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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

CURSO DE DIREITO
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

DIREITO PÚBLICO, DIREITO PRIVADO E DIREITO MISTO NA


VISÃO DE PAULO DOURADO DE GUSMÃO

Goiânia,
2010.
BÁRBARA TORRES SACCO SOUSA
JAROSLAW DAROSZEWSKI FERNANDES
MARIA BEATRIZ MOREIRA MARTINS MOURA
MARINA RIBEIRO SIADE
RICARDO ORSINI

DIREITO PÚBLICO, DIREITO PRIVADO E DIREITO MISTO NA


VISÃO DE PAULO DOURADO DE GUSMÃO

Relatório de trabalho da disciplina de


Introdução ao Estudo do Direito para obtenção
de nota parcial de N1.

Orientação: Profª Regina Celeste de Castro


Faria.

Goiânia,
março de 2010.

2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................4
2 DIREITO PÚBLICO, DIREITO PRIVADO E DIREITO MISTO.................................6
2.1 A divisão público x privado........................................................................................... 6
2.2 O Direito Misto ............................................................................................................. 7
3 AS DIVISÕES DO DIREITO PÚBLICO....................................................................8
3.1 O Direito Internacional ................................................................................................. 8
3.1.2 O Direito Penal Internacional............................................................................... 10
3.1.3 O Direito Diplomático .......................................................................................... 11
3.1.4 O Direito Espacial................................................................................................ 12
3.1.5 Organizações Internacionais ............................................................................... 12
3.1.6 Organizações Regionais, OEA e União Europeia................................................ 13
3.1.7 Tribunal Europeu dos Direitos Humanos ............................................................. 13
3.1.7.1 A Corte Interamericana de Direitos Humanos ............................................................. 13
3.1.7.2 O Tribunal Penal Internacional..................................................................................... 14
3.2 Direito Público Interno................................................................................................ 14
3.2.1 Direito Constitucional .......................................................................................... 14
3.2.2 Direito Eleitoral.................................................................................................... 15
3.2.3 Direito Político ..................................................................................................... 15
3.2.4 Direito Administrativo .......................................................................................... 15
3.2.5 Direito Financeiro ................................................................................................ 16
3.2.6 Direito Judiciário.................................................................................................. 16
3.2.7 Direito Penal........................................................................................................ 17
3.2.8 Direito Penal Comum e Especial ......................................................................... 18
3.2.9 Direito Disciplinar ................................................................................................ 19
3.2.10 Direito Penal Interestatal ................................................................................... 19
3.2.11 Direito Contravencional ..................................................................................... 19
3.2.12 Direito Penitenciário .......................................................................................... 19
3.2.13 Direito Processual ............................................................................................. 19
3.2.14 Direito Internacional Privado ............................................................................. 20
4 AS DIVISÕES DO DIREITO PRIVADO .................................................................21
4.1 Direito Civil................................................................................................................. 21
4.2 Direito Privado Disciplinar .......................................................................................... 21
4.3 Direito Comum ........................................................................................................... 21
4.4 Direito Comercial ....................................................................................................... 22
5 AS DIVISÕES DO DIREITO MISTO ......................................................................23
5.1 Direito Marítimo.......................................................................................................... 23
5.2 Direito Aeronáutico..................................................................................................... 23
5.3 Direito da Navegação................................................................................................. 23
5.4 Direito Econômico...................................................................................................... 24
5.5 Direito do Trabalho..................................................................................................... 24
5.6 Direito Sindical ........................................................................................................... 24
5.7 Direito Agrário ............................................................................................................ 25
5.8 Direito Social.............................................................................................................. 25
5.8 Direito Profissional ..................................................................................................... 26
5.9 Direito de Família ....................................................................................................... 26
5.10 Direito Industrial ....................................................................................................... 26
5.11 Direito Falimentar..................................................................................................... 27
5.12 Direito Nuclear ......................................................................................................... 27
CONCLUSÕES .........................................................................................................28
REFERÊNCIAS.........................................................................................................30

3
1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como finalidade principal sumariar os capítulos XV, XVI,
XVII, XVIII e XIX do livro Introdução ao Estudo do Direito, de Paulo Dourado de Gusmão,
que tratam respectivamente a) da divisão do direito em Direito Público, Direito Privado,
Direito Misto, Direito Interno e Direito Internacional; b) das divisões do Direito Internacional
e das organizações internacionais; c) das divisões do Direito Público Interno; d) das divisões
do Direito Privado; e e) das divisões do Direito Misto.
Como o texto analisado trata-se de visão geral e propedêutica, optamos por um modelo
esquemático, fazendo usos de quadros sinópticos e comparativos (quando a matéria tratada
assim o permitir sem maiores distorções) e ampla divisão em forma de tópicos numerados
para cada ramo do direito tratado pelo autor. Para cada direito elencado nos itens 3, 4 e 5,
tentaremos, na medida em que o texto analisado o permitir, indicar a definição do ramo do
direito, suas origens históricas, os direitos que rege e as suas fontes.
O presente trabalho está dividido, essencialmente, em duas partes. Na primeira (item
2), tratamos do modo como o autor discute as celeumas doutrinárias relativas à divisão teórica
do Direito em Público e Privado. Inicialmente, listamos os critérios mais comuns para
estabelecer tal divisão, para depois ponderarmos os problemas teóricos que tais critérios
acarretam, principalmente se pensarmos numa correspondência entre o plano teórico e a
efetiva realidade jurídica da nossa sociedade.
Ainda neste item, abordaremos o modo como o autor inclui, no rol desta divisão, o
Direito Misto, tentando mostrar que a divisão clássica romana Público x Privado não dá conta
de esgotar a complexidade jurídica relativa ao tema.
Na segunda parte (itens 3, 4 e 5), faremos breve resumo da sistemática enciclopédica,
onde o autor dá cabo de cada direito específico, tratando de localizá-los dentro da divisão
estabelecida entre Direito Público, Privado e Misto.
No item 3, que aborda o direito público, tratamos a) do Direito Internacional e suas
divisões (Direito Penal Internacional, diplomático, espacial), bem como das Organizações
Internacionais, as regionais e do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos; e b) do Direito
Público Interno e suas divisões (Direito Constitucional, Eleitoral, Político, Administrativo,
Financeiro, Judiciário, Penal, Penal Comum e Especial, Disciplinar, Penal Interestatal,
Contravencional, Penitenciário, Processual e Internacional Privado).

4
No item 4, tratamos do Direito Privado e suas divisões (Direito Civil, Privado
Disciplinar, Comum e Comercial). Finalmente, no item 5, tratamos do Direito Misto e suas
divisões (Direito Marítimo, Aeronáutico, da Navegação, Econômico, do Trabalho, Sindical,
Social, Profissional, de Família, Industrial, Falimentar e Nuclear).

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2 DIREITO PÚBLICO, DIREITO PRIVADO E DIREITO MISTO

2.1 A divisão público x privado


Para GUSMÃO, a clássica divisão romana do Direito em público x privado é, apesar
dos problemas teóricos que acarreta, fundamental. Desta feita, esta divisão dá a saber que o
Direito Público é aquele que tutela a coisa pública e o Privado, tutela o interesse dos
particulares. O público está relacionado, assim, ao Estado Romano e o privado ao interesse de
cada um. 1
O critério “interesse”, que funda esta divisão, é o mais antigo. A ele, é levantada a
objeção de que há campos do direito privado em que o interesse social prevalece. É o caso,
por exemplo, do Direito de Família, que, apesar de fazer parte do Direito Civil, campo
clássico do direito privado, tem a prevalência do interesse social.
Gusmão vai à doutrina Italiana e, citando Francesco Ferrara, fundamenta a divisão
público x privado da seguinte forma: a) Direito público interno – Estado se apresenta como
portador de potestade (poder) suprema, investido de imperium; b) Direito privado – por
exclusão, todos os demais direitos. Aqui, as partes estão em pé de igualdade. Mesmo o
Estado, quando pratica atos jurídicos nesta esfera, está em posição de paridade com o
particular.
Seguindo esse raciocínio, estabelece ainda que teríamos a) um Direito Público Interno,
centrado no Estado, em suas funções e organização, na ordem e segurança internas, nos
serviços públicos e recursos para sua execução; e b) um Direito Público Internacional direito
público externo que coordenaria as relações e situações jurídicas em que são partes os Estados
Soberanos. O objetivo deste último direito seria o de criar uma comunidade internacional.
Traçando um quadro esquemático, Gusmão divide e caracteriza assim a divisão
público x privado.

1
GUSMÃO, 2001, p. 146.
6
Direito Público Interno Direito Privado
- Origem: Direito Público Romano (tutela da - Origem: Direito Privado romano (tutela dos
coisa pública). interesses particulares).
- Estado é parte obrigatória. - Estado não é parte obrigatória.
- Interesse público tutelado pelo Estado. - Particular decide sobre seu próprio interesse.
- Interesse irrenunciável (indisponível). - Seu direito uma prerrogativa (não uma
obrigatoriedade).
- Independe da vontade das partes. - Depende da vontade das partes.
- Direito de subordinação (partes em situação de - Direito de coordenação (partes estão em
hierarquia). situação de igualdade).
- Estado – posição de supremacia. - Estado e particulares em situação de igualdade.
- Exemplos: Direito constitucional, - Exemplos: Direito civil, comercial, do trabalho.
administrativo, internacional privado, financeiro,
penal, processual, judiciário, nuclear.
- Em época de crise, o interesse social se impõe Épocas de estabilidade, a divisão é mais nítida.
sobre o particular.
Tabela 1 – Quadro comparativo do Direito Público Interno e o Direito Privado

Cabe ressaltar, por último, que no Brasil, que tem como princípio de organização do
Estado a Federação, o Direito Público pode ainda ser dividido em federal (União), estadual
(Estados-Membros e DF) e municipal (Municípios).
Outra questão interessante levantada por Gusmão está relacionada ao Direito
Internacional. Classificado como direito público externo, é um direito de coordenação, uma
vez que inexiste uma autoridade supra-estatal que lhe dê a coercitividade. As nações
soberanas, partes neste direito, são colocadas numa situação de igualdade. Para isto, sua
função é a de proteger a comunidade internacional.

2.2 O Direito Misto


O Direito Misto, para Gusmão, pode ser visto sob mais de um prisma. É, inicialmente,
2
aquele que tutela tanto o interesse público como o interesse do particular. Deste ponto de
vista, teríamos como mistos o Direito de Família, do Trabalho, o Profissional, o Sindical, o
Econômico e o Agrário. Podemos também enxergar como misto aqueles direitos onde
encontramos normas de direito público e de direito privado. Os exemplos seriam o Direito
Marítimo, o Aeronáutico e o Falimentar. Por fim, aqueles constituídos de Direito
Internacional e Direito Público Interno, no caso, o Direito Nuclear.
O que essa nova categoria (Direito Misto) mostra é que a bipartição romana público x
privada, por si só, não corresponde mais à realidade jurídica, tampouco à complexidade da
realidade brasileira.

2
Idem, ibidem, p. 148.
7
3 AS DIVISÕES DO DIREITO PÚBLICO

O Direito público pode ser dividido como Direito Interno e Internacional (ou externo).
O interno seria o Direito Nacional, aquele que rege as relações jurídicas no território do
Estado, podendo ser público ou privado. Já o Internacional não é delimitado por fronteiras,
uma vez que rege as relações internacionais entre Estados soberanos.
Gusmão indica duas teorias divergentes no modo de ver a separação entre Direito
Interno e Internacional.
Teoria Monista Teoria Dualista
- Defende o primado do direito interno. - Defende o primado do direito internacional.
- O direito internacional é dependente do - Os dois direitos são autônomos e
interno. independentes um do outro.
- O Direito Interno é válido devido à sua - Quando viola tratados e costumes
imposição coercitiva do Estado Soberano. internacionais, o direito interno não é válido.
- Crítica da Escola de Viena (Kelsen) – - Após as atrocidades da II Grande Guerra, o
sistema global de direito unificado seria primado do direito internacional, com o
impossível se acolhida a posição dualista. objetivo de manutenção da paz, se tornou
Pois não pode haver contradição normativa dominante.
num sistema unificado.

A posição de Gusmão, entretanto, é clara: o direito interno e o internacional são


3
inconfundíveis. O Interno é um direito de subordinação, garantido pela coação do Estado,
resultando de imposição a certo número indeterminado de pessoas. O internacional é direito
de coordenação, garantido pelo consenso entre as nações e, de certa forma, pela ONU. Neste
caso, envolve um número determinado de Estados soberanos.

3.1 O Direito Internacional


Nesta seção, Gusmão vai falar do Direito Internacional e de suas divisões, assim como
das organizações internacionais.
Pode ser definido como o complexo de regras consuetudinárias e pactuadas que rege
as relações entre Estados soberanos e assegura os direitos humanos. O Direito Internacional
organiza e constitui a chamada “comunidade internacional”.

3
Ibidem, p. 149.
8
Suas origens remontam à Idade Média, com o papado se transformando em árbitro de
conflitos internacionais. Mas, só após os anos 40 (pós-guerra), passam a ser sujeitos desse
direito não só os Estados soberanos, mas também as minorias e o homem visto como
personalidade internacional.
A violação dos direitos solenemente garantidos pela Declaração Universal dos Direitos
do Homem é considerado crime contra humanidade, imprescritível (mesmo se o direito
nacional correspondente prescrever) e julgado por tribunal internacional. Exemplos de crimes
previstos por este direito são as prisões arbitrárias por motivo político, o terrorismo, o
genocídio, a tortura, os sequestros e assassinatos políticos, etc.
Após anos 50, dois ramos deste direito se subdividiram, formando um direito
internacional especial (em oposição ao direito internacional geral): a) direito internacional
humanitário (direito de Haia), que tentava humanizar a guerra e suas conseqüências; e b)
Direito internacional dos direitos humanos, que tutela estes direitos.
Somente após 1992, com a Conferência Mundial do Meio-Ambiente (Rio 92), a
temática ambiental tornou-se problema do Direito Internacional.
Outro precedente histórico muito importante do Direito Internacional é a famosa
Resolução 678 do Conselho de Segurança da ONU, de 29/11/1990. Através dela, foi
legitimada a invasão do Iraque, a pretexto de coagir este a sair do Kuwait. O precedente se
deve ao fato de, pela primeira vez, o Conselho assumir um papel de agente coercitivo no
direito internacional. Atentando para esta importância histórica, cabe lamentar a infelicidade
dos fatos que se seguiram à esta resolução, de triste memória para o Direito Internacional.
Com relação à sua validade jurídica, o Direito Internacional já foi questionado várias
vezes, em virtude de ser um direito usado convenientemente pelas grandes potências para
atingir seus interesses colonialistas. Juristas positivistas negam-lhe a validade e reconhecem
apenas a validade do direito interno, único que pode ser coercitivamente imposto e, por isso,
satisfazer as exigências teóricas da pirâmide de Kelsen. Para eles, a ausência de autoridade
maior Estatal não lhe confere juridicidade.
A teoria monista também não reconhece nenhum direito acima do direito estatal,
fazendo o internacional depender do nacional. Já a teoria dualista reconhece a possibilidade
da cooperação de entes jurídicos com base em convicções comuns, assegurada mediante certo
equilíbrio de forças (direito de coordenação).
As fontes do Direito Internacional podem ser classificadas em:

9
a) escritas: tratados internacionais, pactos, convenções, etc., jurisprudência da Corte
Internacional de Justiça (CIJ), resoluções do Conselho de Segurança e da Assembléia Geral
da ONU; e
b) não-escritas: doutrina, costumes internacionais, equidade e princípios gerais do
direito das nações civilizadas.
As principais fontes do direito internacional são: a Declaração Universal dos Direitos
do Homem da ONU, a Convenção Europeia para proteção dos direitos humanos e das
liberdades fundamentais, Convenção Americana sobre os direitos humanos, entre outros.
Três princípios gerais animam o direito internacional:
a) pacta sunt servanda (cumpram-se os acordos);
b) respeito à soberania das nações; e
c) princípio da não-intervenção.
Após a queda do Muro de Berlim e o fim da divisão geopolítica do bloco capitalista e
do comunista, acrescentou-se à esta lista o princípio da intocabilidade dos direitos humanos.
Suas formas de solução de conflitos envolvem a negociação, conciliação e arbitragem.
Medidas mais violentas podem ser toleradas, como as represálias, sanções econômicas
(bloqueio econômico) e o direito de reciprocidade. Em último caso, medidas extremas podem
ser tomadas, como a guerra-sanção, a guerra de autodefesa e emprego de força militar
autorizado por resolução do Conselho de Segurança da ONU. O que não é tolerado é a guerra
de ofensiva (remissão clara às intenções expansionistas de Hitler nos anos 30). A guerra só
será tolerada nos casos de legítima defesa e libertação nacional, com proteções e garantias à
vida de civis e militares em combate.
Atualmente, o poder militar das grandes potências tirou o fórum efetivo de decisão da
ONU da Assembléia Geral para o Conselho de Segurança, formado fixamente pelos EUA,
Rússia, França, China e Inglaterra. Estes países têm o direito de veto, o que importa num
poder quase absoluto de decisão e iniciativa por parte dessas grandes potências.

3.1.2 O Direito Penal Internacional


O Direito Penal Internacional (em sentido lato) é o direito convencional, estabelecido
por tratados, que rege a repressão de delitos que afetam as relações internacionais ou que
atentam contra os direitos humanos e a Civilização. Pune os crimes internacionais e os delitos
contra a humanidade. Distinto do Direito Penal Internacional em sentido estrito, que é um
direito interno que versa sobre competência legislativa e jurisdicional em matéria penal.

10
Sua história é recente, com origem no século XIX. Apenas depois de 1945, com os
esforços para apaziguar os maléficos efeitos da Segunda Grande Guerra, manifestou sua
eficácia. Em 1945, o Tribunal de Nuremberg, que julgou as atrocidades nazistas, define os
crimes de guerra:
a) Crimes contra a paz (guerra de agressão);
b) Crimes de guerra (transgridem os costumes de guerra);
c) Crimes contra a humanidade (deportação, assassinatos, exterminação, crueldades
em campos de concentração).
Alguns juristas negam a sua validade, principalmente pela forma como ele foi aplicado
pelo Tribunal de Nuremberg. Este tribunal passou por cima do princípio da legalidade,
aplicando penas não escritas e não previstas em tratado algum.
Suas fontes principais são as resoluções da ONU e as convenções e tratados
internacionais, como a Convenção Internacional de Haia (1907). A ONU tem tentado
codificar o direito internacional, sem sucesso. Entretanto, conseguiu um feito notável, que foi
definir o termo jurídico “agressão”, que seria o “uso da força armada por um país contra a
soberania, integridade territorial ou independência política de outro Estado, ou de maneira
contrária à Carta das Nações”.

3.1.3 O Direito Diplomático


Constitui-se como o estatuto dos diplomatas. GENER define o direito diplomático
como: arte e ciência da negociação internacional.
Possui características do direito misto por ser constituído de normas de direito interno
e de direito internacional. Em 1815, no Congresso de Viena, foram formalmente estabelecidas
as prerrogativas e as garantias que cercam e protegem os diplomatas.
Há dois princípios cruciais para sustentação da base diplomática: o princípio de
Igualdade de Estados e o de reciprocidade, segundo o qual o diplomata de um país recebe,
onde exercer a sua função, o mesmo tratamento jurídico que o seu país concede aos demais
diplomatas.
Além destes dois princípios básicos, estão prescritas outras regras que garantem o
exercício da diplomacia, como a imunidade diplomática, a inviolabilidade pessoal do
diplomata e de sua família, a extraterritorialidade das embaixadas e legações, que faz um
prolongamento do território do Estado que elas representam, entre outras prerrogativas.

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3.1.4 O Direito Espacial
Para GUSMÃO, é o ramo do direito internacional que disciplina o uso do espaço
cósmico (extra-atmosférico) e dos corpos celestes pelos Estados soberanos da Terra. Prevê
responsabilidade civil pelos danos causados a bens e pessoas na superfície terrestre com a
queda de sondas, de foguetes ou de satélites, além dos direitos, deveres e regimes jurídicos
dos astronautas e dos controladores em terra dos voos espaciais.
É a parte do direito internacional que disciplina a utilização e a exploração do espaço
extra-atmosférico e dos corpos celestes. Subsidiariamente se aplica o direito aeronáutico no
que couber.

3.1.5 Organizações Internacionais


As Organizações Internacionais são compreendidas como um organismo com
personalidade jurídica autônoma em relação aos países que o compõem, dotados de órgãos e
ordenamento jurídico próprios e de meios de ação internacional, fundado no princípio de
igualdade de seus membros.
A primeira organização política destinada a dar maior eficácia no direito internacional
foi a SDN (Sociedade das Nações Unidas), nascida dos impactos da Primeira Guerra Mundial
e também conhecida como Liga das Nações, com sede em Genebra. Há críticas de que suas
decisões estavam na dependência de interesses das grandes potências, perdendo-se o princípio
da igualdade de seus membros.
Tal sociedade desempenhou relevantes ações no campo técnico e social, como nos
casos da Invasão da Manchúria (1932), da Invasão da Abissínia (1935 – atual Etiópia),
rearmamento alemão, entre outros. Entretanto, não conseguiu impedir a Segunda Guerra
Mundial.
A ONU (Organização das Nações Unidas) foi criada em 1945, na Conferência de São
Francisco, sob a forma de órgão federativo superestatal para suceder a fracassada SDN. Sua
sede foi estabelecida em Nova Iorque. Seus sub-órgãos de dividem em: a) Conselho de
Segurança (CS), seu órgão máximo, composto de quinze membros, sendo cinco efetivos e dez
rotativos, com mandato de dois anos; b) Assembléia-Geral (AG); c) uma corte, em Haia
(Corte Internacional da Justiça), com função de responder a consultas jurídicas internacionais
da AG e do CS, além de atuar em litígios internacionais.
Cabe ressaltar que a ONU não possui força militar própria e nenhum poder coercitivo
internacional, sendo inviabilizada de criar condições necessárias ao império da justiça e

12
respeito das obrigações nascidas de tratados e de outras fontes do direito internacional, como
menciona em seu preâmbulo.

3.1.6 Organizações Regionais, OEA e União Europeia


Tem por objetivo manter, no nível regional, a ordem fundada na justiça, garantir a paz
e a segurança continental, solucionando pacificamente os litígios entre seus membros,
organizando a ação solidária entre seus membros, através da cooperação e de e do
desenvolvimento econômico, social e cultural de todos.
Uma organização regional pode destinar-se a finalidades específicas como de fins
militares, como a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ou de finalidades
econômicas, como é o caso da OEA (Organização dos Estados Americanos).
A Comunidade Europeia é uma organização regional, mas não possui representação
política. A criação do Mercado Comum Europeu foi a solução jurídico-político-econômica
encontrada para salvar as economias das ex-potências europeias. Foi estabelecida moeda
única (Euro) e um direito comum, cujas lacunas são preenchidas pelos “princípios gerais
comuns aos direitos dos Estados membros”. É o sonho napoleônico de unificação da Europa
se concretizando sem violência.

3.1.7 Tribunal Europeu dos Direitos Humanos


A Corte Europeia de Direitos Humanos é instalada em Estrasburgo, com jurisdição
supranacional, cujas decisões têm força vinculativa. É a última instância jurídica, depois de
esgotados os recursos ordinários aos tribunais de cada país-membro. Qualquer país europeu
da UE, que tenha seus direitos ameaçados, pode recorrer a esta instância. O tribunal é
composto por juizes “da mais alta consideração moral”, em número igual ao de países
signatários da Convenção, com mandato de nove anos, sendo reelegíveis. As decisões desse
Tribunal repercutem na modificação da legislação do país de origem do recorrente.

3.1.7.1 A Corte Interamericana de Direitos Humanos


A Corte Interamericana de Direitos Humanos foi instalada em São José, Costa Rica,
em 1973, criando também a Comissão Internacional dos Direitos Humanos, com sede em
Washington. Além da função jurisdicional, possui também a função de consulta. A corte foi
reconhecida pelo Brasil em 1998. A validade de suas ações só são efetivas se sua jurisdição
for aceita pelo país denunciado, o que na prática a inviabiliza a sua efetividade.

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3.1.7.2 O Tribunal Penal Internacional
Em 1998, nasce o Estatuto do Tribunal Penal Internacional (TPI), tendo sido em 2002
alcançado a aceitação de 22 países. Estava criada a Corte Penal Internacional (2003), em
Haia. Os Estados Unidos, a Rússia e a China não o reconhece. O Brasil aderiu a ele em 2000.
Qualquer Estado que tiver aderido ao Estatuto de Roma, pode dele se retirar mediante
notificação a ONU, que produzirá efeito em um ano depois de solicitado.
O Tribunal de divide em Câmaras: a) de primeira instância, onde são instaurados,
julgados e encerrados, por sentença recorrível, processos por crime contra a humanidade
(genocídio e crimes de guerra); b) de Apelação, que apreciará os recursos das decisões da
primeira instância. As decisões finais desse tribunal serão irrecorríveis e os crimes de sua
competência imprescritíveis.
A Pena máxima para esses crimes é a de prisão perpétua. Quanto à reclusão é de até 30
anos. A entrega do acusado por seu país de origem terá de ser atendida, mesmo quando o
processado se encontrar neste, sob sua legislação e independendo de ter este exercido uma alta
função pública.

3.2 Direito Público Interno


É o direito organizador do Estado e protetor e garantidor da ordem pública e da paz
social. Nele, o Estado é revestido de imperium, estando em posição de superioridade com
relação aos indivíduos. Predomina nele o interesse público, daí a denominação “direito de
subordinação”.
Gusmão divide este direito nos seguintes ramos: Direito Constitucional, Administrativo,
Financeiro e Tributário, Judiciário, Processual, Internacional Privado e Penal. Abaixo, nos
detemos brevemente em cada um deles.

3.2.1 Direito Constitucional


É o direito organizador dos poderes do Estado, de seu governo, disciplinador das
relações jurídicas entre governantes e governados, garantidor dos direitos fundamentais do
homem. É ele que estabelece a organização jurídica- política do Estado. Possui superioridade
jurídica sobre todos os demais ramos do direito público interno e do direito privado. Estes
últimos têm que se adaptar às suas prescrições, não podendo violá-las sob pena de serem
considerados inconstitucionais.
O diploma legal do Direito Constitucional é a Constituição. Suas outras fontes são as
emendas constitucionais, a jurisprudência das Cortes Constitucionais ou das Supremas Cortes

14
(no caso do Brasil, o STF) que a interpretam e os costumes constitucionais e nas tradições
constitucionais (no caso onde vigora o sistema jurídico Commun Law, como nos EUA).
Nas Federações existem dois direitos constitucionais: Direito Constitucional Federal e
Direito Constitucional Estadual.

3.2.2 Direito Eleitoral


É o direito político que rege o processo eleitoral e estabelece regras para eleição dos
governantes e governados. Estipula as condições para ser eleitor e as de elegibilidade, a data
das eleições, a forma do voto e de sua apuração.
O liberalismo considera-o como direito (prerrogativa), que, como tal, pode deixar de
ser exercido. No Brasil, o direito o considera uma obrigação, mas é essa obrigação que
possibilita a decisão política do eleitorado.

3.2.3 Direito Político


Há alguns publicistas (o caso mais notório seria o de Jellinek) que distinguem o
“direito político” do “direito constitucional”. Este último teria por objeto a ordem jurídica do
Estado, enquanto o direito político, o Estado como comunidade.
Autonomia do direito político é possível se entendermos o direito político como
estrutura do Estado, independente da Política, que trata dos meios a serem usados para obter
soluções políticas no sentido histórico, sem confundi-lo com o direito constitucional. Tem por
objeto o direito de voto, de ser votado, de exercer cargo público, etc.
Compreende a estrutura política do Estado, o direito eleitoral e os partidos políticos.
Suas fontes são as leis e, especialmente, a Doutrina.

3.2.4 Direito Administrativo


É o sistema de normas de direito público que organiza a Administração Pública e
disciplina sua atividade. Consiste basicamente no poder de polícia e poder discricionário, dos
quais estão investidas as autoridades públicas.
É um poder normativo na medida em que pode regulamentar sua atividade. Contudo,
exerce a função disciplinar, quando instaura o processo ou inquérito administrativo. Este
sistema também define as relações jurídicas entre Administração Pública e seus membros
(servidores públicos).
Tutela os bens do Estado, disciplinando seu uso. Suas fontes são as leis, regulamentos,
decretos, avisos, portarias, ordens, instruções, etc. A Legislação administrativa mais antiga é a

15
francesa (1800) e a obra mais antiga da matéria é o Les Éléments de Jurisprudence
Administratif (Macarel).

3.2.5 Direito Financeiro


Citando Pugliese, GUSMÃO define este direito como o “conjunto de normas que
disciplinam a arrecadação, a gestão e a distribuição de meios econômicos que necessitam o
Estado e outros entes públicos para o cumprimento de suas atividades”. Neste sentido, o
Estado prevê os meios necessários para cobrir suas despesas (através da cobrança dos
tributos).
Um dos seus objetos é o orçamento, lei que programa as despesas do Estado, tendo em
vista a sua receita. Rege ainda a emissão de moeda e prescreve o regime monetário.
O Direito Tributário ou Fiscal é parte do direito financeiro que rege os impostos e as
taxas (Gusmão não cita as contribuições sociais) e impõe sanções para o caso de não
pagamento dos mesmos. Tais sanções são patrimoniais e pessoais (prisão). Esta pode ser, em
regra, reduzida se o contribuinte faltoso efetuar o pagamento do débito fiscal assim que
notificado.

3.2.6 Direito Judiciário


É o direito que organiza o os diversos órgãos do Poder Judiciário do Estado, bem
como seus auxiliares e serventuários, indispensáveis a seu funcionamento. Prevê os meios
corretivos dos serviços judiciários e as sanções para faltas de seus membros.
Tem relações estreitas com o Direito Processual. É formada pelo que não foi
disciplinado pelo direito processual e não pode dispor de forma contrária ao direito
processual. Gusmão afirma que o que hoje pertence ao direito judiciário pode ser, amanhã, da
alçada do direito processual e vice-versa.
Tem por objeto a organização judiciária, que varia de Estado para Estado. Segundo
Henry Solus e Roger Perrot, esta variação decorre do fato de que cada povo tem sua história e
tradição. No Brasil, temos, em função de espaço, a organização judiciária federal e a estadual.
Organização Judiciária Federal Organização Judiciária Estadual
- É dada pela Constituição Federal; - E dada pela Constituição Estadual;
- Leis federais da organização judiciária; - Lei estadual da organização judiciária;
- resolução dos tribunais federais; - resolução dos tribunais estaduais;
- Não podem transgredir os princípios gerais de
organização judiciária previstos na Constituição
Federal.
Tabela 2 – Quadro comparativo do Organização Judiciária Federal e Estadual

16
Em razão desta competência distribuída no espaço, temos a jurisdição comum e a
jurisdição especial.

Jurisdição Comum Jurisdição Especial


- Aplica o direito comum (direito civil, direito - Aplica o chamado Direito Especial (direito
comercial, direito penal, etc.); militar, do trabalho e eleitoral);
- Decidindo questões para as quais não há - É formada pelos juízes e tribunais militares e
jurisdição especial; juízes e tribunais eleitorais.
Tabela 3 – Quadro comparativo da Jurisdição Comum e Especial

Alguns países têm a “jurisdição constitucional” com competência para julgar os


crimes de responsabilidade e decidir sobre inconstitucionalidade da lei. Essa forma de
jurisdição surgiu após a I Guerra Mundial, com objetivo de controlar a constitucionalidade
das leis e proteger a Constituição. São exemplos notórios a Constituição de Weimar e da
Áustria (1919), a espanhola (1931) e a da Tchecoslováquia (1920). No Brasil, cabe ao
Supremo Tribunal Federal a função de corte constitucional.

3.2.7 Direito Penal


É o sistema de normas que define e enumera os crimes e suas respectivas penas, bem
como prescreve medidas preventivas aplicáveis às pessoas perigosas. É direito punitivo, de
natureza imperativa, por impor e proibir condutas, e de caráter aflitivo. Deve contribuir para a
recuperação do delinquente e para a defesa da paz social e da segurança individual.
Beccaria (1763) defende o princípio da legalidade, segundo o qual só a lei pode
estabelecer penas para os delitos. Aos juízes caberia a aplicação dessas de forma proporcional
à gravidade dos mesmos. Também combateu as penas desumanas e a pena de morte. Dessas
idéias resultou a Escola Clássica de Direito Penal (Romagnosi, Feuerbach e Bentham), que
tinha como princípios básicos a proporcionalidade da pena ao delito, prevenção social do
delito e imputabilidade moral.
Contra essa escola surgiu a Escola Positiva (Ferri, Von Lizst), questionando os fatores
sociais, psicológicos e orgânicos do delito, não reconhecendo a culpa como condição para
aplicação da sanção penal e admitindo a responsabilidade legal do autor do delito. Atribui à
pena função educativa e recuperadora do delinqüente e de defesa social.
A Escola Técnica Jurídica (Rocco, Manzini, Battaglini, etc.) tem por objeto apenas a
lei penal. Não há interesse nas raízes do delito e na figura do delinqüente.

17
A Teoria Finalística ou Finalista (Welzel) compreende o delito pela finalidade
perseguida pelo delinqüente. É de difícil aplicação nos casos de crimes culposos e de dolo
eventual (fim ilícito não é desejado e nem previsto, apesar de previsível).
A tendência atual é a consideração tridimensional do delito: norma penal / realidade
social / delinqüente, respeitando a advertência de Beccaria: “é preferível prevenir a punir”.
A fonte única do direito penal é a lei. Costumes, jurisprudência e doutrina não têm
forca normativa neste seara do direito, uma vez que põe um jogo um direito fundamental, a
liberdade.
A estrutura da norma penal é a seguinte: preceito (enumerador de crimes) e sanção
(pena). O preceito tem por destinatário todas as pessoas, enquanto a pena, o judiciário por ser
o órgão estatal que a impõe nas sentenças. As normas são acompanhadas, em sua maioria, de
sanções.
O Direito Penal prevê também medidas preventivas aplicáveis aos culpados pelo delito
quando perigoso, bem como aos que, por incapacidade, não respondem pelo mesmo. Tais
medidas visam garantir a segurança individual e a ordem pública, tutelando bens existenciais
(vida, liberdade, saúde, honra, nome, etc.) e patrimoniais, a ordem pública, os bons costumes,
o funcionamento do Estado, os bens e interesses do Estado.
No direito penal, o Princípio da legalidade é fundamental e se expressa pela
proposição “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal”.
Os fundamentos do Direito Penal são estabelecidos de modo diverso por diferentes
teorias.
a) Teoria da Retribuição: a pena é o sofrimento imposto ao agente como retribuição do
crime, sendo a intimidação a principal função do direito penal.
b) Teoria da Recuperação: Considera a pena o meio de corrigir, reeducar ou recuperar
socialmente o criminoso.
c) Teoria da defesa social: a pena é o meio de defesa da sociedade contra o crime.

3.2.8 Direito Penal Comum e Especial


Direito Penal Comum é o que define os crimes comuns e o Penal Especial, os crimes
decorrentes da natureza especial do bem tutelado atingido pelo delito ou do agente. No Brasil,
o principal ramo do Direito Penal Especial é o Penal Militar, que define os crimes militares,
bem como suas penas, e é formulado segundo os princípios do direito penal comum.

18
3.2.9 Direito Disciplinar
É o direito repressivo destinado a obter maior eficiência, disciplina, decoro e
produtividade no serviço público, nos parlamentos e nas Forcas Armadas. Por este motivo, as
medidas disciplinares não são aplicadas pelo Judiciário.
As fontes do Direito Disciplinar Legislativo são os regimentos das Assembléias
Legislativas, tendo como sanção mais grave a cassação do mandato do parlamentar. No
Disciplinar do Judiciário (que faz parte do direito Judiciário), as fontes são os regimentos dos
tribunais e a lei de organização judiciária, que prescrevem sanções aplicáveis aos membros do
Judiciário pelos tribunais e aos serventuários da justiça.
Direito Disciplinar da Administração Pública, com sanções aplicáveis aos servidores
públicos, tem como principal fonte o Estatuto do Funcionário Público.

3.2.10 Direito Penal Interestatal


Direito Penal Internacional é o ramo do direito interno que estabelece a competência
jurisdicional e a lei aplicável em matéria penal. Compõe-se de normas de direito interno, onde
predomina o Principio da Territorialidade da Lei Penal (aplica-se a lei penal aos fatos
puníveis no território nacional, independente da nacionalidade do agente, da vítima e do bem
lesado).

3.2.11 Direito Contravencional


Distingue-se do direito penal pela menor gravidade das infrações que pune.

3.2.12 Direito Penitenciário


É o ramo do direito repressivo que disciplina a forma de que deve ser cumprida a pena
de prisão celular. Compõe- se de normas de Direito administrativo e de técnicas pedagógicas
destinadas a recuperar o delinquente no estabelecimento penitenciário.

3.2.13 Direito Processual


É o direito que disciplina o processo judicial (sequência de atos destinados a obter a
sentença definitiva). Define-se como o complexo de normas que regulamentam a prestação
jurisdicional por parte do Estado. Parte do direito público que dá os meios para o exercício da
jurisdição quando provocada pelo prejudicado. Já foi considerado conjuntamente com o
direito material (do qual seria parte), mas hoje adquiriu autonomia.
As normas do direito processual são trilaterais porque dela decorrem relação jurídica
entre autor, que inicia a ação, o réu, contra quem ela é proposta, controlada pelo juiz, que lhe
19
dá solução adequada e eficaz na sentença. Este sistema jurídico pois fim à justiça privada
quando deu o monopólio ao Estado de punir o ilícito e formulou regras específicas para
decidir os litígios.
Divide-se em:
a) Processual Civil - depende da vontade das partes e é composto de matéria não
penal; e
b) Processual Penal (o exercício do poder punitivo do Estado pode ser modificado no
curso do processo e pessoas que inicialmente não eram partes do processo, podem
passar a sê-lo).
c) Atualmente, fala-se em Processual Administrativo, que disciplina o processo
administrativo.

3.2.14 Direito Internacional Privado


É o direito que indica a legislação de direito privado aplicável aos casos em que há
duvida quanto à lei que os rege. Assim, se considera um direito de delimitação (jurisdição no
espaço e no tempo) e de interpretação (colmata lacunas dos outros direitos). Dirime os
conflitos de legislação no espaço sem intervenção judicial (dúvidas com relação à lei de qual
país deve ser aplicada a um litígio ou ilícito). Enfim, rege as relações jurídicas estabelecidas
entre pessoas de nacionalidade diferentes.
Não se confunde com o Direito Internacional por ser um direito interno, ou seja, não é
comum às nações e tem fontes especificamente nacionais. Tampouco é ramo do direito
privado, uma vez que são normas de imposição ao magistrado. Tal confusão poderia surgir do
fato de aparecer num diploma aparentemente de direito privado: a Lei de Introdução ao
Código Civil.

20
4 AS DIVISÕES DO DIREITO PRIVADO

O direito privado é o direito que predomina o interesse privado e em que as partes se


apresentam em pé de igualdade. É o direito dos particulares, dominado pelos princípios de
liberdade e de igualdade. Subdivide-se, tradicionalmente, em direito civil e direito comercial.
Mas Gusmão apresenta algumas outras subdivisões apresentadas pela doutrina.

4.1 Direito Civil


Também denominado de direito comum, este é a forma originária de todo direito
privado. Funda-se no princípio de igualdade de todos perante as suas normas. Disciplina as
relações entre pessoas e estabelece as regras relativas à pessoa em si. Rege os direitos
personalíssimos ou direito da pessoa, bem como os direitos e deveres da pessoa na família
(direito de família), compreendendo as relações que derivam do matrimônio ou da filiação. O
Direito Civil controla a vida da pessoa desde o nascimento até a sua morte.
Com o término da Segunda Guerra Mundial, o direito civil sofreu significativas
alterações. A responsabilidade civil ampliou-se. O direito, que antes deste marco histórico era
individualista, passa a ser influenciado pela idéia da solidariedade, abandonando o viés
patrimonialista do direito do final do século XIX.
GUSMÃO cita DUGUIT, que define de forma mais moderna o Direito Civil como:
parte do direito privado que regula as relações jurídicas com ou sem
natureza patrimonial, entre pessoas, consideradas em situações de
igualdade, não regidas pelo direito comercial, pelo direito do trabalho
ou por outro direito especial.

4.2 Direito Privado Disciplinar


Direito de natureza disciplinar, tendo por fontes estatutos de clubes, de associações, de
instituições ou de sociedades, prevendo penas aplicáveis a seus associados.
É uma forma de direito repressivo, pois estabelece penas e sanções, dando poder à
sociedade civil e à sociedade comercial para punir as faltas de seus sócios.

4.3 Direito Comum


O direito comum é o nome dado ao direito Europeu vigente a partir do século XIII até
o final do século XIX. Hoje, possui apenas valor histórico. Não era, pois, direito nacional,
mas direito comum a várias nações europeias e pode ser definido como o próprio Direito
Europeu, anterior às codificações.

21
Atualmente, observamos que este ramo renasce a partir da consolidação da União
Europeia, a partir dos anos 90. Esse novo direito comum rege predominantemente o comércio
e as relações jurídicas entre os países que dela fazem parte.
Hierarquicamente acima dos direitos desses países, tem por fonte os costumes, a
jurisprudência, tratados e convenções internacionais.
No mundo jurídico encontra-se entre o direito internacional e os direitos dos países-
membros da mencionada união.

4.4 Direito Comercial


GUSMÃO afirma que se pode conceituar o direito comercial como “o direito que rege
atos jurídicos que objetivam especulação e lucro, bem como a empresa constituída para esse
fim”. 4
Não pode ser considerado, como já foi em tempos remotos, um sistema de normas de
exceção em relação ao direito civil, mas como direito igual ao civil, ou seja, parte do direito
privado.
Possui matéria própria, a saber, matéria comercial, formada por atos praticados com o
fim da especulação e lucro, compreendendo não só relações econômicas, como, serviços, que
permitem o fortalecimento e a expansão do mercado, bem como a circulação de mercadorias
do produtor ao consumidor, e a atividade industrial.
Mediante o exposto, pode-se dizer ser o direito comercial a parte do direito privado
que disciplina a atividade comercial e empresarial. Sob a ótica legal, matéria comercial é a
submetida, pelo legislador, à lei comercial.
O atual Código Civil de 2002 unificou o direito privado, contemplando assim, o
direito civil e comercial em um único código.

4
Ibidem, p. 189.
22
5 AS DIVISÕES DO DIREITO MISTO

O direito é misto, como já afirmado anteriormente, quando: a) tutela interesses


privados e públicos; ou b) quando é constituído por normas e princípios de direito público e
de direito privado; ou, ainda, c) de direito nacional e de direito internacional. Segue abaixo as
suas subdivisões.

5.1 Direito Marítimo


É o conjunto de regras de direito público e de direito privado que disciplina o
transporte, a navegação e o comércio marítimo. Tem normas de direito administrativo, de
direito disciplinar e de direito privado.
É direito codificado, contido em leis, códigos, bem como em costumes e convenções
internacionais. Compõe-se, assim, de normas de direito nacional (direito interno) e de direito
internacional.

5.2 Direito Aeronáutico


O Direito Aeronáutico é o conjunto de normas que regem o transporte aéreo na
atmosfera, aplicável às aeronaves, às suas tripulações e ao espaço aéreo. Ao transporte aéreo
foram exigidas normas especiais, devido às suas especificidades como meio de transporte.
Com isso, leis surgiram para disciplinar esse meio de transporte. As relações jurídicas
decorrentes do voo de espaçonaves, tripulados ou não, são objeto do direito espacial.
É o ramo do direito que tutela o interesse público e particular, tendo normas de direito
público e de direito privado, bem como no direito nacional e de direito internacional.
A necessidade de regras internacionais uniformes, bem como da unificação dos vários
sistemas e o valor das convenções internacionais levaram à criação de organismos
internacionais destinados a formular normas uniformes nesse terreno. Um exemplo seria o
Comité Juridique International de l’Aviation (1909) e Institut du Transport Aérien (1954).

5.3 Direito da Navegação


Direito que disciplina tanto a navegação marítima como a aérea. Alguns juristas
restringem o seu campo, reduzindo-o ao da navegação mercantil, excluindo dele as normas de
direito internacional privado, as de direito administrativo, as penais, as processuais, as
relativas ao mar territorial, ao espaço aéreo e à polícia de navegação. Restringir-se-ia ao
direito comercial marítimo e aéreo.

23
O Direito de Navegação pode ser entendido como a parte do direito que estabelece
princípios e normas comuns aos transportes aéreo e marítimo, de natureza comercial.

5.4 Direito Econômico


Direito que controla a produção e circulação de riquezas, trata das relações
econômicas ligadas à produção (agrícola e industrial). É o direito disciplinador de sua
distribuição e proteção, com vista ao desenvolvimento econômico do país.
É direito misto, com princípios de direito público e de direito privado, tendo aparecido
apenas depois da Primeira Guerra Mundial.

5.5 Direito do Trabalho


É o direito que rege as relações jurídicas entre assalariados e patrões. Estabelece as
condições de trabalho, salário e assistência, as vantagens e prerrogativas do trabalhador. Rege
as relações decorrentes de trabalho, especialmente o trabalho e sua remuneração, as condições
de sua segurança e higiene e as destinadas a impossibilitar a exploração do trabalhador.
É o direito que procura resolver os problemas sociais e econômicos oriundos do
trabalho. Dá-se um nome emblemático para estes problemas: a questão social, originária das
nefastas conseqüências da Revolução Industrial. Também é denominado de direito social, pois
põe fim a conflitos sociais prejudiciais ao desenvolvimento econômico do país.
As normas do direito do trabalho são normas de jus cogens, ou seja, as partes não
podem, no contrato de trabalho, dispor de forma diferente do que nelas estiver prescrito (não
são direitos disponíveis). Norteado pelo interesse social, o direito do trabalho não pode ser
incluído no direito privado, mas no direito misto, por ser direito impositivo, taxativo (jus
cogens) e os direitos que deles decorrem são irrenunciáveis.
As fontes do direito do trabalho são estatais, infra-estatais e internacionais. São elas: a
lei, contrato coletivo de trabalho, costumes, equidade, convenções internacionais e tratados
internacionais.
O direito do trabalho brotou dos movimentos sociais e ideológicos que feriu o
individualismo jurídico e o liberalismo econômico, dando origem a nova época jurídica na
qual o direito tornou-se um meio de proteção dos fracos contra os poderosos.

5.6 Direito Sindical


O direito sindical pertence ao direito misto por não tutelar exclusivamente o interesse
privado, mas também o social, de categorias profissionais. Pode ser definido como o direito

24
que tem por objeto o exercício de atividades profissionais, disciplinando o poder normativo e
de representação de sindicatos. É o complexo de normas que atendem aos interesses oriundos
de atividades profissionais, representados por sindicatos, dotados de poder normativo,
instituídos para defendê-los.
As suas fontes são legislativas (lei), convencionais (contrato coletivo de trabalho) e
internacionais (convenções internacionais). Pormenoriza e complementa a legislação
trabalhista, sem, contudo, alterá-la.

5.7 Direito Agrário


O direito agrário, também denominado de direito rural, rege a produção agropecuária e
a propriedade industrial-rural. É considerado por alguns como direito misto, situado na
fronteira do direito privado e do direito público. Não obstante outros doutrinadores negarem-
lhe a autonomia, GUSMÃO também cita aqueles que o consideram como ramo autônomo do
Direito.
Para o autor, o direito agrário é direito autônomo, ramo do direito misto, disciplinador
da exploração agrícola e da propriedade industrial-rural, que deve ser subordinado ao
interesse social.

5.8 Direito Social


O direito social encontra-se entre o direito privado e o direito público. Fundado na
solidariedade social, subordina o egoísmo e os interesses de seus destinatários ao interesse
social, conciliando os interesses do homem com as das pessoas jurídicas (empresas, grandes
corporações, sociedades comerciais, etc.), em suas relações jurídicas, de modo instituir uma
ordem de justiça social.
O direito social tem afinidade com o direito institucional por objetivar solucionar a
“questão social”, sem prejuízo da obra ou do resultado visado por seus destinatários.
Distingui-se do direito privado pelo seu aspecto social, mas também se afasta do direito
público por também tutelar interesses individuais. Enquadra-se na categoria do direito misto
dado a diversidade de interesses que tutela, caracterizando-se por ser fonte de direitos
subjetivos que envolvem o dever de exercê-los.
Pertencem a esse ramo, o direito do trabalho, o de assistência social, o previdenciário,
entre outros.

25
5.8 Direito Profissional
O direito profissional disciplina o exercício de profissões que exigem conhecimentos
técnicos ou técnico-científicos. Tem por objeto a defesa dos interesses de classes profissionais
e de sua clientela.
Em alguns países, o Estado é o juiz da oportunidade e da necessidade social e
profissional da regulamentação das profissões. A profissão é uma das alavancas do
desenvolvimento econômico, necessitando, para tal, de proteção e regulamentação. Não só
protege o profissional, mas impõe-lhes deveres, responsabilidades e condições para o
exercício da profissão.
Sua fonte principal é a lei. É direito constitutivo de normas disciplinares, a exemplo de
direito profissional que rege o exercício da advocacia. Para o exercício da profissão de
advogado, além do diploma de bacharel em direito, é necessária a inscrição na OAB, não
bastando para tal a titularidade acadêmica (título de “doutor em direito”).

5.9 Direito de Família


O direito de família é aquele norteado pelo interesse social. Rege as relações jurídicas
constitutivas da família e as dela decorrentes. Tem por matéria as relações jurídicas que
formam a família.
Norteado pelo interesse social, rege as relações jurídicas familiares e as delas
decorrentes, disciplinando o casamento, as relações entre esposos, dissolução do casamento,
relações de filiação, etc. Como a família, apesar de governada por interesses individuais, é a
instituição fundamento dos valores culturais vigentes, inicialmente por ela transmitida, os
direitos de família se revestem de caráter social. São, por isso, direito misto.

5.10 Direito Industrial


O Direito Industrial se constitui como o complexo de normas reguladoras das relações
jurídicas decorrentes da produção industrial. É o direito que rege a atividade industrial, que
compreende produção, modificação e o beneficiamento da matéria prima, dando-lhe nova
destinação, criando produtos (mercadorias), capazes de satisfazer amplo campo de interesses.
Para exercício dessa atividade são necessários trabalho e capital , bem como método e
tecnologia industrial. Tecnologia que depende de invenções sujeitas a privilégios ou
monopólios (patentes), garantidas pelo direito industrial e por normas penais. Por isso,
estabelece a concorrência desleal como crime.

26
5.11 Direito Falimentar
O direito falimentar é o complexo de normas protetoras do crédito, no caso de
insolvência do comerciante. A insolvência é a impossibilidade de o patrimônio do
comerciante garantir seus débitos. No estado falencial, é liquidado o patrimônio do falido para
atender os credores que se habilitam na falência.
Compõe-se de normas asseguradoras de direitos e de preferências de credores (direito
privado), de normas que regem o processo de falência (direito processual falimentar) e de
normas penais (direito penal falimentar). O direito falimentar é aplicável à liquidação
extrajudicial de empresas decretada pelo Banco Central.
Compondo-se de normas de direito privado, de normas processuais (direito público) e
de normas penais (direito público). Daí, seu caráter de direito misto.

5.12 Direito Nuclear


O direito nuclear é a parte do direito misto que disciplina a produção e o uso da
energia nuclear para fins pacíficos. A possibilidade dos acidentes nucleares atingirem mais de
um país, como ocorreu em Chernobyl, em 1986, dão a este Direito o caráter de direito misto,
uma vez que transcende a soberania dos países, tutelando o interesse da comunidade
internacional.
A fragilidade das normas internacionais deixa o jurista perplexo e apreensivo no
terreno da energia nuclear, na qual humanidade, a civilização, o homem e toda espécie de vida
estão em perigo potencial com uma das descobertas científicas mais impactantes do século
XX, que pode servir tanto para o bem como para o mal.
No campo do direito nuclear, a responsabilidade civil, no caso de acidente nuclear, é
objetiva, não se cogitando de culpa. As legislações lamentavelmente estabelecem teto para a
indenização, que apesar de alto, não é capaz de cobrir o dano nuclear produzido, dada a
imprevisibilidade do alcance dos efeitos e da duração da radioatividade.
Ao referir à legislação, se não fosse limitada a indenização no caso de dano nuclear, as
cautelas seriam maiores, seja na construção, seja na conservação e seja no funcionamento das
usinas nucleares.

27
CONCLUSÕES

A classificação do direito com fins didáticos e enciclopédicos certamente não é tarefa


fácil. GUSMÃO, em sua obra Introdução ao Estudo do Direito, enfrenta o problema de
transcender classificações clássicas do direito em função da novas configurações sociais e
políticas do mundo contemporâneo, bem como das novas demandas jurídicas que são
colocadas ao mundo do direito.
Certamente, a mais problemática divisão clássica do Direito é a entre público x
privado. Ignorando a complexidade da vida jurídica moderna, essa classificação passa por
cima dos novos ramos direito que se colocam na fronteira entre interesse particular e interesse
público, entre o direito interno e o direito internacional.
As nefastas conseqüências da II Guerra (pós-1945) trouxeram a necessidade de tutelar
direitos e garantias fundamentais, não só no ramo do direito constitucional, mas em áreas que,
tradicionalmente, eram consideradas exclusivamente de direito privado. A Globalização
econômica estreitou as fronteiras culturais e econômicas do mundo, mas também acarretou
impactos ambientais, sociais e mesmo militares, que implicaram no redimensionamento de
várias áreas do direito, e na ampliação do rol de várias deveres, não só às nações, mas aos
indivíduos e à sociedade civil.
Novos fenômenos jurídicos, ainda que não apontados por GUSMÃO em seu texto,
também dão nova roupagem ao Direito, borrando as fronteiras rígidas entre o público e o
privado. Entre eles estão a descentralização do direito civil (com o florescimento de vários
estatutos especializados) e constitucionalização do direito privado, com a imposição de
princípios constitucionais reguladores de relações privadas. 5
Este problema é acentuado pelo fato de diversos doutrinadores, ou quanto muito,
apostiladores do direito, definirem e classificarem o mesmo sem grandes cuidados, postulando
a clássica divisão público x privado e ignorando uma nova realidade jurídica, formatando,
com isto, um conhecimento limitado e distorcido do Direito atual.
Por outro lado, a leitura do texto dá a exata medida da dificuldade de classificação de
ramos do direito que estão sujeitos a mudanças rápidas e radicais. A título de exemplo, o
direito aeronáutico, fruto das invenções do início do século XX, mal consegue disciplinar a
matéria devido às rápidas mudanças tecnológicas na área. O direito espacial mal consegue
definir os limites de sua jurisdição, por não ser possível predize-los cientificamente.

5
Cf. STOLZE, P.; PAMPLONA, R., 2010, pp. 90-91.
28
GUSMÃO chega a colocá-lo no âmbito da ficção científica. 6 O Direito Internacional tem sua
validade jurídica questionada por não conseguir se estabelecer de forma coercitiva, estando à
mercê do arbítrio das grandes potências.
A amplitude e minúcias das relações do mundo jurídico contemporâneo não podem ser
ignoradas pelo doutrinador, bem como não podem pelo jurista em formação, que não pode
perder de vista a complexidade na realidade que o certa, afogando-se nas particularidades de
uma especialidade jurídica e fechando os olhos para o todo circundante.

6
Cf. GUSMÃO, ibidem, p. 157.
29
REFERÊNCIAS

GUSMÃO, P. Introdução ao Estudo do Direito. 28ª ed., Rio de Janeiro, Forense, 2000.
STOLZE, P.; PAMPLONA, R, Novo Curso de Direito Civil, volume I: parte geral. 12ª ed.,
São Paulo, Saraiva, 2010.

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