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As loucuras que já cometemos em nome d’Ele...

Patrão Fora
Começando pelas mais recentes no tempo. Este ano no Encontro Nacional estava enterrado de trabalho
até ao pescoço, o meu patrão tinha ido de férias para Cabo Verde e eu fiquei a comandar as tropas, com
3 campanhas para fechar nessa semana. Sem hesitar, agarrei no meu computador, numa internet portátil
e rumei a Felgueiras, logo na 3ª feira. Durante 1 semana vivi os melhores dias da minha vida, com um
enorme cansaço que se abatia sobre mim, mas com uma sensação de preenchimento que era fantástica.
Senti que por amor a Ele estava a dedicar-me o mais que podia, estava mesmo nos limites da exaustão.
Depois de dias intensos de comunidades e organização do encontro, chegava a hora do descanso e
ainda ia para o computador até às 2h ou 3h da manhã fazer o meu trabalho, para no dia seguinte às 6h já
estar a pé. Pode não parecer nada de extraordinário, mas foi realmente gratificante para mim.

…e na Rua du Bac
Esta não é bem uma loucura de amor que eu tenha feito, foi mais o sentir verdadeiramente que Cristo e
Maria estavam ao meu lado. A primeira vez que entrei na Capela da Medalha Milagrosa, na Rue du Bac,
foi realmente uma situação indescritível, senti-me preenchido por uma calma, como se todos os meus
problemas não fossem mais que um grão de pó (aliás, aquilo que deveria sentir verdadeiramente).

Sr. Presidente
Tinha eu 17 anos e resolvi aceitar o cargo de ser Presidente do meu Centro Local. Um Centro Local que
tinha tido grandes jovens, grandes exemplos como presidentes e agora escolhiam um puto de 17 anos.
Mas algo me levou a dizer Sim, algo que na altura não soube descrever, mas que foi a loucura de amar a
Cristo, de querer cada vez mais ser barro nas mãos do Oleiro.

Depois existem outras pequenas coisas, desde ir para em Encontro Regional acabadinho de sair da
Discoteca,, de fazer 200km para entregar o Círio da Peregrinação a Santiago do Cacém, de achar que
tínhamos a capacidade de organizar um encontro para 150 jovens, dando-lhes a oportunidade de se
encontrarem com Cristo (e graças a Ele tivemos).

Bruno Coelho (Achada)


Encontro Regional
em Santiago do Cacém
No dia 22 de Novembro de 2009, no dia do Encontro Regional em Santiago do Cacém, de forma a lá
chegarmos a horas para aproveitar o melhor possível, o grupo levantou-se por volta das 4 da manhã para
partirmos às 5 de Cernache. De início, achámos q não nos íamos aguentar o dia todo em pé mas, mal
entrámos no autocarro a festa começou. Apanhámos o grupo de Alferrarede e de Marinhais pelo
caminho. Apesar da vontade de cantar e de animar alguns deixaram-se vencer pelo cansaço e lá
dormiram um bocadinho.
Fizemos cerca de 5 horas de caminho para cada lado (10h dentro de um autocarro bahh) e tivemos pena
de passar tão pouco tempo no encontro.
Apesar do cansaço ao fim do dia, tudo valeu a pena pois passámos um dia com amigos e fizemos coisas
em nome de Jesus e com Ele.

Visita de Caridade à casa do Sr. Silvino


Num dos dias dos nossos encontros fomos visitar duas famílias, no só para levar bens necessários como
também levar palavra aos nossos irmãos mais necessitados.
Fomos recebidos como se estivéssemos em casa. Lá, falámos, ouvimos, fizemos algumas actividades
que tínhamos preparado e nunca pensámos que seria tão fácil invadir a casa de alguém e sermos
acolhidos daquela forma. Para nós foi um alívio.
Na hora de ir embora, bem que queríamos ir pois tínhamos a Vigília para preparar mas o Senhor
conversava tanto e tanto.... Nós compreendemos... São pessoas que necessitam muito mais que a
satisfação das necessidades... precisam de uma companhia, de palavra, de alguém que os escute... Foi
muito divertido porque o Senhor contava piadas e punha-nos à vontade...
Ficámos contentes por este momento e principalmente por eles.

Maria João Ribeiro (Cernache do Bonjardim)


O fresquinho da beirã…
"Abril de 2004. Aproximava-se mais um Acantonamento da JMV... o meu primeiro acantonamento tinha
sido no ano anterior, mas também tinha sido o último em Montalvão...e tinha-me tocado de tal forma que
tinha de participar novamente, mesmo significando que, para poder ir, não iria à minha viagem de
finalistas do secundário. Era a primeira vez na Beirã...e tinham-nos avisado que fazia muito calor durante
o dia, mas muito frio à noite. E quando chegámos e vimos as nossas instalações, foi impossível não
torcer o nariz...a casa onde os rapazes dormiriam não tinha luz nem água, e a nossa, apesar de ter as
duas coisas (mas a água não era quente), parecia que ia desabar a qualquer momento. Só faltava um
buraco no telhado... Mas a vontade de participar mais uma vez na magia daquele encontro foi mais forte
e todos aceitámos as condições. Mas, de facto, não esperávamos que as noites fossem assim TÃO
frias...na primeira noite não consegui dormir! Mas na segunda noite, as coisas foram diferentes...
Continuava a fazer um frio insuportável, mas o cansaço venceu-me e acabei por adormecer... no entanto,
foi um sono atribulado - continuava a tremer e a gemer de frio... até que Jesus resolveu aquecer-me... fez
a Sílvia acordar naquele momento e ouvir-me gemer de frio...acordou-me e levou-me para o saco cama
dela, que era muito mais quente que o meu...e finalmente consegui dormir quentinha..."

Ângela (Catujal)

Hotéis com bem mais de 5*


Foi o primeiro Acantonamento na Beirã. Ficámos alojados em casas que pelo seu estado diria
abandonadas. Os rapazes viam de noite as estrelas, daí se ter dito que ficámos em hotéis de pelo menos
5 estrelas. Numa das manhãs, no corredor da casa das raparigas uma fila que parecia não ter fim
encaminhava para a casa-de-banho. Vendo que chegaríamos atrasadas, decidimos ir buscar uma panela
à cozinha, pois sabíamos que no quintal havia uma torneira. E assim, escondidas pelos muros altos, lá
tomamos uma "espécie" de banho com a agua fria do Alto Alentejo.

Marta e Nita (S. João Evangelista)

2008
Partida... da minha família, dos meus amigos, da minha cidade, do meu país... partida do meu EU para
tentar servir o mais pobre do pobre... constante tentativa de ser presença de Maria…
.
Marta (S. João Evangelista)
Almoço Prolongado…
Era tradição do grupo das Galinhas fazer uma paragem no Porto para almoçar quando regressássemos a
casa depois do Encontro Nacional, em Felgueiras. Nesse ano ao almoço, as conversas sobre o Encontro
prologaram-se e quando demos conta já tínhamos perdido todos os comboios para Lisboa. Sem muito
dinheiro, restou-nos um dos últimos autocarros. Percorremos a pé alguns quilómetros no Porto para
chegar à estação, sempre com boa disposição de que tudo iria correr bem. Fomos o último grupo a
chegar a casa, mesmo ultrapassados pela região da Madeira que chegou mais cedo ao Algarve.

Marta e Nita (S. João Evangelista)

O regional…
Lembro-me do último regional que houve e tínhamos que apanhar um autocarro muito cedo... então no
dia adormeci..e quando dei por mim já tinha perdido o autocarro que iria me levar ate ao campo grande
para me juntar aos outros centros locais e partir em viagem.. como perdi o autocarro, pensei que já não ia
mais ao regional, fui trocando mensagens a dizer que se calhar já não ia..os membros do meu centro
estavam já a caminho de campo grande, eu no catujal, cheio de frio ao pé da paragem com a esperança
de apanhar um outro autocarro...mas nenhum chegava, ate que chegou um que ia para gare oriente,
resolvi apanhá-lo para depois mudar de transporte..e ir a campo grande de metro...as horas passavam e
entretanto, á suposta partida, estava eu a chegar a oriente e a correr para o metro..estavam todos menos
eu... percorri todas as estações da linha vermelha, depois troquei para a verde.
O autocarro que levava os grupos, tinha mais jovens a espera em outros pontos outros centros
locais..ficou tudo atrasado, o encontro não poderia começar sem os jovens. entretanto cheguei muito
atrasado, e cansado a campo grande, entrei no autocarro e partimos.
A caminhada neste movimento não é fácil exige esforço, motivação, empenho...eu bem podia pensar que
já não valia a pena ir, podia ter ficado na cama, podia ter pensado que n faria falta visto estarem lá mais
jovens de outros centros... mas não pensei assim e resolvi tentar, o grupo esperou por mim e partimos
juntos.
Esse foi um momento muito importante senti que estava no grupo, que me criam lá...deu-me forças para
continuar..foi há um ano tinha entrado pouco tempo antes..e hoje ainda cá estou...sou vogal de tempos
livres do catujal e adoro cá estar..
Arcelindo (Catujal)
É caro viajar por Portugal!
Mais um ano passara e chegavam as inscrições para o que viria a ser o meu terceiro acantonamento…
No primeiro fui o único a ir de Santiago, no segundo, levei a “bifaninha”, Ana Luísa para os amigos, que
viria a instituir a moda dos “livrinhos”… No terceiro fomos três… (No próximo acantonamento que for,
João, já sabes, de Santiago somos 4) Três os aventureiros, preparadíssimos para mais um forte
encontro, ou não! Eu, a Ana Filipa e a Teresa Relvas… Nós moçoilos estudantes universitários em
Lisboa, combinámos encontrarmo-nos na Estação do Oriente meia hora antes do comboio partir, para
com calma comprarmos os bilhetes… Pois bem… Pessoas inteligentes, não comprámos os bilhetes
antes, ou seja, esquecemo-nos do pormenor de que era Sexta-Feira, hora de ponta, véspera de férias de
milhares de alunos… Pois bem… Bilhetes… Havia, para todos os sítios menos para o entroncamento,
onde trocaríamos de comboio para a partir daí seguir para a beirã… Esgotadas todas as hipóteses, e a
ver todos os JMV’s seguirem felizes e sorridentes com as suas malas para o comboio, e nós sem
bilhetes, decidimos ir a um taxista para saber quanto era mais ou menos a viagem até ao
entroncamento… Quando o senhor disse mais ou menos o preço estimado, engolimos em seco e nem
pensámos duas vezes, entramos dentro daquele carrito… Indo eu indo eu a caminho do Entroncamento!
Lembro-me como se fosse hoje, eu e a Teresa às pontas e a Ana no meio do banco… Começámos a
dedicarmo-nos à fotografia para ver se nos distraíamos, porque estávamos dentro de um carro com um
motorista ranhoso, que não passava dos 120, o pessoal dentro do comboio a pensar que tínhamos ido de
boleia, o comboio a chegar ao entroncamento e nós nada… Mas havia um de nós que não se conseguia
abstrair… A Ana, porque será? Resposta… Porque estava em frente ao taxímetro, e via o valor a
aumentar, a aumentar e a aumentar… Era o valor a aumentar e nós a desesperar… Como uma desgraça
não vem só, estávamos a chegar ao Entroncamento, e telefona-nos a Nita a dizer, onde estão? O
comboio para a Beirã está a arrancar! E nós… Estamos mesmo a chegar… 5 segundos… A Nita falou
com o maquinista para esperar por nós, e graças a Deus ele esperou… Mas o desespero ainda não tinha
chegado ao fim! O tempo a esgotar e nós não encontrávamos a estação, até que finalmente a avistámos
ao longe… Mesmo antes de chegar começamos a juntar os nossos trocos para pagar a quantia que
estava no taxímetro, ao que o senhor mandou uma piadinha… Pois e eu que pague as portagens… e eu
perguntei, portagens? Sim, sim, portagens… ora deixe fazer as contas por alto… Ora são 160 euros… Se
não tivéssemos a correr, até tínhamos parado um pouco a recuperar do choque! Pois é verdade… Por
uma viagem de 8 euros e calmo sossego, pagámos cada um mais de 50 eurinhos… Combinámos pouco
depois de saltar para o comboio, que não contaríamos esta história a ninguém…Pois seríamos gozados o
resto da vida… A prova de que esta situação mexe connosco é a reacção da Teresa Relvas ao saber que
ia desvendar o nosso mistério… “se alguém me vier falar do assunto és um homem morto podes ter a
certeza”, ou seja, quando resolverem fazer outro livrinho de loucuras feitas por amor à JMV, podem
contar a história da minha morte xD Porque quando tiver com a Teresa certamente acontecerá isso
mesmo… Realmente este encontro foi muito positivo, e muitas outras peripécias houveram, como por
exemplo o senhor do comboio gozar connosco à força toda e como a Teresa pensar que eu “tava a
esticar o pernil” no barquinho em pleno rio Sado xD Mas pronto os 160 falam por si! Não preciso de
contar mais nada!

Francisco Vilhena (Santiago)

O Primeiro Nacional
À 1ª vista, pode parecer que o nosso 1º Encontro Nacional é por si só uma grande aventura, mas o meu
teve uns contornos um tanto quanto especiais que o tornaram ainda mais especial, e mais maluco...
Em 1º lugar, era algo a que eu desejava ir à anos, pois tinha 2 irmãos mais velhos que já tinham ido e
tinham vindo de lá completamente mudados (para melhor). Principalmente o meu irmão mais velho, que
conseguiu passar-me toda a magia que se vivia nesse encontro, o que me deixou profundamente
excitado. Foi nessa altura entrei para a JMV em Nisa, para o grupo de juvenis. Infelizmente, no ano em
que eu finalmente era para ir, o grupo acabou, o que para mim, foi uma dupla desilusão!
Dois anos mais tarde, a J em Nisa recomeça, e com ela renasce o sonho de ir àquele Encontro fantástico
a que o meu irmão tinha ido por 2 ou 3 vezes, já não me recordo bem. Chegam as inscrições, a malta
inscreve-se, pedimos transporte à câmara, que o cede, no entanto, 5 dias antes de ir, um dos meus
melhores amigos disse que tinha uma consulta em Portalegre no dia da partida (quinta) e que não
poderia ir no transporte da câmara! Ora, ou ele ficva em terra, ou alguém teria de ir com ele. (E na altura
não havia internet, telemóveis, carros do pessoal para nos ir buscar... era mm o ter de ir de transportes
até Santa Quitéria.)
Bem, lá está o João a oferecer-se para ir com ele, e lá fomos.
Expresso para o Porto às 16.45 em Portalegre, que chegava lá às 22h, e portanto, já não tínhamos a
certeza de haver transportes até Felgueiras, mas como queríamos mesmo ir ao Encontro, nem que
tivéssemos de ir a pé (e acreditem que era mesmo esse o espírito que tínhamos).
Chegados ao Porto, perguntámos por autocarros para Felgueiras, e, nicles batatódies! Nada! Era então
altura de passar para o plano B: ir até Paredes de comboio!
Pedimos indicações ao motorista, e uma boa notícia: S. Bento era perto. Dava para ir a pé e tudo! Uma
boa notícia apesar de tudo. Quando lá chegámos, procedimento normal, ir às bilheteiras comprar o
bilhete, e foi aí que eu contei a nossa história pela 1ª vez, ao que o vendedor disse que era melhor irmos
para Caíde em vez de Paredes, pois caso fosse para ir a pé, estávamos muito mais perto, e assim foi.
Comboio à meia noite, os dois “putos” naquele comboio, com os lenços da J ao pescoço, e toda a gente
nos perguntava quem éramos, etc... e nós íamos contanto a nossa história que comovia tudo e todos, ao
que um Sr nos diz: vocês fiquem descansados que quando chegarmos a Caíde eu arranjo-vos boleia até
Felgueiras, pois há sempre muitos tropas neste comboio cujos pais os vão buscar à estação, e há-de
haver algum que vá para Felgueiras e vos leve. E assim foi. Quando saímos, lá apareceu uma alma
caridosa, que nos disse: eu não vou para Felgueiras, vou não sei para onde (já não me recordo), se
quiserem eu levo-vo, sempre ficam mais perto! E nós, claro que aceitámos.
Quando íamos a meio caminho, ele vira-se para nós: Sabem, isto é um carro a gasolina, se vocês me
derem 1000$00 (nota que o bilhete de comboio na altura até ao Porto era 1200$00 – 6€) eu vou lá levar-
vos. Escusado será dizer que aceitámos de imediato, e quando chegámos a Felgueiras, o Sr foi tão
simpático que quis ir levar-nos a Santa Quitéria, mas como nós não queríamos abusar da boa vontade do
homem, e como se via a cruz iluminada no topo da colina, dissemos que sabíamos onde era e que
iríamos a pé.
E lá estávamos nós super contentes em Felgueiras, maravilhados, a pensar como tínhamos lá chegado...
bem, digamos que alguém nos guiou até lá, e que ir até ao cimo do monte onde se erguia a cruz
iluminada seria agora canja comparado com o que tinha sido chegar até ali! Estávamos perto do nosso
objectivo, e, vistas as coisas, até nem tinha sido assim tão difícil chegar lá.
Pernas ao caminho, e lá vamos nós, a seguir “a luz”, cheios de frio, pois apenas tínhamos connosco 1
mochila com comida e um rádio-leitor de cassetes para ouvir música, e claro como no Alentejo faz calor
que se farta, sabíamos lá nós que lá à noite ia estar tanto frio!!!! Mas, por trilhos e veredas (sim, somos
uns génios e enfiámo-nos por uns trilhos muita manhosos para chegar lá acima), chegámos ao jardim de
Santa Quitéria às 2.30 da manhã, super cansados, mas satisfeitos. Demos uma volta para encontrar a
casa das Irmãs, mas quem não sabe é como quem não vê, e à noite todos os gatos são pardos, não
encontrámos a dita casa!
Voltámos a Felgueiras e regressámos ao Monte para não regelarmos, pois estava mesmo muito frio, e à
segunda tentativa, lá encontrámos o portão principal da casa, penso que seriam quatro e tal, onde
ficámos até às 6.30 da manhã, pois o rapaz que ia comigo tinha sido o último a falar com o meu irmão
(que era o responsável do grupo na altura) e disse-me que ou estávamos lá até às 23.30, ou só
entrávamos no dia seguinte às 7.30.
Foi nesta altura, em que, tanto nós como rádio, já estávamos com as pilhas a acabar, pelo que me virei
para o meu companheiro e disse: Eu não quero saber se vamos tocar mais cedo, se as irmãs se vão
levantar mais cedo. Nós estivemos aqui a noite toda ao relento, e estou farto e cansado! E pimba, toquei
à campaínha. Passado pouco tempo, aparece uma Irmã ao cimo da escadaria e pergunta quem era, ao
que eu respondi. Abriu o portão, etc... quando chegámos ao dormitório dos rapazes já estavam a
começar a levantar-se. O meu irmão quando nos vê, pergunta: então, só agora? E eu lá lhe contei a
história toda, a que ele responde: vocês são malucos! Eu avisei que iam chegar elementos de Nisa
durante a noite, as Irmãs ficaram a noite toda acordadas à vossa espera! Ao que eu respondi: ok, já
percebi a cara que a Irmã tinha ao abrir-nos a porta!
Foi um Encontro muito especial, tal como foi a forma de lá ter chegado, foi uma grande loucura, com 16
anos, irmos os 2, sem conhecer nada, sem telemóveis... para Felgueiras... e nesse encontro, aprendi
aquela canção que diz “nesta grande loucura que sempre foi cá estar!”
Foi também nessa altura que senti verdadeiramente que Maria guiava os meus passos, e que está
sempre pronta para iluminar o nosso caminho...
João (Nisa)

Roma 2000
Em 1997 fui às Jornadas Mundiais da Juventude em Paris, e no final, o Papa João Paulo II disse: vemo-
nos em Roma, no ano 2000 para o Grande Jubileu. Entretanto, o tempo foi passando, e parece que o
ecoar daquelas palavras foi desaparecendo, e eu, que já nessa altura adorava fotografia, e como não
tinha máquina, comecei a juntar dinheiro para comprar uma. Todo o dinheiro que me davam, era entregue
religiosamente à minha mãe para comprar a máquina dos meus sonhos.
O tempo vai passando, e chega o ano de 1999, mais precisamente o final de 1999, e com ele, as
inscrições para Roma 2000! E é aí que me volta à memória as últimas palavras de João Paulo II: Vemo-
nos em Roma, no ano 2000 para o Grande Jubileu. E a vontade de ir, foi algo quase instantâneo, e muito
forte. Falei com os meus pais, e eles disseram que não tinham dinheiro para eu ir... ao que eu disse: o
dinheiro que eu tenho para a máquina dá para pagar a viagem, falta é depois algum dinheiro para a
viagem. Se vocês não se importarem, eu também não, e em vez de comprar a máquina vou a Roma, pois
o Jubileu não se vai repetir, enquanto que a máquina... bem, máquinas há muitas.
Eles concordaram, gastei o dinheiro que andava a juntar desde 97 para ir a Roma, fiquei sem um tusto...
não me arrependo... e sabem o que mais? “Não” sei como, mas em Março de 2001 tinha a máquina que
queria... digamos que... veio “simplesmente” parar-me às mãos. E não, não foram os meus pais, nem
ninguém que ma ofereceu... digamos que a comprei a 1 preço muito em conta!
João (Nisa)

XII Acantonamento
Se houve algum Acantonamento que esteve assim, mesmo mesmo perto de não se realizar foi este. Foi
também a organização deste que fez com que sentisse novamente algo fantástico!
Estávamos a 15 dias do Encontro, e não havia nada, apenas as inscrições! E quando eu digo nada, era
mesmo nada: ainda não tínhamos a confirmação da casa, a Junta não iria disponibilizar os talheres,
mesas, cadeiras e pratos para sexta e sábado, porque tinham actividades, e por consequência, também
não tínhamos quem fosse buscar os colchões a Nisa, não tínhamos cozinheiras, não tínhamos o tema
feito, apenas o tópico... e eu também não tinha vontade nenhuma de dar ao chinelo para fazer o que quer
que fosse. Mas apesar de tudo, fui à Beirã, falei com o P. Luis, que mais uma vez, com aquele sorriso e
brilho com que ele fica quando fala do Acantonamento, não me deixou de modo algum indiferente. Falei
com a Cláudia, que teve umas palavras bastante verdadeiras e sábias, que tocaram profundamente o
meu coração. E fiquei de me decidir na segunda-feira seguinte: se estava disposto a ir em frente, ou
simplesmente a desistir.
Como todos já sabem, segui em frente. Ao fim dessa semana, tinhamos casa, tema, talheres, mesas,
cadeiras, cozinheiras... tudo o que era preciso para o Encontro ser realizado mais uma vez.
O que isto tudo teve de tão fantástico?
- As palavras da Cláudia: “Maria sempre te tem ajudado, achas que este ano, em que Ela é mesmo a
protagonista, te vai deixar mal?” Nunca as esquecerei! E fizeram-me lembrar tudo o que Ela já me ajudou
(e continua a ajudar)
- O sentir-me no colo de Maria! Senti que, apesar de todas as asneiras que tinha feito nos últimos anos,
de todo o desespero, e disparates, Ela esteve sempre ali, à espera que eu voltasse para o aconchego do
seu regaço... que é mesmo muito bom!!!
- A Consagração a Maria. Fez-me relembrar que me consagrei a Ela, e que por isso todo o meu ser
pertence a Ela, e que eu devia partilhar essa alegria de ser consagrado a Maria com todos os outros, e
daí surgiu a ideia de dar a oportunidade a quem quisesse e se sentisse preparado de se consagrar a
Maria no final do terço.
- O Encontro em si! A paz que lá se viveu durante aqueles dias! Diz-se que o Acantonamento é muito
especial, tem um ambiente muito especial, e já teve muitos “pequenos milagres”, mas, para quem me
conhece, sabe que eu andava sempre stressado, e não era preciso muito para me chatear... e naquele
ano... não o conseguiram fazer! Falta pão? Comemos bolachas... isto para não falar no famosíssimo
arroz dourado entre outras peripécias.
- A equipa que organizou o Encontro comigo... sempre fantásticos
Tal como tive a oportunidade de o dizer nos testemunhos do Encontro: antes daquele encontro se realizar
eu já o tinha realizado, porque ao prepará-lo, reencontrei a nossa Mãe, e o que se sente é indescritível!

João (Nisa)

A maior loucura de todas…


Já tive muitas vezes vontade de sair, porque estava velho, cansado, vazio, desactualizado, farto de ser
acusado injustamente de isto e daquilo, o que me desgastava imenso... mas apesar de tudo continuo! Foi
no XI Acantonamento que percebi isso, que o meu tempo ainda não havia chegado, que não há altura
para sairmos da J! Aliás, a maior loucura é mesmo sair, porque, só um louco é que sai de um local onde
se sente profundamente bem!
Vazios?! Nunca ficaremos vazios... basta olharmos para trás, e vermos tudo o que já vivemos... e
partilhar! É tão simples, e quase nunca nos lembramos de o fazer!
João (Nisa)

A descoberta…
Durante muitos anos andei na catequese para não desiludir a minha mãe. Não acreditava nem
deixava de acreditar em Deus. Não era importante para mim. Durante esse tempo todo estive envolvidos
em diversos grupos: pratiquei judo, atletismo, tive uma banda rock, pratiquei futebol, BTT, skate, grupos
da escola, entre outros. A verdade é que me senti sempre de parte, excluído! Senti que os outros jovens
não me valorizavam e a minha opinião nunca era importante. O mesmo acontecia na minha família.
Um dia convidaram-me para participar nas reuniões do grupo de jovens da paróquia. Fui
resistindo durante algum tempo pois achava que aquilo não era para mim. Tinha diversos amigos que me
foram convidando até que cedi e fui uma ou outra vez as reuniões do grupo durante alguns meses, sem
assumir nenhum compromisso.
Habitualmente a minha catequese era ao Domingo antes da Missa. Num desses Domingos de
Janeiro ou Fevereiro de 1998, o grupo de jovens de Paialvo recebeu outros jovens (na sua maioria de
Cucujães) para uma festa. Foi aí que me convidaram para participar na missa e disseram-me que iria
receber um lenço vermelho. Na altura não percebia nada de ser JMV, mas desconfiei de algo. Mal sabia
que receber o lenço implicava passar a ser JMV. Disseram-me apenas que iria receber o lenço mas que
depois devolvia. Acho que me enganaram… ainda Bem!
A verdade é que comecei, sem querer, a participar de algumas actividades da JMV e encontros e
comecei a sentir-me muito motivado. A verdade e a grande diferença é que na JMV não me senti
rejeitado nem desvalorizado. Estes dois sentimentos foram também surgindo na JMV ao longo dos anos,
no entanto uma força muito grande e inexplicável enraizou-se em mim e até hoje…
Por vezes quando quero falar da minha vida e da importância da JMV, explico que a minha vida
teve duas partes: antes da JMV e depois da JMV. Agradeço a magia de todos os que fizeram de mim o
que sou hoje. São a Presença VIVA de Deus na minha vida. Não se explica: Vive-se e sente-se!
Obrigado.
Ricardo Ferreira (Paialvo)

A vivência…
No nosso movimento procuramos responder ao apelo de Nª Srª a Catarina de Labouré,
crescendo e solidificando bases e valores na Fé de acordo com os nossos Carismas. Mas, apesar da
JMV dar resposta a muitas das nossas perguntas e necessidades, nem sempre nos preenche por
completo. Este foi um sentimento que eu tive e portanto fui procurar outras fontes no sentido de me
enriquecer pessoalmente e poder ser testemunho dessas experiências na nossa associação: a JMV.
Neste sentido procurei desde cedo descobrir o que significava CARIDADE e SERVIÇO. De facto
podemos ser testemunho de Deus de muitas formas e em infinitos contextos, mas decidi investir uma
grande parte do meu coração à MISSÃO.
É interessante que até hoje só experimentei um Campo de Missão organizado pela JMV e já foi
à muitos anos. Terá sido muito provavelmente em 1999 no Pousal (Mafra) com doentes/deficientes
mentais e físicos.
Apesar de ter ficado comprometido e fidelizado à missão por ter sido uma experiência muito
enriquecedora, senti que ali não encontrava respostas a todas as minhas necessidades como missionário
e voluntário.
Em 2001 realizei uma Missão Popular em Nisa, onde encontrei uma forma muito diferente, mas
igualmente importante de ser Missionário, Evangelizador de Deus. As Missões Populares organizadas por
pessoas da Família Vicentina, integram habitualmente pessoas dos diversos ramos da Família, como
elementos da Congregação da Missão (Padres Vicentinos), Filhas da Caridade, Colaboradores de
Missão, entre outros. Infelizmente, que eu tenha conhecimento, não têm participado elementos da JMV, o
que não impede cada um de vós poder integrar uma equipa.
Quando participei naquela Missão Popular senti que fazia todo o sentido estar ali. Era um JMV
de 18 anos, aparentemente com muito pouco para dar. Reconheço que recebi e aprendi imenso. Foi uma
experiência memorável, mas também sinto que a minha presença marcou positivamente aquela
comunidade. Porque estaria ali aquele jovem duas semanas quando poderia estar a fazer outras coisas?
Porque estaria ele ali quando poderia estar com os seus amigos? Senti que poderia ser exemplo e
motivação para outros jovens… Se eu sou Igreja, porque não poderão outros jovens sê-lo também?
Nesse mesmo ano participei no meu 1º Projecto Irmão (P.I.). Sendo uma iniciativa de
S.S.V.Paulo para qualquer jovem que quisesse ter experiência de Missão/Voluntariado, quis arriscar e
conhecer este Projecto. Outras pessoas do meu grupo (Paialvo) já tinham feito essa experiência, pelo
que desde os meus 16 anos me sentia motivado a participar. Contavam coisas Fantásticas do P.I. e
também queria experimentar e Sentir Deus assim…
Para que houvesse uma Responsabilidade mais adequada à exigência do P.I. só era permitida a
participação de jovens com 18 ou mais anos de idade.
Pela primeira vez tive uma formação muito específica para os campos de missão designados
pelo projecto. Só poderíamos participar caso frequentássemos os dois fins-de-semana de formação na
casa Vilar, no Porto, com formadores de reconhecimento social.
Após uma avaliação por parte da organização, com uma entrevista (informal) éramos
seleccionados de acordo com o nosso perfil e integrados numa equipa e campo de missão adequados à
nossa personalidade.
A equipa que integrávamos era designada naquele contexto como “Família”. Tudo o que
fazíamos era em Família por um período de duas semanas.
Durante quatro anos realizei P.I. em diversos locais, com diferentes pessoas e dando resposta a
varias necessidades, desde servir idosos a participar com crianças institucionalizadas.
Todos os anos ansiava pela próxima Família e pelo próximo P.I. pois todos nos sentíamos muito
bem no que fazíamos. Principalmente porque quase todos éramos Vicentinos e “partilhávamos objectivos
em comum”.
Foi provavelmente em P.I. que mais intensamente senti Deus na minha Vida e em Mim. Há
sentimentos inexplicáveis. “Esses, vivem-se e sentem-se!” Foi assim, de uma forma transcendente que
senti Deus. Que mais poderia ser senão Deus?
Estes anos de experiência em JMV, de serviço na comunidade, em Voluntariado e em Missão
tinham ainda outro objectivo: preparar-me para Missão Ad’Gentes. Tinha o sonho de ir além fronteiras,
ser testemunho de Deus Vivo e prestar serviços de saúde (como enfermeiro). E esse objectivo ainda não
está concretizado…
Parece-me importante referir que não devemos ficar fechados na nossa Associação (apesar de
já darmos resposta a muitos âmbitos), a aguardar que as coisas venham ter connosco.
Temos de ser um Movimento em movimento. É urgente mostrarmos de que “material” somos
feitos, que não temos preconceitos e que temos a humildade de reconhecer a nossa pobreza.
Desejo que a missão também vos toque o coração. Deixo-vos as minhas palavras para que
possam ser a vossa inspiração.

Ricardo Ferreira (Paialvo)

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