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Rio de Janeiro
2010
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2010
Sumário
Apresentação
Problema
Hipótese
Objetivos
- Objetivo Geral
- Objetivos Específicos
Justificativa
Metodologia
Cronograma
Referências
Esquema do Trabalho
As matrizes autoritárias do Processo Penal brasileiro:
para além da influência do Código Rocco (1941)
1 Apresentação
Tema: Tramita no Senado Federal o PLS 156, que propõe um novo Código
de Processo Penal em substituição ao código em vigor, datado de
1941, período do Estado Novo. A pesquisa buscará identificar as
matrizes autoritárias da lei que se pretende derrogar, para além do
discurso comum da origem no Código fascista italiano. Com isso o
que se persegue, ao fim, é detectar as permanências autoritárias que
se infiltram mesmo no projeto de 2009/2010.
BATISTA, Nilo Introdução crítica ao direito penal brasileiro. 3 ed. Rio de Janeiro:
Revan, 1996.
BATISTA, Vera Malaguti. Difíceis ganhos fáceis: drogas e juventude pobre no Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2003.
FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão: teoria do garantismo penal. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2002.
GARLAND, David. The culture of control: crime and social order in contemporary
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KAGAN, Robert A. Adversarial legalism: the american way of law. Harvard University
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LANGBEIN, John H. History of the Common Law. New York, Aspen Publishers, 2009.
______. The origins of adversary criminal trial. New York, Oxford University Press
Inc., 2005.
MUÑOZ CONDE, Francisco. Edmund Mezger e o Direito Penal de seu Tempo: estudos
sobre o Direito Penal no Nacional-Socialismo. Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2005.
________ . Elementos para uma análise crítica da transação penal. 1. ed. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2003.
ROXIN, Claus. Pasado, presente y futuro del Derecho Procesal Penal. Buenos Aires,
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______. Crime castigo nos Estados Unidos: de Nixon a Clinton. Revista de Sociologia e
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ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Em busca das penas perdidas. Rio de Janeiro: Revan,
1991.
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Marcello (Org.). Sistema penal para o terceiro milênio. 2. ed. Rio de Janeiro:
Revan, 1991. p. 221-236.
5. Hipótese
A análise dos discursos triunfantes e de crítica ao Código de Processo Penal de
1941, quando da concepção do projeto e durante os quase setenta anos de sua
aplicação, induz a que se tenha por certo e, pois, indiscutível, a matriz fascista do
Código de Processo Penal italiano (Código Rocco). O trabalho, porém, está fundado
na hipótese de que o próprio modelo fascista italiano permeava-se – e se deixava
influenciar – pelo discurso jurídico-filosófico dominante na Alemanha na primeira
metade do século XX.
O afastamento da tese principal acatada pela doutrina brasileira até os dias atuais e
a aproximação ao “modelo de pensamento” que alicerçou as bases da hermenêutica
filosófica, bem como ao de determinados paradigmas de investigação de
comportamentos em tese desviantes, que colocavam foco no “sujeito anormal”
(“inimigo social”), proporcionará, segundo o ponto de vista da pesquisa, meios para
questionar até onde (quando?) segue a ideologia autoritária no Sistema de Justiça
Criminal, indistintamente funcional em democracias políticas e regimes de ditadura.
Partindo, portanto, da especulação de que o ocultar as matrizes autoritárias de
pensamento, pela técnica de restringir sua “realidade desconfortável” a uma lei
paradigmática (a italiana), e não às bases mesmas da ideologia dominante em
determinado cenário científico, pretende-se desvelar o quadro – se é assim – para
perceber sua permanência no discurso “científico” que autoriza a transcendência de
práticas autoritárias no processo penal para o modelo proposto pela Comissão de
Juristas composta pelo Senado.
6. Objetivos
e) pesquisar até que ponto há categorias previstas no PLS 156 que reproduzam,
fiel ou disfarçadamente, os institutos autoritários do Processo Penal.
1
O Garantismo pode ser definido “como um sistema epistemológico de identificação do desvio penal,
orientado a assegurar (...) o máximo grau de racionalidade e confiabilidade do juízo e, portanto, de
limitação do poder punitivo e da tutela da pessoa contra a arbitrariedade” que corresponde às garantias
penais e processuais que se contrapõem ao poder punitivo. FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão: teoria do
garantismo penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p. 30.
9. Cronograma
Revisão do Tema da X
Pesquisa, da
bibliografia, e do
questionário
Estudos dos textos de X
base sobre as
“linguagens
totalitárias”.
Levantamento dos X X
textos doutrinários que
delimitaram a
discussão sobre a
unificação processual
penal nas décadas de
20, 30 e 40 do século
passado.
Seminários do projeto X X
(justificativa,
objetivos,
problemática,
metodologia, estrutura
do trabalho). Estudos
dos textos relativos às
pesquisas recentes
acerca do tema “direito
e autoritarismo”, com
ênfase na investigação
crítica das propostas de
uma “base teórica” do
nazismo.
Entrega do 1º. X
Relatório
Definição da estrutura X
do trabalho (sumário,
preliminar)
Revisão da Literatura X
(enquadramento
teórico)
Redação preliminar X
Ajustes X
metodológicos,
conceituais,
formatação, revisão
Apresentação do X
trabalho final (redação
final da pesquisa e dos
projetos legislativo e
de ação)
10. Referências
FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão: teoria do garantismo penal. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2002.
KAGAN, Robert A. Adversarial legalism: the american way of law. Harvard University
Press. 2003.
LANGBEIN, John H. History of the Common Law. New York, Aspen Publishers, 2009.
______. The origins of adversary criminal trial. New York, Oxford University Press
Inc., 2005.
12 Esquema do Trabalho
INTRODUÇÃO
1. Marco Teórico.
1.1. A linguagem autoritária e as “tradições inventadas”.
1.2. O discurso sobre a lei contextualizado. Atos de fala como fatos sociais.
2. O Código de Processo Penal de 1941
2.1. O período pré-unificação e a República.
2.2. O movimento pelo Código de Processo Penal único
3. Os anos 20/40 do século XX
3.1. Desenvolvimento e apogeu do pensamento totalitário.
3.2. O nazismo e o Direito
4. A feição inquisitorial do Código de Processo Penal e o autoritarismo dominante:
permanência indesejável
4.1. A assunção da ideologia da Defesa Social.
4.2. O espectro ronda o “Projeto”.
BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
Encaminhado por:
Prof Dr. Flávio Alves Martins
Diretor da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ