 Quando energia é fornecida a um material, a


vibração térmica faz com que os átomos
oscilem próximos ao estado de equilíbrio.
 Devido a assimetria da curva de energia de
ligaçãoXdistância interatômica, a distância
média entre os átomos aumenta com o
aumento da temperatura.
 Então, quanto mais estreito o mínimo de
potencial menor é o coeficiente de expansão
térmica do material

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