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teve características que lhe permitam funcionar como av) ‘Faca de borboleta’ a arma branca, ou instrumento
arma de fogo; com configuração de arma branca, composta por uma
z) ‘Arma lançadora de gases’ o dispositivo portátil lâmina articulada num cabo ou empunhadura dividido
destinado a lançar gases por um cano; longitudinalmente em duas partes também articuladas
aa) [Anterior alínea v).] entre si, de tal forma que a abertura da lâmina pode ser
ab) [Anterior alínea x).] obtida instantaneamente por um movimento rápido de
ac) [Anterior alínea z).] uma só mão;
ad) ‘Arma de repetição’ a arma de fogo com depó- ax) ‘Faca de abertura automática ou faca de ponta e
sito fixo ou com carregador amovível que, após cada mola’ a arma branca, ou instrumento com configuração
disparo, é recarregada pela acção do atirador sobre um de arma branca, composta por um cabo ou empunhadura
mecanismo que transporta e introduz na câmara nova que encerra uma lâmina, cuja disponibilidade pode ser
munição, retirada do depósito ou do carregador ou que obtida instantaneamente por acção de uma mola sob
posiciona a câmara para ser disparada a munição que tensão ou outro sistema equivalente;
contém; az) [Anterior alínea as).]
ae) [Anterior alínea ab).] aaa) ‘Pistola-metralhadora’ a arma de fogo auto-
af) [Anterior alínea ac).] mática, compacta, que utiliza munições para arma de
ag) ‘Reprodução de arma de fogo para práticas re- fogo curta;
creativas’ o mecanismo portátil com a configuração de aab) ‘Réplica de arma de fogo’ a arma de fogo de
arma de fogo das classes A, B, B1, C e D, pintado com carregamento pela boca, apta a disparar um ou mais pro-
cor fluorescente, amarela ou encarnada, indelével, clara- jécteis, utilizando carga de pólvora preta ou similar, que
mente visível quando empunhado, em 5 cm a contar da não seja classificada no âmbito do n.º 3 do artigo 1.º;
boca do cano e na totalidade do punho, caso se trate de aac) ‘Reprodução de arma de fogo’ o mecanismo
arma curta, ou em 10 cm a contar da boca do cano e na portátil com a configuração de uma arma de fogo que,
totalidade da coronha, caso se trate de arma longa, por pela sua apresentação e características, possa ser con-
forma a não ser susceptível de confusão com as armas fundida com as armas previstas nas classes A, B, B1,
das mesmas classes, apto unicamente a disparar esfera C e D, com exclusão das reproduções de arma de fogo
não metálica cuja energia à saída da boca do cano não para práticas recreativas, das armas de alarme ou de
seja superior a 1,3 J para calibres inferiores ou iguais a salva não transformáveis e das armas de starter;
6 mm e munições compactas, ou a 13 J para outros cali- aad) ‘Revólver’ a arma de fogo curta, de repetição,
bres e munições compostas por substâncias gelatinosas; com depósito constituído por tambor contendo várias
ah) ‘Marcador de paintball’ o mecanismo portátil câmaras;
propulsionado a ar comprimido, apto unicamente a aae) ‘Arma de starter’ o dispositivo tecnicamente
disparar esfera não metálica constituída por tinta hi- não susceptível de ser transformado em arma de fogo,
drossolúvel e biodegradável não poluente contida em com a configuração de arma de fogo, destinado unica-
invólucro de gelatina, cuja energia à saída da boca do mente a produzir um efeito sonoro, para ser utilizado
cano não seja superior a 13 J; em actividades desportivas e treinos de caça;
ai) [Anterior alínea ae).] aaf) ‘Arma com configuração de armamento militar’
aj) ‘Arma de tiro a tiro’ a arma de fogo sem depósito a arma de fogo que, pela sua configuração ou caracte-
ou carregador, de um ou mais canos, que é carregada rísticas técnicas, seja susceptível de ser confundida com
mediante a introdução manual de uma munição em equipamentos, meios militares e material de guerra ou
cada câmara ou câmaras ou em compartimento situado classificada como tal.
à entrada destas;
al) [Anterior alínea ag).] 2— .....................................
am) [Anterior alínea ah).] a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
an) ‘Bastão extensível’ o instrumento portátil teles- b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
cópico, rígido ou flexível, destinado a ser empunhado c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
como meio de agressão ou defesa; d) ‘Báscula’ parte da arma de fogo em que se articula
ao) [Anterior alínea ai).] o cano ou canos e que obtura a câmara ou câmaras
ap) ‘Boxer’ o instrumento metálico ou de outro ma- fazendo o efeito de culatra;
terial duro destinado a ser empunhado e a ampliar o e) [Anterior alínea d).]
efeito resultante de uma agressão; f) [Anterior alínea e).]
aq) [Anterior alínea al).] g) [Anterior alínea f).]
ar) [Anterior alínea am).] h) [Anterior alínea g).]
as) ‘Estilete’ a arma branca, ou instrumento com i) [Anterior alínea h).]
configuração de arma branca, composta por uma haste j) [Anterior alínea i).]
perfurante sem gumes e por um punho; l) [Anterior alínea j).]
at) ‘Estrela de lançar’ a arma branca, ou instrumento m) [Anterior alínea l).]
com configuração de arma branca, em forma de estrela n) [Anterior alínea m).]
com pontas cortantes que se destina a ser arremessada o) ‘Culatra’ a parte da arma de fogo que obtura a
manualmente; extremidade do cano onde se localiza a câmara;
au) ‘Faca de arremesso’ a arma branca, ou instru- p) [Anterior alínea o).]
mento com configuração de arma branca, composta por q) [Anterior alínea p).]
uma lâmina integrando uma zona de corte e perfuração r) [Anterior alínea q).]
e outra destinada a ser empunhada ou a servir de con- s) [Anterior alínea r).]
trapeso com vista a ser lançada manualmente; t) [Anterior alínea s).]
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2561
4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, de segurança, é regulado por despacho do director na-
aos menores de 18 anos e maiores de 16 anos é permi- cional da PSP.
tida a aquisição de reproduções de armas de fogo para
práticas recreativas desde que autorizados para o efeito Artigo 14.º
por quem exerça a responsabilidade parental. […]
5 — (Anterior n.º 4.)
6 — A detenção, o uso e o porte das armas referi- 1— .....................................
das nos n.os 1 a 4, bem como das armas de starter e de a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
alarme, só são permitidos no domicílio, transporte e para b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
o exercício das actividades para as quais foi solicitada c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
autorização de aquisição. d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, e) Sejam portadores do certificado de aprovação em
a detenção, uso, porte e transporte de reproduções de curso de formação técnica e cívica para o uso e porte
armas de fogo para práticas recreativas, ainda que não de armas de fogo da classe B1.
contendo as características previstas na alínea ag) do
n.º 1 do artigo 2.º, podem ser temporariamente autori- 2 — Sem prejuízo do disposto no artigo 30.º da Cons-
zadas a praticantes estrangeiros em provas internacio- tituição e do número seguinte, para efeito de apreciação
nais realizadas em Portugal, pelo período necessário do requisito constante na alínea c) do número anterior,
à sua participação nas provas, mediante requerimento é susceptível de indiciar falta de idoneidade para efei-
instruído com prova da inscrição no evento, a formular tos de concessão de licença o facto de, entre outros,
junto da Direcção Nacional da PSP pela entidade pro- ao requerente ter sido aplicada medida de segurança
motora da iniciativa. ou ter sido condenado pela prática de crime doloso,
8 — A aquisição de armas de starter pode ser au- cometido com uso de violência, em pena superior a
torizada a quem demonstrar, fundamentadamente, ne- 1 ano de prisão.
cessitar das mesmas para a prática desportiva ou de 3 — No decurso do período anterior à verificação
treino de caça. do cancelamento definitivo da inscrição no registo cri-
9 — A aquisição de munições para as armas de minal das decisões judiciais em que o requerente foi
alarme ou salva e para armas de starter pode ser auto- condenado, pode este requerer que lhe seja reconhecida
rizada a quem for autorizada a aquisição destas mesmas a idoneidade para os fins pretendidos, pelo tribunal da
armas. última condenação.
10 — A aquisição de armas de ar comprimido de 4 — O incidente corre por apenso ao processo prin-
aquisição livre é permitida aos maiores de 18 anos, cipal, sendo instruído com requerimento fundamentado
mediante declaração aquisitiva. do requerente, que é obrigatoriamente ouvido pelo juiz
11 — A aquisição de armas de ar comprimido desti- do processo, que decide, produzida a necessária prova
nadas à prática de actividades desportivas é permitida e após parecer do Ministério Público.
mediante declaração aquisitiva e prova de inscrição 5 — (Anterior n.º 4.)
numa federação de tiro desportivo que as reconheça 6 — (Anterior n.º 5.)
como adequadas para a prática daquela modalidade
desportiva. Artigo 15.º
12 — Não é permitido o uso e porte de armas de ar […]
comprimido fora de propriedade privada e dos locais
autorizados. 1— .....................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 12.º b) Demonstrem carecer da licença para a prática de
[…]
actos venatórios de caça maior ou menor e se encontrem
habilitados com carta de caçador com arma de fogo ou
1— ..................................... demonstrem fundamentadamente carecer da mesma por
motivos profissionais;
a) Licença B, para o uso e porte de armas das
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
classes B, B1 e E; d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3— .....................................
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4— .....................................
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 17.º
2 — Às situações de isenção ou dispensa de licença […]
legalmente previstas são correspondentemente apli-
cáveis as obrigações previstas para os titulares de li- 1— .....................................
cença. a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3 — O uso e porte de arma por quem desempenha b) Demonstrem carecer da licença para a prática
actividades profissionais que o exijam, que não as de- desportiva de artes marciais, sendo atletas federados,
sempenhadas pelas Forças Armadas e forças e serviços práticas recreativas em propriedade privada, detenção
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2565
ou venatória, feira ou mercado, campo ou carreira de trar a exercer esta actividade é punido com coima
tiro, a quem for condenado: de € 20 000 a € 40 000.
4 — Quem exercer comércio electrónico de armas, mu-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
nições e acessórios da classe A e partes essenciais dessas
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
armas é punido com coima de € 2000 a € 20 000.
2— ..................................... 5 — Quem exercer comércio electrónico em viola-
3— ..................................... ção do disposto no artigo 50.º-A é punido com coima
4— ..................................... de € 1000 a € 10 000.
5— ..................................... 6 — Quem frequentar ou utilizar carreira ou campo
de tiro não licenciado, conhecendo ou devendo conhe-
Artigo 95.º cer, essa falta de licenciamento, é punido com coima
de € 500 a € 2000.
Responsabilidade criminal
das pessoas colectivas e equiparadas
Artigo 107.º
As pessoas colectivas e entidades equiparadas são […]
responsáveis, nos termos gerais, pelos crimes previstos
no n.º 1 do artigo 86.º e no artigo 87.º 1 — O agente ou autoridade policial procede à apre-
ensão da ou das armas de fogo, munições e respectivas
Artigo 97.º licenças e manifestos, emitindo documento de apreensão
com a descrição da ou das armas, munições e documen-
[…]
tação, quando:
Quem, sem se encontrar autorizado, fora das condi-
ções legais ou em contrário das prescrições da autori- a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
dade competente, detiver, transportar, importar, guardar, b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
comprar, adquirir a qualquer título ou por qualquer meio c) Se encontrarem fora das condições legais ou em
ou obtiver por fabrico, transformação, importação ou violação das prescrições da autoridade competente.
exportação, usar ou trouxer consigo reprodução de arma 2— .....................................
de fogo, arma de alarme, munições de salva ou alarme 3— .....................................
ou armas das classes F e G, é punido com uma coima 4— .....................................
de € 600 a € 6000.
Artigo 108.º
Artigo 98.º
[…]
[…]
1 — Sem prejuízo da cassação de licenças por au-
Quem, sendo titular de licença, detiver, usar ou for toridade judiciária, o director nacional da PSP pode
portador, transportar arma fora das condições legais, determinar a cassação:
afectar arma a actividade diversa da autorizada pelo
director nacional da PSP ou em violação das normas a) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de
de conduta previstas na presente lei é punido com uma arma, quando o titular tenha sido condenado pela prática
coima de € 500 a € 5000. de crime doloso, cometido com uso de violência, em
pena superior a 1 ano de prisão;
Artigo 99.º b) Das licenças C e D obtidas com base na titularidade
de carta de caçador, quando o titular foi condenado pela
[…]
prática de infracção no exercício de acto venatório,
1 — Quem não observar o disposto: tendo-lhe sido interditado o direito de caçar ou cassada
a respectiva autorização, ou cessado, por caducidade, a
a) No n.º 3 do artigo 31.º e nos artigos 34.º e 35.º, é referida autorização;
punido com uma coima de € 250 a € 2500; c) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de
b) No artigo 19.º-A, é punido com uma coima de arma, quando o titular for condenado por crime de maus
€ 500 a € 5000; tratos ao cônjuge ou a quem com ele viva em condições
c) No n.º 6 do artigo 11.º, no n.º 3 do artigo 18.º e análogas, aos filhos ou a menores ao seu cuidado, ou
nos n.os 1 e 3 do artigo 38.º, é punido com uma coima quando pelo mesmo crime foi determinada a suspensão
de € 600 a € 6000; provisória do processo de inquérito;
d) [Anterior alínea c).] d) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de
2 — Quem proceder à alteração das características arma, quando ao titular for aplicada medida de coacção
das reproduções de armas de fogo para práticas recrea- de obrigação de não contactar com determinadas pessoas
tivas é punido com coima de € 500 a € 1000. ou não frequentar certos lugares ou certos meios;
e) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de
Artigo 101.º arma, quando ao titular for aplicada a medida de suspen-
são provisória do processo de inquérito mediante a im-
[…]
posição de idênticas injunções ou regras de conduta;
1— ..................................... f) De qualquer licença de detenção, uso, ou porte de
2— ..................................... arma, ao titular que utilizou a arma para fins não auto-
3 — Quem, não sendo titular de alvará para a rizados ou diferentes daqueles a que a mesma se destina
exploração de carreira ou campo de tiro, se encon- ou violou as normas de conduta do portador de arma;
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2573
Disposições transitórias
CAPÍTULO I
1 — As armas classificadas ao abrigo da anterior redac-
ção do n.º 3 do artigo 1.º, como utilizando munições de Disposições gerais
calibre obsoleto, que não forem abrangidas pela portaria
do Ministério da Administração Interna a que se refere a
SECÇÃO I
actual redacção do n.º 3 do artigo 1.º, devem ser mani-
festadas no prazo de seis meses a contar da publicação Objecto, âmbito, definições legais e classificação das armas
daquela portaria.
2 — Quem detiver entre três a cinco armas das Artigo 1.º
classes C e D, fica obrigado a observar as condições
Objecto e âmbito
de guarda das armas a que se refere o artigo 32.º, no
prazo de três meses a partir da entrada em vigor da 1 — A presente lei estabelece o regime jurídico relativo
presente lei. ao fabrico, montagem, reparação, importação, exportação,
3 — Quem desenvolver as actividades compreendidas transferência, armazenamento, circulação, comércio, aqui-
nas alíneas d) e e) do n.º 1 do artigo 48.º fica obrigado a sição, cedência, detenção, manifesto, guarda, segurança,
requerer o respectivo alvará de armeiro no prazo de seis uso e porte de armas, seus componentes e munições, bem
meses a partir da entrada em vigor da presente lei. como o enquadramento legal das operações especiais de
4 — Quem detiver munições cujo número exceda os prevenção criminal.
limites previstos no artigo 35.º da presente lei, deverá obe- 2 — Ficam excluídas do âmbito de aplicação da presente
decer aos limites previstos no referido artigo, no prazo de lei as actividades relativas a armas e munições destinadas
três meses a partir da entrada em vigor da presente lei. às Forças Armadas, às forças e serviços de segurança, bem
como a outros serviços públicos cuja lei expressamente as
Artigo 6.º exclua, bem como aquelas que se destinem exclusivamente
Regulamentação a fins militares.
3 — Ficam ainda excluídas do âmbito de aplicação da
São aprovadas por portaria do Ministério da Adminis- presente lei as actividades referidas no n.º 1 relativas a
tração Interna, a publicar no prazo de 180 dias, as normas armas de fogo e munições cuja data de fabrico seja anterior
relativas às seguintes matérias: a 1 de Janeiro de 1891, bem como aquelas que utilizem
a) A lista das armas obsoletas a que se refere o n.º 3 munições obsoletas, constantes de portaria do Ministério
do artigo 1.º; da Administração Interna ou que obtenham essa classifi-
b) A marcação das embalagens de munições a que se cação por peritagem individual da Polícia de Segurança
refere o n.º 4 do artigo 74.º Pública (PSP).
2576 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009
4 — Ficam também excluídos do âmbito de aplicação de protecção ou outro de carácter pacífico e que se mostrem
da presente lei: nocivos ou letais para a vida;
m) «Arma branca» todo o objecto ou instrumento por-
a) As espadas, sabres, espadins, baionetas e outras ar- tátil dotado de uma lâmina ou outra superfície cortante,
mas tradicionalmente destinados a honras e cerimoniais perfurante, ou corto-contundente, de comprimento igual
militares ou a outras cerimónias oficiais; ou superior a 10 cm e, independentemente das suas dimen-
b) Os marcadores de paintball, respectivas partes e sões, as facas borboleta, as facas de abertura automática ou
acessórios. de ponta e mola, as facas de arremesso, os estiletes com
lâmina ou haste e todos os objectos destinados a lançar
5 — A detenção, uso e porte de arma por militares dos lâminas, flechas ou virotões;
quadros permanentes das Forças Armadas e por membros n) «Arma de carregamento pela boca» a arma de fogo
das forças e serviços de segurança são regulados por lei em que a culatra não pode ser aberta manualmente e o
própria. carregamento da carga propulsora e do projéctil só podem
ser efectuados pela boca do cano, no caso das armas de
Artigo 2.º um ou mais canos, e pela boca das câmaras, nas armas
Definições legais equipadas com tambor, considerando-se equiparadas às de
carregamento pela boca as armas que, tendo uma culatra
Para efeitos do disposto na presente lei e sua regula- móvel, não podem disparar senão cartucho combustível,
mentação e com vista a uma uniformização conceptual, sendo o sistema de ignição colocado separadamente no
entende-se por: exterior da câmara;
1 — Tipos de armas: o) «Arma eléctrica» todo o sistema portátil alimentado
a) «Aerossol de defesa» todo o contentor portátil de por fonte energética e destinado unicamente a produzir
gases comprimidos cujo destino seja unicamente o de descarga eléctrica momentaneamente neutralizante da ca-
produzir descargas de gases momentaneamente neutra- pacidade motora humana, não podendo, pela sua apresen-
lizantes da capacidade agressora, não podendo pela sua tação e características, ser confundida com outras armas
apresentação e características ser confundido com outras ou dissimular o fim a que se destina;
armas ou dissimular o fim a que se destina; p) «Arma de fogo» todo o engenho ou mecanismo
b) «Arco» a arma branca destinada a lançar flechas portátil destinado a provocar a deflagração de uma carga
mediante o uso da força muscular; propulsora geradora de uma massa de gases cuja expansão
c) «Arma de acção dupla» a arma de fogo que pode impele um ou mais projécteis;
ser disparada efectuando apenas a operação de accionar q) «Arma de fogo curta» a arma de fogo cujo cano
não exceda 30 cm ou cujo comprimento total não exceda
o gatilho;
60 cm;
d) «Arma de acção simples» a arma de fogo que é dis-
r) «Arma de fogo inutilizada» a arma de fogo a que foi
parada mediante duas operações constituídas pelo armar
retirada ou inutilizada peça ou parte essencial para obter o
manual do mecanismo de disparo e pelo accionar do ga- disparo do projéctil e que seja acompanhada de certificado
tilho; de inutilização emitido ou reconhecido pela Direcção Na-
e) «Arma de alarme ou salva» o dispositivo com a con- cional da Polícia de Segurança Pública (PSP);
figuração de uma arma de fogo destinado unicamente a s) «Arma de fogo longa» qualquer arma de fogo com
produzir um efeito sonoro semelhante ao produzido por exclusão das armas de fogo curtas;
aquela no momento do disparo; t) «Arma de fogo desactivada» a arma de fogo a que
f) «Arma de ar comprimido» a arma accionada por ar ou foi retirada peça ou peças necessárias para obter o disparo
outro gás comprimido, com cano de alma lisa ou estriada, do projéctil;
destinada a lançar projéctil metálico; u) «Arma de fogo obsoleta» a arma de fogo excluída do
g) «Arma de ar comprimido desportiva» a arma de ar âmbito de aplicação da lei por ser de fabrico anterior a 1 de
comprimido reconhecida por uma federação desportiva Janeiro de 1891, bem como aquelas que, sendo de fabrico
como adequada para a prática de tiro desportivo, nos termos posterior àquela data, utilizem munições obsoletas cons-
do disposto na respectiva lei; tantes da lista de calibres obsoletos publicada em portaria
h) «Arma de ar comprimido de aquisição condicionada» do Ministério da Administração Interna ou que obtenham
a arma de ar comprimido capaz de propulsar projécteis de essa classificação por peritagem individual da PSP;
calibre superior a 5,5 mm e as de qualquer calibre, capazes v) «Arma de fogo modificada» a arma de fogo que,
de propulsar projécteis, cuja energia cinética, medida à mediante uma intervenção não autorizada de qualquer
boca do cano, seja igual ou superior a 24 J; tipo, sofreu alterações das suas partes essenciais, marcas e
i) «Arma de ar comprimido de aquisição livre» a arma de numerações de origem, ou aquela cuja coronha tenha sido
ar comprimido, de calibre até 5,5 mm, capaz de propulsar reduzida de forma relevante na sua dimensão a um punho
projécteis, cuja energia cinética, medida à boca do cano, ou substituída por outra telescópica ou rebatível;
seja inferior a 24 J; x) «Arma de fogo transformada» o dispositivo que,
j) «Arma automática» a arma de fogo que, mediante mediante uma intervenção mecânica modificadora, obteve
uma única acção sobre o gatilho ou disparador, faz uma características que lhe permitem funcionar como arma de
série contínua de vários disparos; fogo;
l) «Arma biológica» o engenho susceptível de libertar z) «Arma lançadora de gases» o dispositivo portátil
ou de provocar contaminação por agentes microbiológi- destinado a lançar gases por um cano;
cos ou outros agentes biológicos, bem como toxinas, seja aa) «Arma lança-cabos» o mecanismo portátil com a
qual for a sua origem ou modo de produção, de tipos e em configuração de uma arma de fogo, destinado unicamente
quantidades que não sejam destinados a fins profilácticos a lançar linha ou cabo;
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2577
ab) «Arma química» o engenho ou qualquer equipa- aq) «Carabina» a arma de fogo longa com cano de alma
mento, munição ou dispositivo especificamente concebido estriada;
para libertar produtos tóxicos e seus precursores que pela ar) «Espingarda» a arma de fogo longa com cano de
sua acção química sobre os processos vitais possa causar alma lisa;
a morte ou lesões em seres vivos; as) «Estilete» a arma branca, ou instrumento com con-
ac) «Arma radioactiva ou susceptível de explosão nu- figuração de arma branca, composta por uma haste perfu-
clear» o engenho ou produto susceptível de provocar uma rante sem gumes e por um punho;
explosão por fissão ou fusão nuclear ou libertação de partí- at) «Estrela de lançar» a arma branca, ou instrumento
culas radioactivas ou ainda susceptível de, por outra forma, com configuração de arma branca, em forma de estrela
difundir tal tipo de partículas; com pontas cortantes que se destina a ser arremessada
ad) «Arma de repetição» a arma de fogo com depósito manualmente;
fixo ou com carregador amovível que, após cada disparo, au) «Faca de arremesso» a arma branca, ou instrumento
é recarregada pela acção do atirador sobre um mecanismo com configuração de arma branca, composta por uma
que transporta e introduz na câmara nova munição, retirada lâmina integrando uma zona de corte e perfuração e outra
do depósito ou do carregador ou que posiciona a câmara destinada a ser empunhada ou a servir de contrapeso com
para ser disparada a munição que contém; vista a ser lançada manualmente;
ae) «Arma semiautomática» a arma de fogo com depó- av) «Faca de borboleta» a arma branca, ou instrumento
sito fixo ou com carregador amovível que, após cada dis- com configuração de arma branca, composta por uma
paro, se carrega automaticamente e que não pode, mediante lâmina articulada num cabo ou empunhadura dividido
uma única acção sobre o gatilho, fazer mais de um disparo; longitudinalmente em duas partes também articuladas entre
af) «Arma de sinalização» o mecanismo portátil com si, de tal forma que a abertura da lâmina pode ser obtida
a configuração de arma de fogo destinado a lançar um instantaneamente por um movimento rápido de uma só
dispositivo pirotécnico de sinalização, cujas características mão;
excluem a conversão para o tiro de qualquer outro tipo de ax) «Faca de abertura automática ou faca de ponta e
projéctil; mola» a arma branca, ou instrumento com configuração de
ag) «Reprodução de arma de fogo para práticas recrea- arma branca, composta por um cabo ou empunhadura que
tivas» o mecanismo portátil com a configuração de arma encerra uma lâmina, cuja disponibilidade pode ser obtida
de fogo das classes A, B, B1, C e D, pintado com cor instantaneamente por acção de uma mola sob tensão ou
fluorescente, amarela ou encarnada, indelével, claramente outro sistema equivalente;
visível quando empunhado, em 5 cm a contar da boca do az) «Pistola» a arma de fogo curta, de tiro a tiro, de
cano e na totalidade do punho, caso se trate de arma curta, repetição ou semiautomática;
ou em 10 cm a contar da boca do cano e na totalidade da aaa) «Pistola-metralhadora» a arma de fogo automática,
coronha, caso se trate de arma longa, por forma a não ser compacta, que utiliza munições para arma de fogo curta;
susceptível de confusão com as armas das mesmas classes, aab) «Réplica de arma de fogo» a arma de fogo de car-
apto unicamente a disparar esfera não metálica cuja ener- regamento pela boca, apta a disparar um ou mais projécteis,
gia à saída da boca do cano não seja superior a 1,3 J para utilizando carga de pólvora preta ou similar, que não seja
calibres inferiores ou iguais a 6 mm e munições compactas classificada no âmbito do n.º 3 do artigo 1.º;
ou a 13 J para outros calibres e munições compostas por aac) «Reprodução de arma de fogo» o mecanismo por-
substâncias gelatinosas; tátil com a configuração de uma arma de fogo que, pela sua
ah) «Marcador de paintball» o mecanismo portátil pro- apresentação e características, possa ser confundida com as
pulsionado a ar comprimido, apto unicamente a disparar armas previstas nas classes A, B, B1, C e D, com exclusão
esfera não metálica constituída por tinta hidrossolúvel das reproduções de arma de fogo para práticas recreativas,
e biodegradável não poluente contida em invólucro de das armas de alarme ou de salva não transformáveis e das
gelatina, cuja energia à saída da boca do cano não seja armas de starter;
superior a 13 J; aad) «Revólver» a arma de fogo curta, de repetição,
ai) «Arma submarina» a arma branca destinada unica- com depósito constituído por tambor contendo várias câ-
mente a disparar arpão quando submersa em água; maras;
aj) «Arma de tiro a tiro» a arma de fogo sem depósito ou aae) «Arma de starter» o dispositivo tecnicamente não
carregador, de um ou mais canos, que é carregada mediante susceptível de ser transformado em arma de fogo, com a
a introdução manual de uma munição em cada câmara ou configuração de arma de fogo, destinado unicamente a
câmaras ou em compartimento situado à entrada destas; produzir um efeito sonoro, para ser utilizado em activida-
al) «Arma veterinária» o mecanismo portátil com a des desportivas e treinos de caça;
configuração de uma arma de fogo destinado unicamente aaf) «Arma com configuração de armamento militar»
a disparar projéctil de injecção de anestésicos ou outros a arma de fogo que, pela sua configuração ou caracte-
produtos veterinários sobre animais; rísticas técnicas, seja susceptível de ser confundida com
am) «Bastão eléctrico» a arma eléctrica com a forma equipamentos, meios militares e material de guerra ou
classificada como tal.
de um bastão;
an) «Bastão extensível» o instrumento portátil telescó-
pico, rígido ou flexível, destinado a ser empunhado como 2 — Partes das armas de fogo:
meio de agressão ou defesa; a) «Alma do cano» a superfície interior do cano entre
ao) «Besta» a arma branca dotada de mecanismo de a câmara e a boca;
disparo que se destina exclusivamente a lançar virotão; b) «Alma estriada» a superfície interior do cano com
ap) «Boxer» o instrumento metálico ou de outro mate- sulcos helicoidais ou outra configuração em espiral, que
rial duro destinado a ser empunhado e a ampliar o efeito permite conferir rotação ao projéctil, dotando-o de esta-
resultante de uma agressão; bilidade giroscópica;
2578 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009
c) «Alma lisa» a superfície interior do cano não dotada cano pelos gases resultantes da deflagração de uma carga
de qualquer dispositivo destinado a imprimir movimento propulsora ou outro sistema de propulsão;
de rotação ao projéctil; b) «Calibre da arma» a denominação da munição para
d) «Báscula» parte da arma de fogo em que se articula o que a arma é fabricada;
cano ou canos e que obtura a câmara ou câmaras fazendo c) «Calibre do cano» o diâmetro interior do cano, ex-
o efeito de culatra; presso em milímetros ou polegadas, correspondendo, nos
e) «Boca do cano» a extremidade da alma do cano por canos de alma estriada, ao diâmetro de brocagem antes de
onde sai o projéctil; abertas as estrias, ou equivalente a este diâmetro no caso
f) «Caixa da culatra» a parte da arma onde está contida de outros processos de fabrico;
e se movimenta a culatra; d) «Carga propulsora ou carga de pólvora» a carga de
g) «Câmara» a parte do cano ou, nos revólveres, a ca- composto químico usada para carregar as munições ou a
vidade do tambor onde se introduz a munição; carga de pólvora preta ou substância similar usada para
h) «Cano» a parte da arma constituída por um tubo carregar as armas de carregamento pela boca;
destinado a guiar o projéctil no momento do disparo; e) «Cartucho» o recipiente metálico, plástico ou de
i) «Cão» a peça de um mecanismo de percussão que vários materiais, que se destina a conter o fulminante, a
contém ou bate no percutor com vista ao disparo da mu- carga propulsora, a bucha e a carga de múltiplos projécteis,
nição; ou o projéctil único, para utilização em armas de fogo com
j) «Carcaça» a parte da arma curta de que faz parte cano de alma lisa;
ou onde se fixa o punho e que encerra o mecanismo de f) «Bucha» a parte componente de uma munição em
disparo; plástico ou outro material, destinada a separar a carga
l) «Carregador» o contentor amovível onde estão alo- propulsora do projéctil ou múltiplos projécteis, podendo
jadas as munições numa arma de fogo; também incorporar um recipiente que contém projécteis;
m) «Coronha» a parte de uma arma de fogo que se des- g) «Cartucho carregado» a munição para arma de fogo
tina a permitir o seu apoio no ombro do atirador; com cano de alma lisa contendo todos os seus componentes
n) «Corrediça» a parte da arma automática ou semiau- em condições de ser disparado;
tomática que integra a culatra e que se movimenta em h) «Cartucho vazio» o cartucho para arma de fogo com
calhas sobre a carcaça; cano de alma lisa não contendo nenhum dos componentes
o) «Culatra» a parte da arma de fogo que obtura a ex- necessários ao disparo;
tremidade do cano onde se localiza a câmara; i) «Cartucho de letalidade reduzida» o cartucho car-
p) «Depósito» o compartimento inamovível de uma regado com projéctil ou carga de projéctil não metálicos
arma de fogo onde estão alojadas as munições; com vista a não ser letal;
q) «Gatilho ou cauda do gatilho» a peça do mecanismo j) «Cartucho carregado com bala» a munição carregada
de disparo que, quando accionada pelo atirador, provoca com projéctil único, para arma com cano de alma lisa, ou
o disparo; arma com cano raiado para utilização de munições para
r) «Guarda-mato» a peça que protege o gatilho de ac- arma com cano de alma lisa;
cionamento acidental; l) «Chumbos de caça» os projécteis, com diâmetro até
s) «Mecanismo de disparo» o sistema mecânico ou 4,5 mm, com que se carregam os cartuchos de caça;
outro que, quando accionado através do gatilho, provoca m) «Componentes para recarga» os cartuchos, invólu-
o disparo; cros, fulminantes ou escorvas, carga propulsora e projécteis
t) «Mecanismo de travamento» o conjunto de peças para munições de armas de fogo;
destinado a bloquear a culatra móvel na posição de obtu- n) «Fulminante ou escorva» o componente da munição
ração da câmara; composto por uma cápsula que contém mistura explosiva, a
u) «Partes essenciais da arma de fogo» nos revólveres, qual, quando deflagrada, provoca uma chama intensa desti-
o cano, o tambor e a carcaça, nas restantes armas de fogo, nada a inflamar a carga propulsora da munição, não fazendo
o cano, a culatra, a caixa da culatra ou corrediça, a báscula parte da munição nas armas de carregamento pela boca;
e a carcaça; o) «Invólucro» o recipiente metálico, de plástico ou
v) «Percutor» a peça de um mecanismo de disparo de outro material, que se destina a conter o fulminante,
que acciona a munição, por impacte na escorva ou ful- a carga propulsora e o projéctil para utilização em armas
minante; com cano de alma estriada;
x) «Punho» a parte da arma de fogo que é agarrada pela p) «Munição de arma de fogo» o cartucho ou invólucro
mão que dispara; ou outro dispositivo contendo o conjunto de componentes
z) «Silenciador» o acessório que se aplica sobre a boca que permitem o disparo do projéctil ou de múltiplos pro-
do cano de uma arma destinado a eliminar ou reduzir o jécteis, quando introduzidos numa arma de fogo;
ruído resultante do disparo; q) «Munição com projéctil desintegrável» a munição
aa) «Tambor» a parte de um revólver constituída por cujo projéctil é fabricado com o objectivo de se desintegrar
um conjunto de câmaras que formam um depósito rotativo no impacte com qualquer superfície ou objecto duro;
de munições;
r) «Munição com projéctil expansivo» a munição cujo
ab) «Sistema de segurança de arma» mecanismo da
projéctil é fabricado com o objectivo de expandir no im-
arma que pode ser accionado pelo atirador, destinado a
pacte com um corpo sólido;
impedir o seu disparo quando actuado o gatilho.
s) «Munição com projéctil explosivo» a munição com
projéctil contendo uma carga que explode no momento
3 — Munições das armas de fogo e seus componen-
do impacte;
tes:
t) «Munição com projéctil incendiário» a munição com
a) «Bala ou projéctil» a parte componente de uma muni- projéctil contendo um composto químico que se inflama
ção ou carregamento que se destina a ser lançada através do em contacto com o ar ou no momento do impacte;
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2579
u) «Munição com projéctil encamisado» a munição com c) «Cedência a título de empréstimo» a entrega de arma
projéctil designado internacionalmente como full metal a terceiro, para que este se sirva dela durante certo período,
jacket (FMJ), com camisa metálica que cobre o núcleo em com a obrigação de a restituir findo o mesmo, saindo a
toda a sua extensão, com excepção, ou não, da base; arma da esfera de disponibilidade do seu proprietário;
v) «Munição com projéctil perfurante» a munição com d) «Carreira de tiro» a instalação interior ou exterior,
projéctil destinado a perfurar alvos duros e resistentes; funcional e exclusivamente destinada à prática de tiro com
x) «Munição com projéctil tracejante» a munição com arma de fogo carregada com munição de projéctil único;
projéctil que contém uma substância pirotécnica destinada e) «Casa forte ou fortificada» a construção ou compar-
a produzir chama, ou chama e fumo, de forma a tornar timento de uso exclusivo do portador ou detentor, integral-
visível a sua trajectória; mente edificada em betão, ou alvenaria, ou com paredes,
z) «Munição com projéctil cilíndrico» a munição de- soalho e tecto reforçados com malha ou estrutura metálica,
signada internacionalmente como wadcutter de projéctil sendo em todos os casos dotado de porta de segurança
cilíndrico ou de ponta achatada, destinada a ser usada em com fechadura de trancas e, caso existam, janelas com
tiro desportivo, provocando no alvo um orifício de con- grades metálicas;
torno bem definido; f) «Data de fabrico de arma» o ano em que a arma foi
aa) «Munição obsoleta» a munição de fabrico anterior produzida ou, sendo desconhecido, quando iniciada a sua
a 1 de Janeiro de 1891, ou posterior a essa data, que tenha produção;
deixado de ser produzida industrialmente e que não é co- g) «Detenção de arma», o facto de ter em seu poder ou
mercializada há pelo menos 40 anos; na sua esfera de disponibilidade uma arma;
ab) «Percussão anelar ou lateral» o sistema de ignição h) «Disparo de advertência» o acto voluntário de dis-
de uma munição em que o percutor actua sobre um ponto parar uma arma apontada para zona livre de pessoas e
periférico relativamente ao centro da base da mesma; bens;
ac) «Percussão central» o sistema de ignição de uma i) «Equipamentos, meios militares e material de guerra»
munição em que o percutor actua sobre a escorva ou ful- os equipamentos, armas, engenhos, instrumentos, produtos
minante aplicado no centro da base do invólucro; ou substâncias fabricados para fins militares e utilizados
ad) «Zagalotes» os projécteis, com diâmetro superior pelas Forças Armadas e forças e serviços de segurança;
a 4,5 mm, que fazem parte de um conjunto de múltiplos j) «Estabelecimento de diversão nocturna» entre as 0 e
projécteis para serem disparados em armas de fogo com as 9 horas, todos os locais públicos ou privados, constru-
cano de alma lisa; ídos ou adaptados para o efeito, na sequência ou não de
ae) «Munição de salva ou alarme» a munição sem pro- um processo de licenciamento municipal, que se encon-
jéctil e destinada unicamente a produzir um efeito sonoro trem a funcionar essencialmente como bares, discotecas
no momento do disparo. e similares, salas de jogos eléctricos ou manuais e feiras
de diversão;
4 — Funcionamento das armas de fogo: l) «Explosivo civil» todas as substâncias ou produtos
explosivos cujo fabrico, comércio, transferência, importa-
a) «Arma de fogo carregada» a arma de fogo que tenha
ção e utilização estejam sujeitos a autorização concedida
uma munição introduzida na câmara e a arma de carregar
pela autoridade competente;
pela boca em que seja introduzida carga propulsora, ful-
m) «Engenho explosivo civil» os artefactos que utilizem
minante e projéctil na câmara ou câmaras;
produtos explosivos cuja importação, fabrico e comerciali-
b) «Arma de fogo com segurança accionada», a arma
zação está sujeito a autorização concedida pela autoridade
de fogo em que está accionado o mecanismo que impede
competente;
o disparo pela pressão no gatilho;
n) «Engenho explosivo ou incendiário improvisado»
c) «Arma de fogo municiada» a arma de fogo com pelo me-
todos aqueles que utilizem substâncias ou produtos explosi-
nos uma munição introduzida no seu depósito ou carregador;
vos ou incendiários de fabrico artesanal não autorizado;
d) «Ciclo de fogo» o conjunto de operações realizadas
o) «Guarda de arma» o acto de depositar a arma, no
sequencialmente que ocorrem durante o funcionamento
domicílio ou outro local autorizado, em cofre ou armário
das armas de fogo de carregar pela culatra;
de segurança não portáteis, casa-forte ou fortificada, bem
e) «Culatra aberta» a posição em que a culatra, a corre-
como a aplicação de cadeado, accionamento de mecanismo
diça ou a báscula de uma arma se encontra de forma que
ou remoção de peça que impossibilite disparar a mesma;
a câmara não esteja obturada;
p) «Porte de arma» o acto de trazer consigo uma arma
f) «Culatra fechada» a posição em que a culatra, cor-
branca ou uma arma municiada ou carregada ou em con-
rediça ou báscula de uma arma se encontra de forma a
dições de o ser para uso imediato;
obturar a câmara;
q) «Recinto desportivo» o espaço criado exclusivamente
g) «Disparar» o acto de pressionar o gatilho, accionando
para a prática de desporto, com carácter fixo e com estru-
o mecanismo de disparo da arma, de forma a provocar o
lançamento do projéctil. turas de construção que lhe garantam essa afectação e fun-
cionalidade, dotado de lugares permanentes e reservados
a assistentes, após o último controlo de entrada;
5 — Outras definições:
r) «Transporte de arma» o acto de transferência de uma
a) «Armeiro» qualquer pessoa singular ou colectiva cuja arma descarregada e desmuniciada ou desmontada de um
actividade profissional consista, total ou parcialmente, no local para outro, de forma a não ser susceptível de uso
fabrico, compra e venda ou reparação de armas de fogo imediato;
e suas munições; s) «Uso de arma» o acto de empunhar, apontar ou dis-
b) «Campo de tiro» a instalação exterior funcional e parar uma arma;
exclusivamente destinada à pratica de tiro com arma de t) «Zona de exclusão» a zona de controlo da circulação
fogo carregada com munição de projécteis múltiplos; pedestre ou viária, definida pela autoridade pública, com
2580 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009
vigência temporal determinada, nela se podendo incluir florestais, domésticas ou desportivas, ou que pelo seu valor
os trajectos, estradas, estações ferroviárias, fluviais ou histórico ou artístico não sejam objecto de colecção;
de camionagem com ligação ou a servirem o acesso a g) Quaisquer engenhos ou instrumentos construídos
recintos desportivos, áreas e outros espaços públicos, dele exclusivamente com o fim de serem utilizados como arma
envolventes ou não, onde se concentrem assistentes ou de agressão;
apoiantes desse evento; h) Os aerossóis de defesa não constantes da alínea a)
u) «Cadeado de gatilho» o dispositivo aplicado ou fa- do n.º 7 do presente artigo e as armas lançadoras de ga-
zendo parte da arma que impede o accionamento do gatilho ses que estejam dissimuladas de forma a ocultarem a sua
e o disparo da arma; configuração;
v) «Importação» a entrada ou introdução nos limites i) Os bastões eléctricos ou extensíveis, de uso exclusivo
fiscais do território nacional, de quaisquer bens, bem como das Forças Armadas ou forças e serviços de segurança;
a sua permanência em estância alfandegária ou zona inter- j) Outros aparelhos que emitam descargas eléctricas
nacional, a aguardar os procedimentos legais aduaneiros, sem as características constantes da alínea b) do n.º 7 do
quando provenientes de países terceiros à União Euro- presente artigo ou que estejam dissimulados de forma a
peia; ocultarem a sua configuração;
x) «Exportação» a saída dos limites fiscais do território l) As armas de fogo transformadas ou modificadas;
nacional de quaisquer bens com destino a país terceiro à m) As armas de fogo fabricadas sem autorização;
União Europeia, bem como a sua permanência em estância n) As reproduções de armas de fogo e as armas de alarme
alfandegária ou zona internacional a aguardar os procedi- ou salva que possam ser convertidas em armas de fogo;
mentos legais aduaneiros; o) As espingardas e carabinas facilmente desmontáveis
z) «Trânsito» a passagem por território nacional, a aguar- em componentes de reduzida dimensão com vista à sua
dar os procedimentos legais aduaneiros, de quaisquer bens dissimulação;
oriundos de país terceiro e que se destinam a exportação p) As espingardas cujo comprimento de cano seja in-
ou transferência para outro Estado; ferior a 46 cm;
aa) «Homologação de armas e munições» a aprovação q) As munições com bala perfurante, explosiva, incen-
de marca, modelo, bem como demais características téc- diária, tracejante ou desintegrável;
r) Os silenciadores;
nicas de armas pelo director nacional da PSP;
s) As miras telescópicas, excepto aquelas que tenham
ab) «Transferência» a entrada em território nacional
afectação ao exercício de quaisquer práticas venatórias,
de quaisquer bens previstos na presente lei, quando pro-
recreativas ou desportivas federadas;
venientes de Estados membros da União Europeia tendo t) As armas longas semiautomáticas com a configuração
Portugal como destino final, ou a saída de quaisquer bens das armas automáticas para uso militar ou das forças de
de Portugal tendo como destino final Estados membros segurança.
da União Europeia;
ac) «Norma técnica» a informação emitida pela Di- 3 — São armas da classe B as armas de fogo curtas de
recção Nacional da PSP destinada a comunicar instrução repetição ou semiautomáticas.
técnica ou procedimental aos titulares de licenças e alvarás 4 — São armas da classe B1:
emitidos ao abrigo da presente lei;
ad) «Arma de aquisição condicionada» a arma que só a) As pistolas semiautomáticas com os calibres denomi-
pode ser adquirida por quem tenha licença habilitante e nados 6,35 mm Browning (.25 ACP ou .25 Auto);
autorização da Direcção Nacional da PSP; b) Os revólveres com os calibres denominados .32 S & W
ae) «Ornamentação» a exposição de arma em local a Long e .32 H & R Magnum.
indicar pelo requerente e identificado na correspondente
licença F. 5 — São armas da classe C:
a) As armas de fogo longas semiautomáticas, de repe-
Artigo 3.º tição ou de tiro a tiro, de cano de alma estriada;
Classificação das armas, munições e outros acessórios b) As armas de fogo longas semiautomáticas, de repeti-
ção ou de tiro a tiro com dois ou mais canos, se um deles
1 — As armas e as munições são classificadas nas clas- for de alma estriada;
ses A, B, B1, C, D, E, F e G, de acordo com o grau de c) As armas de fogo longas semiautomáticas ou de
perigosidade, o fim a que se destinam e a sua utilização. repetição, de cano de alma lisa, em que este não exceda
2 — São armas, munições e acessórios da classe A: 60 cm;
a) Os equipamentos, meios militares e material de d) As armas de fogo curtas de tiro a tiro unicamente
guerra, ou classificados como tal por portaria do Ministé- aptas a disparar munições de percussão central;
rio da Defesa Nacional; e) As armas de fogo de calibre até 6 mm unicamente
b) As armas de fogo automáticas; aptas a disparar munições de percussão anelar;
c) As armas químicas, biológicas, radioactivas ou sus- f) As réplicas de armas de fogo, quando usadas para
ceptíveis de explosão nuclear; tiro desportivo;
d) As armas brancas ou de fogo dissimuladas sob a g) As armas de ar comprimido de aquisição condicio-
forma de outro objecto; nada.
e) As facas de abertura automática, estiletes, facas de
borboleta, facas de arremesso, estrelas de lançar e bo- 6 — São armas da classe D:
xers; a) As armas de fogo longas semiautomáticas ou de repe-
f) As armas brancas sem afectação ao exercício de quais- tição, de cano de alma lisa com um comprimento superior
quer práticas venatórias, comerciais, agrícolas, industriais, a 60 cm;
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2581
formular junto da Direcção Nacional da PSP pela entidade d) Licença D, para o uso e porte de armas das classes D
promotora da iniciativa. e E;
8 — A aquisição de armas de starter pode ser autorizada e) Licença E, para o uso e porte de armas da classe E;
a quem demonstrar, fundamentadamente, necessitar das f) Licença F, para a detenção, uso e porte de armas da
mesmas para a prática desportiva ou de treino de caça. classe F;
9 — A aquisição de munições para as armas de alarme g) Licença de detenção de arma no domicílio, para a
ou salva e para armas de starter pode ser autorizada a quem detenção de armas das classes B, B1, C, D e F e uso e porte
for autorizada a aquisição destas mesmas armas. de arma da classe E;
10 — A aquisição de armas de ar comprimido de aqui- h) Licença especial para o uso e porte de armas das
sição livre é permitida aos maiores de 18 anos, mediante classes B, B1 e E.
declaração aquisitiva.
11 — A aquisição de armas de ar comprimido destinadas 2 — Às situações de isenção ou dispensa de licença
à prática de actividades desportivas é permitida mediante legalmente previstas são correspondentemente aplicáveis
declaração aquisitiva e prova de inscrição numa federação as obrigações previstas para os titulares de licença.
de tiro desportivo que as reconheça como adequadas para 3 — O uso e porte de arma por quem desempenha activi-
a prática daquela modalidade desportiva. dades profissionais que o exijam, que não as desempenha-
12 — Não é permitido o uso e porte de armas de ar das pelas Forças Armadas e forças e serviços de segurança,
comprimido fora de propriedade privada e dos locais au- é regulado por despacho do director nacional da PSP.
torizados.
Artigo 13.º
CAPÍTULO II Licença B
Homologação, licenças para uso e porte 1 — Sem prejuízo das situações de isenção ou dispensa,
de armas ou sua detenção a licença B pode ser concedida ao requerente que faça
prova da cessação do direito que lhe permitiu o uso e porte
de arma da classe B, pelo menos durante um período de
SECÇÃO I quatro anos.
Homologação, tipos de licença e atribuição 2 — A licença não é concedida se a cessação do direito
que permitiu ao requerente o uso e porte de arma ocorreu
Artigo 11.º-A em resultado da aplicação de pena disciplinar de demissão,
de aposentação compulsiva, bem como de aposentação
Homologação
por incapacidade psíquica ou física impeditiva do uso e
1 — São sujeitas a homologação, mediante catálogo a porte da mesma.
publicar anualmente pela PSP, as armas de fogo, reprodu- 3 — Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte
ções de armas de fogo, armas de salva ou alarme, armas de de arma da classe B são formulados através de requeri-
starter e munições destinadas a venda, aquisição, cedência, mento do qual conste o nome completo do requerente,
detenção, importação, exportação e transferência. número do bilhete de identidade, data e local de emissão,
2 — Para fins de homologação de armas de fogo, re- data de nascimento, profissão, estado civil, naturalidade,
produções de armas de fogo, armas de salva ou alarme, nacionalidade e domicílio, bem como a justificação da
armas de starter e munições, que não constem do catálogo pretensão.
referido no n.º 1, o interessado submete requerimento ao
director nacional da PSP, sendo o processo instruído com Artigo 14.º
a descrição técnica pormenorizada da arma e munições e Licença B1
com catálogo fotográfico, em modelo e condições a definir
por despacho do director nacional da PSP. 1 — A licença B1 pode ser concedida a maiores de
3 — É proibida a importação, exportação, transferên- 18 anos que reúnam, cumulativamente, as seguintes
cia e comércio, em território nacional, de armas de fogo, condições:
reproduções de armas de fogo, armas de salva ou alarme, a) Se encontrem em pleno uso de todos os direitos ci-
armas de starter e munições não homologadas. vis;
b) Demonstrem carecer da licença por razões profis-
Artigo 12.º sionais ou por circunstâncias de defesa pessoal ou de pro-
Classificação das licenças de uso e porte de arma ou detenção priedade;
c) Sejam idóneos;
1 — De acordo com a classificação das armas constante d) Sejam portadores de certificado médico;
do artigo 3.º, os fins a que as mesmas se destinam, bem e) Sejam portadores do certificado de aprovação em
como a justificação da sua necessidade, podem ser conce-
curso de formação técnica e cívica para o uso e porte de
didas pelo director nacional da PSP as seguintes licenças
armas de fogo da classe B1.
de uso e porte ou detenção:
a) Licença B, para o uso e porte de armas das classes B, 2 — Sem prejuízo do disposto no artigo 30.º da Cons-
B1 e E; tituição e do número seguinte, para efeito de apreciação
b) Licença B1, para o uso e porte de armas das classes B1 do requisito constante na alínea c) do número anterior, é
e E; susceptível de indiciar falta de idoneidade para efeitos de
c) Licença C, para o uso e porte de armas das classes C, concessão de licença o facto de, entre outros, ao requerente
D e E; ter sido aplicada medida de segurança ou ter sido conde-
2584 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009
nado pela prática de crime doloso, cometido com uso de 2 — A apreciação da idoneidade do requerente é feita
violência, em pena superior a 1 ano de prisão. nos termos do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 14.º
3 — No decurso do período anterior à verificação do 3 — Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte
cancelamento definitivo da inscrição no registo criminal de arma da classe E são formulados através de requeri-
das decisões judiciais em que o requerente foi condenado, mento do qual conste o nome completo do requerente,
pode este requerer que lhe seja reconhecida a idoneidade número do bilhete de identidade, data e local de emissão,
para os fins pretendidos, pelo tribunal da última conde- data de nascimento, profissão, estado civil, naturalidade,
nação. nacionalidade e domicílio, bem como a justificação da
4 — O incidente corre por apenso ao processo princi- pretensão.
pal, sendo instruído com requerimento fundamentado do
requerente, que é obrigatoriamente ouvido pelo juiz do Artigo 17.º
processo, que decide, produzida a necessária prova e após Licença F
parecer do Ministério Público.
5 — Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte 1 — A licença F é concedida a maiores de 18 anos, que
de arma da classe B1 são formulados através de requeri- reúnam, cumulativamente, as seguintes condições:
mento do qual conste o nome completo do requerente,
a) Se encontrem em pleno uso de todos os direitos ci-
número do bilhete de identidade, data e local de emissão,
vis;
data de nascimento, profissão, estado civil, naturalidade,
b) Demonstrem carecer da licença para a prática des-
nacionalidade e domicílio, bem como a justificação da
portiva de artes marciais, sendo atletas federados, práticas
pretensão.
recreativas em propriedade privada, detenção de réplicas
6 — O requerimento referido no número anterior deve
e armas de fogo inutilizadas destinadas a ornamentação e
ser acompanhado do certificado de aprovação para o uso
armas brancas destinadas ao mesmo fim;
e porte de armas de fogo da classe B1.
c) Sejam idóneos;
d) Sejam portadores de certificado médico.
Artigo 15.º
Licenças C e D 2 — A apreciação da idoneidade do requerente é feita
1 — As licenças C e D podem ser concedidas a maiores nos termos do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 14.º
de 18 anos que reúnam, cumulativamente, as seguintes 3 — Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte
condições: de arma da classe F são formulados através de requerimento
do qual conste o nome completo do requerente, número
a) Se encontrem em pleno uso de todos os direitos ci- do bilhete de identidade, data e local de emissão, data de
vis; nascimento, profissão, estado civil, naturalidade, naciona-
b) Demonstrem carecer da licença para a prática de lidade e domicílio, bem como a justificação da pretensão.
actos venatórios de caça maior ou menor e se encontrem 4 — Por despacho do director nacional da PSP, a so-
habilitados com carta de caçador com arma de fogo ou licitação do interessado, através de quem exerça a res-
demonstrem fundamentadamente carecer da mesma por ponsabilidade parental, pode ser permitida a aquisição, a
motivos profissionais; detenção, o uso e o porte das armas indicadas na alínea a)
c) Sejam idóneos; do n.º 8 do artigo 3.º, quando destinadas à prática de artes
d) Sejam portadores de certificado médico; marciais, a menores de 18 anos e maiores de 14 anos,
e) Sejam portadores do certificado de aprovação para sendo atletas federados.
o uso e porte de armas de fogo.
Artigo 18.º
2 — A apreciação da idoneidade do requerente é feita Licença de detenção de arma no domicílio
nos termos do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 14.º
3 — Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte 1 — A licença de detenção de arma no domicílio é con-
de arma das classes C e D são formulados através de re- cedida a maiores de 18 anos, exclusivamente para efeitos
querimento do qual conste o nome completo do requerente, de detenção de armas na sua residência, nos seguintes
número do bilhete de identidade, data e local de emissão, casos:
data de nascimento, profissão, estado civil, naturalidade,
a) Quando a licença de uso e porte de arma tiver cessado,
nacionalidade e domicílio.
por vontade expressa do seu titular, ou caducado e este não
4 — O requerimento deve ser acompanhado do certi-
opte pela transmissão da arma abrangida;
ficado de aprovação para o uso e porte de armas de fogo
b) Quando o direito de uso e porte de arma tiver ces-
da classe C ou D.
sado e o seu detentor não opte pela transmissão da arma
abrangida;
Artigo 16.º c) Quando as armas tenham sido adquiridas por sucessão
Licença E mortis causa ou doação e o seu valor venal, artístico ou
estimativo o justifique.
1 — A licença E pode ser concedida a maiores de
18 anos que reúnam, cumulativamente, as seguintes
2 — Os pedidos de concessão de licenças de detenção
condições:
de arma no domicílio são formulados através de reque-
a) Se encontrem em pleno uso de todos os direitos civis; rimento do qual conste o nome completo do requerente,
b) Demonstrem justificadamente carecer da licença; número do bilhete de identidade, data e local de emissão,
c) Sejam idóneos; data de nascimento, profissão, estado civil, naturalidade e
d) Sejam portadores de certificado médico. domicílio, bem como a justificação da pretensão.
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2585
4 — A pedido do cabeça-de-casal, pode a arma ser propriedades rústicas privadas em condições de segurança
transmitida a quem reunir condições para a sua detenção, para o efeito;
sendo o adquirente escolhido pelo interessado, ou pode ser e) Comunicar de imediato às autoridades policiais situa-
vendida em leilão que a PSP promova, sendo o valor da ções em que tenham recorrido às armas por circunstâncias
adjudicação, deduzido dos encargos, entregue à herança. de defesa pessoal ou de propriedade;
5 — Finda a partilha, a arma será entregue ao herdeiro f) Comunicar às autoridades policiais qualquer tipo de
beneficiário, desde que este reúna as condições legais para acidente ocorrido;
a sua detenção. g) Não emprestar ou ceder as armas, a qualquer título,
6 — Decorridos 10 anos sem que haja reclamação do fora das circunstâncias previstas na presente lei;
bem, será o mesmo declarado perdido a favor do Estado. h) Dar uma utilização às armas de acordo com a justi-
ficação da pretensão declarada aquando do seu licencia-
Artigo 38.º mento;
Cedência a título de empréstimo
i) Manter válido e eficaz o contrato de seguro relativo à
sua responsabilidade civil, quando a isso esteja obrigado
1 — Podem ser objecto de cedência, a título de emprés- nos termos da presente lei.
timo, a terceiro que as possa legalmente deter, as armas
das classes C e D, desde que destinadas ao exercício de Artigo 40.º
prática venatória ou treino de caça, nas condições definidas
Segurança das armas
na legislação regulamentar da presente lei.
2 — O empréstimo deve ser formalizado mediante do- Os portadores de armas são permanentemente respon-
cumento escrito, elaborado em triplicado, emitido pelo sáveis pela segurança das mesmas, no domicílio ou fora
proprietário e por este datado e assinado, sendo certificado dele, e devem tomar todas as precauções necessárias para
pela PSP, que arquiva o original, devendo o duplicado ser prevenir o seu extravio, furto ou roubo, bem como a ocor-
guardado pelo proprietário e o triplicado acompanhar a rência de acidentes.
arma.
3 — Não é permitido o empréstimo por mais de 180 dias,
SECÇÃO II
excepto se for a museu.
4 — O empréstimo legal da arma exime o proprietário Uso de armas de fogo, eléctricas e aerossóis de defesa
da responsabilidade civil inerente aos danos por aquela
causados. Artigo 41.º
Uso, porte e transporte
CAPÍTULO IV 1 — O uso, porte e transporte das armas de fogo deve
Normas de conduta de portadores de armas ser especialmente disciplinado e seguir rigorosamente as
regras e procedimentos de segurança.
2 — As armas de fogo curtas devem ser portadas em
SECÇÃO I condições de segurança, em coldre ou estojo próprio para
Obrigações comuns o seu porte, com dispositivo de segurança, sem qualquer
munição introduzida na câmara, com excepção dos re-
Artigo 39.º vólveres.
3 — As armas de fogo devem ser transportadas de forma
Obrigações gerais
separada das respectivas munições, com cadeado de gatilho
1 — Os portadores de qualquer arma obrigam-se a ou mecanismo que impossibilite o seu uso, ou desmontadas
cumprir as disposições legais constantes da presente lei e de forma a que não sejam facilmente utilizáveis, ou sem
seus regulamentos, bem como as normas regulamentares peça que possibilite o seu disparo, em bolsa ou estojo
de qualquer natureza relativas ao porte de armas no inte- próprios para o modelo em questão, com adequadas con-
rior de edifícios públicos, e as indicações das autoridades dições de segurança.
competentes relativas à detenção, guarda, transporte, uso 4 — O porte de arma de fogo, armas eléctricas, aerossóis
e porte das mesmas. de defesa e munições nas zonas restritas de segurança dos
2 — Os portadores de armas estão, nomeadamente, aeroportos e a bordo de uma aeronave carece de autori-
obrigados a: zação da autoridade competente, sendo o seu transporte
a bordo de aeronaves, como carga, sujeito ao disposto na
a) Apresentar as armas, bem como a respectiva docu- Convenção da Aviação Civil Internacional.
mentação, sempre que solicitado pelas autoridades com-
petentes; Artigo 42.º
b) Declarar, de imediato e por qualquer meio, às autori-
dades policiais o extravio, furto ou roubo das armas, bem Uso de armas de fogo
como o extravio, furto, roubo ou destruição do livrete de 1 — Considera-se uso excepcional de arma de fogo a
manifesto ou da licença de uso e porte de arma; sua utilização efectiva nas seguintes circunstâncias:
c) Não exibir ou empunhar armas sem que exista ma-
nifesta justificação para tal; a) Como último meio de defesa, para fazer cessar ou re-
d) Disparar as armas unicamente em carreiras ou campos pelir uma agressão actual e ilícita dirigida contra o próprio
de tiro ou no exercício de actos venatórios, actos de gestão ou terceiros, quando exista perigo iminente de morte ou
cinegética e outras actividades de carácter venatório, no- ofensa grave à integridade física e quando essa defesa não
meadamente no treino de caça em áreas específicas para o possa ser garantida por agentes da autoridade do Estado,
efeito, em provas desportivas ou em práticas recreativas em devendo o disparo ser precedido de advertência verbal ou
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2589
de disparo de advertência e em caso algum podendo visar sendo o portador de arma, por ordem de autoridade policial
zona letal do corpo humano; competente, obrigado, sob pena de incorrer em crime de
b) Como último meio de defesa, para fazer cessar ou desobediência qualificada, a submeter-se a provas para a
repelir uma agressão actual e ilícita dirigida contra o patri- sua detecção.
mónio do próprio ou de terceiro e quando essa defesa não 2 — Entende-se estar sob o efeito do álcool quem apre-
possa ser garantida por agentes da autoridade do Estado, sentar uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a
devendo os disparos ser exclusivamente de advertência. 0,50 g/l.
3 — As provas referidas no n.º 1 compreendem exames
2 — Considera-se uso não excepcional de arma de de pesquisa de álcool no ar expirado, análise de sangue e
fogo: outros exames médicos adequados.
a) O exercício da prática desportiva ou de actos vena- 4 — Para efeitos do disposto no n.º 1, considera-se de-
tórios, actos de gestão cinegética e outras actividades de tenção de arma o facto de esta se encontrar na esfera de
carácter venatório, nomeadamente o treino de tiro em zonas disponibilidade imediata do detentor, montada, municiada,
caça nas áreas específicas para o efeito, em provas despor- e apta a disparar.
tivas e em práticas recreativas em propriedades rústicas
privadas com condições de segurança para o efeito; Artigo 46.º
b) Como meio de alarme ou pedido de socorro, numa Fiscalização
situação de emergência, quando outros meios não possam
ser utilizados com a mesma finalidade; 1 — O exame de pesquisa de álcool no ar expirado é
c) Como meio de repelir uma agressão iminente ou efectuado por qualquer autoridade ou agente de autoridade,
em execução, perpetrada por animal susceptível de fazer mediante o recurso a aparelho aprovado.
perigar a vida ou a integridade física do próprio ou de 2 — Sempre que o resultado do exame for positivo, o
terceiros, quando essa defesa não possa ser garantida por agente de autoridade deve notificar o examinado por escrito
outra forma. do respectivo resultado e sanções daí decorrentes e ainda
da possibilidade de este requerer de imediato a realização
Artigo 43.º de contraprova por análise do sangue.
3 — Se a suspeita se reportar à existência de substân-
Segurança no domicílio
cias estupefacientes ou outras, o exame é feito mediante
1 — O portador que se separe fisicamente da arma de análise ao sangue ou outros exames médicos, devendo o
fogo deve colocá-la no interior de um cofre ou armário de suspeito ser conduzido pelo agente de autoridade ao esta-
segurança não portáteis, sempre que exigido. belecimento de saúde mais próximo dotado de meios que
2 — Nos casos não abrangidos pelo número anterior, permitam a sua realização.
deve o portador retirar à arma peça que possibilite o seu 4 — A recolha do sangue para efeitos dos números an-
disparo, que deve ser guardada separadamente, ou fixá-la teriores deve efectuar-se no prazo máximo de duas horas
a parede ou a outro objecto fixo, ou apor-lhe cadeado ou e é realizada em estabelecimento de saúde oficial ou, no
mecanismo de bloqueio, por forma a que não seja possível caso de contraprova de exame que já consistiu em aná-
a sua utilização. lise do sangue, noutro estabelecimento de saúde, público
3 — O cofre ou armário referidos no n.º 1 podem ser ou privado, indicado pelo examinado, desde que a sua
substituídos por casa-forte ou fortificada. localização e horário de funcionamento permitam a sua
efectivação no prazo referido.
Artigo 44.º 5 — Para efeitos da fiscalização prevista neste artigo, as
Armas eléctricas, aerossóis de defesa e outras autoridades policiais podem utilizar os aparelhos e outros
armas de letalidade reduzida meios homologados ao abrigo do Código da Estrada e
legislação complementar.
1 — O uso de arma eléctrica, aerossóis de defesa e
outras armas não letais deve ser precedido de aviso ex-
plícito quanto à sua natureza e intenção da sua utilização, CAPÍTULO V
aplicando-se, com as devidas adaptações, as limitações
definidas no artigo 42.º Armeiros
2 — Estas armas ou dispositivos devem ser transpor-
tados em bolsa própria para o efeito, com o dispositivo SECÇÃO I
de segurança accionado, e ser guardados no domicílio em
local seguro. Tipos de alvarás, sua atribuição e cassação
Artigo 47.º
SECÇÃO III
Concessão de alvarás
Proibição de detenção, uso e porte de arma
Por despacho do director nacional da PSP, podem
Artigo 45.º ser concedidos alvarás de armeiro para o exercício da
actividade de fabrico, compra e venda ou reparação de
Ingestão de bebidas alcoólicas ou de outras substâncias
armas das classes B, B1, C, D, E, F e G e das suas mu-
1 — É proibida a detenção, uso e porte de arma, bem nições, para efeitos cénicos ou cinematográficos e leilão
como o seu transporte fora das condições de segurança de armas, e ainda para armas e munições de colecções
previstas no artigo 41.º, sob a influência de álcool ou temáticas definidas no artigo 27.º da Lei n.º 42/2006,
de outras substâncias estupefacientes ou psicotrópicas, de 25 de Agosto.
2590 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009
a) Seja maior de 18 anos; O alvará de armeiro só pode ser cedido a pessoa singular
b) Se encontre em pleno uso de todos os direitos ci- ou colectiva que reúna iguais condições às do seu titular
vis; para o exercício da actividade, ficando a sua cedência
c) Seja idóneo; dependente de autorização do director nacional da PSP.
d) Seja portador do certificado de aprovação para o exer-
cício da actividade de armeiro ou, tratando-se de pessoa Artigo 50.º
colectiva, possua um responsável técnico que preencha os Cassação do alvará
requisitos das alíneas a) a e);
e) Seja portador de certificado médico; 1 — O director nacional da PSP pode determinar a cas-
f) Seja possuidor de instalações comerciais ou industriais sação do alvará de armeiro nos seguintes casos:
devidamente licenciadas e que observem as condições de a) Incumprimento das disposições legais fixadas para
segurança fixadas para actividade pretendida. a prática da actividade;
b) Alteração dos pressupostos em que se baseou a con-
3 — Quando o requerente for uma pessoa colectiva, cessão do alvará;
os requisitos mencionados nas alíneas a), b), c) e e) do c) Por razões de segurança e ordem pública.
número anterior têm de se verificar relativamente a todos
os sócios e gerentes ou aos cinco maiores accionistas ou 2 — A cassação do alvará é precedida de um processo
administradores, conforme os casos. de inquérito, instruído pela PSP com todos os documentos
4 — A apreciação da idoneidade do requerente é feita atinentes ao fundamento da cassação relativos à infracção
nos termos do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 14.º e com outros elementos que se revelem necessários.
5 — O alvará de armeiro é concedido por um perí- 3 — O armeiro a quem for cassado o alvará deve en-
odo de cinco anos, renovável, ficando a sua renovação cerrar a instalação no prazo de 48 horas após a notificação
condicionada à verificação das condições exigidas para a da decisão, sob pena de incorrer em crime de desobedi-
sua concessão, não sendo contudo exigido o certificado ência qualificada, sem prejuízo de a PSP optar por outro
previsto na alínea d) do n.º 2. procedimento, nomeadamente o imediato encerramento e
6 — O alvará de armeiro só é concedido depois de ve- selagem preventiva das instalações.
rificadas as condições de segurança das instalações, bem
como da comprovada capacidade que os requerentes pos- Artigo 50.º-A
suem para o exercício da actividade, podendo a PSP, para
Comércio electrónico
o efeito, solicitar parecer às associações da classe.
7 — Os requisitos fixados no n.º 2 são de verificação 1 — É permitido aos armeiros o comércio electrónico
obrigatória para as pessoas singulares ou colectivas pro- de bens que recaiam no âmbito do seu alvará, com excep-
venientes de Estados membros da União Europeia ou de ção de armas, munições e acessórios da classe A e partes
países terceiros. essenciais dessas armas.
8 — Para os efeitos previstos no número anterior, pode a 2 — O comércio electrónico não dispensa que a aqui-
Direcção Nacional da PSP proceder à equiparação de certi- sição de bens permitidos ao abrigo da presente lei seja
ficações emitidas por Estados terceiros para o exercício da titulada pelos originais ou fotocópias autenticadas dos
actividade de armeiro a que corresponda alvará do tipo 1, sem documentos necessários para a sua realização, nem que a
prejuízo da aplicabilidade de eventuais tratados ou acordos sua entrega seja efectuada no estabelecimento de armeiro,
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2591
cujo alvará permita a referida transacção, mantendo-se as ou autorizações habilitantes, confirmar e explicar as ca-
obrigações do n.º 2 do artigo 52.º racterísticas e efeitos da arma e munições vendidas, bem
3 — Para efeitos do disposto no número anterior, não como as regras de segurança aplicáveis.
é admissível a apresentação de fotocópias autenticadas 3 — O armeiro e os seus trabalhadores devem recusar
de autorizações prévias de importação, exportação ou de a venda de arma ou munições sempre que o comprador
transferência. apresente sinais notórios de embriaguez, perturbação psí-
quica, consumo de estupefacientes ou ingestão de qualquer
SECÇÃO II substância que lhe afecte o comportamento.
Obrigações dos armeiros, registos e mapas
SECÇÃO III
Artigo 51.º Obrigações dos armeiros no fabrico, montagem
Obrigações especiais dos armeiros quanto à actividade e reparação de armas
1 — Os titulares de alvará de armeiro, para além de Artigo 53.º
outras obrigações decorrentes da presente lei, estão, es-
pecialmente, obrigados a: Marca de origem
a) Exercer a actividade de acordo com o seu alvará e 1 — O titular de alvará do tipo 1 é obrigado a marcar,
com as normas legais; de modo permanente, nas armas por ele produzidas, por
b) Manter actualizados os registos obrigatórios; marcação incisiva ou indelével, o seu nome ou marca,
c) Enviar à PSP cópia dos registos obrigatórios; modelo, país de origem, o ano e o número de série de
d) Observar com rigor todas as normas de segurança a fabrico e a apresentar, de seguida, as mesmas à PSP para
que está sujeita a actividade; efeitos de exame.
e) Facultar às autoridades competentes, sempre que por 2 — As armas de fogo produzidas em Portugal devem
estas solicitado, o acesso aos registos de armas e muni- ter inscrito um punção de origem e uma marca aposta por
ções, bem como a conferência das armas e munições em um banco oficial de provas reconhecido por despacho do
existência; Ministro da Administração Interna.
f) Facultar às autoridades competentes, sempre que por
estas solicitado, o acesso às armas transferidas de outro Artigo 54.º
Estado membro, bem como à respectiva documentação. Manifesto de armas
2 — Os armeiros estão, especialmente, obrigados a re- O manifesto das armas fabricadas ou montadas é sem-
gistar diariamente os seguintes actos: pre feito a favor dos armeiros habilitados com alvará do
tipo 2 ou 3.
a) Importação, exportação e transferência de armas; Artigo 55.º
b) Importação, exportação e transferência de munições;
c) Compra de armas; Obrigações especiais dos armeiros na reparação de armas de fogo
d) Venda de armas; 1 — É proibida a reparação de armas de fogo que não
e) Compra e venda de munições; estejam devidamente manifestadas e acompanhadas dos
f) Fabrico e montagem de armas; respectivos livretes de manifesto ou documento que os
g) Reparação de armas; substitua.
h) Existências de armas e munições. 2 — Quando da reparação de armas possa resultar eli-
minação de número de série de fabrico ou alteração das
3 — Em cada um dos registos referidos nas alíneas do suas características, devem as armas ser, previamente,
número anterior são escrituradas, separadamente, as armas examinadas e marcadas pela PSP.
e munições por classes, indicando-se o seu fabricante, 3 — As armas sem número de série de fabrico ficam
número, modelo, calibre, data e entidade com quem se efec- sujeitas ao exame e marcação previstos no número an-
tuou a transacção, respectiva licença ou alvará, bem como terior.
o número da autorização de compra, quando exigida. 4 — As alterações de características das armas para
4 — Os registos são efectuados em livros ou suporte efeito de maior aptidão venatória ou desportiva são re-
informático e devem existir em todos os locais de fabrico, queridas ao director nacional da PSP, sendo obrigatório o
compra e venda ou reparação de armas e suas munições. seu averbamento ao respectivo manifesto.
5 — Nos armazéns que o armeiro possua só é obriga-
tório o registo referido na alínea h) do n.º 2.
6 — O armeiro remete à PSP, até ao dia 5 de cada mês, CAPÍTULO VI
uma cópia dos registos obrigatórios. Carreiras e campos de tiro
7 — Os registos devem ser mantidos por um período
de 20 anos. SECÇÃO I
Artigo 52.º
Prática de tiro
Obrigações especiais dos armeiros na venda ao público
1 — A venda ao público de armas de fogo e suas muni- Artigo 56.º
ções só pode ser efectuada por pessoas devidamente habi-
Locais permitidos
litadas para o efeito, com domínio da língua portuguesa.
2 — Cabe aos armeiros ou aos seus trabalhadores veri- 1 — Só é permitido efectuar disparos com armas de fogo
ficar a identidade do comprador, a existência das licenças em carreiras e campos de tiro devidamente autorizados ou
2592 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009
no exercício de actos venatórios, actos de gestão cinegética 2 — A autorização pode ser concedida:
e outras actividades de carácter venatório, nomeadamente
a) Ao titular do alvará de armeiro, de acordo com a
o treino de caça em áreas específicas para o efeito, em pro-
actividade exercida;
vas desportivas e em práticas recreativas em propriedades
b) Ao titular de licença B, ou isento nos termos da lei,
rústicas privadas em condições de segurança para o efeito
para armas de fogo da classe B;
e nos demais locais permitidos por lei.
c) Ao titular de licença B1, C, D, E ou F, para armas da
2 — Ficam excluídos do âmbito da presente lei as car-
classe permitida pela respectiva licença.
reiras e campos de tiro para uso militar ou policial, estejam
ou não afectos à prática de tiro desportivo.
3 — É permitida a prática recreativa de tiro com armas 3 — Em cada ano apenas é concedida autorização de
de fogo em propriedades rústicas privadas, desde que ob- importação de uma arma aos titulares das licenças B, B1,
servadas as condições de segurança definidas por despacho C, D, E e F, ou que delas estejam isentos.
do director nacional da PSP. 4 — Os cidadãos nacionais regressados de países ter-
ceiros após ausência superior a um ano e os estrangeiros
oriundos desses países que pretendam fixar residência em
SECÇÃO II território nacional podem ser autorizados a importar as suas
Atribuição de alvarás, sua cedência e cassação armas das classes B, B1, C, D, E, F ou G e respectivas
munições, ficando contudo sujeitos à prova da respectiva
Artigo 57.º licença de uso e porte ou detenção.
5 — A autorização prevista no número anterior pode,
Competência em casos devidamente fundamentados, ser concedida, pelo
1 — O licenciamento das carreiras e campos de tiro director nacional da PSP, a nacionais regressados de países
depende de alvará concedido pelo director nacional da PSP. terceiros antes de decorrido um ano.
2 — A criação de carreiras e campos de tiro em pro- 6 — O requerimento, acompanhado pelo certificado de
priedades rústicas, com área adequada para o efeito, para utilizador final, individual ou colectivo, quando a arma se
uso restrito do proprietário, depende de licença concedida destine à exportação, indica o tipo, a marca, o modelo, o
pela PSP. calibre, o número de série de fabrico, demais características
3 — Ficam excluídos do disposto no n.º 1 as carreiras da arma e a indicação de a arma ter sido sujeita ao controlo
e campos de tiro da iniciativa do Instituto do Desporto de de conformidade.
Portugal, I. P., desde que se encontrem asseguradas as con- 7 — Previamente à concessão da autorização de ex-
dições de segurança. portação, a PSP solicita ao Ministério dos Negócios Es-
Artigo 58.º trangeiros parecer relativo ao cumprimento pelo país de
destino dos critérios previstos no Código de Conduta da
Concessão de alvarás União Europeia sobre exportação de armas.
As pessoas singulares ou colectivas que pretendam 8 — O parecer previsto no número anterior é vinculativo
instalar carreiras ou campos de tiro devem requerer ao e enviado à PSP no prazo de 10 dias após o pedido.
director nacional da PSP a atribuição do respectivo alvará e 9 — Só podem ser admitidas em território nacional as
licenciamento do local, observando-se, na parte aplicável, armas homologadas por despacho do director nacional da
o disposto nos n.os 2 e seguintes do artigo 48.º PSP, nos termos do artigo 11.º-A.
São aplicáveis à cedência e à cassação dos alvarás para 1 — Do requerimento da autorização de importação
a exploração e gestão de carreiras e campos de tiro as devem constar o número e a data do alvará, a licença dos
disposições constantes dos artigos 49.º e 50.º requerentes, a descrição dos artigos a importar, a sua pro-
veniência, características e quantidades, o nome dos fabri-
cantes e revendedores, bem como a indicação de as armas
CAPÍTULO VII terem sido sujeitas ao controlo de conformidade.
2 — A autorização é válida pelo prazo de 180 dias,
Importação, exportação, transferência e cartão prorrogável por um único período de 30 dias.
europeu de arma de fogo 3 — A autorização é provisória, convertendo-se em
definitiva após peritagem a efectuar pela PSP.
SECÇÃO I 4 — O disposto nos números anteriores é aplicável, com
as devidas adaptações, à autorização de exportação sempre
Importação e exportação de armas e munições
que o director nacional da PSP o considere necessário.
Artigo 60.º
Artigo 62.º
Autorização prévia à importação e exportação
Autorização prévia para a importação e exportação temporária
1 — A importação e a exportação de armas de aqui-
1 — O director nacional da PSP pode emitir autorização
sição condicionada, partes essenciais de armas de fogo,
prévia, nos seguintes casos:
munições, fulminantes, cartuchos ou invólucros com ful-
minantes, punhos para armas de fogo longas e coronhas a) Para a importação e exportação temporária de armas e
retrácteis ou rebatíveis, estão sujeitas a prévia autorização partes essenciais de armas de aquisição condicionada, des-
do director nacional da PSP. tinadas à prática venatória e competições desportivas;
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2593
b) Para a importação e exportação temporária de armas longas e coronhas retrácteis ou rebatíveis efectuam-se nas
e partes essenciais de armas de aquisição condicionada, estâncias aduaneiras de Lisboa, Porto, Faro, Ponta Delgada
destinadas a feiras da especialidade, feiras agrícolas ou de e Funchal da Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impos-
coleccionadores, exposições, mostruários e demonstrações; tos Especiais sobre o Consumo (DGAIEC).
c) Para a importação e exportação temporária de armas 2 — A declaração aduaneira de importação ou de expor-
e partes essenciais de armas de aquisição condicionada, tação depende da apresentação da autorização de impor-
com vista à sua alteração ou reparação. tação ou de exportação concedida pela PSP e processa-se
com observância da regulamentação aduaneira aplicável,
2 — O requerimento será formulado pelos proprietários, sem prejuízo do disposto na presente lei.
fabricantes, armeiros, agentes comerciais ou entidades que 3 — A autorização de importação é arquivada na ins-
promovem as iniciativas referidas no n.º 1. tância aduaneira de processamento da declaração adua-
3 — Da autorização constam a classe, tipo, modelo, ca- neira.
libre e demais características das armas e suas quantidades, 4 — A declaração aduaneira de importação ou de ex-
o prazo de permanência ou ausência do País, bem como, portação é comunicada à PSP nos 15 dias seguintes à res-
se for caso disso, as regras de segurança a observar. pectiva ultimação.
4 — (Revogado.)
Artigo 65.º
Artigo 63.º
Não regularização da situação aduaneira
Peritagem
1 — Na ausência de prévia autorização de importação
1 — A peritagem efectua-se num prazo máximo de ou de exportação, as armas, munições e partes essenciais de
cinco dias após a sua solicitação e destina-se a verificar armas de fogo, fulminantes e invólucros com fulminantes
se os artigos declarados para importação, e se for caso ficam depositados em local a determinar pela PSP ou pelo
disso para exportação, estão em conformidade com o chefe da estância aduaneira, se esta reunir condições de
previsto na presente lei. segurança adequadas, sendo o proprietário notificado de
2 — A peritagem só pode ser efectuada após o importa- que as armas e munições ou outros artigos serão perdidos
dor ou exportador fornecer os dados que não tenha apre- a favor do Estado se não for regularizada a sua situação
sentado no momento do pedido de autorização prévia, no prazo de 180 dias.
relativos às armas de aquisição condicionada, às partes 2 — Para efeitos de declaração de perda a favor do
essenciais de armas de fogo, às munições, aos fulminantes, Estado ou de leilão, as estâncias aduaneiras lavram auto
aos cartuchos ou invólucros com fulminantes. de entrega à PSP dos artigos originários de países tercei-
3 — A abertura dos volumes com armas, partes essen- ros indicando a classificação pautal e a taxa de recursos
ciais, munições, invólucros com fulminantes ou só fulmi- próprios comunitários e de outras imposições devidas na
nantes só pode ser efectuada nas estâncias alfandegárias importação, nos termos da legislação comunitária e na-
na presença de perito da PSP, mediante a apresentação da cional.
declaração aduaneira acompanhada de todos os documen- 3 — As importâncias a cobrar a título de recursos pró-
tos exigidos, prontos para a verificação. prios comunitários e de outras imposições devidas na im-
4 — A peritagem a que se refere o número anterior é portação, ainda que os artigos tenham um destino que não
feita conjuntamente com a Direcção-Geral de Armamento seja a venda, são remetidas à DGAIEC.
e Equipamentos de Defesa sempre que se trate de armas,
munições ou acessórios cuja característica dual, civil e Artigo 66.º
militar, as torne enquadráveis nas seguintes normas do
artigo 3.º: Despacho de armas para diplomatas
e acompanhantes de missões oficiais
a) Alíneas a) a c) e q) e r) do n.º 2;
b) N.º 3; 1 — A entrada no território nacional e a saída deste de
c) Alíneas a) a c) do n.º 5, apenas no que respeita a armas de fogo e munições das missões acreditadas junto
armas semiautomáticas e de repetição; do Estado Português, ou outras de carácter diplomático
d) Alínea a) do n.º 6, apenas quanto a armas semiau- contempladas por acordos entre os Estados, são dispen-
tomáticas. sadas de formalidades alfandegárias.
2 — A entrada e circulação em território nacional e a
5 — Quando, na sequência da peritagem referida no saída deste de armas de fogo e munições para uso, porte e
número anterior, as armas, munições e acessórios sejam transporte por elementos de forças e serviços de segurança
classificados como arma com a configuração de armamento de outros Estados, em missão oficial em Portugal ou em
militar, o processo de atribuição das autorizações para im- trânsito de ou para países terceiros, carecem de autoriza-
portação, exportação, transferência, trânsito e transbordo é ção do director nacional da PSP, estando dispensadas de
encerrado, as armas são devolvidas à origem e o respectivo formalidades alfandegárias.
processo de notificação internacional segue o disposto na
legislação própria aplicável, no âmbito do Ministério da SECÇÃO II
Defesa Nacional.
Transferência
Artigo 64.º
Procedimentos aduaneiros
Artigo 67.º
Transferência de Portugal para os Estados membros
1 — A importação e a exportação de armas, partes essen-
ciais de armas de fogo, munições, fulminantes, cartuchos 1 — A expedição ou transferência de armas de aquisição
ou invólucros com fulminantes, punhos para armas de fogo condicionada, partes essenciais de armas de fogo, muni-
2594 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009
ções, fulminantes, cartuchos ou invólucros com fulminan- da PSP, de onde constem os elementos referidos no n.º 2
tes, punhos para armas de fogo longas e coronhas retrácteis do artigo anterior.
ou rebatíveis de Portugal para os Estados membros da 5 — Por razões de segurança interna, o Ministro da Ad-
União Europeia depende de autorização, nos termos dos ministração Interna pode autorizar a transferência de armas
números seguintes. para Portugal com isenção das formalidades previstas nos
2 — O requerimento a solicitar a autorização é dirigido números anteriores, devendo comunicar a lista das armas
ao director nacional da PSP e deve conter: objecto de isenção às autoridades dos restantes Estados
membros da União Europeia.
a) A identidade do comprador ou cessionário;
6 — Só podem ser admitidas em território nacional as
b) O nome e apelidos, a data e lugar de nascimento, a
armas de fogo, reproduções de armas de fogo, armas de
residência e o número do documento de identificação, bem
salva ou alarme, armas de starter e munições homologadas
como a data de emissão e indicação da autoridade que tiver
por despacho do director nacional da PSP, nos termos do
emitido os documentos, tratando-se de pessoa singular;
artigo 11.º-A.
c) A denominação e a sede social, bem como os ele-
mentos de identificação referidos na alínea anterior re-
Artigo 68.º-A
lativamente ao seu representante, tratando-se de pessoa
colectiva; Transferência temporária
d) O endereço do local para onde são enviadas ou trans-
1 — O director nacional da PSP pode autorizar previa-
portadas as armas;
mente a transferência temporária de:
e) O número de armas que integram o envio ou o trans-
porte; a) Armas e partes essenciais de armas de aquisição con-
f) O tipo, a marca, o modelo, o calibre, o número de série dicionada, destinadas a práticas venatórias e competições
de fabrico e demais características da arma, bem como a desportivas;
indicação de as armas terem sido sujeitas ao controlo de b) Armas e partes essenciais de armas de aquisição
conformidade; condicionada, destinadas a feiras da especialidade, feiras
g) O meio de transferência; agrícolas ou de coleccionadores, exposições, mostruários
h) A data de saída e a data estimada da chegada das e demonstrações;
armas. c) Armas e partes essenciais de armas de aquisição con-
dicionada, com vista à sua alteração ou reparação.
3 — O requerimento a que se refere o número anterior
deve ser acompanhado do acordo prévio emitido pelo Es- 2 — O requerimento será formulado pelos proprietários,
tado membro do destino das armas, quando exigido. fabricantes, armeiros, agentes comerciais e entidades que
4 — A PSP verifica as condições em que se realiza a promovem as iniciativas referidas no n.º 1.
transferência com o objectivo de determinar se garante as 3 — Da autorização constam a classe, tipo, marca, mo-
condições de segurança da mesma. delo, calibre, número de série de fabrico e demais carac-
5 — Cumpridos os requisitos dos números anteriores, é terísticas da arma ou munições, e as suas quantidades, o
emitida uma autorização de transferência, por despacho do prazo de permanência ou ausência do país, bem como as
director nacional da PSP, de onde constem todos os dados regras de segurança a observar.
exigidos no n.º 2 do presente artigo. 4 — A autorização prevista na alínea a) do no n.º 1 é
6 — A autorização de transferência deve acompanhar dispensada aos titulares do cartão europeu de arma de fogo,
a arma ou armas até ao ponto de destino e deve ser apre- desde que nele estejam averbadas as armas a transferir.
sentada, sempre que solicitada, às autoridades dos Estados
membros da União Europeia de trânsito ou de destino. Artigo 69.º
Comunicações
Artigo 68.º
Transferência dos Estados membros para Portugal
1 — A PSP envia toda a informação pertinente de que
disponha sobre transferências definitivas de armas às cor-
1 — A admissão ou entrada e a circulação de armas respondentes autoridades dos Estados membros da União
de aquisição condicionada, partes essenciais de armas Europeia para onde se realize a transferência.
de fogo, munições, fulminantes, cartuchos ou invólucros 2 — Sempre que o Estado Português esteja vinculado
com fulminantes, punhos para armas de fogo longas e por acordo ou tratado internacional à notificação de paí-
coronhas retrácteis ou rebatíveis procedentes de outros ses terceiros relativa à exportação de armas, a PSP faz as
Estados membros da União Europeia dependem de auto- comunicações necessárias à entidade que nos termos das
rização prévia, quando exigida, nos termos dos números obrigações assumidas for competente para o efeito.
seguintes.
2 — A autorização é concedida por despacho do director SECÇÃO III
nacional da PSP, observado o disposto na presente lei, me-
diante requerimento do interessado, instruído com os ele- Cartão europeu de arma de fogo
mentos referidos na alínea f) do n.º 2 do artigo anterior.
3 — As armas que entrem ou circulem em Portugal Artigo 70.º
devem estar acompanhadas da autorização expedida pelas
Cartão europeu de arma de fogo
autoridades competentes do país de procedência.
4 — Cumpridos os requisitos dos números anteriores 1 — O cartão europeu de arma de fogo é o documento
e após verificação por perito da PSP das características que habilita o seu titular a deter uma ou mais armas de fogo
dos bens referidos no n.º 1, é emitida uma autorização de em qualquer Estado membro da União Europeia desde que
transferência definitiva, por despacho do director nacional autorizado pelo Estado membro de destino.
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2595
2 — O cartão europeu de arma de fogo é concedido 2 — A cada arma manifestada corresponde um livrete
pelo director nacional da PSP e é válido pelo período de de manifesto, a emitir pela PSP.
cinco anos, prorrogável por iguais períodos, desde que se 3 — Do livrete de manifesto consta o número e data de
verifiquem os requisitos que levaram à sua emissão. emissão, classe da arma, marca, calibre, número de fabrico,
3 — Os pedidos de concessão do cartão europeu de arma número de canos e identificação do seu proprietário.
de fogo são instruídos com os seguintes documentos: 4 — Em caso de extravio ou inutilização do livrete, é
concedida uma segunda via depois de organizado o res-
a) Requerimento a solicitar a concessão de onde conste pectivo processo justificativo.
a identificação completa do requerente, nomeadamente
estado civil, idade, profissão, naturalidade, nacionalidade Artigo 74.º
e domicílio;
b) Duas fotografias do requerente a cores e em tamanho Numeração e marcação
tipo passe; 1 — As armas sujeitas a manifesto têm de estar marca-
c) Cópia da licença ou licenças de uso e porte de armas das com o nome ou marca de origem, número de série de
de fogo ou prova da sua isenção; fabrico, calibre e modelo, com excepção das que foram
d) Cópia dos livretes de manifesto de armas que pre- fabricadas antes de 1950, que apenas têm de estar marca-
tende averbar; das com o nome ou marca de origem e número de série
e) Cópia do bilhete de identidade ou passaporte. de fabrico.
2 — As armas que não estejam marcadas em confor-
4 — O director nacional da PSP pode determinar a todo midade com o disposto no número anterior são marcadas
o tempo a apreensão do cartão europeu de arma de fogo com um código numérico e com punção da PSP.
por motivos de segurança e ordem pública de especial 3 — A marcação deve ser efectuada de molde a não
relevo. diminuir o valor patrimonial das armas.
5 — São averbadas as armas de propriedade do reque- 4 — Cada embalagem de munições produzidas, comer-
rente e aquelas de que é legítimo detentor e utilizador, bem cializadas e utilizadas em Portugal tem de ser marcada,
como o seu extravio ou furto. de forma a identificar o fabricante, o calibre, o tipo de
munição e o número de identificação do lote, em confor-
Artigo 71.º midade com regras a estabelecer por portaria do Ministério
Vistos da Administração Interna.
1 — A autorização referida no n.º 1 do artigo anterior Artigo 75.º
reveste a forma de visto prévio e deve ser requerida à PSP
quando Portugal for o Estado de destino. Factos sujeitos a registo
2 — O visto prévio a que se refere o número anterior 1 — O extravio, furto, roubo e transmissão de armas
não é exigido para o exercício de prática venatória ou des- ficam sujeitos a registo na PSP.
portiva, desde que comprovado o motivo da deslocação, 2 — As armas que se inutilizem por completo são en-
nomeadamente mediante a apresentação de um convite ou tregues à PSP para efeitos de peritagem.
de outro documento que prove a prática das actividades de 3 — Quando da peritagem resultar a reclassificação da
caça ou de tiro desportivo no Estado membro de destino. arma como arma inutilizada, pode o respectivo proprietário
requerer à PSP a sua devolução, quando titular de licença
CAPÍTULO VIII aplicável, ou a sua destruição.
Manifesto
CAPÍTULO IX
SECÇÃO I Disposições comuns
Marcação e registo Artigo 76.º
Artigo 72.º Exercício da actividade de armeiro e de gestão
de carreiras e campos de tiro
Competência
1 — A constituição de pessoas colectivas sob a forma
Compete à PSP a organização e manutenção do cadastro de sociedade anónima cujo objecto social consista, total
e fiscalização das armas classificadas no artigo 3.º e suas ou parcialmente, no exercício da actividade de armeiro ou
munições. na exploração e gestão de carreiras e campos de tiro obriga
a que todas as acções representativas do seu capital social
Artigo 73.º sejam nominativas.
Manifesto
2 — Independentemente do tipo de pessoa colectiva
cujo objecto social consista, total ou parcialmente, no
1 — O manifesto das armas das classes B, B1, C e exercício da actividade de armeiro ou de exploração e
D e das previstas na alínea c) do n.º 7 e na alínea b) do gestão de carreiras e campos de tiro, qualquer transmissão
n.º 8 do artigo 3.º é obrigatório, resulta da sua importação, das suas participações sociais deve ser sempre autorizada
transferência, fabrico, apresentação voluntária ou aqui- pelo director nacional da PSP, sendo exigido ao novo ti-
sição e faz-se em função das respectivas características, tular a verificação dos requisitos legais para o exercício
classificando-as de acordo com o disposto no artigo 3.º da actividade.
2596 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009
Não é permitida a publicidade a armas, suas característi- O disposto na presente lei relativamente ao certificado
cas e aptidões, excepto em meios de divulgação da especia- de aprovação para o uso e porte de armas de fogo não é
lidade, feiras de armas, feiras de caça, provas desportivas aplicável aos requerentes que, pela sua experiência pro-
de tiro e, relativamente a armas longas, feiras agrícolas, fissional nas Forças Armadas e nas forças e serviços de
bem como a publicidade da venda em leilão nos termos segurança, tenham adquirido instrução própria no uso e
do artigo 79.º-A. manejo de armas de fogo que seja considerada adequada
e bastante em certificado a emitir pelo comando ou direc-
Artigo 82.º ção competente, nos termos da legislação regulamentar
da presente lei.
Entrega obrigatória de arma achada
1 — Quem achar arma de fogo está obrigado a entregar CAPÍTULO X
de imediato a mesma às autoridades policiais, mediante
recibo de entrega. Responsabilidade criminal e contra-ordenacional
2 — Com a entrega deve ser lavrado termo de justifica-
ção da posse, contendo todas as circunstâncias de tempo SECÇÃO I
e lugar em que o achado ocorreu.
3 — Todas as armas entregues devem ser objecto de Responsabilidade criminal e crimes de perigo comum
análise e perícia balística, a efectuar pelo departamento
competente da Polícia Judiciária. Artigo 86.º
4 — O achado, logo que disponibilizado pelas auto- Detenção de arma proibida e crime cometido com arma
ridades, se for susceptível de comércio ou manifesto,
será objecto de venda em leilão, revertendo o produto 1 — Quem, sem se encontrar autorizado, fora das condi-
da venda para o achador, podendo este, em alternativa, ções legais ou em contrário das prescrições da autoridade
requerer o seu manifesto, se for titular da licença apli- competente, detiver, transportar, importar, transferir, guar-
cável. dar, comprar, adquirir a qualquer título ou por qualquer
2598 Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009
meio ou obtiver por fabrico, transformação, importação, algum dos comportamentos previstos no artigo anterior,
transferência ou exportação, usar ou trouxer consigo: envolvendo quaisquer equipamentos, meios militares e
material de guerra, armas, engenhos, instrumentos, meca-
a) Equipamentos, meios militares e material de guerra,
nismos, munições, substâncias ou produtos aí referidos, é
arma biológica, arma química, arma radioactiva ou suscep-
punido com uma pena de 2 a 10 anos de prisão.
tível de explosão nuclear, arma de fogo automática, explo-
2 — A pena referida no n.º 1 é de 4 a 12 anos de prisão se:
sivo civil, engenho explosivo ou incendiário improvisado
é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos; a) O agente for funcionário incumbido da prevenção
b) Produtos ou substâncias que se destinem ou possam ou repressão de alguma das actividades ilícitas previstas
destinar, total ou parcialmente, a serem utilizados para nesta lei; ou
o desenvolvimento, produção, manuseamento, acciona- b) Aquela coisa ou coisas se destinarem, com o conhe-
mento, manutenção, armazenamento ou proliferação de cimento do agente, a grupos, organizações ou associações
armas biológicas, armas químicas ou armas radioactivas criminosas; ou
ou susceptíveis de explosão nuclear, ou para o desenvol- c) O agente fizer daquelas condutas modo de vida.
vimento, produção, manutenção ou armazenamento de
engenhos susceptíveis de transportar essas armas, é punido 3 — A pena pode ser especialmente atenuada ou não ter
com pena de prisão de 2 a 5 anos; lugar a sua punição se o agente abandonar voluntariamente
c) Arma das classes B, B1, C e D, espingarda ou cara- a sua actividade, afastar ou fizer diminuir consideravel-
bina facilmente desmontável em componentes de reduzida mente o perigo por ela provocado, impedir que o resultado
dimensão com vista à sua dissimulação, espingarda não que a lei quer evitar se verifique ou auxiliar concretamente
modificada de cano de alma lisa inferior a 46 cm, arma de na recolha das provas decisivas para a identificação ou a
fogo dissimulada sob a forma de outro objecto, ou arma de captura de outros responsáveis.
fogo transformada ou modificada, é punido com pena de
prisão de 1 a 5 anos ou com pena de multa até 600 dias; Artigo 88.º
d) Arma da classe E, arma branca dissimulada sob a
forma de outro objecto, faca de abertura automática, esti- Uso e porte de arma sob efeito de álcool
e substâncias estupefacientes ou psicotrópicas
lete, faca de borboleta, faca de arremesso, estrela de lançar,
boxers, outras armas brancas ou engenhos ou instrumentos 1 — Quem, pelo menos por negligência, detiver, trans-
sem aplicação definida que possam ser usados como arma portar fora das condições de segurança previstas no ar-
de agressão e o seu portador não justifique a sua posse, tigo 41.º, usar ou portar arma com uma taxa de álcool no
aerossóis de defesa não constantes da alínea a) do n.º 7 sangue igual ou superior a 1,2 g/l é punido com pena de
artigo 3.º, armas lançadoras de gases, bastão, bastão ex- prisão até 1 ano ou com pena de multa até 360 dias.
tensível, bastão eléctrico, armas eléctricas não constantes 2 — Na mesma pena incorre quem, pelo menos por
da alínea b) do n.º 7 do artigo 3.º, quaisquer engenhos ou negligência, detiver, transportar fora das condições de
instrumentos construídos exclusivamente com o fim de segurança previstas no artigo 41.º, usar ou portar arma não
serem utilizados como arma de agressão, silenciador, partes estando em condições de o fazer com segurança, por se
essenciais da arma de fogo, munições, bem como munições encontrar sob a influência de substâncias estupefacientes
com os respectivos projécteis expansivos, perfurantes, ou psicotrópicas ou produtos com efeito análogo pertur-
explosivos ou incendiários, é punido com pena de prisão badores da aptidão física, mental ou psicológica.
até 4 anos ou com pena de multa até 480 dias.
Artigo 89.º
2 — A detenção de arma não registada ou manifestada,
Detenção de armas e outros dispositivos, produtos
quando obrigatório, constitui, para efeitos do número an- ou substâncias em locais proibidos
terior, detenção de arma fora das condições legais.
3 — As penas aplicáveis a crimes cometidos com arma Quem, sem estar especificamente autorizado por legítimo
são agravadas de um terço nos seus limites mínimo e má- motivo de serviço ou pela autoridade legalmente compe-
ximo, excepto se o porte ou uso de arma for elemento do tente, transportar, detiver, usar, distribuir ou for portador,
respectivo tipo de crime ou a lei já previr agravação mais em recintos desportivos ou religiosos, em zona de exclusão,
elevada para o crime, em função do uso ou porte de arma. em estabelecimentos ou locais onde decorra manifestação
4 — Para os efeitos previstos no número anterior, cívica ou política, bem como em estabelecimentos ou locais
considera-se que o crime é cometido com arma quando de diversão, feiras e mercados, qualquer das armas previstas
qualquer comparticipante traga, no momento do crime, no n.º 1 do artigo 2.º, bem como quaisquer munições, enge-
arma aparente ou oculta prevista nas alíneas a) a d) do n.º 1, nhos, instrumentos, mecanismos, produtos ou substâncias
mesmo que se encontre autorizado ou dentro das condições referidos no artigo 86.º, é punido com pena de prisão até
legais ou prescrições da autoridade competente. 5 anos ou com pena de multa até 600 dias, se pena mais
5 — Em caso algum pode ser excedido o limite máximo grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
de 25 anos da pena de prisão.
SECÇÃO II
Artigo 87.º
Penas acessórias e medidas de segurança
Tráfico e mediação de armas
1 — Quem, sem se encontrar autorizado, fora das condi- Artigo 90.º
ções legais ou em contrário das prescrições da autoridade Interdição de detenção, uso e porte de armas
competente, vender, ceder a qualquer título ou por qualquer
meio distribuir, mediar uma transacção ou, com intenção 1 — Pode incorrer na interdição temporária de detenção,
de transmitir a sua detenção, posse ou propriedade, adoptar uso e porte de arma ou armas quem for condenado pela
Diário da República, 1.ª série — N.º 87 — 6 de Maio de 2009 2599
ou medida de segurança, pode ser vendida a quem reúna arma de alarme, munições de salva ou alarme ou armas
condições para as possuir. das classes F e G, é punido com uma coima de € 600 a
2 — A venda, requerida pelo condenado, é efectuada € 6000.
pela PSP ao comprador indicado por aquele ou, caso não
haja indicação de comprador no prazo de 180 dias contados Artigo 98.º
da apresentação do requerimento, é levada a leilão nos
Violação geral das normas de conduta
termos do disposto no artigo 79.º, revertendo o produto e obrigações dos portadores de armas
da venda para o condenado, deduzidas as despesas e taxas
aplicáveis, a fixar por portaria do ministro que tutela a Quem, sendo titular de licença, detiver, usar ou for
administração interna. portador, transportar arma fora das condições legais,
afectar arma a actividade diversa da autorizada pelo
Artigo 95.º director nacional da PSP ou em violação das normas
de conduta previstas na presente lei é punido com uma
Responsabilidade criminal das pessoas colectivas e equiparadas
coima de € 500 a € 5000.
As pessoas colectivas e entidades equiparadas são res-
ponsáveis, nos termos gerais, pelos crimes previstos no Artigo 99.º
n.º 1 do artigo 86.º e no artigo 87.º
Violação específica de normas de conduta e outras obrigações
e que nos termos da presente lei devam ser conside- 2 — São aprovadas por portaria do Ministro que tutela
radas armas da classe A mantêm o direito de deter a Administração Interna as normas referentes às seguintes
essas armas, desde que comprovem junto da Direc- matérias:
ção Nacional da PSP que são legítimos detentores e a) Condições de segurança para o exercício da activi-
que dispõem das condições de segurança previstas na dade de armeiro;
presente lei. b) Regime da formação técnica e cívica para uso e porte
4 — Os possuidores de armas de fogo manifestadas e de armas de fogo, incluindo os conteúdos programáticos
registadas ao abrigo do regime anterior como armas de e duração dos cursos;
defesa e que por força da presente lei não sejam classifi- c) Regime do exame de aptidão para obtenção do certifi-
cadas como armas da classe B1 mantêm o direito de deter, cado de aprovação para o uso e porte de armas de fogo;
usar e portar essas armas, desde que comprovem junto da d) Modelo das licenças, alvarás, certificados e outros
Direcção Nacional da PSP que são legítimos detentores necessários à execução da presente lei;
e que dispõem das condições de segurança previstas na e) As taxas a cobrar pela prestação dos serviços e de-
presente lei. mais actos previstos na presente lei [caducado].
5 — A eventual transmissão das armas a que se re-
ferem os n.os 1, 3 e 4 está sujeita à sua inutilização,
passando a ser classificadas como armas da classe F, SECÇÃO II
excepto se transmitidas a museus públicos ou, mediante Revogação e início de vigência
autorização do director nacional da PSP, a associações
de coleccionadores com museu, ou, se esse for o caso, Artigo 118.º
à sua reclassificação como arma de outra classe legal-
Norma revogatória
mente permitida.
São revogados os seguintes diplomas:
Artigo 115.º
a) O Decreto-Lei n.º 37 313, de 21 de Fevereiro de 1949;
Manifesto voluntário e detenção domiciliária provisória b) O Decreto-Lei n.º 49 439, de 15 de Dezembro de 1969;
1 — Todos os possuidores de armas de fogo não ma- c) O Decreto-Lei n.º 207-A/75, de 17 de Abril;
nifestadas ou registadas devem, no prazo de 120 dias d) O Decreto-Lei n.º 328/76, de 6 de Maio;
contado da sua entrada em vigor, requerer a sua apresen- e) O Decreto-Lei n.º 432/83, de 14 de Dezembro;
tação a exame e manifesto, não havendo nesse caso lugar f) O Decreto-Lei n.º 399/93, de 3 de Dezembro;
g) A Lei n.º 8/97, de 12 de Abril;
a procedimento criminal.
h) A Lei n.º 22/97, de 27 de Junho;
2 — Após exame e manifesto, a requerimento do
i) A Lei n.º 93-A/97, de 22 de Agosto;
interessado, as referidas armas ficam, se susceptíveis
j) A Lei n.º 29/98, de 26 de Junho;
de serem legalizadas ao abrigo deste diploma, em re- l) A Lei n.º 98/2001, de 25 de Agosto;
gime de detenção domiciliária provisória pelo período m) O Decreto-Lei n.º 258/2002, de 23 de Novembro;
de 180 dias, devendo nesse prazo habilitar-se com a n) O Decreto-Lei n.º 162/2003, de 24 de Julho;
necessária licença, ficando perdidas a favor do Estado o) O artigo 275.º do Código Penal, aprovado pelo
se não puderem ser legalizadas. Decreto-Lei n.º 48/95, de 15 de Março, alterado pela Lei
3 — O requerimento para a detenção domiciliária n.º 98/2001, de 25 de Agosto.
provisória deve ser instruído com certificado de registo
criminal do requerente. Artigo 119.º
4 — Em caso de indeferimento ou decorrido o prazo re-
ferido no n.º 2 deste artigo sem que o apresentante mostre Legislação especial
estar habilitado com a respectiva licença, são as armas Legislação própria, a elaborar no prazo de 180 dias,
guardadas em depósito na PSP, sendo aplicável o disposto regula:
no n.º 7 do artigo 18.º [caducado].
a) O uso e porte de armas em actividades de carác-
Artigo 116.º ter desportivo, incluindo a definição dos tipos de armas
utilizáveis, as modalidades e as regras de licenciamento,
Livro de registo de munições continuando a aplicar-se, até à entrada em vigor de novo
Mediante a exibição da licença de uso e porte de arma regime, o actual quadro legal [caducado];
e o manifesto da arma, é emitido pelo director nacional da b) A actividade de coleccionador, designadamente no
PSP, a requerimento do interessado, um livro de registo tocante ao licenciamento, à segurança e aos incentivos
de munições. tendentes a promover a defesa do património histórico
[caducado];
Artigo 117.º c) Lei especial regulará os termos e condições em que as
empresas com alvará de armeiro podem dispor de bancos
Regulamentação a aprovar de provas próprios ou comuns a várias dessas empresas.
1 — São aprovadas por decreto regulamentar as normas
referentes às seguintes matérias: Artigo 120.º
Início de vigência
a) Licenciamento e concessão de alvará para a explo-
ração e gestão de carreiras e campos de tiro; A presente lei entra em vigor 180 dias após a sua publicação,
b) Condições técnicas de funcionamento e de segurança com excepção do disposto nos artigos 109.º a 111.º, que vigo-
das carreiras e campos de tiro. ram a partir do dia seguinte ao da publicação da presente lei.