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A teoria de Lamarck

Jean Baptiste Pierre Antoine de Monet, cavaleiro de Lamarck, aos 24 anos abandona a carreira
militar para se dedicar à medicina e à botânica. Foi o primeiro cientista a propor uma teoria
sistemática da evolução. Exerce grande influência na fundação do Museu Nacional de História
Natural, em Paris. É o fundador da biologia como ramo específico da ciência, em 1802. Sua
teoria foi publicada em 1809, em um livro denominado Filosofia zoológica, expondo pela
primeira vez sua teoria da evolução.

Lei do uso ou desuso: Lamarck diz que os seres vivos evoluem "sem saltos ou cataclismos" de
forma "lenta e segura". Para se adaptar melhor ao meio, os seres vivos se modificam a cada
geração. A girafa, por exemplo, teria desenvolvido um pescoço comprido para se alimentar das
folhas de árvores muito altas. Os órgãos que são menos usados atrofiam, de geração em
geração, e desaparecem.

A teoria de Lamarck não é aceita atualmente, pois suas idéias apresentam um erro básico: as
características adquiridas não são hereditárias.

Verificou-se que as alterações em células somáticas dos indivíduos não alteram as informações
genéticas contida nas células germinativas, não sendo, dessa forma, hereditárias.

A teoria de Darwin

Charles Darwin (1809-1882), naturalista inglês, desenvolveu uma teoria evolutiva que é a base
da moderna teoria sintética: a teoria da seleção natural. A bordo do navio Beagle, Darwin
participou de uma expedição de volta ao mundo de cerca de cinco anos, promovida pela
marinha inglesa, que tinha o objetivo de aperfeiçoar e completar dados cartográficos e que
contribuiu para fundamentar sua teoria da evolução. Assim, em 1859 publica A origem das
espécies e em 1871 publica A descendência do homem, causando polêmica principalmente
com a Igreja, pois a evolução orgânica nega a história da criação descrita no livro do Gênesis.

Os princípios básicos da idéia de seleção natural de Darwin podem ser resumidos no seguinte
modo:

A base da evolução biológica é a existência da variedade. Toda a informação genética dos seres
vivos está registrada no DNA, a proteína que constitui os genes e cromossomos. Durante o
processo de reprodução, a replicação destes genes sofre alterações denominadas mutações
genéticas, ou seja, indivíduos de uma mesma espécie apresentam variações em todos os
caracteres, não sendo, portanto, idênticos entre si.

Todo organismo tem grande capacidade de reprodução, produzindo muitos descendentes.


Assim, há grande "luta" pela vida entre os descendentes, pois apesar de nascerem muitos
indivíduos, poucos atingem a maturidade, e destes, apenas os que apresentarem
características vantajosas para a sua sobrevivência, como por exemplo, maior capacidade de
conseguir alimento, maior eficiência reprodutiva, maior agilidade na fuga de predadores, têm
maior chance de se reproduzir, sendo o número de indivíduos da espécie mantido mais ou
menos constante ao longo das gerações.
Os organismos com essas características vantajosas têm maiores chances de deixar
descendentes. Como há transmissão de caracteres de pais para filhos, estes apresentam essas
características e assim, ao longo das gerações, a atuação da seleção natural sobre os indivíduos
mantém ou melhora o grau de adaptação destes ao meio.

Exemplo das mariposas

 Em uma cidade inglesa chamada Manchester, em meados do século XIX, antes da
industrialização da cidade, viviam mariposas de uma certa espécie: algumas claras e outras
escuras. Mas o número de mariposas claras era muito maior.

Depois que a cidade se industrializou, verificou-se o contrário: o número de mariposas escuras


passou a ser muito maior. O que teria acontecido? 

Antes da industrialização da cidade, o ar não era poluído. Não havia fuligem escura das
fábricas; os troncos das árvores eram recobertos por liquens claros. Nesse ambiente de "fundo
claro", as mariposas claras passavam mais despercebidas do que as escuras, quando posavam,
por exemplo, numa árvore. Assim, pássaros insetívoros visualizavam melhor e devoravam mais
as mariposas escuras. Dai, o grande números  de mariposas claras em relação às escuras. A
coloração clara era, portanto, uma característica favorável para as mariposas que viviam
naquele ambiente.

Mas veio a industrialização. E o ambiente mudou. A poluição praticamente eliminou os claros


liquens que recobriam o tronco das árvores. A fuligem contribuiu para dotar o ambiente de um
"fundo escuro". Nessa nova situação, eram as mariposas escuras que passavam mais
despercebidas; as claras, facilmente identificadas pelos pássaros, eram mas devoradas. O
número de mariposas escuras, então, se tornou maior e a sua coloração passou a representar
a característica favorável.

Pelo exposto acima, podemos concluir que as mariposas apresentavam uma variabilidade de
cores: algumas eram claras e outras eram escuras. O ambiente atuou selecionando essa
variabilidade: antes da industrialização da cidade, as mariposas claras eram as mais bem
adaptadas ao meio; tinham maiores chances de sobreviver e de gerar um maior número de
descendentes. Depois da industrialização da cidade, o ambiente mudou e o critério de seleção
também mudou: as mariposas escuras é que passaram a ser as mais bem adaptadas ao meio.

A teoria sintética da evolução

No século XX, a teoria darwinista foi sendo adaptada a partir de descobertas da Genética. Essa
nova teoria, chamada de Teoria sintética da evolução ou Neodarwinismo, é a base da moderna
Biologia. A explicação sobre a hereditariedade das características dos indivíduos deve-se a
Gregor Mendel (1822-1884), que em 1865 substituiu o conceito antigo de herança através da
mistura de sangue pelo conceito de herança através de partículas: os genes. Mas sua
divulgação só ocorre no século XX. Darwin desconhecia as pesquisas de Mendel. A síntese das
duas teorias foi feita nos anos 30 e 40. Entre os responsáveis pela fusão estão os matemáticos
John Burdon Haldane e Ronald Fisher, os biólogos Theodosius Dobzhansky e Julian Huxley. A
teoria neodarwinista diz que mutações e recombinações genéticas causam as variações entre
indivíduos sobre as quais age a seleção natural, considerando, conforme Darwin já havia feito,
a população como unidade evolutiva. A população pode ser definida como grupamento de
indivíduos de uma mesma espécie que ocorrem em uma mesma área geográfica, em um
mesmo intervalo de tempo.

Para melhor compreender esta definição, é importante conhecer o conceito biológico de


espécie: agrupamento de populações naturais, real ou potencialmente intercruzantes e
reprodutivamente isolados de outros grupos de organismos.

Quando, nesta definição, se diz potencialmente intercruzantes, significa que uma espécie pode
ter populações que não cruzem naturalmente por estarem geograficamente separadas.
Entretanto, colocadas artificialmente em contato, haverá cruzamento entre os indivíduos, com
descendentes férteis. Por isso, são potencialmente intercruzantes.

A definição biológica de espécie só é valida para organismos com reprodução sexuada, já que,
no caso dos organismos com reprodução sexuada, já que, no caso dos organismos com
reprodução assexuada, as semelhanças entre características morfológicas é que definem os
agrupamentos em espécies.

Observando as diferentes populações de indivíduos com reprodução sexuada, pode-se notar


que não existe um indivíduo igual ao outro. Exceções a essa regra poderiam ser os gêmeos
univitelínicos, mas mesmo eles não são absolutamente idênticos, apesar de o patrimônio
genético inicial ser o mesmo. Isso porque podem ocorrer alterações somáticas devidas á ação
do meio.

A enorme diversidade de fenótipos em uma população é indicadora da variabilidade genética


dessa população, podendo-se notar que esta é geralmente muito ampla.

A compreensão da variabilidade genética e fenotípica dos indivíduos de uma população é


fundamental para o estudo dos fenômenos evolutivos, uma vez que a evolução é, na realidade,
a transformação estatística de populações ao longo do tempo, ou ainda, alterações na
freqüência dos genes dessa população. Os fatores que determinam alterações na freqüência
dos genes são denominados fatores evolutivos. Cada população apresenta um conjunto
gênico, que sujeito a fatores evolutivos, pode ser alterado. O conjunto gênico de uma
população é o conjunto de todos os genes presentes nessa população. Assim, quanto maior é a
variabilidade genética.

Os fatores evolutivos que atuam sobre o conjunto gênico da população podem ser reunidos
duas categorias

Fatores que tendem a aumentar a variabilidade genética da população: mutação gênica,


mutação cromossômica, recombinação;

Fatores que atuam sobre a variabilidade genética já estabelecida: seleção natural, migração e
oscilação genética.
A integração desses fatores associada ao isolamento geográfico pode levar, ao longo do
tempo, ao desenvolvimento de mecanismos de isolamento reprodutivo, quando, então,
surgem novas espécies.

Anatomia Comparada

O estudo comparado da anatomia de animais e vegetais mostra a existência de um padrão


fundamental similar, na estrutura dos sistemas de órgãos. Os sistemas esquelético, circulatório
e excretor constituem um ótimo exemplo disto, através das homologias. Dizemos que, dois ou
mais órgãos são homólogos quando têm a mesma origem embrionária e estrutura semelhante,
podendo a função ser a mesma ou não.

Apesar de superficialmente diferentes, uma nadadeira de balela, uma asa de ave, uma asa de
morcego, uma pata de gato, uma pata anterior de cavalo e a mão e o braço humanos são
órgãos homólogos. Em cada um deles aparece quase o mesmo número de ossos, músculos,
nervos e vasos sangüíneos, ordenadas segundo um mesmo padrão e com grande similaridade
no desenvolvimento embrionário.

A razão de homologia seria que os diferentes organismos teriam uma origem evolutiva
comum: quanto mais recente o ancestral, maior a semelhança estrutural. Sob a ação do
ambiente, pode haver modificações, mas a estrutura fundamental permanecera.

Outra evidência evolutiva, fornecida pela anatomia comparada é a existência dos órgãos
vestigiais. Existem vestígios ou rudimentos de órgãos que representam restos inúteis de
estruturas de órgãos que são grandes e funcionais em alguns outros animais. No corpo
humano existem vários órgãos vestigiais, entre os quais citaremos: o apêndice vermiforme, o
cóccix, e a prega semilunar. O apêndice vermiforme é uma curta expansão, que se localiza na
região onde o intestino grosso se liga ao delgado. Trata-se de um vestígio do volumoso ceco,
existente nos herbívoros. Os volumosos cecos dos mamíferos herbívoros armazenam o
alimento, enquanto sobre ele se exerce a ação bacteriana, para a digestão da celulose.

No homem, a coluna vertebral termina no cóccix, um osso recurvado formado por vértebras
fusionadas, que é um vestígio da cauda, existente em numerosos mamíferos.

Assim, de acordo com as teorias de Darwin e Lamarck, as espécies atuais descendem de outras
espécies que sofreram modificações, através dos tempos.

Os ancestrais das espécies atualmente existentes são considerados descendentes de


predecessores diferentes deles, e assim por diante, a partir de organismos precursores,
extremamente primitivos e desconhecidos. O evolucionismo prega o transformismo, explica a
grande diversidade de formas de vida e rejeita o fixismo, segundo o qual o número de espécies
é fixo e elas não sofrem modificações.

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