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Não compreendo por que você assume que a única razão pela qual Deus busca o louvor seja
por necessidade ou incompletude. Isso pode ser verdade para meros seres humanos, mas com
Deus há outra possibilidade.
E se a admiração, como o ateísta Ayn Rand disse certa vez, for o mais raro e melhor dos
prazeres? E se, como desejo que Ayn Rand possa enxergar, Deus realmente for o ser mais
admirável do Universo? Isso não implicaria que a convocação de Deus para o louvarmos seja
algo que vise a nossa suprema alegria? E se o custo para que o chamado à adoração se tornasse
possível for a vida de seu Filho... isso não seria amor (em vez de arrogância)?
A grandeza de Deus é a razão bíblica para que o louvemos muito. "Porque grande é o Senhor
mui digno de ser louvado" (Sl 96.4). Ele é mais admirável do que qualquer coisa que ele tenha
criado.
Além disso, a Bíblia diz que o louvor, uma admiração sincera e transbordante, nos dá prazer:
"Louvai ao Senhor, porque é bom e amável cantar louvores ao nosso Deus" (Sl 147.1). E esse
prazer é o que há de melhor e dura para sempre: "na tua presença há plenitude de alegria, na
tua destra, delícias perpetuamente" (Sl 16.11).
Concluímos, então, que o desejo de Deus pelo supremo louvor é seu desejo pela nossa
suprema felicidade. No fundo do coração, sabemos que não fomos feitos para sermos adulados,
para a auto-exaltação. Fomos feitos, porém, para exaltar alguém maior do que nós.
A maior das alegrias vem quando nos esquecemos de nós mesmos e somos atraídos pela
maior das grandezas, a grandeza de Deus. Cada coisa boa que já emocionou o coração do
homem é amplificada em dez mil vezes ao tocar no coração de Deus, o seu Criador. Deus é
peculiar, é o único ser que ministra amor ao ser adorado. Se ele agir "humildemente" e nos
afastar de sua beleza, sugerindo que encontremos alegria em qualquer outra coisa, seremos
arruinados.
Grandes pensadores têm dito isso muito antes de mim. Jonathan Edwards, por exemplo:
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É fácil imaginar que Deus aspira o bem da criatura... até mesmo sua Felicidade,
através de uma suprema consideração sobre si mesmo; no momento em que a
felicidade surge... quando a criatura exercita sua suprema admiração por Deus... ao
amá-lo e regozijar-se
se nele... O respeito de Deus ao bem da criatura e a si mesmo não
são assuntos distintos; estão unidos em um só propósito, à medida que a felicidade
almejada para a criatura consiste na felicidade da união consigo mesmo.1
Tanto Edwards quanto Lewis perceberam que louvar Deus é a consumação da nossa alegria
nele. Uma alegria que flui de sua infinita beleza e grandeza.
gr andeza. Não há quem o supere em qualquer
aspecto. Ele e absolutamente desejável. Porém, somos pecadores e não vemos isso, não o
desejamos, pois desejamos a nós mesmos acima de tudo Jesus Cristo, por outro lado, ensinou
ensinou-
nos a sermos humanos de outra forma, morrendo pelos nossos pecados, absorvendo a ira de
Deus contra nós e abrindo o caminho para vermos Deus e desfrutarmos dele. "Pois também
Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir
conduzir-vos a Deus;
morto sim, na carne, mass vivificado no espírito" (lPe 3:18).
Portanto, a razão pela qual Deus busca nosso louvor não é porque esteja incompleto até obtê
obtê-
lo, mas porque nós não seremos completos até o louvarmos. Isso não é arrogância. É amor. Oro
para que você possa ver a beleza do seu Criador e Redentor, e dela desfrutar.
1Jonathan EDWARDS. “The End for Which God Created the World”. In: John PIPER, Gods
Possion for His Glory. Wheaton: Crossway Books, 1998, p 248 s
2C S. LEWIS Reflections on the Psalms. Nova York: Harcourt, Brace and World, 1958, p. 93
93-5.
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